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Pediátrico - Daré
Gabriela Marcello Tagliani
Turma XXVIII
Universidade da Cidade de São Paulo - UNICID
Gabriela Marcello Tagliani – 5ªC
Caso Clínico A
Dados do RN:
• Sexo M
• PN = 3.680g
• Comprimento: 49 cm
• Perímetro cefálico: 35 cm
• Apgar: 8 e 9
• Idade Gestacional avaliada pelo Capurro: 39 3/7 sem
Evoluiu com desconforto respiratório por várias horas, mas com 24 horas de vida já estava no
Alojamento Conjunto sendo amamentado por sua mãe.
Recebeu alta após realização do teste do reflexo vermelho e da oximetria
2. Escore de Apgar
Método conhecido para avaliação imediata do RN, principalmente no 1º e 5º
minutos de vida, analisando 5 sinais o do RN, atribuindo uma pontuação de 0 a 2
pontos a cada sinal avaliado. Os sinais são coloração da pele, pulso, irritabilidade
reflexa, esforço respiratório, tônus muscular. O somatório da pontuação, de 0 a 10,
resulta no escore de Apgar.
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4.2. Anamnese
• Prematuridade: síndrome de desconforto respiratório;
• Febre materna, corioamnionite, perda de filho anterior com sofrimento
respiratório, colonização por streptococcus do grupo B, deficiência de proteína
B do complexo surfactante;
• Parto cesáreo em bebês prematuros limítrofes: taquipneia transitória do RN;
• Uso de anti-inflamatório não esteroide: hipertensão pulmonar;
• Sofrimento fetal agudo: síndrome de aspiração meconial (SAM).
4.4. Laboratório
• Gasometria;
• Glicemia;
• Hemograma e proteína C reativa (PCR);
• Contagem de plaquetas;
• Exames específicos de acordo com cada caso.
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Caso Clínico B
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Evolução:
Evoluiu com piora do desconforto respiratório, taquipneico e gemente, foi intubado e colocado
em ventilação mecânica. Recebeu a medicação apropriada para a situação e a SatO2 chegou a 70%.
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1. Cardiopatia congênita
A manifestação clínica da cardiopatia congênita ocorre principalmente nos
primeiros meses de idade; no entanto, o reconhecimento da doença pode ser feito em
qualquer fase da vida, inclusive no período fetal.
Considerando os pacientes que são internados por cardiopatia congênita no 1º
ano de vida, evidencia-se que a maioria dos casos ocorre nos primeiros 6 meses de
idade, sendo a metade no 1º mês. Ao considerar somente o 1º mês, a maior proporção
de internamento ocorre na 1ª semana de vida. As doenças mais prevalentes nesse
período são dependentes do canal arterial, cujo fechamento exacerba o quadro
clínico, como hipoplasia de ventrículo esquerdo, coarctação da aorta, transposição
das grandes artérias, tetralogia de Fallot extrema e atresia pulmonar. Quando essas
patologias têm diagnóstico no período fetal, podem evitar complicações graves e
desfechos fatais. A programação do nascimento é fundamental, como local,
assistência neonatal e equipe especializada.
Os pacientes internados em período maior que 1 mês e inferior a 6 meses
apresentam enfermidades cujas manifestações clínicas dependem da queda da
resistência vascular pulmonar, como a comunicação interventricular (CIV), a
persistência do canal arterial (PCA) e o defeito do septo atrioventricular (DSAV).
Na evolução natural da cardiopatia congênita, a mortalidade é extremamente
alta. Cerca de 20% das crianças morrem nos primeiros 12 meses de vida, e a
sobrevida em 15 anos é de 77,11%. Doenças como hipoplasia do ventrículo esquerdo
e transposição das grandes artérias (TGA) são fatais no 1º ano de vida, quando não
são tratadas.
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1.1. Cianose
A cianose da criança com cardiopatia congênita é do tipo central, quase sempre
generalizada; entretanto, em alguns casos, ela pode ser evidente no dimídio inferior
(membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas)
ou vice-versa – a qual é denominada cianose diferencial.
São três as causas da cianose: 1)
presença de uma lesão obstrutiva direita
com shunt da direita para esquerda (p.ex.,
tetralogia de Fallot); 2) conexão ventrículo-
arterial discordante (TGA); e 3) presença
de uma mistura comum (p.ex., ventrículo
único). O aparecimento da cianose ocorre
quando a concentração da hemoglobina
reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em
crianças com anemia. A cianose também pode ser leve ou mesmo ausente nos casos
com fluxo pulmonar aumentado e grande mistura arteriovenosa.
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Pacientes com CIV podem apresentar cianose leve, que piora ao choro, sem
outros sinais clínicos. Após a 1ª semana, com a diminuição mais importante da
resistência vascular pulmonar, o paciente pode desenvolver IC. No exame de
precórdio, há sinais de aumento da área cardíaca com impulsões sistólicas na borda
esternal esquerda, a 2ª bulha é hiperfonética e, na maioria dos casos, não se ausculta
sopro.
Nos pacientes com CIV e obstrução na via de saída do VE, o quadro clínico
predominante é a cianose com sopro sistólico de ejeção desde o nascimento.
O diagnóstico pré-natal modifica o prognóstico dos pacientes que apresentam
essa patologia com CIA e persistência do canal arterial, com a instituição de
medicamentos que mantêm o canal arterial patente, evitando o quadro de hipóxia e
acidose metabólica, com correção cirúrgica precoce, diminuindo a morbimortalidade.
Na radiografia de tórax da TGA simples, a área cardíaca geralmente é normal,
mas às vezes apresenta leve cardiomegalia, e a circulação pulmonar é normal ou
discretamente aumentada. Em virtude da posição das grandes artérias, o mediastino
superior é estreitado, e o coração pode apresentar a forma de “ovo deitado”. Nos
casos com CIV, a área cardíaca e a circulação pulmonar estão aumentadas.
O eletrocardiograma no paciente com TGA simples mostra uma sobrecarga
ventricular direita, que pode ser interpretada como um padrão normal no recém-
nascido. Na TGA com CIV, observa-se sobrecarga biventricular.
O ecocardiograma é capaz de demonstrar todos os detalhes anatômicos da
doença. Aspectos importantes definidos no ecocardiograma são: relação espacial das
grandes artérias, tamanho dos ventrículos, medida dos anéis das valvas aórtica e
pulmonar, origem das artérias coronárias, dimensão da CIA e da CIV, permeabilidade
do canal arterial e identificação de defeitos associados.
No tratamento clinico inicia a prostaglandina, a fim de melhorar a mistura
sanguínea através do canal arterial, corrigir a acidose metabólica e realizar a
atriosseptostomia com cateter-balão, quando houver indicação.
Já no cirúrgico o neonato com TGA simples, a correção ideal é a cirurgia de
Jatene, que deve ser feita em até 45 dias de vida (o coração ainda mantém o
ventrículo esquerdo adaptável à pressão arterial sistêmica). Essa cirurgia consiste na
troca das grandes artérias, conectando-se a aorta ao ventrículo esquerdo e a artéria
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pulmonar ao ventrículo direito, bem como nas transferências das artérias coronárias
da aorta nativa para a neoaorta.
Em pacientes com CIV, a cirurgia de Jatene pode ser realizada em idade
superior a 21 dias, mas não se deve retardar muito, pois a hipertensão pulmonar com
doença vascular pulmonar desenvolve-se mais precocemente nesses pacientes.
Quando houver contraindicação para a cirurgia de Jatene, indica-se a derivação
atrial, que é o direcionamento da drenagem venosa sistêmica para o ventrículo
esquerdo e a circulação pulmonar, e a drenagem pulmonar para o ventrículo direito
e a circulação sistêmica. As cirurgias que fazem essa derivação são denominadas de
Senning e de Mustard.
Nos casos de TGA com CIV e EP, indica-se a cirurgia de Rastelli, que é uma
derivação intraventricular com a construção de um túnel da CIV para a aorta, dentro
do ventrículo direito, direcionando o sangue do ventrículo esquerdo para a aorta. O
sangue do ventrículo direito é direcionado para a artéria pulmonar pela interposição
de um tubo.
O RN com TGA simples se não fizer cirurgia evolui a óbito. Paciente com CIV
associada, em geral, sobrevive ao período neonatal; porém, se não for submetido ao
tratamento cirúrgico, o óbito ocorre dentro de 6 a 12 meses de vida, por IC.
Complicações tardias são comuns em pacientes operados de derivação atrial,
sendo as principais: estenose na drenagem venosa sistêmica ou pulmonar, arritmia
cardíaca, morte súbita, regurgitação tricúspide e disfunção do ventrículo direito ou
sistêmica
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para o óbito são embolia paradoxal, trombose cerebral e pulmonar, abscesso cerebral
e endocardite infecciosa
O VD tem hipertrofia; a estenose pulmonar
em geral, é infundíbulo-valvar. Geralmente, a CIV é
do tipo perimembranosa, grande e não restritiva. As
artérias pulmonares podem ser normais ou
apresentar diferentes anormalidades, incluindo
alterações de calibre, de confluência e de
distribuição.
O cavalgamento ou dextroposição da valva aórtica é uma alteração essencial
na tetralogia de Fallot; entretanto, o seu grau é bastante variável, de 15 a 50%.
Quando é maior que 50%, passa a ser denominada dupla via de saída de ventrículo
direito (DVSVD).
A circulação colateral sistêmico-pulmonar é mais comum em pacientes com
atresia pulmonar e CIV, podendo ser a única forma de suprimento sanguíneo
pulmonar.
A quantidade de sangue desviado do ventrículo direito para a circulação
sistêmica será maior quanto maior for a EP. Assim, pacientes com EP leve são pouco
cianóticos ou até mesmo acianóticos, enquanto aqueles com EP grave apresentam
cianose importante.
As manifestações clinicas estão relacionadas com a anatomia da doença, no
caso de EP leve, o paciente pode ser acianótico, com sopro alto, sendo que a medida
que a EP progride, a cianose surge e o sopro some. A cianose é do tipo central,
generalizada, atingindo pele e mucosas.
Alguns recém-nascidos exibem cianose intensa desde o nascimento. Nesses
casos, uma obstrução grave na via de saída do ventrículo direito está presente, e a
circulação pulmonar pode ser dependente da persistência de um canal arterial.
Crianças maiores podem apresentar baqueteamento digital e adotar a posição de
cócoras para melhora da hipóxia.
A crise de hipóxia é uma manifestação clínica frequente nessa doença. Trata-
se de uma situação grave e requer reconhecimento rápido e tratamento adequado,
pois pode levar a complicações neurológicas graves. Durante a crise de hipóxia, o
paciente apresenta cianose intensa, acompanhada por taquipneia e, frequentemente,
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1.2. Sopro
O sopro cardíaco é a maior causa de encaminhamento para a investigação de
cardiopatia congênita. Aproximadamente metade dos pacientes apresenta sopro
inocente. Quando o sopro cardíaco é detectado em consulta de rotina, sem outros
sintomas cardíacos associados, a cardiopatia normalmente é leve e de bom
prognóstico. Nessa categoria, estão as cardiopatias com shunt da esquerda para
direita e as cardiopatias obstrutivas isoladas.
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Caso Clínico C
Menino, 7 anos de idade, branco. Pai com 35 anos de idade e mãe com 29 anos. Lavradores.
QD: Fraqueza nas pernas há 5 dias.
HDA: Um menino de 7 anos de idade é levado ao pronto-socorro com queixa de fraqueza nas pernas.
A criança mora com os pais, lavradores, em uma fazenda do interior de São Paulo. Os pais referem
que a criança estava bem até há cerca de 5 dias quando começou a queixar-se de dores nas pernas e
dificuldade para andar. Nega febre desde o início do quadro. Nega traumas ou quedas. A dificuldade
foi aumentando a ponto de não mais conseguir deambular sozinho. Urinou na cama por duas vezes
sem perceber, segundo a mãe.
ISDA: Nega convulsões. Nega cefaleia, nega alterações da visão, audição e do olfato. Nega vômitos e
diarreia. Nega icterícia. Nega alteração da cor da urina. Refere dores nas pernas, intensa às vezes.
Queixa-se de fadiga e fraqueza.
AP: Internado uma vez, aos dois anos de idade por diarreia. Já eliminou vermes nas fezes. Nega uso
contínuo de medicamentos. Resfriados esporadicamente sendo o último há 15 dias acompanhado de
febre não aferida. Nega outras doenças.
História da gestação, parto e nascimento: Gestação sem intercorrência. Nasceu de parto normal,
recebeu alta juntamente com a mãe com 48 horas de vida.
Alimentação: alimenta-se bem, sem restrições.
DNPM: Andou com um ano e meio, falou com dois anos. É “esperto”, de acordo com os pais. Frequenta
escola no segundo ano do ensino fundamental com bom desempenho, segundo os pais.
Vacinas: Vacinação irregular, com várias vacinas em atraso.
AF: Pais lavradores, com saúde. Não fazem uso de medicamentos. Tem mais 2 irmãos, um de 10 anos
de idade e outro de 4 anos, saudáveis.
EF: consciente, bom contato, acianótico, anictérico.
TºC: 36.9 FR: 20 FC: 105 PA: 97 x 58 mmHg Peso: 25 kg Altura: 125cm
Cabeça: sem anormalidades aparentes. Sem sinais de irritação meníngea. Sem sinais de alterações
dos pares cranianos.
Olhos: esclera com aspecto normal. Mobilidade ocular presente e adequada.
Otoscopia: MMTT sem hiperemia, triângulo luminoso visível.
Boca e pescoço: dentes em estado regular. Faringe sem hiperemia. Pescoço sem alterações.
Tórax: simétrico, boa expansibilidade, sem retrações.
Ausculta pulmonar: MV bilateralmente presente, sem RA.
Coração: BRNF S/S.
Abdome: plano; RHA presentes, flácido, indolor. Fígado e Baço não palpáveis.
MMSS: O teste de força revela Grau IV. Reflexos tendinosos presentes, diminuídos. Sensibilidade
preservada.
MMII: flácidos bilateralmente, o teste de força muscular revela Grau 0. Não consegue sustentar o corpo.
Sem reflexos patelares e aquileu em ambos os MMII. Sinal de Babinski negativo. Sensibilidade
preservada bilateralmente.
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• Fraqueza:
• Fadiga:
• Diarreia: ocorrência de 3 ou mais evacuações amolecidas ou liquidas, nas
ultima 24 horas, podendo ser aguda, persistente ou crônica, tendo do tipo
secretória (volumosa e com presença de alimentos), inflamatória (volumosa e
fluidez das fezes) e osmóticas (volumosas e com perda hidroeletrolítica).
• Temperatura: 36.9ºC → Para crianças, o intervalo de normalidade da
temperatura axilar é o mesmo dos adultos: de 35,5°C a 37°C.
• FR: 20 irpm e FC: 105 bpm (lembrar que aumento da temperatura gera
aumento desses dois itens)
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2. Vacinação
+
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5. Reflexos
Os reflexos tendinosos diminuídos são também chamados reflexos profundos,
músculo-tendinosos, miotáticos, miotáticos fásicos, e reflexos proprioceptivos, são
provocados pelo súbito estiramento de um músculo, através da percussão com um
martelo de percussão de borracha, de seu tendão ou de uma parte do membro onde
este se insere
• Patelares abolidos: percussão do tendão do quadríceps, devendo ocorrer
extensão da perna (testa centro L2-L4)
• Reflexo Aquileu abolido: percussão no tendão calcâneo, devendo ter flexão
plantar dos pés (testa centro L5-S2)
• Sinal Babinski ou Cutâneo plantar em extensão negativo: testa a planta do pé,
do qual deve ter flexão plantar de artelhos (testa centro L5-S2), em crianças <
2 anos é fisiológico sendo positivo, tendo extensão dos artelhos, tendo sinal de
Babinski positivo.
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7.1. Fisiopatologia
Os vírus da pólio penetram no organismo por contato direto pessoa – pessoa,
por via fecal-oral através de objetos ou alimentos contaminados ou através de
gotículas de secreção de orofaringe. O período de incubação ocorre entre 7 a 12 dias,
podendo variar de dois a 30 dias. O período de transmissibilidade pode ocorrer antes
do aparecimento das manifestações clínicas. O vírus é encontrado nas secreções de
orofaringe após 36 a 72 horas da infecção. É um vírus de alta infectividade (100%),
mas baixa patogenicidade (que varia de 0.1 a 2%) em indivíduos acometidos.
Após estabelecido o contato, o vírus penetra no organismo pela mucosa
orofaríngea, onde prolifera. Durante esse tempo dissemina-se por via hematogênica,
acometendo linfonodos cervicais, tonsilas palatinas, folículos linfáticos do intestino e
outros órgãos (meninges, miocárdio e tecido nervoso). Nos folículos linfáticos do
intestino o vírus continua sua proliferação, sendo excretado na luz intestinal, podendo
ser isolado das fezes por três a seis semanas.
Devido ao neurotropismo viral, as lesões ocorrem preferencialmente na
substância cinzenta dos cornos anteriores da medula com degeneração dos corpos
neuronais, desmielinização e degeneração dos axônios.
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envolvido. Pode acometer qualquer grupo muscular, mas é mais comum nos membros
inferiores. A sensibilidade geralmente está preservada. A poliomielite bulbar, que é
caracterizada pela injúria dos nervos cranianos com paralisia do diafragma e ou
músculos intercostais, leva o paciente a dependência de ventilação respiratória
assistida. O líquido cefalorraquidiano (LCR) é característico de meningite viral, com
pleocitose leve e predominância linfocítica.
7.3. Diagnostico
• Laboratorial: cultura de amostra de faringe e fezes, e raramente no LCR e urina.
O diagnóstico especifico é pelo PCR-RT, realizado por amostra de fezes,
coletadas na segunda fase da doença, até o 14º dia do início dos sintomas.
Exames inespecíficos podem ser realizados para auxiliar no diagnóstico,
como eletroneuromiografia (o padrão eletromiográfico da poliomielite é comum
a um grupo de doenças que acometem o neurônio motor inferior), análise do
líquor (pequeno aumento de celularidade e proteinorraquia, permitindo o
diagnóstico diferencial com Guillain-Barré e com meningites que evoluem com
deficiência motora) e exame anatomopatológico em material de necrópsia.
• Diferencial: polineurite pós-infecciosa e outras infecções que causam paralisia
flácida aguda. As principais doenças a serem consideradas no diagnóstico
diferencial são: síndrome de Guillain-Barré, mielite transversa, meningite viral,
meningoencefalite e outras enteroviroses.
7.4. Tratamento
Não há tratamento específico para poliomielite, apenas de suportivo, com
objetivo de limitar a progressão da doença. Todo o caso de paralisia flácida aguda
deve ser internado.
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8.2. Diagnostico
Fundamental quando ocorre na primeira semana, sendo baseado no quadro
clinico da fraqueza ascendente progressiva associada à arreflexia.
Pode ter alteração no LCR característicos, a dissociação albuminocitológica e
a elevação do teor proteico sem elevação da celularidade ocorrem, em geral, a partir
da 2ª semana de doença. Seu pico de elevação ocorre na 4ª a 6ª semana de doença.
A eletroneuromiografia (ENMG) ajuda no prognóstico e na definição do
diagnóstico. Os casos com envolvimento apenas da mielina (aumento de latência,
diminuição de velocidade de condução na condução neural) têm prognóstico melhor
que as formas axonais (diminuição de amplitude dos potenciais de ação).
8.3. Tratamento
O suporte com monitoração dos sinais de acometimento autonômico
(frequência cardíaca, pressão arterial) e ventilatório (capacidade vital forçada, pico de
fluxo de tosse) são fundamentais. A morbidade da SGB é diretamente relacionada a
essas complicações. A fisioterapia deve ser instituída precocemente. Realizar
mudanças de decúbito, evitar posturas viciosas e evitar acúmulo de secreções ajudam
na prevenção de complicações como escaras, atelectasia, entre outros.
Para pacientes com menos de 7 dias de evolução e nas formas graves, o uso
de medidas que neutralizem os anticorpos circulantes ajuda a reduzir o tempo de
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incontinência ocorre mais tarde. A maioria apresenta perda sensorial que se manifesta
como anestesia, parestesia ou alodinia. Outros achados podem incluir priapismo e
perda de visão (neuromielite óptica), bem como choque medular e subsequente
disreflexia autônoma.
9.2. Diagnostico
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9.2. Classificação
Classificada em 5 tipos principais, baseados em características
anatomopatológicas, neurofisiológicas e de herança genética em:
• CMT1 ou desmielinizante e autossômica dominante (ou HMSN1);
• CMT2 ou axonal e autossômica dominante (ou HMSN2);
• CMT3 ou síndrome de Dejerine-Sottas (ou HMSN3);
• CMT4 ou com herança recessiva;
• CMTX ou com herança ligada ao X.
Elas podem ser com características distintas, tendo a neuropatia hereditária
com susceptibilidade a paralisia por pressão, a neuropatia periférica hereditária
puramente motos, ou neuropatia periférica hereditária puramente sensitiva associada
a disautonomia.
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9.4. Diagnostico
A CMT deve fazer parte do diagnóstico diferencial de qualquer criança com
suspeita de neuropatia comprimento-dependente, e a história familiar negativa não
exclui o diagnóstico, pois existem muitos casos decorrentes de mutações novas.
A investigação diagnóstica ideal deve sempre incluir a eletroneuromiografia ou
ENMG como exame complementar para confirmar a presença de neuropatia periférica
e determinar o seu padrão neuropatológico de acordo com a velocidade de condução
nervosa (VCN) (VCN do nervo mediano: desmielinizante ≤ 35 m/s; intermediário = 35
a 45 m/s; axonal ≥ 45 m/s).
A biópsia de nervo é indicada quando a neuropatia é tão grave que a ENMG
não consegue definir seu padrão ou se existe forte suspeita de neuropatia adquirida.
A biópsia pode ser desnecessária quando a testagem genética dos principais genes
está disponível.
9.5. Tratamento
Não há cura para CMT, por essa razão, técnicas de reabilitação constituem a
principal estratégia terapêutica no momento.
A fisioterapia deve trabalhar o fortalecimento muscular, alongamento e
equilíbrio, para se manter a mobilidade desses pacientes. Hidroterapias e natação
podem ser úteis para fortalecimento da musculatura axial e prevenção de escoliose.
A terapia ocupacional deve prover aos pacientes utensílios e métodos para a
realização de tarefas de rotina diária, particularmente auxiliando as crianças na
realização de suas tarefas escolares.
Pacientes com fraqueza significativa de pés e tornozelos devem ser avaliados
quanto à necessidade de órteses que limitem o movimento do tornozelo,
especificamente a dorsiflexão excessiva na fase de apoio terminal da marcha e/ou
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flexão plantar durante a oscilação. Cirurgias ortopédicas devem ser indicadas apenas
quando outras técnicas de suporte foram utilizadas com todo seu potencial e não
obtiveram mais sucesso em corrigir limitações funcionais causadas pela progressão
da doença.
Alguns estudos mostraram que a dor, mais especificamente cãibras nos
membros inferiores, é um dos principais fatores que afetam de modo negativo a
qualidade de vida de pacientes pediátricos com CMT. As dores por calosidades
plantares estão relacionadas à distribuição anormal do peso sobre os pés, e palmilhas
especiais podem ajudar, mas intervenções cirúrgicas costumam ser necessárias
evolutivamente
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Caso Clínico D
Lactente, 54 dias de vida, sexo feminino. Mãe com 25 anos de idade, do lar e pai com 27 anos,
comerciante.
QD: Cansaço há 1 dia
HDA: Lactente com 54 dias de vida é levado ao PS por sua mãe com queixa de estar muito
"cansadinho". Refere que a criança estava bem até dois dias atrás, mas iniciou quadro de coriza aquosa
e "sentiu chiado no peito". Refere tosse e dois episódios de vômitos após a tosse. Não sabe referir
sobre febre. Pingou medicamento à base de soro fisiológico no nariz.
ISDA: Refere irritabilidade. Refere inapetência. Refere coriza aquosa há dois dias. Nega diarreia. Nega
icterícia. Nega lábios arroxeados.
AP: Nega cirurgias ou internações. Nega uso de medicamentos contínuos. Às vezes com o nariz
entupido. Em consulta há cerca de uma semana pesou 5.700 g
História da gestação, parto e nascimento: RNT, parto normal, peso de nascimento 3.100 g, Apgar 8
e 9. Recebeu alta juntamente com a mãe com 48 horas de vida.
Alimentação: Aleitamento materno nos primeiros 15 dias. Em seguida mudou para fórmula.
Habitualmente mama bem, sem dificuldades.
DNPM: Apresenta riso social.
Vacinas: Em dia. Verificado.
AF: Pai e Mãe com saúde. Mãe teve crises de asma quando criança. Avó materna com DM tipo II.
Negam tabagismo. Irmão de 2 anos também está com coriza aquosa nos últimos dias.
EF:
o Desperto. Inquieto. Irritadiço ao exame físico. Mucosas algo secas. Acianótico. Anictérico.
Descorado +/++++. Pálido ++/++++. FR: 55; FC: 150 e Temperatura 37,5ºC.
o Coriza aquosa presente.
o Otoscopia: MMTT levemente hiperemiadas.
o Boca sem alterações.
o Tórax: Retração intercostal moderada.
o Ausculta pulmonar: Sibilos expiratórios difusos. Expiração prolongada.
o Abdome: globoso, flácido, indolor à palpação. Fígado a 1,5 cm do RCD e Baço não
palpável.
o Pulsos periféricos presentes e simétricos. Perfusão 2s.
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1. Bronquiolite
A bronquiolite aguda (BA) tem sido definida em muitos estudos como uma
infecção respiratória aguda (IRA), geralmente de etiologia viral, associada ao primeiro
episódio de sibilância e/ou dificuldade respiratória em crianças com menos de 1 ano
de idade.
O sibilo, produção de um som musical e contínuo que se origina de oscilações
em vias aéreas estreitadas, é ouvido principalmente na expiração como resultado de
obstrução crítica das vias aéreas.
• Sibilância monofônica: som de tom único que é produzido nas vias aéreas
maiores durante a expiração.
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1.2. Fisiopatologia
As lesões e manifestações de uma infecção vira se da pela afinidade do vírus
aos segmentos das vias respiratórias (tropismo), o efeito destruidor ao nível celular
(virulência), o calibre das vias aéreas do hospedeiro e a resposta imunológica que
ocorre.
A inoculação do VSR ocorre provavelmente através da superfície da mucosa
nasal. Depois de um período de incubação assintomático de 4 a 5 dias, a criança
infectada desenvolve sintomas característicos da infecção respiratória superior. Nas
vias áreas inferiores é pela inspiração de secreções infectadas que produzem
pneumonia ou bronquiolite.
O efeito citopático viral direto ocorre pela interação celular entre o vírus e os
hospedeiros e o efeito indireto mediados por resposta imunologia.
A resposta imunológica primária consiste de infiltração tecidual produzida pela
migração de leucócitos polimorfonucleares e macrófagos depois da liberação de
mediadores químicos procedentes das células epiteliais agredidas. Essas células
liberam mais mediadores, que alteram a permeabilidade endotelial, a camada epitelial
e o transporte de íons, gerando inflamação com migração celular adicional e edema.
O conteúdo luminal aumentado por secreções e detritos é responsável, em parte, pela
obstrução das vias aéreas, produzindo limitações no fluxo de ar, assim como
atelectasias e consequente desequilíbrio da ventilação-perfusão.
A contração do musculo liso causa também obstrução nas vias aéreas. Além
disso, as anormalidades dos sistemas adrenérgico e colinérgico comuns nas viroses
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1.5. Tratamento
Na grande maioria dos pacientes, a evolução é benigna e o processo evolui
para a cura sem a necessidade de nenhuma intervenção. Os pacientes são assistidos
em casa e o princípio do tratamento está fundamentado em uma terapêutica
eminentemente sintomática (controle da temperatura, do status hídrico e nutricional,
bem como acompanhamento da evolução do comprometimento respiratório).
A necessidade de internação hospitalar é infrequente, ocorrendo em cerca de
1 a 2% dos pacientes com faixa etária inferior a 1 ano de idade. Nestes, os critérios
para indicação da hospitalização estão basicamente focados no grau de
comprometimento do sofrimento respiratório e na presença de fatores de risco
associados.
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2.1. Etiologia
É difícil estabelecer o diagnóstico etiológico das PAC. Seu curso clínico
costuma ser muito semelhante para os diversos agentes.
Vários estudos apontam os vírus como os principais agentes de PAC em
crianças até 5 anos em países desenvolvidos. Quanto mais jovem a criança,
excluindo-se os primeiros 2 meses de vida, maior a chance de ocorrência de doença
de etiologia viral. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o mais frequentemente
encontrado, seguido dos vírus influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus.
Os vírus podem ser responsáveis por até 90% das pneumonias no 1º ano de
vida e por 50% dos casos na idade escolar. Os agentes bacterianos, por outro lado,
são os principais responsáveis pela maior gravidade e mortalidade por PAC na
infância. O Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é o principal agente
bacteriano de PAC.
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2.3. Diagnostico
Predominantemente clinico, dispensando a realização de radiografia de tórax,
que só é recomendada nos casos graves que demandam internação. Em geral,
consolidação alveolar, pneumatoceles, derrames pleurais e abscessos sugerem
etiologia bacteriana. O padrão intersticial está mais frequentemente associado a vírus
e Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia pneumoniae. Esses são agentes
causadores de pneumonias atípicas.
Os demais exames complementares são inespecíficos e de emprego
questionável. O leucograma, em geral, nas PAC bacterianas mostra leucocitose,
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2.4. Tratamento
No Brasil, considerando-se os valores atuais da concentração inibitória mínima
(CIM) necessária de penicilina para tratamento da PAC por pneumococo, não há
cepas com taxas de resistência absoluta. Doses habituais de penicilina e derivados
tratam de forma adequada as infecções pneumocócicas que não envolvem SNC.
Além disso, pode-se indicar a internação de crianças com PAC nas seguintes
situações: paciente com insuficiência respiratória aguda, suspeita de pneumonia
estafilocócica ou por germe Gram-negativo, sarampo, varicela ou coqueluche
precedendo a PAC, imunodepressão e pneumonia hospitalar. O tratamento da PAC é
geralmente empírico, pois é raro identificar sua etiologia antes da introdução da
antibioticoterapia.
2.5. Prevenção
Atualmente, o Brasil dispõe das vacinas pneumocócicas 13-valente (7 sorotipos
+ 1, 5, 7F, 3, 6A, 19A) e 10-valente (7 sorotipos + 1, 5, 7F), sendo a última disponível
na rede pública de saúde.
3. Asma
A asma é a doença crônica mais frequente na infância em todos os países do
mundo. Trata-se de uma condição complexa, com interações genéticas e ambientais
e cujo manejo não sofre modificações há várias décadas. Não existe tratamento
específico para asma e, por isso, é preferível utilizar o termo “manejo" para as
ferramentas utilizadas como tratamento. Sua prevalência varia de 10 a 30% na maioria
dos países do mundo.
A inflamação crônica está associada à hiper-responsividade das vias aéreas,
que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse,
particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios são uma
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3.1. Epidemiologia
Doença crônica mais prevalente na população infantil. Estima-se que, no Brasil,
a prevalência de asma entre escolares e adolescentes situe-se em 19% e 24%,
respectivamente, com algumas variações regionais. Sendo a 4ª causa de
hospitalização no Brasil, considerando todos os grupos etários.
Sob o ponto de vista hospitalar, as crises agudas podem ser responsáveis por
até 10% das admissões em salas de emergência e de 2 a 7% das internações em UTI
pediátrica. Estima-se que cerca de 1 a cada 600 asmáticos experimentará um episódio
de asma aguda grave no curso de 1 ano.
A taxa média de mortalidade global atribuída à asma no Brasil, entre 1998 e
2007, foi de 1,52/100.000 habitantes (variação: 0,85 a 1,72/100.000 habitantes), com
estabilidade na tendência temporal desse período.
3.2. Etiologia
Em um hospedeiro suscetível, as respostas imunes às exposições comuns das
vias aéreas (vírus respiratórios, alérgenos, fumaça de cigarro, poluentes do ar) podem
estimular inflamação patogênica e prolongada e o reparo aberrante dos tecidos
lesionados das vias aéreas. Há desenvolvimento de disfunção pulmonar (AHR, menor
fluxo de ar) e remodelamento das vias aéreas. Esses processos patogênicos em um
pulmão em crescimento durante o início da vida afetam de forma adversa o
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crescimento e a diferenciação das vias aéreas, fazendo com que sejam alteradas em
idades maduras. Após o desenvolvimento da asma, as exposições inflamatórias
contínuas parecem piorá-la, provocando persistência da doença e maior risco de
exacerbações graves.
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3.2. Fisiopatologia
Broncoespasmo, edema de mucosa e hipersecreção que se desenvolvem na
crise aguda de asma promovem um aumento exagerado na resistência ao fl uxo aéreo
e que é potencializado, especialmente nas crianças menores de 5 anos, pelo diminuto
calibre de suas vias aéreas inferiores. Uma vez que, na expiração, as vias aéreas
reduzem ainda mais seu calibre, há um progressivo alçaponamento de ar nas
unidades alveolares. Consequentemente, o volume corrente torna‑se
progressivamente menor. No sentido de manter o volume minuto, desenvolvem‑se os
seguintes mecanismos compensatórios:
• aumento na frequência respiratória, porém, altas frequências causam um fluxo
aéreo turbulento e dificultam ainda mais as trocas gasosas;
• utilização da musculatura acessória; visando a aumentar a pressão negativa
intratorácica para aumentar o volume corrente, ocorre um aumento progressivo
no esforço respiratório que é proporcional à intensidade da obstrução aérea
À medida que o quadro evolui, há uma progressiva diminuição do volume
corrente, com aumento da hipoxemia e, nos estágios finais, hipercapnia.
O aumento progressivo do trabalho muscular e a hipoxemia decorrentes da
manutenção da obstrução nas vias aéreas inferiores manifestam‑se como acidose
metabólica (hipóxia tecidual). Por outro lado, no caso de haver retenção de CO2
concomitante, ocorre acidose mista, que tem um prognóstico pior e exige medidas
mais agressivas.
A hipóxia (associada ou não à hipercapnia) pode levar a alterações da
consciência (agitação/prostração), resposta cardiovascular com taquicardia inicial e
posterior bradicardia e hipotensão, com consequente choque e parada
cardiorrespiratória.
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3.3. Diagnóstico
• Predominantemente clinico
• Prova de função pulmonar → espirometria confirmando a redução do fluxo
ventilatório e diminuição de VEF1, sendo possível para crianças > 5 anos, com
prova broncodilatadora usando beta 2 agonista.
• Responsividade das vias aéreas → teste de metacolina ou histamina
• Exames hematológicos → níveis de IgE total e especifica.
• Exame de imagem → RX tórax, podendo mostrar hiperinsuflação pulmonar em
casos mais graves; a TC pode mostrar áreas de bronquiectasia nos pacientes
com asma grave, e pode haver espessamento das paredes brônquicas, mas
tais alterações não são específicas da asma.
3.4. Tratamento
Os principais fármacos usados na asma podem ser divididos em
broncodilatadores, que proporcionam alívio rápido dos sintomas, principalmente em
razão do relaxamento da musculatura lisa das vias aéreas; e fármacos de manutenção
profiláticos, que inibem o processo inflamatório subjacente.
• Broncodilatadores: beta 2 agonistas, que relaxa as células musculares lisas e
inibe algumas células inflamatórias, em especial os mastócitos.
• Anticolinérgicos: antimuscarinicos impedem a broncoconstrição e secreção de
muco.
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4. Bronquite aguda
É uma inflamação brônquica inespecífica. A bronquite aguda é uma síndrome,
geralmente de origem viral, com tosse como característica proeminente.
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4.2. Diagnostico
Os achados ao exame físico variam com a idade do paciente e a fase da
doença. Achados iniciais são ausentes ou incluem febre baixa e sinais respiratórios
superiores, tais como nasofaringite, conjuntivite e rinite. A ausculta do tórax pode não
ser significativa nessa fase inicial. Conforme a síndrome progride e a tosse piora, os
sons respiratórios pioram, com estertores finos e rudes e sibilos difusos de alta
frequência.
Radiografias de tórax são normais ou podem ter imagens brônquicas
aumentadas. O principal objetivo do clínico é excluir pneumonia, que mais
provavelmente é causada por agentes bacterianos que exigem antibioticoterapia.
Ausência de anormalidade dos sinais vitais (taquicardia, taquipneia, febre) e um
exame físico normal do tórax reduzem a probabilidade de pneumonia.
4.3. Tratamento
Não há terapia específica para bronquite aguda. A doença é autolimitada, e
antibióticos, embora frequentemente prescritos, não aceleram a melhora. Mudanças
frequentes de posição podem facilitar a drenagem pulmonar em lactentes. As crianças
mais velhas ficam, às vezes, mais confortáveis com ar umidificado, mas isso não
encurta o curso da doença. Supressores da tosse podem produzir alívio dos sintomas,
bem como aumentar o risco de supuração e secreções espessas e, portanto, devem
ser usados criteriosamente.
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