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CURSO BÁSICO DE

SEGURANÇA EM INSTALAÇÔES E
SERVIÇOS EM ELETRICIDADE – NR 10

REVISÃO: Abril/2019

1
O profissional autorizado deve receber treinamento de no
mínimo 40 horas (Básico - Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade) com os seguintes requisitos:

 Introdução à segurança com eletricidade;  Rotinas de trabalho – Procedimentos:


 Riscos em instalações e serviços com eletricidade:  Instalações desenergizadas;
 O choque elétrico, mecanismos e efeitos;  Liberação para serviços;
 Arcos elétricos;  Sinalização;
 Campos eletromagnéticos;  Inspeções de áreas, serviços, ferramental e
 Medidas de Controle do Risco Elétrico: equipamento;
 Desenergização;  Documentação de instalações elétricas;
 Aterramento funcional (TN / TT / IT);  Riscos adicionais:
 Aterramento de proteção;  Altura;
 Aterramento temporário;  Ambientes confinados;
 Equipotencialização;  Áreas classificadas;
 Seccionamento automático da alimentação;  Umidade;
 Dispositivos a corrente de fuga;  Condições atmosféricas;
 Extra baixa tensão;  Proteção e combate a incêndios:
 Barreiras e invólucros;  Noções básicas;
 Bloqueios e impedimentos;  Medidas preventivas;
 Obstáculos e anteparos;  Métodos de extinção;
 Isolamento das partes vivas;  Acidentes de origem elétrica:
 Isolação dupla ou reforçada;  causas diretas e indiretas;
 Colocação fora de alcance;  discussão de casos;
 Separação elétrica;  Primeiros socorros:
 Normas Técnicas Brasileiras – ABNT NBR;  Noções sobre as lesões;
 Normas Regulamentadoras do MTE:  Priorização do atendimento;
 Norma Regulamentadora NR-10;  Aplicação de respiração artificial;
 Qualificação; habilitação; capacitação e autorização;  Massagem cardíaca;
 Equipamentos de proteção coletiva e individual;  Técnicas para remoção e transporte de acidentados;
 Responsabilidades;  Práticas.

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VIVER COM SEGURANÇA

1- SEGURANÇA COM ELETRICIDADE

2- RISCOS ELÉTRICOS
• CHOQUE ELÉTRICO (contato com a energia elétrica)
• ARCO ELÉTRICO (irradiação da energia elétrica)
• CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS (indução da energia elétrica)
• INCÊNDIO (fogo sem controle em instalações elétricas)

3- TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS


• ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS

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4- MEDIDAS DE CONTROLE

4.1- SISTEMAS PREVENTIVOS DE PROTEÇÃO COLETIVA


 Procedimento de Desenergização
 Proteção Coletiva por Extra Baixa Tensão
 Proteção por EPC e uso coletivo de EPI
 Omissão de proteção em BT

• PROTEÇÃO BÁSICA PARA EVITAR CONTATO DIRETO;

 Proteção total por isolamento das partes vivas


 Proteção total por barreiras e invólucros
 Proteção parcial por limitação da tensão
 Proteção parcial por obstáculos e anteparos
 Proteção parcial por colocação fora de alcance
 Proteção parcial por sinalização e isolamento

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Módulo II
• PROTEÇÃO SUPLETIVA PARA EVITAR CONTATO INDIRETO;
 SISTEMAS DE ATERRAMENTO
 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO PRINCIPAL
 SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DA ALIMENTAÇÃO
 DISPOSITIVO COM TRANSFORMADOR DIFERENCIAL-
RESIDUAL: DR
 ISOLAÇÃO SUPLEMENTAR
 PONTUAL POR SEPARAÇÃO ELÉTRICA

• PROTEÇÃO ADICIONAL PARA SITUAÇÕES ADVERSAS


COM ALTO RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO;
 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO SUPLEMENTAR
 DR DE ALTA SENSIBILIDADE

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4.2- PROTEÇÃO CONTRA AGENTES DE EFEITOS TÉRMICOS
• CENTELHAMENTO INVOLUNTÁRIO
• CORRENTES DE FALTA À TERRA
• SOBRECORRENTES
• SOBRETENSÕES
• DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
• MAU CONTATOS
5- NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS
• NORMAS ABNT
6- NORMAS REGULAMENTADORAS DO MTE
• NORMA REGULAMENTADORA NR-10

6
7- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
8- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
• LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

9- MEDIDAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA NAS ROTINAS DE TRABALHO


• FORMAÇÃO E TREINAMENTO
• PLANEJAMENTO DE SERVIÇOS
• PROCEDIMENTOS DE TRABALHO
• LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS
• INSPEÇÕES DE SEGURANÇA

10- PRONTUÁRIO PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS - PIE

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11- RISCOS ADICIONAIS

• RISCO DE ATAQUE DE ANIMAIS


• RISCO DE ALTURA
• RISCO EM ESPAÇOS CONFINADOS
• RISCO EM ÁREAS CLASSIFICADAS
• RISCO DE UMIDADE
• RISCOS OCUPACIONAIS
• RISCO DE QUEIMADURA

12- PROTEÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS

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13- ACIDENTES ELÉTRICOS

14- PRIMEIROS SOCORROS

15- RESPONSABILIDADES

FIM

9
1 - SEGURANÇA COM ELETRICIDADE

A energia elétrica se manifesta através do trabalho de transformação em outras


formas de energia. É organizada na forma de grandezas.
A energia elétrica oferece riscos com efeitos nocivos aos seres vivos e incêndios
em instalações mal projetadas ou sem manutenção.

Os acidentes elétricos são decorrentes do risco de choque elétrico, descarga


elétrica (com queimaduras internas, fibrilação ventricular no coração ou queda
por contração muscular brusca), do risco de arco elétrico (queimaduras externas
por radiações ionizantes e não-ionizantes), dos riscos decorrentes da exposição
aos efeitos de campos eletromagnéticos e dos riscos decorrentes de um incêndio
provocado por falhas de manutenção e de projeto, tais como mau contato, sobre-
correntes e falta de isolação à terra.

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PRINCIPAIS RISCOS COM ENERGIA
ELÉTRICA

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Quanto maior a tensão mais perigoso é o equipamento ou a instalação; o
que lesa e fere é a corrente elétrica passando pelo corpo ou pelo ar e o
que torna a eletricidade perigosa é a potência, a combinação de tensão
alta com corrente alta.
A eletricidade não admite improvisações, ela não tem cheiro, não tem
cor, não é visível e no SEP - Sistema elétrico de potência, não possui
proteções para os seres vivos e no contato direto ou indireto pode ser
fatal.

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CHOQUE ELÉTRICO

Atualmente com o domínio da ciência da eletricidade, o ser humano


usufrui de todas formas de trabalho da energia.
Construídas as primeiras redes de energia elétrica, tivemos vários
benefícios, mas apareceram também vários problemas de segurança,
sendo mais comum o risco de choque elétrico.

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A RESISTÊNCIA
DO CORPO HUMANO

INTERNA
Ri3  100  Ri1  200 
 500 

Rit  500 
EXTERNA

pele úmida

0
Ri2  200 

pele sêca

 de 1000 a 2000 
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EFEITOS E SEQUELAS DO
CHOQUE ELÉTRICO

Intensidade Efeito
10 a 100 μA Fibrilação ventricular em pacientes
“eletricamente sensíveis”, cateterizados
1 mA Percepção cutânea
5 mA Contrações musculares dolorosas

20 mA Impossibilidade de se libertar da fonte de


corrente (“Limiar de Não Largar”)

30 mA Possibilidade de asfixia, se t > 1/2 segundo


e se o trajeto atinge o diafragma
70 mA Fibrilação ventricular se t = 1 minuto
5A Queimaduras, asfixia, fibrilação

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TENSÃO RESIDENCIAL DE 127 V

Cálculos da quantidade de corrente que pode transitar pelo


corpo humano com 127V:
R = Resistência () I= E
E = Tensão (V) R
E I = Intensidade de corrente (A)
 = ohm.
R I V = Volt.
A = Ampére.
COM A PELE SECA COM A PELE ÚMIDA
Rt = RC + RH = 0 + 500 = 500 
Rt = RC + RH = 2000 + 500 = 2500  C = contato
H = humano

E/R=127/2500 = 0,050 = 50 mA E/R = 127/500 = 0,254A = 254 mA


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ELETROCUSSÃO – Ação intencional de execução
ELETROPLESSÃO – Morte acidental numa ocorrência elétrica.
A compreensão do mecanismo do efeito da corrente elétrica no
corpo humano é fundamental para a efetiva prevenção e
combate aos riscos provenientes do choque elétrico.
Em termos de riscos fatais, o choque elétrico, de um modo
geral, pode ser analisado sob dois aspectos:
- Correntes de choques de baixa
intensidade, com
acidentes de baixa tensão, sendo o efeito mais
grave a considerar as paradas cardíacas e
respiratórias
- Correntes de choques de alta
intensidade com
acidentes de alta-tensão, sendo mais grave o
efeito térmico como queimaduras no corpo
humano.
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Tipos de choques elétricos

Choque estático

Choque dinâmico

Descargas atmosféricas

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CHOQUE DINÂMICO
O toque acidental em partes energizadas de equipamentos e instalações
acontece por queda de cabos, defeito, fissura ou rachadura na isolação,
painéis abertos ou acesso intencional, no caso de ladrões e suicidas.
A tensão de toque é a diferença de potencial em relação à terra que o
trabalhador fica exposto ao tocar acidentalmente num fio do circuito
energizado.

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O choque dinâmico é o mais perigoso, porque a energia elétrica
mantém o ser vivo energizado, ou seja, a corrente de choque persiste
continuamente enquanto as proteções não atuarem ou alguém intervir
e desligar a alimentação.
Os animais morrem com descargas elétricas na rede aérea.

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Mesmo pessoas que suportam o choque elétrico, devido a alta isolação
da pele e baixa sensibilidade a dor, também podem sofrer lesões graves
por choque elétrico.

O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque


elétrico nos primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente
passando pelo corpo, os órgãos internos e externos vão sofrendo
consequências.

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O choque elétrico pode produzir diversos efeitos, tais como:
• Aquecimento interno dos órgãos devido a passagem da corrente
de choque;
• Tetanização (rigidez) dos músculos

• Superposição da corrente do
choque com as correntes neuro
transmissoras que comandam
o organismo humano, criando
uma pane geral e o estado de
morte aparente

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• Comprometimento do coração, quanto ao ritmo de batimento
cardíaco e à possibilidade de fibrilação ventricular;
• Efeito de eletrólise, mudando a qualidade do sangue;
• Comprometimento da respiração;
• Prolapsia, isto é, o deslocamento dos músculos e órgãos internos
da sua devida posição;
• Comprometimento de outros órgãos,
como rins, cérebro, vasos, dos órgãos
genitais e reprodutores.

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Lesões não térmicas
• Espasmos musculares;
• Contração descoordenada do coração (fibrilação);
• Parada respiratória e cardíaca, morte aparente e óbito;
• Ferimentos resultantes de quedas e perda do equilíbrio.

Lesões térmicas
• Queimaduras de 1º, 2º e 3° graus nos órgãos, músculos e pele;
• Aquecimento e dilatação dos vasos sanguíneos;
• Aquecimento/carbonização de ossos e cartilagens;
• Queima de terminações nervosas e sensoriais;
• Queima das camadas gordurosas abaixo da pele
tornando-as gelatinosas.

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Prováveis locais por onde pode se dar o contato elétrico, o trajeto da
corrente elétrica e a porcentagem de corrente que passam pelo coração:

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ALTERAÇÕES CARDÍACAS

Corrente contínua (CC)


A fibrilação ventricular só ocorrerá se a corrente contínua for aplicada
durante um instante crítico, curto, específico e vulnerável do ciclo
cardíaco.

Corrente alternada (CA)


A partir de 0,02 A após um segundo pode haver a parada respiratória.
Especificamente as de 60 Hz, normalmente usada nos sistemas de
fornecimento de energia elétrica, é a mais perigosa, na qual a
possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular é maior.
Para correntes alternadas de frequências elevadas, acima
de 2.000 Hz, as possibilidades de ocorrência de choque
elétrico são pequenas, contudo ocorrerão queimaduras,
devido a corrente tender a circular pela pele.

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Espraiamento de corrente do choque elétrico

Devido à diferença da resistência elétrica e de seções transversais das


várias regiões do corpo humano, a corrente que provoca o choque
elétrico sofre, dentro de um indivíduo, uma distribuição interna
diferenciada: um espraiamento por diferentes órgãos.
A tensão de passo NÃO é menos perigosa do que a tensão de toque.
O espraiamento pode ser iniciado por macro-choque ou
micro-choque:

O macro- choque é definido quando a corrente do


choque entra no corpo humano pelo lado externo.

O micro- choque é o choque elétrico


que ocorre no interior do corpo
humano devido alguma condição
adversa na pele.

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Espraiamento de corrente do choque elétrico

I M

PERCURSO DA CORRENTE

1. Passagem de corrente
pelo pé direito.

2. Passagem de corrente pelo


1 2 pé esquerdo; situação mais
grave (órgãos vitais).

28
Espraiamento de corrente no coração

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Para entender os efeitos fisiológicos da passagem da corrente elétrica
pelo corpo humano, a IEC - Comissão Eletrotécnica Internacional fez
um estudo sobre o assunto que culminou na norma IEC 60479 e
estabeleceu zonas e faixas de corrente, em mili- Ampères (mA), que
podem ser prejudiciais ao ser humano.
Elas levam em conta a intensidade de corrente (em milésimos de
Ampères) e o período de exposição (em segundos).

A norma da IEC 60479 apontou também


outros fatores determinantes para a ação da
corrente elétrica no corpo humano, como a
frequência do sinal (em Hz), a densidade da
corrente (em mA/mm2) e o caminho
percorrido pela corrente.

30
– IEC 60479:1994 –
Efeitos fisiológicos da corrente elétrica

Homem adulto na faixa


etária profissional com
peso maior que 50 kg.

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Limiar de não - largar – IEC 60479

Se soltam:
curva 3 – 0,5% das pessoas
curva 2 – 50% das pessoas
curva 1 – 99,5% das pessoas

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Medidas Preventivas em caso de Choque

- Utilizar materiais, ferramentas e equipamentos em


conformidade com as normas técnicas;
- Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a
maneira correta de funcionamento da máquina, qual o tipo de
serviço a ser realizado, observar bem o local de trabalho,
levantando as possíveis interferências que poderão causar algum
dano;
- Intervir sempre com o circuito elétrico desenergizado;
- Ao manobrar interruptores de potência não permanecer muito
próximo para evitar o risco de descarga elétrica e de explosões
voltaicas;
- Sempre que realizar manobras em chaves seccionadoras ou
disjuntores pelo punho na alavanca de acionamento, utilizar luvas
isolantes com luvas de cobertura RA de acordo com a classe de
tensão do circuito a operar;
- Instalar barreiras com intertravamento elétrico

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- Instalar o DR 500 mA e o aterramento elétrico de proteção na entrada
da instalação para proteção contra incêndios e choques por contato
indireto e instalar o DR 30 mA na saída dos circuitos externos de locais
úmidos para proteção contra choques por contato direto;
- Manter uma distância segura da rede de alimentação (SEP);
- Utilizar placas de sinalização indicando que o circuito ou a máquina
estão energizados ou em manutenção;
- Trabalhe sempre com ferramentas isoladas como reforço de
segurança;
- E nunca é demais afirmar: COM ELETRICIDADE A PRINCIPAL
PREVENÇÃO DE ACIDENTES É O PLANEJAMENTO,
PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO CONFORME OS PROCEDIMENTOS
INTERNOS DA EMPRESA.
- Trabalhe acompanhado com alta tensão acima de 1 kV.

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ARCO ELÉTRICO
Toda vez que a corrente elétrica passa pelo ar ou outro meio isolante
(óleo isolante) ocorre um arco elétrico com radiação térmica.
O arco elétrico, centelha, flash, faísca ou arco voltaico é uma ocorrência
de curtíssima duração (menor que 1/2 segundo) e muitos são tão
rápidos que o olho humano não chega a perceber.
Os arcos elétricos ou voltáicos são extremamente quentes.
Próximo ao “raio laser", eles são a mais intensa fonte de calor na Terra.
Sua temperatura pode alcançar 20.000°C.

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Os arcos elétricos são eventos de múltipla energia, sendo considerado o
mais grave dos riscos elétricos, com forte explosão e energia acústica
acompanham uma intensa energia térmica.
Em ambientes de categoria III e IV (IEC 61010) uma onda de pressão
também pode se formar, sendo capaz de atingir quem estiver próximo
ao local da ocorrência.
Pessoas desprotegidas ou que estejam no raio de alguns metros de um
arco podem sofrer severas queimaduras.

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Consequência de arcos elétricos (queimaduras e quedas)

Se houver centelha com abertura de arco para algum ser vivo, a


temperatura da descarga é tão alta que destrói os tecidos do corpo.
Todo cuidado é pouco para evitar a abertura de arco próxima ou através
do operador. Também podem desprender-se partículas incandescentes
que queimam a pele do rosto e cegam ao atingir os olhos.
O arco elétrico pode ser causado por fatores relacionados ao local,
equipamentos, instrumentos, ferramentas, instalação ou as pessoas.

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Causas de arcos elétricos

O fenômeno de arco elétrico pode ocorrer em equipamentos elétricos


por uma ou mais das seguintes razões:
- Queda acidental de ferramentas metálicas em peças energizadas;
- Alinhamento incorreto de contatos em disjuntores removíveis;
- Conexões frouxas podem causar superaquecimento e um pequeno
arco, que pode progredir para um incêndio;
- Presença de roedores e insetos em painéis de distribuição e controle;
- Cabo e barramento com isolamento defeituoso.

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A quantidade de energia liberada durante um arco depende da corrente
de curto-circuito e do tempo de atuação dos dispositivos de proteção
contra sobrecorrentes.
Altas correntes de curto-circuito e tempos longos de atuação dos
dispositivos de proteção aumentam os danos do arco elétrico.

Além dos riscos de exposição aos efeitos


térmicos do arco elétrico, também está
presente o risco de ferimentos e quedas,
decorrentes das ondas de pressão que
podem se formar pela expansão do ar.

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Medidas Preventivas em caso de arco elétrico

- Interruptores com câmara de extinção de arco;


- Sistema de aterramento resistente ao curto-circuito;
- Corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível;
- Invólucros ou barreiras sólidas ao invés de coberturas ou telas;
- Equipamentos e componentes ensaiados para resistir aos arcos internos;
- Trabalhe sempre com ferramentas isoladas e instrumentos classificados;
- Seleção de tempos de interrupção muito curtos através de dispositivos
instantâneos ou através de dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor;
- Para medição dos circuitos utilizar apenas os instrumentos adequados,
evitando as improvisações e erros operacionais, que causam acidentes;
- Roupas RA - resistentes ao arco e ao fogo;
- Inspecionar os painéis com detectores infravermelho e ultrassom;
- Inspecionar internamente os painéis antes da sua abertura total.

40
CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS

Um campo elétrico é uma grandeza vetorial (função da posição e do


tempo) que é descrita por sua intensidade.
Em um campo eletromagnético, cargas elétricas estão sujeitas a uma
força de atração elétrica e magnética.
Um campo de atração elétrico é o campo de força provocado por cargas
elétricas ou por um sistema gerador de cargas.

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Campos elétricos
De acordo com o INMETRO, os campos elétricos são medidos em
volts por metro (V/m).
Experiências demonstram que uma partícula carregada com carga q,
abandonada nas proximidades de um corpo carregado com carga Q,
pode ser atraída ou repetida pelo mesmo sob a ação de uma força F.
A região do espaço ao redor da carga Q, em que isso acontece,
denomina-se campo de indução elétrica.
É quando ocorrem as descargas elétricas no espaço suficiente para
movimentação destas cargas pelo meio isolante.

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Efeito corona
Descargas aéreas em volta dos materiais condutores e isolantes
acontecem devido ao poder das pontas e quando o campo elétrico é
maior que a rigidez dielétrica do ar 30 kV/cm que pode ter sua isolação
afetada por umidade e temperatura.
Estas descargas que formam uma espécie de plasma com manto
luminoso são decorrentes de uma avalanche de elétrons partindo e se
mantendo na região espacial do campo de indução elétrico, corroendo e
deteriorando os materiais isolantes.
As descargas aéreas diminuem a vida útil
dos isoladores e são particularmente
perigosas em atmosferas explosivas.

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Efeito corona na rede elétrica
Fenômeno relativamente comum em redes primárias de distribuição e
linhas de transmissão com sobrecarga.
Devido ao campo elétrico muito intenso nas vizinhanças dos condutores,
as partículas de ar que os envolvem tornam-se ionizadas e, como
consequência, emitem radiação eletromagnética de largo espectro
quando da recombinação dos íons e dos elétrons.

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Detecção do efeito corona
O efeito corona ou coroa produz ruído sibilante audível em forma de
estalos, luz azulada, gerando uma perda de energia na rede.
É uma fonte de interferência eletromagnética de rádio frequência que
pode gerar problemas de recepção na região afetada.
O efeito corona pode diminuir com o aumento do diâmetro dos
condutores e diminui também aumentando a distância entre eles.
O efeito corona modifica a molécula de oxigênio gerando ozônio é
detectado por câmeras ultravioletas ou coletores ultrassônicos.

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Geração de ozônio
O ozônio também é gerado na atmosfera, pelas descargas atmosféricas
(raios de uma tempestade), e a quantidade produzida em uma
tempestade média é geralmente de 0,015 PPM – zero vírgula zero quinze
partes por milhão.
Os picos de atividade solar geram PEM no espaço e ozônio em grande
quantidade na nossa atmosfera.

46
Campos magnéticos

Denomina-se campo magnético toda região do espaço invisível na qual


se encontram linhas de força magnética.

O fato de um material ferromagnético ser atraído por um ímã é porque


ele pode ser magnetizado concentrando o fluxo na presença de linhas
de força magnética. A agulha da bússola é magnetizada e reage ás
linhas de fluxo terrestre.

Uma bússola nas proximidades de um outro campo a agulha da bússola


sofre desvio, assim como na corrente elétrica.

47
Materiais magnéticos

Os materiais são classificados em ferromagnéticos, paramagnéticos


e diamagnéticos.
Paramagnéticos - são materiais que possuem elétrons
desemparelhados e que, quando na presença de um campo magnético,
os spin se alinham, fazendo surgir dessa forma um ímã que tem a
capacidade de provocar um leve aumento na intensidade do valor do
campo magnético em um ponto qualquer. Esses materiais são
fracamente atraídos pelos ímãs. São materiais paramagnéticos: o
alumínio, o magnésio, o sulfato de cobre, etc.
Diamagnéticos – são materiais que se colocados na presença de um
campo magnético tem seus ímãs elementares orientados no sentido
contrário ao sentido do campo magnético aplicado. Assim, estabelece-
se um campo magnético na substância que possui sentido contrário ao
campo aplicado. São substâncias diamagnéticas: o bismuto, o cobre, a
prata, o chumbo, etc.

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Medidas Preventivas em caso de CEM

- Utilizar DPS para descarga segura de transientes;


- Manter uma distância segura da energia elétrica;
- Trabalhar sempre com o circuito elétrico desenergizado, conferir
ausência de tensão fase-fase, fase-terra e entrada-saída;
- Trabalhar com equipamentos classificados para o risco da instalação;
- Não usar nada com partes metálicas como relógios, pulseiras, anéis,
aliança, braceletes, piercing e correntes;
- Operação, manutenção e inspeção a uma distância segura da
instalação;
- Na baixa e alta tensão, providenciar o aterramento simultâneo
das três fases do circuito: linha morta é linha aterrada.

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2 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS
Os acidentes são materializações dos riscos associados a energias
perigosas presentes nas instalações, máquinas e equipamentos, sem
projeto e com procedimentos fracos.
Para reduzir a frequência dos acidentes, é preciso avaliar e controlar
previamente os riscos.
Para cada etapa do serviço deve ser observado:
• O que pode acontecer errado?

• Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?

• Quais são as consequências?

50
Efeitos das sobretensões transitórias (surtos):

51
A análise de riscos é um conjunto de métodos e técnicas de segurança,
que aplicados, identifica e avalia qualitativa e quantitativamente os riscos
que uma atividade representa.
Como resultado de uma análise de risco é a identificação prévia de
cenários de acidentes, suas frequências esperadas de ocorrência e a
magnitude das possíveis consequências.

52
Metodologias de análises de risco
Exemplos de ferramentas de segurança:
a) Análise Preliminar de Perigos (APP);
b) Análise Preliminar de Riscos (APR);
c) Procedimento “What-if” (O QUE - SE);
d) Análise de Riscos e Operabilidade (HazOp);
Energia perigosa
e) Análise por Árvore de Eventos (AAE);
f) Lista de Verificação “Chek-list” (LV);
g) Modelo causal de perdas (Dominó de Bird);
h) Outra metodologia equivalente apropriada.
Riscos

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Conceitos básicos

O Perigo é: Situação inerente a uma forma de energia ou condição de


risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à saúde das
pessoas por ausência de medidas de controle.

O Risco é: Capacidade de uma grandeza, como exemplo a eletricidade,


com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas.

O risco também pode ser definido através das seguintes expressões:


- combinação de incerteza e de dano;
- razão entre o perigo e as medidas de segurança;
- combinação entre o evento, a probabilidade e suas consequências.

A experiência demonstra que geralmente os grandes acidentes


são causados por eventos pouco frequentes, mas que causam
grandes danos.

54
Análise preliminar de riscos

A APR é um documento que é usado como evidência que o trabalho foi


planejado com segurança. É uma ferramenta de implementação das
medidas de controle dos riscos elétricos.

Análise de riscos complementar

É o processo que possibilita complementar a análise preliminar.


Pode ser uma ASL – Análise da situação local ou ART – Análise de
risco da tarefa.

Gerenciamento de riscos

Numa instalação industrial onde as energias processadas possuem


potencial para grandes impactos ambientais é aplicada a APP – Análise
preliminar de perigo onde os riscos são categorizados de acordo com o
histórico de frequência e consequência dos sinistros.

55
APP - Análise preliminar de perigo
CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DOS RISCOS

ALTA
MÉDIO MÉDIO MÉDIO ALTO ALTO
(ocorre)

CATEGORIA MÉDIA
DA frequência (esperado BAIXO MÉDIO MÉDIO ALTO ALTO
DE ocorrer)
OCORRÊNCIA BAIXA
(ocorrências (pouco BAIXO BAIXO MÉDIO MÉDIO ALTO
/ano) provável)

REMOTA
IRRELEVANTE BAIXO BAIXO MÉDIO MÉDIO
(improvável)

RELEVANTE
CONSIDERÁVEL CRÍTICA
PEQUENA (falha com
(falha exige (impede CATASTRÓFICA
(defeito) restrição de
operação manual) operação)
velocidade)

CATEGORIA DE consequência (GRAVIDADE)

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A classificação dos riscos quanto a severidade das consequências são:
● Categoria I - Desprezível - Quando as consequências / danos estão
restritas a área industrial da ocorrência do evento com controle imediato.
● Categoria II - Marginal - Quando as consequências / danos atingem
outras subunidades e/ou áreas não industriais com controle e sem
contaminação do solo, ar ou recursos hídricos.
● Categoria III - Crítica - Quando as consequências / danos provocam
contaminação temporária do solo, ar ou recursos hídricos, com
possibilidade de ações de recuperação imediatas.
● Categoria IV - Catastrófica - Quando as consequências / danos
atingem áreas externas, comunidade circunvizinha e/ou meio ambiente.

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APP - Análise preliminar de perigo
RISCO MEDIDAS DE CONTROLE
INSPEÇÕES
IRRELEVANTE
MANUTENÇÃO CORRETIVA PROGRAMADA DENTRO DA PREVENTIVA

BAIXO MANUTENÇÃO CORRETIVA

MELHORIAS NO EQUIPAMENTO
MÉDIO SUBSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO
REDUÇÃO DA PERIODICIDADE DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
(perfil da mão-de-obra, nível de segurança, treinamento)
ALTO PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO
PROCEDIMENTOS PARA EMERGÊNCIA

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APP - Análise preliminar de perigo
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO
TAREFA Medir tensão com o uso do multímetro analógico na saída do disjuntor de baixa-tensão.

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO

DETECÇÃ CLASSE
OPERAÇÕES RISCO EFEITOS FREQUÊNCI consequência MEDIDAS DE CONTROLE
O DO
A (gravidade)
RISCO

Abrir o quadro
Nada
geral de baixa NC NC NC NC NC NC (Nada Consta)
Consta
tensão.

(1) Conferir a posição das pontas de


prova
no instrumento.
(2) Conferir a posição da chave
seletora
do instrumento.
Medir a Arco Nada Queima- Esperado (3) Utilizar apenas instrumentos em
Crítica Alto
tensão. Elétrico Consta duras Ocorrer bom
estado de conservação e dentro do
prazo
de validade de
calibração/inspeção.
(4) Utilizar luvas, óculos de segurança
e vestimenta padrão.

Fechar o
quadro geral
NC NC NC NC NC NC NC (Nada Consta)
de baixa
tensão.
59
4.1 - SISTEMAS PREVENTIVOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA
Medidas de controle dos riscos elétricos

As pessoas e os animais devem ser protegidos contra os perigos que


possam resultar de um contato direto ou indireto com partes condutoras
vivas da instalação.
Os dois princípios fundamentais de proteção contra choques elétricos
são:
• Partes vivas perigosas da instalação não devem estar acessíveis;
• Massas (carcaças condutoras) não devem apresentar
diferenças de potencial em relação ao terra local ou a outra
massa próxima acessível.

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As medidas preventivas de controle do risco de choque elétrico são:
Proteção básica total - Partes vivas de instalações elétricas devem
ser isoladas e protegidas e não devem ser acessíveis.
Supre proteção coletiva dos condutores energizados em condições
normais contra o contato direto com a energia elétrica;
Proteção básica parcial - Depende do indivíduo identificar e da
intenção pessoal em respeitar a proteção instalada.
Proteção supletiva - Massas ou partes condutivas acessíveis não
devem oferecer perigo, seja em condições normais, seja em caso de
alguma falha que as torne acidentalmente vivas.
Supre proteção coletiva das estruturas condutoras
em condições adversas de isolamento elétrico
contra o contato indireto com a energia elétrica.

61
As técnicas de proteção das pessoas contra os perigos devidos a
eletricidade podem ser também classificadas em dois grandes grupos:
Proteção passiva
Que trata das medidas visando isolar a corrente elétrica do contato com
seres vivos ou a impedir o contato com as partes energizadas.
Proteção ativa
Trata dos métodos que estabelecem a atuação dos dispositivos que
seccionamento dos circuitos elétricos todas as vezes que ocorrer uma
situação em que o valor ou o tempo de exposição da tensão possa
colocar em perigo a integridade física das pessoas.
As normas técnicas pedem para que as proteções
sejam combinadas uma de cada grupo.
No caso da ABNT NBR 5410:2004 pede para dar
preferência as proteções de equipotencialização e
seccionamento automático (ambas supletivas e
ativas).
62
Proteções combinadas
ABNT NBR 5410:2004

TN-C TN-S

O BEP é uma
extensão do
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BEF (TAP).
No caso de contato direto com partes vivas o choque elétrico
acontece quando se toca inadvertidamente o condutor vivo do circuito de
uma instalação de energia elétrica.
O choque acontece quando as partes do corpo tocam simultaneamente
duas linhas vivas (a proteção ativa por IDR não é 100% eficiente) ou
uma fase e a massa aterrada do equipamento.
A corrente elétrica do choque é atenuada pela:
• Resistência elétrica do corpo humano;
• Resistência do aterramento no ponto de alimentação;
• Resistência do calçado;
• Resistência do contato do calçado com o solo;
• Resistência da terra no local dos pés no solo.

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No caso de contato indireto através de massas energizadas o choque
ocorre quando regiões neutras eletricamente ficam energizadas devido a
uma fuga na isolação e aterramento das suas partes vivas.
No momento que flui a corrente de falta à terra as massas metálicas
ficam sujeitas a uma diferença de potencial, criando o risco de choque
elétrico.
Neste caso deve-se prover medidas de proteção supletiva que visam
suprir a proteção contra choques no caso da falha das proteções
básicas.

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Medidas especiais para proteção adicional devem ser consideradas
em locais sujeitos a umidade.
Medidas de proteção complementares contra efeitos térmicos evitam a
deterioração do isolamento e sua combustão, prejuízo do
funcionamento seguro da instalação e risco de queimaduras na
operação do processo.
O bloqueio do religamento automático e intertramentos mecânicos e
elétricos (uso da chave kirk com vestuário completo) também são
considerados como medidas básicas parciais de proteção coletiva.

66
4 - SISTEMAS PREVENTIVOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
PROTEÇÃO COLETIVA POR DESENERGIZAÇÃO
PROTEÇÃO COLETIVA POR EXTRA BAIXA TENSÃO
PROTEÇÃO COLETIVA POR USO DE EPC e EPI
PROTEÇÃO BÁSICA CONTRA CONTATOS DIRETOS
PROTEÇÃO TOTAL POR ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS
PROTEÇÃO TOTAL POR BARREIRAS e INVÓLUCROS
PROTEÇÃO PARCIAL POR LIMITAÇÃO DE TENSÃO
PROTEÇÃO PARCIAL POR OBSTÁCULOS e ANTEPAROS
PROTEÇÃO PARCIAL POR COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE
PROTEÇÃO PARCIAL POR SINALIZAÇÃO e ISOLAMENTO DE ÁREA
PROTEÇÃO SUPLETIVA CONTRA CONTATOS INDIRETOS
PROTEÇÃO POR ATERRAMENTO
PROTEÇÃO POR EQUIPOTENCIALIZAÇÃO PRINCIPAL
PROTEÇÃO POR SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO
PROTEÇÃO POR DR BAIXA SENSIBILIDADE
PROTEÇÃO POR ISOLAÇÃO SUPLEMENTAR
PROTEÇÃO PONTUAL POR SEPARAÇÃO ELÉTRICA INDIVIDUAL
PROTEÇÃO ADICIONAL PARA LOCAIS ÚMIDOS
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO SUPLEMENTAR
DR ALTA SENSIBILIDADE
PROTEÇÃO CONTRA EFEITOS TÉRMICOS
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS e QUEIMADURAS

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PROCEDIMENTO DE DESENERGIZAÇÃO

Todo acidente é causado pela ausência ou falha das medidas de


controle.
O procedimento de desenergização é o conjunto de etapas visando à
segurança pessoal dos “envolvidos ou não“ em sistemas elétricos.
É realizado no mínimo por duas pessoas quando o seccionamento
for feito no SEP - Sistema Elétrico de Potência acima de 1.000 V.
Somente serão considerados desenergizadas as instalações elétricas
liberados para trabalho, após a desenergização.

68
EXTRA-BAIXA TENSÃO
É comum o emprego da tensão de segurança abaixo de 50 V para
condições de trabalho desfavoráveis, como instalações em áreas
classificadas ou no trabalho com linha viva em ambientes úmidos.
As condições são favoráveis a choque elétrico no ambiente úmido, pois
a resistência do corpo humano é diminuída e a isolação elétrica dos
equipamentos fica comprometida.
Equipamentos de solda empregados em espaços confinados, como
solda em tanques, também requerem que as tensões empregadas
sejam menores que a tensão limite de segurança.
A proteção por extra-baixa tensão consiste em empregar uma
fonte da baixa tensão ou uma isolação elétrica confiável, se a
tensão extra baixa for obtida de circuitos de alta-tensão.

69
A extra-baixa tensão é obtida tanto através de transformadores
isoladores abaixadores, de baterias ou geradores.
O aterramento do circuito EBT pode ser SELV, PELV ou FELV:
• SELV (do inglês “safety by extra-low voltage”): Sistema de extrabaixa
tensão que é eletricamente separado do terra e com tensões inferiores
a 50V, como em piscinas e estacionamentos de campings, etc.
• PELV (do inglês “protected by extra-low voltage”): Sistema para
locais secos que é aterrado e também separado de outros sistemas.
Atenção:
• não aterrar o circuito de extra baixa tensão SELV;
• não fazer ligações condutoras com circuitos de maior tensão;
• não dispor os condutores de um circuito de extra-baixa tensão
em locais que contenham condutores de tensões mais elevadas.

70
Do ponto de vista da segurança estes métodos são excelentes, pois aqui
o fator de segurança é multiplicado por três, ou seja, multiplica-se pelos
três fatores: a isolação funcional, a isolação do sistema, no caso de
transformadores isoladores abaixadores e a redução da tensão.

Estes métodos de proteção tem suas desvantagens, como: grandes


secções transversais para os condutores de alimentação e,
frequentemente, construção de equipamentos de dimensões
relativamente grandes quando comparados com equipamentos que se
utiliza de tensões mais altas para o seu funcionamento.

RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO

Tensão nominal do circuito


Resistência de isolamento mínima em megaohms

Extra baixa tensão: Tensão de ensaio (Vcc):


- maior ou igual a 0,25 MΩ 250 V
71
OMISSÃO DE PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES EM BT

Admite-se omitir as proteções contra choques elétricos nos locais


acessíveis somente a pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5)
que deve estarem devidamente instruídas com relação às condições
do local e às tarefas a serem nele executadas.
Os locais devem ser sinalizados de forma clara e visível, por meio de
indicações apropriadas.
Não deve ser possível ingressar nos locais sem o auxílio
ou liberação de algum dispositivo especial.

72
Locais de serviço elétrico (Salas elétricas)

Nestes locais a ABNT NBR 5410/2004 admite o uso de medidas de


proteção apenas parciais ou mesmo a sua dispensa (omissão de
proteção).
Estes locais técnicos abrigam equipamentos elétricos, sendo proibido o
ingresso de pessoas que não sejam autorizadas, BA4 advertidas e BA5
qualificadas a trabalharem em locais fechados.

O acesso a esses locais é restrito apenas aos


funcionários que reconhecem os riscos elétricos ou
possuem treinamento na área elétrica e técnicos
habilitados responsáveis.
Além do acesso restrito, internamente estes locais devem
garantir a segurança contra choques mantendo uma
distância mínima de segurança nas passagens
destinadas à manutenção e operação.

73
PROTEÇÃO POR ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS

Isolamento elétrico
É a ação destinada a impedir todo o contato direto com as partes vivas
da instalação elétrica ou indireto através de dispositivos e ferramentas.
As partes vivas devem ser completamente recoberta por uma isolação
que só possa ser removida através de sua destruição.

A imagem mostra um fio magnético, Isolação (verniz) danificada, neste


esmaltado, em bom estado. caso por sobreaquecimento.

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A isolação reforçada é um tipo de isolação única aplicada às partes
vivas de condutores que assegura um grau de proteção contra choques
elétricos equivalentes ao da dupla isolação.
A expressão "isolação única" não implica que a isolação deva constituir
uma peça homogênea. Ela pode comportar diversas camadas
impossíveis de serem ensaiadas isoladamente, como isolação básica ou
como isolação suplementar.
Na prática podemos considerar os condutores com isolação reforçada.
Os cabos podem ser instalados em locais inacessíveis sem a utilização
de invólucros/barreiras (eletrodutos, calhas fechadas, etc.), sendo
constituído de isolação (2) e cobertura (4) em composto termo plástico
de PVC, não sendo considerada pelo fabricante a função de isolação da
camada de cobertura (4), considerando-se esta somente como proteção
contra influências externas.
4 2

75
Isolação de um cabo elétrico

Cabo unipolar: cobertura preta;


Cabos multipolares (2, 3 e 4 condutores): veias numeradas e cobertura
preta.
Temperaturas máximas do condutor: 70°C em serviço confinado, 100 ° C
em sobrecarga e 160 ° C em curto-circuito.
1. Condutor
. material: fio de cobre nu, têmpera mole;
. forma: redonda normal, compacta ou setorial;
. encordoamento: classe 2.
2. Isolação
Composto termoplástico de PVC em chumbo antichama.
3. Enchimento
Composto termoplástico em PVC sem chumbo.
4. Cobertura
Composto termoplástico antichama de PVC sem chumbo.

76
Isolação com madeira em painéis

Madeira sem tratamento é combustível e atrai cupins.

77
PROTEÇÃO POR BARREIRAS E INVÓLUCROS

As partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de


barreiras que são para impedir todo contato
de qualquer parte do corpo com as partes
vivas da instalação elétrica.
As barreiras e invólucros devem ser fixados
de forma segura e também possuir robustez
e durabilidade suficiente para manter
apropriada separação das partes vivas.
O invólucro cobre todo volume elétrico em
todas as direções.

78
As barreiras e invólucros devem:
• Impedir que seres vivos toquem acidentalmente as partes vivas;
• E garantir que as pessoas sejam advertidas de que as partes
protegidas são vivas e não devem ser tocadas intencionalmente.

79
BARREIRAS

80
ANTEPARO

81
82
83
INVÓLUCROS

84
Quando for necessário abrir ou remover as barreiras, abrir os
invólucros ou remover partes dos invólucros, tal ação só deve
ser possível:
• Com ajuda de chave ou ferramenta;
• Intertravamento. Acesso somente após desenergização
das partes vivas protegidas pelas barreiras ou invólucros
em questão, exigindo-se ainda que a tensão só possa
ser restabelecida após recolocação ou reposicionamento
das barreiras ou invólucros;
• Ser interposta uma segunda barreira, entre a barreira
ou a parte do invólucro a ser removido e a parte viva.
A barreira sinalizada protege pessoas não advertidas.

85
PROTEÇÃO PARCIAL POR LIMITAÇÃO DA TENSÃO

O valor máximo da tensão presumida de contato seguro (UL) adotado


na ABNT NBR 5410:2004 e ABNT NBR 14039:2005 é baseado nos
padrões internacionais. A tensão de contato (Uc) pode aparecer entre
massas dos equipamentos ou nos elementos condutores estranhos à
instalação, devido a um defeito de isolamento.

O valor máximo da tensão de contato para leigos e pessoas advertidas


que pode ser mantida indefinidamente, de acordo com a IEC 60479-1
é:
• 50 V em corrente alternada (valor eficaz) e 120 V em corrente
contínua, nas instalações internas ou abrigadas (situação 1),
• 25 V em corrente alternada (valor eficaz) e 60 V em corrente
contínua, nas instalações externas (situação 2).

86
Circuito acidental de aterramento

Tensão de toque é a tensão elétrica existente entre os membros


superiores e inferiores do indivíduo, devido a um choque dinâmico.

V toque < 50 V

87
Circuito acidental de aterramento

A tensão de passo é a tensão elétrica entre os dois pés que aparece no


solo por defeito de descarga de corrente intensa à terra no equipamento.

V passo < 50 V

Nos projetos de aterramento considera-se a distância entre os dois pés de 1


metro.
Pela figura apresentada, obtém-se a expressão:
V passo = (R corpo humano + 2R contato) x I choque
88
Duração máxima da tensão de contato presumida

IEC 60479-1

25 V 50 V

89
Duração máxima da tensão de contato – CA

Tensão de contato (V) Duração máxima (seg.)

< 50 Infinito

50 5

75 0,60

90 0,45

110 0,36

150 0,27

220 0,17

280 0,12
90
Duração máxima da tensão de contato – CC

Tensão de contato (V) Duração máxima (seg.)

< 120 infinito

120 5

140 1

160 0,5

175 0,2

200 0,1

250 0,05

310 0,03
91
PROTEÇÃO PARCIAL POR OBSTÁCULOS E ANTEPAROS

São destinados a impedir contatos acidentais com partes vivas, mas


não os contatos voluntários por uma tentativa deliberada de contorno
do obstáculo.

Os obstáculos físicos e anteparos isolantes devem impedir:

• uma aproximação física não intencional das partes vivas (por


exemplo, por meio de corrimãos ou de telas de arame);
• contatos não intencionais com partes vivas por ocasião de operação
de equipamentos sob tensão (por exemplo, por meio de telas ou
painéis sobre os seccionadores);
• a impossibilidade de acesso intencional por remoção dos mesmos.

92
Colocação de obstáculos em BT

93
ANTEPAROS ISOLANTES

94
ANTEPAROS ISOLANTES

95
PROTEÇÃO PARCIAL POR COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE

A colocação fora de alcance destina-se somente a impedir os contatos


involuntários diretos ou indiretos com partes vivas.

As distâncias mínimas em locais sem proteção para instalações de baixa


tensão precisam estar de acordo com a ABNT NBR 5410:2004 e as
instalações de média tensão precisam estar de acordo com a ABNT
NBR 14039:2005.

96
Colocação fora de alcance em BT – baixa tensão

Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais


diferentes devem se situar fora da zona de alcance normal.

97
Distâncias mínimas de circulação (Salas elétricas em BT)

98
Distâncias mínimas de circulação (Salas elétricas em BT)
Colocação de
anteparos protetores

99
Distâncias mínimas de segurança em BT
Os condutores nus devem ser instalados de forma que seu ponto mais
baixo observe as seguintes alturas mínimas em relação ao solo:
a) 5,50 m, onde houver tráfego de veículos pesados;
b) 4,50 m, onde houver tráfego de veículos leves;
c) 3,50 m, onde houver passagem exclusiva de pedestres.
Os condutores nus devem ficar fora do alcance de janelas, sacadas,
escadas, saídas de incêndio, terraços ou locais análogos. De forma
que os condutores devem atender a uma das condições seguintes:
a) estar a uma distância horizontal igual ou superior a 1,20 m;
b) estar acima do nível superior das janelas;
c) estar a uma distância vertical igual ou superior
a 3,50 m acima do piso de sacadas, terraços ou varandas;
d) estar a uma distância vertical igual ou superior
a 0,50 m abaixo do piso de sacadas, terraços ou varandas.

100
Colocação fora de alcance em MT – média tensão

Quando há o espaçamento, este deve ser suficiente para que se evite


que pessoas circulando nas proximidades das partes vivas em média
tensão possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou
por objetos manipulados ou transportados.

101
Distanciamento seguro
5 m
Calçadas

6m
Ruas

7m
Rodovias

9m
Ferrovias

102
Colocação fora de alcance

103
Aproximação perigosa

104
105
106
107
PROTEÇÃO PARCIAL POR SINALIZAÇÃO E
ISOLAMENTO

Placas e sinalizadores são ferramentas


padronizadas de comunicação visual e
sonora utilizadas para indicar perigo
(perigo de vida, proibições, etc.) e
situação de alerta dos equipamentos
(equipamentos energizados, não manobre
este equipamento, sobre carga, etc.).

108
A padronização de cores nos componentes visa à proteção de pessoas
que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que venham a
manobrar dispositivos elétricos.
Placas locais padronizadas alertam visualmente os riscos presentes
também para leigos.

109
O isolamento de área efetivo com uso de barreiras e invólucros se
aplica em locais de acesso ou trânsito de pessoas não advertidas.
Barreiras sólidas sinalizadas são muito mais eficientes do que
obstáculos e anteparos de fácil remoção. As barreiras sólidas e
invólucros travados são bloqueios físicos às áreas e espaços perigosos
enquanto que obstáculos de fácil remoção apenas advertem quanto a
aproximação insegura.

110
PROTEÇÃO POR ATERRAMENTO

O aterramento é uma ligação intencional à terra do circuito ou


equipamentos na instalação elétrica ou de massas condutoras.
Os sistemas de aterramento devem satisfazer às prescrições funcionais
da instalação e de segurança dos seres vivos.

111
O ponto de aterramento com eletrodos combinados deve ser único em
cada local da instalação, qualquer que seja sua finalidade:
- equipotencialização;
- aterramento móvel temporário de trabalho;
- aterramento elétrico de proteção;
- aterramento de neutralização de raios – SPDA; ou
- aterramento funcional.

Para casos específicos, de acordo com as prescrições


da instalação, o aterramento pode ser exclusivo (ETI),
ou até omitido no caso de isolamento suplementar,
onde a isolação é dupla ou reforçada.

112
Aterramento provisório móvel para emergência

113
Aterramento de proteção

114
PROTEÇÃO POR EQUIPOTENCIALIZAÇÃO

A equipotencialização é a garantia total de baixa impedância entre as


massas condutoras elétricas e não elétricas da instalação.
Podemos definir equipotencialização como o conjunto de medidas que
visam minimizar as diferenças de potenciais entre componentes de
instalações elétricas de energia e de sinal (telecomunicações, rede de
dados, CFTV e telefonia), prevenindo acidentes com as pessoas e
baixando a níveis
aceitáveis os danos tanto nessas instalações
quanto nos equipamentos a elas conectados.

115
A equipotencialização, o aterramento elétrico e o seccionamento
automático da alimentação se completam, de forma indissociável.
Quando a equipotencialidade e o referencial de terra não são o suficiente
para impedir o aparecimento de tensões de contato perigosas, entra em
ação o recurso do seccionamento automático, promovendo o
desligamento do circuito com a massa em que se manifesta a tensão de
contato perigosa.

116
A tensão de contato (Uc) em qualquer ponto da instalação não pode ser
superior à tensão de contato limite (UL ).
Esta regra é satisfeita se em cada edificação existir uma ligação
equipotencial principal, reunindo os seguintes elementos:
a) condutor(es) de proteção principal(is);
b) condutores de equipotencialidade principais ligados a canalizações
metálicas de utilidades e serviços e a todos os demais elementos
condutores estranhos à instalação, incluindo os elementos metálicos da
construção e outras estruturas metálicas;
c) condutor(es) de aterramento;
d) eletrodo(s) de aterramento de outros (eletrodo
de neutralização de descargas atmosféricas, etc.).

117

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