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GABRIELLA PACHECO – MED102 OBSTETRÍCIA MEDCEL 2024

VITALIDADE FETAL
1. Perfil Bio@sico Fetal: Avaliação do bem estar fetal.
• A3vidades bio4sicas:
o Ba3mentos cardíacos
o Movimentos respiratórios
o Movimentos corporais
o Tônus
• Volume de líquido amnió3co

Indicação:
• Cardiotocografia suspeita: Diminui falso posi3vo

• Pacientes com patologias: Reduzir prematuridade iatrogênica


o Hipertensas
o Endocrinopatas
o Doenças autoimunes
o Pneumopatas
o Cardiopatas
o Trombo@licas
o Nefropatas

• Doenças fetais:
o Anemias fetais
o CardiopaPas fetais
o Malformações fetais
o Infecções fetais

• Intercorrências da gestação de risco habitual:


o Restrição do crescimento fetal idiopáPca
o Pós-daPsmo
o Restrição do crescimento fetal
o Mau passado obstétrico
o Oligoidrâmnio
o Polidrâmnio
o Rotura prematura das membranas ovulares
o Gemelaridade
o Placenta prévia

O PBF fundamenta-se na hipótese de que as variáveis bio4sicas fetais refletem a integridade funcional do sistema nervoso central e, como tal, espelham o estado
de oxigenação. Inclui:
• Cardiotocografia basal

• Ultrassonografia: Avalia os seguintes parâmetros


o Movimentos respiratórios
o Movimentos corpóreos
o Tônus fetal
o Avaliação do líquido amnióPco: Maior bolsão ou ILA
Teoria da Hipóxia Gradual: A sensibilidade dos centros que coordenam os parâmetros no SNC fetal tem desenvolvimento completado em diferentes idades
gestacionais. Sua sensibilidade à hipoxemia respeita a ordem inversa a sua formação.
Marcadores agudos:
1. Alteração da frequência cardíaca fetal: Cardiotocografia
2. Alteração de movimentos respiratórios
3. Alteração de movimentos corpóreos
4. Alteração de tônus

ATIVIDADES BIOFÍSICAS E SUAS ÁREAS DE CONTROLE


ATIVIDADE BIOFÍSICA ÁREA DE CONTROLE (SNC) IDADE GESTACIONAL (DE VISUALIZAÇÃO)
Tônus Córtex (área subcor3cal) 7,5 a 8,5 semanas
Movimentos corporais fetais Núcleo cor3cal 8 a 9 semanas
Movimentos respiratórios fetais Assoalho do quarto ventrículo 11 semanas
Cardiotocografia de repouso (aceleração transitória) Hipotálamo posterior e medula 20 semanas

Cardiotocografia: Esperado padrão a3vo, hipoa3vo/rea3vo, hipoa3vo/rea3vo bifásico (Zugaib-Behle), ou padrão normal ou tranquilizador (MS)
• 2 acelerações transitórias em até 40 minutos

Movimentos respiratórios: Esperado um ou mais episódios de movimentos respiratórios/torácicos, rítmicos com 30 segundos de duração.
• Avaliar pelo afastamento e aproximação de arcos costais ou pelo movimento em gangorra do diafragma
• Os movimentos respiratórios alteram antes da FCR em caso de corioamnioite.

Movimentos corporais:
• Presença de 1 movimento rápido e amplo ou
• Presença de 3 movimentos corporais lentos

Tônus: A3tude fetal em flexão.


• Presença de movimentação fetal sa3sfatória, movimentos de abertura e fechamento das mãos e movimentos de sucção.

Avaliação do Líquido AmnióPco: Marcador crônico do perfil bio4sico fetal.


• Produzido, em geral, pelos rins e pulmões. No terceiro trimestre é predominante pelos rins.

• Insuficiência placentária: Redução da perfusão renal, reduzindo a produção de líquido amnió3co.


GABRIELLA PACHECO – MED102 OBSTETRÍCIA MEDCEL 2024
• Classificação da quan3dade de líquido amnió3co pelo maior bolsão:
o Maior que 8 cm: Polidrâmnio
o 3 a 8 cm: Normal
o 2 a 3 cm: Reduzido
o Menor que 2 cm: Oligoâmnio
o Menor que 1 cm: Oligoâmnio grave

• Classificação da quan3dade de líquido amnió3co pelo índice de líquido amnió3co (ILA): Técnica em 4 quadrantes, soma do comprimento ver3cal do
maior bolsão em cenimetros, em gestações > 28 semanas.
o Maior que 25: Polidrâmnio
o 18 a 24,9: Aumentado
o 8,1 a 18: Normal
o 5,1 a 8: Reduzido
o Menor que 5: Oligoâmnio

Análise do PBF:
• Pontuação: de 0 a 10, sempre em números pares.
o 2 ponto se presente
o 0 ponto se ausente

ANÁLISE DO PERFIL BIOFÍSICO FETAL


PONTUAÇÃO TOTAL DO PBF INTERPRETAÇÃO
10/10 ou 8/10 (LA normal) ou 8/8 (sem CTG) Baixo risco de hipóxia ou asfixia fetal
8/10 com oligodrâmnio Provável hipoxia fetal crônica
6/10 (LA normal) Possível asfixia fetal ou resultado falso posi3vo
6/10 com oligodrâmnio Provável asfixia fetal
4/10 Alta probabilidade de asfixia fetal
2/10 ou 0/10 Asfixia fetal
MANNING, 1990
INTERPRETAÇÃO E CONDUTA DE ACORDO COM O RESULTADO DO PERFIL BIOFÍSICO FETAL DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ÍNDICES INTERPRETAÇÕES CONDUTAS
8 ou 10 (com líquido normal) Baixo risco de asfixia crônica e aguda Conservadora
8 (com oligoâmnio) Baixo risco de asfixia aguda Resolução de acordo com a idade gestacional
Provável asfixia crônica
6 (com líquido normal) Possível asfixia aguda Repe3r em 6 horas.
Baixo risco de asfixia crônica Se persis3r ≤ 6: Resolução
6 (com oligoâmnio) Provável asfixia aguda Protocolo de oligoidrâmnio
4 ou 2 ou 0 Provável asfixia aguda Resolução a par3r da viabilidade fetal
Provável asfixia crônica se ILA ≤

2. Dopplervelocimetria: Estudo da velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos do corpo (movimento do sangue no sistema cardiovascular).
• Circulação materna: Artérias uterinas
• Circulação Fetoplacentária: Artéria umbilical
• Circulação fetal: Artéria cerebral média e ducto venoso

Avaliação:
• Qualita3va: Forma da onda

• Quan3ta3va: Índices
o Índice de pulsaPlidade (IP): Sístole – diástole / velocidade média. Principal parâmetro
o Índice de pulsa3lidade para veias: Sístole – contração atrial / velocidade média
o Relação sístole / diástole
o Índice de resistência: Sístole – diástole / sístole

Indicação: Avaliar vasos que levam fluxo a placenta


• Insuficiência placentária:
o Hipertensão
o DM 1 e 2
o Trombofilias
o Cardiopa3as
o Doenças do colágeno
o Pneumopa3as restri3vas
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Dopplervelocimetria das artérias uterinas: É esperado que ocorra uma redução da resistência vascular ao longo da gestação.
• Ondas de invasão placentária:
o 1ª onda: Trofoblasto inters3cial promove a desorganização do musculo liso vascular.
o 2ª onda: Invasão da camada muscular média das artérias espiraladas, diminuindo a resistência vascular e aumentando o fluxo sanguíneo
placentário.
• Invasão trofoblás3ca inadequada: Manutenção da alta resistência vascular.
• Incisura protodiastólica bilateral após 24 a 26 semanas de gestação é preditor de pré-eclâmpsia
• Índice de pulsa3lidade > p95 risco de restrição de crescimento fetal.

Dopplervelocimetria da artéria umbilical: Reflete as condições da circulação útero-placenta


• Placenta inadequada
• Infartos placentários
• Tromboses no leito placentário

IP: Reflete a proporção de vilosidades coriais que estão realizando as trocas gasosas entre mãe e feto.

• Dopplervelocimetria de umbilical alterada:


o Centralização: Resposta hemodinâmica fetal, existência de aporte menor de nutrientes e oxigênio, hipoxemia.
§ Feto prioriza áreas nobres: Cérebro, coração e suprarrenais.
§ Não se relaciona com prognós3co do RN
§ Mecanismo de defesa fetal
Dopplervelocimetria da artéria cerebral média:
• Aumento da resistência da artéria umbilical
• Aumento do fluxo sanguíneo na diástole da artéria cerebral média
• Redução de seus índices de pulsa3lidade
• Vasodilatação de territórios nobres

Dopplervelocimetria do ducto venoso: Relação direta com acidose no nascimento


• Vasoconstricção dos demais territórios
• Aumento da pressão das câmaras cardíacas
• Alterações no território venoso fetal
• Determina momento do parto
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Conduta:
• IP < 1,0: Conduta conservadora
• IP entre 1,0 e 1,5: Medidas para prematuridade e parto
• IP > 1,5: Parto imediato
Resposta fetal à hipoxemia crônica:

Restrição de crescimento fetal:


• Restrição de crescimento fetal tardia (após 32 semanas): Fluxo de alterações dos parâmetros Doppler pode não ser tão linear como descrito
anteriormente.
• Doppler da ACM altera antes da artéria umbilical
• Relação cérebro-placentária (IP da ACM / IP da artéria umbilical) abaixo do percen3l 5: Risco de insuficiência placentária
• Parâmetro mais sensível para a detecção da restrição de crescimento tardia

Veia umbilical:
• Pulsações bifásicas ou trifásicas na veia umbilical são sinais indica3vos de anormalidade
• Anormalidade no fluxo do ducto venoso, com a onda ‘a’ ausente ou reversa.
• Em fetos hidrópicos, as pulsações na veia umbilical são indica3vas de grave comprome3mento do concepto, evoluindo para óbito em mais de 70% dos
casos.

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