Você está na página 1de 8

VITALIDADE VITAL

Luan Gaspar, Resumo aulas Hardwork

CARDIOTOCOGRAFIA ANTEPARTO

A cardiotocografia avalia no momento anteparto, 4 tipos de critérios:

 FC: NORMAL DE 110 A 160


 VARIABILIDADE DA FC: NORMAL DE 6 E 25
 PRESENÇA DE ACELERAÇÕES TRANSITÓRIAS: NORMAL É PELO
MENOS 2 EVENTOS NO INTERVALO DE 30 MIN
 DESACELERAÇÕES: PODEM SER:
-> TRANSITÓRIAS -> TIPO 1 (DIP 1) TARDIAS (DIP 2)
-> VARIÁVEIS: DIP UMBILICAL

O NORMAL É NÃO TER DESACELERAÇÕES.

Critério da aceleração transitória:

Fetos acima de 32 semanas : aumento de 15 batimentos com a duração de


15 segundos

Fetos abaixo de 32 semanas: normal aumento de 10 batimentos com


intervalo de 10 segundos

PARA SER NORMAL, EM UM TRAÇADO DE MEIA HORA, TEMOS QUE


TER DUAS ACELERAÇÕES;

O melhor critério para avaliação do bem estar fetal na cardiotocografia


anteparto são as presenças dessas acelerações.

Em relação as desacelerações (não é para ter) podemos dividir em :

Transitórias: dip 1 e dip 2

DIP 1 = fisiológico, temos a compressão do polo cefálico, que aumenta a


pressão intracraniana que estimula os barorreceptores na região temporal
e a partir daí acaba levando a estímulo vagal que leva a desaceleração da
fc.

Na imagem, observamos que o ápice da contração uterina é coincidente


com o Nadir (ponto mais baixo) da desaceleração, caracterizando o DIP1
que também pode ser chamado de DIP cefálico.
DIP 2 = PATOGNOMÔNICO DE SOFRIMENTO FETAL, não
necessariamente preciso correr para fazer o parto, mas tenho sofrimento
fetal, ocorre por compressão das artérias espiraladas na contração uterina,
que leva a diminuição da circulação sanguínea para a placenta, que leva
uma queda momentânea da oxigenação, e se essa oxigenação fetal cair
abaixo do nível critico (pao2 18 mmHg) começo a ter estímulo dos
quimiorreceptores que leva a aumento da PA por estimulo simpático, que
leva a estimulo de barorreceptor que leva a estimulo vagal e a queda da
frequência cardíaca (desaceleração)

Na imagem vemos o ápice da contração uterina não coincide com o Nadir


(ponto mais baixo) da desaceleração.

Variáveis : Dips umbilicais ( não relacionados com contratilidade uterina )

Nesse caso é o feto que aperta o cordão, onde momentaneamente ocorre


interrupção do fluxo sanguíneo no cordão umbilical, aumenta a resistência
vascular periférica no feto, levando a resposta vagal e queda da FC, o feto
percebe isso, solta o cordão, retornando ao normal. Pode ser em formato
de V, em formato em U, W.
Quando a cardiotocografia esta alterada nos podemos fazer um estimulo
sonoro na cabeça do feto, esperando uma resposta cardíaca, a resposta
cardíaca normal é o aumento da FC em 20 batimentos com a duração de 3
minutos. Sendo chamado feto reativo. Como mostrado na imagem.

Se o feto aumenta menos de 20 batimentos ou não manter por mais de 3


minutos para retornar a linha de base, eu chamo de feto hiporeativo.

E se tenho um feto sem resposta alguma, tenho um feto não reativo.

Até agora foi falado da cardiotoco anteparto, agora falando sobre a


cardiotoco intraparto.

CARDIOTOCO INTRAPARTO

TEMOS 3 TIPOS DIFERENTES

 Categoria 1 = normal
 Categoria 2 = suspeita
 Categoria 3 = alterada

Mais importante saber a 1 e 3, porque a dois é uma confusão, se não for 1


ou 3, consequentemente é 2 ( o que sobra )

Categoria 1 : normal

 FC fetal 110 a 160 (igual a anteparto)


 variabilidade da FC de 6 a 25 (igual a anteparto)
 aceleração transitória (não precisa ter, diferente da anteparto onde
era importante)
 desacelerações (DIP1 pode ter, DIP2 e DIP umbilical não pode ter)

Categoria 3: mais fácil de ver

 Variabilidade da FC fetal ausente


 Dip 2 ou Dip umbilical em mais de 50% do traçado
 Bradicardia
 Ritmo sinusoidal
Ritmo sinusoidal também classifica como categoria 3

Conduta:

 Categoria 1: nada
 Categoria 2: vigilância, observar se muda para 1 ou piora para 3
 Categoria 3: ressuscitação intrautero, retirar ocitocina, o2 na mae, hidratar
mae, mudar decúbito e observar 10 minutos. Se em 10 minutos não melhorar,
CESÁREA.

--X—

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

São 5 parâmetros: 4 agudos e 1 crônico

Agudos:

 Cardiotocografia = deve estar normal


 Movimento respiratório = pelo menos 1 movimento no intervalo de 30 minutos
 Movimento corpóreo = pelo menos 1 movimento rápido ou 1 movimento lento
 Tônus = em flexão com presença de movimentação de mãos
Crônico:

 Líquido amniótico = avaliar pelo ILA (índice de liquido amniótico )


ILA < ou 5 = oligoamnio = perde ponto = alterado (provável sofrimento fetal
crônico)
ILA 5,1 a 8 = liquido diminuído = não perde ponto
ILA 8,1 a 18 = normal
ILA 18,1 a 24,9 = liquido aumentado
ILA 25 ou mais = polidrâmnio = sinal vermelho, mas não perde ponto.

Se considerar a técnica de maior bolsão (gemelar)

 Oligoamnio = maior bolsão menor que 2


 Polidramnio = maior bolsão maior que 8
 Entre 2 e 8 = normal
A teoria da hipóxia gradual preconiza que conforme piora a hipóxia fetal
desaparecem os parâmetros agudos do perfil biofísico fetal na ordem inversa
ao seu desenvolvimento embriológico. Sendo assim, o primeiro parâmetro a se
alterar é a cardiotocografia, depois os movimentos respiratórios,
movimentos corpóreos e tônus. Essa teoria só é verdadeira para parâmetros
agudos. O volume de líquido amniótico, parâmetro crônico, não obedece tal
teoria.

Interpretação:

A nota vai até 10: cada parâmetro normal ganha nota 2, cada parâmetro alterado
ganha nota 0.

 Nota 10 = ok
 Nota 8 = perdeu cardiotocografia = ok
 Nota 6 = perdeu ponto na cardiotocografia + movimentos respiratórios = repetir
o exame em até 6 horas, se permanecer assim, realizar parto.
 Nota 4 = se for acima de 32 semanas = parto
 Nota 2 e 0 = fazer o parto imediatamente
 Oligoamio: sofrimento fetal crônico, pensar em parto.

---x---

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

A dopplervelocimetria pode ser utilizada em Obstetrícia para a avaliação


dos territórios uterino (artérias uterinas), placentário (artérias umbilicais),
arterial fetal (artérias cerebrais médias, artéria aorta) e venoso fetal (ducto
venoso, veia hepática).
Dopler da artéria uterina: geralmente no primeiro trimestre, quando temos
uma incisura protodiastólica é fator preditivo de restrição de crescimento
e pré-eclampsia.

Doppler da artéria umbilical: nele vejo função placentária, se tenho


aumento da resistência da artéria umbilical, significa que o feto esta
recebendo menos oxigênio.

Nessa figura temos uma diástole zero, onde 50% da placenta esta
comprometida.

Existe uma situação onde 90% da placenta está comprometida, chamada de diástole
reversa, como vemos na imagem:

Diástole reversa = indicação de parto imediato.

O que o feto faz quando recebe menos oxigênio?


Ele faz um mecanismo chamado centralização, é um mecanismo que manda mais
oxigênio para órgão nobres através de VASODILATAÇÃO e menos oxigênio para
órgãos não nobres com VASOCONSTRIÇÃO. (adaptação a hipóxia crônica)

Nobres para o feto:

 Cerebro (SNC)

 Coração

 Suprarrenal

‘’Isso explica o oligoamnio, por vasoconstricao renal, tem menor filtração; explicando o
sofrimento fetal.’’

No doppler: quando vejo vasodilatação de artéria cerebral média, significa feto


centralizado, com menos oxigênio, tentando compensar e mandar o2 para tecidos
nobres.

Lembrar do nome CENTRALIZAÇÃO, é o nome do mecanismo. Na centralização


ainda não existe indicação de parto, a indicação virá quando tiver alteração do ducto
venoso. Ducto venoso ( vaso pequeno que rouba sangue da veia umbilical e joga na
veia cava inferior ) quando houver alteração do ducto venoso é que indico parto.

Que alteração? Aumento do índice de pulsatividade calculado pelo aparelho.

 Índice menor que 1 = normal

 Índice maior que 1 = corticoide (se menor que 34s) e parto

 Índice maior que 1,5 = não faz nem corticoide, parto imediato.

----x----

Você também pode gostar