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RCP EM BEBÊS E CRIANÇAS

RCP
EM BEBÊS E CRIANÇAS
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RCP EM BEBÊS E CRIANÇAS

APRENDA A REALIZAR A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR DA FORMA


CORRETA NESSA FAIXA ETÁRIA

Nessa apostila vamos abordar tudo sobre RCP em bebês e crianças, um


procedimento muito importante, assim como a manobra de desengasgo em
lactentes.

CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES: BEBÊ OU CRIANÇA?

Primeiramente, precisamos entender que classificamos como bebês


pacientes de 0 a 1 ano (com exceção dos que estão na sala de parto).

E a partir de 1 ano até os primeiros sinais de puberdade (nos meninos, os


pelos no corpo e nas meninas, o início da formação das mamas), eles são
considerados crianças. Antigamente se falava em 7 ou 8 anos como a idade
limite da criança, mas hoje classificamos de acordo com esse aspecto fisiológico.
Atualmente, só classificamos a faixa etária de forma diferente na orientação de
uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático).
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RCP EM BEBÊS E CRIANÇAS

ETIOLOGIA DA PCR: O QUE DIFERE DO ADULTO?

Nos adultos, a maioria das paradas cardíacas são provenientes de


alguma arritmia cardiológica que vai ocasionar em uma PCR (Parada
Cardiorrespiratória) e, em alguns casos, é consequência de um processo de
deterioração. Quando falamos em Pediatria, raramente a etiologia, ou seja, o
motivo principal da parada cardíaca é cardiológico.

A causa mais comum de PCR em bebês e crianças é a hipóxia


(diminuição do aporte de oxigênio ou baixa concentração de oxigênio nos
tecidos), mas a parada cardiorrespiratória também pode surgir por conta de
algum outro quadro que vem se arrastando, infeccioso, respiratório ou de outro
tipo.

MONITORIZAÇÃO DOS SINAIS DE PCR

Por conta dessa diferença de etiologia que falamos, no caso de crianças


e bebês o que vale muito é a monitorização; assim não deixamos esse paciente
deteriorar por muito tempo (por conta de uma febre, taquicardia, falta de ar ou
quadro infeccioso prolongados, por exemplo) e observamos os sinais que são
gatilhos para a PCR, podendo evitá-la.

E aí vem a questão mais crítica: a maioria dos bebês e crianças que são
acometidos pela parada cardiorrespiratória desenvolvem uma lesão cerebral
grave por conta da necessidade de oxigenação que uma criança tem. Portanto,
nesses casos é mais importante ainda evitar essa intercorrência e a possível
sequela neurológica.

Além da monitorização, é preciso estar atento à fala dos pais, pois


ninguém melhor do que a mãe para conhecer a criança. Se uma mãe pede para
o profissional de saúde olhar a sua criança porque ela não está bem, ele deve
atender ao pedido e ficar atento aos sinais.

Já presenciamos casos em que a mãe comentou que o filho estava


prostrado e o profissional respondeu que a criança está bem porque está
“quietinha”. Mas não é assim. Se essa é uma criança agitada e está agora
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prostrada, esse é um sinal de alerta e temos que considerar tal comportamento


na nossa tomada de decisões.

RCP EM BEBÊS E CRIANÇAS

O foco é sempre prevenir, mas infelizmente a PCR acontece e, apesar de


ninguém gostar de presenciar um caso crítico desses, temos que saber atender
para minimizar os danos.

Algumas partes do procedimento são diferentes do que é feito nos adultos.


Primeiramente, nas crianças e bebês temos que priorizar a ventilação
mecânica exatamente porque nesses casos a causa não é cardíaca (a não ser
em pacientes congênitos e outras exceções).
Sendo assim, o atendimento vai depender do número de socorristas:

1 socorrista: havendo somente um profissional, ele deve variar a relação


compressão-ventilação, atendendo como se fosse um adulto (30 compressões
de alta qualidade para duas ventilações).
2 socorristas ou mais: no caso de pelo menos dois profissionais para atender
esse paciente, reduzimos o tempo para conseguir ventilar mais vezes por minuto
e garantir mais oxigenação. Assim, um fica na via aérea e o outro nas
compressões, fazendo 10 ciclos de 15 compressões de alta qualidade para duas
ventilações, sempre alternando a função dos socorristas após o término dessa
quantidade de ciclos.

Outro fator que precisamos considerar em crianças é que o coração delas


bate mais rápido, e, portanto, tem mais batimentos por minuto. Sendo assim, o
coração não precisa estar parado para ser considerado uma parada
cardiorrespiratória.
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Se a criança ou bebê estiver com menos de 60 batimentos por minuto com


sinais de hipoperfusão, isso significa que ele/ela está em PCR e temos que fazer
a RCP. Então quando o profissional de saúde checar o pulso da criança ou bebê
e perceber que esse paciente está arroxeado e com sinal de hipoperfusão, deve
atendê-lo com a RCP.

PARADA PRESENCIADA E NÃO PRESENCIADA

Quando nós temos uma PCR presenciada na criança ou bebê, isso quer
dizer que ela ficou em estado de pouca oxigenação durante um curto período,
então teoricamente teríamos tempo para chamar o socorro e trazer o DEA, se
estiver disponível, para depois iniciar a RCP.

Agora, se esse bebê “parou” e não sabemos quanto tempo ele teve de
parada cardíaca, precisamos primeiro fazer dois minutos de atendimento de
RCP para depois chamar o socorro.

Ou seja, se você presenciar a parada cardíaca, tem tempo para chamar


socorro, mas se você não presenciar, não pode chamar socorro no momento. É
preciso atender por pelo menos dois minutos para tentar mandar algum oxigênio
para aquele organismo e então depois chamar o socorro.

Temos que seguir isso à risca, pois apesar da ajuda ser importante, a falta
de ação imediata pode gerar sequelas rápidas e severas no organismo da
criança ou bebê atendido.

É claro que com os recursos tecnológicos de hoje, principalmente o


celular, que está sempre próximo, é possível atender e chamar ajuda quase que
ao mesmo tempo. Mas precisamos priorizar a assistência quando for necessário
para não aumentar a hipóxia do bebê.
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CUIDADOS NA VENTILAÇÃO

No adulto vemos às vezes uma negligência na ventilação por meio de


bolsa-válvula-máscara (Ambu). E quando estamos lidando com crianças,
pedimos sempre que as ventilações sejam de alta qualidade, mas sem
hiperventilar. Às vezes o profissional quer ventilar tanto que ele causa um
barotrauma, aumentando a elevação do tórax e diminuindo assim o retorno
venoso. Lembre-se: fazer bem-feito não é fazer muito! A American Heart
recomenda inclusive que essa assistência seja a mais próxima possível do
processo fisiológico de respiração.

ANOTAÇÕES

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