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INTRODUÇÃO
TRAUMA EM CRIANÇAS
As diferenças anatômicas mais significativas que precisam ser observadas no atendimento de uma
criança são:
Via aérea
• A criança possui uma laringe menor, por esse motivo, existe uma propensão para ela se
anteriorizar. Essa variação, provocaria uma flexão passiva da coluna cervical que deve ser
corrigida com a utilização de um coxim, abrangendo o dorso do paciente;
• As manobras de abertura das vias aéreas são realizadas com as mesmas manobras em
adultos. Se for necessário a introdução de um tubo orofaríngeo, o tubo deve ser introduzido
de forma delicada, sem a manobra de rotação em 180º, diretamente na orofaringe. O
emprego de um abaixador de língua pode ser útil;
• O método preferido para a obtenção inicial da via aérea é a intubação orotraqueal sob visão
direta, imobilizando e protegendo de forma adequada a coluna cervical;
• Quando não se pode manter a ventilação por dispositivo de máscara com válvula e balão ou
por intubação orotraqueal, uma via aérea de resgate com máscara laríngea (ML), máscara
laríngea de intubação (MLI) ou cricotireoidostomia por punção podem ser necessárias. A
cricotireoidostomia cirúrgica é raramente indicada em lactentes e crianças mais novas. Pode
ser realizada em crianças cuja membrana cricotireoidea for palpada facilmente (normalmente
aos 12 anos).
Trauma em populações especiais
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Ventilação
• A hipóxia é a causa mais comum de parada cardíaca em crianças. Entretanto, antes que haja
parada cardíaca, a hipoventilação causa acidose respiratória, que é a alteração mais comum
do equilíbrio ácido-básico durante a reanimação de crianças traumatizadas. Com ventilação
e perfusão adequadas, a criança é capaz de manter um pH relativamente normal.
• Na ausência de ventilação e perfusão adequadas, corrigir a acidose com bicarbonato de sódio
pode piorar a hipercarbia e a acidose.
• Quando necessário realizar uma drenagem torácica, os drenos de tórax e cateteres devem
ter tamanho adequadamente reduzido, pois quanto maiores os materiais, maior a chance de
causar pneumotórax ao invés de trata-lo.
• As lesões em crianças podem causar perda sanguínea significativa. A criança tem maior
reserva fisiológica, que permite a manutenção da pressão arterial sistólica em níveis normais,
mesmo na presença de choque;
Circulação e choque
TRAUMA EM GESTANTES
TRAUMA EM IDOSOS
O trauma é uma causa comum de morte no idoso. Com o aumento da idade, as doenças
cardiovasculares e o câncer superam a importância do trauma como a principal causa de morte. A
reanimação de doentes idosos exige cuidados especiais. O processo de envelhecimento reduz as
reservas fisiológicas. Doenças crônicas cardíacas, respiratórias e metabólicas podem
comprometer a capacidade de resposta do doente idoso ao trauma, ao contrário do que ocorre em
doentes jovens. que são capazes de compensar a agressão fisiológica imposta pelo trauma.
Doenças associadas, como diabetes, insuficiência cardíaca congestiva, doença coronariana,
doença restritiva e obstrutiva pulmonar, coagulopatia, doença hepática e doença vascular
periférica, além de serem mais comuns no idoso, prejudicam a evolução após o trauma. Além disso,
o uso crônico de medicamentos pode alterar a resposta fisiológica ao trauma e frequentemente
acarreta distorções na reanimação tanto no sentido de excesso quanto de insuficiência. A despeito
desses fatos, a maioria dos doentes idosos traumatizados se recupera quando tratadas
adequadamente. Uma reanimação pronta e agressiva e a identificação precoce de doenças clínicas
preexistentes e do uso de medicamentos costumam aumentar a sobrevivência nesse grupo de
doentes. O uso precoce de monitoração invasiva pode ser uma medida auxiliar valorosa para o
tratamento.
Trauma em populações especiais
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As características específicas que precisam ser observadas no atendimento dos pacientes idosos
são:
• A taxa de filtração glomerular no idoso é menor devido a perda e massa renal própria do
envelhecimento. Como consequência, a depuração da creatinina nos idosos é reduzida e por
isso está mais suscetível a lesões por hipovolemia, medicamentos e outras nefrotoxinas;
• A pressão sanguínea e a frequência cardíaca normais não indicam necessariamente
normovolemia. Pacientes idosos possuem reserva fisiológica limitada e podem ter dificuldade
para produzir resposta adequada ao trauma.
• O uso frequente de medicamentos pode provocar diferentes reações ao organismo do
paciente idoso:
1. Agentes bloqueadores beta-adrenérgicos podem limitar a atividade cronotrópica e os
bloqueadores dos canais de cálcio podem prevenir a vasoconstrição periférica e contribuir
para a hipotensão.
2. Os agentes anti-inflamatórios não hormonais contribuem para a perda de sangue em
razão de seus efeitos adversos na função plaquetária.
3. O uso crônico de anticoagulantes pode aumentar a perda de sangue e a incidência de
lesões cerebrais letais.
4. O uso crônico de diuréticos pode tornar o doente idoso cronicamente hipovolêmico e
levar a défices corporais totais de potássio e sódio.
TRAUMA EM ATLETAS
Devido a sua excelente condição, os atletas podem não manifestar precocemente sinais de
choque, como taquicardia e taquipneia. Eles também podem ter pressão arterial sistólica e
diastólica normalmente mais baixas.
TRAUMA EM OBESES
Os obesos têm desafios particulares quando traumatizados, porque sua anatomia pode
tornar procedimentos como a intubação mais difíceis e perigosos. Os exames diagnósticos, como
a ultrassonografia, a lavagem peritoneal diagnóstica (LPD) e a tomografia computadorizada (TC),
também são mais difíceis. Além disso, os obesos tipicamente têm doenças cardiopulmonares, que
limitam sua capacidade de compensação ao trauma e ao estresse. A rápida reanimação volêmica
pode exacerbar essas comorbidades de base.
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REFERÊNCIAS
1. American College of Surgeons, Advanced Trauma Life Suport, 10ª Edição, 2018.
2. American College of Surgeons, Advanced Trauma Life Suport, 9ª Edição, 2012.
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