Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EMERGÊNCIA E TRAUMA
TRAUMA NA GESTAÇÃO
Aula nº 11 – 19/10/2018 – Prof. Hugo
Maria Julia Lemos
Esse assunto é muito delicado em pronto-socorro, visto que muitas pessoas têm medo de tratar
gestantes. Avistou uma mulher com barrigão? Já começa a pensar em todas as possibilidades de levar o
bebê à óbito. No entanto, não é bem assim. Na maioria das vezes, pode-se tratar a paciente normalmente
que não irá afetar o bebê;; há um detalhe ou outro, mas não deve se preocupar no modo geral.
Além disso, é muito importante que haja uma avaliação completa da mulher em idade fértil e
traumatizada no pronto-socorro (pode ser desde os 10 anos;; até 50 anos, desde que esteja na menacme,
entra nesse quadro), pois há possibilidade da mesma estar/entrar em uma emergência obstétrica. Assim,
em quadros de trauma, SEMPRE realizar o teste de gravidez. Em resumo: a gravidez deve sempre ser
considerada, em qualquer paciente do sexo feminino em menacme (realizar beta-hCG);; sempre realizar o
exame físico do abdome da paciente para identificar possíveis traumas, abaulamentos.
Perguntas importantes:
• A paciente está em idade fértil?
• Há aumento uterino?
• Tem teste de gravidez recente?
OBSERVAÇÃO
As prioridades no atendimento da gestante traumatizada são as mesmas da paciente não-gestante:
➢ Conduta: A B C D E
➢ Vítima em PCR: C A B D E
O melhor cuidado para com o feto é prover um tratamento adequado para a mãe, uma vez que a vida do
feto é totalmente dependente da integridade anatomofisiológica materna.
O socorrista deve lembrar que está diante de 2 vítimas, porém deve dispensar o melhor tratamento à mãe.
PRIORIDADE: MÃE, pois se a mãe morre, o neném também morre.
➢O aumento no consumo de oxigênio, associado à diminuição na capacidade residual funcional, diminui a
reserva da mãe (ou seja, pensar em entubar muito mais rapidamente que indivíduos normais) e,
consequentemente, aumenta o risco de hipóxia para o feto em resposta à hipoventilação ou apneia maternal.
2. ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
• Volume sanguíneo:
ocorre um aumento de 40 a 50% do normal no último trimestre de gestação,
chegando a um acréscimo de 1600ml.
✓Obs.: Em razão desse aumento, a gestante pode manifestar sinais de choque mais tardiamente,
estando contudo, o feto menos perfundido, levando à um choque fetal, mesmo se a mãe não estiver
apresentando sinais de instabilidade.
• Frequência cardíaca: no final do 1° trimestre, ocorre um aumento de 15 a 20 batimentos/minuto.
• Débito cardíaco:
a partir da 10° semana de gestação ocorre um aumento do débito cardíaco (de 1000
a 1500 ml/minuto) – pois a FC é um pouco mais aumentada, como já visto anteriormente, além de possuir
um volume sanguíneo elevado pelo acréscimo citado no primeiro tópico.
• Pressão arterial: no 2° trimestre de gestação, ocorre diminuição em torno de 10 a 15 mmHg, voltando
aos níveis normais ao final da gestação.
Maria Julia Lemos 4
CONSIDERAÇÕES GERAIS
➢Na vigência de hemorragia, uma perda de 30% a 35% do volume sanguíneo pode ser pouco sintomática
na gestante;;
➢A hipotensão arterial é, usualmente, um sinal tardio;;
➢Devido a possibilidade de choque fetal durante o trauma em gestante, sempre ofereciar oxigênio
suplementar (5 a 10L/minuto);;
➢A reposição de volume em caso de hipotensão deve ser precoce (não deve-se preocupar quanto à estar
adicionando mais volume;; nada irá ocorrer com o bebê);;
➢O tratamento indicado durante o atendimento é direcionado pelo ABCDE (em caso de PCR, CABDE).