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Londrina
2022
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Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................ 3
2. Caninos e felinos......................................................................................................... .... 4
3. Equinos ............................................................................................................................ 8
4. Ruminantes ..................................................................................................................... 9
5. Conclusão ................................................................................................................... ....13
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Introdução
devido ao estresse ou incorreta ventilação por pressão positiva pode ocasionar valores
de PaCO2 muito reduzidos, podendo chegar a 22mmHg. Por outro lado, a hiperventilação
iatrogênica em pacientes gestantes pode estar associada ao menor fluxo sanguíneo
umbilical, agravando a possibilidade de efeitos depressores fetais;
• Sistema nervoso central (SNC): a fêmea gestante tem aumento da concentração
sanguínea de progesterona, o que acarreta um efeito sedativo sobre o SNC; com o
aumento da -endorfina circulante, pode haver uma redução do requerimento anestésico
na gestante;
• Sistema gastrointestinal: por ter o deslocamento do estômago, tem-se uma diminuição
da motilidade, além do aumento da pressão intra-abdominal e, ao comprimir as vísceras,
(2).
predispõe a gestante a apresentar refluxo gastroesofágico Sendo assim, a utilização
de agentes antieméticos na pré-anestesia torna-se útil.
• Anestésicos dissociativos
O uso de cetamina ou tiletamina na anestesia dissociativa não é recomendada devido ao
aumento do tônus uterino, o que leva a uma diminuição do fluxo sanguíneo, resultando em
hipóxia fetal. Embora seus efeitos sobre o sistema cardiovascular sejam menores
comparados aos efeitos do propofol e do tiopental, a cetamina causa efeitos depressores
(8)
prolongados sobre o filhote. A associação de cetamina-xilazina também pode causar
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• Anestesia geral
A anestesia geral é a conduta mais indicada e segura na paciente, pois permite intubação
traqueal, o que controla as vias aéreas da mãe, prevenindo a aspiração de conteúdo
gástrico, permite a manutenção anestésica sempre associada à administração de oxigênio.
Algumas desvantagens existem, como por exemplo, se houver um plano anestésico
superficial e liberação de catecolaminas pela mãe, levaria a uma diminuição da perfusão
uterina causando alterações severas da função cardiopulmonar. O propofol foi associado
com uma melhor resposta fetal quando comparado com o tiopental e o tiamilal; Matsubara
et al.(7) ao utilizarem o propofol em cadelas com 45 dias de gestação na indução, observaram
a diminuição da pressão arterial materna, mas sem depressão fetal; também, o tempo de
(10),
recuperação anestésica na cadela é mais curto. Segundo Gabbas et al. o uso de
acepromazina, propofol e sevofluorano na anestesia geral mostrou-se efetivo e seguro para
a mãe e para os fetos.
A depuração corporal total foi registrada como sendo pelo menos duas vezes mais rápida
em cães do que em gatos. O propofol é metabolizado por meio de glicuronização pela UGT
e hidrólise pela CYP2B6 e CYP2C em seres humanos; em cães, é relatado que o ponto
limitante na taxa de eliminação é a atividade da CYP2B11. 15 Portanto, não está claro,
baseando-se no estudo citado acerca da similaridade de atividade da CYP2B em cães e
gatos, porque os gatos depuram o propofol mais lentamente que os cães; de qualquer
maneira, as diferenças no metabolismo do propofol podem ter consequências clínicas, visto
que tem sido relatado que o aumento na duração da infusão de propofol em gatos prolonga
sua recuperação. (11)
Os anestésicos inalatórios são os mais indicados para a manutenção da anestesia em
pacientes gestantes, mesmo causando efeitos indesejáveis no sistema cardiorrespiratório e
na da perfusão uterina (diminuição). O isofluorano demonstra um menor grau de solubilidade
quando comparado com o halotano, levando a uma recuperação mais rápida da mãe e do
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(12)
neonato. No estudo de Robbins e Mullen (1994) em que 26 gatas foram submetidas à
cesariana devido a distocia, e a indução da anestesia foi feita com isoflurano, as taxas de
sobrevida neonatal atingiram apenas 41%. Em relação ao sevofluorano, apresenta baixo
coeficiente de solubilidade sangue-gás proporcionando curtos períodos de indução e
recuperação. As alterações hormonais que ocorrem com a gestante diminuem a
necessidade anestésica e a CAM, o que pode predispor a sobredose anestésica.
• Anestesia epidural
Embora exija maior sedação na fêmea, apresenta a vantagem de evitar a exposição dos
fetos aos anestésicos esse tipo de anestesia apresenta baixos índices de mortalidade fetal,
porém, a técnica epidural precisa de treinamento, além dos fármacos produzirem paralisia
dos membros pélvicos da mãe, levando a um pós operatório mais demorado. A lidocaína 2%
na anestesia epidural apresenta menores efeitos depressores nos neonatos nascidos de
mães anestesiadas com a associação de lidocaína e bupivacaína pela via epidural.
Após injeção epidural pode haver bloqueio simpático capaz de provocar hipotensão e
redução da perfusão uteroplacentária, o que pode ser controlado pela aplicação intravenosa
de fluido, para compensar a maior capacidade da rede vascular. Além do fluido IV, pode-se
utilizar vasopressores para o tratamento da hipotensão materna decorrente do bloqueio
simpático. A efedrina pode ser utilizada para tratar a hipotensão materna, pois atua
centralmente e tem mínima propriedade vasopressora arterial, aumenta o tônus venoso e a
pré-carga, podendo, assim, restabelecer o fluxo sanguíneo ao útero.
teratogênese em altas doses, mas as doses utilizadas na prática clínica são consideradas
seguras.
Anestesia em éguas gestantes
Ruminantes
• Cesariana em bovinos
A realização de cesariana em bovinos é indicada quando distocias impedem o curso
natural do parto, pondo em risco a vida da parturiente e do feto, as principais causas de
distocias são o tamanho desproporcional do bezerro, alterações na pelve da vaca, torção
uterina e anomalias fetais. A intervenção cirúrgica ocorre quando as distocias não são
11
com atropina (0,02 mg/kg, IV) ou glicopirrolato (0,005mg/kg, IV) (HALL et al., 2001). De
acordo com Muir III (2001), apesar da atropina possuir curta duração de ação em ruminantes,
a dose de 0,04mg/kg (IM ou SC) pode ser útil na prevenção da bradicardia e hipotensão
durante a manipulação de vísceras. Já Galatos (2011) afirmou que o glicopirrolato pode ser
a escolha mais adequada em muitos casos, porque tem maior duração de ação do que a
atropina e não atravessa facilmente as barreiras hematoplacentária e hematoencefálica.
• Anestesia geral
Taylor (1998a) observou maior diminuição da pressão arterial média em ovinos pré-
medicados com acepromazina (0,03mg/kg, IM) e submetidos à anestesia com tiopental e
halotano do que em ovinos que não receberam esse fenotiazínico. Em outro trabalho, com
a mesma espécie e a mesma dose de acepromazina, Taylor (1998b) observou que não
houve diferenças na pressão arterial média e frequência respiratória entre os dois grupos. A
administração do cloridrato de levomepromazina, 24 na dose de 0,5mg/kg por via
intramuscular, produziu adequada tranquilização em ovinos submetidos à cirurgia fetal
experimental com anestesia geral, evidenciada pelo comportamento cooperativo dos
animais na manipulação pré-operatória (NATALINI et al., 1993).
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Conclusão
Do ponto de vista anestésico a fêmea gestante é um paciente de risco, pois seu
organismo está sofrendo uma série de alterações fisiológicas e, não raramente, patológicas,
que não são decorrentes da gestação. Além disso, a depressão fetal causada por
anestésicos está intimamente ligada ao grau depressão materna, e em muitos casos o feto
acaba sendo mais sensível aos fármacos que a mãe. O anestesista deve proporcionar a
paciente uma analgesia e anestesia eficientes, sem causar maiores riscos ao feto. Porém,
em alguns animais há necessidade de tranquilização e até anestesia geral, sendo importante
o conhecimento sobre as características farmacológicas dos fármacos anestésicos,
diminuindo os riscos de toxicidade fetal.
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Referências
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