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Por que usar

vasopressores
em pushdose?
Introdução
No ambiente de alta pressão das
unidades de terapia intensiva
(UTI) e departamentos de
emergência, a intubação é um
dos procedimentos mais críticos,
mas também um dos mais
arriscados devido ao potencial
de hipotensão induzida. Este
risco é exacerbado pelo uso de
drogas indutoras, que podem
comprometer o sistema nervoso
autônomo e levar a uma queda
significativa na pressão arterial.
A hipotensão pós-intubação é
particularmente preocupante,
sendo associada a um aumento
da mortalidade, o que torna
essencial uma gestão agressiva
desta condição.
Ressuscite Antes

A ressuscitação pré-intubação
visa melhorar a estabilidade
hemodinâmica do paciente antes
do procedimento, melhorando
assim o resultado. Além disso, o
uso de drogas vasoativas em
bombas de infusão pode
oferecer suporte adicional. No
entanto, em casos agudos de
hipotensão em pacientes
críticos, o uso de vasopressores
em pushdose se mostra uma
estratégia rápida e eficaz para
corrigir a hipotensão.
Adrenalina
Dentro do espectro de
vasopressores disponíveis, a
adrenalina e a noradrenalina são
frequentemente utilizadas. A
adrenalina, com sua ação alfa e
beta-adrenérgica, é
especialmente benéfica para
pacientes hipotensos com
tendência à bradicardia, já que
pode aumentar tanto a pressão
arterial quanto a frequência
cardíaca. A preparação da
adrenalina em pushdose envolve
a diluição de 1 ml de adrenalina
em 100 ml de soro fisiológico,
criando uma solução de 10
mcg/ml, da qual 1 a 2 ml podem
ser administrados conforme
necessário para corrigir a
hipotensão.
Noradrenalina

Por outro lado, a noradrenalina,


que atua primariamente nos
receptores alfa-adrenérgicos, é
adequada para pacientes
hipotensos com tendência à
taquicardia, pois tende a
aumentar a pressão arterial sem
aumentar significativamente a
frequência cardíaca. A
preparação da noradrenalina em
pushdose envolve a diluição de 1
ml em 250 ml de soro fisiológico,
resultando em uma solução de 4
mcg/ml. Essa solução pode ser
administrada em bolus de 1 a 5
ml, ajustando-se de acordo com
a necessidade do paciente.
O que dizem os
estudos?
Estudos documentam a eficácia e os
efeitos colaterais do uso de pressores
em pushdose durante a hipotensão
peri-intubação. Um caso documentado
mostrou um aumento médio na
pressão sistólica de 41,3%, na pressão
diastólica de 44,3% e na pressão
arterial média de 35,1%, sem eventos
adversos registrados, sugerindo que o
uso cuidadoso de pressores em
pushdose pode melhorar o status
hemodinâmico durante a intubação no
departamento de emergência. Além
disso, uma revisão da literatura
destacou a variação nos mecanismos
de ação, início de ação e duração de
ação dos diferentes agentes utilizados
como vasopressores em pushdose,
incluindo epinefrina, fenilefrina,
norepinefrina, vasopressina e efedrina,
e chamou atenção para a necessidade
de mais pesquisas para elucidar os
riscos e benefícios dessas terapias em
prática clínica.
Outro estudo investigou a
eficácia e os padrões de uso
de fenilefrina em bolus para
hipotensão peri-intubação,
revelando aumentos
significativos na pressão
arterial sistólica e diastólica
sem mudanças na
frequência cardíaca, mas
destacando a variabilidade
no uso e a necessidade de
uma abordagem mais
sistemática para a utilização
desses agentes.
Esses achados reforçam a
importância de uma gestão
cuidadosa e baseada em
evidências dos
vasopressores em pushdose
durante procedimentos
críticos como a intubação,
com uma consideração
cuidadosa dos potenciais
riscos e benefícios. A
educação contínua dos
profissionais de saúde sobre
as melhores práticas para a
preparação e administração
desses medicamentos.
Bibliografia
Recomendada
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