Você está na página 1de 13

Manuseio e administração de

drogas nas situações de


urgências e emergências
Professor Bruno Luna

O setor de urgência e emergência é uma área de alto risco para ocorrência


de eventos indesejáveis, devido à rotatividade e dinâmica de
atendimento, pela grande demanda de pacientes com graus variados de
gravidade, pela deficiência quantitativa e qualitativa dos recursos
humanos e materiais, sobrecarga de trabalho e estresse profissional e
ambiental (AZEVEDO et al., 2012).

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


1
Frente às características clínicas dos pacientes atendidos na unidade de
urgência e emergência, a intervenção medicamentosa e administração de
drogas com alto poder de ação é frequente tornando uma aliada no
processo de recuperação da saúde.

Para tanto, a administração de medicamentos exige um cuidado intenso e


requer conhecimentos específicos e especializados, pois qualquer falha
durante esta atividade pode trazer consequências, tais como:

reações adversas reações alérgicas e erros de medicação


os quais podem ser irreversíveis e devastadores.
Fonte: AZEVEDO et al., 2012

Se tratando de Urgência e Emergência, dentre as principais intervenções


realizadas pela equipe de enfermagem a administração de drogas utilizadas
em situações de urgência é uma das mais frequentes.

Entretanto, com os avanços tecnológicos, muitos os dispositivos e


equipamentos relacionados à saúde são utilizados na assistência de
enfermagem para a administração desses medicamentos, tais como
bombas de infusão, equipos e conexões de múltiplas vias e são fatores
preocupantes, pois são fontes de risco para o erro, tanto na sua inserção
quanto no seu manuseio.
Fonte: FERNANDES, 2014

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


2
A administração de drogas é realizada de formas diversas em bolus ou em
administração contínua visando muitas vezes manutenção dos parâmetros
vitais e estabilização clínica dos pacientes (FERNANDES, 2014).

Carros de Emergência
Para realizar atendimento de situações de emergência há no setor os
carros de emergência, cujos itens devem ser imprescindíveis para
atenderem a demanda, sendo que a quantidade de materiais e
medicações varia conforme o público atendido, para que assim possa
contribuir com a agilidade e diminuir o desperdício.

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)


Sua padronização
é sugerida pela embasada nas normas da American Heart
Association (AHA)
Fonte: BUTZKE, 2017

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


3
Carros de Emergência
Embora as medicações sejam contidas no carro de emergência sejam
exclusivas para a reversão de uma parada cardiorrespiratória, deve-se
ressaltar a importância de abranger medicações para outras situações,
como (BUTZKE, 2017).

síndromes insuficiência
edema de
coronarianas cardíaca
pulmão
agudas congestiva

Carros de Emergência
Vejamos algumas classes de medicações que estão presentes nos carros
emergências (BUTZKE, 2017):

antiarrítmico, bloqueador
antipsicótico, anestésico,
anticolinérgico, neuromuscular,
cardiotônico, adrenérgico,
alcalinizante, broncodilatador

diurético de alça, antídoto de


analgésico opioide,
carboidrato, analgésico opioide,
antídoto dos
ansiolítico anti-hipertensivo,
benzodiazepínicos,
benzodiazepínico, agonista adrenérgico.
Fonte: BUTZKE, 2017

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


4
A epinefrina é utilizada em reanimação cardíaca há décadas e sua
sugestão é feita pela American Heart Association (AHA) e European
Resuscitation Council (ERC), porém sua administração em pacientes com
ataques cardíacos permanece duvidosa, é mediada principalmente por
efeitos α-adrenérgicos com intuito de melhorar a pressão de perfusão
coronária.

O midazolam possui efeitos ansiolíticos e sedativos, seus efeitos contra a


dor são seguidos de modestas alterações dos sinais vitais, tendo como
características, redução da pressão arterial ocasionado pelo seu efeito
vasodilatador, pode ocasionar redução da frequência respiratória com
pequena dessaturação do oxigênio
Fonte: BUTZKE, 2017

A noradrenalina é o vasopressor que tem propriedades


predominantemente α-adrenérgicas, mas o efeito β-adrenérgicos ajuda a
manter o débito cardíaco.

A deficiência de vasopressina pode se desenvolver em pacientes com


choque distributivo hiperdinâmico e a administração em doses baixas
pode resultar em aumentos substanciais na pressão arterial. Pode-se
adicionar vasopressina (até 0,03 U/min) à norepinefrina com a intenção de
aumentar a pressão arterial até o alvo terapêutico ou diminuir a dosagem
de noradrenalina.
Fonte: UNIFESP, 2017

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


5
A dobutamina é o agente inotrópico de escolha para o aumento do débito
cardíaco, independentemente de a norepinefrina também estar sendo
administrada.

A dobutamina tem efeitos limitados sobre a pressão arterial, embora possa


aumentar ligeiramente em pacientes com disfunção miocárdica como a
anormalidade primária ou diminuir ligeiramente em pacientes com
hipovolemia subjacente.
Fonte: UNIFESP, 2017

A adrenalina é uma droga potente que tem efeitos predominantemente


βadrenérgicos em doses baixas, com efeitos α-adrenérgicos em doses mais
elevadas. No entanto, a administração de adrenalina pode estar associada
a uma taxa maior de arritmias e diminuição do fluxo sanguíneo
esplâncnico, além de aumentar os níveis de lactato sanguíneo,
provavelmente por aumento do metabolismo celular.
Fonte: UNIFESP, 2017

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


6
A morfina, sendo o protótipo do grupo de opioides fortes, é o fármaco de
escolha para o controle da dor intensa. Sua dose analgésica varia de 5mg
até mais de 200mg, a cada 4 horas, mas na maioria dos casos, a dor é
controlada com doses de 10 a 30mg, porem a escolha da dose adequada é
o equilíbrio entre o controle da dor com mínimos efeitos adversos
possíveis. Para melhor controle das doses administradas, são disponíveis
formulações de liberação rápida e controlada da morfina.

Esse fármaco é metabolizado especificamente por via hepática, formando


dois metabolitos, sendo um deles inativo, que se liga aos receptores
opioides, impedindo a transmissão de mensagens da dor, e o outro exerce
a ação analgésica significativa.
Fonte: SCHWENGBER, 2017

Aspirina é o nome comercial do medicamento que tem como base o ácido


Acetilsalicílico (LUZ et al.,2019)

O Ácido Acetilsalicílico demonstra sua eficácia na redução de infarto agudo


do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), sendo mais resultante que
outros agentes plaquetários, ou seja, o uso do AAS em doses baixas na
prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares como antiagregantes
plaquetário tem mostrado resultados positivos, além de possuir baixo
custo, disponibilidade e fácil implementação (SOUSA et al., 2017).

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


7
Estudos demonstraram que, tanto na prevenção primária (pessoas com
idade ≥ 40 anos com pelo menos dois fatores de risco: hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellitus e/ou dislipidemia), quanto na prevenção
secundária (pacientes com história de AVC isquêmico, IAM e/ou com
angina pectoris), o uso do AAS pode levar a uma importante redução de
eventos cardiovasculares, que pode ser de até 40% (SOUSA et al., 2017).

Rumo à aprovação!

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


8
Manuseio e administração de
drogas nas situações de
urgências e emergências.
Questões
Professor Bruno Luna

1. (SESAB/CEREMAPS/AOCP/2019) Em relação às drogas vasoativas utilizadas


em Unidade de Terapia Intensiva, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A noradrenalina tem propriedades predominantemente α-adrenérgicas,
mas o efeito β-adrenérgico ajuda a manter o débito cardíaco.
( ) Pode-se adicionar vasopressina (até 0,03 U/min) à noradrenalina com a
intenção de aumentar a pressão arterial até o alvo terapêutico ou diminuir a
dosagem de noradrenalina.
( ) A adrenalina é o agente inotrópico de escolha para o aumento do débito
cardíaco, independentemente de a noradrenalina também estar sendo
administrada.

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


9
1. (SESAB/CEREMAPS/AOCP/2019)
( ) A dobutamina tem efeitos limitados sobre a pressão arterial, embora
possa aumentar ligeiramente em pacientes com disfunção miocárdica, como a
anormalidade primária, ou diminuir ligeiramente em pacientes com
hipovolemia subjacente.
a) V, V, F, V.
b) V, F, V, V.
c) F, V, V, F.
d) F, F, V, V.
e) V, V, V, V.

2. (Pref. Alumínio-SP/VUNESP/2016) Paciente do sexo masculino, 38 anos de


idade, deu entrada no serviço de saúde com sintomas de infarto do miocárdio.
Nos primeiros 30 minutos de atendimento, denominado tempo porta agulha,
serão colhidas amostras para exames laboratoriais e administrado um
conjunto de medicações estabelecidas no protocolo para esse tipo de
atendimento que devem estar disponíveis no carro de emergência. Deste
conjunto de medicações, a que é destinada ao controle da dor é:
a) ácido acetilsalicílico – AAS. c) adrenalina. e) potássio.
b) morfina. d) nitrato.

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


10
3. (Prefeitura de Chuí - RS/FUNDATEC/2019) Durante um atendimento pré-
hospitalar, o paciente apresenta sinais e sintomas típicos de infarto agudo do
miocárdio. São recomendações de terapia medicamentosa durante o manejo
inicial, EXCETO:
a) Administração de oxigênio se o paciente apresentar saturação baixa,
congestão pulmonar ou desconforto respiratório.
b) Estatinas.
c) A analgesia deve ser feita de preferência com sulfato de morfina
endovenosa.

3. (Prefeitura de Chuí - RS/FUNDATEC/2019)


d) Nitratos.
e) Ácido acetilsalicílico.

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


11
4. (Prefeitura de Quadra - SP/CONSULPAM/2019) Quanto ao tratamento
medicamentoso utilizado na PCR em adultos, marque a alternativa CORRETA:
a) A dosagem IV/IO de epinefrina é de 3 mg a cada 5 a 8 minutos.
b) A dosagem IV/IO de amiodarona, em sua primeira dose deve ser: bolus de
300mg e segunda dose de 150mg.
c) Não existem evidências sobre a eficácia do uso de lidocaína na PCR em
adultos, embora seja utilizada em alguns países.
d) A dosagem IV/IO de epinefrina é de 1 mg a cada 1 a 2 minutos.

GABARITO
01 - A
02 - B
03 - B
04 - B

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


12
Rumo à aprovação!

Gabriela Cristina Scariot - 016.948.920-50


13

Você também pode gostar