Componente de Provimento e Fixação do Programa Qualifica-APS

Programa de Pós-Graduação em Odontologia com Ênfase na Estratégia

de Saúde da Família e Comunidade

MANEJO DO PACIENTE
HIPERTENSO DURANTE O
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO
NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA
Elise Prado de Oliveira Nunes
Eduardo Fonseca de Souza Lima
Rívia Cássia Martins Robadel Roza
Orientador: Fabiano Brum

VITÓRIA, 20/03/2023
INTRODUÇÃO
• Muitos pacientes que procuram tratamento
odontológico possuem alterações sistêmicas, é
necessário que o profissional domine os conhecimentos
sobre as doenças, o manejo desses pacientes e as
técnicas utilizadas

• Objetivo geral:

o Abordar uma das principais comorbidades

presentes na rotina do cirurgião dentista que atua
no SUS, a hipertensão; e os pontos mais
importantes do manejo desses pacientes.

FONTE: DE ARAUJO, et al., 2021

DESENVOLVIMENTO
• A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença assintomática determinada pelo aumento da pressão
sanguínea ;

• Profissionais que atuam na APS exercem um papel fundamental para o diagnóstico de tal comorbidade;

• Usuários hipertensos que necessitam de atendimento odontológico deverão ter sua pressão arterial (PA)
avaliada, antes do atendimento e ou procedimento;

• Hipertensão mal controlada pode aumentar o risco, diante de situações de tensão, e ocasionar problemas
como a angina, a insuficiência cardíaca congestiva ou acidente cerebrovascular

FONTE: BRASIL, 2013; DO NASCIMENTO 2011; SPEZZIA 2017

 DESENVOLVIMENTO
IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE
• Anamnese e solicitação de exames complementares: profissional tem
uma ampla visão sobre a saúde do paciente para planejar o tratamento
com segurança.

• A anamnese de pacientes hipertensos deve conter informações do tipo:

o Há quanto tempo foi diagnosticado com HAS;

o Está sob tratamento médico;

o Qual medicação está em uso e há quanto tempo;

o Como está sendo a adesão ao tratamento;

o Se há presença de sintomas associados e órgãos afetados;

o Se está compensado;
FONTE: GARCIA, 2021
 DESENVOLVIMENTO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS IMPORTANTES
PARA O TRATAMENTO DO PACIENTE HIPERTENSO

• A prescrição medicamentosa para pacientes

com HAS é algo delicado, pois existem
interações farmacológicas importantes com
medicamentos comuns da prática
odontológica e com anti-hipertensivos, como
por exemplo:

o AINES (anti-inflamatórios não-

esteroidais);

o Anestésicos locais;

FONTE: BRASIL, 2013; DO NASCIMENTO 2011; ANDRADE, 2013

 DESENVOLVIMENTO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS IMPORTANTES PARA O TRATAMENTO DO PACIENTE HIPERTENSO

• AINES e aumento da PA

Diminui a síntese
de
Aumenta prostaglandinas
retenção de
sódio

Que são
Aumenta o essenciais para a
volume de excreção de sódio
líquido
intravascular e vasodilatação

Elevação da
PA Aumento da PA

FONTE: BRASIL, 2013; DO NASCIMENTO 2011; ANDRADE, 2013

 DESENVOLVIMENTO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS IMPORTANTES
PARA O TRATAMENTO DO PACIENTE HIPERTENSO

Além disso, pode diminuir a ação anti-

hipertensiva dos
o Betabloqueadores: propranolol
o Inibidores da ECA: captopril
o Diuréticos

• Por isso nesses pacientes, os AINEs devem ser

substituídos por analgésicos e
corticosteroides para o controle de dor.

FONTE: DA COSTA, 2013

 DESENVOLVIMENTO
ANESTESIA LOCAL EM HIPERTENSOS
• O cirurgião dentista deve saber:

o Conhecimento dos riscos;

o Qual anestésico usar;
o Vantagens do uso de vasoconstritores
em anestésicos locais;
o Opções de vasoconstritores;
o Alternativas em pacientes com HAS
descompensada;

FONTE: BRASIL, 2013; DO NASCIMENTO 2011; ANDRADE, 2013

 DESENVOLVIMENTO
ANESTESIA LOCAL EM HIPERTENSOS
• É consenso na literatura por autores consagrados como MALAMED e ANDRADE que:

 Não é contraindicado o uso de vasoconstritores em hipertensos compensados

• Anestésicos Locais com Vasoconstritores:

o Aumenta o tempo de ação, hemostasia e durabilidade da anestesia
o Diminui a chance de toxicidade
o Diminui chance de dor durante procedimento
o Respeitar a dose máxima por sessão

FONTE: BRASIL, 2010; MALLAMED 2013; GUIMARÃES, 2017; ANDRADE, 2013

 DESENVOLVIMENTO
ANESTESIA LOCAL EM HIPERTENSOS
Aminas simpatomiméticas:
Adrenalina
Ação direta nos receptores
alfa e beta e podem causar
alterações na circulação
Dose máxima: 0,04
mg/sessão
FONTE: ANDRADE, 2013; RABÊLO,2020; CAREY, 2018; MALLAMED, 2013
Aminas Não
simpatomiméticas:
AL sem vasoconstritores
Felipressina
Indicado para pacientes
Não causa alteração
significativa na PA com contraindicação
absoluta de
Menor hemostasia
vasoconstritores
Metemoglobinemia: Prilocaína
PA acima de 180/100
Dose máxima: 3 tubetes/
sessão
mmHg
 DESENVOLVIMENTO
CONTROLE DE ANSIEDADE
• O controle do estresse e dor é MUITO importante durante o tratamento odontológico:
o pois a tensão aumenta a liberação de catecolaminas endógenas
o em níveis mais elevados do que a quantidade injetada via anestesia local de forma correta.
o Ou seja, é mais perigoso o paciente sentir dor durante o procedimento, do que tomar
anestesia com vasoconstritor.

• Métodos não farmacológicos:

o Diálogos, orientação sobre o tratamento a ser realizado, implantar rotina no consultório, uso
de aromaterapia, musicoterapia;

• Métodos farmacológicos:
o Uso de Midazolam, Diazepam, Alprazolam, Lorazepam;

• Uso de sedação consciente:

o Inalação de oxido nitroso.

FONTE: GARCIA, 2021; ANDRADE, 2013

 DESENVOLVIMENTO
PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA
NA APS
• O cirurgião dentista é um elo da
multidisciplinaridade do SUS;

• Dentista precisa estar preparado para o

atendimento a pacientes sistemicamente
comprometidos;

• Educação em saúde para pacientes com

hipertensão arterial;

• Importância da educação continuada para os

profissionais que atuam na APS.

FONTE: ANDRADE, 2021; DA SILVA, 2019; MIRANDA, 2019

 DESENVOLVIMENTO
CRISE HIPERTENSIVA
elevação da pressão arterial,

cefaleia,

epistaxe,

hemorragia gengival após manipulação,

tontura, mal estar,

distúrbios visuais,

confusão mental

FONTE: GARCIA, 2021; BARRETO E MARCON, 2013.

 DESENVOLVIMENTO
CRISE HIPERTENSIVA
• É muito importante que o cirurgião dentista esteja treinado para realizar o suporte básico de vida;
o Interromper atendimento
o Monitorar sinais vitais
o Identificar se é urgência ou emergência hipertensiva

• Para prevenir crises:

o Consultas curtas
o Período da manhã
o Prevenir eventos de dor
o Controle de ansiedade

FONTE: GARCIA, 2021; BARRETO E MARCON, 2013.

 DESENVOLVIMENTO
CRISE HIPERTENSIVA
URGÊNCIA
• Não há risco eminente de vida
• PA >180x120 mmHg
• Sem danos a órgãos alvos
• Medicação hipertensiva e repouso
• Encaminhado para avaliação médica
FONTE: GARCIA, 2021; BARRETO E MARCON, 2013.
EMERGÊNCIA
• PA > 180 mmHg
• Há danos aos órgão alvos
• Apresenta quadros clínicos agudos,
como vômitos e dispneia.
• Encaminhar ao PA
• Administração de fármacos via
parenteral e com observação intensa.
 DESENVOLVIMENTO
PREVENÇÃO DA HAS

ALIMENTAÇÃ ATIVIDADE
O FÍSICA
EQUILIBRADA REGULAR

DENTISTA É
UM AGENTE
CONTROLE
IMPORTANTE
DO ESTRESSE
DA
PREVENÇÃO

FONTE: GOBIN, R., TIAN, D., LIU, Q., & WANG, J..2020
 METODOLOGIA

• Tema: Atendimento odontológico em pacientes hipertensos: revisão de literatura;

• Palavras-chave:
o hipertensão e tratamento odontológico,
o hipertensão e odontologia,
o anestesia local e hipertensão;

• Fontes de dados: Scielo, PubMed e Lilacs;

• Artigos pesquisados entre outubro de 2022 e janeiro de 2023.

• Foram incluídos 28 artigos de acordo com os critérios de inclusão.

 ANÁLISE DOS DADOS

• De acordo com autores citados como TADA, TANO e MIURA,

25
, YILDIRIM, et al., 26 e FORATORI, et al., 27 o paciente
hipertenso pode ter implicações em toda sua saúde
sistêmica, bem como em sua saúde bucal.
o Maior prevalência de periodontite

• Por isso deve ser esclarecido ao paciente que a hipertensão

não é um fator impeditivo para realizar o tratamento
odontológico, e sim um motivo a mais para cuidar de sua
saúde bucal.

FONTE: TADA, TANO e MIURA, 2022; YILDIRIM, et al., 2022; e FORATORI, et al., 2021.
 ANÁLISE DOS DADOS
• Assim como DA SILVA, et al., 22 concluiu em seu artigo:

o O dentista pode ser o profissional que ajuda o

paciente a descobrir que é hipertenso, pois muitos
pacientes que procuram atendimento odontológico
não sabem que são portadores da HAS por ser uma
doença silenciosa.

o Aferição da PA de todos os pacientes e em caso de

recorrência da elevação da PA, o paciente seja
encaminhado para o tratamento e
acompanhamento médico.

FONTE: DA SILVA, et al., 2019

 CONCLUSÕES
• Os dentistas devem estar cientes dos riscos associados à hipertensão arterial e tomar medidas para garantir a
segurança dos pacientes durante os procedimentos odontológicos.

• Educação continuada permite que os profissionais já formados estejam em constante atualização sobre o manejo do
paciente que possui comorbidades sistêmicas.

• O cirurgião dentista deve ser apto para:

o identificar sinais e sintomas da HAS;
o encaminhar e orientar os pacientes ao tratamento médico;
o identificar e prestar os primeiros socorros em caso de crise hipertensiva;
o conhecer quais os medicamentos que podem interferir no tratamento do paciente;
o escolher o melhor anestésico;
o oferecer métodos de controle de ansiedade para prevenir estresse
 ELISE PRADO DE OLIVEIRA NUNES
EDUARDO FONSECA DE SOUZA LIMA
RÍVIA CÁSSIA MARTINS ROBADEL ROZA