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Paloma Beltran – 7° semestre

Anestesiologia

É necessário, pois em uma cirurgia em que o paciente esteja entubado pode


ocorrer regurgitação e se ele estiver em apneia ocorre a broncoaspiração. O
jejum garante proteção da via aérea porque em caso de ser necessário
ventilação não haverá dilatação do estômago e dessa forma ele não irá
broncoaspirar. Quando há emergências deve-se ventilar o paciente com
uma ventilação tão invasiva porque ele não está em jejum. Da mesma forma
que o ar vai para a traqueia → pulmões ele vai para o estômago também.

Durante a indução anestésica há depressão dos reflexos da deglutição, tosse


e do engasgo, que depende do nível da anestesia, porém é possível deprimir
os reflexos faríngeos e laríngeos completamente e isso pode levar a
broncoaspiração. Porque a laringe (fica entre a traqueia e a faringe) tem
como principal função dividir o sistema respiratório e digestório permitindo
proteção da via aérea (se fecha quando o alimento passa para que não vá
para o trato respiratório). Na indução anestésica as cordas vocais param
também.

Antigamente permitia-se a ingesta de alimentos sólidos previamente a


anestesia, porém com o passar do tempo a incidência de complicações
foram aumentando e Mendelson determinou com base na relação do
esvaziamento gástrico que o jejum deveria ser de oito horas.

 Síndrome de aspiração de conteúdo gástrico (Síndrome de Mendelson)


 Síndrome por aspiração de conteúdo sólido (Síndrome aspirativa): possui um prognóstico horrível. O paciente
sofre uma obstrução aguda de vias aéreas. Ao entubar o paciente, em uma pressão de FiO2 de 100% ele ainda
irá saturar 70%
Esses pacientes sofrem pneumonia e atelectasias.
Há uma porcentagem pequena de oxigênio no ar, sendo o necessário para sobrevivermos, se há uma pressão
de 100% no pulmão haverá lesão por hiperóxia que causa lesão alveolar.

Causas de aspiração pulmonar:

 Vômito, por aumento da contração da musculatura do diafragma e do reto abdominal.


 Relaxamento do esfíncter do esôfago (geralmente em pacientes inconscientes).

Fatores de risco para desenvolvimento da síndrome de aspiração pulmonar:

 Fatores que interferem na motilidade e no esvaziamento gástrico


1. Íleo paralítico.
2. Refluxo gastroesofágico.
3. Diabetes.
4. Gestação → devido ao volume abdominal o estômago fica comprimido.
 Fatores que aumentam pressão abdominal
1. Estenose de piloro.
2. Obstrução intestinal.
Esses pacientes são entubados acordados devido a presença dos reflexos (as cordas vocais ficam
abertas permitindo o acesso da via aérea. Se ele estiver sedado haverá fechamento das cordas e será
necessário ventilar o paciente nesse momento haverá regurgitação e ele irá broncoaspirar).
 Fatores que diminuem o pH gástrico
1. H. pylori.
2. Hipersecreção gástrica.
 Fatores que diminuem os reflexos das vias aéreas
1. Nível de consciência.
2. Paciente sequelado ou com AVC.

A hiperextensão não melhora a abertura da via aérea. Deve-se colocar o lóbulo da orelha
na altura do processo xifoide e com isso haverá retificação dos três eixos (oral, faríngeo e
traqueal). Quando isso ocorre não há caída da epiglote.
Paloma Beltran – 7° semestre
Anestesiologia

Recomendações de jejum pré-anestésico – adultos e crianças:

 Aplicado para pacientes saudáveis.


 Líquidos claros (sem resíduos): não exceder 200 mL.
1. Água.
2. Chá.
3. Gelatina.
4. Café (a glicose pode aderir-se a secreção gástrica lentificando o esvaziamento gástrico).
 O leite materno deve ser ingerido antes de quatro horas porque retarda a secreção gástrica.
 Leite não humano e fórmulas: são considerados sólidos, pois age dessa forma, criando uma espécie de coágulo
com a secreção gástrica. Lentificando o esvaziamento gástrico.
 Refeição leve: torrada, associada com líquidos claros sem resíduos.
 Refeições contendo carne e alimentos gordurosos: o peso do alimento retarda o esvaziamento.
 Deve-se restringir tudo, porque nunca se sabe se o paciente vai seguir as recomendações.

Pacientes com retardo do esvaziamento gástrico:

1. Refluxo gastroesofágico (metaplasia das células caliciformes no esôfago distal).

2. Diabetes.

3. Estenose.

4. Gestante.

5. Obeso.

Não estão incluídos nas recomendações de jejum do quadro acima.

Benefícios da abreviação do jejum:

Em relação ao jejum prolongado o prognóstico do paciente pode piorar, pois há aumento do risco de hipoglicemia. A
resposta metabólica do paciente ao trauma é potencializada por dois fatores:

1. O tempo cirúrgico (quanto maior a cirurgia, pior a resposta metabólica, porque um paciente com sepse tem
proliferação de bactérias).
2. Jejum prolongado (os níveis de glucagon e insulina variam nesse período. A gliconeogênese é ativada, e nesses
casos ela utiliza o músculo para produção de energia → glicose para nutrir os tecidos). É preciso ter o controle
glicêmico do paciente.
Em gestantes o período de jejum prolongado pode diminuir o suprimento para o bebê e além disso elas possuem
um retardo do esvaziamento gástrico. Nesse casos há benefício com ingesta de conteúdo proteico.

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