Você está na página 1de 4

Universidade Federal De Campina Grande

Centro De Formação De Professores


Unidade Acadêmica De Enfermagem
Curso Remoto De Atualização Em Assistência De Enfermagem Na Saúde Da
Mulher
Aluna: Brena Raiany De Sousa Abrantes

Caso número 6: Paciente de 27 anos, feminino, secundigesta, casada, procurou


atendimento médico, com 40 semanas de gestação. Queixava-se de cólicas abdominais,
sem perda vaginal. A movimentação fetal estava presente. O útero fita media 33 cm,
com batimentos cardiofetais (BCF) de 140 bpm e duas contrações com duração de 25
segundos em intervalo de 10 minutos. O colo uterino estava dilatado em 3 cm e 50%
apagados. O feto apresentava-se em posição longitudinal, cefálico. O parto foi
conduzido por via vaginal com amniotomia e líquido amniótico claro. Realizada
anestesia epidural, episiotomia médio lateral direita. Passou-se 50 segundos da saída da
cabeça, sem desprendimento.

O caso acima trata-se de uma distócia de ombro. De acordo com o Manual do


Ministério Da Saúde, distócia fetal é a ocorrência de anormalidades de tamanho ou posição
fetal, resultando em dificuldades no parto. Pode ocorrer, quando o feto é muito grande para a
abertura pélvica. Seu diagnóstico é feito por exame clínico, seu tratamento é realizado por
meio de manobras físicas para reposicionamento fetal, parto operatório vaginal, ou cesariana.
Mais especificamente sobre a distócia de ombro, nesta condição, a apresentação é cefálica,
mais o ombro anterior torna-se alojado atrás da síntese púbica depois do parto da cabeça
fetal, dificultando o parto vaginal. A distócia de ombro é identificada após desprendimento do
polo cefálico, quando a cabeça parece estar sendo puxada de volta em direção a vulva. Os
fatores de risco incluem: um feto muito grande; obesidade materna; diabetes; distócia do
ombro prévia; trabalho de parto rápido; trabalho de parto prolongado. Risco de morbidade e
mortalidade neonatal é considerável, por lesão do plexo braquial, e fraturas ósseas, caso as
manobras não sejam realizadas corretamente.
Após reconhecida a distócia de ombro, a equipe irá realizar várias manobras para se
desprender o ombro anterior, é feita a manobra de McRobert, que é o levantamento das
pernas, as coxas são abduzidas e flexionadas, para alargar a pelve, hiperflexão das coxas auxilia
na saída do feto, depois aplica-se pressão suprapúbica auxiliar para rotacionar e desprender o
ombro anterior, tudo isso evitando pressão sobre o fundo uterino, pois pode piorar o quadro e
ocasionar ruptura uterina. Logo após, o obstetra irá introduzir a mão na parede vaginal
posterior e pressiona o ombro posterior para rotacionar o feto em qualquer direção de maior
facilidade, que é chamada de manobra de Woods. O obstetra insere a mão pela cavidade do
sacro, pressiona o cotovelo posterior em direção ao sacro e apreende o antebraço e a mão,
puxando-os para fora. Se caso todas as manobras forem ineficazes, o obstetra deve flexionar a
cabeça do feto e inverte os movimentos cardinais do trabalho de parto, reposicionando a
cabeça do feto de volta na vagina, que é chamada de manobra de zavanelli, e depois é
realizado o parto por cesariana imediata (GOTIELLI; GALAN 2007).
De acordo com Teixeira et al (2012) Em relação a epidemiologia, a recorrência de
distócia de ombro é significativa, Porém, é difícil estabelecer relação causal da distorcia de
ombro prévia com a taxa de recorrência, Porém, as possibilidades de recorrências são
elevadas, Quando já se teve distócia e ombro, já que em geral os fatores de risco estão
presentes na gestação subsequente. No entanto, o risco de recorrência pode estar
subestimado devido ao fato de muitas mães em obstetras optarem por cesarianas profiláticas
diante de distócia e ombro prévia. O diagnóstico de distócia de ombro é subjetivo, o que
explica a sua ampla variação de incidência, cerca de 0,2 a 2% até 6,1%. O risco de recorrência
possui grande variação, de 1,1 a 16,7% com a taxa mais alta e a mais baixa observadas quando
há menor e maior número de partos vaginais subsequentes, respectivamente.
Portanto, a equipe de enfermagem é fundamental, em vários aspectos, por exemplo:
comunicar a gestante e acompanhantes o que estar ocorrendo, comunicar sobre a as
complicações e sobre todas as manobras que iram ser realizadas, participação no conjunto de
exercícios que iram ser feitos para estimular a flexibilidade da pelve da mulher facilitando o
desprendimento do ombro, além de que as intervenções de enfermagem na detecção precoce
de uma distócia, auxiliam na tomada de decisões para ações adotadas para o bom
funcionamento dos mecanismos fisiológicos do parto, por exemplo: mudanças de decúbito,
deambulação, coordenar as contrações, suporte psicológico, presença de um acompanhante,
necessidade de utilização de analgesia, etc. A atuação da enfermagem de forma humanizada
contribui para consideravelmente para realização do procedimento e sua conduta certa, já que
o profissional de enfermagem é quem tem maior contato com a gestante durante toda sua
gestação.
Intervenções de Enfermagem

Diagnósticos:
1 Risco para infeção relacionado a procedimentos invasivos
2 laceração do períneo relacionado a processo cirúrgico evidenciado por episiotomia.
3 risco para lesão fetal relacionado a realização de manobras para retirada do feto.

Resultados Esperados:
1 evitar infeção no sítio operatório
2 prevenção de contaminação da laceração
3 evitar lesões fetais

Intervenções:
1 realizar avaliação do paciente a cada consulta
Observar sinais de infeção local
Monitorar sinais vitais frequentemente
2 orientar quanto higiene na região vulvoperineal e uso de roupas íntimas diariamente
Atentar para infeção na região diariamente
Limpeza externa aplicando antisséptico 2 ou 3 vezes por dia
3 se atentar para sangramentos diariamente
Monitorar sinais de infeção diariamente
Identificar problemas que possam ter ocorrido com o concepto

Referências

BRASIL, ministério da saúde. Distocia fetal. Disponível em:


https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/
anormalidades-e-complicações-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/distocia-fetal.
TEIXEIRA, A.A; et al. Distocia de ombro. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Belo
Horizonte, Brasil. Disponível em: http://rmmg.org/exportar-pdf/678/v22s5a10.pdf.
GOTIELLI AG, GALAN HL. Shoulder dystocia: an update. Obstet Gy- necol Clin North Am. 2007;
34:501–31.
Diagnósticos de Enfermagem da Nanda: definições e classificação 2009-2011/Nanda
international; tradução Regina Machado garcez- Porto Alegre 2010.
 

Você também pode gostar