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Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG

Curso de Fisioterapia

FISIOTERAPIA
CARDIOPNEUMOFUNCIONAL NO IDOSO
Profa. Danusa Rossi

Caxias do Sul, setembro de 2021.


INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
CLÍNICOS E DE IMAGENS
GASOMETRIA ARTERIAL
CAPNOGRAFIA
GRAVAÇÕES

NÃO ESTÃO AUTORIZADAS!!!


HEMATOPOIESE
Processo de ÷, diferenciação e maturação celular, desde a célula mais primitiva até aos diferentes
tipos de células sanguíneas. Envelhecimento acarreta ↑ da demanda hematopoiética:
• Pouco ↑ da Hb em resposta à queda da pressão atmosférica
• ↓ progressiva das reservas hematopoiéticas
Composição do sangue

Plasma 55%:
92% água
8% minerais, hormônios,
proteínas, glicose
Leucócitos (GB) e
plaquetas (< 1%)

Hemácias: 45% (GV)


HEMOGRAMA – série vermelha
É o exame de sangue que avalia as células que compõem o sangue:
1. Hemácias (GV ou eritrócitos)
- Constituídas por globulinas e Hb
- Formada através da eritropoiese
- Sistema renal produz hormônio eritropoetina que estimula a
medula óssea a produzir eritrócitos.

Hemoglobina:
• Pigmento presente nos eritrócitos que dá coloração ao sangue
• Principal função: Transporte de O2 pelo sistema circulatório
• IDOSO: tende a estar↓
HEMOGRAMA – série vermelha
Hematócrito:
• É a % de volume que os eritrócitos/hemácias ocupam no
volume total do sangue. Aumentado em:
- Gravidez
- Altitude
- Policitemia
• Sangue mais espesso - Hiperviscosidade
• Sintomas: Cefaleia, fadiga, fraqueza e dispneia
• IDOSO: tende a estar↓
HEMOGRAMA – série vermelha
Eritrograma: verifica quantidade das células sanguíneas, qualidade
das hemácias (tamanho adequado, quantidades recomendadas de
Hb).

• IDOSO: tende a estar↓


• Volume corpuscular médio (VCM)
• Hemoglobina corpuscular média(HCM)
HEMOGRAMA – série branca

2. Leucócitos (glóbulos brancos)

Fazem parte do sistema imunitário do organismo. Combatem e


eliminam os microorganismos

Leucograma: verifica a imunidade e reação à infecções e


inflamações.
IDOSO: ↓ na resposta leucocitária
Valor de referência: 3.500 a 10.500/mm3
• leucócitos ↑ = leucocitose
• leucócitos ↓ = leucopenia
HEMOGRAMA – série branca

Neutrófilos:
• Mais numerosos
• Atuam nas infecções bacterianas
• Classificados de acordo com sua maturação
- Segmentados – Forma madura
- Bastões e Metamielócitos - Formas mais jovens (desvio E)

IDOSO: ↓ na mobilização de neutrófilos

Valor de referência: 1.700 – 8.000/mm3


HEMOGRAMA – série branca

Linfócitos:
• Natural Killer : Linfócitos com tamanhos maiores
• Linfócitos T:
- Imunidade celular
- Estimulando ou atenuando a produção de anticorpos
- Age diretamente sobre o antígeno
• Linfócitos B:
- Imunidade humoral
- Dão origem às células de memória que geram os anticorpos
• Linfócito T CD4:
- Identifica, ataca e destrói bactérias, fungos e vírus
- Principal alvo do vírus HIV
HEMOGRAMA – série branca

Basófilos: resposta imunitária

Eosinófilos: processo inflamatório (alergias)

Monócitos: células fagocitárias


HEMOGRAMA – série branca

3. Plaquetas

São fragmentos de células responsáveis pelo início do processo


de coagulação.

Valores de referência: 150.000 - 450.000/ mm³

• Plaquetas ↑ (trombocitose): coágulos e trombos, risco de


TEP E TVP

• Plaquetas ↓ (trombocitopenia): > risco de sangramentos


HEMOGRAMA
HEMOGRAMA: Como interpretar?
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos
% do volume ocupado pelas Alto: Desidratação, policitemia e

Ht hemácias no volume total de choque;


sangue.
Baixo: Anemia, ↓ excessiva de
Hematócrito sangue, dç renal, deficiência de ferro
e de proteínas e sepse.

É um dos componentes das Alta: Policitemia, IC, dç pulmonare e


hemácias e é responsável pelo em altitudes elevadas;
transporte de O2.
Hb Baixa: Gravidez, anemia
por deficiência de ferro, anemia
Hemoglobina megaloblástica, talassemia, câncer,
desnutrição, dç hepática e lúpus.
HEMOGRAMA: Como interpretar?
Glóbulos brancos (leucócitos)
Alto (Neutrocitose): infecções bacterianas,
Representam a primeira linha de defesa contra a inflamações, utilização de corticoide, leucemias.
Neutrófilos invasão de microrganismos. Baixo (Neutropenia): infecções virais ou por parasitas, uso de
alguns ATB e consumo excessivo de álcool.

São neutrófilos imaturos, liberados na circulação


Bastonetes sanguínea.
Alto: infecção bacteriana aguda

Modula reações alérgicas e imunes secretando Alto: processo inflamatório ou alérgico prolongado (rinite e
Basófilos principalmente histamina e heparina doenças cutâneas)

Alto: alergias, infecções por parasitas e algumas doenças


Atua na defesa do organismo contra alguns
cutâneas
Eosinófilos parasitas, além de modular as reações de
Baixo: Estresse, traumas, inflamações e a utilização
hipersensibilidade
de corticoides.

Célula de defesa contra vírus e bactérias, além de


Monócitos remover partículas estranhas ou restos celulares.
Alto: infecções virais como sífilis, TB, inflamação crônica

Alto (Linfocitose): Infecções virais, leucemia linfóide e em alguns


Atuam principalmente na resposta imune contra outros tipos de cânceres.
Linfócitos vírus e células tumorais. Baixo (Linfopenia): Insuficiência renal, AIDS, exposição a radiação
e alcoolismo
ANEMIAS EM IDOSOS

A anemia é uma doença frequente em idosos e sua


prevalência aumenta com o avançar da idade,
afetando a saúde física e funcional do idoso:

• Anemia por carência de ferro

• Anemia por carência de vitamina B12 e/ou acido fólico

• Anemia por dç crônica: infecções crônicas, dçs inflamatórias


neoplasias.
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

Doença ocasionada pela formação de coágulos em uma ou


mais veias, geralmente em MMII

• É frequente em pessoas > 60 anos

• Na maioria dos casos assintomático

• Sinais mais frequentes: Dor nas pernas; Sensação de


queimação na região afetada; Mudança na cor da pele e
presença de Edema.

• Tratamento: anticoagulantes orais.


Bioquímica do sangue

Proteína C Reativa (PCR):


• Produzida no fígado
• Função básica: Ligar-se a fosfocolina expressa na superfície de células
mortas ou lesionadas para iniciar sua eliminação
• Indicador sensível para inflamação e infecção bacteriana

Creatinina:
• É um produto da degradação da fosfocreatina no músculo.
• Creatina, produzida no fígado é quebrada em creatinina após a
atividade do músculo.
• Eliminação através dos rins.
• Importante marcador Renal.
Bioquímica do sangue

Uréia
• Principal produto terminal do metabolismo proteico
• Formada principalmente no fígado
• Eliminada pelos rins

Lactato
• Produto final da glicólise anaeróbia que ocorre em tecidos hipóxicos
• Fadiga mais rápida
• Associada com a mortalidade em pacientes com choque (Hipovolêmico,
Cardiogênico ou Séptico).
Bioquímica do sangue

Sódio: 135 e 145 mEq/L

• ↓ hiponatremia ↑ hipernatremia

• Essencial para o adequado funcionamento de nossas células, ppe


neurônios.

• Idoso têm > predisposição a alterações do sódio devido à: alterações


fisiológicas do envelhecimento (↓ ingesta hídrica, ↓ água corporal,
funcionamento dos rins, medicamentos ppe diuréticos, doenças como
IC, cirrose e IR, PNM e gastroenterites)
Bioquímica do sangue
Potássio: 3,6 a 5,2 mmol/L

↓ Hipocalemia (< 2,5 mmol/L risco de vida)


- Causas:
• ↓ da ingestão de K+
• ↑ da excreção de K+
• movimentação do potássio para o intracelular

- Sintomas: fraqueza muscular, rabdomólise, cãibras, arritmia cardíaca

↑ Hipercalemia

- Causas:

• IRC ou em situações que reduzam a excreção renal de potássio

- Sintomas: fraqueza muscular, arritmia cardíaca, alterações no ECG


Bioquímica do sangue
Cálcio: 8,8 mg/dL

↓ Hipocalcemia

- Causas:

• Hipoparatireoidismo

• deficiência de vitamina D

• doenças renais.

- Sintomas: Parestesias, tetania, convulsões, encefalopatia e IC.

* Idoso: deve ↑ ingestão Ca++ pq absorção é ↓

* É necessário fortalecer os ossos.


GASOMETRIA

OBJETIVO: Verificar a presença de um desequilíbrio ácido-base


ALTERAÇÃO DO pH
Por alteração Ventilatória  Com compensação metabólica
Por alteração Metabólica  Com compensação respiratória
GASOMETRIA

Acidose respiratória Alcalose respiratória

Obstrução de vias aéreas Hiperventilação


DPOC
GASOMETRIA

Acidose metabólica Alcalose metabólica

DM descompensada Vômitos, Diuréticos


com cetoacidose
CAPNOGRAFIA

• Capnografia é a monitorização contínua e não invasiva da pressão


parcial do dióxido de carbono exalado ou dióxido de carbono (CO2)
ao longo do tempo.
• Qualquer alteração na forma da onda na capnografia pode ser
detectada perante alteração de metabolismo, perfusão sanguínea
ou ventilação.

• Onda deve ser quadrada.


• Valor de normalidade de CO2: 35 e 45 mmHg e a FR entre 12 e 20
irpm.
CAPNOGRAFIA
CAPNOGRAFIA
Composição da Onda de Capnografia

• Altura: quantidade numérica de CO2 em mmHg.


• Largura: tempo da expiração.
FASE I
• É o tempo entre o final da inspiração e antes do início da
expiração. Durante esta fase, é ventilado o espaço morto cuja
concentração de CO 2 é a mesma do ambiente.
FASE II

• Início da expiração, ocorre um aumento muito acentuado na


eliminação de CO 2 . O CO 2 removido é a mistura do CO 2 do
espaço morto com o alveolar.
FASE III

• Também chamado de platô alveolar. Nesta fase, o CO2 alveolar


é eliminado, ocorre um aumento muito discreto até atingir o
ponto máximo do gráfico que ocorre no final da expiração e
que corresponde ao EtCO 2 (ponto D do gráfico).
FASE IV

• Corresponde ao início da inspiração, há uma


diminuição acentuada do CO 2
Broncoconstrição

 Barbatana de tubarão.
Causas:
• obstrução do fluxo expiratório
• corpo estranho na via aérea
Hipoventilação

 Usualmente quadrada.
 A expiração pode estar um pouco prolongada.
 O volume tidal de CO2 é superior a 45 mmHg.
Hiperventilação

 Usualmente quadrada, a fase de expiração mais curta.


 O volume de CO2 tidal é inferior a 35 mmHg.
EXAMES DE IMAGEM – RX DE TÓRAX

RX TORAX
Pulmão normal
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX

Limites torácicos
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX
Fissuras e lobos
EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX

Incidências:

Ântero posterior (AP) Póstero anterior (PA)


EXAMES DE IMAGEM – TOMOGRAFIA DE TÓRAX

TOMOGRAFIA DE TORAX - Pulmão normal


EXAMES DE IMAGEM – RX E CT DE TÓRAX
EXAMES DE IMAGEM

SITUAÇÕES MAIS FREQUENTES:

• Atelectasia

• Consolidação

• Derrame pleural

• Bronquiectasia

• DPOC ( Enfisema / Bronquite Crônica)

• Pneumotórax

• TEP

• Edema pulmonar, Congestão.


ATELECTASIA

• Colapso alveolar
• Imagem radiopaca com borda
bem definida
• Elevação diafragma
• Desvio do mediastino
• Aproximação das costelas
• Ausência de Broncograma
Aéreo
ATELECTASIA

• Desvio ipsilateral (mesmo lado) do mediastino

Sem desvio do mediastino Com desvio do mediastino


ATELECTASIA

• Desvio ipsilateral (mesmo lado) do mediastino

Sem desvio do mediastino Com desvio do mediastino


ATELECTASIA
CONSOLIDAÇÃO
• Substituição do ar alveolar por
líquido prejudicial
• Imagem radiopaca com bordas
mal definidas
• Broncograma Aéreo
• Exemplo : Pneumonia
PNEUMONIA LOBAR
PNEUMONIA LOBAR
PNEUMONIA X BCP
BRONCOPNEUMONIA
DERRAME PLEURAL

• Presença e líquido anômalo


na cavidade pleural
• Borramento do diafragma e
do seio costofrênico
DERRAME PLEURAL

• Desvio contralateral do mediastino

Sem desvio do mediastino Com desvio do mediastino


DERRAME PLEURAL

• Desvio contralateral do mediastino

Sem desvio do mediastino Com desvio do mediastino


DERRAME PLEURAL
• Acúmulo anormal de líquido na cavidade pleural
DERRAME PLEURAL
BRONQUIECTASIA

• Dilatações localizadas e irregulares


da árvore brônquica consequentes a
infecções, obstruções ou doenças
hereditárias
• Visualização de bronquíolo além de
2-3 cm da pleura
• Trilho de trem, cacho de uva, vidro
fosco
ENFISEMA PULMONAR - DPOC

• Desarranjo irreversível do espaço


aéreo distal ao bronquíolo
terminal causado por enzimas
proteolíticas que destroem as
paredes os alvéolos sem
evidência de fibrose.
• Radiotransparência pulmonar
• Hiperinsuflação Pulmonar
• Retificação do diafragma
• Costelas horizontalizadas
ENFISEMA PULMONAR - DPOC
ENFISEMA PULMONAR - DPOC
BOLHAS DE ENFISEMA
PNEUMOTÓRAX

• Presença de ar na
cavidade pleural que
ocorre por ruptura dos
alvéolos, afastando as
pleuras visceral e
parietal.
PNEUMOTÓRAX
PNEUMOTORAX
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)
• Obstrução da
circulação arterial
pulmonar pela
instalação de coágulos
sanguíneos,
geralmente, oriundos
da circulação venosa
sistêmica, com
redução ou cessação
do fluxo sanguíneo
pulmonar para a área
afetada. Sinal de Hampton - Opacidades com base pleural
e vértice em direção ao hilo, indicam infarto
pulmonar
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)
• Obstrução da
circulação arterial
pulmonar pela
instalação de coágulos
sanguíneos,
geralmente, oriundos
da circulação venosa
sistêmica, com
redução ou cessação
do fluxo sanguíneo
pulmonar para a área
afetada. Sinal de Hampton - Opacidades com base pleural
e vértice em direção ao hilo, indicam infarto
pulmonar
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)
CONGESTÃO PULMONAR

Pulmão normal Congestão pulmonar


PADRÃO VIDRO FOSCO

Pulmão normal Congestão pulmonar


PADRÃO VIDRO FOSCO - COVID

Pulmão recuperado

Pulmão doente
Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG
Curso de Fisioterapia

FISIOTERAPIA
CARDIOPNEUMOFUNCIONAL NO IDOSO
danusa.rossi@fsg.edu.br

Caxias do Sul, setembro de 2021.

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