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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO/SAÚDE
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS DE SAÚDE DE LUANDA
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO ACÁCIAS RUBRAS-IMPAR

PROJECTO TECNOLÓGICO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO
DE TÉCNICO MÉDIO DE ENFERMAGEM

MALÁRIA

CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DOS VENDEDORES


DO MERCADO KITANDA PEDRO JOAO SOBRE A MALÁRIA,
LUANDA – MARÇO 2021

O Orientador(a)

________________________
Miguel Cabaça Ngola

Luanda 2020-2021
1  
 
Conhecimento, atitudes e párticas dos vendedores do Mercado da Estalagem sobre a
Malária, Luanda – Março 2021

Trabalho apresentado à Escola de Formação de


Técnicos de Saúde de Luanda com um dos
requisitos para a obtenção do título de Técnico
de Enfermagem.
Autores:

1.   Agostinho Campos Da Rosa


2.   Aldmiro Cardoso Ângelo
3.   Catarina Junior Lucamba
4.   Deolinda Vilola Miguel
5.   Eunice Manuel Sengue
6.   Henriqueta José Mario Augusto
7.   Hodilia Antonio Matos Sampaio
8.   Jurema Patricia Francisco Florentoino
9.   Marcia Domingos Mateu Quimuanga
10.  Maria Gonçalves Senga

Luanda 2020-2021

2  
 
Assinatura_______________________________________________

Data__________/________/_________

FICHA CATALOGRÁFICA

Conhecimento, atitudes e párticas dos vendedores do Mercado Kitanda


Pedro João sobre a Malária, Luanda – Março 2021

Trabalho apresentado ao Instituto Médio Politécnico Acácias Rubras


(IMPAR) como requisito para a obtenção do título de técnico de
enfermagem.

Orientadora: Miguel Cabaça Ngola

Páginas: 42

Palavras-chave: Conhecimento, Malária, vendedores

III  
3  
 
FOLHA DE APROVAÇÃO

Conhecimento, atitudes e párticas dos vendedores do Mercado da Estalagem


sobre a Malária, Luanda – Março 2021

Aprovado em _____/______/2021

Trabalho de fim do Curso apresentado


ao Instituto Médio Politécnico Acácias
Rubras para a obtenção do título de técnico
de Enfermagem.

IV  
4  
 
BANCA EXAMINADORA

Presidente_________________ Assinatura ______________________

1º Vogal_________________Assinatura _________________________

2º Vogal________________ Assinatura __________________________

5  
V  
 
DEDICATÓRIA
Dedicamos este projeto a todos os elementos do grupo que maneira incansável
trabalhou para que este projeto se realize, e com isso apresentamos o mesmo para que
sirva de benefício a comunidade estudantil.

VI  
6  
 
AGRADECIMENTOS
Os nossos votos de agradecimento em primeira instância vão para Deus todo-
poderoso pelo fôlego da vida, agradecemos também a Escola de Formação de Técnicos
de Saúde de Luanda (E.F.T.S.L.), a Coordenação do curso do Instituto Médio Politécnico
Acácias Rubras (IMPAR), e posteriormente ao nosso orientador Miguel Cabaça Ngola e
aos nossos professores que muito fizeram para que este projeto se concretizasse.

Também somos gratos aos nossos ilustres pais, que com muito sacrifício fizeram
cumprir o propósito definido.

VII  
7  
 
EPÍGRAFE

´´Se não poder voar, corra. Se não correr, ande. Se não poder
andar, rasteje. Mas continue em frente de qualquer jeito´´

Martin Luther King

VIII  
8  
 
RESUMO

A malaria é considerada um problema de Saúde Pública, pois que atinge


principalmente os países subdesenvolvimento. A malária é um dos principais problemas
de saúde em Angola. Esta doença é responsável por grande parte das mortes por infeção
no país. Anualmente são reportados centenas de milhares de casos de malária em Angola,
causando milhares de mortes. A malária tem, não só um impacto negativo sobre a saúde
das populações, como também sobre o desenvolvimento social destas tornando-as mais
pobres. Nota-se um aumento de transmissão durante a estação das chuvas, com um pico
entre os meses de Janeiro e Maio. A metodologia usada foi estudo observacional
descritivo transversal, com uma abordagem quantitativa, os dados foram recolhidos por
meio de entrevistas a 100 vendedores do mercado da Kitanda Pedro João. Com os
resultados constatou-se que quanto à idade a maior parte dos vendedores do estudo
encontrava-se na faixa etária entre os 26 e os 36 anos 40 (40%), tendo em ao género
observamos 85 (85%) do feminino como sendo a maioria, conta o nível de escolaridade
houve predominância ensino básico, sendo 54 (54%). Quanto o local onde ouviram falar,
verificamos que 40 (40%) correspondem a maioria que ouviram falar na Televisão, sobre
a Malaria. Quanto ao conhecimento da causa da Malária., verificamos que 93 (93%)
conhecem. Quanto ao sinal e sintoma, verificamos que 67 (67%) dos indivíduos
conhecem os sinais e sintomas. Quanto ao conhecimento da doença 55 (55%) conhecem
a mesma. E 85 (85%) dos participantes conhecem as formas de prevenção. Concluímos
que os vendedores do mercado da Kitanda Pedro João têm conhecimento sobre a Malária.

Palavras-chave: Conhecimento, Atitudes, Práticas e Malaria

9  
  IX  
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

§   HIV: Vírus de imunodeficiência humana


§   AIDS: Síndrome imunodeficiência adquirida
§   MINSA: Ministério da Saúde de Angola
§   ACT:
§   EV: endovenosa
§   IM: intramuscular
§   G6PD: glicose-6-fosfato desidrogenase

10   X  
 
Sumário
1.   INTRODUÇÃO  ...............................................................................................................  12  
1.1   Formulação do problema  .............................................................................  13  
1.2. Justificativa  ........................................................................................................  13  
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  .......................................................................................  15  

2.1.   Definições de termos e conceitos  ..................................................................  15  


2.2.   Epidemiologia  ...............................................................................................  15  
2.3.   Sinais sintomas  ..............................................................................................  16  
2.4.   Causas  ............................................................................................................  17  
2.5   Ciclo biológico  ...............................................................................................  18  
2.6   Quadro clinico  ..............................................................................................  18  
2.7   Transmissão  ..................................................................................................  20  
2.8   Diagnóstico  ....................................................................................................  21  
2.9   Tratamento  ...................................................................................................  22  
2.10   Complições  ....................................................................................................  24  
2.11   Fatores de risco  .............................................................................................  26  
2.12   Prevenção  ......................................................................................................  27  
2.13   Controle  .........................................................................................................  27  
2.14   Cuidados de enfermagem  .............................................................................  28  
3.   METODOLOGIA  ............................................................................................................  29  
4.   APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS  .....................................................................  30  
5.   CONCLUSÃO  ..................................................................................................................  34  
6- SUGESTÕES  ........................................................................................................................  35  
7.   REFERÊNCIAS  ..............................................................................................................  36  

11  
 
1.   INTRODUÇÃO
A malária é uma das doenças parasitárias mais antigas do mundo. Por muitos anos,
acreditava-se que ela era ocasionada pelo ar dos pântanos e brejos, então, o nome “mau
ar”. Também é conhecida como impaludismo, febre palustre, maleita ou sezão.

Além disso, é mundialmente um dos mais sérios problemas de saúde pública,


manifestando-se como uma doença infecciosa, causada por protozoários do gênero
Plasmodium e transmitida ao homem pela fêmea de mosquitos do gênero Anopheles,
produzindo febre, cefaleia e vômitos.

A doença é apresentada como um problema global e devastador da saúde humana.


É tipicamente uma parasitose de países subdesenvolvidos. Está presente nas regiões
tropicais e subtropicais do planeta atingindo um número de pessoas jamais conhecido na
história. Cerca de 50% da população mundial (3,3 bilhões de pessoas) vivem em áreas de
risco de transmissão da malária. Do total de países das áreas endêmicas, 35 destes, (sendo
30 na África subsaariana e 5 na Ásia) são responsáveis por 98% das mortes pela doença
no mundo. A malária é a 5ª causa de morte por doenças infeciosas em todo o mundo,
ficando em desvantagem apenas para infeções respiratórias, HIV/AIDS, doenças
diarreicas e tuberculose. Além disso, na África é a principal causa de morte relacionada
a doenças infeciosas, depois de HIV/AIDS.

Em torno de 24 milhões de casos de malária confirmados, foram relatados em 2010,


nas 106 áreas endêmicas da doença e destas 8, 324.902 mortes foram notificadas.

12  
 
1.1  Formulação do problema
Durante muitos anos o Ministério da Saúde de Angola (MINSA) tem criado grandes
planos para irradicação da Malária, sendo ela um importante problema de saúde pública
e epidemia mais diagnosticada em todo território nacional. No entanto tem-se notado uma
grande deficiência no cumprimento desses planos devido à falta de saneamento básico
em várias regiões do país possibilitando assim a fácil e rápida reprodução do seu agente
etiológico e pelo incumprimento das medidas de prevenção por parte da população. Face
a esses dados surgiu-nos a seguinte questão:

Qual é conhecimento, atitudes e práticas dos vendedores do mercado Kitanda Pedro


João sobre a Malária, Luanda – Março 2021?

1.2. Justificativa

A escolha do tema justifica-se pelo interesse académico, desejo e necessidade de


aprofundarmos os nossos conhecimentos, e pelo facto da Malária ser um grande problema
de saúde pública a nível mundial, como agente promotores de saúde, surgiu-nos a
necessidade de informar, educar, e comunicar a população, com coerência e clareza a
respeito da mesma, a fim de contribuirmos de forma significativa no combate da
epidemia. Sendo o mercado da Estalagem um local com saneamento básico muito
precário, o estudo deste tema nos trará uma visão ampla de como informar a população
sobre as práticas de saneamento básico para então adotarem tais atitudes e assim ajudar
na prevenção da Malária.

13  
 
1.3  Objetivos

1.3.1   Objetivos geral

§   Avaliar o conhecimento, atitudes e práticas dos vendedores do mercado Kitanda


Pedro João sobre a Malária

1.3.2   Objetivos específicos

§   Caracterizar a amostra quanto a idade, gênero e nível de escolaridade;


§   Identificar os factores de risco associados à Malária;
§   Informar a população sobre as medidas de prevenção da malária.

14  
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.   Definições de termos e conceitos

§   Malária: é uma doença infecciosa causada por um protozoário unicelular, do


género plasmodium, que reparte o seu ciclo de vida entre mosquitos do género
anófeles e vertebrados. (Camargo, E. P. (2003).
§   Plasmódio: são protozoários, eucariontes, unicelulares que fazem parte do reino
protista. (Luse, S. A., & Miller, L. H. 1971)
§   Conhecimento: “é o ato ou efeito de conhecer e ter ideia ou noção de alguma
coisa” (CAMACHO; TAVARES, 1998, p. 168).
§   Atitudes: maneira de se comportar, agir ou reagir, motivada por uma disposição
interna ou por uma circunstância determinada; (ALVES, 2008).
§   Praticas: tudo o que se consegue realizar, executar, fazer; exercício. Realização
do que se planejou; aplicação (KRASILCHIK, 2004).
§   Vendedores: é um comunicador com um olhar direcionado aos seus clientes, as
suas necessidades e tendências. (BOURDIEU, 1974).
§   Mercado: local em que operam as forças da oferta e demanda, através de
vendedores e compradores, de tal forma que ocorra a transferência de
propriedade da mercadoria através de operações de compra e venda. (SOUSA,
2014).

2.2.   Epidemiologia

A malária continua a ser a principal causa de morte em Angola, segundo dados da


Direcção Nacional de Saúde, divulgados no âmbito das celebrações do Dia Mundial de
Luta Contra a Malária. A malária continua a ser a principal causa de morte em Angola,
só no primeiro trimestre deste ano (2018), mais de duas mil pessoas morreram de malária
segundo dados do departamento de controlo de doenças da Direcção Nacional de Saúde,
no âmbito das celebrações do Dia Mundial de Luta Contra a Malária, assinalado nesta
quarta. (Lapouble, 2015)

De acordo com o chefe de departamento de controlo de doenças da direção nacional


de saúde, Pelinganga Luís Baião, a sua instituição criou um plano de emergência para dar

15  
 
resposta a situação. Kuando Kubango, Bié, Moxico, Huambo e Uíge, são neste momento
as províncias mais afetadas pela malária. (Lopes, 2019)

Angola continua na linha vermelha dos países com maior número de mortes por
malária. A malária é uma doença parasitária que causa febre alta, calafrios e sintomas
similares à gripe. O quadro epidemiológico de Angola é caracterizado por doenças
transmissíveis e parasitárias, com destaque para as grandes endemias como a malária, o
VIH/SIDA e a tuberculose, juntando-se as doenças tropicais negligenciadas, como
tripanossomose humana africana. (Gonçalves, 2019)

2.3.   Sinais sintomas

Os primeiros sintomas da malária podem surgir 1 a 2 semanas após a infeção pelos


protozoários do gênero Plasmodium sp. Apesar de geralmente ser leve a moderada, a
malária pode desenvolver quadros graves, por isso, o diagnóstico deve ser feito o mais
precocemente possível, já que o tratamento correto e rápido são as formas mais adequadas
para reduzir a gravidade e a mortalidade desta doença. (REGUÉ et al. 2002)

O primeiro sintoma que surge é a febre alta, que pode chegar a 40ºC, mas outros sinais
e sintomas clássicos de malária incluem:

§   Tremores e calafrios;
§   Suor intenso;
§   Dores por todo corpo;
§   Dor de cabeça;
§   Fraqueza;
§   Mal-estar geral;
§   Náuseas e vômitos.

É comum que a febre e a intensificação dos sintomas ocorram sempre de forma


repentina a cada 2 a 3 dias, durante cerca de 6 a 12 horas, período em que os glóbulos
vermelhos se rompem e os parasitam circulam pela corrente sanguínea, situação bem
característica da malária.

Entretanto, os padrões da doença variam de acordo com o tipo de malária, se ela é


malária complicada ou não, podendo as complicações ser fatais.

16  
 
Segundo Zapata (2003) em alguns casos, a infeção pode desenvolver complicações
graves, sendo que a malária cerebral é a mais comum e importante. Alguns sintomas que
indicam malária cerebral incluem:

§   Rigidez na nuca;
§   Desorientação;
§   Sonolência;
§   Convulsões;
§   Vômito|;
§   Estado de coma.

A malária cerebral pode causar risco de morte, sendo comumente confundida com
outras doenças neurológicas graves como meningite, tétano, epilepsia e outras doenças
do sistema nervoso central.

2.4.   Causas

Segundo Gomes (2011) a malária é causada pelo mosquito do género Anopheles,


mas o mosquito não é um vilão, é que ele encontra-se infetado por uma das espécies do
Plasmodium. Existem cinco espécies de Plasmodium que podem infetar os seres
humanos:

§   Plasmodium falciparum
§   Plasmodium vivax
§   Plasmodium ovale
§   Plasmodium malariae
§   Plasmodium knowlesi (raramente)

A maior parte das mortes são causadas pelo P. falciparum. As espécies P. vivax,
P. ovale e P. malariae geralmente causam formas menos graves de malária que raramente
são fatais. A espécie P. knowlesi raramente causa a doença em seres humanos.

O Plasmodium vivax e o Plasmodium ovale permanecem no fígado em estado


latente e, periodicamente, liberam parasitas maduros para a corrente sanguínea,
provocando crises recorrentes. A forma inativa não é destruída por muitos medicamentos
contra a malária.

17  
 
O Plasmodium falciparum e o Plasmodium malariae não permanecem no fígado.
No entanto, as formas maduras de Plasmodium malariae podem persistir na corrente
sanguínea durante meses ou mesmo anos, antes de provocarem sintomas.

Obs.: Em Angola atuam geralmente três: Plasmodium


falciparum (92%), Plasmodium vivax (7%) e Plasmodium
malariae (1%).
2.5  Ciclo biológico

O ciclo é heteróxeno (completa-se em dois hospedeiros), com o hospedeiro


definitivo (mosquito) e o intermediário (homem). Está dividido em 3 ciclos: (Cerón,
2013).

§   Ciclo esporogônio: ocorre no tubo digestivo do mosquito, tendo como resultado


os esporozoitos em suas glândulas salivares. Corresponde também a fase sexual.
§   Ciclo pré-eritrócitico: ocorre no fígado do homem. Corresponde também a fase
sexual.
§   Ciclo eritrocítico: ocorre nos eritrócitos do homem. Corresponde também a fase
sexual.

Obs.: Só a fêmea do mosquito é que se alimenta de sangue;


os machos alimentam-se do néctar de plantas, pelo que não
transmite a doença. As fêmeas do género Anopheles
preferem alimentar-se ao longo da noite, iniciando a
procura de uma refeição com o pôr do sol

2.6  Quadro clinico

Segundo Corrêa (2013) as manifestações clínicas da malária dependem de múltiplos


fatores:

§   Do parasita
§   Interações parasita-hospedeiro
§   Do hospedeiro
§   Condições sócio-econômicas do paciente

18  
 
As manifestações clinicas da doença aparecem a partir da fase de esquizogonia do
parasito. Os sintomas objetivos (sinais) e subjetivos podem evoluir para formas graves e
complicadas, dependendo da: (1) resposta imunológica do organismo, (2) aumento da
parasitemia e (3) espécie de plasmódio. A malária pode distinguir-se em:

§   Malária não complicada

A primeira infeção é caracterizada pela ocorrência de paroxismos febris. Os


paroxismos iniciam-se com calafrios, acompanhados de mal-estar, cefaleia e dores
musculares e articulares. Náuseas e vômitos são sintomas frequentes, podendo também
ocorrer dor abdominal intensa. A frequência dos sintomas está descrita na Tabela 1. Em
algumas horas, inicia a febre alta que produz adinamia e prostração; a esta fase se segue
um período de sudorese profusa, com melhora progressiva do estado geral. Em geral,
pacientes com infeção por P. falciparum, P. vivax e P. ovale têm paroxismos febris a cada
48 horas (febre terçã), enquanto aqueles infectados por P. malariae têm paroxismos a cada
72 horas (febre quartã). (ZAPATA, 2003)

Nos indivíduos que habitam regiões endêmicas de Malária, este quadro de paroxismo
de febres (paludismo) não ocorre, sendo mais comum a ocorrência de um ou poucos dos
sintomas acima descritos. Sinais clínicos de anemia, esplenomegalia e hepatomegalia
geralmente estão presentes.

19  
 
§   Malária grave e complicada:

Já nos casos graves, a doença expressa complicações em diversos órgãos, sendo


reconhecida por alguns sinais e sintomas clínicos (Tabela 2). A Malária causada pelo
P. falciparum pode acometer outros órgãos, como a Malária cerebral, caracterizada
por sintomas de encefalite (sonolência, prostração intensa, convulsões, alteração do
nível de consciência até o coma). Segundo a Organização Mundial de Saúde, a
definição de Malária cerebral exige a presença de coma profundo (escala de coma de
Glasgow < 9). O comprometimento renal é caracterizado por oligúria e urina escura.
(ZAPATA, 2003)

A Malária pulmonar pode variar desde taquipneia e dispneia com alterações


discretas na ausculta até edema pulmonar e franca insuficiência respiratória. Icterícia
é um sinal de gravidade da doença, não sendo comum nos casos leves a moderados
da doença.

2.7   Transmissão
A transmissão se inicia quando uma fêmea do mosquito Anopheles se alimenta em
uma pessoa com malária e ingere sangue contendo gametócitos.

Durante 1 a 2 semanas depois, gametócitos dentro do mosquito se reproduzem


sexualmente e produzem esporozoítas infectados. Quando o mosquito se alimenta de

20  
 
novo em uma pessoa, esporozoítas são inoculados e rapidamente atingem o fígado
infectando os hepatócitos. (COSTA, 2008)

Os parasitas amadurecem em esquizontes teciduais dentro dos hepatócitos. Cada


esquizonte produz 10.000 a 30.000 merozoítos, que são liberados na circulação sanguínea
após 1 a 3 semanas, quando os hepatócitos se rompem. Cada merozoito pode invadir um
eritrócito e então se transformar em uns trofozoítos.

Trofozoítas crescem, e a maioria se transforma em esquizontes eritrocitários;


esquizontes produzem novos merozoítas que entre 48 horas e 72 horas depois rompem os
eritrócitos e são liberados no plasma. Esses merozoítas rapidamente invadem novos
eritrócitos, repetindo o ciclo. Alguns trofozoítas se desenvolvem em gametócitos, os quais
são ingeridos pelo mosquito Anopheles. Unem-se sexualmente no intestino do mosquito,
desenvolvem-se em oocistos e liberam esporozoítasinfectados, que migram para as
glândulas salivares. (SILVA, 2006)

2.8   Diagnóstico

O diagnóstico de certeza da infeção malárica só é possível pela demonstração do


parasita ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, por meio dos
métodos diagnósticos especificados a seguir: (COSTA, 2008)

F   Gota espessa: é um método simples, eficaz, de baixo custo, de fácil realização.


Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio da microscopia óptica,
após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a
diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia e da
presença dos diferentes estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no
sangue periférico. A determinação da densidade parasitária, útil para a avaliação
prognóstica, deve ser realizada em todo paciente com Malária, especialmente nos
portadores de P. falciparum.

F   Esfregaço delgado: Possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa seja
cerca de 30 vezes mais eficiente na deteção da infeção malárica). Porém, esse
método permite, com mais facilidade e segurança, a diferenciação específica dos
parasitos, a partir da análise de sua morfologia e das alterações provocadas no
eritrócito infetado.

21  
 
F   Testes rápidos param detenção de componentes antigénicos de plasmódio:
Os testes imunocromatográficos representam um método de diagnóstico rápido
de Malária. São realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo
monoclonal contra antígenos específicos do parasito, apresentam sensibilidade
superior a 95% quando comparados à gota espessa, com parasitemia superior a
100 parasitos/µL. Entretanto, os testes hoje disponíveis discriminam
especificamente o P. falciparum e as demais espécies simultaneamente, não sendo
capazes de diagnosticar a Malária mista.

Por sua praticidade e facilidade de realização, são úteis para a triagem e mesmo
para a confirmação diagnóstica, principalmente em situações onde o processamento do
exame da gota espessa é complicado, como em áreas longínquas e de difícil acesso aos
serviços de saúde, assim como em áreas de baixa incidência da doença.

F   Diagnóstico diferencial: febre tifóide, febre-amarela, leptospirose, hepatite


infecciosa, calazar, doença de Chagas aguda e outros processos febris. Na fase
inicial, principalmente na criança, a Malária confunde-se com outras doenças
infeciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou
bacteriana. No período de febre intermitente, pode ser confundida com infeções
urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, calazar, endocardite
bacteriana e leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia.
Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia. (AMARAL, 2003)

2.9   Tratamento
Segundo as Diretrizes E Normas Nacionais De Conduta Para O Diagnóstico E Tratamento
Da Malária (2º edição- 2017):

2.9.1- Tratamento malária Simples

Deve ser manuseada em todos os níveis do sistema nacional de saúde. A primeira


dose deve ser tomada na presença do técnico, o qual deve controlar durante os primeiros
30 minutos a eventualidade de vómitos (OSORIO, 2011)

§   Arteméter + Lumefantrina ou
§   Artesunato + Amodiaquina ou
§   Dihidroartemisinina + Difosfato de Piperaquina

22  
 
Tratamento alternativo (em situações de falência ou intolerância comprovada aos
ACTs):

§   Quinino oral+tetraciclina
§   Quinino oral+doxiciclina
§   Quinino oral+clindamicina

Obs: na grávida e na criança menor de 8


anos não dar tetraciclina ou doxiciclina.
2.9.1.2- Tratamento da malária simples na Grávida

§   Quinino oral durante os primeiros 7 dias juntamente com Clindamicina (primeiro


trimestre e em todas as fases da gravidez se houver indicação para tal)
§   Combinações terapêuticas à base de Artemisinina a partir do II trimestre
§   Caso não haja disponibilidade de Quinino oral e não se possa efectuar um
tratamento de 7 dias com Quinino, deve-se usar ACT no primeiro trimestre.

2.9.1.3- Paciente co-infectados com VIH/SIDA

Em pacientes co-infectados com VIH/SIDA e malária simples deverá evitar-se a


administração de artesunato+amodiaquina se estes estiverem a receber tratamento de
efavirenz e ziduvodina. (OSORIO, 2011)

2.9.2- Malária Grave e/ou Complicada

Os doentes com suspeita de malária grave, sempre que possível, devem ser
referenciados para o nível com melhores condições técnicas, preferencialmente hospital
e serem tratados em unidades de terapêutica intensiva. (OSORIO, 2011)

Antes da evacuação dos doentes graves, devem ser tomadas medidas de urgência
como: controlo da febre, convulsões, canalização de veia e administrar a primeira dose
de Artesunato EV/IM ou Arteméter IM ou se disponível supositório rectal.(PIMENTEL,
2007)

Tratamento da Malária Grave (Crianças e Adultos incluindo grávidas em todos os


trimestres e mulheres em amamentação)

§   Artesunato EV ou IM (tratamento de eleição) ou


§   Arteméter IM ou

23  
 
§   Quinino EV

2.10   Complições
Þ  Anemia

A anemia relacionada a malária é causada por diversos mecanismos fisiopatológicos


ainda pouco compreendidos. No entanto, é uma complicação comum em malária grave e
não-grave, e é responsável por grande parte da carga de doenças, com morbidade e
mortalidade considerável, particularmente em crianças. Em áreas de transmissão
holoendêmica, a anemia é a principal manifestação clínica da malária grave infantil. O
alvo principal do Plasmodium na espécie humana são os eritrócitos. O P. vivax tem
preferência pelos eritrócitos mais jovens, em especial os reticulócitos, ao passo que o P.
falciparum possui apenas uma moderada predileção por estas células, e uma significativa
capacidade de infectar hemácias mais velhas. Modelos matemáticos sugerem que a morte
prematura de reticulócitos infectados devido à infecção pelo P. vivax deve ser suficiente
para levar a extrema anemia durante um período de vários meses por redução no
fornecimento de glóbulos vermelhos maduros. (KIRCHGATTER,2001)

A anemia malárica é geralmente normocítica e normocrômica. No entanto, a anemia


associada à malária também pode ser microcítica e hipocrômica devido às altas
freqüências de hemoglobinopatias e deficiência de ferro em países endêmicos. Na malária
aguda não complicada devido a P. falciparum, o hematócrito pode ser normal durante as
primeiras 24 horas após o início da febre, mas depois pode haver uma progressiva queda
neste.

Þ   Trombocitopenia e outros distúrbios de coagulação

Além do seu papel na manutenção da homoestase, as plaquetas contribuem em vários


processos relacionados à modulação da resposta imune, inflamação e angiogênese. A
trombocitopenia, caracteriza-se pela contagem de plaquetas <150.000/µL de sangue,
sendo considerada grave quando atinge um número de plaquetas <50.000/µL

A infeção pelo P. falciparum parece estar associada com um estado procoagulante,


caracterizado por trombocitopenia e ativação da cascata de coagulação esistema
fibrinolítico; contudo, a ocorrência de eventos hemorrágicos é incomum (GOMES, 2011)

24  
 
Trombocitopenia também é uma complicação frequente em malária por P. vivax .
Acausa desta, ainda é mal compreendida, mas a lise imunomediada, o sequestro no baço
eprodução de plaquetas diminuída têm sido sustentada. Anormalidades na estrutura e
nafunção das plaquetas têm sido descrito como consequência da malária, e em casos
raros,plaquetas podem ser parasitadas. (LACERDA, 2012)

Þ   Malária Cerebral

Trata-se de uma manifestação clínica relativamente comum da malária grave e a


principal causa de óbito, com uma letalidade de 10% a 50%. A malária cerebral ocorre
com uma frequência variável, atingindo 0,01% a 16% dos pacientes 27. É principalmente
caracterizada por uma hiperparasitemia e excessiva produção de um tipo de citocinas pró-
inflamatórias, seguida pelo aumento na expressão de moléculas de adesão, que contribui
para o sequestro de eritrócitos parasitados na microvasculatura cerebral. Os mecanismos
de lesão neural em malária cerebral são pouco compreendidos. Um problema fundamental
na avaliação da patogênese da malária cerebral é a escassez de dados em humanos, pois
os testes em tecido cerebral são invasivos, sendo coletados apenas em autópsia.

A segunda teoria explica a malária cerebral a partir da intensa resposta


imunecaracterizada pela liberação de citocinas pró inflamatórias, aumentando
apermeabilidade da barreira hemato-encefálica, e causando hipertensão
intracraniana,principalmente em crianças. Instala-se de forma progressiva, com
manifestações que incluem cefaléia, alterações de comportamento, desorientação,
convulsões e coma. (OMS,2000)

Þ   A insuficiência renal aguda

O P. falciparum é a espécie causadora da maior parte dos casos de insuficiência renal


aguda (IRA). Nesta infeção, as alterações tubulares são mais evidentes do que as
glomerulares, podendo variar desde um pequeno acometimento até necrose tubularaguda
e IRA, frequentemente oligúrica e hipercatabólica. O diagnóstico para IRAocorre nas
situações em que há oligúria (diurese inferior a 400ml/24 horas) e elevaçãosérica de
creatinina e uréia. (OMS,2000)

25  
 
A citoaderência e os eventos embólicos na microcirculação, juntamente com a
diminuição da deformabilidade das hemácias reduzem o fluxo sanguíneo sistêmico e
causam isquemia renal (BARSOUM, 2000)

Þ   Icterícia

Problemas hepáticos na malária grave é um evento comum, manifestando-se,


normalmente, por icterícia, hepatomegalia e discreta elevação do nível sérico das
aminotransferases (GOMES, 2011)

Pode ser multifatorial, possuindo causas diretas (hepatite malárica, hemólise


intravascular de eritrócitos parasitados e hepatite septicêmica),causas indiretas (hemólise
microangiopática associada a coagulação intravascular disseminada, hemólise
relacionada a G6PD, indução antimalárica por drogas) e causas não relacionada
(coexistindo hepatite viral aguda ou subjacente a hepatite crônica) (OMS,2000)

Þ   Insuficiência respiratória e acidose metabólica

A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma manifestação frequente da


malária grave e um indicador de mau prognóstico. Apresenta-se com um quadro de
taquipneia, respiração profunda e ofegante, seguida de hipoxemia e insuficiência
respiratória grave necessitando de aporte ventilatório. A insuficiência respiratória aguda
geralmente ocorre alguns dias após a instalação da malária, mas pode surgir logo após ou
até posterior ao tratamento antimalárico. O edema pulmonar pode evoluir para SARA,
geralmente devido ao aumento da permeabilidade capilar pulmonar (TRAMPUZ, 2003).

2.11   Fatores de risco

Para PITHAN (2005):

§   Biológicos
§   Ambientais
§   Económicos
§   Socioculturais
§   Infra-estrutura de serviço de saúde

26  
 
2.12   Prevenção

Segundo ROSAS (2003), a prevenção consiste precisamente em se tomar medidas


relacionadas a dois factores:

§   Relacionado ao vector:
F   Uso de inseticidas
F   Escoamento de águas estagnadas
F   Usar larvicidas em lugares em que o mosquito possa existir.
F   Desmatação
§   Relacionado a picada do mosquito:
F   Repelentes
F   Métodos de barreira (cortinados nas camas e telas nas janelas);

2.13   Controle

É preciso compreender fatores como a incidência e a prevalência da doença, a


mortalidade e os grupos de riscos locais. Sempre que possível, devem ser colectadas
informações sobre os hábitos e reprodução dos mosquitos locais, espécies prevalentes,
sua densidade e infectividade, as condições ecológicas e sazonais, e a resposta do
mosquito e do parasita aos insecticidas e medicamentos. (LOIOLA, 2002)

§   Controle vetorial: O controlo vetorial deve ser desenvolvido, preferencialmente,


no nível municipal e tem como objetivo principal reduzir o risco de transmissão,
prevenindo a ocorrência de epidemias, com a consequente diminuição da
morbimortalidade. Após a realização de qualquer atividade de controlo vetorial,
deve-se realizar uma avaliação do impacto dessas ações de controlo tanto na
densidade de mosquitos quanto na transmissão de Malária. Em áreas endémicas
deve-se realizar a borrifação residual intra domiciliar.

§   Controle larvário: deve-se priorizar, para o controle larvário de Anopheles, o


ordenamento do meio, ou manejo ambiental, por drenagem, aterro e modificação

27  
 
do fluxo da água, pois são definitivas e têm, normalmente, maior impacto na
transmissão de Malária.

§   Ações de educação em saúde: a população deve ser informada sobre a doença, a


necessidade de procurar a unidade de saúde aos primeiros sintomas, a importância
do tratamento completo, os cuidados com a proteção individual e coletiva. Tendo
em vista que os determinantes da ocorrência de Malária não são exclusivos do
setor saúde, é necessário que a comunidade esteja mobilizada para se articular
junto aos demais setores envolvidos com o controle da endemia

2.14   Cuidados de enfermagem

Para Junckes (2019) os cuidados de enfermagem para essa o patologia envolve


necessariamente o seguintes:
§   Verificação dos sinais vitais a cada 2 horas.
§   Monitoração da diurese e observação da coloração da urina para pacientes que
apresentem quadros de insuficiência renal.
§   Avaliação do nível de consciência com a utilização da escala de Glasgow.
§   Ao exame físico: atentar para o surgimento de icterícia.
§   Atentar-se aos sinais de hipoglicemia (sonolência, tontura, irritabilidade,
alterações de humor, sudorese...)
§   Orientar a realização do teste da gota espessa ainda no primeiro mês de vida do
bebê.
§   Terapia Medicamentosa
§   Pesagem adequada dos pacientes para administração da dose correta do anti-
malárico prescrito.
§   Monitoração dos efeitos colaterais (náuseas, vômitos e cefaléia).
§   Cloroquina e Primoquina não devem ser administradas concomitantemente.
§   Nunca administrar qualquer anti-maláricoem jejum.
§   Observar e registrar os efeitos da terapia medicamentosa, atentando sempre param
os quadros de resistência.

28  
 
3.   METODOLOGIA
3.1  Tipo de estudo

Foi realizado um estudo observacional descritivo transversal, com uma abordagem


quantitativa com o objetivo de avaliar o conhecimento, atitudes e práticas dos vendedores
do mercado Kitanda Pedro João sobre a Malária, Luanda – Março 2021

3.2  Local de estudo

O estudo foi realizado no Mercado da Kitanda pedro João, localizado no município


do Viana, da província de Luanda.

3.3   População em estudo

A população em estudo foi constituída por 100 vendedores do Mercado da estalagem


Kitanda pedro João

3.4   Amostra

Foi extraída uma amostra de 100 vendedores, com a técnica de amostragem


probabilística aleatória simples.

3.5   Critérios de inclusão

Como critérios de inclusão, foram incluídas os vendedores do Mercado da Estalagem


Kitanda pedro João que estiveram presente no momento da pesquisa e que aceitaram fazer
parte do nosso estudo, bem como as que souberam responder aos questionamentos feitos.

3.6   Critérios de exclusão

Como critérios de exclusão foram excluídas todas os vendedores que não aceitaram
fazer parte da nossa pesquisa, bem como as que não souberam responder aos
questionamentos feitos.

3.7   Procedimentos éticos

Os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, as mesmas


foram comunicadas sobre os procedimentos e finalidades da resolução do estudo, bem
como as manobras de recolha de dados. As informações colhidas foram utilizadas para o

29  
 
uso restrito e exclusivo do nosso estudo e não foram referidos os dados de identificação
das participantes.

3.8   Procedimentos de recolha de dados

Foi feito um esclarecimento sobre o problema em estudo, onde aos senhores


vendedores do mercado da Estalagem responderam a entrevista feita pelos estudantes
com um formulário previamente elaborado, e assinaram um termo de consentimento livre
esclarecido.

3.9   Processamentos de dados

Após a recolha dos dados, os mesmos foram processados no programa informático


Windows, utilizando o Microsoft Office Word 2007 para a elaboração do texto, o
Microsoft Office Excel 2007 para a elaboração das tabelas e para apresentação em slides
foi utilizado o Microsoft Office PowerPoint 2007.

3.10   Variáveis
3.10.1   Variáveis independentes
•   Conceitos, causas, sinais e sintomas, factores de riscos, métodos de
prevenção.
3.10.2   Variáveis dependentes
•   Conhecimento das mulheres e Fonte de informação.

4.   APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS


 

30  
 
O estudo foi realizado no mercado da Estalagem, município de Viana, no bairro
da Estalagem, dos quais foram colhidos 100 amostras nos indivíduos dos 15 aos 57 anos
de ambos os sexos durante o mês de Março 2021.

Tabela 4.1- Caracterização das amostras estudadas segundo á idade.


IDADES F %
15-25 18 18
26-36 40 40
37-46 22 22
47-57 20 20
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº1, em relação a idade observamos que,


dentre os 100 indivíduos que participaram do estudo com idades compreendidas dos 15
aos 57 anos, houve uma maior predominância dos indivíduos com idades compreendidas
dos 26-36 anos correspondendo a 40 (40%) e a minoria dos 15-25 anos com 18 (18%).

Tabela 4.2- Caracterização das amostras estudadas quanto ao gênero.

GÊNERO F %
Masculino 15 15
Feminino 85 85
Total 100 100

Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº 2, observamos que em relação ao género


15 (15%) indivíduos pertencem ao género masculino em relação ao feminino com 85
(85%).

Tabela 4. 3-Distribuição das amostras estudadas de acordo ao nível de escolaridade

31  
 
Nível de Escolaridade F %
Básico 54 54
Médio 20 20
Superior 1 1
Não frequentam 25 25
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo a tabela nº3, quanto ao nível de escolaridade, verificou-se uma


predominância de vendedores com ensino básico, sendo 54 (54%) dos indivíduos, e a
minoria com o ensino superior, sendo 1 (1%).

Tabela 4.4- Distribuição das amostras estudadas quanto o local onde ouviram falar da
Malária.

Local onde ouviram falar F %


Rádio 5 5
Televisão 40 40
Rua 10 10
Escola 30 30
Outros locais 15 15
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº 4, quanto o local onde ouviram falar,


verificamos que 40 (40%) correspondem a maioria que ouviram falar na Televisão, sobre
a Malaria, e a minoria 5 (5%) dos indivíduos ouviram falar sobre a Malária no Rádio.

Tabela 4.5- Distribuição das amostras estudadas quanto ao conhecimento da causa


da Malária.

32  
 
Conhecimento da causa F %
Conhecem 93 93
Desconhecem 7 7
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº 5, quanto ao conhecimento da causa da


Malária., verificamos que 7 (7%) dos indivíduos desconhecem, mas 93 (93%) conhecem

Tabela 4.6- Distribuição das amostras estudadas de acordo aos sinais e sintomas da
Malária.

Sinal e Sintomas F %
Sim 67 67
Não 51 51
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº 6, quanto ao sinal e sintoma,


verificamos que 67 (67%) dos indivíduos conhecem os sinais e sintomas e 33 (33%)
desconhecem.

Tabela 4.7- Distribuição das amostras estudadas segundo ao conhecimento da Malária.

Conhecimento da doença F %
Conhecem 55 55
Não conhecem 45 45
Total 100 100
Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março de
2021

Interpretação: De acordo a tabela 7, quanto ao conhecimento da doença 45 (45%)


dos indivíduos desconhecem a doença, e 55 (55%) conhecem a mesma.

33  
 
Tabela 4.8- Distribuição das amostras estudadas quanto a prevenção da Malária.

Prevenção F %

Sim 85 85
Não 15 15
Total 100 100

Fonte: Dados colhidos nos vendedores do mercado Kitanda Pedro João, Março
de 2021

Interpretação: De acordo com a tabela nº 8, 85 (85%) dos participantes


conhecem as formas de prevenção e 15 (15%) alegam que não conhecer a prevenção.

5.   CONCLUSÃO

A malária é uma doença parasitária grave, que acomete um grande número de


seres humanos, sendo um grave problema de saúde pública em países subdesenvolvidos.
34  
 
É transmitida através da picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles infectado pelo
parasito intracelular Plasmodium sp. Vários fatores podem contribuir para o agravamento
da malária, como por exemplo, fatores do parasita, do hospedeiro e condições sócio
econômicas do paciente, podendo levar este a um quadro de malária severa e ao óbito.m

De acordo com a tabela nº1, em relação a idade observamos que, dentre os 100
indivíduos que participaram do estudo com idades compreendidas dos 15 aos 57 anos,
houve uma maior predominância dos indivíduos com idades compreendidas dos 26-36
anos correspondendo a 40 (40%) e a minoria dos 15-25 anos com 18 (18%).

De acordo com a tabela nº 2, observamos que em relação ao género 15 (15%)


indivíduos pertencem ao género masculino em relação ao feminino com 85 (85%).

De acordo a tabela nº3, quanto ao nível de escolaridade, verificou-se uma


predominância de vendedores com ensino básico, sendo 54 (54%) dos indivíduos, e a
minoria com o ensino superior, sendo 1 (1%).

De acordo com a tabela nº 4, quanto o local onde ouviram falar, verificamos que
40 (40%) correspondem a maioria que ouviram falar na Televisão, sobre a Malaria, e a
minoria 5 (5%) dos indivíduos ouviram falar sobre a Malária no Rádio.

De acordo com a tabela nº 5, quanto ao conhecimento da causa da Malária.,


verificamos que 7 (7%) dos indivíduos desconhecem, mas 93 (93%) conhecem

De acordo com a tabela nº 6, quanto ao sinal e sintoma, verificamos que 67 (67%)


dos indivíduos conhecem os sinais e sintomas e 33 (33%) desconhecem.

De acordo a tabela 7, quanto ao conhecimento da doença 45 (45%) dos indivíduos


desconhecem a doença, e 55 (55%) conhecem a mesma.

De acordo com a tabela nº 8, 85 (85%) dos participantes conhecem as formas de


prevenção e 15 (15%) alegam que não conhecer a prevenção.

6- SUGESTÕES
 

35  
 
Os resultados obtidos demonstram a necessidade da Administração de Saúde de
Viana em tomar medidas que ajudem a erradicar a malária no mercado da estalagem,
Bairro da estalagem. Para tal deixamos as seguintes sugestões.

Aos moradores do bairro da estalagem:

§   Evitar ajuntamento de resíduos sólidos;


§   Manter uma boa higiene.

Ao Ministério da Saúde:

§   Implementar programas de educação para a saúde a nível de todo bairro, no


sentido de orientar, informar e comunicar a comunidade sobre a transmissão da
doença.
§   Construir um posto de saúde devidamente equipado com material e recursos
humanos possuindo um laboratório capaz de satisfazer as necessidades da
população.

Ao Instituto Médio Politécnico Acácias Rubras:

§   Que elabore mais estudos em relação a malária no que concerne aos métodos de
transmissão e prevenção.

7.   REFERÊNCIAS
 

36  
 
§   Camargo, E. P. (2003). Malária, maleita, paludismo. Ciência e cultura, 55(1),
26-29.)
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§   Zapata, C. H. Z., & Trujillo, S. B. (2003). Malaria cerebral. Iatreia, ág-202.
§   Kirchgatter K. Análises de sequências var de populações naturais de
Plasmodium falciparum da Amazônia brasileira. 2001. 149 f. Tese
(doutorado) - Instituto de Ciências Biomédicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. Departamento de Parasitologia. São Paulo, 2001.
§   Corrêa, T. D. S. (2013). Malária e suas principais complicações: aspectos
fisiopatológicos.
§   Lacerda MVG, et al. Understanding the clinical spectrum of
complicatedPlasmodium vivax malaria: a systematic review on the
contributions of the Brazilian literature. Malar J. v.11. 2012
§   Gomes AP, et al. Malária grave por Plasmodium falciparum. RevBras Ter
Intensiva. v.23. p. 358-369, ago 2011.
§   Barsoum RS. Malaria acute renal failure. J Am SocNephrol. v.11, n.11, p. 2147-
2154, 2000
§   Trampuz A, et al. Clinicalreview: Severe malaria. CriticalCare. v. 7, n. 4,
p.315-323, abr 2003.
§   Rosas, M. J. (2003). Prevenção da malária. Revista Portuguesa de Medicina
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§   Loiola, C. C. P., Silva, C. J., &Tauil, P. L. (2002). Controle da malária no Brasil:
1965 a 2001. Revista Panamericana de Salud Pública, 11, 235-244.
§   Osorio-de-Castro, C. G. S., Miranda, E. S., Esher, Â., Campos, M. R. D., Brasil,
J. D. C., Ferreira, A. C. S., &Emmerick, I. C. M. (2011). Conhecimentos,
práticas e percepções de profissionais de saúde sobre o tratamento de malária
não complicada em municípios de alto risco da Amazônia Legal. Ciência &
Saúde Coletiva, 16, 1445-1456.
§   Pimentel, L. F., Jácome Júnior, A. T., Mosqueira, V. C. F., & Santos-Magalhães,
N. S. (2007). Nanotecnologia farmacêutica aplicada ao tratamento da
malária. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 43(4), 503-514.
§   Costa, M. R. F., Vieira, P. P. R., Ferreira, C. D. O., Lacerda, M. V. G. D., Alecrim,
W. D., & Alecrim, M. D. G. C. (2008). Diagnóstico molecular da malária em

37  
 
uma unidade de atenção terciária na Amazônia Brasileira. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 41(4), 381-385.
§   Amaral, C. N. D., Albuquerque, Y. D. D., Pinto, A. Y. D. N., & Souza, J. M. D.
(2003). A importância do perfil clínico-laboratorial no diagnóstico diferencial
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§   Zapata, C. H. Z., & Trujillo, S. B. (2003). Malaria cerebral. Iatreia, ág-202.
§   Cerón, L. G. (2013). Plasmodium malariae, P. vivax, P. falciparum.
Parasitología Médica.
§   Silva, A. R. D., Tauil, P. L., Bastos Júnior, J. L., Matos, W. B. D., Costa, É. A. P.,
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na Ilha de São Luis, Maranhão. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, 39(3), 250-254.
§   Pithan, O. D. A. (2005). O Modelo hekura para interromper a transmissão da
malária: uma experiência de ações integradas de controle com os indígenas
Yanomami na virada do século XX (Doctoraldissertation).
§   Junckes, L. S. B. (2019). Caso Araraué: Consulta de enfermagem [parte 1].
§   Gomes, A. P., Vitorino, R. R., Costa, A. D. P., Mendonça, E. G. D., Oliveira, M.
G. D. A., & Siqueira-Batista, R. (2011). Malária grave por Plasmodium
falciparum. Revista brasileira de terapia intensiva, 23(3), 358-369.
§   Lapouble, O. M. M., Santelli, A. C. F., & Muniz-Junqueira, M. I. (2015). Situação
epidemiológica da malária na região amazônica brasileira, 2003 a 2012. Revista
Panamericana de Salud Pública, 38, 300-306.
§   Lopes, T. M. R., da Silva Ventura, A. M. R., de Paula Souza, R. J., & Guimarães,
L. H. R. (2019). Situação epidemiológica da malária em uma região de
Garimpo, na região da Amazônia brasileira, no período de 2011 a 2015.
Revista Eletrônica Acervo Saúde, (25), e759-e759.
§   Gonçalves, M. F. A. (2019). Perfil epidemiológico da malária e adesão ao
tratamento em menores de cinco anos, Malanje-Angola, Fevereiro-Março de
2019: estudo transversal (Doctoral dissertation).
§   Alves, A. S., & Lopes, M. H. B. D. M. (2008). Conhecimento, atitude e prática do
uso de pílula e preservativo entre adolescentes universitários. Revista Brasileira
de Enfermagem, 61(1), 11-17.
§   Krasilchik, M. (2004). Prática de ensino de biologia. Edusp.

38  
 
§   Bourdieu, P. (1974). O mercado de bens simbólicos. A economia das trocas
simbólicas, 2.
§   SOUSA, J. D. O., & RODRIGUES, S. L. (2014). Logística reversa de baterias
automotivas: estudo de caso em uma rede autocentros do Estado do Piauí.
Anais Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente,
16.
§   https://www.tuasaude.com/sintomas-da-malaria/

39  
 
APÊNDICE

40  
 
República de Angola

Governo da Província de Luanda

TERMO DE CONSENTIMENTO DE PESQUISA

Caro (a) senhor (a)

Venho por este meio convidar a participar da seguinte pesquisa que tem
como tema “Malaria”

A pesquisa tem como objetivo avaliar o nível de conhecimento das


vendedoras do mercado da Estalagem sobre a Malaria, com o intuito de dar
a conhecer a população sobre a doença em estudo. É importante realçar que
todas as informações colhidas nesta entrevista serão de uso restrito e
exclusivo do nosso estudo e jamais serão referidas as identificações das
participantes. E com a realização do mesmo obteremos o título do grau
médio em Enfermagem na EFTSL, por isso é imprescindível a sua
participação.

Responsável

_____________________________________

Luanda aos ______/_________/ 20____

41  
 
FORMULÁRIO DE INQUÉRITO

_______________________________________

“CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DOS VENDEDORES DO


MERCADO DA ESTALAGEM SOBRE A MALÁRIA, LUANDA – MARÇO 2021”  

Questionário nº ( )

1.   Idade ( ) anos.

2.   Género M ( ) F( )

3.   Nível académico
a)   1ª a 6ª classe ( )
b)   7ª a 9ª classe ( )
c)   10ª a 13ª classe ( )
d)   Ensino superior ( )

4.   Onde ouviste falar sobre a malária.


a)   Televisão
b)   Rádio
c)   Igreja
d)   Escola
e)   Hospital

5.   O que causa a malária?


a)   Picada de mosqitp;
b)   Picada da mosca
c)   Picada da abelha

6.   O que é a Malária?
d)   Doença transmissível sexualmente causando;
e)   Doença que resulta do aumento de açúcar no sangue
f)   Doença metabólica relacionado com o fígado

42  
 
7.   Sabes quais são os sinais e sintomas da malária?

a)   Dor de cabeça
b)   Dor nas articulações
c)   Febre
d)   Dor nos olhos

8.   O que fazer para não ter malaria?

a)   Usar  mosquiteiro
b)   Usar repelentes
c)   Usar roupas compridas
d)   Tomar  banho  cedo

43  
 
ANEXOS

44  
 
Imagem que ilustra o ciclo biológico do plasmodium.

Imagem que ilustra o momento em que um mosquito ferra um ser humano

45  
 

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