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Amélia Silva Joaquim


Delvina Vitoriano
Delsa Manuel Tarieque
Dorca Adriano
Elisabete da Piedade José
Fermino José Pedro

Tema: Personalidade, comportamento e resposta nas situações de vulnerabilidade.

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Ciências Humanas, 1º
semestre, curso de Técnico de
Enfermagem Geral. Cadeira
leccionada por:
Docente: Geremias José Mendoso

Nampula, Junho de 2020


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Índice
1. Fundamentação Teórica ....................................................................................................... 3
2. Personalidade, comportamento e resposta nas situações de vulnerabilidade ...................... 3
2.1. Definições Básicas ........................................................................................................... 3
2.1.1. A personalidade e seu ajustamento ao meio ................................................................. 3
2.1.2. Ansiedade .......................................................................................................................... 3
2.1.3. Depressão...................................................................................................................... 4
2.1.4. Stress ............................................................................................................................. 5
2.2. Diferença de comportamento de acordo com o tipo de personalidade ............................ 6
2.2.1. O Neuroticíssimo e a Extroversão ................................................................................ 6
2.2.2. Interacção entre os indivíduos ...................................................................................... 7
2.2.3. Comportamento normal e anormal-sua interpretação sócio-cultural ........................... 8
2.3. Comportamento em situcoes de doenças moderadas e graves. ........................................ 9
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1. Fundamentação Teórica
2. Personalidade, comportamento e resposta nas situações de vulnerabilidade
2.1. Definições Básicas
Personalidade
O termo personalidade (que deriva do grego persona = máscara) agrega inúmeros
significados que são, em maior ou menor grau, influenciados pelo aspecto particular que se
pretende focalizar da pessoa como entidade dotada de propriedades individuais (Cabral, 2006).
Comportamento
O comportamento é à maneira como a pessoa se comporta e reage perante o meio em que
vive, diante de uma situação e dos estímulos recebidos. No entanto o ser humano é um ser
sociável, isso quer dizer que convive com diferentes pessoas, em diferentes ambientes e cada um
deles gera um comportamento (positivo ou negativo), As normas pelas quais são submetidos
durante a vida.
2.1.1. A personalidade e seu ajustamento ao meio
2.1.2. Ansiedade
A ansiedade é um estado emocional que apresenta componentes psicológicos e
fisiológicos, que fazem parte do espectro normal da experiência humana. É considerada como
uma reacção natural e fundamental para a auto-preservação, sendo responsável pela adaptação do
organismo face a situações de perigo. Contudo, esta também pode ter repercussões negativas
para o indivíduo, se for excessiva e prolongada no tempo, pois em vez de contribuir para o
confronto com a situação que causa ansiedade, limita ou impossibilita a sua capacidade de
adaptação.
Segundo Baptista, Carvalho & Lory (2005) a fenomenologia da ansiedade é variável e
pode alternar ao longo do tempo ou de acordo com as situações que a desencadeiam. Para estes
autores, a ansiedade é um estado emocional aversivo, sem desencadeadores claros, que não
podem ser evitados. É uma emoção que se baseia na avaliação pessoal de um indivíduo a
determinada ameaça (Lazarus & Averill, 1972). Os principais sintomas podem incluir, por um
lado, a tristeza, a vergonha, a culpa e, por outro, a cólera, a curiosidade, o interesse ou a
excitação (Baptista et. al., 2005).
Quando uma situação stressante é percebida como uma ameaça/perigo, a pessoa
experimenta mudanças fisiológicas e comportamentais. Estas mudanças resultam da activação do
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sistema nervoso autónomo, que incluem sintomas fisiológicos, como, tremores, palpitações, falta
de ar, tonturas, entre outros (May,1996; Spielberger, 1979), bem como sintomas
comportamentais, tais como, sentimentos de tensão, apreensão e preocupação (Lader, 1984;
Spielberger, 1979).
Estados de ansiedade são vivenciados de maneira diferente em termos de intensidade e
duração. Níveis moderados de ansiedade são caracterizados por sentimentos de tensão, apreensão
e nervosismo. Altos níveis de ansiedade estão associados com intensos sentimentos de medo e
pavor, e a pessoa apresenta um comportamento de pânico. A intensidade e duração dos estados
de ansiedade dependem da percepção do agente estressor pela pessoa. Mesmo quando a situação
é objectivamente não ameaçadora, pode resultar um estado de ansiedade intensa, porque uma
pessoa interpreta a situação como uma ameaça à sua auto-estima e bem-estar (Spielberger, 1966;
1979). Deve-se ter em consideração que a mesma situação pode ser percebida por algumas
pessoas como uma ameaça e, por outras, como não ameaçadora (Gaudry & Spielberger, 1971;
Laux e Vossel, 1982). A avaliação pessoal da situação e a experiência passada da pessoa
determinam se é ou não uma situação de ameaça (Gaudry & Spielberger, 1971).
2.1.3. Depressão
A depressão é um transtorno psiquiátrico que afecta cerca de 121 milhões de pessoas no
mundo inteiro, estima-se que uma em cada quatro pessoas do mundo sofre, sofreu, ou vai sofrer
de depressão (Who, 2009). Os custos pessoais e sociais desta doença são muito elevados, sendo
uma das principais causas mundiais de incapacidade. Pode ser diagnosticada e tratada em
cuidados de saúde primários, contudo menos de 25% dos que padecem de depressão têm acesso
a tratamentos eficazes (Who, 2007).
A depressão é um transtorno multifatorial e, por isso, as variáveis que desencadeiam ou
mantêm a sintomatologia depressiva, variam de pessoa para pessoa, bem como os factores de
risco que estão implicados, tais como o género, aspectos neuroendocrinológicos, indicadores
familiares e sociais e estratégias de coping, entre outros (Baptista, 2004). A pessoa que sofre de
depressão é afectada no seu todo, com repercussões psicológicas, biológicas e sociais sobre o
próprio (Serra, 2011).
De entre os principais sintomas emocionais manifestados no indivíduo com depressão está a
tristeza e o abatimento, que ocasionam um sentimento de desesperança em relação à vida futura,
perdendo o interesse e a vontade em qualquer actividade que antes dava prazer (Baptista, 2004).
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Os sintomas podem ser subdivididos em quatro categorias: emocionais, cognitivos, físicos e


motivacionais. Os emocionais caracterizam-se pela tristeza, abatimento e diminuição ou perda
total de prazer nas actividades de vida que antes eram executadas com satisfação; os cognitivos,
são pensamentos negativos de si próprio, que causam uma baixa auto-estima, desesperança sobre
a vida futura, diminuição da concentração e memória; os físicos, referem-se a um cansaço
excessivo, mudança no apetite e no sono e mal-estar geral causado por aumento de dores, e por
último, os motivacionais que têm como característica principal a falta de iniciativa e total inércia
perante a situação (Atkinson, 2002).
2.1.4. Stress
Segundo Schaffer (1982, cit. por Serra, 2011), o termo stress tem recebido, ao longo da
história, diversas atribuições. A palavra stress provém do verbo latino, stringo, stringere, strinxi,
strictum que significa apertar, comprimir, restringir, sendo utilizada desde o século XIV, para
exprimir pressão ou constrição de natureza física, passando mais tarde a referir-se, também, a
pressões que incidem sobre um órgão corporal ou sobre a mente humana (Serra, 2011). No
século XX, dá-se a transição da palavra stress, da física para a medicina, por via dos estudos de
Seyle (1936). No âmbito da psicologia o conceito de stress teve o seu grande desenvolvimento
com os estudos de Lazarus e Folkman (1984). O stress, sendo uma temática muito debatida
atualmente, não é um fenómeno novo, na medida em que estímulos que exigem adaptações
humanas são intrínsecos à própria vida e, desde sempre, o ser humano teve de interagir com o
seu ambiente (físico e social), encontrando-se, por isso, exposto às pressões deste (Frasquilho,
2005).
O stress pode ser definido como um processo através do qual, eventos ambientais ou
psicológicos – fontes de stress – funcionam como potenciais ameaças à segurança e bem-estar do
organismo (Baum, Grunberg & Singer, 1982). Não obstante a tendência para enfatizar os
aspectos negativos do stress, em situações intermédias, este pode considerar-se útil e adaptativo
ao tornar-se propulsivo, impulsionando a tomada de decisões e a resolução de problemas,
incentivando a melhoria das funcionalidades e das aptidões. Podem as situações stressantes
constituírem-se como oportunidade de aprendizagem (Serra, 2011). Aos aspectos positivos do
stress denomina-se “eustresse”, os quais podem ser um factor protector para a saúde. Pelo
contrário, os aspetos negativos do stresse, denominados por “distresse”, são perigosos para o
sujeito e nocivos ao organismo (Lazarus, 1999). Deste modo, surgirá stress, sempre que algo de
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positivo ou negativo ocorra na vida do indivíduo, originando nele uma necessidade de adaptação
(Keefe, 1988; Everly, 1989).
2.2. Diferença de comportamento de acordo com o tipo de personalidade
2.2.1. O Neuroticíssimo e a Extroversão
A dimensão neuroticíssima/estabilidade, refere Eynsenk (1989), está relacionada com um
sistema de feedback que se estabelece entre o sistema límbico e o sistema reticular activador do
sistema nervoso autónomo, e é responsável pela maior ou menor estabilidade emocional. Por sua
vez, traduz a instabilidade emocional, na medida em que o neuroticíssimo constitui a tendência
inata de certos indivíduos para responder com o seu sistema nervoso autónomo mais rápida e
intensa do que outros a estímulos súbitos, fortes e dolorosos que incidem sobre os órgãos dos
sentidos.
De acordo com o mesmo autor, a dimensão extroversão/introversão está relacionada com
outro sistema de feedback que se estabelece entre o sistema reticular activador e o córtex
cerebral, sendo responsável pela regulação da activação cortical e dos processos de informação.
Neste sentido, refere ainda o autor, o tipo extrovertido é um indivíduo sociável, que gosta
de ter amigos com quem falar; pouco dado a actividades solitárias e monótonas, preferindo
actividades inovadoras; gosta de mudar de ambiente e , regra geral, age impulsivamente e
descontrola-se facilmente.
O tipo introvertido, pelo contrário, é um indivíduo introspectivo, reservado, preferindo
ocupar-se dos seus afazeres, não gosta de contactos sociais, não é impulsivo e opta por situações
que conhece e que mais facilmente pode suportar; prefere uma vida ordenada, não gosta de
excitações e mantém o controlo sobre os seus sentimentos; é um pouco pessimista mas é de
confiança e confere um grande valor aos padrões éticos.
Wilson (1976) apresentou a seguinte descrição da dimensão neuroticíssimo/estabilidade
emocional: as pessoas com elevado grau de neuroticíssimo têm tendência para serem nervosas,
ansiosas, de humor variável, susceptíveis, excitáveis e, muitas vezes emocionalmente instáveis,
em contraste com as pessoas estáveis que são geralmente serenas, sempre com a mesma
disposição, calmas e em quem se pode confiar.
Baseando-se na Teoria da personalidade postulada por Eysenk, Ponciano e Cols. (1981)
realizaram um outro estudo, com a finalidade de verificarem a relação existente entre o tipo de
personalidade do sujeito e o seu ajustamento ao trabalho, partindo da hipótese de que os
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introvertidos teriam preferências por ambientes pouco estimulantes, monótonos, repetitivos e


com poucos contactos interpessoais, e que o inverso se passaria com os extrovertidos.
As personalidades são individuais, as características próprias que possuem uma dinâmica
que só nós somos capazes de entender. Já o comportamento pode ser padronizado, copiado,
repassado de pessoa para pessoa, sofrer influência interna ou externa e em determinadas
situações, o ser humano pode se comportar de uma maneira que coloque a sua personalidade e
valores em conflito.
2.2.2. Interacção entre os indivíduos
Em ciências sociais, interacção social refere-se a todas as acções recíprocas entre dois, ou
até mais indivíduos durante as quais há compartilhamento de informações. Um comprador, por
exemplo, discute com o vendedor, e eles interagem num dado contexto previamente conhecido
pelos dois protagonistas, que é o da troca comercial. A interacção é dita social não somente por
produzir significado, mas também por se inscrever num contexto que influencia as acções de
cada um dos indivíduos.
O aspecto mais importante da interacção social é que ela provoca uma modificação de
comportamento importante nos indivíduos envolvidos, como resultado do contacto e da
comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples contacto físico
não é suficiente para que haja interacção social. Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra
pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está havendo interacção social (embora
presença de uma das pessoas influencie, às vezes, o comportamento da outra).
Os contactos sociais e a interacção constituem condições indispensáveis à associação
humana. Os indivíduos se socializam através dos contactos e da interacção social. A forma mais
típica de interacção social é aquela em que há influência recíproca entre os participantes. Mas
alguns autores falam de interacção social quando apenas um dos elementos influencia o outro.
Isso acontece quando um dos pólos de interacção está representado por um meio de comunicação
apenas físico, como a televisão ou o livro. Ocorre, nesse caso, uma interacção não recíproca.
Neste tipo de interacção, apenas um dos lados influencia o outro.
A interacção pode assumir diferentes formas. Uma dessas formas é a relação social.
Relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares etc. Do ponto de vista
sociológico, uma interacção social representa uma troca elementar, de curta duração, enquanto
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uma relação social envolve uma sequência de interacções entre as mesmas pessoas ao longo do
tempo
2.2.3. Comportamento normal e anormal-sua interpretação sócio-cultural
Existem, ainda, critérios que definem a diferença entre o que é considerado normal ou
anormal, os quais, por sua vez, também não são compartilhados por uma perspectiva analítico-
comportamental. Um deles é o estatístico, que é utilizado pelos manuais de classificação
diagnóstica, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e o
Classificação Internacional de Doenças (CID). A partir desse critério a normalidade é definida
considerando a frequência com que determinados comportamentos aparecem na população, de
modo que seja possível estabelecer uma “curva normal” (Boas, Banaco & Borges, 2012).
Outro critério é o de reversibilidade, nesse caso quando é possível reverter o
comportamento, o mesmo é tido como normal, sendo a condição contrária anormal. Um delírio
ou confusão cognitiva induzida por consumo de álcool, por exemplo, não seria considerado uma
condição psicopatologia na medida em que o indivíduo é capaz de deixar de apresentar esse
comportamento assim que o efeito da bebida passar. Há também um critério que estabelece que o
comportamento anormal é identificado como aquele que não é passível de ordenação, é caótico e
não obedece a leis. (Banaco, Zamignani, Martone, Vermes, & Kovac, 2012).
De acordo com a perspectiva da Análise do Comportamento, os comportamentos
nomeados como psicopatológicos também são produto das contingências filogenéticas,
ontogenéticas e culturais, de modo a estarem relacionados às variáveis ambientais e seguirem os
mesmos princípios da aprendizagem tanto para seu estabelecimento, quanto para sua
manutenção. Nesse sentido, um comportamento “anormal” pode ser entendido como um
comportamento típico que acontece em intensidade e frequência (excessos ou déficits
comportamentais) que causam sofrimento para o indivíduo, o que, por conseguinte, indica a
necessidade de acompanhamento psicológico e, em muitos casos, a inclusão do tratamento
psiquiátrico (Banaco, Zamignani, Martone, Vermes, & Kovac,, 2012; Gongora, 2003).
A intervenção farmacológica tem seu papel, principalmente para a manipulação de
variáveis orgânicas, no entanto, nem sempre é suficiente, na medida em que a manipulação de
contingências ontogenéticas e culturais também são necessárias para a promoção de
comportamentos de melhora (Corchs, 2010). O próprio Skinner (1991) apontou que
comportamentos perturbados são causados por contingências perturbadoras e que é por meio da
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manipulação dessas contingências que se faz possível a alteração dos padrões comportamentais
apresentados. Dessa forma, evidencia-se a importância da parceria entre psicólogos analistas do
comportamento e psiquiatras em suas respectivas actuações clínicas.
A prática do terapeuta, cabe ao mesmo construir uma análise funcional que permita o
direcionamento do caso mostrando ao cliente que o diagnóstico não é uma justificativa a ser
usada como muleta, bem como esclarecendo para a família e para as pessoas, de modo geral, que
os comportamentos apresentados não são simplesmente fruto da vontade ou do acaso. O
objectivo da intervenção não é “normalizar” o indivíduo no sentido de formata-lo às expectativas
sociais, mas sim propiciar condições para que ele possa apresentar comportamentos que sejam
saudáveis para si e para os outros.
Comportamentos “psicopatológicos” talvez sejam assim classificados por serem
diferentes, de modo algum por serem inferiores. Oliver Sacks (1991) no prefácio de seu livro
“Um Antropólogo em Marte” descreve que “deficiências, distúrbios e doenças podem ter um
papel paradoxal, revelando poderes latentes, desenvolvimentos, evoluções, formas de vida que
talvez nunca seriam conhecidas, ou mesmo imaginadas, na ausência desses males. Nesse sentido,
é o paradoxo da doença, seu potencial criativo” Nenhum comportamento é psicopatológico em si
mesmo, precisa ser analisado a partir de um olhar muito mais amplo, que seja suficientemente
sensível para identificar que contingências o produziram, compreendendo que a partir das
variáveis em vigor e da história de reforçamento, o comportamento aparentemente “anormal”
apresentado, é na verdade, o mais normal que poderia ser.
2.3. Comportamento em situcoes de doenças moderadas e graves.
Psicologia da Saúde é definida por Matarazzo (1980) como:
Um conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais
da disciplina da Psicologia para promoção e manutenção da saúde, a
prevenção e tratamento de doenças, a identificação da etiologia e
diagnóstico dos correlatos de saúde, doença e funções relacionadas, e
a análise e aprimoramento do sistema e regulamentação da saúde.
(Matarazzo, p. 815 1980).
Dessa forma a área se distingue da Psicologia Clínica por compreender o comportamento no
contexto da saúde e doença. Embora possa ser importante distinguir saúde mental e física, a
psicologia da saúde focaliza principalmente os aspectos físicos da saúde e doença e os modelos
empregados em saúde mental nem sempre são os mais indicados.
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Sem pretender esgotar as maneiras de explicar a doença ou a saúde, convém retomar explicações
utilizadas na literatura devido à consequência na actuação profissional e pesquisa, e também
porque o leigo as emprega para explicar seus comportamentos.
Entre esses modelos, um dos mais conhecidos é o do stress, que não é considerado como
um factor desencadeante de estados emocionais e fisiológicos, mas uma descrição da transacção
do indivíduo com o meio que, ao proceder à avaliação da situação, a percebe como ameaçadora
ao seu bem-estar. Da maneira como o stress às vezes é descrito parece ser a própria psicologia e
não somente um dos factores que poderiam predizer comportamentos saudáveis desde que bem
definidos e com intervenções eficazes.
O fato mais importante que ocorreu nos últimos anos não é específico da psicologia da saúde, é o
conceito de factor de risco para a saúde e qualidade de vida. Retirou o indivíduo de uma situação
passiva diante de bactérias, poluição, dependência celular e o colocou como responsável pela
saúde. Olhar o próprio corpo e onde ele está me parece descrever essa interacção do homem com
o meio e torná-lo responsável pela interacção com o ambiente. De certa forma, obriga a repensar
o problema de porque pessoas praticam comportamentos inadequados para a saúde e talvez
aponte para a insensibilidade ao risco ou optimismo exagerado.
Entre os modelos que influíram na área de comportamento e saúde destacaremos o
modelo psicossomático, o biopsicossocial e o epidemiológico. Originaram-se de concepções
teóricas diversas e consequentemente actuam diferentemente e mantém o isolamento entre si.
Aventarei as acções ou interpretações controversas e que estão talvez se permeando pelas
condições de saúde e doença actual e pela necessidade e conscientização da importância da
prevenção.

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