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República de Moçambique
Ministério da Saúde
Direção de Recursos Humanos
Departamento de Formação
Manual de Formação
para Técnicos de Medicina
Preventiva e Saúde do Meio
PROGRAMA ALARGADO DE VACINAÇÃO
ii | Programa Alargado de Vacinação
O presente Manual do Programa Alargado de Vacinação para Técnicos de Medicina Preventiva é uma adaptação do “Manual
do Programa Alargado de Vacinação” (PAV), 2009 - MISAU.
Coordenação
Lucy Sayuri Ito (JBPP/DRH - Departamento de Formação)
Extra Chadreque (DRH - Departamento de Formação)
Elisa Mavili (Direcção Nacional de Saúde Pública - PAV)
Colaboradores
Fidel Luis Paizone (Direcção Provincial de Saúde - Inhambane)
Carlos Bambo (DRH - Departamento de Formação)
Lucy Ramirez (DRH - Departamento de Formação)
Revisor de português
Extra Chadreque (DRH - Departamento de Formação)
Programa Alargado de Vacinação | iii
Prefácio
A vacina é uma das formas de prevenir doenças e com isso garantir saúde para
ao Homem e consequentemente o desenvolvimento e bem-estar do povo.
Este manual foi elaborado com a perspectiva de ser um instrumento de
apoio aos professores e alunos no aprimoramento dos conhecimentos
técnicos do Programa Alargado de Vacinação, proporcionando subsídios
teóricos e práticos para a formação profissional com fundamentação
científica de modo a melhorar a sua capacidade de intervenção.
O presente instrumento de ensino é uma adaptação do actual Manual do
Programa Nacional de Vacinação para o profissional de Medicina Preven-
tiva em uso no MISAU e contou com a colaboração de profissionais desta
área, docentes e técnicos do departamento de formação. A sua estrutura
teve em conta o plano temático da disciplina do novo currículo de Técni-
cos de Medicina Preventiva e Saneamento do Meio, onde cada tópico foi
arrolado tendo em consideração a sua complexidade e pertinência numa
perspectiva bivalente, isto é, melhoria da qualidade de ensino e o alcance
dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio.
Assim, esperamos que o presente manual sirva como um suporte para o
alcance dos objectivos da disciplina e sem intenção de o tornar o único
instrumento de consulta mas sim uma fonte de apoio na qual o docente
poderá buscar o fortalecimento do conhecimento de forma a garantir
uma dinâmica uniformizada na transmissão da matéria aos alunos, de-
vendo, porém, o docente e os alunos procurarem outra bibliografia para
aprofundar o conhecimento.
O manual foi escrito numa linguagem simples e acessível para que seja de
fácil compreensão para o aluno das Instituições de Formação em Saúde.
Í ndice
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2. Introdução À disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1. Introdução ao conceito do PAV e sua generalidade. . . . . . . 4
2.2. Características e especificidade das vacinas. . . . . . . . . . . . . 5
2.3. Grupos-alvo do PAV. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4. Doenças-alvo do PAV. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.8. Doenças causadas pelo haemophilus influenzae. . . . . . . . . 21
5. Cadeia de frio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.1. Equipamento da cadeia de frio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2. Refrigeradores (geleiras). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.3. Caixas isotérmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.4. Acumuladores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
7. Gestão da vacina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
7.1. Procurement de vacina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
7.2. Requisição de vacina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
7.3. Controle de stock de vacina e materiais . . . . . . . . . . . . . . 107
7.4. Teste de potência da vacina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Programa Alargado de Vacinação | vii
1. INTRODUÇÃO
Métodos de avaliação
Apresentação da disciplina
Objectivos
No final do tempo lectivo desta disciplina, o formando deverá ser capaz de:
2.
OBJECTIVOS
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
6. Definir vacina
O PAV contribuiu, ao longo dos anos, para a redução da morbilidade e da mortalidade pelas
doenças infecciosas alvos da vacinação. Entretanto, apesar do êxito do PAV, ainda verifica-
-se a existência de níveis de assimetrias geográficas na sua aplicação e a presença de grupos
populacionais com níveis de protecção inferiores ao desejável. Neste contexto, compete
aos profissionais de saúde divulgar o programa, motivar as famílias e aproveitar todas as
oportunidades de proteger mais pessoas contra um número cada vez maior de doenças e
extender os serviços de vacinação para alcançar todas as pessoas elegíveis.
Programa Alargado de Vacinação | 5
Exemplo:
99 A vacina da BCG contém bactérias que causam a Tuberculose. Contudo, essas bac-
térias, modificadas por um processo laboratorial, estão tão enfraquecidas que não
conseguem provocar doença.
99 A vacina contra o Sarampo contém vírus respectivos. Porém, esses vírus, também
estão modificados e não conseguem desenvolver doença.
6 | Programa Alargado de Vacinação
Quando o organismo de uma pessoa já vacinada entra em contacto com o vírus ou bactéria
de outra pessoa doente, o organismo reage e defende-se através dos anticorpos produzi-
dos pela vacina, eliminando a acção dos vírus ou bactérias invasores.
Os anticorpos são específicos, isto é, protegem contra uma determinada doença para a qual
é feita a vacinação.
Por exemplo: Os anticorpos contra o vírus do Sarampo protegem apenas contra esta doen-
ça. Por isso, a vacina deve ser administrada à criança ANTES do seu contacto com o vírus do
Sarampo, para que dê tempo à formação de anticorpos.
99 Mulheres grávidas
As crianças, que não tenham recebido todas as vacinas completamente antes de completar
um ano de vida, deverão ser vacinadas até aos 23 meses, mas devem ser registadas como
crianças fora do grupo-alvo. Estas crianças não são incluídas na avaliação do PAV.
2.4.1. SARAMPO
Definição de caso
Epidemiologia
ma dos 90%. Contudo, elas são de muito pequena magnitude e são separadas por
intervalos muito longos. Isto se deve ao acúmulo de indivíduos susceptíveis (os indi-
víduos não vacinados e os que falham em fazer a seroconversão) associado ao facto
do sarampo ser uma doença altamente infecciosa.
As pessoas que se recuperam do sarampo são imunes por toda a vida, e crianças que
nascem de mães que tiveram sarampo, geralmente são imunes por 6 a 8 meses. A
vacinação é a intervenção mais efectiva que existe em saúde pública, para proteger
uma criança contra o Sarampo.
A vacina contra o Sarampo dada aos 9 meses, protege 85% das crianças
vacinadas. Se crianças menores de 9 meses forem vacinadas em resposta a
surtos epidêmicos, elas devem ser revacinadas aos 9 meses, pois algumas
podem não estar protegidas.
Quadro Clínico
A erupção cutânea usualmente aparece primeiro por detrás das orelhas e se espalha
pela face e parte superior do tronco e depois se estende para o resto do corpo. A
erupção é macular ou mais frequentemente maculo-papular e de cor mais escura do
que a pele normal.
99 Diarréia
Tratamento
Uma vez que trata-se de infecção viral, não existe tratamento específico. No entanto,
o tratamento sintomático é importante e deve ser feito em casa nos casos ligeiros. O
tratamento caseiro deve incluir:
2.4.2. POLIOMIELITE
É uma infecção viral aguda que se propaga pela via fecal-oral. Consequentemente, a
transmissão é mais alta em áreas de pobre saneamento e água contaminada. A pa-
ralisia flácida aguda (PFA) que é a condição clínica para se suspeitar da poliomielite,
é uma doença notificável.
Epidemiologia
O vírus propaga-se pela via fecal-oral. Quase todas as crianças que vivem numa casa
onde alguém esteja infectado pelo vírus, serão infectadas. As pessoas infectadas são
muito susceptíveis de propagar o vírus 7 a 10 dias depois de manifestarem os primei-
ros sintomas da doença. Pessoas infectadas assintomáticas também podem propa-
gar a infecção.
A poliomielite é causada por uma das três estirpes de poliovirus (1, 2 ou 3), e tem um
período de incubação até ao início da paralisia de 2 – 3 semanas.
A infecção pode ser assintomática ou causar uma doença febril com mal-estar, cefa-
léias, náuseas, vômitos e dores musculares. Depois de alguns dias começa a paralisia
dos membros, geralmente de distribuição assimétrica. Às vezes há envolvimento dos
músculos respiratórios (nestes casos o doente pode morrer por dificuldades de res-
pirar) e da deglutição. É possível haver recuperação completa espontânea, mas mais
frequentemente ocorre paralisia residual, a qual se não for bem tratada com fisio-
terapia, pode levar à deformidade marcada do(s) membro(s) e incapacidade física.
12 | Programa Alargado de Vacinação
Tratamento
Não existe tratamento para esta doença. No entanto, os sintomas podem ser alivia-
dos com tratamento sintomático. Às vezes o paciente necessita de respiração assisti-
da, quando ocorre paralisia dos músculos respiratórios.
A polio é uma doença séria, sem tratamento e que deixa sequelas graves.
No entanto é facilmente prevenível pela vacinação.
O tétano é uma doença neurológica aguda causada pela exotoxina (toxina) do bacilo
do tétano (Clostridium tetani), o qual cresce em tecidos mortos na ausência de oxigê-
nio, como por exemplo, em feridas profundas e sujas, ou no coto do cordão umbilical
do bebé. O bacilo forma esporos que podem sobreviver no ambiente, particularmen-
te na superfície de metais enferrujados. A toxina que produzem, intoxica os nervos
que controlam os músculos e causa rigidez.
Os recém-nascidos podem sofrer de tétano neonatal (TNN), que ocorre via cordão
umbilical se o parto ou cuidados pós-parto não tiverem sido assépticos (limpos). A
infecção ocorre como resultado do uso de instrumentos contaminados. Qualquer
pessoa pode apanhar tétano. O tétano neonatal é uma doença notificável.
Definição de caso
Doença caracterizada por início entre o 3o e o 28o dias de idade e história de incapaci-
dade de sugar, seguida de rigidez e ou espasmo muscular, e frequentemente, morte.
Epidemiologia
O reservatório do bacilo é o meio ambiente em locais com poeira e lixo. É uma doença co-
mum com uma taxa de letalidade muito alta. Os que trabalham nas machambas, recém-
nascidos ou qualquer pessoa com ferida suja tem um risco maior de ter a doença. Está
também associada à convivência com animais, falta de vacinação ou vacinação incomple-
ta e aplicação de remédios tradicionais como cinzas ou outro tipo de sujidade nas feridas.
Programa Alargado de Vacinação | 13
A magnitude do tétano neonatal não é conhecida porque muitas das mortes ocor-
rem em casa e são poucas vezes reportadas pela comunidade.
99 faca, lâmina ou outro instrumento usado para cortar o cordão umbilical estiver sujo.
99 fezes ou cinza são usadas para esfregar no cordão ou se a areia entrar no cordão
umbilical do bebé.
Bebés e crianças também podem contrair o tétano quando instrumentos sujos são
usados para circuncisão, para perfurar a pele ou quando carvão, sujidade ou outras
substâncias desconhecidas são usadas para esfregar na ferida.
Quadro clínico
O recém-nascido nasce normal, mas pára de sugar 3 a 10 dias mais tarde. O bebé
fica irritável e chora muito. Em seguida ocorre rigidez generalizada, convulsões e
espasmos musculares severos por estímulos como tocar na criança, barulho ou luz.
A morte segue-se em muitos casos.
Prevenção
2.4.4. TUBERCULOSE
Qualquer criança doente com história de contacto com um caso suspeito ou confir-
mado de tuberculose pulmonar.
99 Massa anormal no corpo, dura, não dolorosa e livremente móvel debaixo da pele.
Epidemiologia
A TB é endêmica em Moçambique, tanto nas áreas rurais como nas urbanas, e afecta
todas as idades. O HIV/SIDA e a falência terapêutica são factores contribuintes para
o agravamento do impacto da doença.
A fonte de infecção é uma pessoa com tuberculose pulmonar com baciloscopia posi-
tiva e que transmite a doença através da tosse.
99 Imunodeficiência
99 Malnutrição
99 Alcoolismo
99 Diabetes
99 Superlotação (superpovoamento)
Quadro clínico
Prevenção
A BCG protege principalmente contra as formas infantis severas de TB, que são a
tuberculose miliar e a meningites tuberculosa. Não protege efectivamente contra a
forma adulta da tuberculose.
Tratamento
Pessoas com tuberculose devem completar o curso da terapia curativa, o qual usual-
mente inclui duas ou mais drogas antituberculosas por pelo menos 6 meses. Infeliz-
mente, algumas pessoas não tomam a medicação como prescrito ou não completam
o curso de terapia. Isto pode levar a formação de estirpes resistentes às drogas da TB,
que podem ser propagadas às outras pessoas.
2.4.5. DIFTERIA
É uma infecção aguda causada por estirpes de Corynebacterium diphtheria que pro-
duzem a toxina diftérica. A toxina pode lesar ou destruir os tecidos do corpo humano
16 | Programa Alargado de Vacinação
99 Forma tóxica: com falência cardíaca, contrações miocárdiacas fracas, pulso rápido,
fraco e pressão arterial baixa.
Definição de caso
Epidemiologia
Quadro clínico
Tratamento
Casos de difteria devem ser tratados com toxina anti-diftérica e antibióticos, e de-
vem ser isolados para evitar exposição às outras pessoas. Culturas das secreções da
garganta devem ser feitas para confirmar o diagnóstico. Os pacientes tornam-se não
infecciosos dois dias depois de iniciarem o tratamento antibiótico.
É uma doença bacteriana causada pelo Bordatella pertussis, que vive na boca, nariz e
garganta. A doença é extremamente contagiosa, especialmente em ambientes de su-
perpovoamento e má nutrição. Muitas crianças com pertussis apresentam quadros
de tosse que duram 4 a 8 semanas. A doença é comum em crianças não imunizadas.
A tosse convulsa tem uma mortalidade elevada quando afecta crianças com menos
de 1 ano de idade. Devido à tosse com vómitos constantes, o estado nutricional da
criança doente tende a complicar-se.
Definição de caso
Tosse há pelo menos duas semanas e caracterizada por, pelo menos, um dos seguin-
tes sinas: tosse, inspiração em guincho ou vômito a seguir à tosse sem outra causa
aparente.
Epidemiologia
Quadro clínico
99 Estágio 2: envolve acessos de tosse rápida. No fim destes acessos, a criança inspira
com um guincho. A criança pode ficar cianótica devido à falta de oxigênio durante
os acessos de tosse. Vômito e exaustão frequentemente ocorrem a seguir aos ata-
ques de tosse, que são particularmente frequentes à noite. Este estágio dura uma
a seis semanas, mas pode ir até 10 semanas. Os ataques tornam-se menos severos
com o passar do tempo.
Tratamento
2.4.7. HEPATITE B
patite B (VHB). É uma doença viral altamente infecciosa e que afecta o fígado.
Muitas das consequências sérias da infecção pelo virus da hepatite B (VHB) ocorre
entre pessoas que se tornam cronicamente infectadas. Pessoas com infecção crônica
geralmente são assintomáticas durante décadas depois da infecção e 15-25% destas
pessoas desenvolvem cancro do fígado ou cirrose. Estes portadores crônicos tam-
bém são um reservatório importante para a transmissão de novas infecções.
Diagnóstico
As crianças geralmente são assintomáticas quando são infectadas pelo VHB, mas fre-
quentemente desenvolvem infecção crônica. Assim, os casos reportados de hepatite
B subestimam a magnitude da doença, particularmente em países com alta endemi-
cidade da infecção pelo VHB, onde a maioria das infecções crônicas são adquiridas
na infância.
Epidemiologia
A doença é altamente endêmica em África. 60 – 90% são infectadas até à idade adul-
ta, dos quais 5 – 25% são portadores crônicos. A transmissão do VHB pode ocorrer
com a exposição percutânea ou da mucosa, de sangue ou fluídos corporais de porta-
dores. O vírus é encontrado em altas concentrações no sangue e exudatos serosos,
moderada no sêmen e fluído vaginal, e baixa na saliva.
99 Contacto sexual
20 | Programa Alargado de Vacinação
A transmissão pessoa para pessoa (criança para criança), responde pela maioria das
infecções pelo VHB á nível mundial. Ocorre em contactos interpessoais através de
feridas e ulcerações. Muitas crianças se infectam nos primeiros anos de vida.
Nas unidades sanitárias, a infecção pelo VHB pode ser transmitida através de agulhas
e seringas usadas e outro equipamento que não tenha sido devidamente esteriliza-
do, e através de transfusão de sangue contaminado e que não tenha sido testado
para o antígeno do VHB (AgHbs).
A transmissão sexual pode contribuir para uma alta proporção de casos de hepatite B
entre os adolescentes e adultos em países com uma baixa prevalência da hepatite B.
Em países com alta prevalência a maioria das pessoas já terá sido infectada durante
a infância.
Quadro clínico
Quando uma pessoa é infectada pela primeira vez com o VHB pode apresentar do-
ença sintomática (hepatite B aguda) ou pode ter uma infecção assintomática, sem
sinais nem sintomas da doença. Independentemente de serem sintomáticos ou as-
sintomáticos, podem em ambos os casos se recuperar da infecção e desenvolver
uma imunidade duradoura, ou desenvolver uma infecção crônica que usualmente
permanece pelo resto da vida.
Prevenção
Tratamento
Infecções causadas pelo Haemophilus influenzae (Hib) são uma das principais causas de
morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 anos no mundo. As manifestações
mais importantes causadas pelo Hib são pneumonia, meningite e outras patologias como
a epiglotite, septicemia, celulite, artrite, osteomielite, pericardite devido a metástases sép-
ticas à distância.
Idade
Epidemiologia
Nos países em desenvolvimento 3% à 20% dos casos são fatais. Das crianças que sobrevi-
vem 30 a 40% ficam com deficiência neurológica permanente como paralisia, atraso mental
e/ou perda auditiva.
A OMS recomenda que a vacina Hib seja incluída na rotina dos programas de imunização.
Diagnóstico
Prevenção
Vacina
Programa Alargado de Vacinação | 23
Diagnóstico
Tratamento
Nos países em desenvolvimento é a maior causa de infecção pulmonar baixa na faixa etária
dos 2 meses até 5 anos.
Diagnóstico
A. Clínico: Caracteriza-se por início agudo de febre e tosse. Os achados do exame físico
podem ser: dispnéia com ou sem tiragem, expansibilidade torácica diminuída, macicez e
murmúrio vesicular diminuído, estertores crepitantes, sopro tubárico.
Tratamento
3. VACINAÇÃO E CALENDÁRIO
VACINAL
OBJECTIVOS
O objectivo da vacinação no país é garantir que todas as crianças recebam todas as doses
de todos os antígenos antes do seu primeiro aniversário, embora crianças até aos 23 meses
permaneçam elegíveis para a vacinação de rotina. Uma criança completamente vacinada é
aquela que tenha recebido a BCG, Sarampo, VAP3 e DPT/Hepatite B3 até ao seu primeiro
ano de vida. As crianças que abandonam – isto é, as que não completam o ciclo vacinal –
devem ser identificadas e seguidas.
26 | Programa Alargado de Vacinação
Cada criança deve receber uma dose de BCG, quatro de VAP, três de DPT/Hepatite
B+Hib e uma dose de Sarampo antes do seu primeiro aniversário. Se a criança é vista
na unidade sanitária ou se ela se apresenta no posto de vacinação da brigada móvel
nas primeiras duas semanas de vida (até 13 dias de idade) deve receber a VAP0 ao
mesmo tempo que a BCG.
Quando uma criança está atrasada, inicie as doses o mais cedo possível. Se uma dose
de DPT/Hepatite B+Hib ou VAP é perdida (oportunidade perdida), a vacinação na
ocasião seguinte deve continuar como se o intervalo usual tivesse passado, e não é
necessário dar uma dose extra.
À nascença ou ao 1o contacto
VAP0 (Pólio Primária) À nascença
antes das 6 semanas de vida
Múltiplas vacinas podem ser dadas ao mesmo tempo. Por exemplo, a BCG, VAP0,
ou a VAP1 e a DPT/Hepatite B1+Hib, devem ser dadas ao mesmo tempo se a criança
for elegível para tal. Isto reduz o número de contactos necessários para completar o
calendário vacinal.
É importante que a criança receba as vacinas antes de ser exposta às doenças, mas
depois da perda suficiente de anticorpos maternos, dado que eles influenciam a efi-
cácia das vacinas. Em alguns casos a vacinação antes das idades recomendadas pode
ser eficaz. No entanto, crianças mais novas do que a idade recomendada não devem
ser vacinadas, excepto em circunstâncias excepcionais autorizadas pelas autoridades
sanitárias á nível nacional. Crianças vacinadas em idade precoce do que a recomen-
dada, podem não manter a protecção necessária contra as doenças sem doses de
reforço.
28 | Programa Alargado de Vacinação
Crianças mais velhas que não estejam completamente vacinadas devem receber as
doses perdidas. Todas as outras doses em falta devem ser dadas a intervalos de tem-
po normais, de acordo com o calendário.
Em geral, o PAV recomenda que todos os trabalhadores da saúde devem usar todas
as oportunidades para vacinar as crianças elegíveis; a vacina deve ser dada à todas
as criança elegíveis que frequentam todos os estabelecimentos de saúde, mesmo
em regime ambulatório. Crianças hospitalizadas devem ser vacinadas logo que a sua
condição clínica melhore, pelo menos antes de terem alta do hospital. A vacina anti-
sarampo deve, preferencialmente, ser administrada na admissão, devido ao risco de
transmissão nosocomial do sarampo.
99 Contra-indicação absoluta
99 Falsas contra-indicações
99 Doenças menores tais como, infecções respiratórias superiores ou diarréia, febre <
38.5oC.
99 Malnutrição
99 Amamentação
Não foram reportados efeitos secundários graves. No entanto, pode ocorrer febre
e irritabilidade, dor no local e um pequeno inchaço avermelhado dentro de 3 dias.
Neste caso a criança pode ser tratada com Paracetamol.
30 | Programa Alargado de Vacinação
A política em Moçambique é que cada grávida deve ser protegida contra o tétano neonatal,
aderindo ao esquema da tabela 2 abaixo. As doses de tétano recebidas durante a infância
podem contar para o esquema da VAT e a DPT3 conta como VAT2. Se uma mulher tiver uma
história documentada de cinco (5) injecções de VAT, ela não precisa fazer doses adicionais
de VAT, dado que cinco (5) doses dão uma protecção completa durante os anos de idade
fértil como mostrado na tabela 3.
Este é o calendário ideal. Se não fôr possível segui-lo exactamente, deve-se adaptá-lo às
condições locais.
Programa Alargado de Vacinação | 31
DURAÇÃO DA
DOSES INTERVALO MÍNIMO PROTECÇÃO
PROTECÇÃO
VAT1 1O CONTACTO 0 0
VAT2 4 SEMANAS 80% 3 ANOS
VAT3 6 MESES 95% 5 ANOS
VAT4 1 ANO 99% 10 ANOS
VAT5 1 ANO 99% TODA A VIDA
No esquema vacinal do PAV de rotina, os grupos visados pela VAT compreendem as grávi-
das, as mulheres em idade fértil, os alunos do 1º ingresso e os trabalhadores.
Na falta de comprovação nas condições referidas, a mulher deve iniciar e completar o ca-
lendário de 5 doses. Neste caso, se a mulher estiver grávida, deve fazer 2 doses durante a
gestação (Consulta Pré-Natal), uma 3.ª dose quando o filho fôr vacinado contra o sarampo,
ficando a 4.ª dose para além de um ano e a 5.ª dose, passado também um outro ano.
O quadro seguinte indica a conduta a seguir em algumas situações que se podem apresen-
tar comprovadas.
32 | Programa Alargado de Vacinação
Se o intervalo for inferior (4 semanas por exemplo) deve-se contar apenas uma dose, anu-
lando a segunda por não corresponder ao intervalo entre a 3.ª e 4.ª doses do calendário.
99 Atingir coberturas de vacinação de rotina iguais ou superiores a 95% com uma dose
de vacina anti-sarampo dada aos 9 meses de idade.
99 Realizar uma vez a nível nacional, uma campanha de vacinação de ataque para in-
terromper a transmissão.
99 Vacinação de rotina: atingir e manter altos níveis de cobertura com VAP3 (pelo me-
nos 80% em todos os distritos).
Moçambique está comprometido com os esforços globais de erradicação da pólio e tem le-
vado a cabo com sucesso, campanhas dos DNV`s em 1996, 1997, 1998 e 1999. A vigilância da
PFA é parte integral dos esforços para a erradicação da Pólio. Qualquer caso de PFA em crian-
ças menores de 15 anos de idade deve ser notificado. As investigações devem ser iniciadas o
mais cedo quanto possível incluindo a colecta de duas (2) amostras de fezes, de preferência
dentro dos primeiros 14 dias depois do início da paralisia. As amostras de fezes podem ainda
ser colhidas até 60 dias depois do início da paralisia. Um exame de seguimento para definir a
paralisia residual deve ser feito pelo menos 60 dias depois do início da paralisia.
Para reduzir a incidência do tétano neonatal para menos do que 1caso em cada 1000 nacidos
vivos, Moçambique propõe-se a:
4. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
VACINA
OBJECTIVOS
99 O diluente não deve ser congelado, mas deve estar à mesma temperatura que a
vacina no ponto de utilização. Isto significa que o diluente deve ser colocado na
geleira a temperaturas entre +2oC e +8oC pelo menos 24 horas antes de ser usado.
99 A BCG nunca deve ser exposta à luz do sol. A BCG é mais estável ao calor do que a
pólio antes da reconstituição, mas menos estável depois da reconstituição.
99 A vacina reconstituída deve ser usada dentro de 6 horas ou descartada ao fim desse
tempo.
Programa Alargado de Vacinação | 39
Tabela 6.
Se não aparecer cicatriz no local de injecção seis (6) semanas depois da vacinação
com BCG, a injecção deve ser repetida.
Preparar a BCG
99 Inserir a ponta da agulha na pele com o bisel virado para cima – apenas o bisel e
um pouco mais.
99 Manter a agulha paralela à parte superficial da pele, de modo que ela avance ape-
nas na camada superficial da pele.
99 Não pressionar muito e não apontar para baixo (senão a injecção será profunda
demais, portanto, subcutânea).
Capa subcutânea
Derm
Músculo e
99 Reacção normal
A mãe deve ser informada de que isto vai acontecer, e que desde que a lesão não
aumente ou cause dor, não é motivo para preocupação. Aconselhe a mãe a não es-
fregar ou pôr qualquer medicamento na ferida.
Se por engano a injecção for muito mais profunda, aparecerá um inchaço redondo
debaixo da pele (efeitos colaterais, tais como, abcesso ou gânglios aumentados são
mais prováveis se a BCG tiver sido subcutânea).
99 Reacção severa
Às vezes ocorre inflamação local com reacção severa, inchaço na região axilar ou
perto do cotovelo, ou abcesso profundo. Isto pode acontecer porque:
4.3.5 Contra-indicações
outras vacinas por exemplo DTP, Hepatite B (Hep B), DTP-Hepatite B. A vacina Hib liofilizada
deve ser diluída com solução salina.
Tabela 7.
Espere pelo menos 4 semanas entre as doses. Se o intervalo for maior, não precisa
recomeçar o calendário. Continue com as doses seguintes normalmente.
O Hib pode ser administrada de forma segura com DTP, DPT-Hepatite B, Pólio, Hepa-
tite B, Sarampo, Febre Amarela ou BCG. Se a administração for em simultâneo com
DTP a injecção deve ser intramuscular com a mesma seringa.
Programa Alargado de Vacinação | 43
Crianças maiores de 12 meses que não foram vacinadas uma dose da vacina é sufi-
ciente para a imunização. Crianças que foram vacinadas podem receber um reforço
entre os 12 à 18 meses.
Preparar a vacina
Posicionar o bebê
99 O braço esquerdo da mãe passa à volta do bebé para suportar a cabeça, o pescoço,
o ombro e seu braço esquerdo.
Aplicar a vacina
99 O melhor local para injectar é a porção central da face externa da coxa do bebé.
99 Dividir através de uma linha imaginária a coxa em 3 partes iguais entre o joelho e a
espinha ilíaca.
44 | Programa Alargado de Vacinação
99 Limpar a pele se estiver suja com bola de algodão húmida e deixe secar.
99 Colocar seu polegar e indicador em cada um dos lados do local aonde vai injectar e
esticar a pele suavemente.
99 Pressionar o êmbolo com o polegar para injectar a vacina e depois retirar a agulha.
A vacina líquida é usada directamente do frasco. A vacina liofilizada deve ser diluída
antes da administração, quer com diluente (solução salina) ou com outra vacina que
tenha sido identificada ou indicada para esse efeito pelo fabricante, como a DTPhe-
pB. No entanto, se for utilizada como uma vacina monovalente, não deve ser injecta-
da no mesmo local que as outras vacinas.
Não injecte nas nádegas, pois a injecção pode lesar o nervo ciático e
provocar paralisia da perna da criança.
Dermis (skin)
(pele)
Subcutaneous
Capa Subcutânea
layer
Muscle
˙˙˙
Programa Alargado de Vacinação | 45
4.4.4. Contra-indicações
99 Febre: advirta a mãe de que muitas crianças experimentam febre e ficam irritáveis
depois de receber a vacina da DPT/Hepatite B+Hib, e que isto desaparece dentro de
24 horas. A criança pode ser tratada com antitérmico para resolver este problema.
99 Dor local: informe à mãe que a criança pode ter um pequeno inchaço avermelhado
e doloroso no local de injecção. Isto não é sério e não necessita de tratamento. No
entanto, se aparecer pus no local de injecção, uma semana ou mais depois da injec-
ção, a mãe deve levar a criança à unidade sanitária mais próxima.
99 Se o topo do frasco tiver sido tocado ou tiver estado em contacto com su-
perfícies sujas
99 Convulsões: esta é uma complicação rara que ocorre em cerca 1/1.200 a 1/1.600
crianças e está frequentemente relaccionado com a febre. Isto é devido à compo-
46 | Programa Alargado de Vacinação
NOTA
Se uma criança que tenha recebido a vacina DPT/Hepatite B tiver convul-
sões ou choque nos três dias seguintes, essa criança não deve receber
mais doses de DPT/Hepatite B.
A VAP apresenta-se quer em plásticos com conta-gotas ou em frasco de vidro com conta-
gotas separado. É importante usar o conta-gotas apropriado para a vacina a fim de evitar
que esta jorre.
Deve ser conservada entre -15oC e -25oC. Os monitores do frasco da VAP indicam se
a vacina foi estragada pelo calor. Se o quadrado é mais claro do que o círculo circun-
dante, a vacina pode ser usada.
Preparar a vacina
99 Verificar o monitor do frasco de vacina para se certificar de que a vacina pode ser
usada.
Posicionar o bebé
99 Peça à mãe para segurar o bebé firmemente, sentando-o de forma a que não aspire
a vacina.
Aplicar a vacina
99 Dar duas ou três gotas (depende das instruções do fabricante) na língua da criança,
usando o conta-gotas.
4.5.4. Contra-indicações
Nos níveis central e provincial, a vacina deve ser conservada a temperaturas entre -
15oC e -25oC. No nível distrital e de unidade sanitária, entre +2oC e +8oC. O diluente
não deve ser congelado, mas resfriado antes de ser usado para não neutralizar a
vacina. A vacina do sarampo é muito sensível à luz. Assim, as seringas nunca devem
ser preenchidas e deixadas sobre a mesa fora da caixa isotérmica.
Preparar a vacina
Aplicar a vacina
A dose é de 0.5 ml, dada por via subcutânea na parte lateral externa superior do
braço esquerdo.
1. O local de injecção deve ser limpo com algodão mergulhado em água limpa para
remover qualquer sujidade visível.
2. Segurar o braço da criança pela parte inferior, seus dedos devem estar a volta do
braço e formar uma prega da pele entre os dedos polegar e indicador.
Derm is (skin)
(pele)
Su bcu taneou s
Capa
layerSubcutânea
Mu scle
˙˙˙
Programa Alargado de Vacinação | 51
Informar à mãe de que a criança pode ter febre de 1 a 3 dias até cerca de uma sema-
na depois da vacinação, e que pode aparecer um rash de sarampo ligeiro.
Assegurar à mãe que este rash é muito mais ligeiro do que a doença do sarampo, e
que desaparecerá expontaneamente.
Posicionar a mulher
99 Usar uma das suas mãos para apertar os músculos do braço da mulher.
99 Injectar a vacina.
99 Retirar a agulha.
Dermis (skin)
(pele)
Subcutaneous
Capa Subcutânea
layer
Muscle
˙˙˙
Programa Alargado de Vacinação | 53
Um acidente médico que ocorra depois de uma vacinação e que pareça estar asso-
ciado com a vacinação é chamado um “evento adverso pós-vacinação” (EAPV). A
associação de um evento adverso com uma vacina específica é sugestivo se existe um
grupo de incidentes médicos não usuais entre as pessoas que receberam uma dada
vacina, num intervalo de tempo limitado a seguir á vacinação.
Muitos dos EAPV são ligeiros a moderados, sendo os mais frequentes a febre e infla-
mação local a seguir à DPT/Hepatite B. EAPV sérios são definidos como aqueles even-
tos que resultam em hospitalização ou morte. São extremamente raros e ocorrem
em proporções que são uma fracção muito pequena comparada às complicações
causadas pela doença.
Cada EAPV deve ser investigado e esforços devem ser envidados para determinar
a causa, entretanto, de uma maneira que ambos o cliente e o provedor de serviços
sejam protegidos. A detecção de um EAPV deve ser seguido pelo tratamento apro-
priado e comunicação aos interessados e trabalhadores de saúde, e, se muita gente
tiver sido afectada, à comunidade.
54 | Programa Alargado de Vacinação
Os factores que podem influenciar os EAPV são agrupados em 4 categorias. Eles po-
dem ser devidos à erros programáticos, resposta individual à vacina, coincidência ou
de causa desconhecida.
Erros Programáticos
O erro programático é a causa mais frequente dos eventos adversos. Ele inclue erros
no manuseamento, na reconstituição ou administração de vacinas, tais como:
Coincidência
Algumas condições médicas que podem ocorrer depois da vacinação podem ser pura
coincidência. Nestes casos, não existe nenhuma associação entre a vacinação e o
acidente médico que ocorre depois da vacinação. As vezes a doença parece mais evi-
dente a seguir à vacinação devido à preocupação dos pais ou maior atenção prestada
à criança logo depois da vacinação.
Causa desconhecida
Neste caso não se conhece a causa, nem se consegue estabelecer qualquer relação
com a vacinação. Com uma investigação continuada, alguns dos casos desconhecidos
poderão acabar por ser classificados em uma das 3 categorias acima.
De acordo com a OMS, existem 5 eventos que indicam a necessidade de iniciar uma
investigação, “eventos desencadeadores” de um EAPV que possa ter sido causado
pela vacinação. Estes eventos estão listados a seguir:
99 Qualquer reação anormal que se acredite tenha sido causada pela vacinação.
99 Pais e zeladores que devem reportar os EAPV que afectem as suas crianças.
Deve haver um elemento de suspeita quando uma criança que tenha sido vacinada
fique doente pouco tempo depois da vacinação e se apresente ao hospital para tra-
tamento na unidade sanitária. A importância de detectar EAPV deve ser enfatizada
durante o treinamento e supervisão.
Se a doença não for um EAPV, mas sim um efeito colateral normal da vacina, fazer o
tratamento e explicar ao acompanhante o que terá acontecido e que os benefícios da
vacinação superam de longe os riscos e os efeitos colaterais moderados.
O tratamento deve ser sempre a primeira resposta a um caso de EAPV. Todos os ca-
sos de EAPV severos devem ser imediatamente referidos para uma unidade sanitária
mais próxima que possa tratar o caso.
Os casos de anafilaxia devem ser tratados na US mais próxima com um kit de emer-
Programa Alargado de Vacinação | 57
gência. Sintomas ligeiros a moderados tais como febre podem ser tratados em casa.
Os trabalhadores de saúde devem ser capazes de decidir quais casos de EAPV devem
ser tratados e quais devem ser referidos, e quais requerem atenção imediata, como
por exemplo, a anafilaxia.
Tratamento
Todos os casos severos de EAPV devem ser referidos imediatamente ao centro de saúde
ou hospital mais próximos para tratamento. A ficha de investigação de caso deve ser
preenchida e seguir junto com o doente a ser referido, pois caso contrário a investiga-
ção pode não ser prosseguida.
Uma ficha de investigação de caso deve ser preenchida para cada caso de EAPV severo.
99 Sintomas modestos tais como febre, podem ser tratados em casa ou por traba-
lhadores de saúde. Os trabalhadores de saúde devem ser capazes de decidir quais
casos devem ser tratados e quais requerem atenção imediata (p.e. anafilaxia).
A anafilaxia é uma reacção severa muito rara que pode ocorrer depois de qualquer
injecção incluindo a vacinação (ex: vacinação anti-sarampo). O paciente apresenta
sinais de choque e dificuldades respiratórias. Se isto acontecer, siga os seguintes pas-
sos imediatamente:
Notas
2) Um Cluster (neste caso) é definido como um evento de EAPV que ocorre com frequ-
ência incomum, por vacina, por tipo de reacção, ou por localidade/unidade sanitária.
Programa Alargado de Vacinação | 59
PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
EM CASO DE ANAFILAXIA
A anafilaxia é um reacção severa que pode ocorrer raramente depois de
qualquer injecção incluindo a vacinação. O paciente colapsa com sinais de
choque e problemas respiratórios. Se isto ocorrer, siga imediatamente os
seguintes passos abaixo descritos:
1. Procure apoio e assista o paciente imediatamente.
2. Verifique a respiração e os batimentos cardíacos.
3. Se o paciente não está respirando:
- Assegure a ventilação e faça respiração artificial (ambú ou boca-a-
boca)
- Se não houver batimentos cardíacos:
- Faça o RCP (resuscitação cardio-pulmonar)
4. Dê adrenalina 1:1000
- Crianças menores 3 anos: 0.1 ml subcutâneo duma só vez
- Crianças 4-7 anos: 0.2 ml subcutâneo duma só vez
- Crianças 8- 15 anos: 0.3 ml subcutâneo duma só vez
5. Dê a adrenalina como se segue: 1 ampola diluída com solução salina
normal para 10 ml em pequenas quantidades lentamente por via endove-
nosa ou tubo endotraqueal. O rítmo cardíaco não deve exceder 160/minu-
to.
6. Dê hidrocortisona sódio succinato lentamente por via IV nas doses se-
guintes:
Crianças menores de 1 ano: 100 mg
Crianças de 1- < 3 anos: 200 mg
Crianças de 3- < 7 anos: 300 mg
Crianças de 7- < 9 anos: 400 mg
Crianças de 9 anos e mais: 500 mg
7. Corra solução salina normal ( 0.9% ).
8. Uma vez estabilizada, referir para o hospital mais próximo
60 | Programa Alargado de Vacinação
99 O trabalhador que detectar o caso de EAPV deve colher toda a informação relevan-
te possível à esse nível, e preencher o formulário de investigação de caso de EAPV.
Este formulário só será completamente preenchido depois de completada a inves-
tigação do caso de EAPV.
99 Todos os “eventos catalizadores” de EAPV devem ser notificados para qualquer va-
cina administrada.
A investigação deve colher dados sobre o paciente, o evento adverso, a vacina, a ses-
são de vacinação, outras crianças vacinadas, como descrito na ficha de investigação
de caso.
Pode-se testar a vacina do mesmo lote, mas seu valor é bastante limitado. Vacinas
como a VAP, DPT/Hep B e a VAT, ainda podem ser testadas poucos dias depois da ad-
ministração da dose do frasco suspeito, dado que o frasco aberto pode ser usado até
28 dias depois, desde que tenham sido observadas algumas regras básicas.
Uma vez os dados necessários para a investigação do EAPV tenham sido colhidos,
deve-se fazer uma análise para diagnosticar o caso e determinar a causa.
Diagnóstico do caso
Determinação da causa
Um certo número de elementos pode ser usado para classificar o caso em uma das
4 categorias: programático, induzido pela vacina (resposta individual), coincidência
ou desconhecida.
99 Pessoas não vacinas no mesmo grupo etário na mesma área tiveram os mesmos
sintomas. Estes não terão sido induzidos pela vacinação.
99 Outras crianças vacinadas com o mesmo lote de vacina, no mesmo dia e na mesma
unidade sanitária ou posto de vacinação não tiveram os mesmos sintomas – a causa
pode ser um erro humano, mas também existe a possibilidade de que o EAPV tenha
sido induzido pela vacinação ou ser coincidental.
Se o erro humano for descartado como causa, a análise deve procurar evidência de
que a doença tenha sido induzida pela vacina ou sido uma coincidência. Casos des-
conhecidos são aplicados a todos os casos de EAPV para os quais não se encontra
nenhuma outra causa.
Programa Alargado de Vacinação | 63
4.10.5. Retro-informação
Uma vez que se tenha chegado a uma conclusão, deve-se dar retro-informação a
todos os que estiveram envolvidos na investigação, mas especialmente aos pais e
acompanhantes, a outros membros da família do paciente e à comunidade.
5.
OBJECTIVOS
CADEIA DE FRIO
As vacinas são sensíveis ao calor e ao congelamento, devendo, por isso, serem conservadas
em temperaturas correctas desde a altura em que são produzidas até ao uso. O sistema
usado para manter e distribuir a vacina em boas condições (manter a potência da vacina)
é chamado de cadeia de frio.
A Pólio, o Sarampo e a BCG são mais rapidamente destruídas pelo calor por este matar as
partículas vivas.
68 | Programa Alargado de Vacinação
Devido à sensibilidade das vacinas à temperaturas adversas, deve-se prestar uma atenção
crítica às temperaturas de conservação recomendadas para cada tipo de vacina em todos
os estágios de transporte e durante o armazenamento.
99 Mantidas entre os +2oC e os +8oC durante o regresso das sessões das brigadas mó-
veis para a unidade sanitária.
O equipamento deve ser de qualidade e quantidade apropriadas para permitir uma conser-
vação correcta da vacina á medida que ela vai de um estágio da cadeia de frio para o outro
até alcançar o consumidor final, a mãe e a criança.
Certas vacinas podem ser conservadas a temperaturas diferentes conforme se trate de de-
pósito central ou provincial e distrital ou de unidade sanitária.
Programa Alargado de Vacinação | 69
Níveis Níveis
Tipos de Vacinas
Central e Provincial Distrital e U. Sanitária
BCG - 15oC a - 25ºC + 2oC a + 8ºC
ANTI-PÓLIO - 15°C a - 2 5ºC + 2°C a + 8ºC
ANTI-SARAMPO - 15oC a - 25ºC + 2oC a + 8ºC
DPT/Hepatite B + 2oC a + 8ºC + 2°C a + 8ºC
ANTI-TÉTANO + 2 C a + 8ºC
o
+ 2oC a + 8ºC
A câmara de frio é uma sala construída com material especial, que é mecanicamente
mantida fria, cuja temperatura é ajustável ao nível desejado. As câmaras frias são en-
contradas nos depósitos centrais, provinciais e regionais, onde grandes quantidades
de vacina são conservadas.
99 Quando mais de uma pessoa esteja a trabalhar dentro da câmara fria deve-se to-
mar o cuidado para evitar fechar acidentalmente alguém dentro da câmara.
99 Para evitar lesões por frio, deve-se usar roupa quente e permanecer pouco tempo
dentro da câmara de frio.
99 As câmaras de frio não devem ser superlotadas. As vacinas devem ser arrumadas
com espaço adequado entre elas para permitir a circulação adequada de ar.
Programa Alargado de Vacinação | 71
Cuidados diários
99 No final do dia, todas as portas do local onde está instalada a câmara de frio devem
fechadas e as luzes apagadas.
Cuidados semanais
Cuidados mensais
do tipo compressão usa um motor eléctrico de compressão para circular o fluído frio
chamado refrigerante. A bomba comprime o refrigerante do estado gasoso para o
estado líquido, um processo que retira o calor.
O termostato pode ser girado para temperatura mais quente ou mais fria conforme
necessário. O mínimo dá a temperatura mais quente e o máximo a temperatura mais
fria.
Compartimento de congelação
Compartimento de
refrigeração
99 A sala deve ser bem ventilada com boa ventilação a volta do refrigerador. No en-
tanto, evitar locais onde o refrigerador possa apanhar sol pelas portas ou janelas.
99 O refrigerador deve estar bem nivelado. Para verificar isso, coloque um prato raso
com água em cima da geleira. Quando bem nivelado, a água ficará à igual distância
dos bordos do prato. Se estiver desnivelado, coloque por baixo dele pequenos pe-
daços de madeira até ficar na posição desejada. A porta deve estar herméticamente
fechada.
99 Os refrigeradores de tipo absorção devem estar bem nivelados, caso contrário, não
irão funcionar devidamente.
99 Puxar devagar o papel. Se o mesmo sair facilmente é porque a porta não está a
fechar completamente.
99 Se a geleira fôr eléctrica, usar uma tomada exclusiva para ela. Evitar o uso de fichas
triplas que podem provocar sobrecarga ou desconexão acidental, desligando assim
a geleira.
99 Nunca guardar vacinas na parte inferior da geleira nem na parte interior da porta,
por serem os locais menos frios.
As vacinas mais antigas devem ser colocadas numa posição tal que seja fácil usá-las
em primeiro lugar. Pode-se colocar uma marca para as identificar melhor. Por exem-
plo, a vacina mais recente pode ser colocada à direita ou na parte de trás da prate-
leira, e a mais antiga à esquerda ou na parte da frente da prateleira. Assim, como
rotina, pode-se adoptar a prática de usar as vacinas à esquerda ou à frente primeiro.
Use sempre primeiro as vacinas que estão há mais tempo na geleira, observando
sempre as datas de expiração e o estado do monitor do frasco de vacina (VVM), se
existir.
Acumuladores congelados
Acumuladores não
à esquerda
congelados à direita
Acumuladores na
posição vertical Compartimento
para evitar pingar de congelação
(-20°C)
Espaço entre os Trinco
acumuladores
Prazo de validade
longo atrás
VAP e vacinas liofi-
Prazo de
Use lizadas (Sarampo,
validade curto
Primeiro BCG) no topo
à frente Trinco
Espaço entre as
vacinas Vacinas líquidas
(DPT/HepB, VAT) no meio Termômetro
Frascos abertos
das sessões Compartimento
anteriores de refrigeração
+ 4°C
Diluente no
fundo
Acumulado res
não congelados no
fundo
Diluente a
+ 4°C
Espaço entre
as vacinas
Mesmo tipo
de vacina na
mesma área
99 Arrumar as vacina com espaço suficiente entre as caixas para permitr circulação do
78 | Programa Alargado de Vacinação
ar.
99 Verificar se o cilindro de gás tem gás suficiente. Se o gás for insuficiente e não hou-
ver um cilindro de reserva, transferir a vacina para o centro de saúde mais próximo
onde a cadeia de frio possa ser mantida. Proceder de igual modo, se o petróleo for
insuficiente e não houver de reserva.
99 Não faça nada e não abra a porta do refrigerador até que estejas pronto para trans-
ferir a vacina para outra unidade sanitária onde a cadeia de frio possa ser mantida.
99 Arrumar as vacinas. Lembre-se que as vacinas DPT/HepB e VAT não devem ficar em
contacto directo com os acumuladores de frio. Colocar no meio das outras e emba-
lar com plástico ou outro material de embrulho ou caixinha.
5.4. ACUMULADORES
Os acumuladores são contentores plásticos que se enchem de água ou gelatina. São colo-
cados na câmara frigorífica para congelarem antes de serem usados nas caixas isotérmicas
para o transporte e conservação de vacina.
Durante a sessão de vacinação, os frascos de vacina são colocados nos acumuladores para
evitar que se abra frenquentemente as caixas isotérmicas, o que subiria facilmente a tem-
peratura interna.
Assegurar de que as tampas dos acumuladores estão bem fechadas para que a água não
pingue. Os acumuladores devem ser preenchidos de líquido até cerca de um dedo do topo
ou até á marca perto do topo do acumulador, para permitir a expansão da água.
Figura 11. Caixa isotérmica média/grande Figura 12. Caixa isotérmica pequena
6. MONITORIA DO SISTEMA DE
CADEIA DE FRIO
OBJECTIVOS DA APRENDIZAGEM
Cada cartão monitor tem um indicador sensível ao calor na forma de uma fita com 4
janelas acopladas a ela. O indicador funciona a duas temperaturas diferentes, 10oC
e temperaturas acima de 34oC. O cartão é completamente estável ao calor até que
seja activado pela remoção da fita estabilizadora. As instruções para a interpretação
Programa Alargado de Vacinação | 83
Verifique o refrigerador se
a temperatura aumentar
Limites de tempera-
tura segura
tura esteja abaixo de 10oC, mas não volta ao estágio anterior mesmo que a vacina
seja colocada num congelador. Quanto maior for a temperatura, maior será a rapidez
com que a côr azul se espalhará de uma janela para outra.
ÍNDICE
A B C
A uma temperatura de 12ºC 3 dias 8 dias 14 dias
A uma temperatura de 21ºC 2 dias 6 dias 11 dias
Se a janela D estiver azul, quer dizer que houve uma quebra na cadeia de frio a uma
temperatura superior a 34ºC, durante duas horas pelo menos. Verifique a cadeia de frio.
Programa Alargado de Vacinação | 85
A instrução “use antes de três meses” não deve ser observada se a data de expiração
ou a política local da cadeia de frio requerer um período mais curto antes do seu uso
ou descarte.
Muito em breve, todas as vacinas usadas pelo PAV terão o respectivo monitor. Os monitores
86 | Programa Alargado de Vacinação
dos frascos de vacinas líquidas situam-se na parte lateral (cilíndrica) do frasco de vacina,
enquanto o monitor das vacinas liofilizadas (em pó), situa-se na parte superior (topo) do
frasco de vacina (figura 19).
Este teste não é perfeito. É subjectivo, requer experiência e não identifica fielmente todos
os frascos de DPT/Hepatite B e VAT que possam estar estragados por congelamento. Assim,
descarte os frascos se houver forte probabilidade de terem sido congelados.
Programa Alargado de Vacinação | 87
Ampola de
vacina liofilizada
congelada
Frasco de vacina
liofilizada
Frasco de Vacina
líquida
88 | Programa Alargado de Vacinação
Imediatamente depois de
agitada
Vêm-se
partículas
Turvo
granulares
Depois de 15 a 30 min.
Começa a
Quase Claro
Clarear
Não há
sedimentação sedimento denso
7.
OBJECTIVOS
GESTÃO DA VACINA
99 O desperdício de vacina.
Antes da vacina chegar ao país, normalmente recebe-se um fax no depósito central do PAV
dando a sguinte informação:
99 No de vôo.
99 Uma vez que se confirme que as vacinas foram transportadas adequadamente, elas
são organizadas pela data de expiração e armazenadas a várias temperaturas reco-
mendadas, isto é, entre – 15oC e – 25oC para a VAP e a anti-Sarampo e BCG, e entre
+ 2oC e 8oC, para as vacinas da DPT/Hepatite B e VAT.
B = Calcular o grupo-alvo em %.
J = Calcular o número de frascos de vacina, tendo em conta que a vacina sempre vem
em frascos.
Tendo em conta os passos acima, a seguinte fórmula é usada para o cálculo da quan-
tidade de vacina necessária:
E=BxCxD
No país foi estabelecido que o desperdício ocorre aos seguintes níveis para as dife-
rentes vacinas:
BCG........................................... 50%
VAP........................................... 20%
Sarampo...................................30%
DPT/Hepatite B.........................20%
VAT........................................... 25%
Taxa de
desperdício 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60%
de vacina
Factor de
desperdício 1.05 1.11 1.18 1.25 1.33 1.43 1.54 1.67 1.82 2.00 2.22 2.50
equivalente
100
Factor de desperdício = -------------------------------------
(100 – taxa de desperdício)
Por exemplo, para converter uma taxa de desperdício de 40% em factor de desper-
dício, fica:
100 100
Factor de desperdício = ----------------- = ---------------- = 1.666 ~ 1.67
(100 – 40) 60
Segue-se o cálculo do stock de segurança (H), que corresponde a 25% da vacina cal-
culada na alínea anterior (G). Assim, teremos: H = G x 25%
Finalmente, a quantidade total de vacina (I) necessária para o distrito será dada pela
soma da quantidade de vacina incluindo o desperdício (G) com o stock de segurança
(H), isto é, I = G + H.
94 | Programa Alargado de Vacinação
Ou seja, 2660 + 665 = 3.325 doses de BCG necessárias para todo o ano no
distrito.
Assim teremos: J = I / 20
Frascos de BCG = 3.325/20 = 166,25 frascos, arredondados para 167 frascos
de BCG.
Programa Alargado de Vacinação | 95
Assim teremos: J = I / 10
K (Total seringas AD) = (E (número de doses de vacina) + H (stock de segurança) ) x 1,11 onde:
E = 1.330
H = 665
Ou seja, K (Total Seringas AD) = (1.330 + 665) x 1,11 = 1995 x 1,11 = 2.215 Seringas AD para
a BCG
E = 3.780
H = 1.181
Ou seja, K (Total Seringas AD) = (3.780 + 1.181) x 1,11 = 4.961 x 1,11 = 5.507 Seringas AD para
a DPT/Hepatite B.
Programa Alargado de Vacinação | 97
NOTA
para obter o número total de seringas auto-destructíveis (AD) para injec-
ção, é necessário somar a quantidade de seringas AD necessárias para cada
vacina. Considerando que na aplicação das vacinas DPT/Hepatite B, VAS e
VAT, usa-se o mesmo tipo de seringas de 0,5 ml, o total de seringas AD de
0,5 ml será:
3.325
Logo, L (Total des seringas de diluição) = ------------------ x 1,11 = 166 x 1,11
20
= 185 seringas de diluição só para a BCG são necessárias para todo o ano no distrito.
A vacina DPT/Hepatite B não necessita de seringas de diluição, por isso não são
aqui calculadas.
NOTA
para obter o número total de seringas de diluição (SD) para todas as vacinas
injectáveis liofilizadas (BCG e VAS), é necessário somar a quantidade de
seringas de diluição (SD) necessárias para cada vacina, isto é,
Total SD = SD (BCG) + SD (VAS).
Todas estas necessidades podem ser resumidas numa tabela de acordo com cada
tipo de seringas, como no exemplo a seguir:
Programa Alargado de Vacinação | 99
K + L
M (Número de caixas incineradoras) = ------------------------- x 1,11
100
onde,
2.215 + 185
M (Número de caixas incineradoras) =-------------------------- x 1,11 = 24 x 1,11 = 27 cxs. incinera-
100 doras para a BCG
5.507
M (Número de caixas incineradoras) =------------------- x 1,11 = 55,07 x 1,11 = 61,127 ~ 62 cxs.
100 incineradoras para a DPT/HepatiteB.
NOTA
para obter o número total de caixas incineradoras (Cx Inc) para todas as
vacinas injectáveis (BCG, DPT/Hepatite B, VAT e VAS), é necessário somar
a quantidade de caixas incineradoras necessárias para cada vacina, isto é,
Total Cx Inc = Cx Inc (BCG) + Cx Inc (DPT/Hepatite B) + Cx Inc (VAT) + Cx Inc (VAS).
Os cálculos acima apresentados sobre a estimativa das necessidade podem ser resu-
midos na tabela seguinte:
Programa Alargado de Vacinação | 101
NOTA
No cálculo das necessidades há que ter sempre em conta o número de do-
ses necessárias para cada tipo de vacina:
99 A vacina BCG é uma dose única
99 A vacinação antitetânica compreende, em média, 2 doses por ano
99 A vacina DPTHepatite B é dada em 3 doses
99 A vacina anti-sarampo é dada numa dose única
99 A vacina Antipólio é dada em 4 doses
Para os níveis central e provincial, as necessidades de vacina para o período serão calcula-
das dividindo a quantidade anual por 4 (o ano tem 4 trimestres). Para os níveis distrital e
de unidade sanitária as necessidades da vacina para o período serão calculadas dividindo a
quantidade anual por 12 (o ano tem 12 mêses).
Quantidade total calculada da vacina BCG: 3.325 ~ 3.340 (os frascos são de 20 doses cada)
104 | Programa Alargado de Vacinação
Quantidade total calculada da vacina BCG: 3.325 ~ 3.340 (os frascos são de 20 doses cada)
Período de Abastecimento
Período de abastecimento trimestral, logo: 3.340/4 = 835 ~ 840 doses por trimestre.
Período de abastecimento mensal, logo: 3.340/12 = 278,3 ~ 280 doses por mês.
Assim, continuando com o exemplo acima para a BCG, para o nível distrital/US o stock
máximo mensal é:
O stock mínimo corresponde ao stock de segurança, geralmente considerado 25% das ne-
cessidades reais. É importante recordar que no cálculo da quantidade total anual da vacina
já estão incluídos os 25% do stock de segurança (ver alínea H da tabela de cálculo das ne-
cessidades em vacina e materiais de injecção). Assim, 25% de 280 doses correspondem ao
stock de segurança, isto é,
Isto significa que a quantidade real de vacina necessária é igual a 280 – 70 = 210 doses.
Programa Alargado de Vacinação | 105
Ponto de Requisição
Para calcular o ponto de requisição usa-se a quantidade real necessária. Continuando com
o exemplo da BCG, teríamos:
280 – 70 = 210 doses de BCG é a quantidade real de vacina necessária por mês
Neste caso é necessário ter-se uma idéia de quanto tempo é necessário para o carro ir até
ao depósito provincial ou distrital e voltar. Para fins práticos adopta-se o tempo de uma
semana, considerando que o mês tem 4 semanas. Isto significa que quando sobrar quan-
tidade de vacina para uma semana, deve-se fazer uma nova requisição. Este é o ponto de
requisição.
Isto significa que quando sobrarem 60 doses de BCG (ponto de requisição) + as 70 doses
do stock de segurança, o responsável do PAV no distrito ou na unidade sanitária, deve fazer
uma nova requisição da vacina BCG.
Enquanto o carro vai trazer a nova vacina, ele/ela vai usando ao longo da semana as 130
(60+70) doses que sobram. Assim, teoricamente, até á altura em que o carro chegar com a
nova vacina, o responsável do PAV terá no seu depósito cerca de 70 doses de BCG, corres-
pondente ao stock de segurança. É importante notar que, em condições normais, o stock
de segurança é igual em todos os meses, isto é, é sempre de 70 doses, neste exemplo.
Quant. Requisitar (Qreq) = Stock Máximo (S Max) – Stock Disponível (S Disp) + Ponto de Requisição(Preq)
S Disp = 90 doses
Preq = 60 doses
NOTA
o stock disponível é a quantidade de vacina existente em stock na altura em
que se emite a requisição. Pode ser encontrado através da contagem física
ou calculado subtraindo do stock máximo o total da vacina gasta, ou seja:
Stock Disponível (S Disp)= Stock Máximo (S Max) – Total Vacina Gasta (Aviada + Perdas).
Preq = 60 doses
Os mesmos passos são usados para calcular as necessidades a requisitar para outras vaci-
nas e materiais de vacinação.
Programa Alargado de Vacinação | 107
NOTA
É muito importante observar as seguintes condições:
99 Uma nova requisição deve ser feita antes ou o mais tardar quando
o stock alcança o ponto de requisição.
99 De cada vez que se emite uma requisição, deve-se requisitar todos
os antígenos com o respectivo diluente.
99 Se houver actividades suplementares, como por exemplo, campa-
nhas, deve-se emitir emitir uma requisição separada, para não in-
terferir com os cálculos para a rotina.
99 Quanta vacina foi aviada para o depósito distrital ou unidade sanitária e as datas.
108 | Programa Alargado de Vacinação
Tabela 12. Ficha de requisição de vacina para os níveis provinciais, distritais e de unidade
sanitária
A B C D E F G H
Doses de Vacina Expirada
Consultar registos Doses de Frascos Partidos
Qt Anual/12 de controle de Doses de Vacina Estragada =B-(C+D) Calcular =B-E+F
stock (congela/ VVM estadio 3 ou 4)
BCG
Diluente BCG
Seringas AD
BCG 0,05 ml
VAP
DPT/Hepatite B
VAS
Diluente VAS
Seringas AD
DPT/Hep B, VAS e VAT 0,5 ml
Seringas Diluição 5 ml
Caixas incineradoras
Estes dados devem ser guardados numa ficha de registo de stock de vacina, usando uma
ficha separada para cada tipo de vacina. Para tal, pode-se usar, por exemplo, um livro de
registo de stock de vacinas e materiais recebidos ao longo do ano. Proceda da seguinte
maneira:
99 Dividir o livro em secções separadas de várias páginas para cada tipo de vacina ou
outro material ou equipamento usado.
99 Preparar tabelas para cada vacina e identificar as colunas com na tabela 12. As pági-
nas frontais do livro são usadas para registar os detalhes de cada vacina ou seringas
AD ou diluente ou outro material/equipamento.
99 Para cada vacina recebida ou aviada, deve-se registar todos os detalhes incluindo
o número de lote, a data de expiração, o estado do monitor do frasco de vacina
(VVM), a quantidade, etc.
Programa Alargado de Vacinação | 109
A potência e segurança das vacinas são testadas pelo fabricante antes de serem liberadas
para o mercado. É mandatório que os protocolos de produção sejam devidamente assina-
dos pela Autoridade Nacional de Controle Laboratorial e sejam submetidos com cada lote
recebido pelo depósito central. Esses protocolos devem conter todos os detalhes dos testes
realizados e devem incluir os testes de esterilidade, testes de inocuidade, considerações
finais, testes de identidade e datas de expiração de cada lote.
110 | Programa Alargado de Vacinação
Devido aos custos e complexidade envolvidos no teste das vacinas, a OMS forneceu um
guião sobre a quantidade de vacina sob suspeita que justifique um teste (tabela 13).
Tetanus Toxóide
50.000
(VAT)
NOTA
não é normal levar vacina de uma unidade sanitária para ser testada. A
quantidade é muito pequena para justificar o custo de transporte e do tes-
te.
Algumas vezes é necessário testar a potência das vacinas em uso num programa de vacina-
ção, particularmente quando se suspeita de sua potência.
As amostras a serem testadas devem ser colhidas nos pontos onde é mais provável a cadeia
de frio estar enfraquecida. Essas amostras devem ser claramente identificadas com a data,
o local e o nome da pessoa que as colheu. As amostras são depois embrulhadas, colocadas
numa caixa isotérmica com acumuladores e enviadas ao laboratório onde serão testadas.
Os resultados obtidos irão ditar as acções subsequentes.
Programa Alargado de Vacinação | 111
OBJECTIVOS
O objectivo de uma sessão de vacinação é o mesmo, quer seja realizada num posto
fixo quer numa brigada móvel. É a protecção das crianças e mulheres contra doen-
ças preveníveis pela vacinação. Assim, o trabalhador de saúde deve assegurar que
todos os potenciais clientes:
Programa Alargado de Vacinação | 113
99 Arranjar espaço suficiente, mesa e cadeiras para permitir que as mães se movimen-
tem confortavelmente.
99 Decidir para cada mãe e criança o (s) tipo (s) de vacina a ser administrada de acordo
com os seguintes critérios.
99 Idade da criança
99 Vacina(s) já aplicada(s)
de contagem.
99 Tenha um colega para fazer entrevistas à saída de vez em quando para ava-
liar a satisfação das mães com os serviços de vacinação.
Uma boa planificação pode aumentar a cobertura de uma sessão de vacinação, re-
duzir o desperdício e a quebra vacinal. Para alcançar estes objectivos, o trabalhador
de saúde deve:
O calendário das brigadas móveis deve ser feito em cada uma das unidades sanitá-
rias de maneiras que seja possível cobrir a população-alvo dentro de um determina-
do período de tempo. Se poucas mães e mulheres elegíveis afluem às sessões das
brigadas móveis, pode-se reduzir a frequência destas, de modo a reduzir o desperdí-
cio e os custos com as deslocações. É melhor planificar poucas sessões que possam
ser cumpridas de forma fiável, do que planificar muitas sessões e depois as cancelar
Programa Alargado de Vacinação | 115
A seguir apresentam-se algumas sugestões de como pode ser planificada uma briga-
da móvel de vacinação:
99 Tentar ir sempre para o mesmo lugar, à mesma hora e no mesmo dia da semana/do
mês para ajudar as pessoas a lembrar o dia da vacinação .
99 Se houver alguma emergência, informar às mães e aos líderes locais porque a ses-
são foi cancelada, peça desculpas pelos transtornos e planifique uma nova data.
99 Acumuladores congelados
99 Termômetro
Equipamento de injecção
99 Seringas auto-destructíveis
99 Caixas incineradoras
Material de Registo
116 | Programa Alargado de Vacinação
99 Cartão de vacina
99 Fichas de contagem
99 Canetas
99 Corda
99 Medicamentos
99 Cápsulas de Vitamina A
99 Cartazes e tríplicos
99 Albuns seriados
NOTA
Deixe os acumuladores no congelador por pelo menos 2 dias para congela-
rem bem, antes de usá-los para a brigada móvel.
Decidir sobre a quantidade certa a levar. Arrumar frascos suficientes de cada tipo de
vacina, dependendo do número de doses por frasco e do número esperado de clien-
tes a vacinar com cada tipo de vacina.
Pode ser numa casa, escola ou num local aberto. Se for fora, procure um local com
sombra para manter a vacina e as caixas isotérmicas.
A sessão de vacinação
Para usar uma caixa isotérmica pequena de mesa do tipo RCW2 proceda do seguinte
modo:
99 Tirar os frascos de vacina somente para encher a seringa. Depois guardá-los imedia-
tamente e manter sempre a tampa da caixa fechada.
99 Registo e triagem
99 Pesagem
99 Tratamento
99 Cuidados pré-natais
99 A data e hora da vacinação seguinte devem ser bem especificadas. Escrever o dia,
por exemplo, Segunda-feira, e a data, por exemplo, “quatro semanas a partir de
hoje”. Se o calendário não for comum, dar outros pontos de referência para facilitar
que se lembrem, por exemplo, as fases da lua, os festivais ou outros eventos co-
muniutários. Dar ao cliente um registo escrito da data e hora da próxima sessão de
vacinação. Isto pode ser lido por um membro literado da família ou da comunidade
que ajudará a mãe.
99 O local da sessão de vacinação seguinte. Informar a mãe onde ela se deve apresen-
tar para a vacinação seguinte. Isto é particularmente importante quando se muda
de lugar.
Cada uma destas mensagens deve ser dada mais de uma vez. A probabilidade de que
elas sejam recordadas aumenta se os trabalhadores de saúde a diferentes níveis as
transmitirem de forma consistente. Verifique a compreensão dos clientes fazendo
perguntas.
Programa Alargado de Vacinação | 121
99 Descartar frascos com o monitor do frasco de vacina (VVM) que já estejam no ponto
ou para além do ponto de descarte.
99 Limpar o equipamento.
As vacinas podem ser desperdiçadas quando elas expiram seu prazo de validade ou
quando a cadeia de frio quebra. As vacinas também podem ser desperdiçadas duran-
te a sua utilização. As principais causas de desperdício de vacina durante a utilização
122 | Programa Alargado de Vacinação
Existem vários factores que contribuem para uma baixa cobertura dos serviços de
vacinação. Estes factores necessitam de ser identificados para cada Unidade Sani-
tária e para cada Distrito, e soluções apropriadas esboçadas e aplicadas para cada
problema ou constrangimento. Os planos de acção Distrital e da Unidade Sanitária,
devem focalizar nas estratégias que irão contribuir para o melhoramento da cober-
tura de rotina.
99 Este exercício pode ser realizado em um certo número de dias e repetido periodi-
camente dependendo da disponibilidade logística e do pessoal. Durante esses dias
de saúde, por exemplo, “Dias Mensais de Saúde”, devem ser integradas outras ac-
tividades tais como, promoção das redes mosquiteiras, suplementação com ferro,
desparasitação, etc.
99 Assegurar que toda a logística para a vacinação esteja disponível a todo o momento
e funcione devidamente. Cadeia de frio ou outro equipamento com defeitos deve
ser levado à reparação imediatamente para não interromper a provisão dos servi-
ços por longos períodos de tempo.
99 Realizar brigadas móveis para cada vez mais locais de modo a tornar os serviços
mais acessíveis.
99 BCG e Sarampo
Quebras vacinais superiores a 10% devem ser investigadas e suas causas determina-
das. As razões podem incluir:
99 Não verificação dos cartões de peso das crianças que vão às consultas dos serviços
curativos.
mau atendimento, cobranças não previstas por lei (ilícitas), nas actividades de va-
cinação, controle de crescimento e consulta pré-natal (CPN), ruptuta de stock de
vacinas ou materiais de injecção, avarias da cadeia de frio, etc.
O programa do PAV pode adoptar as seguintes medidas para reduzir a quebra va-
cinal:
99 Extensão dos serviços fixos ou das brigadas móveis para alcançar cada vez mais
populações de difícil acesso.
9.
OBJECTIVOS
BRIGADAS MÓVEIS
Há casos em que a população tem dificuldades em vacinar os seus filhos devido à falta de
transporte, pois reside em áreas muito distantes, ou tem que percorrer longas distâncias
a pé. Estas áreas constituem um campo aberto às epidemias, caso não sejam realizadas
acções programadas de vacinação.
Não restam dúvidas que o processo de vacinação, através das Brigadas Móveis é bastante
oneroso, mas infelizmente, devido à escassez da rede sanitária para cobrir o país, esta acti-
vidade ainda se reveste de uma importância vital para o PAV.
128 | Programa Alargado de Vacinação
Por esta razão, torna-se importante traçar algumas orientações (normas) para a sua imple-
mentação:
99 A planificação de Brigadas Móveis deve ser incluída nos planos orçamentais dos
Distritos.
99 Sempre que possível, é necessário (caso se justifique), que as Brigadas Móveis se-
jam realizadas a partir dos postos de saúde estratégicos e não apenas das sedes dos
Distritos. Isso, requer recursos adicionais, incluindo meios de transporte.
99 A planificação da actividade das Brigadas Móveis deve ser feita vários dias ou se-
manas antes da sua execução, possibilitando desse modo, os contactos necessários
com os responsáveis das áreas a visitar e a participação dos agentes comunitários
de saúde (APE’s e Parteiras Tradicionais).
99 Nenhuma Brigada Móvel deve-se deslocar sem haver um estudo prévio da área
a vacinar. Para tal, é necessário ter um mapa da área de saúde, que vai permitir a
escolha de um ponto estratégico central a vários bairros/aldeias e a verificação de
aldeias ou bairros que se encontram num raio de 8 kms.
99 A Brigada Móvel nunca se deve deslocar sem que tenha garantia das estruturas
locais dos bairros ou das aldeias a visitar de que, no dia determinado, nas horas
combinadas préviamente e no local de concentração designado, as crianças da área
- bairro ou aldeia - num raio de 8 km estarão presentes. É um trabalho de prepara-
ção que o responsável da Unidade Sanitária deve orientar e supervisar. Uma saída
para um pequeno bairro, sem a antecipada preparação que leve à mobilização da
população dos bairros vizinhos, representa um trabalho de elevado custo e os re-
sultados serão nulos e não justificáveis.
99 Sempre que possível, uma área deverá ser visitada 3 – 4 vezes ao longo do ano. Isto
significa que a periodicidade das visitas para cada área deve ser de 3 meses. No
entanto, em algumas áreas, dependendo das condições de acessibilidade ao longo
do ano, podem ser programadas saídas das Equipas Móveis para vacinação com
uma periodicidade mais curta, mas nunca inferior a 1 mês para uma mesma área,
pois, neste caso, as crianças não poderão completar o calendário de vacinação no
primeiro ano de vida.
99 De outra forma, nos casos excepcionais em que não é possível visitar a área pelo
menos 3 vezes por ano, será preferível sair apenas uma vez, por ano para essas
áreas e aplicar somente as vacinas de dose única (BCG e VAS), que, em casos muito
especiais, poderão aplicar-se até às crianças menores de 5 anos, no caso da VAS.
Poderá ainda se aplicar uma dose de VAT a mulheres em idade fértil (MIF’s), na
perspectiva de uma 2.ª dose em data posterior.
99 No fim de cada deslocação deverá ser feita uma avaliação dos resultados, na pre-
sença de todos os elementos participantes e de acordo com a ficha resumo diário
das actividades das brigadas móveis, em anexo.
130 | Programa Alargado de Vacinação
Conclusões
A actividade de Brigadas Móveis deve obedecer a uma planificação prévia
e aprovação do responsável da Unidade Sanitária. O objectivo é alcançar os
melhores resultados com o custo mais baixo.
4.ª visita
Idade
3.ª visita da da
aquando 1.ª visita da 2.ª visita da
Brigada Brigada Observação
da 1.ª Brigada Móvel Brigada Móvel
Móvel Móvel
visita
Na última
visita (4.ª)
DPT/
a criança
DPT/HepB1 HepB3
DPT/HepB2 deverá ter
Até 6 + +
BCG + Pólio 0 + 9 meses de
Semanas Pólio1 (verificar a Pólio3
Pólio2 idade ou
cicatriz da BCG) Anti-
então 8,5
Sarampo
meses, pode
vacinar
DPT/HepB2 + DPT/HepB3
DPT/HepB1
Mais de 6 Póio2 + A vacina Anti-Sarampo
+
Semanas e + Pólio3 será administrada a
Pólio1
menos de Anti-Sarampo ? + partir dos 8,5 meses de
+
8,5 Meses (verificar a cicatriz Anti- idade ou aos 9 meses
BCG
da BCG) Sarampo?
10.
OBJECTIVOS
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
sobre a sua saúde e sobre o meio ambiente, e a adoptar comportamentos e atitudes con-
ducentes a um melhor estado de saúde. Este processo é chamado Promoção da Saúde.
99 Informação, educação e comunicação (IEC): é cada vez mais usado como um ter-
mo geral para comunicar actividades de promoção de saúde e tem como objectivo
prover informação relevante para encorajar a adopção e mudança para um melhor
e mais saudável comportamento pessoal e social.
A mobilização social envolve planos de acção e processos para alcançar, influenciar e en-
volver todos os segmentos relevantes da sociedade através de todos os actores desde o na-
cional, passando pelo comunitário até ao de chefe da família, de modo a criar um ambiente
favorável a um comportamento positivo e a uma mudança social.
Advocacia é um processo que envolve uma série de acções feitas por cidadãos organizados
a fim de transformar o relacionamento entre as diferentes esferas sociais.
134 | Programa Alargado de Vacinação
99 Pais e zeladores.
99 Mulheres grávidas.
99 Líderes comunitários.
Educação e promoção para a saúde são parte do trabalho de uma vasta gama de pessoas
na saúde, na educação, na sociedade e noutros seviços, e todos eles podem ser mobiliza-
dos. Pode-se tomar a decisão de trabalhar com Organizações Não-Governamentais (ONGs),
igrejas, comitês de saúde da vila e diferentes grupos baseados na comunidade.
O método participativo tem várias vantagens: os participantes tem um papel activo e tem
maior probabilidade de se recordar do que tiver sido tratado durante a sessão. Estes méto-
dos são particularmente relevantes para as pessoas com baixa escolaridade. Outras vanta-
gens desta abordagem, relacionadas à vacinação são:
Jogar papel de peça teatral é o uso de drama, no qual as pessoas representam para elas
mesmas a fim de adquirir capacidades de comunicação e de solução de problemas e enten-
der a situação. Nestas representações, o trabalhador de saúde pode explorar os eventos
sob diferentes pontos de vista e desenvolver empatia pela comunidade. Por exemplo, um
homem pode representar o papel de uma mulher e assim entender as dificuldades que eles
Programa Alargado de Vacinação | 137
enfrentam e por em práctica as mensagens de educação para a saúde. Para um sumário dos
canais de comunicação, veja a figura 24.
A visita porta a porta será sempre uma visita e não um acto de fiscalização. Deve ter por
objectivo esclarecer, sensibilizar e ouvir os problemas da população, num espírito de frater-
nidade e compreensão, com a maior delicadeza e respeito pelos usos, costumes, crenças e
tradições da população.
O visitante deve ter sempre em mente que ninguém nasce ensinado e se a população não
cumpre com determinadas normas e orientações definidas pelo Ministério da Saúde na
área da vacinação não poderá ser culpada por isso, pois não tem conhecimentos suficien-
tes sobre os benefícios de vacinação na prevenção de doenças evitáveis por vacinação.
Sabe-se que uma grande percentagem dessa população não ouve rádio, não lê jornais, não
frequenta as reuniões do bairro nem têm Centro de Saúde e, por isso, merece uma atenção
especial. Não é aceitável uma visita de “corrida”, porque desse modo não é possível atingir
o verdadeiro objectivo: consciencializar para compreensão da importância de vacinação e
da necessidade do cumprimento das mensagens de saúde relacionadas com a vacinação.
Para tal, é determinante que em cada casa visitada fique uma família amiga, grata pela
visita do trabalhador de saúde ou activista comunitário e com o compromisso de seguir os
ensinamentos deixados.
Sempre que possível, além do PAV, devem-se priorizar as consultas pré-natais, par-
tos institucionais, consultas preventivas da criança (consultas de crescimento), TP e
saneamento do meio ambiente.
Quando a visita é efectuada por elementos não pertencentes ao SNS, poderá limitar
a sua acção ao PAV, consulta pré-natal e de crianças (peso).
Fase de Preparação
99 Sempre que possível, deve haver um croquis (planta) do bairro a visitar; conhecer a
sua população, o número do quarteirão e a localização de cada um.
99 Marcar encontros com os responsáveis do bairro e discutir com eles todos os por-
menores relativos à visita (datas, horas, elementos de apoio, esclarecimento da po-
pulação).
Fase de Execução
99 Sensibilização dos pais para vacinação dos filhos e para o cumprimento de outras
normas preventivas.
99 Análise dos cartões de saúde da criança, de VAT da mãe, fichas de consulta pré-
natal (grávidas), cartão de tratamento de TP, observação directa quanto à higiene e
saneamento da habitação e existência ou não de uma latrina.
99 Saudações de despedida.
Logo depois da visita, deve-se reunir todas as fichas preenchidas para uma análise
da situação encontrada. Os procedimentos de avaliação imediata são os seguintes:
Exemplo:
Crianças que não cumprem com as datas de vacinação e as que nunca foram à vaci-
nação = 800
Isto significa que, em cada 100 crianças daquele bairro, 67 não cumprem com a va-
cinação.
Exemplo:
É preciso calcular a percentagem de casas com latrinas, utilizando o n.º de casas com
latrinas dividido pelo n.º total de casas visitadas. Proceder da mesma maneira em
relação ao cálculo de casas com lixo.
Avaliação Tardia
Quinze dias depois da visita porta a porta deve-se proceder à avaliação dos cartões
144 | Programa Alargado de Vacinação
99 Apontar os cartões das mães que não foram à US, apesar da sensibilização feita.
NOTA
É uma experiência longa que já deu resultados muito positivos. Está mais
do que provado que a visita porta a porta é uma metodologia eficaz para a
mobilização da população porque permite uma comunicação directa com a
mãe da criança na sua própria casa, onde ela facilmente pode compreender
as mensagens de saúde transmitidas pelo visitante.
Programa Alargado de Vacinação | 145
11.
OBJECTIVOS
INDICADORES DO PAV
11.1.1. Quantitativos
São aqueles que nos dão a conhecer o volume do trabalho realizado por uma deter-
minada instituição ou área de saúde, etc.
São eles:
ou
No entanto, este indicador não é o mais exacto para a avaliação dos serviços de va-
cinação por 3 razões:
11.1.2. Qualitativos
99 Disponibilidade de petróleo
99 Disponibilidade de vacinas
Programa Alargado de Vacinação | 149
Quebra vacinal
Geralmente calcula-se para as vacinas de doses múltiplas. Mas pode também ser
calculada entre diferentes vacinas de dose única. É a diferença entre o número de
pessoas vacinadas com as 1as e o número de crianças vacinadas com as doses subse-
quentes (2as ou 3as doses) de uma determinada vacina. Normalmente, a diferença é
maior que Zero, por isso, se chama de Quebra Vacinal.
É um indicador que serve para avaliar o esforço que o pessoal de saúde faz para in-
formar a população sobre a importância de completar a vacinação, principalmente
as vacinas de doses múltiplas, como a DPTHepatiteB.
Se, por exemplo, durante o ano foram vacinadas 1.023 crianças com a 1ª dose da
DPT/HepatiteB e foram apenas aplicadas 383 vacinas com a 3ª dose, o Índice de
Quebra Vacinal (IQV) será:
2000
TUV = ------------- X 100 = 52.6%
3800
A taxa de utilização de 52,6% é muito baixa atendendo que a aceitável seria a partir
Programa Alargado de Vacinação | 151
Disponibilidade de Recursos
Por exemplo, disponibilidade de Petróleo (Disp. Petr) nas US’s (mensal, trimestral ,
anual...)
Exemplo do cálculo:
OBJECTIVOS
99 Mod sis A01-ficha de registo diário para o PF ou BM (BCG, Pólio, DTP-HepB e Sa-
rampo).
Dirigir é decidir, face a uma informação. Quem não recebe informação não dirige correcta-
mente; quem recebe informação e a não utiliza, também não pode dirigir com sucesso. Um
dirigente que não tem ou não usa informação, geralmente comete erros sucessivos e não
consegue atingir os objectivos. Este dirigente nem sequer é capaz de avaliar os resultados
do seu trablho e corrigir os erros que comete por não conhecer as suas causas.
Programa Alargado de Vacinação | 155
12.1. CONCEITO
Um conceito crucial que temos que ter presente em relação ao SIS é o seguinte:
O SIS não tem nenhum sentido se não leva à tomada de decisões e acções
aos diferentes níveis de atenção
12.1.1. Instrumentos
12.1.2. Normas
As normas definem quem deve realizar as várias actividades do SIS (por exemplo,
quem deve enviar os dados e quem os deve elaborar), qual é a periodicidade de
envio (semanal mensal, anual, etc.) e qual o fluxo que os impressos devem seguir.
12.1.4. O registo
12.1.5. A recolha
É o acto de transferir os dados dos registos ou fichas diárias para a ficha de resumo.
Este passo permite organizar, com uma certa periodicidade, os dados em grandes ca-
tegorias. Mensalmente são recolhidos (somados) os dados de vacinas administradas.
156 | Programa Alargado de Vacinação
O controlo de qualidade é uma actividade que tem de ser realizada por rotina pelos
trabalhadores que registam, recolhem, enviam e recebem os dados.
Por vezes, o pessoal que recebe os impressos das unidades sanitárias do nível infe-
rior tem possibilidade de corrigir os erros (ex: é possível corrigir um cálculo de uma
taxa quando são conhecidos o numerador e o denominador). Em outros casos mais
frequentes, é impossível corrigir erros quando os dados de base não estão disponí-
veis. Por outro lado, é frequentemente possível suspeitar um erro pelas razões acima
mencionadas: dados ilógicos e grandes diferenças com dados precedentes.
É claro que quando os dados são falsos, incompletos ou errados, as decisões não
serão as mais convenientes e desejadas, podendo colocar em risco as acções já pro-
gramadas ou a programar.
12.1.8. Apresentação
12.1.9. Interpretação
Consiste na individualização dos factores que determinam uma certa realidade. Por
exemplo: se as taxas de cobertura do PAV na sede do distrito diminuíram durante o
último ano, é possível que as causas que estiveram na origem daquela situação seja
uma ou algumas das seguintes:
12.1.10. Envio
Consiste na transmissão dos impressos de resumo para o nível superior. O envio deve:
12.1.11. Recepção
É o acto de receber os impressos enviados pelo nível inferior. Infelizmente nem sem-
pre os impressos enviados são recebidos ao nível superior por diferentes razões: por
ex, erros de endereço, utilização de mensageiros que não são de confiança e proble-
mas de correio
Só quando todas estas actividades (do registo à interpretação para tomada de deci-
são) são levadas a cabo, o SIS pode constituir um instrumento de trabalho essencial,
deixando de ser uma questão burocrática com pouco interesse e importância ou de
interesse de alguém colocado no nível superior ou no estrangeiro. Portanto, o SIS
deve ser reconhecido pelos trabalhadores como um indispensável e constante ins-
trumento de trabalho para conhecer, de forma sistemática, quais os principais pro-
Programa Alargado de Vacinação | 159
blemas que devem enfrentar, quais são os recursos disponíveis, qual é o volume de
trabalho realizado e quais os resultados do próprio esforço.
Para tal, todo o processo, desde o registo ao arquivo, passando pela recolha, controlo
de qualidade, deve obedecer ao maior cuidado e o mais alto sentido de responsabi-
lidade.
12.1.12. Em Resumo
Mod. SIS – A02A registo diário do PAV (VAT nas Escolas e Instituições de Trabalho)
Mod. SIS – A04 – A ao Mod. SIS A04 – F, resumo mensal do PAV para o nível distrital
Mod. SIS – A05 – A ao Mod. SIS A05 – F, resumo mensal doPAV para o nível provincial
O PAV, como um programa dinâmico, introduziu fichas que ajudam o pessoal a registar
melhor alguns dados importantes.
A capa
Assinale com um (X) no rectângulo apropriado, conforme o livro se destine a ser usado no
Posto Fixo da US ou na Brigada Móvel.
Coluna 1: Número de ordem anual - Enumerar esta coluna começando por um (1), no início
de cada ano. Este número deve também ser registado no cartão de peso da criança para
facilitar a localização nas visitas seguintes.
Coluna 5: Sexo - Escrever o sexo da criança conforme o caso: feminino (F), masculino (M).
Coluna 7: BCG - Escrever a data em que a criança receber a vacina da BCG na unidade
Programa Alargado de Vacinação | 161
Coluna 8: Pólio primária – Escrever a data em que a criança receber a vacina da Pólio Pri-
mária na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu esta vacina em dias
anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da criança, assinale
com um visto (√).
Coluna 9: Pólio 1ª dose – Escrever a data em que a criança receber a primeira dose da
vacina anti-Pólio (VAP1) na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu
esta vacina em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da
criança, assinale com um visto (√).
Coluna 10: Pólio 2ª dose – Escrever a data em que a criança receber a segunda dose da
vacina anti-Pólio (VAP2) na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu
esta vacina em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da
criança, assinale com um visto (√).
Coluna 11: Pólio 3ª dose – Escrever a data em que a criança receber a terceira dose da
vacina anti-Pólio (VAP3) na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu
esta vacina em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da
criança, assinale com um visto (√).
Coluna 12: DPT-HepB 1ª dose – Escrever a data em que a criança receber a primeira dose
da vacina DPT-HepB na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu esta va-
cina em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da criança,
assinale com um visto (√).
Coluna 13: DPT-HepB 2ª dose – Escrever a data em que a criança receber a segunda dose
da vacina DPT-HepB na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu esta va-
cina em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da criança,
assinale com um visto (√).
Coluna 14: DPT-HepB 3ª dose – Escrever a data em que a criança receber a terceira dose da
vacina DPT-HepB na unidade sanitária ou na brigada móvel. Se a criança recebeu esta vaci-
na em dias anteriores ao do registo, confirmado pelo registo no cartão de peso da criança,
162 | Programa Alargado de Vacinação
NOTA
A ausência da vacina pólio primária não interfere em que a criança seja
considerada completamente vacinada se tiver todas as outras vacinas em
dia.
Modelo SIS –A01: Ficha de registo diário do PAV para posto fixo ou brigada móvel - BCG,
Pólio, DTP-HepB e Sarampo.
Coluna 1: vacinas
Coluna 2: 0-11 meses - Pintar uma bolinha correspondente ao tipo de vacina para cada
criança de 0-11 meses de idade vacinada e registada no livro de vacinação.
Coluna 3: Total - Escrever o total de bolinhas pintadas na coluna 2, das crianças dos 0-11
meses, para cada vacina, no fim do mês.
Coluna 4: 12-23 meses - Pintar uma bolinha correspondente ao tipo de vacina para cada
criança de 12-23 meses de idade vacinada e registada no livro de vacinação.
Coluna 5: Total - Escrever o total de bolinhas pintadas na coluna 4, das crianças de 12-23
meses, para cada vacina, no fim do mês.
Coluna 6: Frascos abertos– Pintar uma bolinha correspondente ao frasco de vacina aberto.
Programa Alargado de Vacinação | 163
Coluna 8: Femininas - Pintar uma bolinha para cada criança de 0-11 meses de idade do sexo
feminino, e que estiver a completar a vacinação.
Coluna 10: Masculino - Pintar uma bolinha para cada criança de 0-11 meses de idade do
sexo masculino, e que estiver a completar a vacinação.
Coluna 11: Escrever o número total das bolinhas pintadas na coluna 10, de crianças comple-
tamente vacinadas do sexo masculino, no fim de cada mês.
Mod.SIS-AO2: Ficha de registo diário do PAV para posto fixo ou brigada móvel - VAT.
Coluna 1 : Mulher grávida 1ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada mulher
grávida que receber a 1ª dose de vacina antitêtanica.
Coluna 2 : Total Mulher grávida – Escrever o total das bolinhas pintadas na coluna 1, no fim
de cada mês.
Coluna 3 : Mulher grávida 2ª a 5ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada mulher
grávida que receber da 2ª a 5ª dose da vacina antitetânica.
Coluna 4 : Total Mulher grávida 2ª a 5ª dose – Escrever o total das bolinhas pintadas na
coluna 3 no fim de cada mês.
Coluna 5: MIF (15-49anos) 1ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada mulher em
idade fértil (MIF) que receber a 1ª dose da vacina antitetânica.
Coluna 6 : Total MIF (15-49anos) 1ª dose – Escrever o total das bolinhas pintadas na coluna
5, no fim de cada mês.
Coluna 7 : MIF (15-49anos) 2ª- 5ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada mulher
em idade fértil (MIF) que receber da 2ª -5ª dose de vacina antitetânica.
Coluna 8 : Total MIF (15-49anos) 2ª - 5ª dose – Escrever o total das bolinhas pintadas na
coluna 7, no fim de cada mês.
Coluna 9 : Outros, 1ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada indivíduo que não
seja mulher grávida nem MIF que receber a 1ª dose de vacina antitetânica.
Coluna 10 : Total Outros – Escrever o total das bolinhas pintadas na coluna 9, no fim de
cada mês.
Coluna 11 : Outros, 2ª - 5ª dose - Pintar uma bolinha correspondente a cada indivíduo que
não seja mulher grávida nem MIF que receber da 2ª- 5ª dose da vacina antitetânica.
Coluna 12 : Total : outros 2ª- 5ª dose – Escrever o total das bolinhas pintadas na coluna 11,
no fim de cada mês.
Coluna 13: Frascos abertos de VAT – Pintar uma bolinha para cada frasco aberto da vacina
Programa Alargado de Vacinação | 165
antitetânica.
Coluna 14: Total - Escrever o total das bolinhas pintadas na coluna 13, no fim de cada mês.
Mod SIS AO2-A Ficha de registo diário do PAV para estudantes e trabalhadores - VAT.
Coluna2: Data – Escrever a data em que a brigada móvel se desloca à referida instituição
(escola ou local de trabalho).
Coluna 3 : VAT 1ª dose – Escrever o total de alunos não MIF’s ou trabalhadores não MIF’s
vacinados contra o tétano 1ª dose.
Coluna 4 : VAT 2ª - 5ªdose – Escrever o número de alunos não MIF’s ou trabalhadores não
MIF’s vacinados contra o tétano, da 2ª- 5ª dose.
Coluna 5: MIF’s 1ª dose – Escrever o número de alunas MIF’s ou trabalhadoras MIF’s vaci-
nadas contra o tétano 1ª dose.
Coluna 7: Total de frascos abertos - Escrever o total de frascos abertos da vacina antitetâ-
nica no fim de cada sessão vacinal.
Mod SIS AO3 Resumo mensal do PAV para o nível da Unidade Sanitária.
Coluna 1: vacinas
Coluna 2: Grupos Alvo – Escrever o número do grupo-alvo mensal para cada tipo de vacina.
Coluna 3: Posto Fixo – Escrever o total de crianças de 0-11 meses vacinadas nos postos fixos
( coluna 3 da ficha A01 do posto fixo) para cada vacina e dose administrada.
Coluna 4: Brigada móvel – Escrever o total de crianças de 0-11 meses vacinadas nas briga-
das móveis (coluna 3 da ficha A01 das brigadas móveis) para cada vacina e dose adminis-
trada.
Coluna 5: Total – Escrever o total das crianças de 0-11 meses de idade vacinadas no posto
fixo e nas brigadas móveis (soma das colunas 3 e 4 ).
Coluna 6: Taxa de cobertura – Número total de crianças de 0-11 meses vacinadas com um
determinado tipo de vacina (coluna 5), dividido pelo número do grupo alvo para a vacina
(coluna 2) e no fim multiplicado por 100.
Coluna 7: Posto Fixo – Escrever o total de crianças de 12-23 meses vacinadas no posto fixo
(coluna 5 da ficha A01 do posto fixo) para cada vacina e dose administrada.
Coluna 8: Brigada móvel - Escrever o total de crianças de 12-23 meses vacinadas nas bri-
gadas móveis (coluna 5 da ficha A01 das brigadas móveis) para cada vacina e dose admi-
nistrada.
Coluna9: Total – Escrever o total das crianças de 12-23 meses vacinadas no posto fixo e nas
brigadas móveis, (soma das colunas 7 e 8) para cada vacina e dose administrada.
168 | Programa Alargado de Vacinação
Coluna 10: Total de Vacinados – Escrever o total de crianças dos 0-23 meses vacinadas,
(soma das colunas 5 e 9) para cada vacina e dose administrada.
Coluna 11: Frascos abertos – Escrever o número total de frascos abertos nas brigadas mó-
veis e postos fixos (coluna 7 da ficha A01 do posto fixo e das brigadas móveis).
Coluna 12: Taxa de desperdício – Escrever o número de doses gastas (coluna 11 x nr. de do-
ses por frasco) de um tipo de vacina, menos o total de crianças vacinadas (coluna 10) com
essa mesma vacina, dividido pelo nr. de doses gastas (coluna 11 x nr. de doses por frasco)
e no fim multiplicado por 100.
Coluna 14: Posto fixo – Escrever o número de crianças femininas completamente vacinadas
no posto fixo (coluna 9 da ficha A01) e masculina igualmente do posto fixo (coluna 11 da
ficha A01).
Total – escrever a soma de femininas e masculinas completamente vacinas nos postos fixos
(coluna 14 femininos + coluna 14 masculinos).
Colunas 15: Brigada Móvel: Escrever o número de crianças femininas completamente va-
cinadas nas brigadas móveis (coluna 9 da ficha A01) e masculina igualmente das brigadas
móveis (coluna 11 da ficha A01).
Coluna 18: Grupos Alvo/ meta – Escrever o número do grupo alvo mensal de mulheres
grávidas = (Pt x 5%)/12; das MIF’s (15-49 anos) = (Pt x 19,9%)/12.
Coluna 19: Postos Fixos - Escrever o número total da 1ª dose da vacina antitetânica admi-
nistrada no posto fixo para os diferentes grupos de vacinação:
Coluna 20: Brigada móvel - Escrever o número total da 1ª dose da vacina antitetânica ad-
ministrada nas brigadas móveis para os diferentes grupos de vacinação:
MIF’s (15 a 49 anos) Subtotal – Somatório das linhas (MIF’s Comunidade + MIF’s Estudante
+ MIF’s Trabalhador) da coluna 20.
Coluna 21: Total – Escrever o total da 1ª dose de vacina antitetânica aplicada, soma das
colunas 19 e 20 de cada linha.
Coluna 22: Postos Fixos - Escrever o número da 2ª -5ª doses da vacina antitetânica adminis-
170 | Programa Alargado de Vacinação
Coluna 23: Brigada móvel – Escrever o número da 2ª -5ª doses da vacina antitetânica admi-
nistrada nas brigadas móveis, para os diferentes grupos de vacinação:
MIF’s (15 a 49 anos) Subtotal – Somatório das linhas (MIF’s Comunidade + MIF’s
Coluna 24: Total – Escrever o total de 2ª-5ª doses da vacina antitetânica administrada nos
postos fixos e brigadas móveis ( a soma das colunas 22 e 23).
Coluna 25: Total de 1ª e de 2ª-5ª doses – Escrever o total da 1ª e da 2ª-5ª doses de vacina
antitetânica aplicada aos diferentes grupos (a soma das colunas 21 e 24).
Coluna 26: Taxa de cobertura – Número total da 2ª-5ª doses da vacina antitetânica (coluna
24) administradas, dividido pelo número do grupo alvo correspondente (coluna 18) e no
fim multiplicado por 100.
Programa Alargado de Vacinação | 171
Coluna 27: Frascos abertos – Escrever o número dos frascos abertos da vacina antitetânica
(coluna 14 da ficha A02 + coluna 7 da ficha A02A).
Coluna 28: Taxa de desperdício – Escrever o número de doses de VAT gastas (coluna 27 x
nr. de doses por frasco), menos o total de vacinados (linha total na coluna 25), dividido
pelo nr. de doses gastas (coluna 27 x nr. de doses por frasco) e no fim multiplicado por 100.
NB: Doses gastas = número de frascos abertos x número de doses por frasco
Linha Total VAT 1a dose estudantes = somatório das linhas MIF’s 15-49 anos Estudante +
Linha Estudantes não MIF, ambos da coluna 21.
Linha Total VAT 2a – 5a doses estudantes = somatório das linhas MIF’s 15-49 anos Estudan-
te + Linha Estudantes não MIF, ambos da coluna 24.
Recursos:
Na secção de recursos, indique, assinalando com um visto, se houve ou não rotura de stock
dos seguintes recursos:
172 | Programa Alargado de Vacinação
Sim Não
Seringa
Vacinas
Caixas incineradoras
Petróleo
Gás
Outros
Indique, assinalando também com um visto, se a geleira esteve ou não avariada. Se sim,
quantas vezes, o tempo mais prolongado em que a geleira esteve sem funcionar. Mencione
as causas da paralisação.
Mod SIS AO4-A Resumo Mensal do PAV para o nível distrital - BCG/Pólio primária
Coluna 3 Posto Fixo – Escrever o número de crianças dos 0-11 meses de idade vacinadas
contra a BCG nos postos fixos (coluna 3 da ficha A03), em cada Unidade Sanitária.
Coluna 4: Brigada Móvel - Escrever o número de crianças dos 0-11 meses de idade vacina-
das contra a BCG nas brigadas móveis (coluna 4 da ficha A03), em cada Unidade Sanitária.
Coluna 5: Total – Some as colunas 3 e 4 e escrever o total de crianças dos 0-11 meses de
idade vacinadas contra a BCG, em cada Unidade Sanitária.
Coluna 6: Posto Fixo – Escrever o número de crianças dos 12-23 meses de idade vacinadas
contra a BCG nos postos fixos (coluna 7 do A03), em cada Unidade Sanitária.
Coluna 7: Brigada móvel - Escrever o número de crianças dos 12 -23 meses de idade va-
cinadas contra a BCG nas brigadas móveis, (coluna 8 do A03), em cada Unidade Sanitária.
Coluna 8: Total - Some as colunas 6 e 7 e escrever o total de crianças dos 12-23 meses de
idade vacinadas contra a BCG, em cada Unidade Sanitária.
Coluna 9 Total de BCG – Soma as colunas 5 e 8 e escrever o total de crianças dos 0-23 meses
de idade vacinadas contra a BCG, em cada Unidade Sanitária.
Coluna 10: Taxa de cobertura de BCG – Número total de crianças dos 0-11 meses de idade
vacinadas contra a BCG (coluna 5), dividido pelo número do grupo alvo correspondente
(coluna 2) e no fim multiplicado por 100.
174 | Programa Alargado de Vacinação
Coluna 11: Frascos Abertos – Escrever o número de frascos abertos (coluna 11 da ficha
A03) de cada Unidade Sanitária.
Coluna 12: Taxa de desperdício – Escrever o número de doses de BCG gastas (coluna 11 x
nr. de doses por frasco), menos o total de vacinados dos 0-23 meses(coluna 9), dividido
pelo nr. de doses gastas (coluna 11 x nr. de doses por frasco) e no fim multiplicado por 100.
NB: Doses gastas = número de frascos abertos X número de doses por fras-
co
Coluna 13: Postos Fixos - Escrever o número de crianças de 0-6 semanas vacinadas contra
a Pólio Primária (VAP0) nos postos fixos (coluna 3 da ficha A03), de cada Unidade Sanitária.
Coluna 14: Brigada móvel - Escrever o número de crianças de 0-6 semanas vacinadas con-
tra a Pólio Primário (VAP0) nas brigadas móveis (coluna 4 da ficha A03), de cada Unidade
Sanitária.
Coluna 15: Total de Pólio Primária – Some as colunas 13 e 14, e escreva o total de crianças
de 0-6 semanas vacinadas contra Pólio Primária (VAP0), de cada Unidade Sanitária.
Coluna 16: Frascos abertos * – Escrever o número de frascos abertos (coluna 11 da ficha
A03), de cada Unidade Sanitária.
Programa Alargado de Vacinação | 175
Coluna 17: Taxa de desperdício da Pólio * – Escrever o número de doses da Pólio Primária
(VAP0) gastas (coluna 16 x nr. de doses por frasco), menos o total de vacinados de 0-6 se-
manas (coluna 15), dividido pelo nr. de doses gastas (coluna 16 x nr. de doses por frasco) e
no fim multiplicado por 100.
13.
OBJECTIVOS
PLANIFICAÇÃO
As brigadas móveis são uma estratégia essencial para levar os serviças de vacinação a todas
as áreas populacionais pouco servidas ou desprovidas de serviços de vacinação, sejam elas
urbanas ou rurais, próximas dos serviços de saúde ou remotas. A base para uma implemen-
tação com sucesso das brigadas móveis é a existência de uma unidade sanitária equipada
com uma geleira funcional, abastecida com vacinas potentes e os respectivos materiais de
injecção, com recursos humanos adequadamente treinados e supervisados, e com meios
de transporte funcionais ou fundos adequados para custear as deslocações das brigadas
móveis.
unidade sanitária.
5. Planificação e Gestão dos recursos – melhor gestão dos recursos humanos e financeiros
Para além de planificar para a implementação efectiva das cinco componentes operacionais
acima referidas, a abordagem ACD também preconiza que os serviços de vacinação devem
ser dispensados como um pacote integrado de intervenções essenciais em todos os distri-
tos, de modo a contribuir efectivamente para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento
do Milênio.
Este princípio deriva do facto de os serviços de vacinação serem geralmente os mais de-
senvolvidos em todos os distritos e poderem, assim, ser usados como uma plataforma para
outras intervenções essenciais, as quais incluem o AIDI, o controle da Malária, a suplemen-
tação com Vitamina A e outros micronutrientes, as consultas pré-natais, as consultas pós-
parto, a educação sanitária, os serviços curativos, etc.
Por outro lado, a integração torna os serviços mais custo-efectivos e motivadores para as
comunidades, em especial nas áreas de pobre acesso. O pacote mínimo de imntervenções
deve ser definido de acordo com as necessidades específicas e a capacidade de cada dis-
trito.
Para mais detalhes no que concerne à abordagem alcançando em cada distrito (ACD), reco-
memnda-se a leitura do guião para a equipa de gestão do distrito, sobre a implementação
da estratégia ACD.
Conhecimento da comunidade
Estabelecimento de prioridades
É uma questão que não pode ser negligenciada, pois, sem essa inventariação, não
é possível programar as acções futuras a desencadear. Essa inventariação compre-
ende, não apenas os meios materiais com a cadeia de frio, meios de transporte,
material de vacinação, eventual apoio financeiro, etc. mas também, o pessoal exe-
cutor e colaborador, como sejam os Técnicos de Medicina Preventiva, os Agentes de
Medicina Preventiva, as Enfermeiras de SMI e outro pessoal ligado ao PAV. Pode-se
incluir também os apoiantes da comunidade, como alunos, socorristas, estruturas
locais de base, etc.
Equipas Móveis, não será possível mais que uma deslocação mensal, bimensal ou
mesmo trimestral.
Seja qual for o horário e a periodicidade da vacinação, o sucesso estará sempre de-
pendente de uma boa organização dos serviços e da clara informação transmitida à
comunidade.
Estabelecimento de objectivos
Da boa ou má execução das acções programadas para cada um deles resultará o su-
cesso ou o fracasso do objectivo geral do Programa.
Por tal motivo, cada objectivo deve ser claramente definido, tendo, indubitalvelmen-
te, como pressuposto, a necessidade da sua realização. É indispensável, por isso, que
para cada objectivo se tenha as suas acções bem programadas e sejam quantificadas,
indicando, com precisão, os pormenores específicos, a data de realização e o respon-
sável ou responsáveis pelo seu cumprimento.
Cada objectivo deve ser realizável de acordo com os meios disponíveis e avaliado no
seu desempenho.
Cada Província, Cidade ou Distrito tem particularidades próprias que devem ser co-
nhecidas e consideradas para que não se verifiquem roturas de stock, que poderão
comprometer o plano de vacinação.
transporte são, entre outros, aspectos que o depósito de distribuição de vacinas não
deve menosprezar.
A nova política do frasco aberto revista pela OMS aplica-se às vacinas líquidas como a VAP,
VAT e DPH/HepB, desde que estejam satisfeitas a seguintes condições:
99 A vacina tenha sido embalada de acordo com os padrões estabelecidos pela OMS.
Todas as vacinas líquidas (VAP, VAT e DPT/Hep B) adquiridas pelo MISAU satisfazem estes
critérios, e , consequentemente, podem ser usadas sob esta nova política do frasco aberto.
184 | Programa Alargado de Vacinação
No entanto, a nova política do frasco aberto requer que estejam satisfeitas as seguintes
condições:
A nova política não altera os procedimentos da política antiga em relacção aos frascos de
vacinas que necessitam de ser reconstituídas, tais como, a BCG e a VAS. Estas, uma vez
reconstituídas, devem ser descartadas no fim de cada sessão ou 6 horas após a sua recons-
tituição, conforme o que acontecer primeiro.
Estas duas etapas finais são importantes para o sucesso do PAV e encontram-se pormeno-
rizadamente desenvolvidas nos capítulos 17, 18 e 19 do Manual dp Programa Alargado de
Vacinação. A sua leitura constituirá um apoio decisivo para uma boa planificação.
Programa Alargado de Vacinação | 185
Nestes apontamentos referir-se-á apenas a alguns desses aspectos considerados mais im-
portantes aos processos de planificação e avaliação. Tal facto não impede a consulta do
referido GUIÃO, em caso de dúvidas ou necessidade.
99 Definir padrões de decisão sobre quando devem ser utilizadas as brigadas móveis
e equipas avançadas.
Estrategia fixo de aldeia 148 Pop Fixo 279644 Pop. Alvo fixo 12864
Estrategia avançada de aldeia 87 Pop de avançada 67170 Pop.alvo avançada 3090
Estrategia movel de aldeia 86 Pop de Movel 46415 Pop. Alvo movel 2135
Total aldeias 321 Pop. Total 393229 Pop. Alvo Total 18089
Tabela 16. Necessidades em vacina e materiais de injecção segura para postos fixos e
avançados
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 15,953 0.9 1 2 28,715 7,179 35,894 2,991
DPT/Hep B 15,953 0.9 3 1.33 57,287 14,322 71,609 5,967
VAP 15,953 0.9 4 1.43 82,126 20,532 102,658 8,555
VAS 15,953 0.9 1 1.33 19,096 4,774 23,870 1,989
VAT 15,953 0.9 2 1.33 38,191 9,548 47,739 3,978
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 15,953 0.9 1 1.1 15,793 3,948 19,742 1,645
DPT/Hep B 15,953 0.9 3 1.1 47,380 11,845 59,226 4,935
VAS 15,953 0.9 1 1.1 15,793 3,948 19,742 1,645
VAT 15,953 0.9 2 1.1 31,587 7,897 39,484 3,290
138,193 11,516
FD=1.1/FS=1.25
Tot Seringas Cxs Inc.
143,943 1,979
190 | Programa Alargado de Vacinação
Tabela 17. Necessidades em vacina e materiais de injecção segura para a estratégia das
brigadas móveis
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 2,139 0.9 1 2 3,850 963 4,813 401
DPT 2,139 0.9 3 1.33 7,681 1,920 9,601 800
OPV 2,139 0.9 4 1.43 11,012 2,753 13,764 1,147
VAS 2,139 0.9 1 1.33 2,560 640 3,200 267
TT 2,139 0.9 2 1.33 5,121 1,280 6,401 533
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 2,139 0.9 1 1.1 2,118 529 2,647 221
DPT 2,139 0.9 3 1.1 6,353 1,588 7,941 662
VAS 2,139 0.9 1 1.1 2,118 529 2,647 221
VAT 2,139 0.9 2 1.1 4,235 1,059 5,294 441
18,529 1,544
FD=1.1/FS=1.25
Tot Sering Cxs Inc.
19,300 268
8. VACINA
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 18,089 0.9 1 2 32,560 8,140 40,700 3,392
DPT/Hep B 18,089 0.9 3 1.33 64,958 16,239 81,197 6,766
VAP 18,089 0.9 4 1.43 93,122 23,281 116,403 9,700
Sarampo 18,089 0.9 1 1.33 21,653 5,413 27,066 2,255
VAT 18,089 0.9 2 1.33 43,305 10,826 54,131 4,511
9. SERINGAS
Pop alvo meta doses factor perda Necess Stock seg Nec. Annual Mensal
BCG 18,089 0.9 1 1.1 17,908 4,477 22,385 1,865
DPT/Hep B 18,089 0.9 3 1.1 53,724 13,431 67,155 5,596
VAS 18,089 0.9 1 1.1 17,908 4,477 22,385 1,865
VAT 18,089 0.9 2 1.1 35,816 8,954 44,770 3,731
156,696 13,058
Geralmente, as sessões são realizadas em todos os dias úteis nos postos fixos e 3 – 4 vezes
por ano nas brigadas móveis e avançadas.
Sanitária com o PAV a funcionar (ver tabela 19). É através dessa ficha que se pode fazer o
levantamento do material existente nas Unidades Sanitárias e do que falta, ou ainda, do
que necessita de substituição.
MATERIAL
Quando se trata de um novo Posto Fixo de Vacinação é importante que a ficha seja preen-
chida, localmente, para permitir a requisiçao do que na realidade não existe.
194 | Programa Alargado de Vacinação
14.
OBJECTIVOS
MONITORIA E AVALIAÇÃO
A avaliação é um acto essencial para o Programa Alargado de Vacinação (PAV), sem o qual
não é possível conhecer, em determinado momento, a situação em que o programa se en-
contra em relação ao cumprimento dos objectivos.
196 | Programa Alargado de Vacinação
As principais acções sobre as quais deve incidir a avaliação baseada num questionário se-
manal e mensal, a preencher pelos intervenientes são:
SEMANALMENTE
99 A aplicação das vacinas tem obedecido às regras de uma boa técnica e respeita
rigorosamente o calendário vacinal?
99 A cicatriz da vacina de BCG tem sido observada na altura da administração das 1as
Doses de DPT/HepB e PÓLIO?
99 Todas as Mulheres em Idade Fértil que frequentam a Unidade Sanitária estão a ser
vacinadas contra o Tétano de acordo com o calendário de 5 Doses?
MENSALMENTE
99 Quantas doses de cada vacina forma aplicadas em comparação com a meta mensal?
99 Qual foi a quebra entre a 1.ª e 3.ª doses da vacina DPT/HepB/PÓLIO? Foi superior
a 20%? Como corrigir?
99 Os vacinadores têm sido informados dos erros mais frequentes registados nos in-
quéritos de cobertura vacinal?
Todas as Unidades Sanitárias do País devem seguir a evolução das doenças-alvo do PAV (Saram-
po, Poliomielite, Tosse Convulsa, Difteria, Tétano Neonatal, HepatiteB e Tuberculose).
O seguimento deve ser feito através do sistema de notificação de doenças transmissíveis, com
o Boletim Epidemiológico Semanal (BES), que, depois de uma análise local, é enviado aos níveis
Distrital, Provincial e finalmente para o Central. A interpretação destes ao nível provincial e cen-
tral é de extrema importância para uma boa gestão do Programa.
Não obstante, a interpretação destes dados é muito importante também ao nível distrital, prin-
cipalmente para o Sarampo, a Pólio e o Tétano Neonatal.
Relativamente ao Sarampo se pode seguir a evolução através de um gráfico com dados anuais.
Isto pemite seguir as tendências a longo prazo. Porém, os dados anuais dão uma informação
incompleta.
O Sarampo é uma doença que evolui para epidemias de curta duração, podendo ser de 2 a 6
Programa Alargado de Vacinação | 199
meses. Estes surtos não podem ser bem identificados com dados anuais. Por isso, será melhor
um gráfico linear, representando os casos mensais de Sarampo em cada Distrito. Mas, neste
caso, também a evolução recente do Sarampo pode ser mal interpretada. Não se deve ficar
satisfeito com as actividades de vacinação porque há poucos casos de Sarampo: pode ser que
se esteja num ano calmo.
Do mesmo modo, não é porque temos um surto que o PAV é inefectivo. O objectivo do PAV
para o Sarampo é diminuir a magnitude dos surtos, quer dizer, ter surtos de menor importância
(como por exemplo, um surto com 100 casos num Distrito, num ano, em lugar de 1000 casos
registados durante um surto precedente, e aumentar os intervalos entre os surtos, isto é, ter
um surto em cada 5 anos ao invés de intervalos de 3 anos. Por isso, para avaliar o impacto do
PAV na morbilidade por Sarampo, deve-se seguir a sua evolução no Distrito durante vários anos.
O objectivo final do PAV é evitar que mais crianças morram por doenças facilmente prevení-
veis.
Em relação ao Tétano Neonatal, nenhuma criança deve aparecer com a doença se a mãe tiver
sido vacinada. Todos os casos de Tétano Neonatal de mães vacinadas devem ser investigados.
A forma mais simples de análise faz-se pelo lançamento mensal dos casos de doença num
gráfico (um para cada tipo de doença) e por área de saúde.
200 | Programa Alargado de Vacinação
Tabela 20. Incidência e frequência do sarampo, por grupos de idade, 1.º trimestre
O quadro seguinte só será possível elaborá-lo quando haja um registo do estado vacinal de
cada caso, o que se pode conseguir através da utilização de fichas próprias.
Este processo de controle é útil para mostrar a aglomeração de casos e indica com precisão
onde se pode suspeitar o aparecimento de um surto epidêmico numa área onde a aglome-
ração aumenta.
Uma tabela idêntica deve ser elaborada no início do ano, para cada tipo de vacina.
Tabela 22. Controle trimestral da taxa de cobertura vacinal da vacina anti-sarampo, por
dados obtidos através da cobertura de rotina
A 2.ª coluna indica o n.º de crianças menores de um ano de idade existentes nessa área
(grupo-alvo). Esse grupo-alvo é colocado por trimestre, de uma forma cumulativa, isto é,
multiplica-se o valor do primeiro trimestre pelo número de trimestre em causa. Por exem-
plo:
A 3.ª coluna indica a meta cumulativa por trimestre. O procedimento é igual ao da coluna
2. Porém, deve-se calcular a meta antes de tal procedimento. Por exemplo:
NOTA: As metas são planificadas pelo sector de Estatística e Planificação Provincial, com
base nas metas atribuídas pela Direcção Nacional de Planificação e Cooperação, Departa-
mento de Planificação.
1142
TCV = -------------- x 100 Ý TCV = 74,2% (74%)
1539
752
IC = ----------------- X 100 Ý IC = 91,7% (92%)
820
G.Alvo - 2.052
J F M A M J J A S O N D
Mensal 115 135 130 113 126 133 122 135 133 120 137 138
Cumul. 115 250 380 493 619 752 874 1009 1142 1262 1399 1537
Para elaborar um gráfico cumulativo deste tipo deve-se proceder do seguinte modo:
99 Na linha vertical à esquerda (ordenada), traçar a escala que vai servir de base à
marcação dos dados cumulativos mensais. No caso presente, cada espaço de 10
mm corresponde ao valor 200, o que significa que cada mm. Representa 20 crianças
vacinadas (200:10).
Os inquéritos são mais aproximados à realidade porque não dependem dos dados demo-
gráficos, que, por vezes, não são exactos. Se houvesse dados exactos no momento da ava-
liação do número de crianças do grupo-alvo ou, se fosse possível contá-las uma a uma, é
claro que a estimativa, a partir dos dados de rotina, seria mais aproximada que a obtida por
amostragem.
Usa-se ainda, um terceiro tipo, o Inquérito à saída, com a finalidade de avaliar o cumpri-
mento das normas do programa.
Este tipo de inquérito é realizado à saída da Unidade Sanitária que se avalia. Avalia o
cumprimento das normas do funcionamento da Unidade Sanitária, como por exem-
plo, o grau de aproveitamento das oportunidades para vacinar todas as crianças que
Programa Alargado de Vacinação | 207
Como se realiza
O pessoal que realiza este tipo de inquérito deve-se instalar à saída da US que se pre-
tende avaliar, solicitando, a todos os acompanhantes das crianças dos 0-23 meses de
idade, o Cartão de Saúde, quando estes se dirigem às suas casas. O Cartão deve ser
analisado atentamente. Com a ajuda do calendário móvel, ler a idade da criança no
Cartão e verificar se as doses das vacinas aplicadas foram feitas na idade correcta ou,
se naquele dia, faltou alguma vacina que deveria ter sido aplicada à criança.
99 Crianças que receberam 2.ª e 3.ª Doses das vacinas DPT/PÓLIO antes de 4 semanas
de intervalo.
99 Crianças que receberam a vacina Anti-Sarampo antes dos 8,5 meses de idade.
Se tiverem sido aplicados todos os antigénios em função da idade, sem erros de ca-
lendário, a criança será considerada como “em dia”. (O calendário vacinal encontra-
se no capítulo 3 deste manual do PAV, enquanto que as definições encontram-se nas
páginas seguintes neste capítulo).
No de crianças com
vacinação em dia
c) % de crianças c/ vacinação em dia (CVD) = -------------------------------x 100
N.º total de crianças
inquiridas
Programa Alargado de Vacinação | 209
Na página seguinte encontra-se uma ficha para recolha de dados durante o inquéri-
to. Essa ficha é um modelo que se pode adaptar de acordo com as informações que
desejamos obter. Por exemplo, pode - se fazer um inquérito para saber se as crianças
com diarréia foram atendidas correctamente e se as mães perceberam bem as infor-
mações relacionadas com a preparação e administração do soro oral, em casa.
210 | Programa Alargado de Vacinação
UNIDADE SANITÁRIA_________________DISTRITO_________________
1 2 3 4 5 6
MOTIVO DA VISITA
DATA DE
NASCIMENTO
TEM CARTÃO S/N S/N S/N S/N S/N S/N
DATA DE BCG
CICATRIZ S/N S/N S/N S/N S/N S/N
DATA DA PÓLIO 0
DATA PÓLIO 1
DATA PÓLIO2
DATA PÓLIO3
DATA DPT/HepB 1
DATA DPT/HepB 2
DATA DPT/HepB 3
DATA VAS
OPORTUNIDADE
S/N S/N S/N S/N S/N S/N
PERDIDA
VACINAÇÃO
S/N S/N S/N S/N S/N S/N
INCORRECTA
CRIANÇA EM DIA S/N S/N S/N S/N S/N S/N
Programa Alargado de Vacinação | 211
Ao visitar aquelas casas se investiga (no caso do PAV), o estado vacinal das crianças
dos 0 - 35 meses. Os resultados do inquérito permitirão o cálculo dos seguintes in-
dicadores:
Como só realizamos o inquérito nas casas mais próximas da US, o resultado que se
obtém representa apenas o melhor resultado possível da área de saúde. Não obs-
tante, é muito útil e permite aprender muito sobre a população e o nível do trabalho
realizado pela US.
Por exemplo, quando se consegue uma percentagem de 30% de crianças com vacina-
ção em dia, é muito provável que a cobertura total da nossa área seja inferior a esta
percentagem. Será então urgente tomar-se medidas para mudar a situação vacinal
daquela área.
No caso de se encontrar crianças que não estão vacinadas ou com erros de calendá-
rio ou ainda com vacina não em dia, durante o inquérito, devem ser encaminhadas
para a US.
Este tipo de inquérito está bem adaptado para avaliação ao nível dos Distritos e deve
ser realizado com o apoio de um supervisor provincial, isto é, da DPS.
INQUÉRITO A 75 CASAS
UNIDADE SANITÁRIA________________________DISTRITO_________________
Preencher uma ficha para cada família onde exista, pelo menos, uma criança com menos de
3 anos de idade, (nascidas depois de _____/_____/_____)
Pessoa entrevistada______________________________( mãe, pai, avó, tia, etc.)
Nome da criança
Data de Nascimento
ou idade
Tem Cartão de Saúde S/N S/N S/N
Data da última
pesagem
Nº de pesagens antes
de 1 ano de idade
Perímetro braquial
Tem cicatriz de BCG S/N/ausente S/N/ausente S/N/ausente
BCG
PÓLIO 0
PÓLIO1
PÓLIO2
PÓLIO3
DPT/HepB1
DPT/HepB 2
DPT3/HepB 3
Anti-Sarampo
214 | Programa Alargado de Vacinação
VAT na mulher:
Tem um documento que comprova as Doses de VAT que recebeu? Sim ; Não
Doses Datas
1.ª Dose
2.ª Dose
3.ª Dose
4.ª Dose
5.ª Dose
Quantas Doses de VAT recebeu na última gravidez? ___por história Não sabe
Quando uma das suas crianças estiver com diarreia, costuma dar menos, mais, ou a mesma
quantidade de líquidos como quando não tem diarreia?
Conhece isto? Sim ; Não; (Se não, não fazer mais perguntas)
Para que serve? Diarréia; Outro ; Não sabe (se não, evitar mais perguntas)
___________________________________________________________________
(Nome bem legível)
216 | Programa Alargado de Vacinação
Criança de 2 a 9 meses:
99 Se passou mais de um mês desde a aplicação da 1.ª Dose, já recebeu a 2.ª Dose
c) Para as Mulheres em Idade Fértil no geral (MIF’s): Taxa para cálculo = (24,9%);
Grupo-alvo das MIF´s = 20.000 X 0,249 = 4980
O Grupo-alvo dos 0-11 meses, numa população de 20.000 habitantes, de acordo com
o exemplo acima referido, seria de 800 crianças para vacinar durante todo o ano. As-
sim, para o nível da Unidade Sanitártia, é interessante avaliar o grau de cumprimento
de vacinação mensal. Por isso, é preciso saber quantas crianças devem ser vacinadas
Programa Alargado de Vacinação | 219
Taxas a aplicar no
Idades Variações
processo de planficação
Gravidas previstas 5% 5%
Partos previstos 4.5% 4.5%
Crianças menores de 1ano 4% 4%
Crianças entre 1-4 anos 13-16% 13,3%
Crianças entre 0-4 anos 17-20% 17,3%
Crianças entre 5-14 anos 25-30% 27,0%
Crianças entre 0-14 anos 42-50% 44,3%
Mulheres em idade fértil 22.8% 24.9%
A população total do ano pode ser obtida através das estruturas administrativas, através de
um mini-recenseamento, por inquérito ou por estimativa. Por estimativa terá de ser aplica-
da a taxa de crescimento natural (TCN) de 2,6% (0,026), que é a média Nacional, ou a taxa
de crescimento natural da província, se conhecida, em relação à população do ano anterior.
Exemplo do cálculo da Taxa de Crescimento Natural para uma população de 50.000 habi-
tantes em 2000:
220 | Programa Alargado de Vacinação
Anexos
222 | Programa Alargado de Vacinação
Programa Alargado de Vacinação | 223
224 | Programa Alargado de Vacinação
Programa Alargado de Vacinação | 225
226 | Programa Alargado de Vacinação
Programa Alargado de Vacinação | 227
228 | Programa Alargado de Vacinação
Programa Alargado de Vacinação | 229
230 | Programa Alargado de Vacinação
Programa Alargado de Vacinação | 231
232 | Programa Alargado de Vacinação