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tratamento da trombose
venosa profunda apenas
com drogas de uso oral?
6.1 INTRODUÇÃO
A Trombose Venosa Profunda (TVP) pode ser conceituada como
a formação aguda de trombos nas veias do sistema venoso
profundo. Difere em gravidade e manejo clínico das tromboses
venosas superficiais, também chamadas de tromboflebites
superficiais e cujo tratamento envolve o uso de anti-inflamatórios
e sintomáticos tópicos, exceto quando atingem topografia de
junções safenofemoral ou safenopoplítea, situações em que o
tratamento deve ser semelhante ao da TVP.
A TVP ocorre com frequência, mas, em razão de muitas vezes
apresentar sintomatologia escassa, nem sempre é reconhecida
em sua fase aguda. A mais temível de suas complicações, o
tromboembolismo pulmonar (TEP), é uma das causas mais
comuns de morte evitável em ambiente hospitalar, além de fonte
importante de morbidade para as vítimas não fatais. Da mesma
forma, a síndrome pós-trombótica e o quadro importante de
insuficiência venosa crônica gerado por ela também implicam
grande morbidade e impacto na qualidade de vida dos pacientes
com TVP prévia. A TVP e o TEP acometem pacientes
hospitalizados no período pós-operatório, gestantes, portadores
de doenças inflamatórias ou degenerativas e, em algumas
situações, até mesmo indivíduos previamente saudáveis, sendo
entidades com as quais quase todas as especialidades clínicas ou
cirúrgicas se deparam no dia a dia.
#importante
Dá-se o nome de tromboflebite
superficial à formação de trombo no
interior de veias do sistema venoso
superficial, evento que apresenta
manejo distinto em relação à TVP
propriamente dita.
6.5 COMPLICACÕES
6.5.1 Embolia pulmonar
A complicação mais grave da TVP é a embolia pulmonar, que em
20 a 50% dos pacientes com TVP proximal de membros
inferiores é tratada de forma inadequada. Quanto mais proximal a
veia acometida, maior a chance de embolia. A TVP de membros
superiores pode ser responsável, também, por embolia pulmonar,
que ocorre em cerca de 7 a 17% dos pacientes tratados
inadequadamente. O risco de embolia pulmonar é o principal
motivo para sempre buscarmos o diagnóstico e tratamento
precoces da TVP.
#importante
Cerca de 25% dos casos de embolia
pulmonar sintomática têm a morte
súbita como primeira apresentação
clínica e 11% evoluem com óbito na 1ª
hora após o início dos sintomas.
6.7.2 Flebografia
Trata-se de um exame invasivo que depende da infusão de
contraste para o estudo da morfologia dos troncos venosos. É
considerado, ainda, o padrão-ouro para o diagnóstico de TVP
aguda. Apesar disso, devido à sua complexidade e maior
dificuldade de realização, não é realizado rotineiramente, tendo
sido praticamente substituído pela ultrassonografia com Doppler
no diagnóstico de urgência.
6.7.3 Tomografia computadorizada ou ressonância
nuclear magnética
Exame de imagem útil na avaliação da TVP nas veias cava e
ilíacas, que podem ser pouco acessíveis na ultrassonografia em
indivíduos obesos. A tomografia também pode fazer o
diagnóstico de TEP.
6.7.4 D-dímero
Teste laboratorial que mede um produto da degradação do
coágulo de fibrina. A formação do D-dímero ocorre 1 hora após a
formação do trombo e permanece detectável, em média, por sete
dias. Um resultado positivo não significa que haja trombos em
degradação. Apesar de se elevar na TVP e no TEP, o D-dímero
aumenta também após cirurgia, trauma ou infecção recente.
Níveis elevados também são encontrados em pacientes com
doença hepática, gestantes, eclâmpsia, cardiopatia e alguns tipos
de câncer; assim, um resultado negativo exclui o diagnóstico de
TVP e TEP. Por outro lado, um resultado positivo pode ser
justificado por outros fatores. Dessa maneira, é um exame com
alta sensibilidade, baixa especificidade e alto valor preditivo
negativo.
#importante
Se o D-dímero for positivo, o paciente
deverá seguir na investigação com outro
exame complementar. Se negativo,
exclui TVP.
6.8 TRATAMENTO
6.8.1 Medidas gerais
Os objetivos do tratamento são prevenir a progressão do trombo,
bem como a ocorrência de TEP e da síndrome pós-trombótica.
São adotadas medidas como Trendelenburg, analgésicos e anti-
inflamatórios, os quais são pouco utilizados, pois a heparina tem
potente efeito anti-inflamatório. Com a amenização da dor e do
edema, a deambulação pode ser iniciada com meia elástica, o que
estimula o retorno venoso e melhora ainda mais o edema.
6.8.2 Anticoagulantes
6.8.2.1 Heparinas
6.8.2.2 Fondaparinux