Você está na página 1de 17

SEBENTA

DE
TÉCNICA DE ENFERMAGEM II

= II TRIMESTRE =

NOME DO ALUNO (A): ____________________________________________________


CONTACTO: __________________

SALA: ________
AUTOR
Cabaça

LUANDA, 2021-2022 1
Programa do II trimestre
Técnica de Enfermagem II 12ª Classe Ano letivo: 2021-2022
SEMANA ACTIVIDADES Avaliação
1ª 03 a 07 de Janeiro Entrega e correcção da prova do
II trimestre
2ª 10 a 14 de Janeiro UNIDADE II: Feridas.
SUMÁRIO: A pele humana. Continua
1.1 conceito de pele humana
1.2 Funções da pele uma por semana
com cotação
3ª 17 a 21 de Janeiro UNIDADE II: FERIDAS até 5 Valor
SUMÁRIO: Introdução as Feridas.´
1.1 Evolução e tratamento das feridas
4ª 24 a 28 de Janeiro UNIDADE II: FERIDAS
SUMÁRIO: Classificação das Feridas.
1.1 Quanto ao agente causal
1.2 Quanto ao grau de contaminação
5ª 31 de Janeiro a 04 de UNIDADE II: FERIDAS
Fevereiro SUMÁRIO: Úlcera de Pressão.
1.1 Classificação da úlcera de pressão
1.2Cuidados preventivos
6ª 07 a 10 de Fevereiro UNIDADE II: FERIDAS
SUMÁRIO: Úlcera diabética
1.1 Mecanismo da Ulcera diabetica

7ª 14 a 18 de Fevereiro *Prova do Professor


8ª 21 a 25 de Fevereiro *Prova do Professor
9ª 28 de Fevereiro a 04 de Março Trabalho Docente/Aulas
10 07 a 11 de Março Trabalho Docente/Correcão das
provas Continua uma
ª
14 a 18 de Março por semana
11 Trabalho Docente/Aulas
com cotação
ª até 5 Valor
12 24 a 25 de Março Prova do Trimestre1
ª
13 28 de Março a 01 de Abril Prova do Trimestre
ª
14 04 a 8 de Abril Entrega de mini pautas preenchidas
ª
15 11 a 15 de Abril C. de notas e el. Pautas
ª

1
Duas provas por dia conforme o calendário a afixar.

2
Lições nº ____________ Data: / /
UNIDADE II: Feridas.
SUMÁRIO: A pele humana.

A pele é o maior órgão do corpo humano, indispensável para a vida humana e


fundamental para o perfeito funcionamento fisiológico do organismo. Como qualquer
outro órgão, está sujeito a sofrer agressões oriundas de fatores patológicos intrínsecos
e extrínsecos que irão causar o desenvolvimento de alterações na sua constituição
como, por exemplo, as feridas cutâneas, podendo levar à sua incapacidade funcional.
De todos os órgãos do corpo, nenhum é mais facilmente inspecionado ou mais exposto
a infecção, doença e lesão do que a pele. Embora a sua localização a tome vulnerável à
lesão advinda de trauma, luz do sol, micróbios e poluentes no ambiente, suas
características protetoras a defendem de tais danos.

A pele é tão importante para a autoimagem que muitas pessoas gastam muito
tempo e dinheiro para dar-lhe uma aparência normal ou mais jovem. Dermatologia é a
especialidade médica que lida com o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios do
tegumento comum.
TIPOS DE PELE

Embora a pele, em todo o corpo, seja semelhante em estrutura, há um número


regular de variações locais relacionadas com a espessura da epiderme, resistência,
flexibilidade, grau de queratinizarão, distribuição e tipo de pelo, densidade e tipos de
glândulas, pigmentação, vascularidade (suprimento sanguíneo) e inervação
(suprimento nervoso).Com base em determinadas propriedades estruturais e
funcionais, dois tipos de pele são reconhecidos: pele fina (peluda) e a pele espessa
(glabra, sem pelos).

CONSTITUIÇÃO DA PELE
A pele está constituída por três camadas:

 Epiderme: Camada externa da pele.


 Derme: Camada intermediária da pele.
 Hipoderme ou tecido subcutâneo: Camada interna da pele.

3
FUNÇÕES DA PELE
Agora que você possui uma compreensão básica da estrutura da pele, pode
perceber melhor suas muitas funções. As numerosas funções do tegumento comum (a
pele) incluem termorregulação, reservatório de sangue, proteção, sensibilidade
cutânea, excreção e absorção e síntese de vitamina D.

1- Termorregulação: Lembre-se de que termorregulação é a regulação homeostática


da temperatura corporal. A pele contribui para a termorregulação de duas formas:

 Liberando suor na superfície e ajustando o fluxo de sangue na derme. Em


resposta à alta temperatura do ambiente ou ao calor produzido pelo exercício,
a produção de suor pelas glândulas sudoríparas e écrinas aumenta.

 A evaporação do suor a partir da superfície da pele ajuda a abaixar a


temperatura corporal. Além disso, os vasos sanguíneos na derme da pele se
dilatam (tomam-se expandidos); mais sangue flui pela derme, que aumenta a
quantidade de perda de calor a partir do corpo.

2- Reservatório de Sangue: A derme abriga uma extensa rede de vasos sanguíneos que
transportam de 8 a 10% do fluxo total de sangue no adulto em repouso. Por essa
razão, a pele atua como um reservatório de sangue.

3- Proteção: A pele fornece proteção ao corpo de várias maneiras. A queratina protege


os tecidos subjacentes contra micróbios, abrasão, calor e substâncias químicas, e os
queratinócitos firmemente interliga dos resistem à invasão dos micróbios. Os lipídios
liberados pelos grânulos lamelares inibem a evaporação de água da superfície da pele,
protegendo, dessa forma, contra a desidratação; também retardam a entrada de água
através da superfície da pele durante os banhos e a natação.

O sebo oleoso proveniente das glândulas sebáceas protege a pele e os pelos do


ressecamento e contêm substâncias químicas bactericidas que eliminam as bactérias
da superfície. O pH ácido da transpiração retarda o crescimento de alguns micróbios.

O pigmento melanina ajuda a proteger contra os efeitos nocivos dos raios UV.
Dois tipos de células realizam funções de proteção, que são de natureza imunológica.
As células epidérmicas de Langerhans alertam o sistema imune para a presença de
micróbios invasores potencialmente nocivos, reconhecendo-os e processando-os, e os
macrófagos na derme ingerem e destroem bactérias e vírus que conseguem passar
pelas células de Langerhans da epiderme.

4- Sensibilidade Cutânea: Sensibilidade cutânea é aquela que se origina na pele,


incluindo a sensibilidade táctil, toque, pressão, vibração e cócegas assim como a
sensibilidade térmica, como calor e frio.

4
Outra sensibilidade cutânea, a dor, normalmente é uma indicação de lesão
tecidual iminente ou real. Há uma considerável variedade de terminações nervosas e
receptores distribuídos na pele, incluindo os discos táteis na epiderme, os corpúsculos
táteis na derme e os plexos da raiz do pelo em torno de cada folículo piloso.

5- Excreção e Absorção: A pele, normalmente, exerce funções menores na excreção, a


eliminação de substâncias do corpo, e a absorção, a passagem de substâncias do
ambiente externo para dentro das células do corpo.

Uma pessoa sedentária perde um adicional de 200 mL por dia, na forma de


suor; uma pessoa fisicamente ativa perde muito mais. Além de remover a água e o
calor, o suor também é o veículo para a excreção de pequenas quantidades de sais,
dióxido de carbono e de duas moléculas orgânicas que resultam da decomposição das
proteínas amônia e ureia.

A absorção de substâncias hidrossolúveis por meio da pele é insignificante, mas


certas substâncias lipossolúveis, ainda assim, penetram na pele. Essas incluem
vitaminas lipossolúveis (A, D,E e K), certas substâncias activas e os gases oxigênio e
dióxido de carbono. Substâncias tóxicas que podem ser absorvidas pela pele incluem
solventes orgânicos, como acetona (presente em alguns removedores de esmalte de
unha) e tetracloreto de carbono (líquido de lavagem a seco).

Visto que os esteroides tópicos (aplicados na pele), tais como a cortisona, são
lipossolúveis, movem-se facilmente para a região papilar da derme. Uma vez na
derme, exercem suas propriedades anti-inflamatórias, inibindo a produção de
histamina pelos mastócitos (lembre-se de que a histamina contribui para a
inflamação).

6- Síntese de Vitamina D: A síntese da vitamina D requer a activação de uma molécula


precursora na pele por meio dos raios ultravioleta (UV), presentes na luz solar.

Enzimas no fígado e nos rins em seguida modificam a molécula activada,


produzindo, finalmente, calcitriol, a forma mais activa de vitamina D. O calcitriol é um
hormônio que auxilia na absorção do cálcio, presente nos alimentos, do trato
gastrointestinal para o sangue. Apenas uma pequena quantidade de exposição à luz
UV (aproximadamente 10 a 15 minutos, pelo menos duas vezes por semana) é
necessária para a síntese de vitamina D.

5
Lições nº ____________ Data: / /
UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Introdução as Feridas.

O homem coabita no planeta terra cerca de 10.000 milhões anos, e sempre


precisou de viver com os perigos que existem dentro da sua jornada existencial, daí no
seu dia ele precisou de caçar, pescar e desenvolver outras atividades, desta forma ele
contraia as suas lesões, das mais simples as mais graves e complexas.
 FERIDAS: São consequência de qualquer agressão ao tecido vivo. Ou a
interrupção da continuidade da pele.

EVOLUÇÃO E TRATAMENTO DAS FERIDAS

O tratamento das feridas vem evoluindo desde a muito tempo atrás anos A.C
Feridas hemorrágicas eram tratadas com cauterização. 400 A.C Usava-se torniquete
no tratamento das feridas.
Século III É documentada a sutura.

Na Idade média O aparecimento da pólvora os ferimentos


tornaram-se mais graves. Ambroise Paré ( 1510-1590), Cirurgião
Francês que teve uma grande participação no tratamento das
feridas com o seu conhecimento como médico militar em 1537. Em
1545 lançou a base da cirurgia moderna em seu livro (La Methode
de Traicter Les Playes).

No seu livro Cinq Livres de Chirurgie, aperfeiçoou a técnica


de amputação e desenvolveu um método para estancar hemorragia
pela ligadura dos vasos sanguíneos.
Na época a técnica de cauterizar as feridas com óleo quente era comum, e também
usava-se uma mistura de gema de ovo e óleo de rosa e terebintina, e descobriu que a
nova mistura provocava uma cicatrização mais rápida que a do óleo fervente.
Em 1585 orientou o tratamento das feridas quanto a necessidade de desbridamento, e
aproximação das bordas e curativos.

 JOSEPH LISTER (1827-1912)

Foi um médico, cirurgião e pesquisador britânico, pioneiro nas


técnicas de antissépsia nas cirurgias. Iniciou uma nova era no campo da
cirurgia quando demonstrou, em 1865, que o ácido carbólico era um
efetivo agente antisséptico, o que reduziu o número de mortes
por infecções pós-operatórias. Lister promoveu a prática, enquanto
trabalhava na Glasgow Royal Infirmary, de que técnicas estéreis na
cirurgia impediam a infecção pós-operatória, que levavam
à sepses, necrose de tecidos e morte por infecção generalizada. Em
1884 introduziu o tratamento antiséptico, antes e depois de qualquer procedimento
cirúrgico. No século XX, vimos a evolução da terapêutica com o aparecimento da
antibioterapia com a sulfa e da penicilina no tratamento das feridas.

6
Lições nº ____________ Data: / /
UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Classificação das Feridas.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

As feridas podem ser classificadas de várias maneiras: pelo tipo de agente


causal, de acordo com grau de contaminação, pelo tempo de traumatismo e pela
profundidade das lesões.

 Tipo de agente causal


 De acordo com o grau de contaminação.
 Pelo tempo de traumatismo.
 Pela profundidade das lesões.
OBS: Sendo que as duas primeiras
são as mais utilizadas.
QUANTO AO AGENTE CAUSAL
 Incisas ou cortantes: São provocadas por agente cortantes, como faca, lâminas
,bisturis, etc. Suas características são o predomínio do comprimento sobre a
profundidade, bordas regulares e nítidas , geralmente retilíneas ,nas feridas incisas
o corte geralmente possui profundidade igual a de um extremo ao outro da lesão,
sendo que na ferida cortante ,a parte mediana é mais profunda.

 Corto-contusa: O agente não tem corte tão acentuado que a força do traumatismo
é que causa a penetração do instrumento, tendo como o exemplo o machado.

 Perfurante: São ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego


alfinetes pode ser transfixantes quanto atravessa um órgão, estando sua gravidade
na importância do órgão acometido.

 Perfuro-contusas: São ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois


orifícios, um de entrada outro de saída.

 Lácero – contusa: Os mecanismo mais frequente são a compressão a pele, é


esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração. Por rasgo ou
arranchamento tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo,
constituem exemplo clássico as mordidas de cão.

 Perfuro-incisas: Provocadas por instrumentos perfuro-cortantes que possuem


gume e ponta, por exemplo, um punhal. Deve-se sempre lembrar, que
externamente podemos ter uma marca na pele, porém profundamente podemos
ter comprometimento de órgãos importantes como lesão do musculo cardíaco.

 Escoriações(arranhaduras): A lesão surge tangencialmente a superfície cutânea


,com arranchamento da pele.

7
 Equimoses e hematomas: Na equimoses há rompimento dos capilares, porém sem
perda da continuidade da pele, porém no hematoma, surge sangue extravasado
forma uma cavidade.

QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO

Esta classificação tem importância, pois orienta o tratamento antibiótico e


também nos fornece o risco de desenvolvimento de infecção.

 Limpas: São as produzidas em ambiente cirúrgico e limpo, sendo que não


foram abertos sistemas com o digestório, respiratório e génito- urinário.
 Potencialmente contaminadas: Nelas há contaminação grosseira, por exemplo,
nas ocasionalmente por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que
houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente.
 Contaminadas: Há reação inflamatória, são as que tiveram contato com
material com terra, fezes etc. Também são considerados contaminadas aquelas
em já se passou 6 horas ou mais após o ato que originou a ferida.
 Infectadas: Apresentam sinais nítidos de infecção.

TAREFA
1- Mencione os sinais da infecção?

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

8
Lições nº ____________ Data: / /
UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Úlcera de Pressão.

É uma lesão com tendência a necrose dos tecidos. É causada pela irrigação
sanguínea deficiente, ocasionada por pressão demorada e consequente falta de
nutrição dos tecidos. Ocorre nos pacientes com afecções graves do sistema nervoso,
sobretudo nos hemiplégicos e paraplégicos, em pacientes em estado de coma ou
politraumatizados incapacitados de mover-se na cama.

A úlcera de pressão caracteriza-se por uma crosta enegrecida, formada de


tecido mortificado, com tendência a eliminar-se. Tende a aumentar de tamanho se a
região não for protegida e principalmente, se não for diminuída a pressão sobre o
corpo, pela mudança de posição.

CLASSIFICAÇÃO DA ÚLCERA DE PRESSÃO

Esta classificação verifica-se o comprometimento tecidual:

 Estágio I: comprometimento da epiderme;


 Estágio II: comprometimento até a derme;
 Estágio III: comprometimento até o subcutâneo;
 Estágio IV: comprometimento do músculo e tecido adjacente.

9
CAUSAS IMEDIATAS

 Pressão (longas horas na mesma posição)


 Fricção (rugas e migalhas na roupa de cama, defeitos do colchão)
 Humidade (paciente molhado por suor, urina e fezes)
 Falta de asseio corporal
 Aplicação imprópria de aparelhos de gesso ou restrição

CUIDADOS PREVENTIVOS

 Usar posicionadores e protetores (coxins, colchão caixa de ovo)


 Sentar o paciente fora do leito, com frequência, sempre que seu estado
permitir.
 Incentivar deambulação precoce.
 Reduzir qualquer pressão sobre pontos do corpo, zelando principalmente pelas
proeminências ósseas
 Mudar constantemente de posição
 Manter cama limpa, seca, com lençóis bem esticados
 Zelar pela higiene pessoal
 Realizar massagem com dersani ou creme hidratante
 Executar movimentos passivos
 Incentivar dietas hiperproteícas se não houver restrição

Lições nº ____________ Data: / /


UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Úlcera diabética

A úlcera diabética é uma ferida que pode acometer pessoas com diabetes
Mellitus, seu surgimento pode ocorrer por dois mecanismos:

 Perda da Sensibilidade
 Doença Vascular

Perda da Sensibilidade: O aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia) pode


afetar os nervos periféricos das pernas e dos pés, levando a diminuição da perda da
sensibilidade térmica, táctil e dolorosa. A pessoa diabética pode não perceber um
sapato apertado, um objeto quente ou dor após corte inadequado de unhas. Esta
deficiência de sensação é denominada neuropática diabética.

10
Características da neuropatia diabética

 Pontos de pressão anormais (calos)


 Dedos deformados em garra
 Pé quente rosado com veias dilatadas
 Peito do pé saliente- Pé encurvado
 Pele seca- rachaduras

Doença Vascular: a hiperglicemia também pode acarretar um endurecimento e


estreitamento das artérias e consequentemente uma diminuição do fluxo sanguíneo
para os membros inferiores.

Lições nº ____________ Data: / /


UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: O Curativo.

É o tratamento de qualquer tipo de lesão da pele ou mucosa. Sua principal


finalidade é a limpeza da lesão, com o menor trauma possível, contribuindo para o
processo da cicatrização.

FINALIDADES DO CURATIVO

 Remover o acumulo de secreções e tecido morto da ferida ou da área de incisão;


 Diminuir o crescimento de microrganismo na ferida ou na área da incisão;
 Promover a cicatrização da ferida.
 Evitar a contaminação de feridas limpas;
 Promover conforto ao paciente.
 Absorver secreções,
 Promover a hemostasia com os curativos compressivos,
 Facilitar a drenagem de secreções,
 Manter o contato de medicamentos junto à ferida.
 Promover a cicatrização

Principios para o curativo ideal, segundo turner (1982)

 Manter humidade na interface ferida/curativo;


 Remover o excesso de exsudação;

11
 Permitir a troca gasosa;
 Fornecer isolamento térmico;
 Ser impermeável a bactérias;
 Ser isento de partículas e de tóxicos contaminadores de feridas;
 Permitir sua remoção sem causar trauma na ferida

Lições nº ____________ Data: / /


UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Tipos de curativos

O curativo pode ser:

 Aberto: curativos em feridas sem infecção, que após a limpeza podem


permanecer abertos, sem proteção de gazes. Exemplo: incisão cirúrgica
(cesárea).

 Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação de medicamentos é


o cluído ou fechado com gazes, micropore ou ataduras de crepe.

 Compressivo: é o que faz compressão para estancar hemorragias ou vedar bem


uma incisão.

 Com irrigação: utilizado em ferimentos com infecção dentro de cavidades, com


indicação de irrigação com soluções salinas.

 Com drenagem: são utilizados drenos em ferimentos com grande quantidade


de exsudato (Penrose, Kehr ), tubular ou bolsas de Karaya.

Medidas de antissepsia:

 Realizar degermação das mãos antes de manipular o material esterilizado


 Diminuir o tempo de exposição da ferida ou dos materiais esterilizados
 Não falar ao manipular o material esterilizado ou fazer o tratamento da ferida
estando com infecções das vias aéreas ( usar máscara comum )
 Usar máscaras e aventais em caso de exsudato abundante.
 Realizar o curativo sempre da região limpa para a contaminada.

A GRANDE COMPLICAÇÃO: Infecção

Soluções mais utilizadas:

 Creme de Sulfadiazina de prata + nitrato de cerium:


 Placa de Hidrocolóide
 Grânulos de Hidrocolóide
 Alginato de cálcio
 Carvão Ativado

12
 Hidrogel
 Papaína

Materiais necessários

 Bandeja;
 Pacote de curativo (1 pinça hemostática, 1 pinça dissecção – anatômica);
 Cuba rim;
 Fita adesiva, esparadrapo, micropore e transpore);
 Luvas de procedimento;
 Solução salina de 250 ml (bolsa) ou 125 ml (frasco);
 Algodão embebido em álcool 70%;
 Agulha 40x12;
 Pacotes de gazes;
 Saco de lixo branco;
 Solução recomendada.

Algumas recomendações

 Feridas por arma de fogo: A decisão da retirada do projétil deve ser avaliada
caso ao caso; caso haja apenas um orifício, não deve ser suturado, lavar bem o
interior do ferimento, quando houver dois orifícios, um deles poderá ser
suturado.

 Lesões por prego: Devem ser limpas e não suturadas, realizar profilaxia do
Tétano.

 Lesões por mordeduras: Em princípio, não devem ser suturadas (são


potencialmente Infectadas), realizar profilaxia da Raiva.

Lições nº ____________ Data: / /


UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Cicatrização.

Cicatrização de feridas

A cicatrização é o processo de reparação da pele. Assim que a pele sofre uma


lesão, imediatamente o processo de cicatrização é iniciado. Ele passa por três fases: a
inflamatória, a proliferativa e a de maturação.

 A fase inflamatória: começa assim que acontece a lesão. Ela tem em uma
função bem importante, que é preparar o local para que o novo tecido cresça.
Nessa fase há sintomas como rubor, calor, dor e edema.
 A proliferativa: esta fase inicia quando surge um tecido de granulação,
formado por brotos endoteliais e novos vasos sanguíneos. Ela ocorre 72 horas
após a lesão e dura até três semanas.

13
 A de maturação: acontece por volta da terceira semana e dura até dois anos.
Percebe-se que a cicatriz começa a perder a coloração avermelhada.

Diferença entre cicatrização e regeneração: a primeira utiliza células diferentes do


tecido de origem, como os fibroblastos, formando um tecido particular que recebe o
nome de cicatriz; a segunda é a proliferação das células naturais do órgão (ex.: fígado –
hepatócito).

Além das fases, existem os tipos de cicatrização, que são três:

 Primeira intenção: acontece em pequenas feridas, as quais têm as bordas


próximas e são unidas por sutura.

 Segunda intenção: quando ocorre uma perda grande de tecido e as bordas


estão mais afastadas. Podem ter ou não infecção. Não são suturadas, são
deixadas abertas para que fechem pela epitelização.

 Terceira intenção: acontece a abertura espontânea da sutura (chamado de


deiscência). Então deve ser tratada e aguardar que o tecido de granulação se
forme para depois captar as bordas da lesão.

FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO

 Idade: a circulação sanguínea, a oxigenação, a coagulação, a resposta inflamatoria, e a


fagocitose podem estar comprometidos nos mais jovens e idosos. Logo o risco de
infeção é maior;
 Perfusão de tecidos e oxigenação; pressão contínua sobre a área da lesão, impedindo
que o fluxo de sangue chegue aos tecidos;
 Localização e extensão da ferida;
 Medicamentos: corticóides, antíneoplásicos
 Nutrição;
 Infecção;
 Tabagismo
 Doenças crónicas
 Problemas vasculares, e neoplasias;

Lições nº ____________ Data: / /


UNIDADE II: FERIDAS
Sumário: Queimaduras.

O conceito de queimadura é amplo, mas basicamente compreende uma lesão


nos tecidos orgânicos causada por algum trauma gerado pela liberação de calor
proveniente de fontes: térmica, elétrica, química e outras. Esse trauma pode
apresentar-se com lesões simples ou graves; isso dependerá de sua profundidade,

14
extensão e localização. Esses fatores determinarão as diversas classificações das
queimaduras.
São lesões mais devastadoras que o corpo humano pode sofrer. Nesse tipo de trauma
há liberação de mediadores celulares e humorais que determinam alteração da
permeabilidade capilar, metabólica e imunológica levando a distúrbio hidroletrolítico,
desnutrição e infecção.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE DA LESÃO

1º Grau:

 Não sangra , geralmente seca


 Rosa e toda inervada
 Não passam da Epiderme
 Queimadura de Sol(exemplo)
 Hiperemia(Vermelhidão)
 Dolorosa
 Obs.: Normalmente não chega na emergência

2º Grau:

 Atinge derme
 Úmida
 Presença de Flictenas(Bolhas)
 Rosa, Hiperemia(Vermelhidão)
 Dolorosa
 Cura espontânea mais lenta,
 Obs.: com possibilidade de formação de cicatriz

3º Grau:

 Atinge todos os apêndices da pele


 Ossos , músculos, nervos , vasos
 Pouca ou nenhuma dor
 Úmida
 Cor Branca, Amarela ou Marrom
 Não cicatriza espontaneamente,
 Obs.: pode necessitar de enxerto

TRATAMENTO

O tratamento do paciente queimado sempre foi um desafio, uma vez que tem
se buscado os melhores resultados no que diz respeito à velocidade de restauração

15
tecidual, redução da dor e da infecção, além de melhor aspecto estético na
cicatrização da ferida.

O principal objetivo do tratamento de queimados é, além de eliminar o tecido


desvitalizado, cobrir imediatamente a ferida, evitando, assim, complicações sépticas,
metabólicas e funcionais que uma lesão colonizada e aberta pode acarretar.

Dessa forma, diferentes tipos de queimaduras com diferentes profundidades


requerem tratamentos específicos voltados para a fisiopatologia de cada caso para
restauração do tecido de revestimento de forma a minimizar consequências funcionais
e estéticas.

O tratamento das queimaduras vem evoluindo ao longo dos anos e tem se


desenvolvido muito nas últimas décadas por meio de pesquisas na área. Assim, após os
cuidados gerais no atendimento inicial ao paciente queimado, a atenção deve ser
voltada ao tratamento tópico da ferida por meio da limpeza da superfície queimada,
desbridamento, se for o caso, e aplicação de curativos, cujo componente primário
deve oferecer condições ideais para a reepitelização.

CUIDADOS IMEDIATOS
 Parar o processo da queimadura;
 Lavar com água corrente até a dor passar;
 Proteger com tecido seco, estéril ou limpo.
ATENDIMENTO DO PACIENTE QUEIMADO
Exame Básico:

 A – As Vias Aéreas?
 B – Boa respiração?
 C – Condição da Circulação? Condição da
 Coluna Cervical? Conter com Colar?
 Condição Cardíaca?
 D – Dificuldades? Disfunções?
 E – Expor e Examinar

Diurese
A diurese deve ser controlada de hora em hora (medida e suas características
descritas clara, límpida, turva, hemorrágica, hemoglobinúria, etc), mesmo quando se
decidir contra o uso de sonda vesical (controle feito quando ocorre a eliminação
voluntária).

Reposição hidro-eletrolítica

As perdas dependem da superfície corporal atingida, profundidade das lesões, função


respiratória, temperatura ambiente, umidade relativa e temperatura corporal.

16
Antibioticoterapia

Após fase aguda de ressuscitação, se o paciente apresentar temperatura superior a


39ºC, avaliada a situação e o aspecto da lesão e os exames laboratoriais, pode-se
eleger entrar com antibiótico na suspeita ou no diagnóstico de uma infecção. A
conduta fica à escolha de cada serviço de infectologia, no centro de queimados onde o
paciente está sendo tratado.

Analgesia

Analgesia com o medicamento e dose necessários para tirar a dor do paciente. Podem
ser utilizados não narcóticos e narcóticos venosos de acção imediata, conforme a
rotina do serviço.

NOTA: O paciente internado, vítima de queimadura, deve ser seguido pela equipa de
saúde multidisciplinar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Ministério da Saúde Profissionalização de Auxiliares de Enfermagem. Brasília


.2ed.Revisada,2003
 FUNDAMENTOS BÁSICOS EM ENFERMAGEM. Normas e Procedimentos Guia de
Bolso Escola Superior de Saúde Faculdade de Ciências da Saúde Universidade
Fernando Pessoa, 2006.
 Souza, A .L; Sousa, B. O.P. Manual de Procedimentos Básicos de
Enfermagem.SP.,2017.
 Varela, M. Fundamentos da Enfermagem.RJ.,2014.
 ARCHER, E.; BELL, S. D. Procedimentos e Protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
 FIGUEIREDO, N. M. A.; VIANA, D. L.; MACHADO, W. C. A. Trato Prático de
Enfermagem. 3. ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2010.

17

Você também pode gostar