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Clínica Médica e Cirúrgica III | Alice Carolina Costa

DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS, IMUNOLÓGICOS E LINFÁTICOS DOS EQUINOS


FATORES DE CRESCIMENTO ANEMIA
São substâncias químicas, ou citocinas, existentes Diminuição da quantidade e modificações na
no organismo, que controlam a produção das células qualidade dos glóbulos vermelhos do sangue.
sanguíneas. Etiologia: enfermidades virais, endo e
• ERITROPOIETINA: hormônio produzido no ectoparasitas, hemoparasitoses, intoxicações,
rim, responsável também pela produção dos infecções e inflamações.
glóbulos vermelhos. Sinais clínicos: baixo rendimento atlético, baixa
• FATOR DE CRESCIMENTO DOS
hemoglobina, apatia e anorexia.
GRANULÓCITOS (G-CSF): produção de
glóbulos brancos Diagnóstico: hemograma, pesquisa de
• TROMBOPOIETINA: glicoproteína produzida hemoparasita, proteína plasmática, fibrinogênio,
pelo fígado e rim, também responsável pela enzimas hepáticas e renais, teste de AIE-
produção de plaquetas. \MORMO

O SANGUE Tratamento: Transfusão Sanguínea (considerar


cada 15 ml de sangue\Kg a ser transfundido irá
É constituído por uma parte líquida, o plasma, que repor 1 milhão de Hemácias no sangue circulante).
contém água, proteínas, glicose, lipídios e outros Instituir o tratamento para causa primária,
elementos como as vitaminas, sais minerais, acrescentado de: PRP, complexos vitamínico,
hormônios e citocinas. As células sanguíneas são os suplementação e alimentação equilibrada.
outros constituintes do sangue e são produzidas
pela medula óssea de acordo com as necessidades HEMOPARASITOSES
do organismo. BABESIOSE ou NUTALIOSE ou
PIROPLASMOSE
Causadas por protozoários dos gêneros Babesia sp.
Babesia caballi e Teileira equi (piroplasmose).
• Transmitida pelos carrapatos (Dermacentor
sp, Rhipicephalus e Hyalomma sp)

TRIPANOSSOMOSE (MAL DAS CADEIRAS)


OS GLÓBULOS VERMELHOS, OU
ERITRÓCITOS, contém hemoglobina, uma Causada pelo Trypanossoma equinum.
proteína ligada ao ferro, que transporta o oxigênio. • Transmitida pela picada de moscas
O tempo de vida dos eritrócitos é de cerca de 120 hematófagas ou acidental por morcegos
dias. hematófagos.
OS GLÓBULOS BRANCOS, OU LEUCÓCITOS, PÚPURA HEMORRÁGICA
são as células de defesa, como agranulócitos
É uma doença aguda não contagiosa; é uma condição
(linfócitos e Monócitos) e granulócitos (neutrófilo,
imunomediada, caracterizada pelo desenvolvimento
eosinófilos, basófilo). A sua diminuição chama-se
de edema, hemorragias (petequias e sufusões) nas
“leucopenia” e o aumento por “leucocitose”.
mucosas e vísceras, vasculites.
AS PLAQUETAS não são células, mas sim
Etiologia: febre petequial, vasculite asséptica,
fragmentos de células que existem na medula, os
doença imunomediada (deposição de
Megacariócitos, e que passam para o sangue
imunocomplexo), infecções estreptocócicas
periférico, seu tempo de vida é de cerca de 8 -10
(surtos de garrotilho), arterite ou rinopneumonia
dias. A sua diminuição chama-se “trombocitopenia”
equina.
e o aumento “trombocitose”.
Sinais Clínicos: aumento de volume edematoso e
extenso cabeça e pescoço podendo causar asfixia,
Prova de godet (+), placas urticariformes,
hemorragias petequiais nas mucosas, FC aumentada
(90-100 BPM).
Obs.: não altera temperatura!
Clínica Médica e Cirúrgica III | Alice Carolina Costa

Diagnóstico: anemia moderada com leucocitose FLEBITE ASSÉPTICA


neutrofílica e hiperfibrinogênica, aumento da É quando a veia se encontra túrgida (inchada) com
Creatino Kinase. textura enrijecida, apresentando desconforto, dor
IMPORTANTE! A confirmação do diagnóstico é e sensibilidade.
obtida por meio da biópsia de pele especialmente • O fluxo é prejudicado por diminuição do lúmen
das lesões recentes (vasculite asséptica), vascular em casos crônicos como trombos
identificando presença de infiltrado inflamatório
pulmonares e Garrotilho.
rico em neutrófilos.
FLEBITE SÉPTICA
Tratamento: monitoramento, terapias de suporte,
transfusões de sangue, anti-histamínicos, É quando apresenta região tumefeita com trombos
corticosteroides, gluconato de cálcio, fisioterapia sépticos supurativos próximo a ferida. A veia
com duchas frias, traqueostomia (asfixia), boa encontra-se ingurgitada e com sequelas graves nos
alimentação e repouso. tecidos circunvizinhos.

TROMBOSE DAS ARTERIAS ILÍACAS • Formação de abscesso.

Processo obstrutivo total ou parcial das artérias Diagnóstico das FLEBITES: histórico, sinais
ilíacas (extremidade distal da aorta que irriga os clínicos, exames laboratoriais, USG.
membros inferiores). Tratamento das FLEBITES: pomadas
Etiologia: arterite parasitária (Strongylus heparinoides associadas ao DMSO, fisioterapia
vulgaris), cólica tromboembólica (lesões arteriais (massagens, laserterapia), antissépticos locais e
cerebral, renais e coronárias), alterações pomadas antibacterianas, antibioticoterapia
hemodinâmicas com formação de trombos, lesão parenteral, heparina e AINES. Tratamento
interna no revestimento das artérias. cirúrgico com implantes de próteses sintéticas,
ligaduras da veia e traqueostomia.
Pode se apresentar em diferentes formas:
LINFANGITE
1. LEVE: obstrução parcial, sem interromper
fluxo sanguíneo e claudicação leve apenas Processo inflamatório dos vasos linfáticos dos
no exercício. membros, decorrentes de bactérias e fungos.
2. AGUDA: dor, sudorese, ansiedade, Etiologia: ULCERATIVA por Corynebacterium
retração temporária dos testículos, pseudotuberculosis e EPIZOÓTICA por
acomete um dos membros, aumenta FC e Histoplasma farciminosum.
FR.
Patogenia: acomete os vasos linfáticos e tecidos
Diagnóstico: sinais clínicos, palpação retal adjacentes, formando nódulos dolorosos e
(frêmito arterial e vaso trombosado), USG edemaciados ao redor, como fístulas supurativas
(Doppler, termorrafia e termômetros digitais a (Pus Amarelados).
laser).
Sinais clínicos: claudicação variável, aumento da
Tratamento: anticoagulantes, gluconato de sódio a temperatura cutânea, sensibilidade ao toque,
20%, enzimas Fibróticas. (OBS.: Não possui nodulações com granulações, secreção viscosa.
resultados satisfatórios, tem prognóstico ruim)
Diagnóstico: exame clínico, hemograma,
FLEBITES bioquímicos, USG e identificação do agente para
FLEBITE JUGULAR diferencial.

É o processo inflamatório que acomete a veia Tratamento: antibioticoterapia (Penicilinas,


jugular. Está entre as principais complicações de Enrofloxacina, Sulfa+Trimetopin e Terramicina),
animais pós-operados. AINES (flunixinemeglumine, meloxicam,
Firocoxib), corticoides e Fisioterapia.
• Causada por substâncias irritantes:
Gluconato de Ca, EGG, Fenilbutazona
• Contaminações por materiais contaminantes:
localização hematógena de bactérias,
injeções, sangrias e traumas vasculares
persistentes.

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