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Questões de aprendizagem:
O estudo do parto compreende três fases principais que são a dilatação, a expulsão e o
secundamento. Antecedendo a estas três fases, existe um período não bem delimitado que é o
período premunitório. O período premunitório caracteriza-se pela descida do fundo do útero (2
a 4 cm), decorrentes da adaptação do polo fetal ao estreito superior da bacia. Ocorre aumento
de dores lombares, estiramento das articulações pélvicas, aumento das secreções glandulares
cervicais com eliminação de muco, encurtamento do colo, contrações uterinas com menores
intervalos e maior intensidade, que vão se tornando mais e mais frequentes até que se instala o
trabalho de parto. O útero grávido apresenta contrações desde o início da gestação, porém
somente a partir da 28ª-30ª semanas estas contrações começam a ser percebidas pela gestante.
São as contrações de Braxton-Hicks e são indolores. À medida que a gestação evolui, estas
contrações tornam-se mais frequentes e melhor coordenadas, ajudando o amadurecimento do
colo uterino (período premunitório). Para ocorrer a dilatação o colo deve ter antes amadurecido.
Alguns parâmetros caracterizam o amadurecimento do colo uterino: amolecimento, que
aumenta no período de pré-parto; orientação, quando o colo alinha-se com o eixo longitudinal
da vagina, abaixamento, pela dilatação do istmo uterino, apagamento, que é a incorporação do
colo ao segmento. Ao redor da 40ª semana, a atividade uterina torna-se mais intensa e
desencadeasse o trabalho de parto. Não há limite preciso entre o término do período
premunitório e o início do trabalho de parto. O diagnóstico de trabalho de parto nem sempre é
fácil e há quem o considere como síndrome. Estabelece-se o trabalho de parto quando existe
contrações uterinas ritmadas e que provoquem alterações progressivas no colo uterino. Em um
conceito mais amplo, considera-se trabalho de parto quando os seguintes parâmetros estiverem
presentes: apagamento do colo, dilatação cervical, formação das bolsas das águas, emissão de
mucosidade e contrações uterina rítmicas, e em conceito mais simples, quando ocorrem duas
contrações em 10 minutos. Sob a ação das contrações, a dilatação se completa e inicia-se a
expulsão.
Figura 18.6 Evolução da contratilidade uterina no ciclo gestatório. A área em vermelho indica a atividade uterina
espontânea, normal (valores médios em Unidades Montevidéu). Registros típicos e esquemáticos da pressão
amniótica ilustram a contratilidade nas diversas fases; a atividade uterina, correspondente a cada traçado, está
indicada na curva por um círculo. A atividade uterina aumenta progressivamente após 30 semanas, especialmente ao
se aproximar o termo; durante o parto, o acréscimo é acelerado e atinge o máximo no período expulsivo. No
secundamento e no puerpério, são expressivas as quedas da atividade uterina. (Adaptada de Caldeyro-Barcia &
Poseiro, 1959.)
Figura 18.6 A: Até 30 semanas de gestação, a atividade uterina é muito pequena, inferior a 20 UM;
Figura 18.6 B e C: Após 30 semanas, a atividade uterina aumenta vagarosa e progressivamente;
Figura 18.6 D: Na dilatação, as contrações têm intensidade de 30 mmHg e frequência de 2 a 3/10 min;
Figura 18.6 E: No final do período de dilatação, valores respectivos de 40 mmHg e 4/10 min;
Figura 18.6 F: No período expulsivo, a frequência atinge 5 contrações em 10 min e a intensidade 50 mmHg;
Figura 18.6 G: No período de Secundamento, após o nascimento do concepto, o útero continua a produzir contrações
rítmicas;
Figura 18.6 H e I: No período do Puerpério, os gráficos mostram contrações cuja frequência vai diminuindo, até atingir
1 em cada 10 min, decorridas 12 h de puerpério;
Figura 18.6 J: Nos dias que se seguem, a intensidade e o número das contrações estão mais reduzidos;
MANEJO DO PARTO: o manejo do parto se divide em seis diferente períodos (primeiro período
ou dilatação; Segundo período ou expulsão; Terceiro período ou dequitação placentária; Exame
neonatal; Condições especiais durante o parto e; Parto pélvico) e finaliza com o monitoramento
pós parto.
Diagnóstico do exame físico: Avalie as condições gerais da mulher (ela está cansada, ansiosa ou
tensa?); Avalie a frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura. Tente identificar sinais de
cianose, anemia ou edemas. Dê maior atenção para edemas na face ou nos membros inferiores.
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Nota: em relação à pressão do fundo uterino, mais conhecida como manobra de Kristeller, não
há evidência hoje sobre seu uso ser benéfico além de diversos riscos serem associados ela. Os
riscos potenciais do uso da manobra incluem: ruptura uterina, lesão do esfíncter anal, fraturas
em recém-nascidos ou dano cerebral, dentre outros.
Orientações para o trabalho de parto: As orientações gerais para o trabalho de parto são as que
dizem que, no início do período de expulsão, a mulher deve contrair o útero o mais forte possível
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durante a contração até que o couro cabeludo esteja à mostra. Hoje, profissionais estão mais
inclinados a deixar que a mulher decida sobre isso. Muitas mulheres contraem por um tempo
menor mas com frequência maior voluntariamente, de forma mais eficiente, pois isso evita a
redução da oxigenação do feto e materna. Apesar da expulsão demorar muito com essa
abordagem, ela apresenta menos riscos à condição dos dois. Quando o couro cabeludo emerge
ou passa pelo coroamento, a mulher não deve continuar contraindo seu útero, ou deve fazê-lo
com cautela, a fim de evitar que a cabeça nasça muito rapidamente, causando laceração do
períneo.
EXAME NEONATAL: Tão logo a criança nasce, sua condição vital é aferia pelo índice de APGAR.
Na avaliação do índice de APGAR são considerados 5 grandes grupos de sinais vitais que incluem:
Condições: A criança deve estar completamente sem roupas e deve ser examinada em uma sala
com temperatura agradável ou sob uma lâmpada. Se o exame acontecer em um ambiente muito
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frio a criança irá chorar e o tônus muscular irá aumentar. Antes do exame o profissional deve
lavar as mãos. A estrutura do exame consiste em várias tarefas (inspeção, pesagem, tamanho e
verificação da temperatura corporal). Após isso o neonato é examinado “da cabeça aos pés”. Os
exames mais desconfortáveis para o recém-nascido devem ser realizados por último.
Quanto ao procedimento, a mulher realiza força durante cinco contrações enquanto está em
decúbito lateral no lado no qual o dorso do recém-nascido também está situado. Isso
geralmente facilita uma posição fetal fletida, de forma que uma excentricidade maior do pólo
cefálico se faz presente. Se a mudança na posição não for suficiente, aplique correção com os
dedos durante uma contração. Faça isso colocando os dedos da mão examinadora na cabeça do
feto, em frente a fontanela anterior. Flexione a cabeça durante a contração enquanto a mulher
realiza força, e rotacione a fontanela posterior na direção da sínfise púbica.
DISTÓCIA DE OMBRO: A estagnação do período de expulsão durante a saída dos ombros do feto,
após a cabeça ter nascido, é chamada de distócia de ombro. Não se refere à progressão difícil
do ombro anterior no caso de um braço dobrado ou se a força de expulsão diminui. A distócia
de ombro requer medidas adicionais sem as quais o procedimento de parto não pode
prosseguir. Essa é uma complicação séria que requer intervenção imediata de um especialista.
O problema ocorre entre 0.2% e 0.6% dos partos. Em alguns casos, uma antecipação do
problema pode preveni-lo. Para um bom entendimento das medidas preventivas da distócia de
ombro, bem como para um melhor manejo dessa complicação, é indispensável o conhecimento
de sua etiologia.
Sob circunstâncias fisiológicas normais, os ombros passarão pela bacia pélvica obliquamente.
Primeiro o ombro posterior e depois o anterior. O encaixamento do ombro anterior acontece
“automaticamente” durante a saída da cabeça (a fase de flexão). Conforme o ombro posterior
desce no sacro, o ombro anterior pode rotacionar para a direita ou para a esquerda na sínfise
púbica. O ombro anterior passa então pela bacia pélvica e nasce. Assim que o ombro anterior
passa pela sínfise púbica, é criado um espaço no qual o ombro posterior pode deslizar em
direção ao sacro e nascer.
Durante o encaixe dos ombros é possível que alguma coisa ocorra errada devido à largura dos
ombros, às dimensões ou forma da pelve, a relação do ombro com à pelve ou à conduta adotada
pelo profissional de saúde. Caso os ombros se encaixem em uma orientação anteroposterior em
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vez de uma posição oblíqua, ou caso ambos passem pela bacia pélvica ao mesmo tempo, o
ombro anterior permanecerá retido posteriormente à sínfise púbica, e o ombro posterior
continuará posterior ao promontório sacral. É típico da distócia de ombro que apenas o pólo
cefálico nasça, fazendo com que a cabeça aparente ser sugada para dentro do canal vaginal
(‘sinal da tartaruga’). O queixo aparentará estar preso no períneo e a rotação externa não
ocorre. Também pode ocorrer de os ombros se encaixarem transversalmente em relação ao
assoalho pélvico. Nesse caso de ‘distócia transversa do ombro’ a rotação externa também não
ocorre, mas a cabeça nasce. Distócia de ombro ‘anterior’ é, entretanto, a forma mais comum de
ocorrência. Nesse caso, o ombro posterior desce na pelve mas o ombro anterior permanece
preso contra a sínfise púbica na bacia pélvica. O manejo desse fenômeno será discutida
posteriormente em maiores detalhes.
HEMORRAGIA PÓS-PARTO: Durante o pós-parto, a perda de sangue deve ser medida o mais
precisamente possível. Não há um padrão de aceitação para a hemorragia pós-parto. No Brasil,
o limite é de 500 ml, para partos normais, e 1000 ml para cesarianas. As causas mais importantes
da hemorragia pós-parto são:
atonia uterina: contratilidade uterina reduzida em função de:
distenção uterina exacerbada
multiparidade
parto prolongado
cicatrizes uterinas
anomalia uterina congênita
dano ao canal de parto
desordens de coagulação
Para o manejo é importante distinguir entre a hemorragia que ocorre antes da dequitação
placentária (terceiro período do parto) e a que ocorre após a saída da placenta (período pós-
parto). Qualquer hemorragia maior que 1000 ml já é suficiente para solicitar auxilio de um
especialista. O meio de transporte depende de um número de fatores, como:
se o sangramento parou ou não
a quantidade de sangue perdido
as condições clínicas da mulher
PARTO PÉLVICO: A apresentação pélvica é uma posição longitudinal com as nádegas sendo a
parte apresentada. Os pés podem estar posicionados próximo às nádegas; nesse caso, tem-se
uma posição de cócoras completa. Um ou dois membros inferiores do feto podem estar
estendidos e ou fletidos nos quadris, contra o dorso (posição de cócoras incompleta). Esta última
fornece uma posição muito estável e é muito comum no final da gestação. A apresentação
pélvica completa é consideravelmente menos estável, uma vez que as nádegas próximas aos pés
não se encaixam facilmente na bacia pélvica, e também porque o feto pode empurrar-se com
os pés na direção da pelve, rotacionando para uma apresentação cefálica.
Exame ginecológico interno (toque vaginal): Durante o exame ginecológico três partes rígidas
(ambas as tuberosidades isquiáticas e o cóccix) serão sentidas claramente, com o ânus entre
eles. Dependendo do tipo de apresentação pélvica e do grau de insinuação, os pés e o sacro do
feto podem ser sentidos. Deve-se ter em mente que os resultados do exame ginecológico
interno para as apresentações pélvica e cefálica são similares e, portanto, um exame
ginecológico externo pode levar a um diagnóstico incorreto.
Método de Bracht para o manuseio do parto pélvico: De acordo com a manobra de Bracht, é
essencial um bom tônus muscular fetal para o manuseio do parto na apresentação pélvica. Se o
recém-nascido não está em boas condições, a extração pélvica geralmente é preferível.
https://simbrazil.mediviewprojects.org/index.php/prefacio
Prolactina e ocitocina iniciam e mantêm a produção de leite materno, e são responsáveis pelo
reflexo de ejeção (lactogênese). O pró-hormônio prolactina estimula a secreção do leite
materno das glândulas mamárias. O nível de prolactina aumenta durante a gestação, mas pode
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Cogestão vascular ocorre devido a uma redução temporária do fluxo sanguíneo nas mamas.
Congestão das glândulas mamárias ocorre porque é difícil para o leite passar pelos ductos
lactíferos e porque o recém-nascido não esvazia as mamas suficientemente. O nível de
prolactina no sangue permanece alto devido ao estímulo dos mamilos pela sucção do neonato.
A ejeção do leite é o reflexo estimulado pela ocitocina. A ocitocina inicialmente penetra o sangue
materno devido ao estímulo do mamilo, mas, quão maior for o tempo de amamentação, mais
ocitocina é liberada devido aos estímulos condicionados auditivo e visual (ver e/ou ouvir o
recém-nascido).
Para iniciar e manter a amamentação é importante que o recém-nascido seja colocado nas
mamas logo após o parto, e que ele realize o estímulo das mamas regularmente após isso. Sob
circunstâncias fisiológicas, a quantidade de leite materno produzido pelas mamas depende da
quantidade que o neonato está se alimentando. Em outras palavras, quanto mais o recém-
nascido mama, mais leite materno é produzido.
Recomendações gerais para a mãe: Uma recomendação importante é que a lactante deve
repousar, especialmente durante as primeiras semanas do pós-parto. Repousar durante o dia é
geralmente mais difícil devido à presença de outras crianças e pessoa. Entretanto, geralmente
é possível deitar-se enquanto amamenta. Essa estratégia dá uma sensação de descanso que é
essencial para o sucesso da amamentação. Tempo suficiente deve ser dado à amamentação; o
processo não deve ser feito de forma apressada ou entre duas atividades. Lavar com água é
suficiente para manter as mamas limpas. Limpar os mamilos com álcool é contraindicado. Sabão
e álcool aumentam o risco de dor nos mamilos. Se a mãe usa sutiã, é importante que este não
seja apertado. Se há secreção espontânea do leite, é aconselhado o uso de absorvente de seio,
os quais devem ser trocados regularmente. Após a amamentação os mamilos devem ser secos.
O melhor método é permitir que a secagem ocorra com o ar. A eficácia do uso de sprays, óleos
e etc para prevenir dor ou fissuras nos mamilos ainda não foi demonstrada.
Uma dieta saudável é suficiente para a lactante. A princípio, elas podem comer e beber
normalmente. No geral, lactantes sentem mais fome e, particularmente, mais sede. Se elas
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satisfazem sua fome com uma dieta saudável, e sua sede com água ou sucos de fruta naturais,
elas irão obter comida e líquidos suficientes. Não é necessário prescrever uma certa quantidade
de fluido para salvaguardar a produção de leite. Além disso, não é necessário ingerir muito leite.
Entretanto, em dias quentes ou caso ela apresente uma temperatura elevada ou febre, a
lactante deve ingerir líquidos suficientemente.
Algumas vezes a mãe pode ter a impressão de que o recém-nascido não está reagindo bem (ex.:
choro, vômito, erupção cutânea) a certos alimentos que ela está ingerindo. Em tais casos, ela
pode ser aconselhada a não consumir o alimento específico por um período de duas semanas.
Se as queixas do recém-nascido continuarem a ocorrer após ela ter começado a ingerir tais
alimentos novamente, a mãe deve retirá-lo completamente da dieta. Algumas substâncias que
podem elicitar uma reação alérgica são: proteína do leite de vaca, proteína de frango, nozes,
peixe, mariscos, chocolate, frutas cítricas e carne de porco.
Reflexo de ejeção insuficiente: Se a lactante sente que suas mamas não estão mais “enchendo”
conforme o recém-nascido começa a mamar, e caso este não esteja se desenvolvendo bem,
pode ser que esteja ocorrendo uma insuficiência no reflexo de ejeção. Isso geralmente é
causado pelo fato de a lactante não poder relaxar o suficiente enquanto amamenta, devido à
estresse, descanso insuficiente, dor etc. Recomendações simples são:
amamentar em um local quieto e familiar;
não ter pessoas por perto que possam criticar sua técnica de amamentação;
ingerir líquidos antes de amamentar e concentrar-se na amamentação, ou pensar em
alguma coisa prazerosa;
Muitos cremes e sprays para mamilos têm sido usados durante os anos, mas seu efeito é
controverso e pode, em alguns casos, ser danoso. Alívio da dor na forma de medicação oral pode
ser necessário caso a lactante não consiga tolerar a dor. Os sintomas de dores causadas por
mamilos rachados estão entre os motivos pelos quais algumas mães decidem parar de
amamentar.
Fórmulas infantis: Se por qualquer razão a amamentação não é realizada, fórmulas infantis são
a alternativa. Essas fórmulas se referem a preparações que replicam a composição do leite
materno. Várias marcas e tipos estão disponíveis. Apesar de que há pouca diferença entre estas,
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em geral pode ser dito que elas possuem mais vitamina K, proteína, ferro, cálcio, fósforo e
magnésio que o leite materno. O valor calórico das fórmulas é equivalente ao do leite materno.
A oferta de fórmula é realizada de duas a quatro horas após o parto. No primeiro dia de vida o
recém-nascido deve receber 20 ml/kg/dia divididos entre seis a oito mamadas. A cada dia essa
quantia é aumentada de 20 ml/kg até atingir o valor de 160-180 ml/kg/dia. Da mesma forma
que para a amamentação, um certo grau de flexibilidade é recomendado em relação à
frequência e quantidade de alimentação artificial. A mãe aprenderá o padrão de alimentação do
recém-nascido intuitivamente. Durante os primeiros meses de sua vida, o padrão de
alimentação do neonato é determinado pelo seu ritmo de sono. Nas primeiras semanas o
neonato irá acordar a cada três horas. Isso também explica porque neonatos precisam de
amamentação noturna durante esse período.
2. Retenção placentária: Após qualquer tipo de parto, pequenos restos da placenta podem
permanecer colados no útero causando infecção. Neste caso há proliferação de bactérias dentro
do útero, sendo potencialmente grave, já que essas bactérias podem chegar à corrente
sanguínea e causar septicemia. A retenção placentária é caracterizada pela presença de
corrimento com mau cheiro, febre acima de 38ºC e perda de sangue escuro e viscoso, mesmo
após ele já estar mais claro e fluido.
3. Trombose venosa: O fato de ficar muitas horas deitada, ou em trabalho de parto, e devido a
presença de pequenos êmbolos de sangue ou gases, pode propiciar a formação de trombos que
impedem a passagem correta de sangue através dos vasos sanguíneos, principalmente dos
membros inferiores. Se o trombo se deslocar, poderá chegar ao coração ou ao pulmão trazendo
complicações. A trombose é caracterizada pelo edema de uma das pernas, dor na panturrilha,
batimento cardíaco acelerado e falta de ar.
6) Por que é estimulado a realização de parto normal? Quando seria indicada a cesárea?
Quando o parto normal é contraindicado? Qual a diferença entre parto normal,
vaginal, humanizado, natural?
A ANS realiza, há mais de uma década, um trabalho contínuo para a promoção do parto normal
e a redução do número de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar, que, atualmente,
atinge o alarmante índice de 84,6% dos partos. Desde 2004, diversas iniciativas foram lançadas,
entre as quais a inclusão de cobertura obrigatória para parto acompanhado por enfermeira
obstétrica e acompanhante, sem custos adicionais, durante o pré-parto, parto e pós-parto
imediato; a implantação do Projeto Parto Adequado em hospitais privados e públicos; e a criação
da Resolução Normativa nº 368, que garante o acesso da gestante a informações essenciais para
que possa decidir sobre o seu parto.
A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da
mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o
recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.
A decisão sobre qual o tipo de parto mais adequado precisa ser compartilhada entre o médico,
a gestante e sua família. O profissional deve fornecer informações sobre a situação clínica da
mulher e os riscos e benefícios envolvidos em cada escolha para ajudá-la na tomada de decisão.
Deve, também, orientar a futura mãe sem influenciá-la, compartilhando com ela a
responsabilidade sobre o assunto.
Pensando em garantir que a mulher tenha acesso a todas as informações necessárias para tomar
a decisão sobre o tipo de parto, a ANS criou a Resolução Normativa nº 368. Mulheres em idade
fértil, gestantes, profissionais de saúde e operadoras de planos de saúde precisam estar cientes
das regras que garantem à mãe mais cuidado e segurança para o momento do parto.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice razoável de cesáreas é de 15% dos
nascimentos. No Brasil, 55,6% dos 2,9 milhões de partos realizados anualmente são cirúrgicos.
Na saúde suplementar, essa distorção é ainda maior: 84,6% dos partos foram cesáreos em 2012.
Para mudar essa realidade e favorecer a saúde de mães e bebês, é preciso transformar o modelo
de atenção a parto e nascimento no país, tarefa que requer uma intervenção complexa, que
deve ser testada antes de ser transformada em política pública. Por isso, a ANS, o Hospital Albert
Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde,
estão desenvolvendo o Projeto Parto Adequado. O objetivo é promover o parto normal,
qualificar os serviços da saúde suplementar e induzir à redução de cesáreas desnecessárias.
Os aspectos positivos da ambivalência são descritos na recuperação do parto normal, ela é mais
simples, rápida, fácil e tranquila. A recuperação é melhor, a mulher sente-se a mesma depois do
parto normal, com independência para caminhar, realizar cuidados de higiene pessoal e
atividades domésticas, cuidar do bebê, além de uma recuperação mais rápida do seu próprio
corpo. Estudos com mulheres que vivenciaram o parto normal descrevem essas características
como de satisfação, preferência ou vantagens associadas ao parto normal.
Por outro lado, muitas mulheres ainda sentem medo de parirem por via vaginal, principalmente
por temerem as consequências que podem advir desta via de parto, como o desencadeamento
de incontinência urinária e fecal, distopias genitais e até lacerações perineais importantes.
Infecção, risco de hemorragia aumentado e o próprio ato anestésico podem trazer complicações
para a mãe e o recém-nascido. A cesária aumenta o risco não só de uma infecção, mas de várias
complicações pós-parto. Além disso, há o risco de hemorragia aumentado, o risco do ato
anestésico que pode resultar em morte ou morbidade pela anestesia, os riscos em longo prazo
de aderência, de acretismo placentário, também placenta prévia e de endometriose, que são
riscos inerentes à cesárea, principalmente, cesáreas de repetição, risco aumentado para o
próximo parto e problemas com a fertilidade. O parto pela via cesariana traz riscos para a relação
da mãe com o bebê, pois a cesariana dificulta o vínculo inicial mãe e do bebê, dificulta a descida
do leite, o contato pele a pele e a amamentação. Em algumas situações, a cesariana é única via
de parto permitida para salvar a vida da mãe ou do bebê, mas em circunstâncias normais, o
parto natural sempre será a melhor opção para a mulher e o recém-nascido.
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Recuperação em casa: Após receber alta hospitalar, a mulher deverá se recuperar em casa. É
aconselhável ter uma ajuda extra, especialmente nos primeiros dias. A mulher deverá evitar
esforços, dedicando-se apenas ao seu bem-estar, à amamentação e aos cuidados com o bebê.
Tarefas domésticas não devem ser prioridade e por isso toda ajuda é bem-vinda.
Recomenda-se usar uma cinta pós-parto para aumentar o conforto, amenizar a sensação de que
os órgãos estão soltos dentro do abdômen e para reduzir o risco de seroma na cicatriz. É
necessário também usar um absorvente noturno por causa do sangramento que irá ocorrer,
semelhante a uma menstruação forte, que pode durar até 60 dias. Quanto à cicatriz, os pontos
só devem ser retirados oito dias após a cesária e ela poderá ser lavada normalmente durante o
banho. No caso da mulher estar com muitas dores, poderá tomar o analgésico prescrito pelo
médico.
RECUPERAÇÃO – PARTO NATURAL: A recuperação do parto normal costuma ser menos dolorida
e mais tranquila que na cesariana. A mãe já volta da sala de parto uma hora após ter o bebê.
Tanto no parto normal como no cesárea, ocorre sangramento vaginal nos primeiros dias, por
isso, é importante a utilização de absorventes, de preferência do tipo noturno. Assim que ocorre
a alta hospitalar, a mulher já pode retomar as atividades normais, desde que sem exageros. A
região do períneo retoma rapidamente a elasticidade que tinha antes. Muitas mulheres têm
medo de perder a sensibilidade e a continência, mas isso acontece muito raramente. Pouco
tempo depois do parto, o músculo volta à condição anterior à gestação.
Episiotomia é uma incisão efetuada na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus)
para ampliar o canal de parto. Seu uso se justifica em alguns casos, como necessidade de parto
instrumentalizado, sofrimento fetal, acesso para fletir a cabeça do bebê. É geralmente realizada
com anestesia local.
admitindo-se que em alguns casos ela pode ser necessária. Entretanto, a taxa de episiotomia
não deve ultrapassar 10%, que foi a taxa encontrada no ensaio clínico randomizado inglês, sem
associação com riscos maternos ou neonatais.
A prática da episiotomia acarreta maiores custos hospitalares: A estimativa para o Brasil seria
de uma economia em torno de 15 a 30 milhões de dólares por ano, evitando-se as episiotomias
desnecessárias.
Parto pélvico: No parto pélvico, não existem ensaios clínicos randomizados comprovando a
necessidade de episiotomia, e mesmo a complicação mais temida, a cabeça derradeira, não se
associa a desproporção relacionada com o períneo. A Organização Mundial de Saúde recomenda
a realização de uma episiotomia no parto pélvico apenas se o períneo é muito rígido.
Laceração perineal: Em relação à "ameaça de ruptura perineal grave", para prevenir rupturas
de terceiro ou quarto grau, não é um diagnóstico objetivo e, clinicamente, não está bem definido
o que caracterizaria essa "ameaça". Lacerações de terceiro e quarto grau são, de fato, muito
raras, e também não se estimou quantas episiotomias seriam necessárias para prevenir um
único caso de ruptura perineal grave.
Distocia de ombro: Na distocia de ombro o problema é a desproporção dos ombros fetais com
a pelve óssea, e não com o períneo materno. Uma indicação aparente seria a necessidade de
espaço para realizar as manobras de rotação, mas na maioria dos casos, a distocia pode ser
resolvida com a manobra de McRoberts ou a pressão suprapúbica, muitas mulheres podem ser
poupadas de uma incisão cirúrgica. Um estudo publicado em 2012 refere-se ao "final da
episiotomia", demonstrando que em diversas condições obstétricas como macrossomia,
sofrimento fetal, occipitoposteriores, distocia de ombro e parto instrumental a taxa de
lacerações de terceiro e quarto grau na verdade aumenta e não diminui quando se realiza
episiotomia. Com um protocolo de não realização de episiotomia aliado a estratégias de
proteção perineal, Amorim et al. encontraram uma taxa de períneo íntegro superior a 50% e
apenas 27% de necessidade de sutura em parturientes que não foram submetidas a episiotomia.
No entanto, como se trata de um estudo não-controlado, com uma casuística isolada, os autores
sugerem a realização de ensaios clínicos randomizados comparando uma política de não
realização de episiotomia com a política de episiotomia seletiva.
MASTITE – 1475
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Sinais de certeza
Sinais de probabilidade
Evidência presuntiva
SINAIS DE PRESUNÇÃO:
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Atraso menstrual
Náuseas e vomitos
Polaciuria
Esses são os sinais mais inespecificos possíveis. Sendo somente de presunção elas indicam,
eventualmente, a possibilidade que a paciente seja gestante.
SINAIS DE PROBABILIDADE:
São sinais um pouco mais especificos, ou seja um pouco mais uteis para os sinais anteriores.
Tiveram uma boa utilidade no passado e baseiam-se em alterações locais e sistemicas. Hóje tem
pouca utilidade.
SINAIS DE CERTEZA:
Clinico:
Ausculta do BCF:
É logico que, no caso da ausculta do BCF não podemos duvidar da existência de uma gestação.
Atenção não confundir com o batimento cardíaco materno!
Entre a VI-a e a VIII-a semana de gestação pode ser "visto" na ultrassonografia transvaginal
Enfim, entre a XVIII - XX a semana de gestação pode ser ausucultado com o esteto Pinard.
Difere, também de um caso pra outro, geralmente as primíparas revelam movimentos fetais
mais tardio, enquanto as multiparas referem moviimentação mais cedo. A movimentação fetal
é visível desde 8-9 semanas no US. A percepção clinica se da em volta de 16-20 semanas.
Laboratorial:
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Beta-HCG:
Esse beta-HCG é tão preciso que permite a fazer diagnóstico de gestação antes mesmo do atraso
menstrual (desde o oitavo dia pós-fecundação).
Voltando na gonadotrofina chorionica umana, ela é composta de duas subunidades: alfa e beta,
a ultima sendo doseada geralmente no sangue. A função básica deste hormônio, de fato, é
sustentar o corpo lúteo, a estrutura resultada da luteinização do foliculo roto que secreta
progesterona - o hormônio que garante a continuidade da gravidez.
Por volta de 12 semanas a placenta está desenvolvida, e, como não há mais necessidade de
corpo lúteo para produzir a progesterona, consecutivamente, cai a produção de beta-HCG, o
corpo lúteo perde a importância dele e a placenta assume toda função hormonal. Nos primeiros
dias da gestação o nível de beta-HCG dobra a cada 48-72 h.
Pelo contrário, se não houver fecundação em 10-12 dias o corpo lúteo regride, o nível de
progesterona cai e começa um novo ciclo menstrual.
Concluindo, o beta-HCG é o principal sinal de certeza da gestação. Não clinico, mas laboratorial.
A primeira consulta deveria ser realizada, de modo ideal, no começo da gestação. Ou seja entre
6-12 semanas.
É evidente que uma paciente de 25 anos e outra de 43 anos vão ter risco obstetrico diferente,
como também uma gestante hipertensa versus uma normotensa. Cada informação colhida no
pré-natal e fundamental. Valorizando estas informações acabamos diagnosticando estados de
normalidade ou patologicos (clinicos e cirurgicos).
O plano de exames que a gravida deve fazer está baseado nisto também. Você vai pedir uma
coisa para uma gestante com Rh negativo com parceiro positivo e outra coisa para uma gestante
que não tem esse tipo de risco.
ANAMNESE:
A sua anamnese tem que incluir basicamente: identificação e idade. A idade é importante,
porque, por exemplo, uma gestante acima de 35 anos tem risco maiors de diabetes gestacional,
eclampsia, tem maior risco de ter um filho com síndrome de Down ou outras malformações. Do
outro lado, gravidas de 14-15 anos tem maior risco de deformações pelvicos, de bacia
(distócias). Se a gestante não for casada ela pode ter problemas em acompanhar o pré-natal
Queixas: Muitas vezes não há queixas ou há queixas inespecificos, relacionadas com a gestação.
Estima-se que menos de 10% das gestantes tem queixas relacion adas com patologias
importantes (HAS, diabetes)
História familiar
diabetes
HAS
eclampsia
Geralmente se a mãe da gestante teve algum desse problemas, o risco da gestante é maior.
Os antecedentes ginecologicos: estava com ciclo menstrual regular, é confiável aquela data do
ultimo ciclo menstrual? Precisaremos afastar a possibilidade de um ovario policistico,
considerado por ginecologistas como um sindrome metabolico. Geralmente, ele está
acompanhado de uma resistência periferica na insulina, e uma verdadeira patologia hormonal
que culmina com o aspecto clinico da doença (ovulação, regularidade menstrual, etc). Neste
caso, podemos considerar que a gestante tem um serio fator de risco para diabetes gestacional.
O que uma gestante com este tipo de doença vai falar no pre-natal? Que, por exemplo,
aumentou muito de peso, que demorou muito para engravidar, que menstruava de tres em tres
meses, etc.
Precisamos saber, também, sobre as eventuais doenças de transmissão sexual, o que houve ou
o que tem, Também, se teve por acaso DIU instalado (sim, existem casos que engravidam com
DIU!).
ANTECEDENTES OBSTETRICOS:
infertilidade prévia,
gravidez ectópica,
prematuridade,
pré-eclâmpsia
morbimortalidade perinatal.
Resultados desfavoráveis detalhados, buscando descobrir eventuais causas, com dados sobre
complicações maternas, fetais e neonatais;
Como regra geral, é necessário substituir o hipoglicemiante oral por insulina e ter acesso a
orientação e seguimento nutricional.
Uma estratégia proposta para diminuição do risco de malformação fetal nas gestações
complicadas por diabetes é que a mulher diabética busque engravidar apenas quando o valor
da hemoglobina glicada (hemoglobina glicosilada ou glicohemoglobina) estiver abaixo de 6%.
B) Hipertensão arterial crônica (HAC): estimular o controle adequado dos valores pressóricos e
avaliação nutricional. Adequar a necessidade e o uso de drogas hipotensoras evitando-se a
administração de inibidores de enzima de conversão da angiotensina. A HAC é um fator de risco
considerável para o aparecimento de pré-eclâmpsia superposta. Deve-se classificar o caso,
considerando que as pacientes com HAC grave apresentarão mais frequentemente desfechos
desfavoráveis.
É importante atentar para lesões em órgãos-alvos (rim, coração, cérebro, vasos sanguíneos) e
também para a possível etiologia do quadro, alertando-se para causas secundárias.
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
É importante que o suporte terapêutico conte com o auxílio de especialista, evitando atitudes
inadequadas como suspender medicações e expor a paciente a riscos adicionais, se não for
indicado. Essas complicações da tireoide devem ser investigadas para mulheres que relatem
dificuldades para engravidar.
D) Doenças autoimunes: mulheres com lúpus eritematoso sistêmico exibirão melhor resultado
obstétrico e perinatal se sua doença estiver inativa e sob controle pelo menos até 6 meses antes
da concepção e com funcionamento renal estabilizado. Investigar a possibilidade de doenças
autoimunes, incluindo a síndrome do anticorpo antifosfolípide, em mulheres com história de
perdas gestacionais (aborto recorrente, óbito fetal, pré-eclâmpsia grave de instalação precoce)
ou de fenômenos tromboembólicos.
E) Asma brônquica: o ideal é que a mulher engravide durante um período estável da doença.
Assim, o controle das crises deve ser um objetivo para evitar no futuro quadros de hipoxemia
que podem prejudicar o feto. Para alguns casos pode ser necessária a interconsulta com
profissional da especialidade, na tentativa de administração da menor dose possível de
medicação.
G) Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV): o risco materno e neonatal pode ser
reduzido com um elenco de cuidados, iniciando-se pela recuperação dos níveis de linfócitos T-
CD4+ e redução da carga viral circulante de HIV materno para valores indetectáveis.
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inibição da lactação.
A utilização das drogas antirretrovirais, tanto para a profilaxia como para o tratamento, deve ser
acompanhada por infectologista, juntamente com obstetra.
MISODOR, 18 04 2011
BIBLIOGRAFIA:
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo 2010: Atenção a Gestante e a Puérpera no SUS-SP -
Manual Técnico do Pré-Natal e Puerpério: organizado por Karina Calife, Tania Lago, Carmen
Lavras – São Paulo: SES/SP, 2010.