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ADAPTAÇÃO MATERNA À

GESTAÇÃO
ADAPTAÇÃO MATERNA À GESTAÇÃO
MODIFICAÇÕES
NA
GESTAÇÃO

SINAIS E
SINTOMAS

LIMITE ENTRE
FISIOLOGIA E
PATOLOGIA
Sinais de Probabilidade (cerca de 2 meses)

- Suspensão da menstruação (amenorréia)


- Cianose na vulva (sinal de Klüge)
- Cianose da vagina (sinal de Jacquemier)
- Pulsação vaginal (sinal de Osiander)
- Fundo de saco vaginal ocupado pelo
corpo uterino
- Rechaço vaginal (sinal de Puzos)
- Colo flexível, amolecido.
• Sinais de Probabilidade
 Flexibilidade do istmo uterino (sinal de McDonald)
 Hipertrofia do útero (sinal de Noble) e alteração
da forma uterina (sinal de Piskacek)
- Modificação das glândulas mamárias
- ↑ volume,
- Rede venosa superficial visível– sinal de Halter
- Hipertrofia dos tubérculos de Montegomery
- Decréscimo dos mamilos
- ↑ da pigmentação das aréolas
- Secreção e presença de estrias
- Aumento do volume uterino
Sinais de Certeza

- Movimentos do feto (18 semanas)


- Batimentos cardio fetais (20 a 21
semanas)
- Sopro uterino
- Rechaço uterino - sinal de Puzos
(entre 16 e 18 semanas)
- Palpação de segmentos fetais (18
semanas)
1. POSTURA E DEAMBULAÇÃO
• Aumento uterino/saída da pelve –
• Aumento das mamas
• Centro de gravidade desviado para frente,
corpo se joga para trás - compensação
involuntária
• Queixas comuns: cervicalgia e lombalgia.
• Deambulação = andar dos "gansos“ - passos
curtos, base alargada, ângulo dos pés mais
aberto.
2. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
• Anemia Ferropriva: hb < 11 g% - maior
necessidade do ferro.
• Anemia é quase fisiológica - deve-se
suplementar ferro / ácido fólico prevenir
surgimento a partir da descoberta (MS).
• Outro fator que contribui para redução do
htc/hb é a hemodiluição, sobretudo no final
da gravidez.
2. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
• Elevação dos leucócitos: às custas de
neutrófilos, chegando a 12 mil/mm3 ou
mesmo a 20-30 mil/ mm3 no parto,
normalizando em 6-7 dias.
• Plaquetas: podem diminuir discretamente no
3º trimestre ( coag. intrav.).
• Redução das proteínas plasmáticas:
sobretudo da albumina.
• Lipídios: triglicerídios, colesterol - também
estão aumentados = hormônios esteróides.
2. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
• Fatores da coagulação: estão aumentados e
anticoagulantes diminuídos – gravidez =
“estado de hipercoagulabilidade” - controle
perdas sangüíneas após o secundamento.
• Estado de hipercoagulabilidade começa a
reverter cerca de 1 hora após o parto.
• Parto normal: perda de 500ml de sangue.
• Cesárea: perda de 1000ml de sangue, em
média.
3. SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Diafragma se eleva e o coração fica mais
horizontalizado.
• Volume cardíaco, assim como o volume
sistólico estão aumentados.
• Pode haver hipertrofia cardíaca na gravidez.
• Sopros sistólicos podem ocorrer devido a
hemodiluição / Anemia.
• Taquicardia podem surgir.
• ECG alterado pode ocorrer
3. SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Volume-minuto está aumentado.
• No decúbito dorsal, por compressão da veia
cava e redução do retorno venoso, há
redução do volume-minuto.
• No parto/cesárea: pode ser necessário
deslocar manualmente o útero para a
esquerda na ocorrência de hipotensão.
3. SISTEMA CARDIOVASCULAR

• Pressão venosa MMII: 3 vezes maior na


gravidez pela compressão da cava e vasos
pélvicos, dificultando o retorno venoso,
aumentando a incidência/piora de varizes,
hemorróidas e causando edema MMII.
4. SISTEMA URINÁRIO
• 80% tem dilatação ureteral,bloqueio
mecânico do fluxo ureteral.
• Retardo fluxo urinário = maior predisposição
da grávida a ter ITU.
• Bexiga elevada pelo útero - refluxo de urina
• Fluxo plasmático renal e a taxa de filtração
glomerular estão aumentados.
4. SISTEMA URINÁRIO
• Creatinina e uréia estão reduzidas para cerca
de 2/3. A redução da uréia se deve a baixa
degradação de proteínas.
• Redução dos uratos na urina pela sua maior
reabsorção pelo rim.
• Filtração glicose rim  50% - capacidade
reabsorção tubular permanece igual =
glicosúria fisiológica.
• Atenção!!! Glicosúria pode estar relacionada
com estado pré-diabético da gestante.
4. SISTEMA URINÁRIO

• Cuidar níveis de creatinina e uréia!!! Já que


baixam na gravidez.
• Níveis endógenos elevados ácido úrico (>4,5)
podem significar sinal precoce de pré-
eclâmpsia.
• Proteinúria até 300mg/24hs = normal.
5. SISTEMA RESPIRATÓRIO
• Consumo de O2 aumenta 20-30%.
• Abertura últimas costelas - diafragma se eleva
em 4 cm, aumentando seu diâmetro transverso
em 2 cm.
• Comum sensação de dispnéia
• Queixa de dispnéia está presente em 60-70%.
5. SISTEMA RESPIRATÓRIO

• Volume-minuto ventilatório aumenta -


clinicamente notado como hiperventilação
(discreto aumento FR), com conseqüente
redução da pCO2.
• Progesterona elevada estimula centro
respiratório, mantendo a hiperventilação.
6. EQÜILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
• Hiperventilação, com eliminação de CO2, leva
à constante alcalose respiratória.
• Aumento dos ácidos metabólicos para tentar
compensar alcalose respiratória.
• Ácidos permanecem sempre um pouco
aumentados, pois, hiperventilação prevalece,
havendo sempre algum grau de alcalose a
ser compensada.
• Gestante mantém PH sangüíneo sempre no
limite superior da normalidade – ácidos não
são suficientes para compensar totalmente a
alcalose, a qual prevalece discretamente.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Feto exige 150Kcal/dia a mais para suprir
maior gasto energético e necessidades do
feto.
• Feto necessita de glicose e aminoácidos para
seu crescimento, extraindo-os da mãe
constantemente.
• Mãe poupa glicose p/ feto, reduzindo seu
consumo periférico: ação de hormônios anti-
insulínicos - HLP, estrogênio, progesterona,
cortisol, prolactina e glucagon.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Hormônios causam resistência periférica à
insulina, o que estimula a produção de mais
insulina.
• Conseqüência: Hiperinsulinismo + resistência
periférica à insulina - mantém certo grau de
hiperglicemia materna para que não falte
glicose para o feto.
• Glicose vai para o feto por difusão facilitada -
feto apresenta glicemia cerca de 20 mg%
abaixo da mãe.
• Se deficiência na produção de insulina - não
haverá hiperinsulinismo = Intolerância/DMG.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Ácidos graxos livres não atravessam a
placenta - não são úteis ao feto - mãe
armazena ácidos graxos para sua própria
reserva, síntese hormônios e lactação.
• Cálcio: retido pelo organismo materno visando
reservas para a lactação.
• Fósforo: tecido ósseo e metabolismo
energético - demanda cresce no último
trimestre - uso de polivitamínicos na gestação!
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Iodo: excretado em maior quantidade na
urina, assim, a gestante é carente de iodo,
devendo ser também suplementado.
• Magnésio: está diminuído, podendo a
gestante ter mialgia em função desta
carência.
• Hipovitaminose A: pode estar relacionada
com defeitos na embriogênese/anomalias
congênitas.
• Complexo B: necessárias ao metabolismo
energético.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Carência de ácido fólico: além de causar
anemia, precocemente na gestação, pode
causar malformações do tubo neural (olhos e
face), além de RCIU.
• Carência de vitamina C: em graus elevados
pode ocasionar abortamento e/ou morte fetal.
• Vitamina D: importante para absorção do
cálcio e fósforo, essenciais para a estrutura
óssea, tendo sua demanda aumentada - sol.
• Vitamina E: aumentam seus níveis na
gestação - fator protetor de abortamento e de
envelhecimento precoce da placenta.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Vitamina K: aumentada na gestação -
fundamental no mecanismo anti-
hemorrágico.
• Mecanismo hidroeletrolítico: sistema renina-
angiotensina-aldosterona está hiperativo,
aumentando a reabsorção tubular de sódio -
volume plasmático aumentado, precisando
de maior quantidade de sódio a fim de
manter a osmolaridade do plasma.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• 70% do aumento de peso na grávida é água.
• Pelo aumento do volume plasmático, há
redistribuição de fluidos entre os espaços
intra e extracelular, e intersticial, este último
causando edema fisiológico(tornozelo) -
cuidado c/ edema mais intenso/generalizado
- pode estar associado a DHEG.
• Enzimas: envolvidas na nutrição, como a
glicose-6-fosfatase (glicose), desidrogenases
(Krebs) e fosfatase alcalina (transporte ativo),
estão elevadas na gestação.
7. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
• Ocitocinase: está bastante aumentada no
início da gravidez, diminuindo próximo ao
termino, tendo a função de inibir a ocitocina,
evitando o desencadeamento precoce do
parto.
• Hormônios tireoidianos: BHCG e estrógenos
competem nos receptores de TSH –
hiperfunção.
8. SISTEMA DIGESTIVO
• Motilidade bastante diminuída.
• Muita fome e sede - muda qualitativamente
alimentação - avidez por frutas ácidas,
alimentos condimentados, conservas, café,
frituras e etc.
• Aversão a certos alimentos, podendo ocorrer
náuseas e vômitos.
• Boca: pode haver hiperemia, edema e
sangramento gengival, sialorréia,
periodontite, cáries(comuns) - cuidar da
saúde bucal da gestante!
• Pirose: 50% das gestantes, sobretudo após
5º mês.
8. SISTEMA DIGESTIVO
• Estômago: elevado pelo aumento uterino,
motilidade diminuída, tempo de esvaziamento
aumentado.
• Alças de delgado empurradas para cima
/esquerda - cólon se eleva levando o apêndice
para cima/direita (atenção para topografia
apendicite gestação!).
• Intestino tem trânsito enlentecido (útero/ação
progesterona), gerando constipação e
meteorismo.
9. PELE E ANEXOS
• Hiperpigmentação da pele, sobretudo na
gestante mais exposta ao sol e em geral no
último trimestre. O local mais freqüente é a
face - cloasma, também ocorrendo em vulva,
cicatrizes, nevos, linha alba e aréola.
• Estrias são comuns, em geral após 6º mês, em
abdômen e mamas. Ocorre por distensão da
pele, com rotura do tecido sub-epitelial(derme).
Com o tempo melhoram, porém, não revertem
(profilaxia? = não engordar/óleo/hidratante).
9. PELE E ANEXOS
• Hipertricose: em geral de grau leve, com pêlos
na face, abdômen, etc. Reverte após parto.
• Eritema palmar: comum, acentuando-se com
decorrer da gesta (aumento vascularização).
• Glândulas sudoríparas e sebáceas: sofrem
hipertrofia e hiperfunção, com aumento da
sudorese e secreção sebácea.
• Pontilhado (glândulas) ao redor da aréola =
Sinal de Hunter.
10. OSSOS E ARTICULAÇÕES
• Alta demanda fetal de cálcio - grau discreto de
osteopenia, sendo raros distúrbios graves
como osteomalacia ou osteoporose.
• Articulações tem maior mobilidade na
gestação, sobretudo nas articulações sacro-
ilíacas e sínfise púbica.
• Modificações articulares provenientes ação
estrogênio que ocasiona retenção líquida no
tecido conjuntivo articular.
11. SISTEMA NERVOSO
• Distúrbios passageiros da função motora,
sensitiva ou mental como: tremores,
contraturas, hiperemese, parestesias, hipotonia
vesical, alterações vasomotoras, convulsões,
etc.
• Convulsões = podem ocorrer por retenção
hídrica ou hiperventilação.
• Enxaqueca = retenção hídrica.
• Alterações de humor, depressão, e reações
maníacas podem ser causadas por alterações
bioquímicas.
• Sonolência, fadiga e lentidão psicomotora são
típicas da ação da progesterona.
12. ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
• Aumento da vascularização destes órgãos.
• Hipertensão ocular no último trimestre,
decorrente de espasmos / estreitamentos
arteriolares localizados.
• Hipersecreção lacrimal é freqüente.
• Patologias oculares na gestação são raras.
• Epistaxe é comum pelo aumento da
vascularização das mucosas de modo geral, o
que também favorece obstrução nasal e rinite.
12. ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
• Diminuição da acuidade auditiva durante a
gestação, zumbidos e vertigens.
• Parestesias em extremidades, alterando o tato.
• Alterações gustativas – edema e congestão
língua.

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