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Verificar a resposta e a respiração em

crianças e infantes

Avaliar a resposta e a respiração em crianças e bebês é um componente


crítico do Suporte Básico de Vida (BLS) pediátrico. Crianças e bebês não
são simplesmente adultos em miniatura - suas necessidades fisiológicas,
estruturas anatômicas e as respostas aos ferimentos ou doenças são
diferentes, portanto, as técnicas de avaliação e intervenção também devem
ser adaptadas.

Verificar a resposta: A primeira etapa ao avaliar uma criança ou um bebê


é verificar a resposta. Você pode fazer isso tocando gentilmente a criança e
falando com ela. Para os bebês, um estímulo leve, como dar um tapinha
suave no pé, pode ser eficaz. Se a criança ou o bebê responder ao seu toque
ou à sua voz, isso indicará que eles estão conscientes. Se eles não
responderem, isso indicará que eles estão inconscientes e precisarão de
mais ajuda.

Para as crianças que estão conscientes, o nível de consciência pode ser


avaliado usando a escala AVDI (Alerta, Responde à Voz, Responde à Dor,
Inconsciente). Esta escala ajuda a determinar se a criança está totalmente
alerta, responde apenas à voz ou à dor, ou está inconsciente.

Verificar a respiração: Após verificar a resposta, o próximo passo é


verificar a respiração. Isso é feito olhando, ouvindo e sentindo a respiração.

Ao avaliar a respiração de uma criança ou de um bebê, é importante notar


que as taxas respiratórias normais variam de acordo com a idade. Bebês
tendem a ter taxas respiratórias mais altas do que as crianças mais velhas, e
estas taxas respiratórias podem ser mais altas ainda em resposta ao estresse
ou doença.
Avalie a respiração observando a subida e descida do peito e do abdômen,
ouvindo sons respiratórios e sentindo o fluxo de ar na boca ou nariz da
criança. Observe a frequência, profundidade, ritmo e esforço da respiração.
Sinais de problemas respiratórios incluem respiração rápida ou lenta
demais para a idade da criança, respiração superficial, uso de músculos
acessórios para respirar, ruídos respiratórios anormais e coloração azulada
na pele, lábios ou unhas (cianose).

Em crianças inconscientes, se a respiração estiver presente, mas não houver


resposta, deve-se iniciar a respiração de recuperação, se adequado e seguro.
Se a respiração estiver ausente ou inadequada (por exemplo, apenas
gasping), deve-se iniciar imediatamente a Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP).

Lembre-se de que a avaliação pediátrica deve ser feita com cuidado,


considerando as diferenças físicas e fisiológicas entre crianças, bebês e
adultos. Além disso, o conforto e o bem-estar emocional da criança devem
ser levados em conta durante a avaliação e o tratamento. O treinamento em
BLS pediátrico é essencial para garantir que sejam usadas as técnicas
corretas ao lidar com crianças e bebês em situações de emergência.

A Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é uma habilidade de salvamento


de vida que é essencial para todos os socorristas, incluindo aqueles que
trabalham com crianças e bebês. Realizar RCP em crianças e bebês tem
suas próprias diretrizes, que levam em conta a anatomia e a fisiologia
específicas dessas faixas etárias.
RCP em crianças (idade de 1 a puberdade):

1. Verifique a resposta e a respiração: Se a criança não responder ao


toque ou à voz e não estiver respirando normalmente, inicie a RCP.

2. Peça ajuda: Se estiver sozinho, realize RCP por dois minutos antes
de ligar para os serviços de emergência. Se tiver outra pessoa
disponível, peça que ela ligue enquanto você inicia a RCP.

3. Compressões torácicas: Coloque a base de uma mão no centro do


tórax da criança, abaixo da linha dos mamilos. Pressione com
firmeza, mas com cuidado, a uma profundidade de aproximadamente
um terço do diâmetro do peito da criança, a uma taxa de 100-120
compressões por minuto.

4. Ventilações de resgate: Depois de 30 compressões, abra as vias


aéreas da criança levantando o queixo e inclinando a cabeça para
trás. Feche as narinas da criança e cubra a boca dela com a sua,
criando uma vedação. Dê 2 respirações de resgate, cada uma durando
cerca de um segundo e fazendo o peito da criança se elevar.

5. Continue a RCP: Continue alternando entre 30 compressões e 2


respirações até que a ajuda médica chegue ou a criança comece a
responder.
RCP em bebês (menos de 1 ano de idade):

1. Verifique a resposta e a respiração: Se o bebê não responder ao


estímulo e não estiver respirando normalmente, inicie a RCP.

2. Peça ajuda: Se estiver sozinho, realize a RCP por dois minutos antes
de ligar para os serviços de emergência. Se tiver outra pessoa
disponível, peça que ela ligue enquanto você inicia a RCP.

3. Compressões torácicas: Coloque dois dedos (indicador e médio) no


centro do peito do bebê, logo abaixo da linha imaginária entre os
mamilos. Pressione com firmeza, mas com cuidado, a uma
profundidade de aproximadamente um terço do diâmetro do peito do
bebê, a uma taxa de 100-120 compressões por minuto.

4. Ventilações de resgate: Depois de 30 compressões, abra as vias


aéreas do bebê inclinando a cabeça para trás e levantando o queixo.
Cubra a boca e o nariz do bebê com a sua boca e dê 2 respirações de
resgate, cada uma durando cerca de um segundo e fazendo o peito do
bebê se elevar.

5. Continue a RCP: Continue alternando entre 30 compressões e 2


respirações até que a ajuda médica chegue ou o bebê comece a
responder.

Lembre-se, as crianças e os bebês são mais susceptíveis do que os adultos à


falta de oxigênio. Assim, ao contrário da RCP em adultos, onde as
compressões torácicas podem ser priorizadas, a RCP em crianças e bebês
deve enfocar tanto as compressões quanto as ventilações de resgate.

Estas diretrizes são baseadas no consenso internacional mais recente sobre


RCP, mas podem sofrer alterações. Portanto, é sempre importante receber
treinamento atualizado e certificado de uma organização reconhecida,
como a American Heart Association (AHA) ou o Red Cross.
O uso de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) é uma parte
importante do Suporte Básico de Vida, especialmente em situações de
parada cardíaca. As diretrizes para o uso de um DEA em crianças e bebês
diferem das diretrizes para adultos, dada a diferença de tamanho e as
necessidades fisiológicas desses pacientes mais jovens.

Uso de DEA em crianças (de 1 ano de idade até a puberdade)


Para crianças nesta faixa etária, você pode usar um DEA padrão se um
DEA pediátrico com pads/pás especiais não estiver disponível. No entanto,
se estiver disponível um DEA com pads/pás pediátricos (geralmente para
crianças de 1 a 8 anos), deve-se usar esses pads/pás, pois eles fornecem
uma carga de energia menor, mais adequada para o tamanho de uma
criança.
1. Ative o DEA: Ligue o DEA e siga as instruções de voz ou visuais.

2. Aplique os pads/pás do DEA: Coloque um pad/pá no meio do peito


da criança, abaixo da clavícula. Coloque o segundo pad/pá nas costas
da criança, abaixo da escápula, longe do primeiro pad/pá. Para DEA
padrão, se os pads/pás forem muito grandes e houver risco de se
tocarem, podem ser colocados um na frente do peito e outro nas
costas.

3. Analise o ritmo cardíaco: Permita que o DEA analise o ritmo


cardíaco da criança. Certifique-se de que ninguém esteja tocando na
criança durante esta fase.

4. Forneça a desfibrilação, se necessário: Se o DEA determinar que


um choque é necessário, siga as instruções para administrar o
choque. Certifique-se de que ninguém esteja tocando na criança
durante a desfibrilação.
Uso de DEA em bebês (menos de 1 ano de idade)
Embora o uso de um DEA em bebês (menores de 1 ano de idade) não seja
ideal, é permitido quando não há outra opção viável. Um DEA manual com
um profissional treinado é a melhor opção, mas esses não são comumente
encontrados fora do ambiente hospitalar.
1. Ative o DEA: Ligue o DEA e siga as instruções de voz ou visuais.

2. Aplique os pads/pás do DEA: Se disponíveis, use pads/pás


pediátricos. Posicione um pad/pá no peito do bebê e o outro nas
costas, de forma que não se toquem. Se os pads/pás pediátricos não
estiverem disponíveis, use os pads/pás de adulto.

3. Analise o ritmo cardíaco: Permita que o DEA analise o ritmo


cardíaco do bebê. Certifique-se de que ninguém esteja tocando no
bebê durante esta fase.

4. Forneça a desfibrilação, se necessário: Se o DEA determinar que


um choque é necessário, siga as instruções para administrar o
choque. Certifique-se de que ninguém esteja tocando no bebê
durante a desfibrilação.

Lembre-se, as diretrizes e as práticas podem mudar com o tempo e


conforme novas pesquisas e informações são disponibilizadas. Portanto, é
sempre importante receber treinamento atualizado e certificado de uma
organização reconhecida, como a American Heart Association (AHA) ou o
Red Cross.

A prática com manequins e cenários simulados é uma parte fundamental do


treinamento em Suporte Básico de Vida (BLS). Proporciona uma
oportunidade segura e controlada para os alunos praticarem suas
habilidades e se prepararem para situações de emergência da vida real. Este
tipo de treinamento ajuda a reforçar o conhecimento teórico, construir a
confiança e a familiaridade com as técnicas, e promover a competência
prática.
Manequins:
Os manequins usados no treinamento BLS são projetados para simular a
anatomia humana. Existem manequins de adulto, criança e bebê, que
permitem que os alunos aprendam e pratiquem as diferenças técnicas
necessárias para cada grupo etário. Além disso, os manequins geralmente
têm recursos que permitem aos alunos praticar habilidades específicas,
como RCP, desobstrução das vias aéreas e uso de um DEA.

Os manequins podem fornecer feedback físico e, em alguns casos,


feedback digital para ajudar os alunos a melhorar. Por exemplo, os
manequins de RCP podem clicar ou acender uma luz quando as
compressões são realizadas na profundidade correta. Alguns modelos mais
avançados podem até fornecer feedback em tempo real sobre a taxa de
compressão, profundidade, ventilação e outros parâmetros.

Cenários simulados:
Os cenários simulados ajudam a contextualizar as habilidades aprendidas e
a aplicá-las em situações que imitam emergências da vida real. Eles podem
variar desde situações simples, como uma única vítima de parada cardíaca
em um ambiente controlado, até cenários mais complexos que envolvem
múltiplas vítimas, ambientes desafiadores e a necessidade de trabalho em
equipe e comunicação.

Os cenários são geralmente guiados por um instrutor que pode controlar o


cenário, ajustar as variáveis e fornecer feedback. Isso permite que os alunos
experimentem uma variedade de situações e aprendam a adaptar suas
habilidades e conhecimentos a diferentes circunstâncias.

Os cenários também promovem o desenvolvimento de habilidades não


técnicas importantes, como comunicação, trabalho em equipe, liderança,
tomada de decisão e gerenciamento de estresse. Essas habilidades são
fundamentais em uma situação de emergência real, onde o socorrista terá
que trabalhar com outras pessoas, tomar decisões sob pressão e manter a
calma e o foco.
No geral, a prática com manequins e cenários simulados é um componente
insubstituível do treinamento em BLS. Permite que os alunos aprendam e
pratiquem de maneira segura e eficaz, preparem-se para situações de
emergência da vida real e, finalmente, estejam prontos para prestar
atendimento que pode salvar vidas quando for necessário.

O exame de avaliação é uma parte crucial do processo de socorro em uma


situação de emergência. Ele permite que o socorrista identifique
rapidamente a condição da vítima e determine as medidas de suporte básico
de vida (BLS) que precisam ser tomadas.

O exame de avaliação geralmente segue um protocolo padronizado para


garantir que todas as informações vitais sejam coletadas de forma
sistemática e eficiente. Na maioria dos casos, isso segue a abordagem
ABCD (Airway - Vias aéreas, Breathing - Respiração, Circulation -
Circulação e Disability - Deficiência/Incapacidade).

1. Airway (Vias aéreas): A primeira coisa a ser verificada é se as vias


aéreas da vítima estão desobstruídas. Isso geralmente é feito abrindo a boca
da vítima para verificar se há qualquer obstrução visível. Se a vítima estiver
inconsciente, a posição da cabeça e do pescoço pode precisar ser ajustada
para garantir que a língua não bloqueie a via aérea.

2. Breathing (Respiração): Em seguida, o socorrista deve verificar se a


vítima está respirando. Isso pode ser feito observando o peito da vítima
para ver se ele está se movendo, ouvindo sons de respiração e sentindo a
respiração no rosto do socorrista. Se a vítima não estiver respirando, ou
estiver tendo dificuldade para respirar, o socorrista precisará iniciar as
medidas de suporte respiratório, como a respiração boca-a-boca ou a
utilização de um saco-máscara.
3. Circulation (Circulação): O próximo passo é verificar a circulação da
vítima, normalmente por meio de verificar o pulso. Isso pode ser feito
colocando dois dedos na artéria carótida (no pescoço) ou na artéria radial
(no pulso). Se não houver pulso, ou se ele for fraco ou irregular, o
socorrista precisará iniciar a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP).

4. Disability (Deficiência/Incapacidade): Por fim, o socorrista avalia o


nível de consciência da vítima. Isso é frequentemente avaliado usando a
escala AVDI (Alerta, Resposta à Voz, Resposta à Dor, Inconsciente). Com
base na resposta, o socorrista pode ter uma ideia da gravidade da situação e
das ações necessárias.

Em cada estágio do exame de avaliação, o socorrista está coletando


informações cruciais que informarão suas próximas ações. É fundamental
lembrar que o exame de avaliação deve ser feito de maneira rápida e
eficiente para maximizar as chances de recuperação da vítima. Uma
avaliação apropriada é a base para um tratamento efetivo e pode fazer a
diferença entre a vida e a morte em uma situação de emergência.

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