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VITALIDADE FETAL: PERFIL BIOGÍSICO E DOPPLERVELOCIMETRIA

VITALIDADE FETAL:
PERFIL BIOFÍSICO E
DOPPLERVELO
CIMETRIA

OBSTETRÍCIA 1
VITALIDADE FETAL: PERFIL BIOGÍSICO E DOPPLERVELOCIMETRIA

VITALIDADE FETAL:
PERFIL BIOFÍSICO E
DOPPLERVELO
CIMETRIA

CONTEÚDO: CÍNTIA MELLO


CURADORIA: PAULO MAURÍCIO

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VITALIDADE FETAL: PERFIL BIOGÍSICO E DOPPLERVELOCIMETRIA

SUMÁRIO

VITALIDADE FETAL ....................................................................................... 4

MÉTODOS DE AVALIÇÃO – BIOFÍSICOS: ................................................. 4

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 10

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VITALIDADE FETAL - Hipertireoidismo não controlado;


- História de gestação anterior com CIUR
A avaliação da vitalidade fetal tem (Crescimento Intrauterino Restrito): pré-
como objetivo avaliar o bem estar fetal e eclâmpsia, descolamento prematuro de
identificar possíveis riscos fetais placenta (DPP);
(morbidade e mortalidade), de modo a - História prévia de perda fetal não
atuar preventivamente, buscando a explicada ou recorrente.
segurança para o concepto e promovendo - Outras doenças sistêmicas maternas que
um maior benefício sobretudo para as elevem o risco gestacional.
gestações de alto risco.
A avaliação da vitalidade fetal deve Relacionadas à Gestação:
iniciar com 32 semanas de gestação, caso
não ocorram complicações gestacionais - Movimento Fetal-Reduzido;
que justifiquem sua ocorrência de forma - Hipertensão gestacional;
precoce. Os riscos de sofrimento fetal são - Pré-eclâmpsia;
divididos entre doenças maternas e - Diabetes mellitus gestacional (DMG) em
intercorrências na gestação. uso de medicação ou não controlada;
Dessa forma, são Indicações de - CIUR;
avaliação da vitalidade fetal anteparto: - Gestação prolongada;
- Oligo ou Polidramnia;
Relacionadas à Mãe: - Isoimunização;
- Ruptura Prematura de Membranas;
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
- Gestação gemelar monocoriônica, com
Crônica;
discrepância de crescimento;
- Diabetes mellitus prévia (DM) – se
- Outros distúrbios fetais que elevem o
compensada e em uso de insulina: iniciar
risco gestacional.
com 32 semanas; caso descompensada:
26 semanas;
- Doença Renal Crônica (DRC);
MÉTODOS DE AVALIÇÃO –
- Doença Cardíaca Cianótica; BIOFÍSICOS:
- Obesidade mórbida;
- Hemoglobinopatias, tais como: anemia • Perfil Biofísico Fetal:
falciforme, talassemia;
Avalia o bem estar fetal através de
- Síndrome do Anticorpo Fosfolipídeo;
parâmetros físicos e funcionais do feto
- Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES);

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além da estimativa do volume do líquido do líquido. Divide-se o útero em quatro


amniótico, via exames cardiotocográficos e quadrantes e a avaliação de cada um é
ultrassonográficos. Juntamente com a realizada num ângulo de 90º.
CTG, reflete a integridade funcional do
SNC e reflete o estado de oxigenação fetal. Sendo assim o ILA:
E assim, predizem o sofrimento fetal.
São avaliados os parâmetros de: Normal: 8,0 a 18 cm;
movimento fetal, tônus fetal, aceleração Diminuído: 5 a 7,9 cm;
transitória da frequência cardíaca fetal Oligodramnia: < 5 cm;
(CTG), movimento respiratório fetal, Aumentado: 18 a 24 cm;
volume de líquido amniótico. Na sua Polidramnia: >24 cm
versão simplificada: CTG e volume do
líquido amniótico. Esses valores descritos acima são
Boa parte do líquido amniótico é para facilitar a memorização dos conceitos,
proveniente da urina do feto, de modo que entretanto o ideal é a verificação do
alterações anatômicas na via urinária ou percentil em que o volume líquido
sistema digestivo fetal podem alterar o amniótico se encontra de acordo com a
volume de líquido, sem, no entanto, idade gestacional. As variáveis biofísicas
representar sofrimento fetal. O índice do do feto são reunidas em uma tabela e
líquido amniótico (ILA) ou o maior bolsão pontuadas para se fazer a avaliação fetal
vertical (MBV) são os principais pelo perfil biofísico fetal (PBF):
parâmetros utilizados para quantificação

Variável Biofísica Nota = 2 Nota = 0

Umbilical-desfavorável
CTG Basal Reativo
Grave/Terminal/Não reativo
Movimentos respiratórios ≥1 episódio de ≥30 segundos
Ausente ou < 30s
fetais de duração
1 MF rápido de
Movimento Fetal Ausência de MF; MF lento de extensão;
extensão-flexão;

Movimento dos membros em total exten-


Abertura e fechamento das
Tono Fetal são;
mãos
reflexo de ‘’alarme’’ negativo

Volume do
Normoidramnia Oligoidramnia
Líquido aminiótico

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Pontuação Risco de Asfixia

10/10 ou 8/10 (vLa normal) 1/1000 dentro de uma semana e não houver intervenção

8/10 (vLa anormal) 89/1000 dentro de uma semana e não houver intervenção

6/10 (vLa normal) Suspeito repetir em 24 horas ou interrupção da gestação

6/10 (vLa anormal) 89/1000 dentro de 1 semana se não houver intervenção

0-4/10 91 a 600/1000 dentro de uma semana se não houver intervenção

A polidramnia, apesar de não ser uma


situação normal, não recebe pontuação 0. Pela avaliação biofísica, o falso-negativo
Isso se deve ao fato do líquido amniótico para óbito fetal é de 0,07%. O
ser um protetor do cordão umbilical, isto é,
Falso-negativo para resultados perinatais
essa pontuação do perfil biofísico serve
adversos (óbito perinatal, cesárea por
para avaliar o risco do feto sofrer asfixia,
sofrimento fetal, Apgar no quinto minuto
mas se o bebê tem muito líquido amniótico
inferior a sete, convulsões neonatais ou
(polidramnia), isso não aumenta o risco de
hemorragia intracraniana) é de 5,1%.
asfixia.
• Dopplervelocimetria:
Por outro lado, a oligodramnia
aumenta o risco de asfixia, uma vez que o O Dopplervelocimetria é um exame de
cordão umbilical fica sem a proteção do mensuração das velocidades de fluxo em
líquido amniótico. Caso seja comprimido, o vasos da circulação materna e fetal, a qual
feto pode ter uma hipóxia aguda. É por isso visa a avaliação indireta da função
que a oligodramnia tem um prognóstico placentária (insuficiência placentária) e da
reservado. A polidramnia, contudo, não resposta fetal à hipoxemia.
representa obrigatoriamente um bom Ele fornece informações a respeito do
prognóstico. Apesar de não aumentar o fluxo uteroplacentário e da resposta
risco de asfixia, a gestação vai ter outros circulatória fetal a eventos fisiológicos e
riscos, como descolamento de placenta, patológicos.
rotura precoce da bolsa, prolapso de Tem sido amplamente utilizado na
cordão (em caso de amniorrexe) entre avaliação da resistência dos vasos e a
outros. leitura é realizada por meio índices

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dopplervelocimétricos: relação Dopplervelocimetria para avaliar o fluxo


sístole/diástole (A/B), que corresponde à das artérias uterinas da gestante e nas
razão entre o pico sistólico e a velocidade Artérias Cerebral Médial e Umbilical.
diastólica final; o índice de resistência (IR), Em torno da 24ª semana de
o qual representa a divisão da diferença gestação, a resistência dessas artérias
entre o pico sistólico e a velocidade (uterinas) diminui, exceto em pacientes
diastólica final com o pico sistólico; e o que têm pré-eclâmpsia. Normalmente,
índice de pulsatilidade (IP) que é a razão da contêm incisuras, que vão ficando cada
diferença entre o pico sistólico e a vez mais cheias e mais abertas no trajeto.
velocidade diastólica final. A presença de incisuras bilaterais pode
O sonar pode ser utilizado dentro do comprometer o fluxo sanguíneo e pode ser
corpo humano, pois existem várias um preditor insuficiência placentária (pré
estruturas sólidas. Se um objeto está eclampsia e CIUR).
parado, o sonar transmite uma frequência;
se estiver em movimento, a frequência
muda. Esse princípio é usado no exame de

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Um fator que cause a insuficiência Assim, a hipóxia fetal leva à


placentária pode ter duas consequências – vasodilatação da Artéria Cerebral Média
aumentar a resistência nas artérias (redução da resistência). As resistências e
espiraladas e retardar o crescimento pulsatilidade da artéria umbilical são de
intrauterino. O aumento na resistência das certo modo inversamente proporcionais à
artérias espiraladas diminui a pressão artéria cerebral média e seu índice de
intracotiledonária e pode gerar resistência geralmente é em torno de 0,5.
oligoidramnia. O crescimento intrauterino
retardado diminui a produção de urina e de Quando ocorre a alteração
líquido pulmonar, e como boa parte do (inversão) das resistências dessas 2
líquido amniótico é proveniente da urina artérias, ocorre um fenômeno chamado de
fetal, novamente a gestante pode ter centralização fetal. Na centralização existe
oligoidramnia. O problema da um favorecimento do fluxo sanguíneo para
oligoidramnia, como visto, é que o líquido o coração, SNC e adrenais. Na
amniótico é fator protetor para o cordão centralização existe diminuição de
umbilical. Se a gestante tem oligoidramnia, resistência na Artéria cerebral média e
o cordão umbilical pode ser comprimido e aumento da resistência da Artéria
gerar um quadro de sofrimento fetal. Umbilical.

Os vasos cerebrais, as coronárias e Quando se chega na diástole zero (a


as artérias umbilicais são os vasos com resistência chega a 0) ou diástole reversa,
maior fluxo de sangue. Numa situação de perde-se o parâmetro de
hipóxia, o coração tende a levar cada vez acompanhamento da insuficiência
mais o sangue mal oxigenado para a cardíaca pela artéria umbilical e a avaliação
placenta, que fica cada vez mais resistente, passa a ser feita pelo ducto venoso (outro
restringindo o fluxo na artéria umbilical. À parâmetro biofísico). Todas essas
medida em que a resistência vai alterações estão ligadas ao coração
aumentando, o sangue para no cordão esquerdo. Na medida em que a resistência
umbilical antes de terminar a diástole. chega a 0, isso se reflete retrogradamente,
até que a análise do movimento do sangue
Isso vai provocar acidemia, aumento de vai apresentar uma onda 'a' reversa ou
pCO2, vasodilatação cerebral e aumento ausente no ducto venoso.
do risco fetal.

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Nesse momento tem-se a


insuficiência cardíaca instalada. O
acompanhamento pelo Ducto venoso é
realizado somente entre 24 e 32 semanas.
Após 32 semanas (na maior parte dos
casos), alterações importantes de fluxo na

artéria Umbilical indicam


interrupção da gravidez. A
cardiotocografia demora um pouco mais
de tempo para se alterar, é mais tardia.
Essa insuficiência pode evoluir até a morte
fetal.

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REFERÊNCIAS

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia


(FEBRASGO).

Organização Mundial de Saúde (OMS)

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