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SEMIOLOGIA NEONATAL
Fases evolutivas da infância:
RN: 0 a 28 dias
Lactente: 29 dias a < 2 anos
Pré-escolar: 2 a < 5 anos
Escolar: 5 a 10 anos
Parto:
Tipo de parto: vaginal ou cesariana
Presença de febre materna, história de rotura prematura da bolsa amniótica e tempo
de rotura da bolsa amniótica e características do líquido amniótico
CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
Todo RN deve ser classificado, ao nascer, com os seguintes critérios: peso ao nascer, idade
gestacional, níveis e fenótipos de maturidade e adequação do crescimento intrauterino (peso,
estatura e perímetro cefálico em relação à IG medidos nas primeiras 12h)
RN PIG: fatores adversos, maternos, placentários ou fetais podem resultar em RN com peso ao
nascer abaixo do percentil 10. Quando esses fatores ocorrem desde o início da gestação podem
resultar em RN com comprometimento do peso, estatura e perímetro cefálico = PIG simétricos.
Quando se iniciam no final do segundo e/ou terceiro trimestre de gestação, os RN apresentam
emagrecidos ao nascimento, com perda de tecido subcutâneo e perímetro cefálico maior em
relação ao peso e estatura = PIG assimétricos.
RN GIG: crianças classificadas acima do percentil 90, frequentemente associado à diabetes
materna não controlada na gestação | apresentam padrão normal de crescimento.
Causas da perda ponderal fisiológica: perda de líquidos do RN, ingestão inicial limitada
(colostro é rico em nutrientes e anticorpos mas pobre em gordura), gasto energético para
adaptação ao ambiente extrauterino (manter temperatura corporal, etc)
EXAME FÍSICO DO RN
Exame físico somático: o pediatra, após estabilização do RN ainda na sala de parto, deverá
realizar o exame físico somático (sucinto), monitorando o sistema cardiovascular e respiratório
e verificando presença de anomalias congênitas e lesões traumáticas ocorridas durante o
parto.
Com base nessa avaliação, será definido para qual setor o RN será encaminhado:
alojamento conjunto mãe-filho, unidade neonatal de cuidados especiais e unidade
neonatal de cuidados progressivos (UTIN – UTI neonatal ou UCIN – Unidade de
Cuidado Intermediário Neonatal)
Exame físico de rotina: deve se realizado nas primeiras 12h e vida, com o RN despido ou
semidespido, porém com precauções para evitar hipotermia da criança. O exame deve ser
sistematizado, iniciando o exame físico geral para depois iniciar o exame físico específico no
sentido craniocaudal.
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE DO RN
Logo após o nascimento, avalia-se se o RN começou a respirar, chorar, e se o tônus muscular
está em flexão.
Após essa avaliação, avaliar FC e FR, sendo a FC o principal norteador na decisão de indicar
manobras de reanimação. O índice de Apgar não é indicado para determinar o início da
reanimação.
Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular, suficiente para manter FC
acima de 100bpm.
ESCORE DE APGAR
É um dos métodos mais utilizados para avaliação imediata do RN, principalmente, no primeiro
e no quinto minutos de vida.
O método é capaz de avaliar a adaptação do RN à vida extrauterina.
Esse teste é realizado ao primeiro, quinto e décimo minuto de vida do RN e expressa-se num
índice de 0 a 10.
Sinais avaliados: FC, respiração, tônus muscular, irritabilidade reflexa, coloração da pele.
Leitura: se um APGAR é 7/10, significa que no 1º minuto a pontuação foi 7, e no 5º minuto a
pontuação foi 10.
Escore menor ou igual a 6: indica asfixia. Deverá continuar a ser calculado com intervalos de 5
minutos, até o 20º minuto de vida.
TESTES DE TRIAGEM NEONATAL
1. TRV - TESTE DO OLHINHO
Quando fazer: primeiras 72h
Objetivo: triagem precoce de problemas oftalmológicos congênitos
Exame normal: quando a luz refletida pela retina é vermelha ou amarelo-alaranjado
Principais causas de TRV alterado: catarata congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma
Em caso de alteração: encaminhar para oftalmologista
5. TESTE DA LINGUINHA
Quando fazer: entre 24 e 28h, no máximo até 30 dias de vida
Objetivo: possibilita diagnosticas e tratar precocemente limitações dos movimentos da
língua capaz de detectar se há alguma alteração na membrana da língua capaz de
interferir na amamentação, mastigação, deglutição, higiene oral e fala. | realizado por um
fonoaudiólogo.
Em caso de alteração: realizar frenotomia (freio lingual é cortado)
ICTERÍCIA NEONATAL
Níveis séricos de bilirrubina em RN são crescentes logo após o nascimento | 60% dos RN a
termo e 80% dos RN pré-termo apresentam hiperbilirrubinemia visível na primeira semana de
vida.
Na maioria das situações, o quadro de icterícia pode ser benigno, no entanto, o aumento dos
níveis pode ocasionar encefalopatia bilirrubínica aguda (EBA)
A rápida identificação da hiperbilirrubinemia grave nos RN ≥ 35 semanas (bilirrubina total (BT)
> 20 mg/dL) é importante para prevenção de quadros graves.
Encefalopatia bilirrubínica aguda (EBA): primeiros sinais são inespecíficos, com
dificuldades na sucção e letargia, quando não identificada e tratada, o RN progride p
quadro de irritabilidade, opistótono, choro agudo e convulsões, evoluindo p óbito. As
crianças sobreviventes desenvolvem sequelas neurológicas [kernicterus].
Kernicterus: complicação grave resultante da deposição de bilirrubina indireta nos
tecido cerebrais [bilirrubina indireta é lipossolúvel, o que permite que ela atravesse a
BHE]
FATORES DE RISCO
1. Icterícia nas primeiras 24h
2. Incompatibilidade Rh, ABO
3. Idade gestacional de 35 ou 36sem
4. Dificuldade p estabelecimento do aleitamento
5. Perda de peso superior a 7%
6. Céfalo-hematoma ou equimoses
7. Irmão com icterícia tratado com fototerapia
8. Descendência asiática
9. Deficiência de G6PD
ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO
Principal fator responsável pela icterícia do aleitamento: ingestão reduzida do leite, que
resulta em menor eliminação de bilirrubina e aumento da circulação êntero-hepática
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
A exsanguineotransfusão remove os eritrócitos parcialmente hemolisados e revestidos
por anticorpos, bem como os anticorpos não fixados e os substitui por eritrócitos do
doador sem antígeno sensibilizador.
Indicada quando a fototerapia não consegue impedir a elevação da bilirrubina a níveis
tóxicos.
RN A TERMO SAUDÁVEL
Critérios mínimos para a alta devem ser contemplados:
Boa evolução clínica e EF sem anormalidades que requeira hospitalização
Sinais vitais normais e estáveis durante, no mínimo, 12h antes da alta
Primeira micção e defecção ocorreram espontaneamente
Realização de pelo menos duas mamadas bem-sucedidas
Ausência de sangramento excessivo no local de circuncisão há no mínimo 2h
Avaliação do risco de desenvolvimento de hiperbilirrubinemia
Avaliação para sepse com base nos fatores de risco da mãe
Revisão dos exames sanguíneos maternos e neonatais
Revisão dos exames de sangue e de triagem do RN
Avaliação da competência materna para cuidar do RN
Administração da vacina anti-hepatite B
Conclusão da triagem metabólica e auditiva
Avaliação dos fatores de risco familiares, ambientais e sociais
Identificação de unidade de saúde p atendimento médico ambulatorial
Consultas para acompanhamento definitivos da mãe e do RN
Identificação de barreiras para o acompanhamento adequado
RN PRÉ-TERMO SAUDÁVEL
É considerado apto p alta se cumprir os seguintes critérios
Consegue manter a temperatura corporal em ambiente aberto
Amamentação sem comprometimento respiratório
Apresenta ganho de peso constante
Não apresenta apneia nem bradicardia durante 5 dias
Consegue dormir com a cabeceira no mesmo nível do leito