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Pediatria

UNDB - Centro Universitário


Medicina - Terceiro Período
Tutoria 2
Tutora: Jacira Serra

Mariana Tavares Castelo Branco

Objetivo 1: Distinguir a classificação do recém-nascido de


acordo com a idade gestacional e peso ao nascer.
● Período neonatal:
Intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança
atinge a idade de 27 dias, 23 horas e 59 minutos.
● Objetivos da avaliação de idade gestacional
1. Avaliar o risco de morbimortalidade, a fim de proporcionar
assistência adequada.
2. Identificar e facilitar o reconhecimento do RN quanto à relação entre
seu peso de nascimento e idade gestacional para avaliar seu
crescimento e desenvolvimento intrauterino.
● Conceitos de prematuridade
- OMS, 1950: todo rn vivo com peso de nascimento menor ou igual a
2500g.
- OMS,1961: RN de baixo peso é todo RN vivo com peso de
nascimento inferior a 2500g.
- Academia americana de pediatria, 1970: RN vivo que nasce antes
da 38 semana gestacional.
- OMS atual: Todo RN que nasce antes da 37 semana.
● Classificação atual dos RN
- Pré-termo: nascidos vivos antes da 38 semana
- A termo: nascidos vivos entre 38 e 41 semana e 6 dias
- Pós-termo: nascidos vivos com 42 semanas ou mais
● Classificação quanto à maturidade
- A termo: se for compreendido entre 38 e 42 semanas de idade
gestacional.
- Pré-termo: se for menor que 38 semanas de idade gestacional pela
OMS.
- Pré-termo limítrofe: se for entre 36 e 37 semanas de idade
gestacional.
O RN pode ser classificado quanto
- A idade gestacional (IG)
- Ao peso
- Ao peso e a idade gestacional
● Cálculo da idade gestacional
- História cuidadosamente obtida verificando-se a data da última
menstruação (DUM)
- Exames feitos no início da gestação
- Exame físico geral
- Exame neurológico
● Classificação de acordo com o peso (OMS)
- Baixo peso: < 2.500g
- Normal: > 2.501g e <4000g
- Macrossômico: > 4.001g
● Assistência ao recém nascido (classificação do RN)
- antecipação de problemas clínicos
- Prognóstico de crescimento e desenvolvimento
- Busca inteligente de anomalia congênita inaparente
- QUALIFICA O RISCO DE MORBIMORTALIDADE
● Retardo do crescimento intrauterino
Fatores de risco
- tabagismo
- Hipertensão arterial crônica ou gestacional
- Gestação múltipla
- Infecções perinatais crônicas
- Anomalias congênitas
- Ganho ponderal materno insuficiente
- Sangramento persistente no 2º trimestre
- Consumo de álcool
- Desnutrição materna
Objetivo 2: Correlacionar os achados clínicos do problema com o
crescimento e a fisiologia fetal: sistema cardiovascular
(circulação fetal) e respiratório.
Taquipneia transitória do recém nascido - síndrome do pulmão úmido
- Síndrome clínica com causa na má absorção do líquido pulmonar
fetal que estava presente nos pulmões na vida intra útero, após o
nascimento.
- Durante a vida intra útero os pulmões são preenchidos por líquidos
por não realizarem trocas gasosas, quem realiza a troca gasosa é a
mãe via placenta e cordão umbilical.
- O desenvolvimento intra útero deve produzir o líquido pulmonar que
preencher os alvéolos
- A absorção do líquido precisa ser substituído por ar para assumir a
ventilação.
- Fatores como cesária eletiva

Objetivo 3: Descrever os cuidados imediatos na sala de parto ao


recém-nato de baixo risco e critérios de anormalidade
A assistência imediata são os cuidados prestados ao RN logo após o
nascimento, ou seja, nas duas primeiras horas de parto.
● Assistência ancorada em objetivos
- Observar e avaliar as condições vitais, físicas e comportamentais
- Atender todas as necessidades básicas e específicas do
recém-nascido
- Proteger a criança dos riscos do meio ambiente
- Identificar, precocemente, quaisquer anormalidades
- Intervir profissionalmente nos problemas que ocorrem
- Conhecer o recém nascido e interagir com ele, buscando a
participação da família.
● Como receber o RN?
- Proteção profissional: EPI,S
- Envolver o rn em campo esterilizado para iniciar a secagem das
secreções e aquecimento
- Manter a criança em trendelemburg - facilita a desobstrução das vias
aéreas
- Remover mucosidade e sangue com gaze esterilizada da boca, nariz
e olhos.
- Realizar a aspiração de mucosidade da oro e nasofaringe e verificar
se não há atresia de coanas.
- Completar a secagem
- Manter o RN em berço aquecido e retirar o excesso de líquido
amniótico com compressa macia - minimiza o choque térmico e
restringe as perdas de calor
- Apgar - avaliação da vitalidade do RN
O índice de apgar é realizado para avaliar o RN no 1º e 5º minuto
1º min - fornece informações indicativas da adaptação inicial do RN à vida
extra-uterina
5º min - avaliação mais clara do estado geral do sistema nervoso central
(SNC) do RN
● Verificar sinais vitais
- monitorar a coloração do RN e temperatura
- Monitorar a qualidade da respiração e a frequência respiratória do
RN - durante 1 minuto completo, observando irregularidades do
ritmo e quaisquer sopros (pulso apical)
- Avaliar os sinais vitais a cada hora nas primeiras 4 horas
● Identificação do RN
- impressão plantar do RN e digital da mãe permite estabelecer a
identidade absoluta do Bebê (ver caderneta da criança)
- Identificar o RN com uma braçadeira, com o nome da mãe, o sexo
da criança, a data e hora do parto, o número do quarto ou o registro.
- Em partos múltiplos, a ordem de nascimento deverá ser especificada
● Clampeamento do cordão umbilical
- A criança deverá permanecer em nível inferior ao da mãe até o
cordão umbilical ser pinçado (clampeado e cortado logo após parar
de pulsar)
- Clampear o cordão a uma distância de 2 cm do anel umbilical,
usando álcool etílico a 70%
- Verificar sinais de hemorragia
- Inspecionar os vasos umbilicais - presença de duas artérias e uma
veia.
● Administrar o nitrato de prata nos olhos do RN
- Confere ações bactericidas e bacteriostáticas para prevenir
conjuntivite
- Após a administração do medicamento realizar boa limpeza ocular e
observar sinais de infeção
● administrar a vitamina K
- vitamina anti hemorrágica
- Proteínas dependentes dela são ativadas
● Contato mãe e bebê
- incentiva o aleitamento materno
- Incentiva o vínculo afetivo
- Fornece proteção
● O que observar no recém nascido?
- tônus muscular
- Atividade espontânea
- Postura
- Fácies
- Tiragens
- Estridores
- Gemidos
- Vômitos
- Regurgitação
- Sangramentos
- Convulsões
- Eliminação de mecônio e urina
- Distensão abdominal
- Salivação
- Sopros cardíacos
Objetivo 4: Debater as infecções congênitas a partir dos exames de
rastreamento da mãe no período pré-natal

Objetivo 5: Relacionar medidas promocionais e preventivas para


saúde do recém-nascido com a aplicabilidade da triagem
neonatal
Programa nacional de triagem neonatal - reduzir a mortalidade
Exames de triagem neonatal
- Teste do pezinho
- Teste do olhinho
- Teste da orelhinha
- Teste do coraçãozinho
- Teste da linguinha
● Teste do pezinho
- Fenilcetonúria
- Hipotireoidismo congênito
- Hiperplasia adrenal congênita
- Deficiência de biotinidase
- Fibrose cística
- Doença falciforme e outras hemoglobinopatias
Recomendações
- Entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê devido às especificidades da
doença
- Coleta deve ser realizada em uma das laterais da região plantar do
RN - pouca possibilidade de atingir o osso
- Calcanhar sempre abaixo do nível do coração
- Uso de lancetas para maior controle
- A coleta deve ser feita 48h após o nascimento, em virtude da
fenilcetonúria ser detectada, tendo o RN ingerido uma quantidade
suficiente de proteínas.
● Teste do olhinho (Teste do reflexo vermelho)
- Detectar obstruções do eixo visual
- Teste feito antes da saída da maternidade e pelo menos 2 a 3 vezes
no ano nos primeiros 3 anos de vida.
- Utiliza-se o oftalmoscópio direto, a 30 do olho avaliado em sala
escura.
- Quando o foco estiver alinhado na pupila reflete um brilho
alaranjado, se houver o reflexo ou opacidade.
● Teste da orelhinha (triagem auditiva)
- Identificar o mais precocemente possível a deficiência auditiva nos
neonatos e lactentes
- Realizado de 24 a 48h ou no máximo durante o primeiro mês de vida
● Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso)
- Aferição da oximetria de pulso

● Teste da linguinha
- 24 a 48h de vida do RN, antes da alta hospitalar
- Investigação da ampilog cia que é a condição que restringe o
movimento da língua
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Medicina - Terceiro Período
Tutoria 2
Tutora: Jacira Serra

Mariana Tavares Castelo Branco

Objetivo 1: Detalhar a importância do aleitamento materno para


o binômio mãe x filho e a fisiologia da lactação.
● Em termos de saúde pública, o aleitamento materno é uma das
medidas mais eficazes para mortalidade infantil.
- aleitamento materno exclusivo(até 6 meses de idade): somente leite
materno, direto da mama ou ordenhado.
- Aleitamento materno predominante: Leite materno predominante +
outros líquidos à base de água
- Aleitamento Materno: leite materno + outros alimentos ou não
- Aleitamento Materno complementado: Leite materno + outros
alimentos sólidos ou semi-sólidos.
- Aleitamento Misto ou parcial: leite materno + outros tipos de leite.
● O aleitamento materno e os benefícios mãe e bebê
1. Reduz a mortalidade infantil
2. Evita diarréia
3. Evita infecções respiratórias
4. Reduz o risco de alergias
5. Reduz o risco de doenças metabólicas e hipertensão ( mãe e bebê)
6. Mães têm risco diminuído de diabetes, hipertensão, obesidade,
colesterol alto…
7. Melhora a nutrição da criança
8. Melhora a inteligência
9. Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal
10. Para mãe protege contra o câncer de mama, de ovário e de útero
11. A amamentação é um método contraceptivo
12. Perda de peso pós parto
13. Melhora da hemorragia pós parto ( pela produção de ocitocina)
14. Reduz chance de osteoporose e fratura de quadril
15. Reduz o risco de depressão pós parto
16. Melhor custo financeiro
Fisiologia da lactação

- leite produzidos nos lóbulos e drenados pelos ductos lactíferos


● Lactogênese Fase I
- Acontece na gestação
- Estrogênio > Ramificação dos ductos lactíferos
- Progestogênio > Formação dos lóbulos mamários
Primeira metade da gestação
- crescimento e proliferação dos ductos e formação dos lóbulos
Segunda metade da gestação
- Aumento da atividade secretora e distensão de alvéolos com colostro
Secreção Láctea
- Após 16 semanas de gestação
● Lactogênese fase II
- A partir do nascimento da criança
- Nascimento e expulsão da placenta (órgão endócrino)
- Aumento da prolactina = aumento da secreção do leite
- Liberação de ocitocina (vínculo bebê e mãe) = contração de células
mioepiteliais e ejeção de leite
- Apojadura > ocorre mesmo sem a criança não sugar o seio
● Lactogênese fase III (galactopoiese)
- Ocorre após a apojadura
- Mantida por sucção do bebê e por esvaziamento da mama
- A maior parte produzida durante a mamada
- Hormônios - prolactina e ocitocina
- Estímulos emocionais e estresse atuam na produção do leite
Objetivo 2: Explicar a composição e a imunologia do leite
humano e as medidas necessárias para que ocorra um
aleitamento bem-sucedido.

- Leite de vaca > contém caseína


- Leite Humano > Alfa-lactoglobulina
● Diferenças do Leite
- Leite Anterior > Mais proteínas > em termos de imunidade apresenta
maior número de imunoglobulinas
- Leite Posterior > Mais Gorduroso > saciar a fome do bebê
● Imunidade
- Anticorpos IgA, IgG e IgM
- Macrófagos
- Neutrófilos
- Linfócitos
- Lactoferrina
- Lisozima
- Fator bífido - probiótico
- Transmissão de imunidade humoral, inata e adaptativa
● Técnicas de amamentação
Barriga com barriga
- corpo e cabeça do bebê estão alinhados
- Pescoço levemente estendido
- Abocanha parte da aréola (2cm além do mamilo)
- Queixo toca a mama
- Narinas livres
- Boca bem aberta colada a mama
- Lábios para fora
- Língua sobre a gengiva inferior
- Língua curvada para cima nas bordas laterais
- Mantém-se fixo à mama
- Mandíbulas se movimentando
- Deglutição visível ou audível
Posição de amamentação recostada ou reclinada

Posição de embalar
Posição de embalar cruzada

Segurar como uma bola de râguebi


Posição deitada de lado

Amamentar recostada após uma cesariana


Amamentar na vertical ou posição de cavaleiro

Objetivo 3: Especificar o período recomendado para a


introdução da alimentação complementar do lactente e nos
primeiros dois anos de vida.
● É possível iniciar a alimentação complementar entre 4 e 6 meses.
● Avaliar o sustento umbilical e sustento de tronco
● Reflexo de protrusão
● À falta de maturidade motora gera risco de broncoaspiração
● Risco de sobrecarga renal se iniciado antes do recomendado
● Iniciar após o recomendado pode gerar distúrbios de crescimento:
baixo peso, baixa estatura, desnutrição e etc
● Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de
experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
● Cuidar da saúde da boca
Objetivo 4: Identificar as intercorrências mamárias, contra
indicações e aspectos emocionais desfavoráveis da mãe para a
amamentação.
● Bebê que não suga ou sucção fraca
- estimular a mama constantemente
- Suspender bicos e mamadeiras
- Melhorar a pega
- Mudar posição da amamentação
- Avaliar e tratar hiperlactação
- Manter aleitamento exclusivo em uma mama
● Demora na descida do leite
- demora na apojadura
- Translactação o
● Mamilos planos ou invertidos
- Aumentar a confiança da mãe
- Ajudar o bebê a abocanhar a aréola da mãe
- Estimular o bico do mamilo
● Ingurgitamento mamário
- Congestão/ aumento da vascularização da mama
- Retenção de leite nos alvéolos
- Edema decorrente de congestão de vasos linfáticos
- Compressão dos ductos lactíferos
- Leite empedrado
- Fisiológico ou patológico
- Patológico: mama distendida, dolorosa, febre e mal estar
- Mamilos achatados
● Mastite
- A mastite é uma inflamação das mamas, que pode ser causada por
infecção. Quando existe a infecção, a mastite pode ser do tipo
lactacional (puerperal) ou não lactacional. A mastite não infecciosa
pode ser de causas variadas. Entre elas pode -se citar a mastite tipo
granulomatosa idiopática, ou causada por reação a um corpo
estranho, entre outras.
- bactérias presentes na superfície do seio, que entram no mamilo por
meio de rachaduras ou fendas, devido à amamentação;
- leite materno estagnado no seio, devido à falta de mamadas do bebê,
ou pelo aumento da secreção de prolactina (hormônio responsável
pela produção do leite materno).
● Fissura mamilar
- Ocorre devido às alterações no tecido mamilar
- É uma intercorrência mamária que começa a ser notada com
desconforto no começo da mamada
- Essa intercorrência mamária também pode ser percebida por
rachaduras, sangramento, temperatura acima do normal na região
das mamas e vermelhidão.
● Bloqueio de dutos
- Essa intercorrência mamária acontece quando o leite produzido não
é drenado corretamente até chegar ao bebê, podendo ser
consequência a falta de amamentação frequente ou uma ineficiente
sucção por parte da criança.
- Outros pontos importantes para prevenir essa intercorrência mamária
são a utilização das corretas técnicas de amamentação, não usar
cremes desnecessários, não usar sutiã que bloqueie o fluxo do leite,
se hidratar e descansar bem.
● Abcesso mamário
- É uma intercorrência mamária incomum com relação as outras, pois
é consequência de uma infecção causada por bactérias. É uma
intercorrência mamária identificada pelo acúmulo de pus nas mamas
e as dores na mesma região.
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Medicina - Terceiro Período
Tutoria 2
Tutora: Jacira Serra

Mariana Tavares Castelo Branco

Objetivo 1: Diferenciar crescimento e desenvolvimento e os fatores


internos e externos que os influenciam.
CRESCIMENTO
- Hipertrofia e hiperplasia das células
- Fatores intrínsecos ( internos): geralmente fatores genéticos.
- Fatores extrínsecos ( externos): fatores ambientais como alimentação
e fatores que atingiram a mãe durante a gestação
- A forma de mensurar o crescimento é dividi-lo em
1. Peso
2. Estatura
3. Perímetro cefálico
Desenvolvimento
- Aquisição de habilidades
- Desenvolvimento crânio-caudal e centro para periferia
Tipos de desenvolvimento:
- Motor (grosso ou fino/adaptativo)
- Linguagem
- Pessoal > social
Desenvolvimento Motor Grosseiro:
1º mês: postura assimétrica
3º mês: mão na linha média
4º mês: sustenta a cabeça
6º mês: senta com apoio
9º mês: senta sem apoio
10° mês: engatinha
12º mês: anda com apoio
15º mês: anda sem apoio
2 anos: corre
3 anos: para num pé só
4 anos: salta com um pé só
Desenvolvimento da linguagem
2 meses: sorriso social
4 meses: vocalização e ri alto
7 meses: lalação
10 meses: mama dada papa
1 ano: fala 1-2 palavras
18 meses: partes do corpo
2 anos: forma frases
3 anos: responde perguntas
4 anos: conta histórias
5 anos: conta até 10- por quê?
Desenvolvimento Pessoal-Social
1 mês: prefere a face humana
2 meses: atenção em vozes
4 meses: brinca com as mãos
7 meses: prefere a mãe
10 meses: bate palmas
12 meses: ajuda a se vestir
18 meses: usa a colher e reclama da fralda
2 anos: controle esfincteriano
3 anos: calça sapatos
5 anos: veste e despede-se
Objetivo 2: Classificar os parâmetros para avaliação do
crescimento da criança.
Peso
- Balança pediátrica (crianças menores de 2 anos ou menos de 16kg)
- Balança de adulto
- Peso médio de nascimento(PN): 3.400g
- 4 a 5 meses: PN x 2
- 1 ano: PN x 3
- 2 anos: PN x 4
● Acompanhamento do ganho ponderal de massa
- 1º trimestre: 700g/mês ou 25-30g/dia
- 2º trimestre: 600g/mês ou 20g/dia
- 3º trimestre: 500g/mês ou 15g/dia
- 4º trimestre: 400g/mês ou 12g/dia
- Pré-escolar: 2kg/ano
- Escolar: 3-3,5kg/ano
Exemplo
30 dias de vida: 4.200g
Retorno em 50 dias: 4.750gb
Ganho de 27,5g/dia
Perímetro Cefálico
- mensurado pela fita métrica
- Iniciando a medição da glabela até a proeminência occipital
- Ao nascimento o perímetro cefálico é menor do que o real
- Média ao nascimento (PC): 35 Cm
- Medição do nascimento ao segundo ano de vida
- 1º trimestre: 2 cm/ mês
- 2º trimestre: 1 cm/ mês
- 3º trimestre: 0,5cm/ mês
- 1-2 anos: + 2cm
- Pré-escolar até 18 anos: + 5cm
- PC total: 54 cm
Objetivo 3: Interpretar os gráficos de crescimento na Caderneta
de Saúde da Criança conforme os parâmetros da Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Gráficos
Percentil x Escore Z
Percentil: Diferença das crianças que estão abaixo ou acima do percentil
Escore: Desvio padrão
● Correlação
- Percentil 99 = Z +3
- Percentil 97 = Z + 2
- Percentil 85 = Z + 1
- Percentil 50 = Z 0
- Percentil 15 = Z -1
- Percentil 3 = Z - 2
- Percentil 0,15 = Z - 3
Equivalentes mas não exatos
Canal de crescimento
- Trajetória que uma criança faz ao longo da curva de crescimento
- Ex: cresce entre o Z0 e o Z - 1
- As crianças não costumam sair do seu canal de crescimento
- Caso saiam observar se não há alterações
- No momento dos 18 meses aos 24 meses de vida ela muda de canal
de crescimento
- Por meio da diminuição de interventivo dos fatores extrínsecos
Estatura
Comprimento X Altura
Comprimento: medida da criança deitada (régua medidora)
Altura: medida da criança em pé
Média de comprimento ao nascimento (CN): 50 cm
● Média do ganho de comprimento
- 1º trimestre: 3,5 cm/mês
- 2º trimestre: 2 cm/mês
- 3º trimestre: 1,5 cm/mês
- 4º trimestre: 1,2 cm/mês
- 1-2 anos: 12cm/ ano
- 2-4 anos: 7-8 cm/ano
- 4-6 anos: 6 cm/ ano
- 6 anos - puberdade: 5 cm/ ano
● Estirão puberal ( Pico do estirão)
- Meninas: 8,3 cm/ano
- Meninos: 9,5 cm/ano
● Velocidade de crescimento
- Velocidade com que a criança cresceu em uma diferença de 6 meses
● Alvo genético
- Altura da mãe e altura do pai para alvo da criança
- Avaliação do P50 ou média da criança
Cálculo
Meninas:
Altura do pai + altura da mãe - 13/2
Meninos:
Altura do pai + altura da mãe + 13/2
Pôde-se somar ou subtrair 8,5 para avaliar a altura
Objetivo 4: Avaliar os marcos de desenvolvimento
neuropsicomotor e seus principais transtornos nos três primeiros
anos de vida.
● Maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva
para realização de funções cada vez mais complexas
- Fundamental nos primeiros mil dias após a concepção
- Vulnerável aos agravos do ambiente
- Grande plasticidade neuronal: estímulos
- Pico de desenvolvimento até 3-4 anos
- Influência de fatores genéticos, biológicos e ambientais
- Instrumentos de avaliação presentes na carteira de saúde da criança
Bizu: Correção da idade gestacional para prematuros
- até os 2 anos
- Idade para cálculo: 40 semanas
- Idade corrigida = Idade cronológica - (40sem- IG em semanas)
Ex:
Lactente de 4 meses, nascido com 35 semanas de IG
4m = 16 semanas
16-(40-35) = 11 semanas (entre 3 e 4 meses de idade)
P4 - Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento

Obj. 1 - Detalhar o calendário vacinal da criança e as principais características das


vacinas indicadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Em 1973 foi formulado o PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de
coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo
caráter episódico e pela reduzida área de cobertura vacinal.

Em 1975 foi institucionalizado como resposta ao estímulo e expansão da utilização dos agentes
imunizante, buscando integrar as ações de imunizações realizadas no país.

O PNI adquire, distribui e normatiza o uso de imunobiológicos especiais, além de ser responsável
por implantar o Sistema de Informação e a consolidação dos dados de cobertura vacinal em todo o
país.

O objetivo do PNI é oferecer todas as vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem
anualmente em nosso país, tentando alcançar uma cobertura vacinal de 100% de forma homogênea
em todo o território nacional.

Integra o programa da OMS, apoiado pela UNICEF e PNUD (Programa das nações unidas para o
desenvolvimento).

Vacinas para a criança - Principais atualizações

• BCG

Em sua composição há a bactéria viva (mycobacterium bovis) porém enfraquecida.

O ideal é que seja administrada nas primeiras 12 horas de vida, ainda na maternidade, em dose
única, via intradérmica, em recém-nascido com peso maior ou igual a 2.000g.

Seu objetivo é proteger da tuberculose e suas formas mais graves, como a meníngea ou a miliar.

Antigamente, passados 6 meses da aplicação da BCG, caso não houvesse o desenvolvimento da


cicatriz vacinal, a criança deveria ser revacinada. Uma vez que o não aparecimento da “marquinha”
signi caria falha terapêutica ou resposta insu ciente.

No entanto, atualmente, o Ministério da Saúde anunciou que a reaplicação da vacina não é mais
necessária nas crianças que não apresentarem a cicatriz vacinal dentro do período esperado. Assim,
a BCG será administrada uma única vez, independente da formação da “marquinha”.

• Tríplice viral/ Tetra viral

A vacina tríplice viral ou SCR ou MMR (Measles, Mumps and Rubella) é constituída por vírus
vivos atenuados das cepas de Sarampo, Caxumba e Rubéola, com estabilizadores compostos por
neomicina ou canamicina.
fi
fi
Deve ser feita até os 12 meses, feita em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas, e sendo a 2ª
a tetra viral, que deve ser feita até os 15 meses.

A tetra viral possui a mesma composição viral com a adição do vírus varicela-zóster, também é
composta por vírus vivos atenuados, contendo traços de gelatina e neomicina na sua formulação.

De acordo com o calendário básico de vacinação anterior, deveriam ser aplicadas, via subcutânea, 2
doses da SCR (com intervalo mínimo de 30 dias entre elas): aos 12 meses de vida e, depois, aos 15
meses como reforço.

Em 2018, Ministério da Saúde alterou o PNI (Programa Nacional de Imunização) e passou a


recomendar a 1ª dose da SCR aos 12 meses de idade e, aos 15 meses, a 2ª dose foi substituída por
uma dose única da Tetra Viral (Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela) – para crianças que tenham
recebido a 1a dose da vacina tríplice viral.

A ideia é seguir a recomendação da OMS para realização da vacinação em massa contra a varicela,
com cobertura vacinal de 85% para o sucesso do Programa. Sendo assim, o Ministério da Saúde
passou a disponibilizar a 2ª dose da vacina varicela para crianças de 4 até 6 anos de idade (6 anos,
11 meses e 29 dias). O objetivo é corrigir possíveis falhas vacinais da 1ª dose, além de aumentar a
proteção dentro o grupo alvo contra varicela e prevenir surtos (sobretudo em creches e escolas).

• HPV

Protegem das infecções do trato genital, que ocorrem por 2 grupos distintos: oncogênicos (tipos 16
e 18), responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo de útero; e não oncogênicos (tipos 6 e 11),
responsáveis por 90% das verrugas genitais.

Existem dois tipos de vacinas aprovadas contra os principais tipos de HPV:

- Bivalente (Cevarix®)
Recombinante, contra os sorotipos oncogênicos 16 e 18. Indicada apenas para mulheres, na faixa
etária de 10 a 25 anos de idade.

- Quadrivalente (Gardasil®)
Recombinante, contra os 4 sorotipos mais prevalentes 6, 11, 16 e 18. Indicada para mulheres dos 9
aos 45 anos e homens de 9 aos 26 anos.
Como não são vacinas de vírus vivos atenuados, podem ser administradas em pacientes
imunocomprometidos. No entanto, não são recomendadas para gestantes pelo desconhecimento dos
efeitos tanto para a mulher quanto para o seu feto. É considerada como a melhor época para
vacinação, a adolescência – idealmente, antes do início da vida sexual.

Desde 2018: 9 a 14 anos (meninos e meninas); são feitas em duas doses, tendo um intervalo de 6
meses entre elas.

• Hepatite A

Vacina de vírus inativado (morto), aplicada via intramuscular


A partir de 2017, foi estabelecida nova idade-limite para vacinação: 4 anos 11 meses e 29 dias.
Sendo assim, a vacina contra hepatite A pode ser aplicada em dose única na faixa etária dos 15
meses aos 4 anos 11 meses e 29 dias, sendo recomendada apenas 1 dose quando administrada
isoladamente.

Se combinada com a vacina contra a hepatite B, deve ser administrada em 3 doses, de 1mL, no
esquema de 0, 1 e 6 meses de intervalo entre elas.

• Hepatite B

A vacina Hepatite B deve ser administrada nas primeiras 24 horas, preferencialmente, nas primeiras
12 horas de vida, ainda na maternidade. Sua composição é com o antígeno recombinante de
superfície do vírus puri cado.

Esta dose pode ser administrada até 30 dias após o nascimento. Crianças até 6 anos, 11 meses e 29
dias, sem comprovação ou com esquema vacinal incompleto, iniciar ou completar esquema com
penta que está disponível na rotina dos serviços de saúde, com intervalo de 60 dias entre as doses,
mínimo de 30 dias, conforme esquema detalhado no tópico da vacina penta.

Crianças com 7 anos completos sem comprovação ou com esquema vacinal incompleto: completar
3 doses com a vacina hepatite B com intervalo de 30 dias para a 2ª dose e de 6 meses entre a 1ª e a
3ª.

• Febre amarela

É causada pelo vírus Amarílico, transmitido pelos mosquitos vetores Haemagogus e Aedes aegypti.
Trata-se de uma vacina de vírus atenuado da subcepa 17DD, cultivada em embriões de galinha
(dentro dos ovos), produzida pela FioCruz.

Sendo que, crianças entre 9 meses a menores de 5 anos de idade, administrar 1 dose aos 9 meses e 1
dose de reforço aos 4 anos. Para as crianças a partir de 5 anos de idade, administrar 1 dose única.

Em menores de 2 anos, não pode ser aplicada simultaneamente com a vacina tríplice viral (MMR)
ou tetra viral, devendo-se respeitar o intervalo de 30 dias entre elas. Em situações de surto, o
intervalo pode ser reduzido para 15 dias.

Antes era recomendada reaplicação da vacina a cada 10 anos. No entanto, desde 2017, se
recomenda dose única da vacina, a partir dos 9 meses de idade, via subcutânea. Em situações de
surto, a partir dos 6 meses (no entanto, não será considerada e deverá ser refeita aos 9 meses).

- 9 meses até < 5 anos: administrar 1 dose aos 9 meses de vida e 1 reforço aos 4 anos de idade.
- A partir de 5 anos até 59 anos: dose única.

Caso a mulher esteja amamentando e receba a vacina, o aleitamento deve ser suspenso
temporariamente por 10 a 14 dias, após a vacinação. Por isso, mulheres em AME não podem
vacinar.
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Obj. 2 - Explicar a resposta do sistema imunológico ao uso dos diversos imunizantes.

É uma estratégia de imunização ativa, criada em 1798, após a experimentação do médico e cientista
Edward Jenner.

• Como funciona o mecanismo da vacina:


O sistema imunológico do corpo responde a uma vacina produzindo substâncias (como anticorpos e
glóbulos brancos) que reconhecem e atacam as bactérias ou os vírus especí cos contidos na vacina.
Quando isso acontece, células de memória são produzidas, estas cam inativadas no tecido
hematopoiético e são reativadas caso o quadro infeccioso se repita.
Com uma nova exposição ao vírus, as células de memória são ativadas, se expandindo e
aumentando a produção de anticorpos.

Toda vacina possui:


• Fragmentos não infecciosos de bactérias ou vírus
• Uma substância geralmente nociva (toxina) que é produzida por uma bactéria, mas foi
modi cada para ser inofensiva, chamada toxoide
• Organismos inteiros vivos, enfraquecidos (atenuados) ou inativados, que não causam doença

Tipos de vacina:

• Vacinas atenuadas

São constituídas de microrganismos obtidos pela seleção de cepas naturais (selvagens) que foram
atenuados por passagens em meios de cultura especiais. Provocam infecção similar à natural de
maneira subclínica e, em geral, tem grande capacidade protetora, garantindo imunidade a longo
prazo, com a necessidade de menos doses do que as vacinas inativadas.

Quando administradas por via mucosa, induzem imunidade secretora na porta de entrada natural da
infecção. A desvantagem é o risco teórico de provocarem eventos adversos em virtude de virulência
residual em pacientes com imunodepressão grave.

A resposta imunológica gerada pela aplicação de uma vacina contendo vírus atenuado gera barreira
imunológica inespecí ca, que impede a invasão celular por um segundo vírus vacinal.
Logo, vacinas atenuadas injetáveis diferentes, quando não aplicadas no mesmo dia, devem ser
administradas em um intervalo mínimo de 28 dias entre elas.

Os anticorpos especí cos contra vírus selvagens podem inativar o vírus vacinal e interferir na
resposta imune, devendo ser respeitado um intervalo de três a 11 meses para receber vacinas
atenuadas.

• Vacinas inativas

São constituídas por microrganismos não vivos ou suas frações, que não se replicam nem provocam
doença subclínica. Apesar de serem menos virulentas, algumas das vacinas inativadas são altamente
imunogênicas e conferem proteção de longa duração.
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E cácia das vacinas:
A e cácia de uma vacina é mensurada por alguns fatores, como a imunogenicidade, a avidez dos
anticorpos desenvolvidos, a persistência de anticorpos a longo prazo ou a geração de células de
memória capazes de reativar de forma rápida e e ciente a resposta imune após exposição
microbiana subsequente.
Além disso, são avaliados outros parâmetros relacionados à segurança, como os efeitos adversos
provocados, e de conservação, como a temperatura ideal para acondicionamento, e o tempo de
estabilidade após abertura do frasco-ampola.

Importante!

Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que a taxa de
vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda brusca: a taxa caiu de 93,1% para 71,49%.
De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
esse número coloca o Brasil entre os dez países com menor cobertura vacinal do mundo.

A baixa cobertura vacinal no país deixa a população infantil exposta a doenças que antes não eram
mais uma preocupação, como o sarampo, que foi erradicado no país em 2016 e em 2018 voltou para
a lista de doenças no Brasil. Além do sarampo, outras doenças que correm o risco de voltar a
acometer as crianças são a poliomielite, meningite, rubéola e a difteria.

A pandemia de Covid-19 agravou as baixas coberturas. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde,


do Ministério da Saúde, "as recomendações das autoridades sanitárias de distanciamento social e
outras medidas não farmacológicas afastaram a população das unidades de saúde para se
vacinarem”.

Importante!

O sistema de informação constitui-se em uma ferramenta fundamental para subsidiar as ações de


planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades de vacinação por meio do registro de
doses aplicadas na população-alvo, além de permitir a comunicação entre gestores do nível federal,
estadual, regional e municipal.
Assim, é importante que todas as salas de vacinas utilizem o Sistema de Informação do Programa
Nacional de Imunizações (Sipni) com registro nominal e por procedência.

Obj. 3 - Debater sobre as principais reações adversas das vacinas e a notificação delas
aos órgãos de competência

Um EAPV é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, não possuindo


necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico
(imunoglobulinas e soros heterólogos). Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não
intencional, isto é, sintoma, doença ou achado laboratorial anormal.

Entre os eventos esperados, incluem-se aqueles relativamente comuns, como febre, dor e edema
locais, ou mesmo eventos mais graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-
hiporresponsivo, ana laxia, entre outros.
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Eventos inesperados são aqueles não identi cados anteriormente, às vezes com vacinas de uso
recente, como ocorreu com a vacina rotavírus rhesus/humana (Rotashield®) (invaginação
intestinal), ou, inclusive, com vacinas de uso mais antigo, como visceralização e falência múltipla
de órgãos, observada muito raramente após a vacina febre amarela.

São eventos inesperados, ainda, aqueles decorrentes de problemas ligados à qualidade do produto, a
exemplo da contaminação de lotes, que pode provocar abscessos locais, ou teor indevido de
endotoxina em certas vacinas, levando a reações febris e sintomatologia semelhante à sepse.

Caso esses eventos adversos sejam realmente causados pela vacina, são três os pontos básicos para
a investigação:

1. Fatores relacionados à vacina: incluem o tipo (viva ou não viva), a cepa, o meio de cultura dos
microrganismos, o processo de inativação ou atenuação, adjuvantes, estabilizadores ou substâncias
conservadoras, lote da vacina.

2. Fatores relacionados aos vacinados: englobam idade, sexo, número de doses e datas das doses
anteriores da vacina, eventos adversos às doses prévias, doenças concomitantes, doenças alérgicas,
autoimunidade, de ciência imunológica.

3. Fatores relacionados à administração: referem-se a agulhas e seringas, ao local de inoculação e à


via de inoculação (vacinação intradérmica, subcutânea ou intramuscular).

Podem ser classi cados quanto ao tipo de manifestação (local ou sistêmica), quanto a gravidade
(não grave ou grave - risco de óbito, hospitalização, comprometimento do paciente, anomalia
congênita, incapacidade permanente ou óbito) ou quanto a causalidade (erro de imunização,
qualidade das vacinas, etc)

Lembrando que:
Eventos Adversos Graves têm a noti cação obrigatória em até 24 horas.

Noti cações

O VigiMed é o novo sistema disponibilizado pela Anvisa para que cidadãos e pro ssionais de saúde
relatem eventos adversos a medicamentos e vacinas, contribuindo para a avaliação de segurança dos
medicamentos.

Foi lançado em dezembro de 2018 e entre as principais vantagens do sistema, incluem-se a dispensa
de cadastro prévio; a melhoria do processo de envio de noti cações pelos usuários e o recebimento
dessas informações pela Anvisa; o incremento de funcionalidades mais modernas para avaliação das
noti cações pela farmacovigilância; e a facilidade de geração de informações para tomada de
decisão e para divulgação ao público externo.

O formulário de noti cação deve ser utilizado para relatar reações adversas, erros de medicação e
inefetividade, entre outros problemas relacionados a medicamentos e vacinas.

O sistema enfatiza que o pro ssional de saúde e o cidadão devem realizar a noti cação mesmo que
não tenham certeza se o medicamento foi o causador do “problema”, ou seja, deve-se noti car
qualquer suspeita de reações adversas, mesmo que nem todos os dados sejam conhecidos.
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Toda noti cação realizada no VigiMed, além de fazer parte do banco de dados nacional, é recebida
também pela OMS para a formação do banco de dados mundial, que busca gerar sinais – hipóteses
sobre novas informações referentes à segurança dos medicamentos e vacinas.
As noti cações são mantidas em sigilo e só podem ser acessadas pela Anvisa e pelas Vigilâncias
Sanitárias Estaduais e Municipais, além do próprio noti cador.

O sistema é simples, rápido e intuitivo, a m de estimular pro ssionais de saúde e cidadãos a


noti carem os eventos.

Obj. 4 - Discutir as contraindicações e adiamento para o uso das vacinas conforme


recomendações do PNI.

• Penta - DTP/ HepB/ Hib

- Doenças agudas febris moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do
quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Crianças com 5 anos ou mais de idade.


- Após eventos adversos graves em dose anterior, como episódio hipotônico-hiporresponsivo nas
primeiras 48h, convulsões nas primeiras 72h, reação ana lática nas primeiras 2h e encefalopatia
aguda nos primeiros sete dias após a vacinação.

• DTPa - tipo infantil

- Doenças agudas febris moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do
quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Crianças com 7 anos ou mais de idade.


- Após eventos adversos como reação ana lática e encefalopatia aguda.

• DT - Difteria e Tétano infantil

- Doenças agudas febris moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do
quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Crianças com 7 anos ou mais de idade.


- Ana laxia ou eventos neurológicos dentro das seis semanas subsequentes à aplicação de
doses prévias de vacinas que contenham os toxoides tetânico e diftérico.

• Hepatite A

- Não existem estudos su cientes para garantir a segurança dessa vacina na gestação. Em tal
situação, avaliar a relação risco-benefício.
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- Contraindicada em pacientes com história de ana laxia a algum dos componentes da vacina.

• BCG

A vacina deverá ser adiada nos seguintes casos:

- Recém-nascidos com menos de 2.000g, até que atinjam esse peso.


- Pacientes em uso de outras terapias imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica,
radioterapia, entre outros).

- Até três meses após o tratamento com imunodepressores, imunomoduladores ou corticosteroides


em dose elevada.

Contraindicações

- Portadores de imunode ciência primária ou adquirida.


- Pacientes acometidos por neoplasias malignas.
- Pacientes em tratamento com corticosteroides em dose elevada (equivalente à dose de prednisona
de 2 mg/kg/dia para crianças até 10 kg ou de 20 mg/dia ou mais, para indivíduos acima de 10 kg)
por período superior a duas semanas.

- Recém-nascidos de mães que utilizaram durante os dois últimos trimestres da gestação drogas
imunomoduladoras que atravessam a barreira placentária, tais como dispostos no Quadro 10. As
drogas descritas são aquelas para as quais há mais dados publicados em literatura.

- Gestantes.

• Febre Amarela

- Nos casos de doenças agudas febris, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a
resolução do quadro clínico, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Lactantes em AME devem adiar a vacina até que a criança complete 6 meses, no mínimo.
Contraindicações

- Crianças menores de 6 meses de idade.


- Pacientes com imunossupressão de qualquer natureza.
- Crianças menores de 13 anos vivendo com HIV com alteração imunológica grave. Para detalhes,
consultar o Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie).

- Adultos vivendo com HIV com CD4 <200 céls/mm3 (<15% de linfócitos CD4). Para detalhes,
consultar o Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie).
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- Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia,
radioterapia).

- Pacientes em tratamento com medicamentos modi cadores da resposta imune.


- Pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos.
- Pacientes com imunode ciência primária.
- Pacientes com neoplasia maligna.
- Indivíduos com história de reação ana lática comprovada e relacionada como reação a qualquer
um dos componentes da vacina.

- Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de
ausência de timo ou remoção cirúrgica).

- Pacientes portadores de doença falciforme em uso de hidroxiureia e contagem de neutró los


menor de 1.500 céls/mm3.

• Meningocócica C

- A vacina deve ser adiada em crianças que apresentem doenças agudas febris moderadas ou
graves. Resfriados ou quadros de menor gravidade não contraindicam a vacinação.

- A hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina contraindica sua aplicação.

• Hepatite B

- Doenças agudas febris moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do
quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

Contraindicações

- Ana laxia prévia a qualquer componente da vacina contraindica o seu uso.


- Púrpura trombocitopênica pós-vacinação.

• Poliomielite

VIP

- A história de reação alérgica grave (ana laxia) a dose anterior da vacina, ou a algum componente
dela, contraindica doses futuras.
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VOP

- Na vigência de doenças febris agudas, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até
a resolução do quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Diarreia e vômitos leves não constituem contraindicações, porém se recomenda, idealmente,


adiar a vacinação até a resolução do quadro.

Contraindicações

- Pessoas com imunode ciência humoral ou mediada por células, neoplasias, uso de terapia
imunossupressora.

- Comunicantes de pessoas com imunode ciência humoral ou mediada por células, neoplasias, uso
de terapia imunossupressora.

- Pessoas vivendo com HIV e seus comunicantes.


- História de alergia tipo ana lática a antibióticos contidos na vacina (neomicina, polimixina
e estreptomicina).

- Gestantes.
- História de pólio vacinal associada à dose anterior.

• Tríplice viral

- Em caso de doenças agudas febris, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a
resolução do quadro, com o intuito de não atribuir à vacina as manifestações da doença.

- Após uso de imunoglobulina, sangue e derivados, a vacinação deverá ser adiada por 3 a 11
meses, dependendo do hemoderivado e da dose administrada, devido ao possível prejuízo na
resposta imunológica.

- Pessoas em uso de corticosteroides em doses imunossupressoras devem ser vacinadas com


intervalo de pelo menos um mês após a suspensão da droga.

- Pessoas em uso de quimioterapia antineoplásica só devem ser vacinadas três meses após a
suspensão do tratamento.

- Transplantados de medula óssea: recomenda-se vacinar com intervalo de 12 a 24 meses após o


transplante para a primeira dose.

Contraindicações

- Ana laxia a dose anterior da vacina.


- Grávidas não devem ser vacinadas pelo risco teórico de causar danos ao feto.
- Pessoas com imunode ciências congênitas ou adquiridas. Na possibilidade de exposição ao vírus
selvagem, avaliar risco-benefício individual.
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- Infecção pelo HIV em indivíduos em vigência de imunossupressão grave: crianças e adolescentes
(CD4<15%) e adultos (CD4<200 céls/mm3).

• Tetra viral

- Doença moderada ou grave, com ou sem febre. A vacinação deve ser adiada, com o intuito de
não atribuir à vacina os sintomas da doença prévia.

Contraindicações

- Ana laxia a quaisquer dos componentes da vacina, incluindo gelatina e neomicina.


- Imunode ciência primária ou secundária em que haja comprometimento grave do componente
celular do sistema imune (linfócitos T)

- Crianças e adolescentes vivendo com HIV/aids não devem receber a vacina tetraviral, por não
existirem estudos de segurança dessa vacina para essa população. Aplicar separadamente a
vacina varicela, em mono dose, e a vacina tríplice viral.

- Gestação.
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Pediatria
UNDB - Centro Universitário
Medicina - Terceiro Período
Tutoria 2
Tutora: Jacira Serra

Mariana Tavares Castelo Branco

Objetivo 1. Detalhar o calendário vacinal da criança e as


principais características das vacinas indicadas pelo Programa
Nacional de Imunização – PNI.
● Vacinas evitam 2,5 milhões de mortes/ano
Objetivo 2. Explicar a resposta do sistema imunológico ao uso
dos diversos imunizantes.
Objetivo 3. Debater sobre as principais reações adversas das
vacinas e a notificação delas aos órgãos de competências.
● Eventos adversos pós vacinação
- Qualquer ocorrência médica indesejada ou não intencional, não
possuindo necessariamente uma relação causal com o uso da vacina.
Eventos esperados
- Febre, dor e edema locais e também os graves como o episódio
hipotônico hiporresponsivo, convulsões febris e etc.
Eventos não esperados
- Aqueles não identificados anteriormente, como em novas vacinas.
Podem ser decorrentes de problemas ligados a qualidade do produto,
como contaminação de lotes.
● O evento adverso tem associação temporal com a vacina mas nem
sempre relação causal com ela
Por que o evento adverso acontece?
- Relacionado ao vacinado > que pode ter uma predisposição, doença
ou imunidade defasada
- Relacionado a vacinação > Plataforma vacinal, composição e a
forma de aplicação
● Classificação quanto à gravidade
Evento adverso grave
- Requer hospitalização
- Compromete o paciente, ou seja risco de morte
- Causa disfunção significativa e/ou incapacidade permanente
- Resulte em anomalia congênita
- Ocasione óbito
Evento adverso não grave
- Qualquer outro evento que não esteja incluído no grave
Sistema nacional de vigilância de eventos adversos pós vacinação
- Manual de vigilância epidemiológica de Eventos Adversos
Pós-vacinação
- Protocolo de vigilância epidemiológico e sanitária de eventos
adversos pós vacinação
- Formulário próprio de notificações
- As notificações devem acontecer nas primeiras
- O tempo máximo para iniciar uma investigação de campo é de 48
horas após a notificação
● Quando notificar?
- Todos os eventos raros, graves ou inusitados
- Óbitos súbitos ou inesperados
- Eventos que ocorrem em grupo de pessoas ou grupo de eventos (
erros programáticos)
- Eventos que causam preocupação nos profissionais de saúde, nos
pais e na comunidade “rumores”
- Eventos inesperados e sua relação com a vacina não é clara
● Por que notificar e investigar?
- Identificação e solução rápida de problemas
- Tratar o paciente
- Tomada rápida de decisões e ações corretivas apropriadas
- Evitar rumores, boatos.
- Perda de confiança na vacina
Objetivo 4. Discutir as contra indicações e adiamento para o uso
das vacinas conforme recomendações do PNI.

● Contra indicações específicas


- Transplante de medula óssea
- Uso de imunoglobulina, sangue ou derivados
Pediatria
UNDB - Centro Universitário
Medicina - Terceiro Período
Tutoria 2
Tutora: Jacira Serra

Mariana Tavares Castelo Branco

Objetivo 1: Explicar as especificidades que os médicos e demais


profissionais da saúde devem estar familiarizados no
atendimento de adolescentes.
● Adolescência X Puberdade
● A puberdade faz parte da adolescência (mudanças biológicas)
● Adolescência engloba mudanças biológicas e psicossociais
● Adolescência
- OMS : 10 - 19 anos
- MS: 10 - 20 anos (incompletos) + 24 anos (recente)
- ECA: 12 - 18 anos
● Puberdade
- Meninas: 8 - 13 anos
- Meninos: 9 - 14 anos
● Estadiamento de Tanner
- Análise da maturação sexual
- Meninas: mamas (M) e pelos pubianos (P)
- Meninos: genitália (G) e pelos pubianos (P)
- Mãos e pés crescem primeiro ( aparência dessengonçada)
Objetivo 2: Conhecer os fundamentos da primeira consulta do
adolescente.
● O profissional vai ao encontro das problemáticas, dos anseios e
frustrações dos adolescentes
- Evitar julgamentos de valores para estabelecer confiança
- Atuar como mediador, apaziguando conflitos e dirigindo-se ao
cliente de forma empática, assertiva e sincera
- Alertar sobre o sigilo e as questões éticas tanto para o adolescente
como para os responsáveis

● ANAMNESE
- Divisão em três momentos
1. Adolescente e Familiares juntos
2. Momento a sós com o adolescente
3. Momento com os responsáveis

● Abordagem HEEADSS
- Não substitui a anamnese apenas irá complementá-la
● EXAME FÍSICO
- Aspectos gerais
- Peso, Altura, IMC
- Pressão Arterial
- Acuidade visual com a escala de snellen (diagrama com letras)
- Estado nutricional
- Tireoide, Cavidade oral, otoscopia
- Coluna Vertebral e postura
- Exame neurológico e mental
- Avaliação da genitália (mediante permissão)
- Maturação sexual - utilizar os critérios de Tanner e o orquidômetro
para avaliar o volume testicular

Objetivo 3: Detalhar a monitorização do crescimento físico e


desenvolvimento puberal do adolescente.
● A puberdade se inicia após a reativação dos neurônios hipotalâmicos
baso-mediais, que secretam o hormônio liberador de gonadotrofinas.
A secreção deste resulta na liberação pulsátil dos hormônios
luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula
hipófise. Isto ocorre inicialmente durante o sono e, mais tarde, se
estabelece em ciclo circadiano.
● Mudanças das características sexuais secundárias e maturação
sexual: Eixo hipotalâmico- gonadotrópico-gonadal.
● Gonadarca: aumento de mamas, útero e ovários nas meninas; e
aumento da genitália, pênis e testículos nos meninos, devido ao
aumento dos esteróides sexuais, estrogênios nas meninas e
androgênios nos meninos.
● Adrenarca: surgimento de pêlos pubianos, pêlos axilares e faciais
devido ao aumento dos androgênios produzidos pelas supra-renais, e
em maior quantidade nos meninos. Estes fenômenos são
interdependentes e mantêm uma associação temporal entre si.
● 3. Mudanças de composição corporal: aumento da massa gordurosa
nas meninas e da massa muscular nos meninos, e da proporção
corporal entre os gêneros.
● Desenvolvimento puberal feminino
- Entre 8 - 13 anos
- 1º sinal : Telarca ( broto mamário)
- 2º sinal: Pubarca ( aparecimento dos pelos)
- 3º e último sinal: menarca ( em média dois anos e meio após a
telarca)
- Estirão puberal - Estágio 3 de Tanner
- Menarca - Estágio 3,4 Tanner

● Desenvolvimento puberal masculino


- Ocorre entre 9 - 14 anos
- 1º sinal : Aumento do volume testicular
- Avaliado pelo orquidômetro

- Ocorre a pubarca ( pelos)


- Aumento do pênis em comprimento e em seguida diâmetro
- Último sinal: Espermaca
Objetivo 4: Dimensionar o processo de desenvolvimento
psicossocial na adolescência.

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