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Crescimento normal
-Os processos de crescimento e desenvolvimento estão interligados. No entanto, é conveniente referir-se ao
crescimento como o aumento do tamanho e ao desenvolvimento como um aumento da função dos processos
relacionados com o corpo e a mente. Estar familiarizado com os padrões normais de crescimento e
desenvolvimento possibilita que os profissionais que cuidam de crianças reconheçam e gerenciem variações
anormais.
-As medidas precisas do peso, comprimento/altura e do perímetro cefálico devem ser obtidas em cada
consulta de supervisão de saúde e comparadas com padrões estatísticos em gráficos de crescimento como
referência. IMC também é importante.
- Medidas seriadas são muito mais úteis do que medições individuais para detectar desvios de um padrão de
crescimento particular, mesmo quando os valores permanecerem dentro dos limites normais definidos
estatisticamente (percentis).
-Uma série de medidas faz parte da avaliação antropométrica, dependendo do tipo de público ao qual é
destinada. Em geral, incluem peso, estatura, circunferências corpóreas (crânio, braço, cintura ou abdome,
quadril, panturrilha, pescoço), dobras cutâneas (tricipital, bicipital, suprailíaca, subescapular, panturrilha,
abdominal) e tamanho dos segmentos corpóreos. As utilizadas na rotina pediátrica são peso, estatura,
índice de massa corpórea (IMC), circunferência craniana e abdominal.
Peso:
Lactentes de 0 a 2 anos: deve-se utilizar balança pediátrica com gradação de 10 g previamente
calibrada. O lactente deve estar despido, posicionado deitado ou sentado de modo que o peso seja
igualmente distribuído pela superfície da balança, a fim de proporcionar maior conforto e menor
risco de acidentes. Os pés ou as mãos do lactente não devem tocar em nenhuma outra superfície.
Crianças maiores de 2 anos e adolescentes: devem utilizar balança do tipo adulto com gradação de
100g previamente calibrada. A criança (que se mantenha em pé sem apoio) ou o adolescente devem
ser pesados em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, vestindo o mínimo de roupas
possível, descalço, posicionado no centro da plataforma e evitando movimentar-se.
**Relação peso x idade até os 10 anos de idade.
Estatura:
-Até 2 anos devem ser medidas deitadas e maiores de 2 anos em pé. Havendo obstáculos à técnica, para
aquelas menores de 2 anos quando medidas em pé, deverá ser acrescido 0,7 cm ao resultado final, mesmo
valor que deverá ser subtraído para aquelas maiores de 2 anos quando medidas deitadas.
**Relação peso x estatura até 5 anos de idade.
**Para crianças com limitações físicas na faixa etária de 2 a 12 anos, as medidas de segmentos dos membros
superiores e inferiores permitem estimar a estatura com a utilização de equações propostas por Stevenson.
Circunferências corpóreas:
Perímetro cefálico: é utilizada para acompanhar o crescimento em crianças até 3 anos de idade,
utilizando uma fita métrica na porção posterior mais proeminente do crânio e na parte frontal da
cabeça.
Circunferência de pescoço: também avalia risco cardiovascular, realizar a partir dos 10 anos de
idade.
IMC:
Em todas as faixas etárias pode-se medir o estado nutricional pelo IMC.
**Relação IMC x idade até os 10 anos na caderneta da criança, mas a OMS e o ministério da saúde já
disponibilizaram até os 19 anos de idade.
Distúrbios do crescimento
**O aumento do percentil de peso frente a queda do percentil de altura sugere hipotireoidismo.
**Uma criança é considerada com microcefalia quando o perímetro cefálico é menor do que o terceiro
percentil, mesmo quando as medidas de comprimento e peso também são proporcionalmente baixas.
Desenvolvimento normal
O desenvolvimento abarca alguns domínios de função, que estão todos interligados:
• Sensorial;
• Motor (grosseiro e fino);
• Linguagem;
• Social;
• Adaptativo;
• Emocional;
• Cognitivo.
Período neonatal:
Os reflexos mais importantes para avaliar o recém-nascido durante o período neonatal são os seguintes:
-O reflexo de Moro: é provocado deixando-se a cabeça do bebê mover-se suavemente para trás, de repente
(de alguns centímetros fora do colchão sobre a mão do examinador), resultando em um susto, depois
abdução e movimento para cima dos braços seguido de adução e flexão. As pernas respondem com flexão.
Dura até os 6 meses.
-O reflexo dos pontos cardeais ou reflexo de busca: é induzido ao se tocar o canto da boca da criança, o
que resulta na redução do lábio inferior no mesmo lado com movimentação da língua em direção ao
estímulo. A face também se volta para o estímulo. Dura até os 2 meses.
-O reflexo de sucção: ocorre quase que com qualquer objeto colocado na boca do recém-nascido. O lactente
responde com sucção vigorosa. O reflexo de sucção é substituído mais tarde pela sucção voluntária. Dura até
os 6 meses.
-O reflexo de preensão: ocorre quando se coloca um objeto, como um dedo, na palma da mão do bebê
(preensão palmar) ou planta do pé (preensão plantar). O lactente responde, flexionando os dedos ou
curvando os dedos dos pés. Preensão palmar dura até os 6 meses. Preensão plantar dura até os 10 meses.
-Reflexo cutâneo-plantar: Há extensão do hálux após estimulo lateral do pé. Dura até os 8 meses.
**OBS: Apesar de ser um indicativo de lesão neurológica no adulto, é considerado normal na criança até os
18 meses. A partir disso, a resposta a esse estímulo deve ser a flexão.
-O reflexo tônico cervical assimétrico: é observado quando se coloca o lactente em decúbito dorsal e se
observa que a cabeça do bebê persiste estaticamente virada para o lado. Esta colocação resulta em extensão
ipsilateral do braço e da perna em uma posição de “esgrima”. O lado contralateral se mantém em flexão.
Dura até os 3-4 meses.
-Reflexo da marcha: o bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se cruzam uma à frente da outra.
Dura até os 2 meses.
-Reflexo de colocação: É desencadeado através do estímulo tátil do dorso do pé, segurando o bebê pelas
axilar. O pé irá se elevar como se estivesse subindo uma escada. Dura até os 2 meses de vida.
***O atraso no desaparecimento esperado dos reflexos também deve justificar a avaliação do sistema
nervoso central.
Lactentes:
-Com o desenvolvimento das habilidades motoras grossas, o lactente primeiramente é capaz de controlar a
postura, depois a musculatura proximal e, por último, a musculatura distal.
-A avaliação dos movimentos oculares e da visão é importante para detectar o estrabismo. O cover teste ou
teste da oclusão e o do reflexo da luz devem ser realizados nas consultas iniciais de puericultura;
intervenções após 2 anos de idade diminuem a chance de manutenção da visão binocular ou acuidade visual
normal
Idade escolar/pré-adolescentes
Crianças mais velhas em idade escolar que começam a participar de esportes competitivos devem ter uma
história abrangente sobre esportes e exame físico, incluindo a avaliação cuidadosa do sistema
cardiovascular.
Marcos de desenvolvimento
- Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser classificados em genéticos (por
exemplo: síndrome de Down), biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia neonatal, meningites) e/ou
ambientais (fatores familiares, de ambiente físico, fatores sociais). No entanto, a maior parte dos traços de
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os
fatores ambientais.
- No dia a dia dos serviços, os profissionais de saúde podem orientar os pais em relação ao
desenvolvimento das funções fisiológicas e comportamentais da criança, tais como: choro, padrão de
sono, controle de esfíncteres, sexualidade e disciplina
Um estudo aponta que o controle esfincteriano é reconhecido como um marco do desenvolvimento
infantil. A idade ideal para iniciar o processo educativo varia de criança para criança: algumas entre
18 e 24 meses já mostram sinais de que estão prontas; outras não se mostram prontas antes dos dois
anos e meio. Considera-se um início precoce o processo educativo realizado a partir de idade em
torno dos 18 meses. Por sua vez, é tido como um treinamento tardio o processo realizado após os 36
meses. Importante identificar quando a criança está pronta para essa etapa.
Os recém-nascidos dormem tanto durante o dia quanto à noite, mas, depois de algumas semanas, o
sono diurno começa a diminuir. Em torno dos 6 meses de vida, os bebês começam a ter padrões de
sono, embora isso varie muito entre eles. A quantidade total de horas de sono de que os bebês
precisam e o número de sonecas diurnas diminuem ao longo dos primeiros anos de vida, tendo uma
média de 13 horas de sono por dia aos 2 anos de idade, com variações individuais.
Com relação ao comportamento, a partir dos 2 anos, a criança desenvolve seu senso de identidade,
reconhecendo-se como uma pessoa, atribuindo conceitos a si mesma. É um momento em que a
criança começa a reivindicar maior autonomia, quando os pais devem ajudá-la a fixar os limites e, ao
mesmo tempo, encontrar sua autonomia e ter maior independência. Ao encararem as expressões de
vontade própria da criança como um esforço normal e saudável por independência, e não como
teimosia, os pais e cuidadores podem ajudá-la a adquirir o autocontrole, contribuir para seu senso de
competência e evitar conflitos excessivos.
Ferro:
Suplementação preventiva de ferro para recém-nascido de termo, de peso adequado para a idade
gestacional, de 1mg de ferro elementar/kg de peso/dia, a partir do 3o mês (independentemente se em
aleitamento materno exclusivo, misto ou somente fórmula infantil) até o 24o mês de vida.
Vitamina K1:
O recém-nascido deve receber, ao nascimento, vitamina K1 na dose de 0,5 a 1 mg, por via intramuscular, ou
1 a 2 mg por via oral, como forma de prevenir sangramentos resultantes da carência dos fatores de
coagulação, dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X).
Calendário Nacional de vacinação da criança