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Puericultura

-Rever puericultura (consultas, crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor, imunização,


suplementação, reflexos, amamentação, introdução alimentar)
- Estudar sobre a Polidactilia (quando é cirúrgico?)

 Primeira consulta domiciliar


-Visitas domiciliares são recomendadas as famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós -parto
e, posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser pactuada com a família a partir das necessidades
evidenciadas e considerando-se os fatores de risco e de proteção. A primeira consulta do RN e da puerpera
pode ocorrer em domicilio.
- As visitas são importantes no período de puerpério para acompanhar a gestante e a família de forma mais
intima. É importante identificar sinais de depressão materna, também outros sinais de perigo à saúde da
criança.
**São sinais que indicam a necessidade de encaminhamento da criança ao serviço de referência com
urgência:
 Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar)
 Vômitos importantes (vomita tudo o que ingere)
 Convulsões ou apneia (fica em torno de 20 segundos sem respirar)
 Frequência cardíaca abaixo de 100bpm
 Letargia ou inconsciência
 Respiração rápida (acima de 60mrm)
 Atividade reduzida (movimenta-se menos do que o habitual)
 Febre (37,5 °C ou mais)
 Hipotermia (menos do que 35,5°C)
-Os principais objetivos da primeira visita domiciliar ao recém-nascido e à sua família é:
 Observar as relações familiares
 Facilitar o acesso ao serviço de saúde
 Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde
 Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família (nascimento de um filho)
 Estimular o desenvolvimento da parentalidade
 Orientar a família sobre os cuidados com o bebê
 Identificar sinais de depressão puerperal
 Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6° mês de vida
 Prevenir lesões não intencionais
 Identificar sinais de perigo a saúde da criança

 Primeira consulta do recém-nascido


-A primeira consulta do RN deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui um momento
propicio para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar
e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer
ou reforçar a rede de apoio à família, além da importância da verificação da Caderneta de Saúde da Criança,
da identificação de riscos e vulnerabilidades ao nascer e da avaliação da saúde da puérpera.
 Anamnese:
Procura-se avaliar as condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer,
idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clinicas na gestação, no parto, no período neonatal e
nos tratamentos realizados) e os antecedentes familiares (as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o
número de gestações anteriores GPA, o número de irmãos).
 Exame físico completo:
**Situações de vulnerabilidade à saúde do RN devem ser avaliadas nas consultas, tais como:

 Criança residente em área de risco;


 Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g);
 Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais);
 Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto;
 Internações/intercorrências;
 Mãe com menos de 18 anos de idade;
 Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo);
 História familiar de morte de criança com menos de 5 anos de idade
- Dentre as recomendações, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade deve ser
recomendado. A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta
menor morbidade. Estimule a amamentação, orientando a livre demanda (frequência e duração), e não
prescreva suplementação desnecessária com outros leites.
- Orientações gerais de cuidados ao RN e de prevenção de acidentes devem ser passadas aos pais e
familiares, visando o pleno desenvolvimento da criança e a manutenção de sua saúde.
Teste do pezinho:
O teste do pezinho, feito na criança logo após o seu nascimento, permite a detecção da fenilcetonúria e do
hipotireoidismo congênito, além de hemoglobinopatias (detecção de anemia falciforme e do traço
falciforme). Ademais ainda há triagem da fibrose cística. O teste deverá ser feito a partir do 3º dia até o 7°
dia de vida da criança, evitando-se resultados falsos negativos para fenilcetonúria, além de ser mais segura a
dosagem de TSH.
- Ainda na primeira consulta, é importante a conferencia sobre as vacinas de BCG e Hepatite B, além de
marcar retorno para nova avaliação no 30° dia do RN.
 Consultas subsequentes
-O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º
mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no
24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário.
Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de
orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. Pode haver variações a depender da condição da
criança.
 Anamnese:
É fundamental que o profissional de saúde, a família e a criança estabeleçam uma relação de confiança ao
longo do acompanhamento da criança. O procedimento de aprimorar as habilidades de comunicação tem
sido considerado uma ação fundamental. Perguntas abertas facilitam a compreensão dos motivos para a
consulta, além de permitirem que o profissional explore condições que não tenham sido bem explicadas.
Além disso, vale lembrar habilidades que facilitam a comunicação: saber ouvir, ter empatia, demonstrar
interesse, valorizar questionamentos, informar claramente, certificar-se de ter sido entendido, resumir o que
foi combinado até a próxima consulta.
 Exame físico:
-Se assemelha ao descrito na primeira consulta, mas mais encurtado, podendo inclusive ser mais
direcionado aos marcos, reflexos e às queixas.
-Com relação aos dados antropométricos, a monitorização do crescimento de forma rotineira é amplamente
aceita por profissionais de saúde e é um componente da consulta para a criança no mundo inteiro. Os
registros do peso, da estatura e do comprimento, bem como do perímetro cefálico da criança, aferidos nos
gráficos de crescimento, são recomendáveis para todas as consultas, para crianças de risco ou não, até os 2
anos de idade. Entre os 2 e os 10 anos de idade, deve-se aferir o peso e a altura e plotá-los no gráfico nas
consultas realizadas. Avaliação de IMC também é importante.

- Importante realização de testes para


rastreamento de displasia congênita do quadril (Ortolani e Bralow). Ausculta cardíaca também é de
extrema importância, além da ausculta respiratória. Avaliação da visão (teste do olhinho na primeira
consulta, teste da cobertura para estrabismo, teste de Hirschberg) e audição (teste da orelhinha para detectar
alguma perda auditiva congênita ou adquirida). PA deve ser aferida a partir do 3 anos de idade.
- O rastreamento para criptorquidia (testículo não descido) é fator importante, tendo em vista que essa é
anomalia congênita mais comum ao nascimento. A migração espontânea dos testículos ocorre geralmente
nos primeiros 3 meses de vida (em 70% a 77% dos casos) e raramente após os 6 a 9 meses. Se os testículos
não forem palpáveis na primeira consulta ou forem retráteis, o rastreamento deve ser realizado nas visitas
rotineiras de puericultura.
**Aconselhamentos recomendados:
- Pais e cuidadores devem receber a orientação de que a melhor maneira de prevenir casos assim é
colocando a criança para dormir de “barriga para cima” (posição supina), e não de lado ou de bruços.
- A cama ou o berço deve ser firme, e não deve haver lençóis ou cobertores frouxos ou objetos macios em
volta da criança.
- A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm contato com o bebê deve ser orientada em todas as
visitas de puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de vírus causadores de doenças respiratórias.
- Para crianças a partir dos 2 anos, deve haver aconselhamento para a realização de 30 a 60 minutos por dia
de atividade física moderada ou vigorosa, apropriada para a idade, entre 3 e 5 vezes por semana. A
atividade pode ser cumulativa durante o decorrer do dia, somando-se as horas de atividade física na escola
com as realizadas de forma extraclasse.

 Crescimento normal
-Os processos de crescimento e desenvolvimento estão interligados. No entanto, é conveniente referir-se ao
crescimento como o aumento do tamanho e ao desenvolvimento como um aumento da função dos processos
relacionados com o corpo e a mente. Estar familiarizado com os padrões normais de crescimento e
desenvolvimento possibilita que os profissionais que cuidam de crianças reconheçam e gerenciem variações
anormais.
-As medidas precisas do peso, comprimento/altura e do perímetro cefálico devem ser obtidas em cada
consulta de supervisão de saúde e comparadas com padrões estatísticos em gráficos de crescimento como
referência. IMC também é importante.
- Medidas seriadas são muito mais úteis do que medições individuais para detectar desvios de um padrão de
crescimento particular, mesmo quando os valores permanecerem dentro dos limites normais definidos
estatisticamente (percentis).
-Uma série de medidas faz parte da avaliação antropométrica, dependendo do tipo de público ao qual é
destinada. Em geral, incluem peso, estatura, circunferências corpóreas (crânio, braço, cintura ou abdome,
quadril, panturrilha, pescoço), dobras cutâneas (tricipital, bicipital, suprailíaca, subescapular, panturrilha,
abdominal) e tamanho dos segmentos corpóreos. As utilizadas na rotina pediátrica são peso, estatura,
índice de massa corpórea (IMC), circunferência craniana e abdominal.

 Peso:
 Lactentes de 0 a 2 anos: deve-se utilizar balança pediátrica com gradação de 10 g previamente
calibrada. O lactente deve estar despido, posicionado deitado ou sentado de modo que o peso seja
igualmente distribuído pela superfície da balança, a fim de proporcionar maior conforto e menor
risco de acidentes. Os pés ou as mãos do lactente não devem tocar em nenhuma outra superfície.

 Crianças maiores de 2 anos e adolescentes: devem utilizar balança do tipo adulto com gradação de
100g previamente calibrada. A criança (que se mantenha em pé sem apoio) ou o adolescente devem
ser pesados em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, vestindo o mínimo de roupas
possível, descalço, posicionado no centro da plataforma e evitando movimentar-se.
**Relação peso x idade até os 10 anos de idade.
Estatura:
-Até 2 anos devem ser medidas deitadas e maiores de 2 anos em pé. Havendo obstáculos à técnica, para
aquelas menores de 2 anos quando medidas em pé, deverá ser acrescido 0,7 cm ao resultado final, mesmo
valor que deverá ser subtraído para aquelas maiores de 2 anos quando medidas deitadas.
**Relação peso x estatura até 5 anos de idade.
**Para crianças com limitações físicas na faixa etária de 2 a 12 anos, as medidas de segmentos dos membros
superiores e inferiores permitem estimar a estatura com a utilização de equações propostas por Stevenson.
Circunferências corpóreas:
 Perímetro cefálico: é utilizada para acompanhar o crescimento em crianças até 3 anos de idade,
utilizando uma fita métrica na porção posterior mais proeminente do crânio e na parte frontal da
cabeça.

 Circunferência abdominal: A circunferência de cintura ou circunferência abdominal é fortemente


associada à gordura visceral e relacionada ao risco cardiovascular. Deve começar a medir a partir de
5 anos de idade. Estudos mostram, inclusive, que a circunferência abdominal (quando acima do
percentil 90) tem boa correlação com o desenvolvimento de dislipidemia, hipertensão arterial e
resistência insulínica. (Tabela de Freedman)

 Circunferência de pescoço: também avalia risco cardiovascular, realizar a partir dos 10 anos de
idade.
 IMC:
Em todas as faixas etárias pode-se medir o estado nutricional pelo IMC.
**Relação IMC x idade até os 10 anos na caderneta da criança, mas a OMS e o ministério da saúde já
disponibilizaram até os 19 anos de idade.
 Distúrbios do crescimento
**O aumento do percentil de peso frente a queda do percentil de altura sugere hipotireoidismo.
**Uma criança é considerada com microcefalia quando o perímetro cefálico é menor do que o terceiro
percentil, mesmo quando as medidas de comprimento e peso também são proporcionalmente baixas.

 Desenvolvimento normal
O desenvolvimento abarca alguns domínios de função, que estão todos interligados:
• Sensorial;
• Motor (grosseiro e fino);
• Linguagem;
• Social;
• Adaptativo;
• Emocional;
• Cognitivo.
Período neonatal:
Os reflexos mais importantes para avaliar o recém-nascido durante o período neonatal são os seguintes:
-O reflexo de Moro: é provocado deixando-se a cabeça do bebê mover-se suavemente para trás, de repente
(de alguns centímetros fora do colchão sobre a mão do examinador), resultando em um susto, depois
abdução e movimento para cima dos braços seguido de adução e flexão. As pernas respondem com flexão.
Dura até os 6 meses.

-O reflexo dos pontos cardeais ou reflexo de busca: é induzido ao se tocar o canto da boca da criança, o
que resulta na redução do lábio inferior no mesmo lado com movimentação da língua em direção ao
estímulo. A face também se volta para o estímulo. Dura até os 2 meses.
-O reflexo de sucção: ocorre quase que com qualquer objeto colocado na boca do recém-nascido. O lactente
responde com sucção vigorosa. O reflexo de sucção é substituído mais tarde pela sucção voluntária. Dura até
os 6 meses.
-O reflexo de preensão: ocorre quando se coloca um objeto, como um dedo, na palma da mão do bebê
(preensão palmar) ou planta do pé (preensão plantar). O lactente responde, flexionando os dedos ou
curvando os dedos dos pés. Preensão palmar dura até os 6 meses. Preensão plantar dura até os 10 meses.
-Reflexo cutâneo-plantar: Há extensão do hálux após estimulo lateral do pé. Dura até os 8 meses.
**OBS: Apesar de ser um indicativo de lesão neurológica no adulto, é considerado normal na criança até os
18 meses. A partir disso, a resposta a esse estímulo deve ser a flexão.
-O reflexo tônico cervical assimétrico: é observado quando se coloca o lactente em decúbito dorsal e se
observa que a cabeça do bebê persiste estaticamente virada para o lado. Esta colocação resulta em extensão
ipsilateral do braço e da perna em uma posição de “esgrima”. O lado contralateral se mantém em flexão.
Dura até os 3-4 meses.
-Reflexo da marcha: o bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se cruzam uma à frente da outra.
Dura até os 2 meses.

-Reflexo de colocação: É desencadeado através do estímulo tátil do dorso do pé, segurando o bebê pelas
axilar. O pé irá se elevar como se estivesse subindo uma escada. Dura até os 2 meses de vida.

***O atraso no desaparecimento esperado dos reflexos também deve justificar a avaliação do sistema
nervoso central.
Lactentes:
-Com o desenvolvimento das habilidades motoras grossas, o lactente primeiramente é capaz de controlar a
postura, depois a musculatura proximal e, por último, a musculatura distal.
-A avaliação dos movimentos oculares e da visão é importante para detectar o estrabismo. O cover teste ou
teste da oclusão e o do reflexo da luz devem ser realizados nas consultas iniciais de puericultura;
intervenções após 2 anos de idade diminuem a chance de manutenção da visão binocular ou acuidade visual
normal
Idade escolar/pré-adolescentes
Crianças mais velhas em idade escolar que começam a participar de esportes competitivos devem ter uma
história abrangente sobre esportes e exame físico, incluindo a avaliação cuidadosa do sistema
cardiovascular.
Marcos de desenvolvimento

- Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser classificados em genéticos (por
exemplo: síndrome de Down), biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia neonatal, meningites) e/ou
ambientais (fatores familiares, de ambiente físico, fatores sociais). No entanto, a maior parte dos traços de
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os
fatores ambientais.
- No dia a dia dos serviços, os profissionais de saúde podem orientar os pais em relação ao
desenvolvimento das funções fisiológicas e comportamentais da criança, tais como: choro, padrão de
sono, controle de esfíncteres, sexualidade e disciplina
 Um estudo aponta que o controle esfincteriano é reconhecido como um marco do desenvolvimento
infantil. A idade ideal para iniciar o processo educativo varia de criança para criança: algumas entre
18 e 24 meses já mostram sinais de que estão prontas; outras não se mostram prontas antes dos dois
anos e meio. Considera-se um início precoce o processo educativo realizado a partir de idade em
torno dos 18 meses. Por sua vez, é tido como um treinamento tardio o processo realizado após os 36
meses. Importante identificar quando a criança está pronta para essa etapa.

 Os recém-nascidos dormem tanto durante o dia quanto à noite, mas, depois de algumas semanas, o
sono diurno começa a diminuir. Em torno dos 6 meses de vida, os bebês começam a ter padrões de
sono, embora isso varie muito entre eles. A quantidade total de horas de sono de que os bebês
precisam e o número de sonecas diurnas diminuem ao longo dos primeiros anos de vida, tendo uma
média de 13 horas de sono por dia aos 2 anos de idade, com variações individuais.

 Com relação ao comportamento, a partir dos 2 anos, a criança desenvolve seu senso de identidade,
reconhecendo-se como uma pessoa, atribuindo conceitos a si mesma. É um momento em que a
criança começa a reivindicar maior autonomia, quando os pais devem ajudá-la a fixar os limites e, ao
mesmo tempo, encontrar sua autonomia e ter maior independência. Ao encararem as expressões de
vontade própria da criança como um esforço normal e saudável por independência, e não como
teimosia, os pais e cuidadores podem ajudá-la a adquirir o autocontrole, contribuir para seu senso de
competência e evitar conflitos excessivos.

 Alimentação do lactente à adolescência


Alimentação do lactente:
A alimentação, principalmente no 1º ano de vida, é fator determinante na saúde da criança. O Ministério da
Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde adota 10 passos para alimentação saudável:
1. Dar somente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros
alimentos.
2. A partir de seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até
os dois anos de idade ou mais.
3. Após os 6 meses, oferecer alimentação complementar (como cereais, tubérculos, carnes, leguminosas,
frutas e legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver
desmamada.
4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, com respeito a vontade da
criança.
5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com uma
consistência pastosa (papas, purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da
família.
6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros
anos de vida. Usar sal com moderação.
9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; além de garantir o seu armazenamento e
conservação.
10. Estimular a criança doente a se alimentar, oferecendo a sua alimentação habitual e seus alimentos
preferidos, respeitando a sua aceitação.
***Contraindicações para amamentação:
Exemplos disso são mães infectadas pelo HIV (vírus da AIDS), HTLV1 e HTLV2 (vírus que comprometem
as defesas do organismo) ou em uso de algum medicamento incompatível com a amamentação, por
exemplo, no tratamento contra diversos tipos de câncer. Mães usuárias regulares de álcool ou drogas ilícitas
(maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras) não devem amamentar seus filhos enquanto
estiverem fazendo uso dessas substâncias.
 O leite de vaca integral não deve ser usado como bebida principal antes dos 12 meses de idade.
 Todos os lactentes devem receber AC rica em ferro, incluindo produtos à base de carne e/ou
alimentos enriquecidos com ferro.
 Nenhum açúcar ou sal deve ser adicionado a AC, e sucos de frutas ou bebidas adoçadas com açúcar
devem ser evitados.
 A quantidade de iodo dos alimentos (como 100 g de peixes = 50 mcg; leite = 57,3 mcg; ovo = 24,7
mcg), do leite materno ou das fórmulas infantis é suficiente para as necessidades do lactente, não
sendo necessária a adição do sal iodado nem suplementação medicamentosa. A necessidade
recomendada para crianças de 0 a 7 anos de idade é de 90 mcg.
 O mel não deve ser introduzido antes dos 12 meses de idade.
 O glúten pode ser introduzido entre 4 e 12 meses, embora se priorize o aleitamento materno
exclusivo até 6 meses. Durante as primeiras semanas de introdução, recomenda-se não consumir
grandes quantidades.
 Para o preparo das refeições, preferir óleo de soja ou canola ou azeite, dada a quantidade de ômega 3
presente nestes óleos, sua proporção com o ômega 6 (10:1) e a quantidade de gorduras saturada e
monossaturada; deve ser usado na quantidade de 3 a 3,5 mL para cada 100 mL ou 100 g de
preparação.
 As frutas devem ser oferecidas após os 6 meses de idade, amassadas ou raspadas, sempre às
colheradas. Após o aparecimento da dentição e na dependência do desenvolvimento, podem ser
oferecidas em pedaços pequenos.
 Os sucos devem ser evitados, mesmo os naturais, por serem muito calóricos e favorecerem o
aparecimento de obesidade, além de não proporcionarem o consumo das fibras das frutas.
 É importante oferecer água potável – ferver 1 L de água, adicionar 2 gotas de hipoclorito de sódio
2,5% (água sanitária sem perfume, desinfetante ou alvejante), e deixar repousar por 30 minutos – a
partir da introdução da AC, ou em uso de fórmula infantil, porque os alimentos dados ao lactente
apresentam maior quantidade de proteínas por grama e maior quantidade de sais, o que causa
sobrecarga de solutos para os rins, que deve ser compensada pela maior oferta de água, seguindo a
regra de Holiday-Segar (até 10 kg: 100 mL/kg; 10 a 20 kg: 1.000 mL + 10 mL/kg/dia acima de 10
kg).
 Devem-se lavar os alimentos e deixá-los em uma solução com hipoclorito de sódio 2,5% (20 gotas
para 1 L de água) por 15 minutos. Para reduzir a concentração de alguns agrotóxicos, mergulhar os
alimentos por 15 minutos em solução de bicarbonato de sódio a 1% (1 colher de sopa para 1 L).
 Dar preferência para alimentos in natura, cozidos no vapor e consumidos no máximo em 24 horas,
para não perder nutrientes nem contaminar.
 Devem-se evitar alimentos industrializados pré-preparados, principalmente os ultraprocessados
(refrigerantes, sucos, embutidos, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo), condimentos
industrializados, café, chá (são considerados estimulantes) e outros que ofereçam risco de aspiração
(p. ex., pipoca). A oferta de água de coco e de outros líquidos em substituição à água também não é
aconselhável.
Alimentação para lactentes entre 1 e 2 anos de idade:
Nesta faixa etária, a amamentação deve prosseguir. As refeições devem assemelhar-se à consistência dos
adultos.
Alimentação do pré-escolar:
-Período entre 2 e 6 anos.
-Nesta fase, a criança já não cresce na mesma velocidade de quando lactente. Há diminuição do ritmo de
crescimento, considerado inferior aos 2 primeiros anos de vida (cerca de 2 a 3 kg/ano e 5 a 7 cm/ano). Por
essa razão, as necessidades nutricionais proporcionalmente diminuem, o que pode gerar a falsa interpretação
de baixo apetite.
O Departamento Científico de Nutrologia da SBP recomenda as seguintes orientações gerais para que a
conduta e o hábito alimentar dos pré-escolares sejam saudáveis:
 Estabelecer horários regulares para refeições e lanches, considerando um intervalo de 2 a 3 horas
entre eles, sem oferecer alimentos nestes intervalos para que a criança possa ter um bom apetite no
momento das refeições. Esse esquema alimentar pode ser feito em 5 a 6 refeições diárias: café da
manhã, lanche matinal, almoço, lanche vespertino, jantar e, se necessário, lanche ou ceia. As
refeições devem ser feitas preferencialmente à mesa com os devidos ajustes da cadeira à altura da
criança e junto à família.
 Fazer a adequação do prato de acordo com a necessidade da criança, oferecendo porções no tamanho
adequado. Caso a criança desejar, permitir a repetição. O prato deve ser atrativo, com refeições
coloridas e alimentos de diferentes texturas e aspectos, evitando a monotonia alimentar. Devem-se
evitar inclusive tamanhos e formas que podem provocar engasgos.
 A sobremesa deve ser oferecida como parte da refeição, e não como uma recompensa, tampouco ela
é obrigatória. Dar preferência às frutas.
 Limitar a oferta de líquidos durante a refeição, como água, sucos e, principalmente, refrigerantes.
Quando oferecer, preferir após às refeições e priorizar a água. Os sucos devem ser limitados a 120
mL/dia para crianças de 1 a 3 anos e 175 mL para aquelas de 4 a 6 anos.
 Refrigerantes, sucos de caixinha, bebida prontas adoçadas, balas, doces e salgadinhos devem ser
evitados, no entanto, uma proibição radical pode levar a maior interesse da criança pelas guloseimas.
 Limitar a ingestão de sal de adição às refeições (2 g/dia), de açúcar (até 25 g/dia, correspondente a 6
colheres de chá/dia), de excesso de gordura e de bebidas e produtos à base de soja. Estes últimos
podem levar à sobrecarga de proteína e ainda se desconhece as consequências em longo prazo da
ingestão dos fitoestrogênios presentes na soja.
 Garantir a ingestão adequada de cálcio, aproximadamente 600 mL/dia de leite ou derivados, para a
boa formação da massa óssea e prevenção de osteoporose na vida adulta.
Alimentação do escolar:
-Período entre 7 e 10 anos.
 A alimentação junto à família deve ser sempre estimulada.
 Preferências podem ser respeitadas, mas sempre com adequado balanço entre liberdade e
responsabilidade.
 O estímulo a uma dieta mais natural é importante, com o cuidado de não se criar medos exagerados
quando ela não estiver disponível. A moderação e o equilíbrio devem ser treinados nessa faixa etária,
de modo que a criança aprenda a fazer as melhores escolhas a cada momento, de acordo com a
disponibilidade e as necessidades sociais.
 Alimentos de baixo valor nutricional, como bebidas açucaradas, salgadinhos e guloseimas, devem
ser entendidos como componentes não habituais da dieta, com seu uso restrito a momentos
específicos.
 Cuidado adicional deve ser voltado a alguns excessos frequentes nessa faixa etária e que devem ser
controlados: sal, açúcar e gorduras trans. No caso do sal, deve-se usar menos de 5 g/dia. Açúcar não
deve exceder 10% do total das calorias diárias. Gorduras trans devem ser evitadas completamente e
cuidado especial deve ser dado a produtos de panificação, sorvetes e doces produzidos de forma
artesanal.
 Dentro do grupo dos cereais, de preferência metade deles deve ser ingerido na forma integral, por
serem ricos em fibras e micronutrientes e por apresentarem índice glicêmico menor e poder
sacietógeno maior.
 A atividade física é fundamental nessa faixa etária, e pelo menos 150 minutos semanais são
recomendados.
 O tempo de permanência em frente a telas (excetuando-se os períodos em que isso for de exigência
escolar) deve ficar restrito a, no máximo, 2 horas/dia.
 Exposição responsável ao sol ajuda na manutenção de níveis adequados de vitamina D. Os demais
micronutrientes podem ser obtidos pela alimentação direcionada pela pirâmide alimentar.
 Crianças em idade escolar algumas vezes optam de maneira bastante firme por dietas específicas,
como o vegetarianismo. Nesses casos, o profissional deve ajudar a família a evitar possíveis
problemas decorrentes dessas práticas, ensinado ajustes dietéticos e, quando necessário,
suplementando.
 Dentro do grupo das carnes, o consumo frequente de peixes deve ser estimulado, por conta dos
LCPUFA.
 A puericultura precisa estar presente nessa faixa etária, sendo a vigilância do crescimento e do ganho
de peso partes fundamentais dessa prática. A incidência crescente da obesidade em nosso meio torna
essa preocupação presente todo o tempo para o profissional que atende à criança em idade escolar.
Alimentação de crianças não amamentadas:
 Fórmula infantil:
-Os novos alimentos deverão ser oferecidos a partir dos 6 meses, inclusive a água. A partir dos 9 meses, a
fórmula infantil pode ser substituída pelo leite de vaca integral.
 Leite de vaca modificado
-A criança alimentada com leite de vaca modificado em casa poderá receber novos alimentos a partir dos 4
meses para evitar deficiências nutricionais, pois o leite de vaca não possui todos os nutrientes de que a
criança precisa.
-A criança alimentada com leite de vaca modificado precisa receber suplementação de vitaminas e minerais,
com a orientação de profissionais de saúde.
-Se a criança der sinais de que está pronta para receber novos alimentos, aos 4 meses, recomenda-se dar
fruta (de manhã e à tarde), almoço ou jantar, além de água nos intervalos. Os alimentos devem ser
amassados. São sinais de que a criança está pronta para receber alimentos sólidos e semissólidos: ser capaz
de assumir posição sentada e cabeça firme, mostrar coordenação entre os olhos, as mãos e a boca, mastigar e
engolir sem engasgar.
-Ao fazer 5 meses, recomenda-se dar fruta (de manhã e à tarde), almoço, jantar e água nos intervalos. Nos
outros horários do dia, o leite de vaca integral deve ser oferecido. A quantidade total de leite oferecida não
deve ultrapassar 500 mL por dia, pois quantidades superiores podem trazer risco para a saúde da criança,
como a anemia.
** A partir 4 meses, não é preciso mais diluir o leite de vaca integral líquido e o leite em pó pode ser
preparado de acordo com o recomendado no rótulo.
 Suplementação
 Suplementação de 200mg de DHA (Ácido Docosahexaenoico – ácido graxo de cadeia longa) ao dia
para gestantes, lactantes, independente da dieta. Crianças não amamentadas devem receber DHA
através de sua fonte láctea complementar, caso contrário, suplementar o DHA isoladamente.
 Vitamina A:
 Cálcio e Vitamina D:

 Ferro:
Suplementação preventiva de ferro para recém-nascido de termo, de peso adequado para a idade
gestacional, de 1mg de ferro elementar/kg de peso/dia, a partir do 3o mês (independentemente se em
aleitamento materno exclusivo, misto ou somente fórmula infantil) até o 24o mês de vida.

 Vitamina K1:
O recém-nascido deve receber, ao nascimento, vitamina K1 na dose de 0,5 a 1 mg, por via intramuscular, ou
1 a 2 mg por via oral, como forma de prevenir sangramentos resultantes da carência dos fatores de
coagulação, dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X).
 Calendário Nacional de vacinação da criança

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