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Sistematização da Assistência de Enfermagem

Conteudista: Prof.ª M.ª Alexandra de Oliveira Fernandes Conceição


Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco

Objetivos da Unidade:

Realizar a sistematização da assistência de enfermagem, na área de saúde da


criança e do adolescente, com enfoque na comunidade e suas relações
ambientais, sociais e culturais;

Compreender os fatores que interferem no crescimento e desenvolvimento da


criança através da consulta de enfermagem;

Conhecer os guias do Ministério da Saúde, com valores de referência de acordo


com a faixa etária para peso, estatura, perímetro cefálico, além do uso da escala
para o desenvolvimento neuropsicomotor.

📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
1 /3

Introdução
A avaliação clínica de crianças objetiva compreender a condição da criança ou do adolescente, e
fornecer um diagnóstico preciso e tratamento apropriado. O enfermeiro utiliza a Sistematização
da Assistência de Enfermagem (SAE), que é uma abordagem organizada para o cuidado, sendo

baseada em princípios científicos, incluindo uma avaliação cuidadosa do paciente, a


identificação de problemas de saúde e a formulação de planos de cuidado.

Na saúde da criança e do adolescente, a sistematização da assistência de enfermagem é


especialmente importante, pois eles têm necessidades específicas e que devem ser abordadas de
acordo com a fase de crescimento e desenvolvimento que cada um se encontra; isso inclui a
promoção do desenvolvimento físico e psicossocial saudável, o manejo de doenças crônicas e
agudas, a prevenção de lesões e o suporte às necessidades nutricionais.

O enfermeiro deve trabalhar em estreita colaboração com o paciente, a família e comunidade


para garantir que o plano de cuidado seja aplicado de forma eficaz e que os resultados sejam
monitorados e avaliados continuamente, dado que o objetivo é obter uma visão completa e
abrangente da situação da criança ou do adolescente para que se possa fornecer um tratamento
eficaz.
Leitura
Manual Técnico: Saúde da Criança e do Adolescente nas Unidades

Básicas de Saúde

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Avaliação Clínica da Criança e do Adolescente


A avaliação clínica de enfermagem é uma etapa crucial na prestação de cuidados à saúde da
criança. É um processo sistemático de coleta de informações sobre o estado de saúde da criança,
incluindo suas condições médicas, histórico de saúde, estilo de vida e necessidades de cuidado; é
a base para o planejamento, a implementação e o monitoramento dos cuidados de enfermagem.

A comunicação é uma das principais ferramentas utilizadas nesse processo, bem como
estabelecer um ambiente de comunicação adequado, garantir a privacidade e confidencialidade

das informações.

A observação realizada pelo enfermeiro sobre o comportamento da criança e a interpretação que


essa tem em relação aos pais/familiares, durante o atendimento será fundamental para sua
avaliação.
Importante!
Entrevista sem julgamentos: é comum colocarmos as nossas

percepções e os nossos julgamentos durante um atendimento, afinal,


somos humanos. A comunicação é uma habilidade que o enfermeiro
deverá exercitar durante toda a sua vida profissional, de modo que
seguem algumas dicas para realizar uma entrevista sem preconceito:

Preparação: antes da entrevista, é importante estar ciente dos preconceitos que você
pode ter e fazer um esforço consciente para deixá-los de lado;

Escuta ativa: durante a entrevista, preste atenção ao que o entrevistado diz e evite o
interromper;

Perguntas imparciais: evite perguntas que possam ser interpretadas como


tendenciosas ou que possam levar a respostas preconceituosas;

Mantenha uma postura neutra: tanto corporal quanto verbal neutras durante a
entrevista para evitar transmitir preconceitos inconscientes;

Respeite as diferenças: lembre-se de que todas as pessoas são únicas e respeite as


diferenças de opiniões, crenças, cultura e raça.

Seguir essas dicas lhe ajudará a garantir que a entrevista seja realizada sem preconceito e a
construir relações positivas e confiáveis com as crianças, os pais e/ou familiares.
Leitura
Escuta Ativa: o que é, Principais Benefícios para o seu Negócio e como

Colocar em Prática com Clientes e Colaboradores

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A interação entre enfermeiro e criança é primordial durante a entrevista; mesmo se forem


lactentes ou crianças pequenas, devemos nos dirigir a elas por meio de brincadeiras,
lembrando-nos de que as crianças são o centro do nosso cuidado. Devemos falar com as
crianças e os pais como participantes ativos, dado que a comunicação não verbal geralmente é a
que transmite maior significado às crianças, a mudança de ambiente também é um fator
importante durante o atendimento (HOCKENBERRY, 2016).

Veja a seguir as diretrizes para o cuidado de enfermagem com relação a comunicação com
crianças:

Dê espaço e tempo para que a criança se sinta confortável;

Evite gestos e toques súbitos que possam ser vistos como ameaças;

Comunique-se com crianças pequenas por meio de brinquedos de transição;

Oportunize a fala da criança;

Cuide de sua tonalidade da voz;


Seja honesto(a) com as crianças, de modo que nunca prometa o que não poderá
cumprir;

Permita que elas expressem medo (HOCKENBERRY; WILSON, 2016).

A puericultura é uma área da Pediatria que se dedica ao acompanhamento do crescimento e


desenvolvimento de crianças, desde o nascimento até a adolescência, com o objetivo de
promover a saúde e prevenir doenças. O enfermeiro é um profissional fundamental na equipe de
saúde que atua na puericultura, realizando diversas atividades, incluindo a consulta de
enfermagem.

Na puericultura, a consulta de enfermagem é realizada em diferentes momentos, de acordo com

a faixa etária da criança, e pode ocorrer tanto na unidade básica de saúde quanto em visitas
domiciliares. Durante a consulta, o enfermeiro realiza uma série de ações, tais como:

Avaliação antropométrica, ou seja, medir o peso, a altura, o perímetro cefálico, além


de calcular o índice de massa corporal da criança. Essas medidas ajudam a
monitorar o crescimento e desenvolvimento da criança e identificar possíveis
desvios;

Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, verificando se a criança atinge as


habilidades esperadas para a sua idade, tais como se sentar, engatinhar, andar, falar
etc.;

Avaliação da imunização da criança, orientando sobre as próximas vacinas a serem


administradas;

Anamnese, para verificar questões como hábitos alimentares, rotina de sono,


atividade física, histórico familiar e outros aspectos que possam influenciar na
saúde da criança;

Orientação aos pais ou responsáveis sobre os cuidados com a saúde da criança, tais
como higiene, alimentação, prevenção de acidentes etc.;
Identificação de possíveis situações de risco ou problemas de saúde, a fim de
encaminhar para avaliação com outros profissionais da equipe de saúde, quando
necessário.

A avaliação da imunização de crianças e adolescentes é uma das tarefas mais importantes da


consulta de enfermagem, pois as vacinas são uma das formas mais eficazes de se prevenir

doenças infecciosas e reduzir o risco de morbidade e mortalidade na população infantil e juvenil.

Durante a consulta de enfermagem é essencial avaliar o histórico de vacinação da criança ou do


adolescente, verificando se todas as doses recomendadas foram recebidas e se há necessidade
de atualização de alguma vacina. É importante lembrar que a imunização não é um processo
único e deve ser avaliada regularmente para garantir a eficácia da proteção.

A avaliação da imunização também é uma oportunidade para fornecer informações sobre as


vacinas, esclarecer dúvidas e reduzir o medo e a ansiedade em relação às vacinas. Além disso, a
consulta de enfermagem pode ser usada para discutir as contraindicações e precauções em

relação a cada vacina e para enfatizar a importância da vacinação não apenas para a saúde
individual, mas também para a saúde coletiva.

Leitura

Calendário Nacional de Vacinação – Vacinas para a Criança


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Calendário Nacional de Vacinação – Vacinas para o Adolescente
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Parâmetros Clínicos na Avaliação do Crescimento


Avaliar as medidas de crescimento: peso, estatura, perímetro cefálico, perímetro torácico e
braquial.

Sinais vitais: temperatura corporal, pulso, respiração e pressão arterial.

Temperatura:

Regulada pelo hipotálamo;

Variação da temperatura de acordo com o estado da criança, atividade física,


ambiente e medicações;

Medição: dependerá do equipamento e local onde será realizada a aferição.

Tipos de termômetro:

Timpânico;

Temporal;
Axilar;

Oral;

Retal.

Temperatura corporal:

Normotermia: de 36 a 37º C;

Hipotermia: abaixo de 36º C;

Subfebril: de 37 a 37,5º C;

Febre baixa: de 37,5 a 38, 5º C;

Febre moderada: de 38,5 a 39,5º C;

Febre alta: De 39,5 a 40,5º C;

Hiperpirexia: acima de 40,5º C ( CHAUD et al., 1999, p. 87-90).

Importante!
Frequência cardíaca:

Crianças menores de 2 anos de idade: verificar pulso, femoral, braquial e apical;


Crianças maiores de 2 anos: verificar pulso, radial e carotídeo.

Quadro 1 – Frequência cardíaca

Variações – batimentos por


Idade
minuto (bpm)

Recém-Nascido (RN) De 120 a 160

Lactente De 90 a 140

Pré-escolar De 80 a 130

Escolar De 75 a 100

Adolescente De 60 a 90

Fonte: Adaptado de AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2018

Quadro 2 – Frequência respiratória (mpm)

Idade Frequência

Menor ou igual a 2 meses Maior ou igual a 60

De 3 a 11 meses Maior ou igual a 50


Idade Frequência

De 12 meses a 5 anos Maior ou igual a 40

Maior que 6 anos Maior ou igual a 30

Adolescente De 12 a 16

Fonte: Adaptado de CHAUD et al., 1999, p. 87-90

Quadro 3 – Pressão Arterial (PA)

Crianças com idade maior ou


Crianças de 1 a 13 anos de idade
igual a 13 anos

PA normal: < Percentil (P) 90


PA normal: < 120 / < 80 mm Hg.
para idade, sexo e altura.

Pressão arterial elevada: PA ≥ P


90 e < 95 percentil para idade, Pressão arterial elevada: PA 120
sexo e altura, ou PA 120 / 80 / < 80 mm Hg a PA 129 / < 80
mmHg mas < P 95 (o que for mm Hg.
menor).

Hipertensão em estágio 1: PA ≥
P 95 para idade, sexo e altura
Hipertensão em estágio 1: PA
até < P 95 + 12 mm Hg, ou PA
130 / 80 ou até 139 / 89 mm Hg.
entre 130 / 80 até 139 / 89 mm
Hg (o que for menor).
Crianças com idade maior ou
Crianças de 1 a 13 anos de idade
igual a 13 anos

Hipertensão em estágio 2: PA ≥
P 95 + 12 mm Hg para idade, Hipertensão em estágio 2: PA ≥
sexo e altura, ou PA ≥ 140 / 90 140 / 90 mm Hg.
mm Hg (o que for menor).

Fonte: Adaptado de FLYNN et al., 2017, p. 705

Avaliação da Dor
A dor é considerada o quinto sinal vital, de modo que em crianças utilizamos a escala de dor
FLACC – Face, Legs, Activity, Cry, Consolability –; em crianças maiores podemos utilizar a escala
de faces.

Quadro 4 – Escala para avaliação e classificação da dor: escala Flacc (crianças com idade de até

7 anos ou com déficit de verbalizar

Categorias Pontuação

0 1 2

Caretas ou
Tremor
Nenhuma sobrancelhas
frequente do
expressão franzidas, de
Faces queixo,
especial ou vez em quando
mandíbulas
sorriso. introversão,
cerradas.
desinteresse.
Categorias Pontuação

Inquietas, Chutando
Normais ou
Pernas agitadas, ou
relaxadas.
tensas. esticadas.

Quieta na Movendo-se Curvada


posição para frente e rígida ou
Atividades normal, para trás, com
movendo-se contorcendo- movimentos
facilmente. se. bruscos.

Choro
Gemidos ou contínuo,
Sem choro,
choramingo, grito,
Choro acordada ou
queixa soluço,
dormindo.
ocasional. queixa com
frequência.

Tranquilizada
por toques,
abraços ou Difícil
Satisfeita,
Consolabilidade conversas consolar ou
relaxada.
ocasionais; confortar.
pode ser
distraída.

Fonte: Adaptado de BUSSOTI; GUINSBURG; PEDREIRA, 2020


Figura 1 – Escala de avaliação da dor (faces)
Fonte: Adaptada de Freepik

#ParaTodosVerem: imagem de fundo branco, com uma escala e cinco


“carinhas” com um tipo de reação. A primeira “carinha” é verde e bem
sorridente; a segunda “carinha” é de um verde mais claro e com uma expressão
sorridente; a terceira “carinha” e amarela, sem sorriso, somente com um
traçado horizontal como boca; a quarta “carinha” é de cor laranja, com jeito
triste; a quinta e última “carinha” é vermelha e com a boca torta – em “U ao
contrário” – e com semblante de braveza. A imagem como um todo descreve
uma escala para a avaliação da dor, utilizando desenhos para descrever a
intensidade da dor: sem dor, dor leve, dor moderada e dor insuportável. Fim da
descrição.

Consulta de Enfermagem à Criança na Atenção Básica:


Caderneta da Criança, Crescimento e Desenvolvimento
Infantil

Exame Físico
Mediante as especificidades de cada faixa etária da criança, o exame físico assume
características peculiares, requerendo, do enfermeiro, além dos conhecimentos básicos sobre
anatomia e fisiologia, saberes sobre crescimento e desenvolvimento infantil, a fim de realizar o
exame respeitando as características próprias de cada estágio de desenvolvimento.

Assim, deve-se realizar o desnudamento da criança por partes, lembrando-se das


peculiaridades do RN, lactente, das crianças entre 13 e 36 meses de vida, da pré-escolar e escolar.

Ademais, deverá estar atento à hipoatividade ou ao abatimento da criança, assim como à


irritabilidade ou ao choro excessivo, além de buscar sinais de maus-tratos, má higiene,
abandono ou negligência; deverá deixar para o final os procedimentos mais estressantes à
criança – tais como otoscopia, inspeção da amígdalas, mensurações etc. –, anotando no

prontuário qualquer suspeita para posteriormente discutir com a equipe.

São técnicas de avaliação física as seguintes:

Inspeção: é uma técnica simples, mas altamente qualificada – envolve o uso da


visão, audição e do olfato. Todo o corpo deve ser observado quanto à forma, cor,
simetria, ao odor e a anormalidades;

Palpação: envolve o uso do tato e da pressão para determinar as características do


órgão e dos tecidos – temperatura, hidratação, textura, forma, movimento e
sensibilidade;

Percussão: demonstra a quantidade de ar ou material sólido adjacente ao pulmão e


nos limites dos órgãos, ou partes do corpo com diferentes densidades em sua
estrutura;

Ausculta: procedimento em que o examinador escuta os sons produzidos pelos


diferentes órgãos do corpo.

É fundamental que o enfermeiro registre a sua impressão sobre a criança, observação da


fisionomia – se alegre ou triste, calma ou agitada, assustada, irritada etc. –; atividade –hipo,
normo ou hiperativa –; interação com as pessoas – se comunicativa, apática, interessada,
desinteressada, brincando, retraída –; a sua postura – se ereta, relaxada, encolhida, de proteção
de uma área do corpo dolorida ou incomodada –; as deformidades ou os traços físicos; o estado

nutricional – se obesa, emagrecida, caquética –; e de hidratação – hidratada, desidratada –;


além das condições de higiene e vestuário.
Figura 2 – Exame físico da criança
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: imagem de fundo branco, com a figura desenhada de uma


criança de cor rosa e os seus órgãos em destaque: cérebro, pulmão, estômago,
baço, rim, pâncreas, intestino delgado, bexiga, apêndice, intestino grosso,
vesícula biliar, fígado e coração. O exame físico da criança avalia, de forma
minuciosa, a condição física, por meio dos passos propedêuticos de inspeção,
palpação, percussão e ausculta. Fim da descrição.
Avaliação Geral
É importante que o enfermeiro avalie o estado geral da criança, observando as características
dos achados normais e anormais – por exemplo, pele corada e hidratada como achado normal;
ou palidez, cianose, icterícia, pele acinzentada ou marmórea, ausência de pigmentação (vitiligo)
como achado anormal.

Cabeça
Nos bebês, deve-se verificar a fontanela anterior (bregmática) que fecha em torno de 18 meses
de vida e a fontanela posterior (lambidoide) que fecha, em média, com 2 meses de vida.

Couro cabeludo: ausência de massas, cabelos distribuídos por toda a cabeça. Deve-
se avaliar expressão de dor;

Olhos e pálpebras: avaliar a esclera, conjuntiva e córnea clara, olhos espaçados


aproximadamente 2,5 cm no RN, reação pupilar bilateral, fotorreação positiva:
vermelha; fotorreação negativa: branca opaca. Relação de simetria: olhos alinhados
com as orelhas, a face e linha média do nariz;

Nariz: localizado na linha média; observar o tamanho adequado para a face; avaliar a
implantação das orelhas, se estão simétricas – em tamanho, forma e colocação –,
pavilhão curvado, cartilagem rígida; realizar o exame otoscópico: observar se a
membrana está íntegra;

Boca e mucosa: observar a cor e integridade dos lábios – os lábios devem ser
rosados, a mucosa úmida, com salivação moderada, palato intacto, sem fissuras,
reflexos de sucção, deglutição;

Língua: avaliar o tamanho adequado para a face, se se projeta para fora quando
tocada no RN (reflexos primitivos), se está localizada na linha média;

Úvula: se também está localizada na linha média e se eleva com o choro;


Pescoço: verificar se está simétrico – no RN é curto –, se tem mobilidade ampla e
traqueia; palpar os anéis de cartilagem e a glândula tireoide, esta que deve estar
localizada na linha média; verificar se os pulsos carotídeos estão fortes, regulares e
iguais bilateralmente; palpar os linfonodos, verificando se possuem diâmetros de 3
mm – considerados normais na região cervical (na região inguinal podem medir até
1 cm) –, se são indolores e se podem ser palpáveis ou não.

Tórax
Deve-se levar em conta a fase do crescimento que se encontra, inspecionar se há alguma
deformidade, tal como peito escavado (esterno deprimido), peito carinado (esterno
protuberante), ou se há algum abaulamento.

Verificar alterações do padrão respiratório, alteração do ritmo, tiragem intercostal, coloração da


pele, cianose de extremidades e perfusão periférica; a frequência respiratória deverá ser obtida
pela contagem em um minuto completo.

Abdome
Deve-se inspecionar distensão e a presença de hérnias; na palpação é fundamental a verificação
de visceromegalias, distensões e massas; deve-se auscultar a presença de ruídos hidroaéreos.

Genitália e Reto
Durante a avaliação da genitália na criança é fundamental observar alguma anomalia.

Na genitália feminina é possível observar inchaço dos grandes lábios – estendem-se além dos
pequenos lábios na RN –, se os pequenos lábios estão bem formados; o clitóris pode estar

aumentado devido ao hormônio nessa fase e o meato uretral deverá estar localizado
anteriormente ao orifício vaginal, podendo-se observar secreção vaginal esbranquiçada ou leve
sangramento na avaliação da RN.
Na genitália masculina, deve-se observar se o pênis está reto, adequado para o tamanho do
corpo – entre 3 e 4,5 cm no RN –; o meato urinário deve estar localizado na linha média, na
ponta da glande; no RN e em lactentes o prepúcio pode apresentar dificuldade de retração, o que
é considerado aderência fisiológica; o jato urinário deve sair reto e os testículos podem não estar
na bolsa escrotal. Deve-se observar anomalias como criptorquidia, sinequia, fimose e
dermatites perineais.

Membros
Deve-se avaliar os membros superiores quanto à mobilidade, articulação, edema e dor. Nos
membros inferiores, deve-se avaliar a mobilidade (ativa e passiva), deambulação, simetria,
verificar os pés e a rede venosa.

Deve-se avaliar as seguintes medidas de crescimento: peso, estatura, perímetro cefálico,


perímetro torácico e braquial.

A higiene oral deve ser realizada a partir da presença do primeiro dente decíduo, e continuar
fazendo a higiene da boca, friccionando cuidadosamente os dentes. Recomenda-se que a

primeira consulta odontológica do bebê seja feita entre o nascimento do primeiro dente
(geralmente aos 6 meses de vida) e os 12 meses de idade.

Vídeo
Exame Físico da Criança
Exame físico da criança

Consulta de Puericultura
Na primeira consulta da criança é importante perguntar para a mãe/o cuidador sobre fatos
associados ao seu desenvolvimento, além de observar alguns detalhes no seu exame físico e
finalizar com a observação da criança na realização de comportamentos esperados para a sua
faixa etária, por exemplo:

Interação da mãe/do cuidador com a criança (vínculo com o filho), por ser esta
relação importante fator de proteção para o desenvolvimento humano;

A forma como a mãe/o cuidador segura a criança – se existe contato visual e verbal
de modo afetuoso entre os quais;

Veja ainda os movimentos espontâneos da criança – se apresenta interesse por


objetos próximos e pelo ambiente;

Verifique os cuidados da mãe/do cuidador com a criança, pelo seu estado de higiene
e a atenção ao que faz, para onde olha ou o que deseja naquele momento – são
observações que podem auxiliar na avaliação;

É importante que o profissional esteja atento às condições de saúde da mãe/do


cuidador;

Mães podem apresentar depressão pós-parto, de modo que é importante reforçar a


confiança das mães e, se necessário, encaminhá-las para atendimento médico.

Importante!
Avaliação da consulta no primeiro ano de vida de crianças sem risco: a

consulta do enfermeiro deverá ser realizada no terceiro, quinto,


sétimo, oitavo, décimo e décimo primeiro mês. Após o sexto mês
acontecerão consultas médicas, do enfermeiro e a participação em
grupos com a equipe, agenda que dependerá das características locais,
considerando, principalmente, indicadores epidemiológicos.

Vídeo
Webpalestra – Puericultura no Primeiro Ano de Vida
Webpalestra - Puericultura no primeiro ano de vida

A avaliação do primeiro ao segundo ano de vida deve ser realizada trimestralmente, intercalando
consulta médica, de enfermagem e a participação nos grupos com a equipe.

A avaliação do segundo ao quinto ano de vida deve ser realizada semestralmente, intercalando
consulta médica, de enfermagem e a participação nos grupos com a equipe.

O seguimento da criança poderá ser adaptado a partir da realidade epidemiológica do território e


da própria criança.
Classificação dos riscos a serem observados:

Risco de crescimento e desenvolvimento: curva descendente ou horizontal, ganho


de peso insuficiente, agravos nutricionais, prematuridade, desenvolvimento não
compatível com a idade, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e infecção de
repetição;

Risco de infecções de repetição: internação, atraso vacinal, desnutrição e


aleitamento misto;

Riscos identificados ao nascer: baixo peso ao nascer (< 2.500 g);

Prematuridade;

Morte de irmão menor de 5 anos de idade, internação após alta materna;

Risco ambiental: falta de saneamento básico, moradia inadequada, desestruturação


familiar;

Situações de violência doméstica e/ou sexual, uso e dependência de drogas lícitas e


ilícitas;

Risco socioeconômico: desemprego, pais sem escolaridade, família proveniente de


área social de risco, pessoas em situação de rua, mãe adolescente.

Tendo em vista o enfoque de risco, é necessário um planejamento com a equipe para um

acompanhamento mais frequente das crianças, famílias e/ou cuidadores.

Após a consulta de puericultura, o enfermeiro deverá realizar orientações importantes aos pais
e/ou cuidadores da criança, de modo que algumas das principais orientações incluem:

Alimentação adequada para a idade da criança e como introduzir novos alimentos na


dieta. Além disso, pode orientar sobre a importância de se evitar alimentos com alto
teor de açúcar e gordura, bem como a importância da hidratação adequada;
Higiene bucal, do cabelo, das mãos e do corpo da criança; orientar sobre a
importância de se manter as vacinas em dia e acerca dos cuidados com a prevenção
de doenças contagiosas;

Desenvolvimento da criança sobre o estímulo ao desenvolvimento, tais como


brincadeiras adequadas para a idade e o incentivo à leitura;

Sono e repouso adequados para a idade da criança e sobre a importância de um


ambiente seguro e confortável para dormir;

Prevenção de acidentes, medidas de segurança adequadas para a idade da criança,


como a instalação de dispositivos de segurança nas janelas e tomadas, o uso de
cadeirinhas no carro e a supervisão adequada durante as brincadeiras.

Conforme resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) 358/2009, o Diagnóstico de


Enfermagem (DE) é uma atividade privativa do enfermeiro, dado que o DE provém identificação
clara e específica do enfermeiro sobre fatores de risco e/ou alterações das necessidades
humanas básicas encontradas durante o histórico de enfermagem – coleta de dados e exame
físico.

A sua descrição exige um pensamento crítico, profundo e que será registrado por meio das
intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. O enfermeiro deverá
utilizar uma taxonomia que possua reconhecimento internacional para registrar o seu
diagnóstico.

Atendimento ao Adolescente
O atendimento ao adolescente deve sempre levar em conta, dentre outras variáveis, o processo
de crescimento e desenvolvimento e a sua vulnerabilidade a inúmeros agravos físicos, psíquicos

e sociais, cuja análise permitirá a identificação dos fatores protetores que sejam promovidos e
os riscos que deverão ser afastados ou atenuados. Abrange ações interdisciplinares,
intersetoriais e interinstitucionais, voltadas para a prevenção e promoção da saúde, para o
atendimento local e para o encaminhamento de situações e problemas específicos dessa faixa
etária.

A própria condição de ausência de oportunidade para refletir, construir um projeto de vida e

concretizá-lo pode colocar qualquer adolescente em situação de risco, independentemente da


situação social em que se encontre.

Durante a consulta, o enfermeiro deve abordar temas de interesse do adolescente, estimulando-


o a expor os seus problemas e as suas angústias, estabelecendo uma troca de informações de

maneira franca e aberta, sem expressar julgamentos; sugere-se que a primeira consulta de
enfermagem possa ser dividida em duas etapas, não necessariamente no mesmo dia.

Deve-se esclarecer sobre o direito de assistência à saúde, incentivando a responsabilizar-se por


seu próprio cuidado e discutir com o adolescente o plano ou a estratégia para o cuidado.

A consulta não deve ter a abordagem tradicional e com formatos rígidos, pré-concebidos,
unidirecionais ou informativos, de modo que é importante respeitar a singularidade de cada um,
considerando sempre as especificidades relativas à idade, ao gênero, à orientação sexual, raça,
etnia, ao meio familiar, às condições de vida, à escolaridade, ao trabalho, dentre outros aspectos,

abordando sempre o adolescente em sua integralidade.

Ademais, a consulta de enfermagem deve contemplar:

Higiene e alimentação;

Orientações sobre os métodos anticoncepcionais;

Orientações preventivas para Doenças Sexualmente Transmissíveis


(DST)/síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), gravidez precoce não
planejada e aborto;

Avaliação e fornecimento de anticoncepção de emergência;

Vacinação;
Orientação acerca de sexualidade e informações sobre diferentes opções sexuais;

Identificação da influência familiar, do grupo cultural, social e da mídia;

Observação de risco para a exploração sexual, violência doméstica e fuga;

Vinculação escolar e bullying;

Orientações sobre álcool, drogas, o uso de piercings e tatuagens;

Convidar para grupos existentes na unidade e comunidade;

Encaminhamentos para acompanhamento médico, psicológico e odontológico.

Vídeo
Coren-SP Sem Fronteiras: Consulta de Enfermagem à Adolestecentes
Desacompanhados
COREN-SP SEM FRONTEIRAS: CONSULTA DE ENFERMAGEM À A…
A…

Guias do Ministério da Saúde na Avaliação do


Crescimento e Desenvolvimento
As curvas de avaliação de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) são um conjunto
de gráficos que mostram a distribuição do crescimento infantil saudável em meninos e meninas

desde o nascimento até os 5 anos de idade. Essas curvas foram desenvolvidas com base em um
estudo abrangente e multicêntrico, envolvendo mais de 8.500 crianças de diversos países.

São compostas por gráficos de acordo com a faixa etária e mostram a distribuição de peso, altura
e perímetro cefálico de meninos e meninas. Cada curva representa a distribuição de uma

população saudável e nutrida, permitindo que os profissionais de saúde possam avaliar o


crescimento infantil de forma mais precisa e identificar possíveis desvios do crescimento
normal.

Os valores das curvas de avaliação de crescimento da OMS são expressos em percentis, que
indicam a proporção de crianças que têm determinado peso, altura ou circunferência da cabeça.
Por exemplo, se uma criança está no percentil 50 para peso, significa que metade das crianças
da mesma idade e do mesmo sexo pesam mais que ela e metade pesa menos. As curvas também
incluem linhas de referência para o peso, a altura e o Índice de Massa Corporal (IMC), que são
importantes para avaliar a composição corporal da criança e identificar possíveis desvios de

peso.

Figura 3 – Novas curvas de crescimento


Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: imagem de fundo branco, com gráfico e cinco crianças


representando as fases de crescimento. O primeiro é um bebê engatinhando; o
segundo é um bebê que está em pé e com as mãos no chão e com a cabeça baixa;
a terceira é uma criança ajoelhada, com os braços para cima; a quarta é uma
criança na ponta dos pés e com os braços levantados; a última criança está de
costas e correndo. O gráfico descreve, assim, o crescimento linear de crianças
entre 0 e 5 anos de idade. Fim da descrição.
As novas curvas de crescimento foram divididas em dois grupos, curvas da OMS (2006) para
menores de 5 anos de idade e curvas da OMS (2007) para crianças a partir dos 5 anos e
adolescentes (até 19 anos).

Vídeo
Gráficos do Crescimento

Gráficos do crescimento

Para que seja definido quando um parâmetro está ou não dentro do esperado sobre as curvas de
crescimento, é preciso que sejam conhecidos os referenciais de comparação e estabelecidos os
pontos de corte.
São utilizados os percentis ou escores, representando uma maneira simples de se triar os casos
em risco nutricional e utilizados pontos de corte.

Percentil está relacionado à posição das crianças em relação às outras – por exemplo, uma

criança de percentil 25 de peso indica que 25% das crianças da mesma idade e do mesmo sexo
possuem o mesmo peso.

“Escore-Z” quantifica a distância, em desvio-padrão, do valor encontrado em relação à média


da população.

Além disso, essas medidas relacionam-se entre si, em que o escore-Z zero é igual ao percentil
50, e são equivalentes à média do parâmetro analisado.

Do ponto de vista nutricional, as crianças devem ser analisadas dinamicamente, pois apenas um
ponto da curva não é o suficiente para nos dar informações completas – por isso analisamos o

paciente por diversos critérios.

Considera-se normal, analisando-se os parâmetros de crescimento peso e altura, a criança que


esteja entre até dois desvios-padrão em relação à média, ou seja, entre o escore-Z -2 e +2,
sendo considerado normal porque equivalente a percentil entre 3 e 97.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que o profissional de saúde esteja atento ao


avaliar crianças entre os percentis 3 e 15 (escore-Z entre -2 e -1), pois esses pacientes são
considerados, enquanto vigilância nutricional, de baixo peso ou baixa estatura.

Importante!
São pontos de corte:

P/I: Peso em relação à Idade;

C/I: Comprimento em relação à Idade;

E/I: Estatura em relação à Idade;

P/C: Peso em relação ao Comprimento;

P/E: Peso em relação à Estatura;

PC/I: Perímetro Cefálico em relação à Idade.

Os pontos de corte correspondem aos limites que separam os indivíduos que estão saudáveis
daqueles que não estão, por exemplo, escore -2 da distribuição do peso para idade é o ponto de
corte que o Ministério da Saúde adota para indicar baixo peso para idade entre crianças.

Pontos de corte de peso por idade para crianças de 0 a 10 anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
2006, 2007).

Peso por Idade – P/I em percentis para avaliação do estado nutricional de crianças:

< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: muito baixo peso para a
idade;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: baixo peso para a idade;
> Percentil 3 e Percentil 97; > Escore-Z -2 e < Escore-Z +2; diagnóstico nutricional:
peso adequado para a idade;

> Percentil 97; > Escore-Z +2; diagnóstico nutricional: peso elevado para a idade.

Pontos de corte de peso para estatura para crianças de 0 a 5 anos (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2006):

< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: magreza acentuada;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: magreza;

> Percentil 3 e < Percentil 85; > Escore-Z -2 e < Escore-Z +1; diagnóstico
nutricional: eutrofia;

> Percentil 85 e < Percentil 97; > Escore-Z +1 e < Escore-Z +2; diagnóstico
nutricional: risco de sobrepeso;

> Percentil 97 e < Percentil 99,9; > Escore-Z +2 e < Escore-Z +3; diagnóstico
nutricional: sobrepeso;

> Percentil 99,9; > Escore-Z +3; diagnóstico nutricional: obesidade.

Pontos de corte de IMC para idade para crianças menores de 5 anos (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2006).

< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: magreza acentuada;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: magreza;
> Percentil 3 e < Percentil 85; > Escore-Z -2 e < Escore-Z +1; diagnóstico
nutricional: eutrofia;

> Percentil 85 e < Percentil 97; > Escore-Z +1 e < Escore-Z +2; diagnóstico
nutricional: risco de sobrepeso;

> Percentil 97 e < Percentil 99,9; > Escore-Z +2 e < Escore-Z +3; diagnóstico
nutricional: sobrepeso;

> Percentil 99,9; > Escore-Z +3; diagnóstico nutricional: obesidade.

Pontos de corte de IMC para idade para crianças dos 5 aos 10 anos (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2006, 2007)

<Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: magreza acentuada;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: magreza;

> Percentil 3 e < Percentil 85; > Escore-Z -2 e < Escore-Z +1; diagnóstico
nutricional: eutrofia;

> Percentil 85 e < Percentil 97; > Escore-Z +1 e < Escore-Z +2; diagnóstico
nutricional: sobrepeso;

> Percentil 97 e < Percentil 99,9; > Escore-Z +2 e < Escore-Z +3; diagnóstico
nutricional: obesidade;

> Percentil 99,9; > Escore-Z +3; diagnóstico nutricional: obesidade grave.

Pontos de corte de estatura para idade para crianças de 0 a 10 anos (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2006, 2007):
< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: muito baixa estatura para a
idade;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: baixa estatura para a idade;

> Percentil 3; > Escore-Z -2; diagnóstico nutricional: estatura adequada para a
idade.

Estado nutricional de adolescentes: IMC em percentis para avaliação do estado nutricional de


adolescentes. Para a avaliação nutricional de adolescentes, o Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (Sisvan) recomenda a adoção da referência proposta pela Organização Mundial de
Saúde (2007).

Método de cálculo: as medidas de peso e altura do indivíduo devem ser avaliadas segundo

métodos preconizados, assim como registradas, respectivamente, em quilos e em metros. O IMC


é calculado pela relação entre o peso dividido pelo quadrado da altura do indivíduo, assim como
expresso pela seguinte fórmula:

Pontos de corte de IMC para idade estabelecidos para adolescentes – > 10 anos e < 20 anos de
idade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007):

< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: magreza acentuada;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: magreza;

> Percentil 3 e < Percentil 85; > Escore-Z -2 e < Escore-Z +1; diagnóstico
nutricional: eutrofia;
> Percentil 85 e < Percentil 97; > Escore-Z +1 e < Escore-Z +2; diagnóstico
nutricional: sobrepeso;

> Percentil 97 e < Percentil 99,9; > Escore-Z +2 e < Escore-Z +3; diagnóstico
nutricional: obesidade;

> Percentil 99,9; > Escore-Z +3; diagnóstico nutricional: obesidade grave.

Pontos de corte de estatura para idade estabelecidos para adolescentes – > 10 anos e < 20 anos
de idade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007):

< Percentil 0,1; < Escore-Z -3; diagnóstico nutricional: muito baixa estatura para a
idade;

> Percentil 0,1 e < Percentil 3; > Escore-Z -3 e < Escore-Z -2; diagnóstico
nutricional: baixa estatura para a idade;

> Percentil 3; > Escore-Z -2; diagnóstico nutricional: estatura adequada para a
idade.

Leitura
Incorporação das Curvas de Crescimento da Organização Mundial da
Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN

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ACESSE

Para ser feito um diagnóstico antropométrico, é necessária a comparação dos valores


encontrados na avaliação com valores de referência que caracterizam a distribuição do índice em
uma população saudável, como se esse índice se distribuiria se não houvesse nenhuma
interferência ambiental ou social que pudesse prejudicar o crescimento e desenvolvimento da
criança ou a saúde das pessoas em outras fases da vida.

Vídeo
Gráficos de Crescimento na Caderneta da Criança
M201_Gráficos de Crescimento na Caderneta da Criança

Em Síntese
A sistematização da assistência de enfermagem é uma abordagem
integral e eficaz para o cuidado de crianças e adolescentes, que tem
como objetivo garantir que eles recebam os cuidados de saúde de que
precisam para crescer e desenvolver-se de forma saudável.

O enfermeiro é um profissional capacitado para realizar essas


atividades e contribuir na promoção da saúde e prevenção de doenças
na infância. A consulta de enfermagem na puericultura é uma
importante ferramenta para acompanhar o crescimento e
desenvolvimento da criança e garantir um bom cuidado de saúde.
As curvas de avaliação de crescimento da OMS são uma ferramenta
essencial para a avaliação do crescimento infantil e a detecção precoce
de possíveis problemas de saúde, tais como desnutrição, obesidade e
atraso no crescimento. Além disso, essas curvas são usadas para
monitorar o crescimento de crianças e adolescentes, o que permite
comparar o crescimento infantil entre diferentes populações e países e
identificar possíveis fatores de risco para a saúde infantil.

A avaliação clínica de enfermagem é uma etapa fundamental na


prestação de cuidados à saúde da criança, que permite a identificação
de problemas de saúde, formulação de planos de cuidado eficazes e o
monitoramento dos resultados.
📄 Material Complementar
2/3

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livro

Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria


BURNS, D. A. R. et al. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. ed. Barueri:
Manole, 2017.

Leitura

Caderneta da Criança – Menina

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Caderneta da Criança – Menino

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ACESSE

Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente

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ACESSE

Consulta de Enfermagem de Adolescentes: um Recorte


Importante do Cuidado Prestado por Enfermeiros em um
Estado Brasileiro

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ACESSE

Atenção à Criança

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ACESSE
Gráficos de Crescimento

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ACESSE
📄 Referências
3/3

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. 1. ed. Brasília,


DF, 2012. (Col. Cadernos de Atenção Básica; 33).

BUSSOTI, E. A. et al. Adaptação cultural para o português do Brasil da escala de avaliação de dor
Face, Legs, Activity, Cry, Consolability Revised (FLACCR). Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 23, n.
4, p. 651-659, [20--].

CHAUD, M. N. et al. O cotidiano da prática de enfermagem pediátrica. 1. ed. São Paulo: Atheneu,
1999.

FLYNN, J. T. et al. Clinical practice guideline for screening and management of high blood pressure in
children and adolescents. Pediatrics, v. 140, n. 3, p. e20171904, 2017.

HOCKENBERRY, M. J.; WILSON, D. W. Fundamentos de enfermagem pediátrica. 10. ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2018. (e-book)

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Multicentre Growth Reference Study Group. Assessment of


differences in linear growth among populations in the WHO Multicentre Growth Reference Study.

Acta Paediatric., v. 450, suppl., p. 56-65, 2006.

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