Promoção

da saúde
D i sc i p l i n a : Sa úd e C oletiva II
Res p o n s á vel : Pr ofa . D ra . D a niela
C oelho de L ima

Profa. Dra. Heloisa de Sousa Gomes Rodrigues

Alfenas - 2022
O que é “ter
saúde”?
 OMS (Organização Mundial de Saúde):
Não apenas ausência de doença; perfeito
O que é bem-estar físico, mental e social.
saúde?

Não apenas ausência de doença; perfeito

bem-estar físico, mental e social.
Promoção da
saúde e
prevenção de
doença
 Intervenções orientadas à evitar o
surgimento de doenças específicas,
PREVENÇÃ reduzindo sua incidência e prevalência nas

O DE populações.

DOENÇA
Medidas que "não se dirigem a uma
PROMOÇÃO determinada doença ou desordem, mas
DE SAÚDE servem para aumentar a saúde e o bem-
estar gerais”.
 Condições que determinam saúde...

Qualidade do ambiente
Estilo de vida de cada Suas condições de
em que a pessoa se Condições de moradia
indivíduo trabalho e de emprego
insere

de acesso à alimentação de lazer, de

de segurança de educação em quantidade e relacionamento afetivo e
qualidade adequadas social
 Condições que determinam saúde...

Hábitos e modos
Transporte Liberdade
de viver

Condições de Atendimento às
Fatores psíquicos e
acesso a bens e necessidade
biológicos.
serviços essenciais humanas básicas
 “A saúde física
começa na mente
do ser humano”
Modelo biomédico dos profissionais da
saúde
Educação em Saúde

Conjunto de saberes e práticas orientadas para a prevenção de

doenças e para a Promoção da saúde.

A educação em saúde promove a capacidade de análise crítica sobre

a realidade e a criação de estratégias para o enfrentamento de
problemas que inter ferem na saúde, tornando-se um instrumento
fundamental à construção da atenção à saúde com equidade.

O respeito, a autonomia e a criatividade dos sujeitos são elementos

centrais no processo.
Alfabetização
em saúde ou
letramento em
saúde
Refere-se às habilidades e competências que os indivíduos
e populações possuem para obter, compreender e utilizar
as informações de forma apropriada em diversas situações
e contextos relacionados à saúde.
Estratégias para
melhorar o
letramento das
pessoas
Ações para promover o
letramento em saúde:

1) Deve ser abordado como uma questão para o governo e a sociedade como um todo;

2) Envolver as múltiplas partes interessadas no letramento em saúde;

3) Desenvolver iniciativas com o uso de linguagens mais simples;

4) Investir em medidas e pesquisas.

Letramento em saúde bucal (LSB)

Capacidade de entender as
Se comunicar com Colocar seu nome em listas
causas de saúde bucal
prestadores de serviços de espera para tratamento
ruim; Aprender e adotar
odontológicos; dentário;
aspectos de autocuidado;

Retornar nas consultas de

Encontrar o caminho para acompanhamento e seguir
Preencher os formulários;
a clínica odontológica; a prescrição
medicamentosa.
- Filho, tem que
colocar pouca
pasta de
dente...

O filho:
CICLOS DE
VIDA
• Gestantes;

• Bebês e crianças pré-

escolares: 0-5 anos;
• Crianças escolares: 6-10
anos;
• Pré-adolescentes: 11-14
anos;
• Adolescentes: 15-19 anos;

• Adultos: 20-59 anos;

• Idosos: 60 anos ou mais.
Como prevenir?
Como promover saúde
bucal?

1 ) At i v i d a d e s e m g r u p o ;

2) Exame clínico;

3) Interconsulta;

4 ) C o n s u l t a s e q u e n c i a l p r o g ra m a d a ;

O vínculo criado entre a equipe de saúde e a

família possibilita que esta não se sinta
a n s i o s a e m s u a s p r i m e i ra s c o n s u l t a s
odontológicas e permite que hábitos sejam
i d e n t i fi c a d o s e m o d i fi c a d o s p a ra m e l h o ra r a
saúde bucal da criança e da família.
Por que é importante prevenir?
 ORÇAMENTO

Programa de Prevenção:
Profilaxia profissional + fluorterapia

Ao Sr. Pedro,

Agendar consulta de rotina daqui a 6 meses.

ESTRATÉGIAS
PARA PROMOÇÃO
DA SAÚDE NOS
CICLOS DE VIDA
Considerar os determinantes interpessoais e comunitários que
influenciam as opor tunidades de as pessoas envolvidas fazerem
escolhas saudáveis;

Estar ciente de que em contextos de escassez de recursos

socioeconômicos e psicológicos - procura por tratamento
odontológico torna-se uma prioridade secundária.
EDUCAÇÃO
EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Atividade essencial para a promoção da saúde, pois pode

contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências
orientadas para o autocuidado e a autogestão em saúde;

Empoderamento individual e comunitário, com vistas à

transformação dos determinantes que impactam a saúde e a
qualidade de vida das pessoas.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Voluntarismo - estimular mudanças voluntárias nos estilos de vida

baseadas em escolhas informadas e na melhor evidência científ ica
existente;

Princípio do voluntarismo: educadores em saúde devem respeitar os

direitos, a dignidade, a conf idencialidade e o valor de todas as
pessoas, adaptando as estratégias e métodos educativos para as
necessidades das diversas populações e comunidades.

Não usar métodos de coerção ou intimidação;

Da gestação a
primeira
infância...
 As primeiras influências sobre a
criança, que geralmente ocorrem no
lar e são instigadas pelos pais,
Socialização familiares e amigos próximos,
primária considerados os principais agentes de
socialização nessa fase.
 COMO? QUANDO? ONDE?

Momento que a mãe está propensa a

receber informação sobre cuidados com seu bebê?
 O CIRURGIÃO-DENTISTA
Tratamento Atividades
após a gravidez educativas
para ambos

Orientação Saúde bucal da

familiar mãe e do bebê

Tratamento
Pré-natal
odontológico

Vacinação de
Amamentação ambos

Tratamento
Nutrição
odontológico
Haddad e Oliveira, 2018.
 Ocorre quando a criança entra em
contato com outros grupos de
Socialização socialização, tais como colegas,
professores e profissionais de
secundária creches, pré-escolas e escolas.
 ???
CE
ECO
P R
Pré-
adolescência
ou
aborrecência?
-VAM OS TIR AR UM A F OTO DAS C R IAN Ç AS!?

-EU N ÃO SOU C R IAN Ç A.

-O QUE VOC Ê É?
-EU SOU O B R EN O.
Desde o nascimento até o final
da adolescência os arcos
dentários e as demais
estruturas do complexo
orofacial irão crescer e se
desenvolver.
A idade escolar é quando se
inicia a troca dos dentes nas
crianças. Então muita
novidade vem por ai.
Começar novos hábitos
saudáveis envolve aspectos
socioculturais, os quais não
são fáceis de mudar.
Paciente CGB, 11 anos
de idade, atendido na
clínica de
Odontopediatria, é
necessário o auxiliar
segurar sua mão, mas
podemos considerar
seu palavreado de uma
criança!?

aiii...vai tomar no
cu...filho da puta...filho
da puta...
ENFIM…ADOLESCENTE
Problemas de saúde na adolescência podem se tornar condições crônicas de
s a ú d e n a i d a d e a d u l t a ( o b e s i d a d e n a a d o l e s c ê n c i a , b a i x a i n g e s t ã o d e c á l c i o,
i n f e c ç õ e s s e x u a l m e n t e t ra n s m i s s í v e i s , t a b a g i s m o e a b u s o d e s u b s t â n c i a s ) ;

N a o d o n t o l o g i a , o a d o l e s c e n t e é c o n s i d e ra d o p e r t e n c e n t e a u m g r u p o d e r i s c o
p a ra o d e s e nv o l v i m e n t o d e a l g u m a s d o e n ç a s b u c a i s ( c á r i e , d o e n ç a s
p e r i o d o n t a i s , t ra u m a t i s m o s d e n t á r i o s ) - i m p a c t a r n a s u a q u a l i d a d e d e v i d a .

A dor dentária impacta no rendimento escolar e aumenta as faltas às escolas,

b e m c o m o a l t e ra o d e s e m p e n h o d e a l g u m a s a t i v i d a d e s d o m é s t i c a s e d e l a z e r.
EUsar linguagem adequada, de
fácil compreensão, não tratando o
adolescente como criança;

Abordar conceitos de si próprios,

de estética e de aceitação do seu
grupo como fortes motivadores
nesta fase da vida;

Estratégias que busquem promover

a autonomia e participação ativa
dos jovens.
Adultos
 Ocorre na vida adulta e é
relacionada à aquisição de novos
comportamentos e estilos de vida,
Socialização que podem estar envolvidos com

terciária aspectos de identificação com

outras pessoas.
Se para os adultos há o conhecimento das medidas preventivas
necessárias para a manutenção da saúde bucal, por que
insistimos em palestras para transmitir conhecimentos?

E por que esta informação não gera uma mudança de

compor tamento?
Compreender o contexto de vida familiar e social, assim
como os determinantes sócio-ambientais das condições de
saúde bucal da população adulta para se alcançar ações
de atenção em saúde, resolutivas;

É um equívoco focar nas atividades educativas que

dialoga com bocas, dentes e línguas;

A pedagogia da transmissão e do condicionamento não

são suficientes diante da realidade vivenciada pelo
paciente;

As atividades educativas em saúde bucal seguem o

raciocínio da clínica, com enfoque na má higiene oral,
conhecimento no senso comum para o paciente e de sua
exclusiva responsabilidade.
Problemas enfrentados pela
gestante e a criança nos
primeiros anos de vida
influenciarão a saúde geral e
bucal do indivíduo em fases
posteriors de sua vida.
IDOSOS
• E l a b o ra ç ã o d e p o l í t i c a s e p r o t o c o l o s d e a t e n ç ã o e s p e c í fi c o s ;

• Combate aos mitos e estigmas;

• Suporte ao ensino e pesquisa da Odontologia geriátrica;

• Envolvimento multidisciplinar;

• Disseminação de informações;

• Capacitação de recursos humanos;

• Exames bucais periódicos;

• Id e n t i fi c a ç ã o d e g r u p o s d e a l t o r i s c o ;

• A u m e n t o d o u s o d a fl u o r t e ra p i a c o m o m e d i d a p r e v e n t i va d e s a ú d e p ú b l i c a ;

• G a ra n t i a d e a c e s s o a t ra t a m e n t o o d o n t o l ó g i c o i n t e g ra l .
O desaf io que se apresenta é o de gerar
motivação para que os idosos se
interessem pelo que se pretende ensinar,
de modo que empreguem esforço e
dedicação na busca de criação de
estratégias para reaprender a aprender,
gerando um conhecimento que vai além
de evitar ou atrasar doenças, que se
caracteriza pela busca do engajamento
pleno na vida.
• CASO CLÍNICO: Paciente
HSGR, saudável, 30 anos de
idade, 1a gestação, a qual foi
muito desejada e planejada
juntamente com seu marido. A
notícia da gestação foi
comemorada por toda a família.
Formação da paciente: Ensino
superior completo.
Aos 5 meses de gestação, a
paciente perdeu sua mãe.
• Assistente de saúde, durante a
visita domiciliar, orientou a
paciente sobre os cuidados que
deveriam ser necessários para
com seu bebê.
• A paciente realizou apenas seu
pré-natal obrigatório com o
médico obstetra.
• A paciente entrou em
trabalho de parto com 30
semanas de gestação (6-7
meses).
• Seu bebê nasceu
prematuro e ficou internado
na uti neonatal por 2 meses.
 Como você descreveria uma
abordagem ideal para essa
gestante?

COMO? QUANDO? ONDE?

• CASO CLÍNICO: Paciente
BGR, saudável, 4 anos de idade.
Nasceu prematuro de 30
semanas e ficou internado na uti
neonatal por 2 meses.
• Paciente colabora com a
escovação dentária em casa,
porém não aceita ir ao dentista,
pois tem medo de algodão.
• A mãe, devido a um estresse
pós-traumático não insiste com
o filho.
• A própria mãe observa e
acompanha os dentes do seu
filho em casa, pois o mesmo
apresenta manchas amareladas
nos dentes posteriors
(hipoplasias).
 Como você descreveria uma
abordagem ideal para essa criança?

COMO? QUANDO? ONDE?

O engajamento e habilidades para motivação do
autocuidado são necessários de serem
desenvolvidos nos cirurgiões-dentistas em sua
formação, pois a postura do profissional tem que
estar voltada para a percepção e identificação dos
comportamentos de saúde contextualizados nos
sistemas de crenças e valores da população
durante o planejamento e execução das atividades
de educação e promoção de saúde, com vistas ao
fortalecimento do empoderamento (empowerment)
nos educandos.
O monge e o executivo, James C Hunter.
Referências

A M E R I C A N A C A D E M Y O F P E D I AT R I C D E N T I S T R Y ( A A P D ) . P e r i n a t a l a n d I n f a n t O r a l H e a l t h C a r e . R e f
Manual. 252-256; 2016.

A M E R I C A N A C A D E M Y O F P E D I AT R I C D E N T I S T R Y ( A A P D ) . O r a l H e a l t h C a r e f o r t h e P r e g n a n t A d o l e s c e n t .
Ref Manual. 267-274; 2016.

B R A S I L . M i n i s t é r i o d a s a ú d e . G a b i n e t e d o M i n i s t r o . A s a ú d e b u c a l n o s i s t e m a ú n i c o d e s a ú d e . B r a s í l i a , D F,
2018.

B R A S I L . M i n i s t é r i o d a s a ú d e . G a b i n e t e d o M i n i s t r o . C a d e r n o d e A t e n ç ã o B á s i c a , n o 1 7 . B r a s í l i a , D F, 2 0 0 8 .

B R A S I L . M i n i s t é r i o d a S a ú d e . G a b i n e t e d o M i n i s t r o . P o r t a r i a n o3 . 2 2 2 , d e 1 0 d e d e z e m b r o d e 2 0 1 9 .
P u b l i c a d o e m 1 1 / 1 2 / 2 0 1 9 . D i á r i o O fi c i a l d a U n i ã o , B r a s í l i a , D F. D i s p o n í v e l e m :
h t t p s : / / b r a s i l s u s . c o m . b r / i n d e x . p h p / p d f / p o r t a r i a - n o - 3 - 2 2 2 / . A c e s s o e m : 1 9 f e v. 2 0 2 1 . E d i ç ã o : 2 3 9 . S e ç ã o :
1. Página: 172.

C A B R A L , M . C . B . ; S A N T O S , T. S . ; M O R E I R A , T. P. P e r c e p ç ã o d a s g e s t a n t e s d o P r o g r a m a d e S a ú d e d a F a m í l i a
e m r e l a ç ã o à s a ú d e b u c a l n o m u n i c í p i o d e R i b e i r ó p o l i s , S e r g i p e , B r a s i l . R e v. P o r t . S a l . P u b . 3 1 ; 1 7 3 -
80;2013.
Referências

C A S T R O, P. ; M ATO S , A . P. ; W E R N E R , H . ; e t a l . C o v i d - 1 9 a n d P r e g n a n c y : A n O v e r v i e w.
Re v B r a s G i n e c o l O b s t e t . 4 2 ; 4 2 0 - 4 2 6 ; 2 0 2 0 .

C O D ATO, L . A . B . ; N A K A M A , L . ; J Ú N I O R , L . C . ; e t a l . A t e n ç ã o o d o n t o l ó g i c a à g e s t a n t e :
p a p e l d o s p r o f i s s i o n a i s d e s a ú d e . C i ê n . s a ú d e c o l e t i va . 1 6 ; 2 2 9 7 - 2 3 0 1 ; 2 0 1 1 .

N A R A N G , K . ; I B I R O G B A , E . R . ; E L R E FA E I , A . ; e t a l . S A R S - C o V- 2 i n P r e g n a n c y : A
Comprehensive Summary of Current Guidelines. J Clin Med. 9;1521;2020.

S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e Pe d i a t r i a . G u i a d e S a ú d e O r a l M a t e r n o - I n f a n t i l . D i s p o n í v e l
e m : h t t p s : / / w w w. s b p . c o m . b r / f i l e a d m i n / u s e r _ u p l o a d / G u i a - d e - S a u d e _ O r a l - M a t e r n o -
I n f a n t i l . p d f. A c e s s o e m : 1 9 f e v. 2 0 2 1 .

M I A L H E , F. L . P r o m o ç ã o d a s a ú d e e s a ú d e b u c a l . 1ª e d i ç ã o . Vo l u m e 1 . S ã o Pa u l o : C i a
do ebook.

M I A L H E , F. L . P r o m o ç ã o d a s a ú d e e s a ú d e b u c a l . 1ª e d i ç ã o . Vo l u m e 2 . S ã o Pa u l o : C i a
do ebook.