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Princípios da Nutrição
12 A Alimentação e a Sociedade
A aliraerrração exerce uma influência decisiva no desenvolvimento, na condição
iisi:a. na eficiência dos indivíduos e, conseqüentemente, na sociedade em que vi-
~-an. ~ão se pode esperar produção e crescimento harmônico de uma nação mal
alimentada, seja por escassez, seja por excesso de alimentos.
A fisiologia de uma sociedade é a soma da fisiologia dos seus indivíduos: se
predominarem os aspectos negativos, lento e irregular será o desenvolvimento dela.
Assim, alimentar bem os componentes de uma população significa um investimen-
to cujo retorno é altamente compensador para o país.
É bom esclarecer que a solução do problema alimentar depende basicamente
de dois fatores fundamentais, tão entrelaçados que dificilmente se poderá apontar
onde começa um e termina o outro, quais sejam, a capacidade aquisitiva para a
alimentação e a educação alimentar.
Questões e
Atividades Propostas
1. Pesquise, em jornais e revistas, artigps que se refiram à alimentação no
Brasil. Inicie um álbum de recortes e faça o índice para facilitar a consulta.
2. Com o grupo de estudos, debata os mais significativos pontos do problema
alimentar brasileiro, enfocando o aspecto individual e o aspecto coletivo.
Faça um resumo das conclusões.
3. Por que, geralmente, em regiões onde prevalece a desnutrição, os índices
de mortalidade infantil são elevados?
4. Promova debate entre grupos: um que defenda o ponto de vista de que o
problema alimentar é decorrente da condição econômica e outro que con-
sidere que a falta de educação alimentar é responsável pela questão. Os
argumentos deverão ser bem fundamentados e apresentados em relatório
final com as conclusões.
5. Procure informes sobre programas, oficiais ou não, destinados a promover
a boa alimentação - criação, objetivos, atividades, resultados e dificulda-
des enfrentadas. Consultar www.saude.gov.br.
6. Trace um paralelo entre as duas frases e explique-as.
Frase 1: "Se você der um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se
você o ensinar a pesca r, ele comerá sempre".
Frase 2: "A quem tem fome, dar o peixe antes que morra; logo que possível,
vencida a fome, dar-lhe o anzol e ensiná-lo a pescar, para que não fique
sempre dependente do seu peixe; em seguida, juntar-se a ele na luta pelo
direito de comer o peixe que pescou".
7. Que responsabilidade o profissional de Nutrição deve assumir para com
seus semelhantes? Discuta os pontos éticos que devem ser observados na
profissão.
Capítulo 2
., Nutrição e Dietética.
Os Nutrientes
2.2 Nutrição
É a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza os
elementos necessários para a obtenção de energia, a manutenção de suas funções
físicas, biológicas e mentais e a formação, o desenvolvimento e a regeneração dos
tecidos. A nutrição compreende as seguintes fases:
2.4 Dietética
É a ciência e a arte de alimentar corretamente pessoas e coletividades sadias. Con-
siste na aplicação da ciência da Nutrição no planejamento e na preparação de refeições
adequadas. Quando a Dietética cuida da alimentação de pessoas ou coletividades en-
fermas recebe o nome de Dietoterapia1•
2.5 Alimentos
Substâncias alimentares ou alimentos são substâncias naturais, dotadas de certas
qualidades sensoriais (sabor, aroma, consistência), que excitam o nosso apetite
e encerram uma variedade de nutrientes segundo sua composição química, tais
como carnes, ovos, leite e derivados, grãos, frutas etc.
Os alimentos podem ainda incluir, além dos nutrientes, outros compostos que
estão sendo intensamente pesquisados porque parecem realizar ação importante,
inclusive na prevenção de doenças 2 •
2.6 Nutrientes
Nutrientes são substâncias químicas presentes nos alimentos, indispensáveis à saú-
de e à atividade do organismo, quais sejam, proteínas, carboidratos, lipídios, mine-
rais, vitaminas e água.
2.7 Calorias
Os nutrientes energéticos, quando queimados (oxidados) nas células, fornecem a
energia e o calor que necessitamos. Isso é medido em quilocalorias (kcal)3. Foram
feitas tentativas para substituir caloria por joule, sendo que 1 kcal = 4,184 quilo-
. joules (kJ). Se for necessária a conversão de kcal em kJ, usa-se o valor 4,2 por ser
mais prático, sendo que os carboidratos fornecem 4 kcal/ g; os lipídios, 9 kcal/g e as
proteínas, 4 kcal/ g.
Popularmente é utilizado o termo caloria (cal). Porém, da mesma maneira que
não se utiliza o metro (m) para medir uma estrada e, sim, o quilômetro (km), em
virtude da amplitude, precisamos usar a quilocaloria para a alimentação porque é
uma unidade compatível com grandes valores.
Questões e
Atividades Propostas
1. O que significam as palavras "elementos necessários" na definição de
Nutrição?
2. Procure explicar detalhadamente os aspectos envolvidos na primeira fase
da Nutrição.
3. Explique a diferença entre Dietética e Dietoterapia.
4. Através de exemplos, faça a distinção entre substância alimentar e nutriente.
5. Diga quais são os nutrientes e agrupe-os de acordo com suas funções.
6. Quais as características dos nutrientes energéticos quanto à energia que
fornecem ao serem oxidados?
7. Calcule o valor calórico de 240g de carboidratos, 60g de gorduras e 60g de
proteínas.
8. Se 100 g de leite de vaca possuem 3, 1 g de proteínas, 3,5 g de lipídios e
5,0 g de carboidratos, qual o valor calórico dessa quantidade de leite? (res-
posta em kcal)
Para garantir mais saúde, maior longevidade, melhor aparência física, mais dis-
posição para o trabalho, estudo e lazer, todo indivíduo - seja qual for o seu
estágio de vida - necessita de uma alimentação nutritiva, bem selecionada e
bem preparada.
O meio ambiente oferece grande variedade de substâncias alimentares, chama-
das de alimentos, que são usados pelas pessoas para compor suas refeições diárias.
Essas substâncias podem ser divididas segundo sua origem (animal, vegetal e
mineral) e segundo sua composição em nutrientes.
c.3) moluscos (moles, alguns têm concha): polvo, lula, ostras, mexilhões,
mariscos, caracóis (escargot) etc.;
c.4) crustáceos (crosta protetora): camarão, siri, lagosta, caranguejo etc.;
d) insetos, como o içá, por exemplo;
e) miúdos ou vísceras: fígado, bucho, bofe, coração, ossos ou espinhas (para
caldos), tripas (para embutidos), língua, miolos, moela, orelhas, pés
(mocotó), rabada, rins, sangue, tutano, testículos, ubre etc.
• Leite e derivados:
a) de vaca, cabra, búfala etc.;
b) in natura, pasteurizado, esterilizado (longa vida) etc.;
c) evaporado - com redução de água;
d) em pó - desidratado;
e) condensado - com menos água e adição de açúcar;
f) desnatado - sem gordura;
g) acidificado: leitelho, coalhada e iogurte;
h) creme de leite: é a gordura do leite (nata);
i) manteiga: obtida da batedura do creme de leite;
j) queijo: produto obtido pela coagulação do leite, por meio do coalho;
contém os sólidos do leite: parmesão, prato, provolone, mussarela1, mi-
neiro (frescal, meia cura e curado), requeijão etc.
■ Ovos e ovas:
a) ovos: grande poder nutritivo como comprova sua função natural: gali-
nha, pata, perua, codorna etc.;
b) ovas: ovos de peixes (caviar - ovas de esturjão).
1. Embora a origem da palavra seja italiana, conforme o local onde é fabricado, tem nomenclatura
diferenciada. No Brasil, embora seja popularmente grafado como mussarela, encontra-se dicio-
narizado como muçarela (Houaiss, Michaelis) ou mozarela, existindo, entretanto, divergências
entre os acadêmicos e os dicionaristas acerca da sua correta grafia em língua portuguesa.
Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 3
3. Ver www.fcf.usp.br/tabela.
4. Quando estas substâncias estão presentes nos vegetais, recebem o nome de fitoquiroiQJs
16 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
(cont.)
Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 7
(cont)
18 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
Uma vez que ainda estão sendo definidos os níveis ótimos de ingestão e, os
riscos e os benefícios dos compostos biologicamente ativos, seja a sua origem ani-
mal, seja vegetal, a recomendação dietética mais sensata é dar ênfase a uma dieta
saudável que permita consumir todos os alimentos básicos, em proporções ade-
quadas, conforme nossas necessidades, e evitar extratos e concentrados, fugindo à
influência dos meios de comunicação que os apresentam como milagrosos, capazes
de prevenir ou curar todas as doenças.
Questões e
Atividades Propostas
1. Rea lize visitas de observação, a fim de reconhecer as diversas substâncias
alimentares colocadas à nossa disposição em: açougues, peixarias, avíco-
las, padarias, feiras livres, mercados, supermercados e outros estabeleci-
mentos do gênero. Nessas visitas, é importante verificar:
a) como o produto alimentar se apresenta (variedades, cortes, unidades,
peso, embalagem etc.);
b) como se escolhe o produto alimentar (caracteres sensoriais, higiene, es-
tado da embalagem, rótulos, datas de validade, inspeção sanitária etc.);
c) os preços dos produtos.
As visitas podem ser feitas em pequenos grupos e o relatório poderá ser
utilizado para discussão.
2. Colha amostras de um grupo de alimentos (por exemplo: cereais) e apresen-
te-os devidamente identificados. Use sua criatividade para esta apresenta-
ção. Poderá ser montada uma exposição sobre "Substâncias Alimentares"
no seu local de trabalho.
Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funciona;s • :
4.2.2 Minerais
Quando na alimentação falta um ou mais desses nutrientes, ocorrem modificações
no organismo precedidas de sinais clínicos até sinais físicos e sintomas da deficiên-
cia. Além da alimentação deficiente, problemas digestivos ou de absorção podem
contribuir para o comprometimento do estado nutricional.
Fatores genéticos individuais e fatores ambientais também interferem na biodis-
ponibilidade de minerais. A própria condição em que estes se encontram no trato
digestório ou a condição de pH do meio é que determinarão sua biodisponibi-
lidade. Por exemplo, o pH do trato gastrointestinal pode interferir na conformação
da molécula de fitato: o ácido fítico é um inibidor importante em produtos de ori-
gem vegetal. Assim, as deficiências nutricionais envolvem aspectos multifatoriais.
As interações de minerais ocorrem com outros elementos presentes nos alimentos
ingeridos ou com as próprias secreções digestórias. Os minerais transportados por
proteínas específicas também podem sofrer interferência deste sistema, principal-
mente porque ocorre uma verdadeira competição entre estes transportadores, tor-
nando-os mais ou menos disponíveis pelo organismo.
Nota-se que para alguns minerais a deficiência está relacionada mais à baixa
biodisponibilidade do que à baixa ingestão. Exemplo: o ferro.
24 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
4.2.3 Fibras
São polissacarídeos (exceto amido) e lignina que não são digeridos pelo intestino
delgado humano.
Os alimentos de origem vegetal são fontes de fibras alimentares e a dieta huma-
na inclui wn a grande variedade desses alimentos (folhas, caules, raízes, frutos, tubércu-
los, flores, sementes etc.), constituídos de vários tipos de tecidos vegetais, cada um
com suas próprias características de células e paredes celulares.
O teor de fibras dos vegetais é bastante variável, pois sofre influência de vários
fatores, entre eles, o grau de maturação do vegetal, a parte do vegetal considerada,
a forma de preparo e a ingestão de fibras.
A fibra em excesso pode interferir na absorção de cálcio e zinco, especialmente
nas crianças e nos idosos.
Nutrientes
5.1 Definição
Os carboidratos ou hidratos de carbono são formados nos vegetais, através da fo-
tossíntese. A fixação do dióxido de carbono (C02 ) e d<i água (B 20) em presença da
luz solar e da clorofila faz que os carboidratos sejam-armazenados em algumas par-
tes da planta, como a raiz, as sementes, o fruto, o caule ou a folha. Entre os poucos
car boidratos que se obtêm dos animais, podemos citar: a lactose, que é o açúcar do
leite, e a frutose, que é o açúcar do mel.
5.2 Composição
São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio, dos quais os dois últimos se en-
contram na molécula, na mesma proporção da água, isto é, 2 átomos de hidrogênio
para 1 átomo de oxigênio. A glicose, hidrato de carbono fundamental, tem como
fórmula C6 H 120 6 •
5.3 Classificação
Os carboidratos que interessam à nutrição podem ser divididos em três grupos,
quais sejam:
a.I) fibras insolúveis - estrutura dura e fibrosa do fruto, dos vegetais e dos
grãos, que não se dissolvem em água. São os polissacarídeos celulose e
hemicelulose (fazem parte da estrutura da célula vegetal e estimulam
o movimento peristáltico);
a.2) fibras solúveis - substâncias solúveis em água que formam gel, aumen-
tam o volume alimentar e retardam o esvaziamento gástrico. São os po-
lissacarídeos pectina (encontrada em frutas e que é usada para engrossar
geléias) e as gomas e mucilagens (semelhantes à pectina e encontradas
nas secreções de vegetais, sementes e algumas hemiceluloses).
A lignina é uma fibra alimentar insolúvel que não é classificada como
carboidrato.
Observações:
■ São considerados carboidratos simples os monossacarídeos e os dissacarídeos
e, carboidratos complexos, os polissacarídeos.
■ O glicogênio é a forma de armazenamento da glicose nos animais, inclusive no
homem, principalmente no fígado e nos tecidos musculares. Trata-se de polis-
sacarídeo por ser composto de várias unidades de glicose, semelhante ao ami-
do, de cadeia ramificada, porém não é fonte alimentar, pois é transformado em
outra substância após o abate do animal.
5.4 Funções
■ principal fonte energética: lg fornece 4kcal;
■ formação de tecido adiposo: quando se esgota a capacidade de armazenar
a glicose na forma de glicogênio, esta se transforma em tecido adiposo
subcutâneo e visceral;
■ a glicose é indispensável para manter a integridade funcional do tecido
nervoso e é a única forma de energia para o cérebro;
■ a lactose propicia o crescimento de bactérias benéficas no intestino;
■ alguns carboidratos exercem função estrutural, servindo como precurso-
res de compostos com ácido nucléico, matriz do tecido conjuntivo e os
galactosídeos do tecido nervoso.
32 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
6.1 Definição
Lípides é o nome coletivo dado a uma grande variedade de substâncias químicas
insolúveis na água e solúveis em éter, clorofórmio e outros solventes orgânicos. Os
lipídios são constituintes importantes de todas as células.
Os lípides podem estar associados ao glicerol, como os tríacilglicerídeos (gordu-
ras e óleos - fornecem calorias) e fosfolípides (estrutura das membranas) e não asso-
ciados ao glicerol, como os esteróis (colesterol), fitosteróis, ceras e álcoois graxos.
6.2 Composição
Os lípides são formados por carbono, hidrogênio e oxigênio (C, H e O). A maior re-
lação de H para O, comparada aos glicídios, confere alto valor energético (9 kcal/g).
A maior parte das gorduras naturais é composta de 98% a 99% de tríacilglice-
róis (triglicerídeos - TG), e a maioria é de cadeia longa (TG = 3 ésteres de ácidos
graxos com 1 molécula de glicerol).
Os ácidos graxos podem ser:
■ saturados: não contêm duplas ligações entre os átomos de carbono, so-
mente ligações simples; e
■ insaturados: contêm uma ou mais duplas ligações entre os átomos de car-
bono, ou seja, uma dupla ligação é monoinsaturada e duas ou mais duplas
ligações são poliinsaturadas.
Uma das preocupações com a hidrogenação da gordura gira em torno de uma
alteração na estrutura química que ocorre quando os óleos poliinsaturados são en-
36 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
6.3 Classificação
As gorduras podem ser classificadas, de acordo com a composição, em:
■ Lípides simples: ácidos graxos, gorduras neutras, ésteres de ácido graxo com
glicerol (mono, di e triacilgliceróis) e ceras (ésteres de ácidos graxos com
álcoois de alto peso molecular, como éster colesterol e ésteres de vitamina A);
■ Lípides compostos: combinação de gordura neutra com outros com-
ponentes:
Capítulo 6 Lípides (Lipídios ou Gorduras} • r,
6.4 Funções
■ fornecem energia para o organismo: 1 g produz 9 kcal;
■ armazenam energia na forma de triglicerídeos;
■ as gorduras de alguns alimentos, como peixes (sardinha e salmão, por
exemplo), fornecem ácidos graxos essenciais, especialmente o linolênico
(ômega 3). Os óleos vegetais (de milho, por exemplo) fornecem especial-
38 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
mente o ácido graxo linoléico (ômega 6). Apresentam as funções de: for-
talecer as membranas celulares, ajudar a prevenir danos provocados pela
ação dos radicais livres e, com outros ácidos graxos, contribuir para o
transporte e a diminuição do colesterol no sangue. São precursores de um
grupo de compostos ativos fisiológica e farmacologicamente conheci-
dos como eicosanóides (ácidos graxos de cadeia longa);
■ conferem sabor à dieta;
■ poupam proteínas para a síntese tecidual;
■ protegem órgãos vitais: uma camada de tecido adiposo, em forma de rede,
envolve órgãos vitais, como os rins, protegendo-os de choques mecânicos
e fornecendo estrutura para suportá-:los;
■ a gordura subcutânea controla a temperatura corporal dentro de uma mé-
dia necessária para a vida (isolamento térmico);
■ camadas de gordura envolvem as fibras nervosas, isolando-as eletricamente,
e transmitem os impulsos nervosos;
■ transportam vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K);
■ diminuem a secreção gástrica e retardam o tempo de esvaziamento gástri-
co, resultando em grande poder de saciedade;
■ são constituintes vitais da estrutura das membranas dos tecidos, ajudando a
transportar nutrientes e metabólitos através das membranas celulares (fos-
folípides, glicolípides e lipoproteínas);
■ transportam o colesterol: as lipoproteínas de alta densidade (HDL) trans-
portam colesterol dos tecidos para o fígado para ser excretado posterior-
mente; e as de baixa densidade (LDL) transportam colesterol para o tecido
periférico;
■ o colesterol participa na formação de ácidos biliares, hormônios (estróge-
nos, andrógenos e progesterona), e o ergosterol é precursor da vitamina D.
As demais gorduras devem ser primeiramente emulsionadas pela bile, que é pro-
duzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. A emulsão é um passo importante
na preparação das gorduras para a digestão química; consiste em dividir a gordura em
pequenos glóbulos, o que aumenta a superfície disponível para a ação das enzimas.
Sob a ação da lípase pancreática e da lípase entérica, as gorduras, já emulsio-
nadas, decompõem-se em ácidos graxos e glicerol e, assim, são absorvidas. Após a
absorção, há uma recombinação desses componentes, formando triglicerídeos. A
circulação leva os triglicerídeos para o fígado, onde são ressintetizados em forma
de lípides específicos do organismo. Uma parte é queimada e usada para fins calóri-
cos, outra parte é armazenada. As gorduras não absorvidas servem de lubrificantes,
facilitando a excreção intestinal.
O excesso de lipídios armazena-se na forma de tecido adiposo, tanto sub-
cutâneo como visceral.
Questões e
Atividades Propostas
1. O que implica dizer que os lipídios podem estar associados ao glicerol?
· 2. Que são ácidos graxos? Quais são eles?
3. O que são lipoproteínas? Quais as mais importantes? Qual sua função?
4. O que é colesterol?
5. Quais as principais funções dos lipídios?
6. Como se forma o tecido adiposo no homem?
7. Que enzimas atuam sobre os lipídios? Onde agem?
8. Quais as principais fontes de gordura saturada? E de gorduras insaturadas?
9. Em uma dieta com o valor energético total de 2800kcal, qual a quantidade
mínima e a máxima de lipídios em gramas e calorias?
1O. Quantas calorias são fornecidas por 20 g de óleo?
Ca pítulo 7
Proteínas
(Protídios ou Prótides)
7.1 Definição
As proteínas são as principais substâncias construtoras do nosso organismo, mais
importantes para a construção e o reparo dos tecidos do que os lipídios e os carboi-
dratos. São os elementos formativos essenciais de células, anticorpos, hormônios e
enzimas.
7.2 Composição
As proteínas são compostas por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e, fre -
qüentemente, enxofre, ferro e cobalto.
A estrutura mais simples das proteínas é representada por aminoácidos. Estes,
por sua vez, possuem um grupo carboxílico COOH e um grupo amína NH2, liga-
dos num mesmo carbono. Para formar uma proteína, os aminoácidos ligam-se um
ao outro por ligação química, denominada ligação peptídica.
Os aminoácidos, que representam, portanto, as unidades básicas da estrutura
das proteínas, são em número de 20 e podem ser divididos em:
■ Aminoácidos essenciais: são aqueles que o organismo não pode sintetizar ou
sintetiza muito lentamente para satisfazer suas necessidades. São indispensá-
veis ao crescimento e desenvolvimento. Como são substâncias encontradas em
determinados alimentos, devem ser obtidos pela alimentação. São eles: isoleu-
cina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.
■ Aminoácidos não-essenciais: são aqueles que o organismo pode produzir
para satisfazer suas necessidades. São eles: alanina, arginina, asparagina,
42 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
7.3 Classificação
As proteínas podem ser classificadas, de acordo com a composição, em:
• Simples: contêm somente aminoácidos. Exemplos: albuminas (lactalbu-
mina do leite, ovalbumina da clara do ovo); globulinas (glicinina da soja e
faseolina do feijão); glutelinas (glúten do trigo); prolaninas (zeína do mi-
lho, gliadina do trigo); albuminóides (colágeno, queratina, gelatina).
■ Compostos ou conjugados: contêm aminoácidos unidos a outros elemen-
tos não proteicos (chamados de grupo prostético). Exemplos:
■ nucleoproteínas (formadas de polipeptídios mais ácidos nucleicos);
■ glicoproteínas (polipeptídios mais carboidrato);
■ fosfoproteínas (polipeptídios mais radicais fosfato);
■ metaloproteínas (polipeptídios mais elementos metálicos, como ferro,
cobre, zinco etc.);
■ lipoproteínas (polipeptídios mais triglicerídios, fosfatídios e coleste-
rol);
■ flavoproteínas (contêm, na molécula, polipeptídios, além de nucleotí-
dios de flavina e/ou adenina como radical prostético - FAD - Flavina
Adenina Dinucleotídeo).
Consoante o valor biológico, as proteínas são classificadas em:
• Proteínas completas ou PAVB (Proteínas de Alto Valor Biológico): con-
têm todos os aminoácidos essenciais, em quantidades suficientes e nas
devidas proporções. Mantêm a vida e promovem o crescimento normal.
As principais são: a ovalbumina (encontrada na clara de ovo) e a caseína
(encontrada no leite). As demais são as da carne, peixes e aves.
• Proteínas incompletas: são aquelas que não possuem um ou mais amino-
ácidos essenciais. São incapazes de promover o crescimento quando cons-
Capítulo 7 Proteínas (Protídios ou Prótides) • 43
7.4 Funções
A função principal das proteínas é promover o crescimento pela formação de novas
células e permitir a conservação dos tecidos pela reposição de células gastas. As
proteínas são substâncias que constituem a maioria das estruturas do corpo, como
pele, tendões, membranas, músculos, órgãos e ossos (função construtora).
Ademais, as proteínas proporcionam aminoácidos para formação de outras
substâncias essenciais, tais como enzimas, hormônios e anticorpos (função cons-
trutora e reguladora).
As proteínas também atuam no equilíbrio hidroeletrolítico, no equilíbrio áci-
do-básico, na coagulação sanguínea e, ainda, como transportadoras de substâncias
necessárias e como precursoras de vitaminas (função reguladora).
Outra função importante deste nutriente é contribuir para o metabolismo ener-
gético do organismo, fornecendo 4 quilocalorias por grama (Junção energética).
O organismo não possui órgãos que mantenham uma reserva estática de pro-
teínas, portanto há necessidade de se manter a proteinemia normal através de ali-
mentação diária balanceada.
Órgão Enzima -
Boca Mastigação e insalivação
Para obter o NPU deve-se multiplicar o valor proteico (proteína bruta - PB)
de cada substância alimentar que compõe o cardápio pelos fatores de utilização
proteica, que são os seguintes:
Questões e
Atividades Propostas
1. A presença de um elemento na composição distingue as proteínas dos carboi-
dratos e dos lipídios. Qual é ele?
2. Qual a diferença entre aminoácidos essenciais, não-essenciais e os condicio-
nalmente essenciais?
3. Oque significa "proteína de alto valor biológico"?
4. Classifique as seguintes proteínas, quanto à composição e quanto ao valor bio-
lógico: lactalbumina, caseína, ovalbumina, gliadina, faseolina e zeína.
5. Explique as funções das proteínas.
6. Descreva como ocorre a digestão das proteínas.
7. Em uma dieta com o valor energético total de 2500kcal, qual a quantidade mínima
e a máxima de proteínas em gramas e calorias?
8. Em que situações aumentam as necessidades proteicas? Por quê?
9. Qual a conseqüência de uma dieta deficiente em proteínas?
10. Faça uma lista de preparações culinárias (doces e salgadas) em que se usa o
leite.
11. Preencha o quadro, a seguir, do cálculo de NDPCal% de uma refeição (lanche) e
analise o resultado:
Fator de
Substância Per Capita Proteína
Vcal Utilização NPU
Alimentar (g) Brtita
Proteica
Pão 50 4,1
Presunto 30 4,9
Total
Capítulo 8
Minerais
\
1.
li
Existe grande variedade de minerais no organismo, alguns com funções bem defi-
nidas, e outros sem identificação quanto às suas funções específicas. Representam
4% a 5% do peso corpóreo.
8.1 Classificação
Os minerais classificam-se em:
■ Macrominerais: cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg), enxofre (S), só-
dio (Na), cloro (Cl) e potássio (K).
■ Microminerais ou Oligoelementos: ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu),
iodo (1), manganês (Mn ), flúor (F), molibidênio (Mb), cobalto (Co), selê-
nio (Se), cromo (Cr), níquel (Ni), vanádio (Vn) e silício (Si).
Apresentaremos, adiante, os mais importantes.
8.1.1 Macrominerais
8.1.1 .1 Cálcio (Ca)
Características Gerais
É o mineral encontrado em maior quantidade no organismo: 1,5% a 2% do peso
corpóreo.
A maior parte, ou seja, 99% está presente nos ossos e nos dentes. Este estoque,
porém, não é estático: ocorre constante entrada e saída de cálcio nos ossos.
48 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
Funções
■ formação dos ossos;
■ formação dos dentes,
■ coagulação do sangue: a transformação da protrombina em trombina é
dependente de cálcio;
■ transmissão nervosa;
■ contração muscular: as fibras musculares contraem-se pelo encurtamento
de suas miofibrilas, em virtude do deslizamento da actina sobre a miosina;
■ liberação e ativação enzimática: especialmente as que participam de rea-
ções que liberam energia para a contração muscular;
■ síntese, secreção e metabolismo dos hormônios proteicos;
■ permeabilidade da membrana celular: controle da passagem de vários
fluidos e solutos através da membrana celular;
■ regulação dos batimentos cardíacos.
Deficiências
■ osteoporose: perda mineral óssea (principalmente em idosos e mulheres
pós-menopausa);
■ raquitismo: má formação óssea em crianças por causa, principalmente, da
deficiência de vitamina D (exposição inadequada à luz solar ou déficit de
ingestão de vitamina D), levando à diminuição da absorção do cálcio;
■ osteomalácia: alteração óssea em adultos (semelhante ao raquitismo);
■ tetania: graves e intermitentes contrações musculares e dor muscular, por
causa da diminuição do cálcio sérico.
Fontes
■ produtos lácteos: leite, queijos, iogurtes e coalhadas;
■ vegetais folhosos e verdes;
■ grãos integrais;
■ legumes;
Capítulo 8 Minerais • 49
■ frutas secas;
■ ovos;
■ sardinhas, mariscos, ostras e salmão.
Funções
~
■ formação de ossos e dentes: o fosfato de cálcio é constantemente deposi- e.:
tado e reabsorvido; ,.
■ funções metabólicas: o fósforo participa:
■ no metabolismo dos nutrientes;
■ na absorção e reabsorção renal da glicose;
■ na composição dos fosfolipídeos;
■ na manutenção do equilíbrio ácido-básico;
■ é componente essencial de RNA e DNA (material genético);
■ participa na estrutura das membranas celulares sob a forma de fosfolipídeos;
■ faz parte da composição de proteínas conjugadas (ex.: caseína).
Deficiências
Deficiências são raras, mas podem ocorrer por causa da carência de vitamina D,
doenças do fígado, uso de certos agentes farmacológicos (antiácidos com hidróxi-
do de alumínio, diuréticos, entre outros), utilização de nutrição parenteral total e
doenças intestinais que diminuem a absorção do fósforo. A falta deste mineral
acarreta falha na mineralização óssea (raquitismo, osteomalácia, entre outros) e
enfraquecimento da musculatura.
Fontes
Amplamente distribuído tanto em alimentos vegetais como em animais. As principais
fontes são: leite e derivados, carnes, aves, peixes, ovos, nozes e leguminosas. Cereais
são boas fontes, embora questionáveis por causa da presença do ácido fítico.
50 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
Funções
■ controle do metabolismo celular, ativando enzimas para a produção de
energia;
■ participação da construção proteica de novos tecidos;
■ desempenho de papel antagónico em reação ao cálcio: enquanto este par-
ticipa da contração, o magnésio participa do relaxamento muscular;
■ participação no processo de contratilidade e excitação dos nervos;
■ faz parte da formação de ossos e dentes.
Deficiências
A deficiência de magnésio pode ser causada por: ingestão inadequada, vômitos,
diarréia, alcoolismo crônico ou desnutrição proteica.
As conseqüências da deficiência são: anorexia, retardo no crescimento e alte-
rações neuromusculares (tremores, tetania e convulsões).
Fontes
Alimentos não processados: grãos integrais, nozes, soja, cacau, frutos do mar, fei-
jões, ervilhas e vegetais verdes.
Funções
■ participação na construção de proteínas;
Capítulo 8 Minerais • 51
Fontes
Alimentos proteicos (carne vermelha, aves, peixes, ovos, leite, queijo, feijão), bró-
colis e couve-flor.
Funções
■ manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico;
■ manutenção do equilíbrio ácido-básico;
■ manutenção da irritabilidade muscular.
Sódio (Na)
Características Gerais
Principal componente do líquido extracelular.
Participa do equilibrio hidroeletrolítico do organismo, sendo excretado prin-
cipalmente pela urina e o restante pelas fezes e transpiração. Em situações de sudo-
rese intensa, a perda desse íon pode ser significativa.
Geralmente apresenta-se combinado ao cloro, formando o cloreto de sódio
(conhecido popularmente como sal de cozinha), que se consumido excessivamente
predispõe à hipertensão (pressão sanguínea elevada).
Funções
■ regulação da osmolaridade (pressão osmótica1). Variações na sua concen-
tração determinam a distribuição de água de uma área para outra no or-
ganismo;
Deficiências
Hiponatremia: fraqueza, apatia, cefaléia, hipotensão, taquicardia, choque, pele sem
elasticidade e alucinações. Pode ocorrer em conseqüência de má absorção intesti-
nal, sudorese excessiva, diarréias e uso abusivo de diuréticos.
Fontes
Sal de cozinha (NaCl), temperos (glutamato monossódico) e alimentos processados.
Presente na maioria dos alimentos, principalmente nos alimentos proteicos
(leite, carne e ovos), exceto em frutas, vegetais e grãos.
Potássio (K)
Características Gerais
■ Importante componente do líquido intracelular.
■ É excretado principalmente pela urina e pelo suor.
Funções
■ é responsável pelo equilíbrio hídrico e pela pressão osmótica juntamente
com o sódio (potássio no interior da célula em equilíbrio com o sódio no
exterior);
■ participação com o cálcio na atividade muscular: regula a estimulação
neuromuscular, a transmissão de impulsos nervosos e a contração muscu-
lar. Exerce também atividade importante no músculo cardíaco;
■ participação no metabolismo de carboidratos: atua na conversão da glico-
se em glicogênio (glicogênese);
■ desempenha papel importante no armazenamento de nitrogênio nas pro-
teínas musculares (formação de massa magra);
■ exerce função contrária à do sódio, ou seja, efeito hipotensor2•
Deficiências e Excesso
A deficiência caracteriza-se por hipopotassemia3, podendo ocorrer por causa de
vômitos, diarréias prolongadas e uso de diuréticos, e o excesso, por hiperpotasse-
mia, que pode ocorrer em virtude de ingestão excessiva e problemas renais, entre
outros.
Fontes
Amplamente distribuído. As fontes mais ricas são os vegetais frescos de todos os
tipos.
Frutas (exs.: banana, laranja, melão), verduras, legumes, feijões etc.
Cloro (CI)
:11
Características Gerais tJ
O cloro existe, predominantemente, no líquido extracelular com o sódio e nas célu-
las em associação ao potássio. A maior parte é excretada pelos rins e pelo suor. Nas
situações em que se perde sódio (diarréias, vômitos e sudorese excessiva), perde-se
também cloro.
Funções
■ auxilio no controle do equilíbrio hídrico (junto com o sódio);
■ participação na manutenção do equilíbrio ácido-básico nos fluidos cor-
porais;
■ é componente das secreções gastrointestinais: ácido clorídrico gástrico
(HCl) e suco pancreático;
■ é ativador de enzimas.
Deficiências
Com pouco significado e pode ocorrer em diarréias, vômitos ou sudorese intensa.
Fontes
Sal de cozinha (cloreto de sódio - NaCl), alimentos do mar, alimentos de origem
animal (leite, carne, ovos etc.).
Cloreto de sódio
40% de Na e 60% de CI
Para converter:
• Peso específico de NaCI em Na, multiplicar por 0,393
Ex.: 2,5 g de NaCl x 0,393 = 0,985 -> 1 g de Na
• Peso específico de Na em NaCI, dividir por 0,393
Ex.: 1000 mg de Na = 2540 mg ou 2,5 g de NaCl
0,393
8.1.2 Microminerais
Função
■ transporte de oxigênio;
■ respiração celular.
Deficiências
Anemia microcítica4 hipocrômica5 - Anemia ferropriva
Caracteriza-se por:
■ baixa quantidade de hemoglobina;
■ pequenas células vermelhas do sangue;
■ baixas reservas de ferro.
Prováveis Causas
■ perdas de sangue: traumas, hemorragias, úlceras e parasitoses;
■ ingestão de dietas pobres em ferro, proteína, folatos, B12, B6 , vitamina C;
■ transtornos na absorção.
Fontes
■ Principais: fígado, rins, coração, língua e carne vermelha.
• Secundárias: vegetais de cor verde escuro e leguminosas.
■ Outras: frutas secas, melaço, pães de trigo integral e cereais integrais.
Função
■ constituinte da insulina e de muitas enzimas importantes no metabolismo;
■ participação na síntese de material genético (RNA e DNA);
■ participação na síntese proteica;
■ importância na reparação tecidual (cicatrização);
• participação na fabricação de esperma;
■ fundamental no desenvolvimento fetal.
Deficiências
■ atraso no crescimento;
■ falta de apetite;
■ dermatites;
■ hipogonadismo (retardo sexual);
■ perda de paladar e olfato;
■ dificuldade de cicatrização.
Fontes
■ Carne, fígado, ovos, moluscos (ostras), peixes, aves, cereais e leguminosas.
É importante observar que uma dieta balanceada em proteínas supre a neces-
sidade de zinco.
56 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
Função
■ ativador enzimático;
■ participação na síntese de ácidos graxos e de colesterol pelo fígado;
■ importância no metabolismo da glicose;
■ ativa a insulina, atuando como ponte de ligação entre insulina e membrana
celular.
Deficiências
■ redução da tolerância à glicose (hiperglicemia, glicosúria);
■ diminuição no ritmo de crescimento.
Fontes
■ Fígado, grãos integrais, nozes, queijos e frutos do mar.
Função
Faz parte da composição do hormônio tiroxina, que desempenha papel importante
no crescimento, desenvolvimento e metabolismo.
Deficiências
A ingestão inadequada leva ao bócio, caracterizado pela hipertrofia da glândula ti-
reóide. A deficiência em gestantes acarreta o cretinismo em lactentes (retardo men-
tal e físico). Atualmente essa deficiência é raramente encontrada.
Fontes
A melhor fonte é o sal iodado.
Outras fontes:
■ produtos do mar (moluscos, lagostas, ostras, sardinha e outros peixes);
■ vegetais (há variação de acordo com o teor de iodo no solo).
Função
■ ativador de enzimas; ·
■ participação no processo de crescimento e reprodução;
■ importante na formação dos tecidos conjuntivo e ósseo;
■ participação no metabolismo dos carboidratos e lipídios.
Deficiências
Pouco provável a ocorrência de deficiência em seres humanos.
Já em animais pode ocorrer: esterilização, anomalias esqueléticas e ataxia7 •
Fontes
■ Grãos integrais, leguminosas, nozes, chá, hortaliças e frutas.
Função
■ facilitação da absorção do ferro pelo organismo;
■ resistência aos ossos e dentes.
Deficiências e Excesso
A deficiência predispõe a cáries dentárias e o excesso, à fluorose dentária (manchas
brancas); osteoesclerose (rigidez óssea) e artrite (inflamação das articulações).
Fontes
A maior fonte é a água fluoretada.
Função
■ combate ao estresse oxidativo em conjunto com a vitamina E;
■ auxílio na síntese de imunoglobulinas8•
Deficiências
Degeneração e dor muscular, glóbulos vermelhos debilitados, retardo no cresci-
mento e produção reduzida de esperma.
Fontes
Amplamente distribuído nos alimentos, o seu teor nos vegetais depende da sua
quantidade no solo.
Presente também nos seguintes alimentos: castanha-do-pará, cereais integrais.
carnes e miúdos e frutos do mar.
Recomendações Nutricionais
As recomendações nutricionais de minerais constam nas Tabelas de DRI presentes .
no final do livro.
DRI (Dietary Reference Intakes) é um conjunto de quatro valores de referên-
cia de ingestão de nutrientes quantitativamente estimados, que são:
Questões e
Atividades Propostas
1. Você é convidado para dar uma palestra a um grupo de gestantes sobre a
prevenção da anemia ferropriva. Quais as principais orientações a serem
abordadas nessa palestra?
2. Analise a quantidade de sal e de sódio da dieta de um adulto sedentário
que costuma utilizar 6 g de sal no almoço e 4 g de sal no jantar. Considere as
recomendações de sal e sódio para um indivíduo normal.
Capítulo 9
Vitaminas
Letizia Nuzzo
Maria Christina Pelliciari Perroni
chamou-a de "vital amine': ou seja, vitamina. Desde então, o nome vitamina tem •e
sido utilizado para designar um grupo de substâncias que possuem algumas carac-
terísticas e funções específicas.
9.1 Características
■ constituem grupo de componentes orgânicos necessários ao organismo em
quantidades mínimas e são indispensáveis por terem funções específicas;
■ não apresentam estruturas básicas correlacionadas à cadeia de carbono;
■ são destrutíveis:
a) podem se oxidar (vitamina C facilmente oxidada pelo oxigênio);
b) podem ser degradadas no processamento dos alimentos, perdendo
parte ou toda a sua atividade vital (B2 pela exposição ultravioleta/perda
de até 40% da vitamina B1 no aquecimento prolongado);
e) devem ser supridas na dieta, pois o organismo só consegue sintetizar
algumas e em quantidade abaixo do necessário:
c.l) são sintetizadas no organismo mediante microorganismos do trato
intestinal: vitamina K, tiamina, folacina, vitamina B12;
62 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
c.2) sãosintetizadasnoorganismomediantefornecimentodeprecursores:
vitamina A, colina e niacina;
c.3) são sintetizadas na pele mediante exposição ao sol: vitamina D.
9.2 Funções
■ são nutrientes que não fornecem energia, mas ajudam nos processos ener-
géticos;
■ regulam o metabolismo dos macronutrientes;
" ■ ajudam nos processos de multiplicação celular;
'li 1
:u 1 ■ participam na formação de tecidos e ossos;
1
;jl
■
1
não contribuem de modo apreciável para o aumento da massa corpórea;
•' ■ são coenzimas na promoção de reações químicas essenciais.
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1. Quilomícrons são aglomerados formados quando lipídeos são combinados com proteínas trans-
portadoras, servem para transportar a gordura da dieta e algumas vitaminas, por meio dos líqui-
dos do organismo, para o fígado e outros tecidos.
64 • Nutrição - Conceitos e Aplicações
Formas e Fontes
■ Vitamina A pré-formada
O retino! é encontrado somente nos alimentos de origem animal. Fontes:
fígado, rim, manteiga, gema de ovo, leite integral, queijos, creme de leite e
óleo de fígado de peixes.
■ Pró-vitamina A
O betacaroteno é proveniente dos alimentos de origem vegetal. Fontes: fru-
tas e hortaliças de cor alaranjada, como cenoura, moranga, abóbora ma-
dura, manga e mamão; vegetais de folhas verde-escuras, como mostarda,
couve, agrião e almeirão. Outras fontes são: óleo de dendê e óleo de buriti.
■ Equivalência
1 ER = 1 µg retinol = 3,33 UI retinol
6 µg betacaroteno = 1OUI betacaroteno
12 µg de outros carotenóides precursores de vitamina A
Sendo:
ER = equivalente de retinol
UI = unidades internacionais
µg = microgramas
158 • Nutrição - Conceitos e Aplicações