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SUMÁRIO
Introdução .......................................................................................................... 7
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2.2.3 Possibilidade de dispensa do depósito recursal ao litigante beneficiário da justiça
gratuita............................................................................................................................ 26
2.3 Instrução Normativa nº 03/93 TST ........................................................................... 26
2.4 Regularidade Formal .................................................................................................... 27
2.5 Recurso interposto por meio de fax e eletrônicos ........................................................ 29
2.6 Instrução Normativa n° 30/07 TST ............................................................................... 30
2.7 Tempestividade ............................................................................................................ 30
2.8 Privilégios de Prazo ...................................................................................................... 31
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2.3.2 Prazo para Interposição ........................................................................................ 45
2.3.3 Hipóteses de Cabimento ....................................................................................... 45
2.4 Agravo de Petição ........................................................................................................ 45
2.4.1 Competência ......................................................................................................... 45
2.4.2 Prazo para Interposição ........................................................................................ 45
2.4.3 Hipóteses de Cabimento ....................................................................................... 45
2.5 Agravo Regimental e Agravo Interno ........................................................................... 46
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2.2.4. Efeitos do julgamento ........................................................................................... 75
2.3 Incidente de assunção de competência ....................................................................... 76
2.4. Incidente de uniformização de jurisprudência ............................................................. 77
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INTRODUÇÃO
Por seu turno, os sucedâneos recursais são todos os meios de impugnação que
não se incluem no conceito de recurso ou de ação autônoma de impugnação. Trata-se,
portanto, de conceito residual, podendo ser providências corretivas, como exemplo, erro
de grafia, ou providências ordenadoras do procedimento, como exemplo, uma correição
parcial. Finalmente, temos ainda os recursos em espécie.
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MÓDULO 1 – PRINCÍPIOS
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Conceitualmente, os princípios, são enunciados amplos, máximas ou assertivas
que no seu todo servem como base e sustentáculo de informação ao legislador na ela-
boração de uma norma. No seu bojo, trazem também meios para orientação ao Juiz
quando da sua interpretação e clarificação de uma norma, na fase em que o Magistrado
fundamenta as suas decisões.
(V) Substituição;
(VII) Da unirrecorribilidade.
É importante destacar que, alguns autores também citam nesse rol o princípio
da voluntariedade, em face da necessidade de manifestação de vontade do interessado
em submeter a demanda a novo julgamento. A única exceção a esse princípio seria a
hipótese de reexame necessário das decisões contrárias à Fazenda Pública.
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1.2.1 Duplo Grau de Jurisdição
Dessa forma, é possível afirmar que duplo grau de jurisdição é um direito hu-
mano conferido a toda pessoa de interpor recurso das decisões judiciais para um juiz
ou um tribunal superior. Ademais, é também um direito fundamental, já que foi recepci-
onado pelos §§ 2º e 3º do art. 5º da CF/1988.
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ordenamento brasileiro de regra prevista em tratado internacional tem o condão de mo-
dificar a legislação ordinária que lhe é anterior”.
1.2.2 Taxatividade
1.2.4 Fungibilidade
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1.2.5 Proibição da reformatio in pejus
Nos moldes do art. 1002 do CPC, a sentença pode ser impugnada total ou par-
cialmente, sendo que o recurso devolve ao tribunal o conhecimento da matéria impug-
nada conforme artigo 1.013 do CPC.
Nesse sentido, se a sentença for objeto de recurso por uma das partes, o julga-
mento pelo tribunal não pode agravar a condenação que não foi objeto de recurso, sob
pena de violação ao princípio em comento.
Por outro lado, o art. 1008 do CPC também aplicado subsidiariamente ao Pro-
cesso do Trabalho, esclarece que o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sen-
tença ou decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
Logo, a parte da sentença que não foi objeto de recurso transitará em julgado,
sendo irreformável pelo tribunal, não podendo ser atingida pelo julgamento da outra
parte devolvida no recurso à instância superior, sob pena de ofensa ao princípio da non
reformatio in pejus.
É importante salientar que tal princípio protege tanto o recorrente quanto recor-
rido. Ademais, o Supremo Tribunal de Justiça, por meio da Súmula 45, firmou entendi-
mento de que, no caso de reexame necessário, é defeso ao tribunal agravar a conde-
nação imposta à Fazenda Pública.
1.2.6 Dialeticidade
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1.2.7 Irrecorribilidade em separado das Decisões Interlocutórias
O referido princípio pode ser extraído por meio da leitura do artigo 893, § 1º da
CLT que dispõe que “os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio juízo ou
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias so-
mente em recurso da decisão definitiva.
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1.2.8 Princípio da Voluntariedade
Logo, sem a formulação do recurso pela parte, não é possível que o tribunal o
aprecie. O juiz não tem o poder de, ex oficio, recorrer pela parte, ainda que se trate de
incapaz.
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Importa destacar que o princípio da lealdade é um princípio geral do processo e
um princípio informador do sistema das nulidades. Nesse último sentido, se a parte deu
causa a uma nulidade relativa, ela não pode argui-la a seu favor porque isso seria o
mesmo que premiar a sua deslealdade. A consequência do princípio da lealdade com
relação à nulidade relativa é a sua convalidação, ou seja, o fato de o ato, apesar do
prejuízo sofrido pela parte que o praticou e posteriormente alegou o seu vício, ser repu-
tado válido.
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LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
gurados a razoável duração do processo e os meios que garan-
tam a celeridade de sua tramitação.
2.1 Conceito
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os pressupostos recursais, também chamados de requisitos de admissibilidade recursal
em subjetivos e objetivos.
2.1.2 Cabimento
2.1.3 Legitimidade
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Nessa ótica, se o recurso for interposto por parte ilegítima ele não será conhe-
cido por ausência de pressuposto recursal subjetivo.
O perito não tem legitimidade para recorrer contra a parte da decisão que fixa
seus honorários. Para expressar seu inconformismo, pode, tão somente, valer-se do
mandado de segurança.
Isso ocorre porque, enquanto auxiliar do juízo, exerce uma função pública, que
não se identifica com o interesse necessário para a interposição do recurso.
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quanto naqueles que atuou como fiscal da lei. No entanto, a referida legitimação do MPT
não se aplica aos casos em que a sentença preferida não afronta o interesse público,
conforme preceitua a OJ nº 237, I, da SDI-1, do TST.
2.1.3.6 Representação
O recurso deve ser subscrito pela própria parte (jus postulandi), salvo se for diri-
gida ao TST (exceto habeas corpus), ou mesmo por advogado com procuração nos
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autos ou portador de mandato tácito (advogado que, embora não possua instrumento
procuratório nos autos, compareceu à audiência e requereu o verbalmente que fosse
consignado em ata sua constituição como procurador da parte, nos moldes do artigo
791, § 3º da CLT.
O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
Assim, deverá exibir a procuração no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período
por despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por per-
das e danos nos termos do art. 104, §§ 1º e 2º do CPC.
Por sua vez, o artigo 76, § 2º do CPC prevê também expressamente a possibili-
dade de regularização processual na fase recursal em prazo razoável previsto pelo juiz.
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O TST, no artigo 3º, I, da IN 39/2016, deixou claro que entende que o artigo 76
do CPC é aplicável ao Processo do Trabalho.
Dessa forma, o CPC prevê duas situações distintas: (I) ausência de procuração,
caso em que se aplica o artigo 104 do CPC; (II) procuração juntada aos autos com
irregularidade, hipótese em que se aplica o artigo 76 do CPC.
2.1.4 Interesse
O recurso tem que ser útil é necessário a parte sob pena de não conhecimento.
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Dessa forma, a sucumbência constitui requisito subjetivo de admissibilidade que
limita a interposição do recurso à parte que não teve sua pretensão acolhida pelo juiz,
no todo ou em parte.
2.1.4.1. Interesse recursal da parte que fora beneficiada pela extinção do processo sem
resolução de mérito
O art. 502 do CPC informa que a renúncia ao direito de recorrer não depende da
anuência da outra parte, se consubstanciando numa ação potestativa.
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expressa por escrito ou oralmente até a prolação da decisão. Não precisa ser ratificada
por termo nos autos nem depende de homologação judicial.
Por fim, a aceitação do ato decisório ocorre quando a parte se conformar com
o julgamento desfavorável. Manifesta-se expressa ou tacitamente, ao praticar ato in-
compatível com o direito de recorrer (art. 503 do CPC).
2.2 Preparo
O Código de Processo Civil trata da matéria no seu artigo 1007 e seus parágra-
fos:
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§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhi-
mento realizado na forma do § 4º.
Objetiva garantir o juízo para o pagamento de futura execução a ser movida pelo
autor.
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da CLT). Posteriormente, a Lei 13.015/2014 trouxe uma exceção ao depósito recursal
ao acrescentar § 8º ao artigo 899 da CLT.
O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempre-
sas e empresas de pequeno porte (artigo 899, § 9, CLT).
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AGRAVO DE INSTRUMENTO – DEPÓSITO RECURSAL –
CONSTITUCIONALIDADE. A exigência do depósito prévio para
a interposição de recurso, a que alude o art. 899, parágrafos, da
CLT, não é incompatível com a ordem constitucional vigente.
Conquanto a Constituição da República assegure o contraditório
e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, tam-
bém impõe aos jurisdicionados a observância das normas
Também são isentas as pessoas jurídicas de direito público (art. 1º, IV, do De-
creto-lei 779/1969 e item X da IN 3/1993 do TST e o Ministério Público do Trabalho.
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Todavia, as empresas públicas e sociedades de economia mista, em caso de
recurso, deverão recolher o respectivo depósito recursal (Súmula 170 do TST).
O art. 899, caput, da CLT dispõe que os “recursos serão interpostos por simples
petição” e a partir dessa redação, surgiram divergências na doutrina e na jurisprudência
a respeito da existência, no processo do trabalho, do pressuposto recursal da regulari-
dade formal.
Em prol da possibilidade do jus postulandi (CLT, art. 791), não se exige funda-
mentação legal, nem formalismos exagerados, como razões recursais anexas ou preci-
são na pretensão recursal (reforma ou anulação), apenas exige-se que o recorrente
apresente alguma argumentação que justifique a interposição do seu recurso, além de
possibilitar o amplo direito de defesa do recorrido.
Com efeito, dispõe o art. 1.002 do NCPC que “é norma da teoria geral dos recur-
sos que qualquer “decisão pode ser impugnada no todo ou em parte”. De outra parte,
se o recurso é um prolongamento do exercício do direito de ação, então os fundamentos
jurídicos devem ser exigidos tanto para a ação quanto para a interposição de recursos.
Nesse sentido, recurso sem motivação é inepto, assim como a petição inicial sem causa
de pedir é inepta.
Nessa lógica, a Súmula 422 do TST deve ser aplicada tanto ao recurso de revista
como a qualquer outro recurso dentro da seara processual trabalhista. Sendo assim, o
jus postulandi, não é motivo legal para a ausência de fundamentação dos recursos de
natureza ordinária.
O item III da Súmula 422 do TST já demonstra interpretação evolutiva do art. 899
da CLT, na medida em que, embora continue entendendo inaplicável a exigência do
item I (não se conhece do recurso de revista quando as razões do recorrente não
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impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida) relativa-
mente ao recurso ordinário da competência do Tribunal Regional do Trabalho, abre uma
exceção no “caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos
da sentença”.
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2.5 Recurso interposto por meio de fax e eletrônicos
Ademais, com a edição da Lei n. 9.800/99 houve a permissão para que às partes
pudessem utilizar o sistema de transmissão de dados e imagens tipo fac-símile ou outro
similar para a prática de atos processuais que dependam de petição escrita.
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Por fim, destaca-se que, nos termos do art. 50 da Resolução CSJT n. 136/2014,
a “partir da implantação do PJe-JT em unidade judiciária, fica vedada a utilização do e-
DOC ou qualquer outro sistema de peticionamento eletrônico para o envio de petições
relativas aos processos que tramitam no PJe-JT”.
No que concerne ao recurso interposto por meio eletrônico, o TST editou a Ins-
trução Normativa nº 30/2007, que regulamenta a Lei nº 11.419 no âmbito da Justiça do
Trabalho, que dispõe sobre informatização do processo judicial.
2.7 Tempestividade
O recurso deve ser interposto no prazo legal sob pena de não conhecimento do
apelo. O Código de Processo Civil também determina que é considerado tempestivo o
recurso interposto antes do termo inicial do prazo, ou seja, antes de publicado o acórdão
impugnado nos termos do artigo 218, § 4º do CPC. Nessa mesma linha, encontra-se o
posicionamento atual do TST com o cancelamento da Súmula 434.
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A Lei nº 5.010/96, em seu artigo 62, estabeleceu como feriado, entre outros, o
recesso forense anual, no período compreendido entre 20 de dezembro e 6 de janeiro.
À Luz do artigo 775 da CLT, os prazos são contados em dias úteis, nos mesmos
moldes do artigo 219 do CPC que determina que “na contagem de prazo em dias, esta-
belecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os úteis.
Da mesma forma, nos moldes do artigo 180 do CPC, o Ministério Público tem
prazo em dobro para todas as manifestações, cuja contagem terá início a partir de sua
intimação pessoal, a qual será feita por carga, remessa ou meio eletrônico.
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Seção 3 – Os Efeitos dos Recursos Trabalhistas
3.1 Conceito
A interposição de recurso, assim como todo ato processual, gera efeitos que são
classificados em: devolutivo, suspensivo, obstativo, translativo, regressivo extensivo e
substitutivo.
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3.2.1 Extensão e Profundidade do Efeito Devolutivo
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3.5 Efeito Substitutivo
Importa destacar que, não há como admitir a substituição da sentença pelo acór-
dão quando não há provimento sequer parcial do recurso ou quando este não é conhe-
cido, apesar da literalidade do artigo 1.008 do CPC, salvo para efeito de determinação
temporal da formação da coisa julgada.
quando:
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IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamenta-
ção.
ordinário:
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MÓDULO 2 – RECURSOS EM
ESPÉCIE
A intenção é que o aluno compreenda como a causa deve ser levada a uma nova
apreciação. Em geral, após uma decisão desfavorável do pleito, deve-se ingressar com
o recurso cabível para a modificação pretendida, seja ela com a finalidade de anular a
decisão ou apenas reformá-la.,
O recurso interposto deverá ser apreciado por um órgão diferente e de nível hi-
erárquico superior ao que proferiu a decisão.
1.1 Introdução
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Em regra, o recurso ordinário tem cabimento das decisões definitivas com reso-
lução do mérito) ou terminativas (sem resolução do mérito) das Varas do Trabalho.
No entanto, ele também será cabível das decisões de competência originária dos
TRTs, como é o caso, por exemplo, do dissídio coletivo, do mandado de segurança e
da ação rescisória. Nesse caso, sendo recurso ordinário de dissídio coletivo, a compe-
tência para julgamento é do TST por meio da SDC. Por outro lado, no caso de mandado
de segurança, ação rescisória e demais ações individuais de competência originária do
TRT, o julgamento do recurso ordinário é de competência da SDI-II do TST.
O que precisa ficar claro é que o recurso ordinário caberá das decisões tomadas
em primeira instância, seja pela Vara do Trabalho ou pelo Tribunal Regional.
Como regra, após proferida a decisão, o juiz não poderá alterá-la, salvo se inter-
postos os embargos de declaração.
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No entanto, em três hipóteses será possível o juiz retratar-se. São elas:
(II) decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir;
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O referido parágrafo, com base nos princípios da economia, celeridade proces-
sual, duração razoável do processo e primazia da decisão de mérito, passou a permitir
que, quando o processo estiver em condições de imediato julgamento e se enquadrar
em alguma das hipóteses mencionadas, o tribunal possa entrar diretamente na análise
do mérito da causa, não necessitando retornar ao juízo de origem. É o que se denomina
de teoria da causa madura.
O Tribunal também poderá julgar o mérito quando reformar sentença que reco-
nheça a decadência ou a prescrição, examinando as demais questões, sem que haja
necessidade de determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau (art.1.013,
§4º; TST-IN nº 39/2016, art. 3º, XXVIII).
Difere, porém, quanto ao processamento do recurso que, nos termos do art. 895,
§1º, da CLT, terá as seguintes peculiaridades:
(II) o relator deve liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tri-
bunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento;
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Ademais, nos tribunais regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma
para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas
demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo (CLT, art. 895, §2º).
2.1.1 Competência
Ademais, sua interposição não produz efeito suspensivo, mas gera o efeito de
interromper os prazos dos recursos posteriores.
(I) intempestivos;
(II) com irregularidade na representação da parte; ou
(III) ausente de assinatura (CLT, art. 897-A, §3º).
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2.1.3 Hipóteses de Cabimento
(III) Obscuridade: quando a decisão não for clara. Embora esse vício não esteja
presente no art. 897-A da CLT, é majoritariamente aceita a sua incidência
no processo do trabalho.
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2.2 Embargos de Divergência e Embargos Infringentes
2.2.2.1 Competência
O prazo do recurso é de oito dias úteis, de acordo com o artigo 894, II da CLT.
Apesar de este recurso não estar mais presente com essa nomenclatura no Có-
digo de Processo Civil, sua previsão na CLT continua mantida, no artigo 894 e no artigo
232 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. Seu objetivo é estimular o
consenso da jurisprudência do Tribunal e sua natureza é extraordinária.
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2.2.2. Embargos Infringentes
2.2.2.1 Competência
O prazo é de oito dias úteis, de acordo com o artigo 894, I, alínea a da CLT e no
art. 2°, II, da Lei n° 7. 701/88.
Nesse caso, como a decisão é proferida em primeira instância pelo TST, o re-
curso cabível são os embargos infringentes.
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Os embargos infringentes pressupõem acórdão não unânime proferido pela
SDC, nas seguintes hipóteses: 1) julgamento do dissídio coletivo; 2) extensão ou revisão
de sentença normativa; 3) homologação de conciliação.
Não é exigido depósito recursal nesse recurso, visto que oriundo de um dissídio
coletivo, com sentença normativa e o depósito só é exigido em sentenças condenatórias
(Súmula 161 do TST).
2.3.1 Competência
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2.3.2 Prazo para Interposição
De acordo com o art. 775 da CLT o prazo para interposição do agravo de instru-
mento é oito dias úteis.
2.4.1 Competência
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das decisões proferidas por juiz ou presidente. O agravo de petição trabalhista não
depende de depósito recursal.
O agravo regimental é cabível quando não houver qualquer outro recurso com
previsão legal, mas estiver disciplinado no regimento interno do tribunal. Ex.: concessão
de efeito suspensivo pelo Presidente do TST em recurso ordinário no dissídio coletivo
(TST·RI, art. 235, V). Por outro lado, havendo previsão legal, o agravo será interno (arts.
894, § 3°, da CLT e 932 do CPC.).
3.1.1 Introdução
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Os recursos ordinários visam à tutela do direito subjetivo, de modo que permitem
a rediscussão ampla da matéria, seja de direito, seja de fato. Tais recursos podem estar
fundamentados no mero inconformismo com a decisão judicial (injustiça da decisão),
citando-se como exemplo, na seara trabalhista, os recursos: ordinário, agravo de peti-
ção, embargos de declaração, agravo interno, revisão e agravo de instrumento.
3.1.2 Prazo
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3.1.3 Preparo
48
I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, em rela-
ção a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atin-
gido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido
para qualquer recurso.
Destaca-se que o valor do depósito recursal será reduzido pela metade para
entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores indivi-
duais, microempresas e empresas de pequeno porte, conforme consignado no artigo
899, §9º da CLT.
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(I) a procuração;
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3.1.6 Pressupostos Específicos de Admissibilidade
a) o prequestionamento; e
b) a transcendência.
Além disso, ele somente será cabível quando invocar a divergência jurispruden-
cial ou a violação da lei federal ou da Constituição Federal.
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3.1.7 Prequestionamento
Por tese explícita deve-se entender a tese jurídica apreciada e decidida pelo
tribunal a quo, independentemente de ter constado, no acórdão impugnado, referência
ao dispositivo legal.
E importante destacar que, com o Novo CPC, a tese jurídica poderá estar decla-
rada inclusive no voto vencido, como se depreende do art. 941, 3º, in verbis:
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Pode ocorrer de a parte invocar a matéria no seu recurso principal (por exemplo,
recurso ordinário), mas o tribunal não se manifestar sobre ela. Nesse caso, incumbe-
lhe opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena
de preclusão (Súmula nº 297, II, do TST).
O art. 896, §1º-A, inciso IV, da CLT, acrescentado pela Lei nº 13.467/2017, trata
exatamente dessa hipótese, ou seja, da omissão de pronunciamento do Tribunal refe-
rente à matéria de fato ou de prova. De acordo com o dispositivo, no caso de suscitar
preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o recorrente
deverá transcrever na peça recursal o trecho dos embargos declaratórios em que foi
pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o
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trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e
verificação, de plano, da ocorrência da omissão.
Consigne, ainda, que entende o TST que, nascendo a violação na própria deci-
são recorrida (por exemplo, julgamento extra petita no TRT), não será exigível o pre-
questionamento (OJ nº 119 da SDI-I do TST).
3.1.8 Transcendência
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(i) econômica, o elevado valor da causa;
Nesse contexto, o art. 896-A, 2º, da CLT declina que o relator do recurso de
revista, monocraticamente, poderá denegar seguimento ao recurso que não demonstrar
transcendência, cabendo agravo da decisão ao colegiado. O prazo do agravo é de 8
dias úteis (TST-IN nº 39, art. §1º, §2º).
Por fim, o art. 896-A, §5º, da CLT declina que é irrecorrível a decisão monocrática
do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a
transcendência da matéria.
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3.1.9 Direito Intertemporal
O recurso de revista serve para impugnar acórdão dos TRTs proferidos em grau
de recurso ordinário. Isso significa que o recurso de revista somente caberá depois do
julgamento do recurso ordinário, impondo dessa forma que a demanda tenha se iniciado
na Vara do Trabalho.
É por isso que não cabe, como regra, recurso de revista de ação de competência
originária dos tribunais (exemplo: ação rescisória, dissídio coletivo etc.). Da mesma
forma, para o C. TST, não cabe recurso de revista de decisão proferida em agravo de
instrumento (Súmula nº 218 do TST).
a) divergência jurisprudencial; ou
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3.1.10.1 Divergência Jurisprudencial
Nesse ponto, é necessário frisar que a divergência deve ser entre tribunais re-
gionais diferentes, não servindo a divergência existente entre Turmas de um mesmo
TRT (OJ nº 111 da SDI-I do TST). Isso ocorre porque o TST tem a função de unificar a
jurisprudência nacional em sede de matéria trabalhista, afastando a dissidência entre
os Tribunais Regionais.
Por outro lado, será cabível o recurso de revista quando contrariar decisões da
SDI (I ou II), assim como as súmulas e as orientações jurisprudenciais e precedentes
normativos. Nesse sentido, a OJ nº 219 da SDI - I do TST:
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OJ nº 219 da SDI — I do TST. Recurso de Revista ou de Em-
bargos fundamentado em Orientação Jurisprudencial do TST
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Divergências autorizadoras:
A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se consi-
derando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória juris-
prudência do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, §7º).
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recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou
venham a ser juntados com o recurso;
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uniformização consistente em mecanismo de resolução das divergências jurisprudenci-
ais existentes dentro do Tribunal (interna corporis).
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Caso o TRT não fizesse a uniformização, espontaneamente, o TST, de ofício ou
a requerimento da parte ou do Ministério Público do Trabalho, poderia determinar o re-
torno dos autos à origem para que se procedesse à uniformização, quando existissem
decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre
o tema objeto de recurso de revista (CLT, art. 896, §4º). criou-se, assim, um mecanismo
de controle pelo C. TST, impondo a efetivação do §3º do art. 896 da CLT.
Embora essa sistemática tivesse sido criada em 2014, pela Lei 13.015/14, o le-
gislador, depois de 3 anos, simplesmente revogou os §§3º a 6º do art. 896 da CLT,
eliminando esse mecanismo de controle exercido pelo TST, bem como o referido pres-
suposto para o cabimento do recurso de revista.
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O mecanismo para implementar a uniformização deverá estar contemplado no
regimento interno do tribunal, o que vem previsto no art. 926, §1º / do CPC/2015, de
modo que o incidente de uniformização de jurisprudência deverá observar especial-
mente as diretrizes do art. 926, §2º e do art. 927, §1º a 5º ambos do CPC/2015.
A Lei no 13.467/17 revogou os §§3º a 6º do art. 896 da CLT que versavam sobre
o incidente de uniformização trabalhista. Tais regras estavam ligadas, portanto, aos re-
cursos.
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3.1.10.4 Violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Consti-
tuição Federal
A ofensa indireta ou reflexa ocorre quando o recorrente tiver que invocar uma
norma infraconstitucional para chegar à norma constitucional. Nesse caso, não será ad-
mitido o recurso de revista, bem como o extraordinário (Súmula nº 636 do STF).
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3.1.11 Rito Sumaríssimo
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Essa é a regra. Porém, é importante observar que a Lei nº 13.015/14 ampliou o
cabimento do recurso de revista na fase de execução em duas hipóteses:
b) divergência jurisprudencial;
Afrontar a
Afrontar a Constituição Afrontar a
Constituição
Federal Constituição Federal
Federal
Contrariar súmula do
Contrariar súmula do TST
TST
* Apenas nas hipóteses de execução fiscal e controvérsias da fase de execução que envolvam a
Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), o recurso de revista será cabível quando: violar
a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal (CLT, art. 896,
§10).
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MÓDULO 3 – TEORIA GERAL DOS
PRECEDENTES
O precedente é decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo núcleo
essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos.
O Brasil, país de civil law, não dava tanta importância aos precedentes até a
significativa modificação dada ao tema pelo Novo Código de Processo Civil – CPC. Por-
tanto, é fundamental que o operador do Direito compreenda a criação do precedente, a
conceituação, a aplicação e a sua superação, além da dinâmica do sistema de prece-
dentes e recursos de revista repetitivos.
Isso permitirá:
1.1 Introdução
67
A sociedade de massa com relações jurídicas com extratos parecidos ou até
mesmo idênticos, o elevado número de processos, a fragilidade da atuação individual e
formato atomizado de solução de conflitos se mostrou insuficiente, com necessidade de
técnicas mais eficientes para o quadro de problemas em bloco.
O artigo 926 do CPC brasileiro inovou ao dispor que “os tribunais devem unifor-
mizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”. Com isso, impõe de-
veres gerais para os tribunais no âmbito da construção e manutenção de um sistema
de precedentes (jurisprudência e súmula), persuasivos e obrigatórios, sendo eles:
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consistência, ou seja, a robustez da racio decidenci. A coerência impõe o dever de au-
torreferência, portanto: o dever de dialogar com os precedentes anteriores, até mesmo
para superá-los e demonstrar eventual distinguishing.
Típico da família da common law, em que as questões são menos reguladas por
leis e mais por posicionamentos dos tribunais, o precedente passou a ter importância
mais elevada com o advento do Código de Processo Civil de 2015, em especial em seu
artigo 926, em que se objetivou a diminuição de processos repetidos no Judiciário bra-
sileiro, com, por exemplo, a criação do Incidente de resolução de demandas repetitivas,
os recursos repetitivos e o incidente de assunção de competência.
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passagem na motivação da decisão, consubstanciando juízos acessórios, provisórios,
secundários, impressões ou qualquer outro elemento que não tenha influência relevante
e substancial para a decisão ("prescindível para o deslinde da controvérsia").
(I) vinculante obrigatório (art. 927 CPC), o qual abrange todos os demais efei-
tos;
(III) autorizante (arts. 311, II e 932, V CPC) e rescindentes (art. 525, par. 12; 535,
par. 5º; 966, V CPC).
A previsão de vinculação dos precedentes estabelecida pelo CPC deve ser in-
terpretada a luz da Constituição Federal, pois somente a Constituição Federal pode dis-
ciplinar o caráter vinculante, ou não, da jurisprudência dos Tribunais. Não há questiona-
mentos acerca do caráter vinculante das súmulas vinculantes do STF e para as deci-
sões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em controle direto de constitucionali-
dade, únicas situações em que há autorização constitucional de vinculação da jurispru-
dência (art. 103-A C.F.).
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1.4 Distinção do precedente e técnicas de superação do precedente:
overruling e overriding
a) dar à ratio decidendi uma interpretação restritiva, por entender que peculia-
ridades do caso concreto impedem a aplicação da mesma tese jurídica ou-
trora firmada (restrictive distinguishing), caso em que julgará o processo li-
vremente, sem vinculação ao precedente;
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Seção 2 – Precedentes no Processo do Trabalho
2.1 Introdução
Ocorre que, no modelo constitucional de processo, todas as leis devem ser in-
terpretadas em conformidade aos valores democráticos e republicanos e aos princípios
albergados na Constituição Federal, em especial o princípio da dignidade da pessoa
humana.
Desse modo, o § 2º do art. 8º da CLT, inserido pela Lei n. 13.467/2017, deve ser
interpretado conforme a Constituição, a fim de se permitir a plenitude da atividade juris-
dicional (CF, art. 5º, XXXV) da Justiça do Trabalho, cabendo aos órgãos da Justiça do
Trabalho, ao aplicar o ordenamento jurídico, atender “aos fins sociais e às exigências
do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e obser-
vando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência”
(CPC, artigos 1º e 8°).
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2.2.1. Conceito e pressupostos
Não pode ser admitido o requerimento de decisão já afetada nos Tribunais Su-
periores (art. 976, par. 4º do CPC).
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Tribunal Superior do Trabalho, dotado de efeito meramente devolutivo, nos termos dos
artigos 896 e 899 da CLT, que indica eficácia vinculante da tese adotada pelo TST a
todos os processos com a mesma a causa jurídica no país.
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curiae. Por último, o Ministério Público do Trabalho encerra a sessão com sua fala, antes
do julgamento final.
É cabível recurso da decisão que julga o IRDR, conforme o art. 987 do CPC c/c
artigo 8º, parágrafo 3º da IN 39 do TST, podendo ser recurso de revista, no âmbito
trabalhista, além de embargos de declaração e tem legitimidade para propô-lo o amicus
e as partes.
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Não há como evitar a aplicação da tese estabelecida nos casos afetados. Quem
ajuíza ação se submete a qualquer técnica para seu julgamento.
O processo não precisa estar suspenso para se submeter aos efeitos do julga-
mento de casos sob IRDR.
Não respeitada a tese prevalecente em IRDR cabe reclamação (art. 985, par. 1º,
art. 988, IV e par. 4º do CPC).
Os casos cuja questão de mérito seja objeto de IRDR terão presunção de reper-
cussão geral em recurso extraordinário (art. 1035, par. 3º, II CPC).
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O objetivo é evitar a proliferação de demandas futuras envolvendo a mesma tese
jurídica. Poderá instaurar o referido incidente o relator, de ofício, a requerimento da
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública.
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o art. 896-B da CLT e no artigo 1º da Instrução Normativa 38/2015 do TST ao recurso
de revista, no que couber.
Nesse sentido, aplicando o art. 1.036 do CPC, sempre que houver multiplicidade
de recursos de revista, com fundamento em idêntica questão de direito, deve haver afe-
tação para julgamento de acordo com as disposições do CPC e da CLT, observado o
disposto no regimento interno do Tribunal Superior do Trabalho.
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O relator deve proferir decisão de afetação, na qual:
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Sendo assim, conforme o art. 3º da Instrução Normativa 38/2015 do TST, o Pre-
sidente da Subseção de Dissídios Individuais I que afetar processo para julgamento sob
o rito dos recursos repetitivos deve expedir comunicação aos demais Presidentes de
Turma, que podem afetar outros processos sobre a questão para julgamento conjunto,
a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão.
O art. 4º da Instrução Normativa 38/2015 do TST prevê que somente podem ser
afetados recursos representativos da controvérsia que sejam admissíveis e que, a cri-
tério do relator do incidente de julgamento dos recursos repetitivos, contenham abran-
gente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
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da CLT). O ministro relator pode admitir manifestações de pessoas, órgãos ou entidades
com interesse na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma do Código
de Processo Civil (art. 896-C, § 8º, da CLT). Trata-se de previsão que tem como objetivo
concretizar o contraditório no incidente em questão, dando maior legitimidade à decisão
a ser proferida pelo TST.
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do pagamento de custas e de honorários de advogado. Nesse caso específico, a desis-
tência apresentada independe de consentimento do reclamado, ainda que apresentada
contestação.
A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se
demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo
julgado sob o rito dos recursos repetitivos (art. 896-C, § 16, da CLT).
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