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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Sumário
META 1 .............................................................................................................................................................. 9
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE I ................................................................................................... 9
1. CONCEITO DE CRIME ..................................................................................................................................... 9
1.1. Crime X Contravenção Penal ........................................................................................................................... 10
1.2. Classificações dos Crimes ...................................................................................................................................... 13
1.2.1 Quanto à Qualidade do Sujeito Ativo .............................................................................................................. 13
1.2.2 Quanto à Estrutura do Tipo Penal ................................................................................................................... 14
1.2.3 Quanto à Relação entre a Conduta e o Resultado Naturalístico ..................................................................... 15
1.2.4 Quanto ao Momento de Consumação............................................................................................................. 17
1.2.5 Quanto ao Número de Agentes ....................................................................................................................... 18
1.2.6 Quanto ao Número de Vítimas ........................................................................................................................ 18
1.2.7 Quanto ao Grau de Intensidade do Resultado ................................................................................................ 18
1.2.8 Quanto ao Número de Atos Executórios ......................................................................................................... 21
1.2.9 Quanto à Forma pela qual a Conduta é Praticada ........................................................................................... 21
1.2.10 Quanto ao Modo de Execução Admitido ....................................................................................................... 22
1.2.11 Quanto aos Bens Jurídicos Atingidos ............................................................................................................. 22
1.2.12 Quanto À Existência Autônoma Do Crime: .................................................................................................... 22
1.2.13 Quanto À Necessidade De Corpo De Delito Para A Prova Da Existência ....................................................... 22
1.2.14 Quanto ao Local de Produção do Resultado .................................................................................................. 22
1.2.15 Quanto ao Vínculo com outros Crimes .......................................................................................................... 23
1.2.16 Quanto à Liberdade ou não para o Início da Persecução Penal .................................................................... 23
1.2.17 Quanto à Violação de Valores Universais ...................................................................................................... 23
1.2.18 Quanto ao Potencial Ofensivo ....................................................................................................................... 23
1.2.19 Crime Falho e Quase-Crime ........................................................................................................................... 24
1.2.20 Crimes de Impressão ..................................................................................................................................... 24
1.2.21 Crimes de Colarinho Branco e Crimes de Colarinho Azul .............................................................................. 24
1.2.22 Outras Classificações ..................................................................................................................................... 25
2. SUJEITOS DO CRIME .................................................................................................................................... 27
3. OBJETO DO CRIME ....................................................................................................................................... 28
4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME ........................................................................................................ 28
4.1 Fato Típico .............................................................................................................................................................. 28
4.1.1. Conduta.......................................................................................................................................................... 29
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 37
META 2 ............................................................................................................................................................ 42
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE II ................................................................................................ 42
1. CONTINUAÇÃO DOS ELEMENTOS DO FATO TÍPICO .................................................................................... 42
2. CONCAUSAS ................................................................................................................................................. 49
3. TEORIA DO TIPO........................................................................................................................................... 56
3.1 Funções do Tipo Penal............................................................................................................................................ 56
3.2 Estrutura do Tipo Penal .......................................................................................................................................... 57
3.3 Classificações do Tipo Penal ................................................................................................................................... 58
3.3.1 Tipo Normal X Anormal.................................................................................................................................... 58
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ATENÇÃO
Equipe DD
Prezado(a) aluno(a),
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas.
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SEMANA 03/20
META 1
TODOS OS ARTIGOS
⦁ Art. 1, CP
⦁ Art. 13. §2º, CP
⦁ Art. 14, CP
⦁ Art. 75, CP
⦁ Art. 1º a 10º da Lei de Contravenções Penais (DL 3688/41)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
⦁ Art. 1, CP
⦁ Art. 13. §2º, CP
⦁ Art. 14, CP
⦁ Art. 75, CP
1. CONCEITO DE CRIME
A depender do critério adotado para a definição de crime, este conceito será diferente. Temos
os seguintes critérios:
I – Critério material/substancial: considera crime toda ação ou omissão humana (ou da pessoa
jurídica nos crimes ambientais) que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados;
II – Critério legal: é o conceito dado pelo legislador, ou seja, é o que está na lei. De acordo com o art.
1º da Lei de Introdução ao Código Penal, “considera-se CRIME a infração penal a que a lei comina pena de
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III – Critério analítico/formal: define crime de acordo com os elementos que compõe sua estrutura.
Pode ter como base uma posição quadripartida (crime é fato típico, ilícito, culpável e punível), tripartida
(crime é fato típico, ilícito e culpável) ou bipartida (crime é fato típico e ilícito). Será aprofundado mais à
frente.
CONCEITO DE CRIME
CRITÉRIO MATERIAL Ação ou omissão humana (ou de PJ nos crimes ambientais) que lesa ou
expõe a perigo de lesão, bem jurídico protegido.
CRITÉRIO LEGAL O que a lei define como tal. (Art. 1º CP)
Crime: A infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção,
cumulativa ou alternativamente com pena de multa.
Contravenção: é espécie de infração penal a que a lei comina a prisão
simples e/ou multa.
A diferença é meramente qualitativa (espécie de pena) e quantitativa
(quantidade da pena).
CRITÉRIO FORMAL/ ● Quadripartida – fato típico, ilícito, culpável e punível
ANALÍTICO (crítica: punibilidade não é elemento, mas consequência do
crime – não vingou);
● Tripartida – fato típico, ilícito e culpável (clássicos –
obrigatoriamente, e finalistas);
● Bipartida – fato típico e ilícito (finalistas).
No mais, infração penal é gênero, podendo ser dividida em crime (ou delito) e contravenção
penal. Vamos ver as diferenças:
CRIME CONTRAVENÇÃO
Quanto à pena Infração penal que a lei comina Infração penal a que a lei comina,
privativa de liberdade pena de reclusão ou de isoladamente, pena de prisão
detenção, quer isoladamente, simples (cumprida sem rigor
quer alternativa ou penitenciário, nos termos do art.
cumulativamente com a pena 6º da LCP) ou de multa, ou ambas
de multa alternativa ou cumulativamente.
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Quanto à espécie de Pode ser ação penal pública Ação penal pública
ação penal condicionada/incondicionada incondicionada, nos termos do
ou privada. Art. 17 da LCP.
Quanto à Tentativa é punível (em regra). Não é punível a tentativa, nos
admissibilidade da termos do a Art. 4º. LCP.
tentativa A tentativa é possível, mas o
(punibilidade) legislador optou por não puní-la.
Quanto à Admite-se extraterritorialidade Não se admite
extraterritorialidade da (art. 7º do CP). extraterritorialidade, nos termos
lei penal brasileira do Art. 2º da LCP.
Quanto à competência Pode ser competência da justiça Somente competência da justiça
para processar e julgar estadual ou federal. estadual.
* Exceção: foro por prerrogativa
de função.
Quanto ao limite das Limite da pena privativa de A duração da pena de prisão
penas liberdade é de 40 anos (artigo simples não pode, em caso algum,
75 do CP). ser superior a 05 anos (artigo 10
da LCP)
Resposta: A questão é posta com a intenção de fixar o aprendizado, tendo a letra d como
alternativa correta. Vimos que crimes ou delitos não são sinônimos de contravenção (letra a),
sendo que não existe diferença entre crime e delito (letra b). Crime e contravenções não são
sinônimos (letra c) e o gênero infração penal abrange como espécies os crimes, delitos e
contravenções (letra e)
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* ATENÇÃO:
● A pena máxima de 40 anos foi atualizada pelo Pacote Anticrime. Trata-se de uma mudança
que piora a situação do réu (novatio legis in pejus), motivo pelo qual só se aplica aos fatos ocorridos
após sua entrada em vigor (23/01/2020).
De acordo com Cleber Masson, os fundamentos para essa mudança legislativa são basicamente 2: o
aumento da expectativa de vida e a gravidade aliada ao número de crimes.
Diante dessa mudança, como fica a Súmula 715 do STF? Continua valendo? Sim. O limite de 40 anos
é para fins de cumprimento máximo da pena, entretanto para os benefícios penais, considera-se o
total da condenação.
S. 715, STF - A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de
outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de
execução.
● O Brasil adotou o sistema dualista ou binário: divide a infração penal (que é gênero) em
crime (sinônimo de delito) e contravenção penal (crime anão/delito liliputiano/crime vagabundo).
● E o artigo 28 da Lei de Drogas, que não tem nenhuma dessas penas, é o que? Há
entendimento doutrinário de que não seria nem crime nem contravenção, e sim uma infração penal
sui generis (Saudoso Luiz Flávio Gomes assim entendia).
● O entendimento predominante nos Tribunais Superiores (STF e STJ), é o de que o artigo 28
é crime, não houve descriminalização da conduta pela nova lei de drogas, ocorrendo apenas a
despenalização no tocante à pena privativa de liberdade. A lei 11.343/06 afastou a pena privativa
de liberdade, mas trouxe penas alternativas a esta.
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Atenção Concurseiro policial, esta temática foi objeto de prova discursiva para o cargo de
inspetor de Polícia Civil do Ceará, valendo 10 pontos, ocorrida no dia 05 de Setembro de 2021
realizado pela banca IDECAN. Segue abaixo o item:
DISCURSIVA
1. Paulo praticou delito de porte de substância entorpecente para consumo próprio quando
estava em vigor a antiga Lei de Drogas, qual seja, a Lei 6.368/76. Todavia, na data do julgamento,
já estava em vigor a Lei 11.343/2006. A defesa de Paulo, então, em alegações finais, defendeu a
ocorrência de abolitio criminis. Nesse sentido, em atenção ao disposto na lei específica, bem
como ao entendimento dos Tribunais Superiores acerca do tema, responda de modo justificado
às perguntas a seguir:
A) Tem razão a defesa de Paulo, ou seja, a conduta de porte de substância entorpecente para
consumo próprio foi descriminalizada? [Respostas sem justificativa não serão pontuadas.] (10,0
pontos)
Resposta da banca:
Não assiste razão à defesa de Paulo. A conduta de porte de substância entorpecente para
consumo próprio não foi descriminalizada, e sim despenalizada. Consoante entendimento
pacificado nos Tribunais Superiores a nova lei de drogas trouxe apenas espécies alternativas de
pena. (Precedentes: Informativo 636 STJ e STJ HC 453.437 SP). Portanto: Não, a conduta não foi
descriminalizada, mas sim despenalizada. (10,0 pontos) OU Não, a conduta não foi
descriminalizada. A nova lei apenas trouxe espécies alternativas de pena. (10,0 pontos)
Obs.: Há também os crimes bicomuns, que podem ser cometidos por qualquer pessoa e contra qualquer
pessoa.
Sujeito Ativo Comum e Sujeito Passivo Comum – Crime Bicomum: Ex – Homicídio.
II- Crimes próprios/especiais: o tipo penal exige uma condição (fática ou jurídica) especial do sujeito
ativo. Admitem coautoria e participação. Exemplo: peculato (somente pode ser praticado por funcionário
público);
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Obs.: Os crimes próprios podem ser puros e impuros. Nos crimes puros, a ausência da condição especial do
sujeito ativo leva à atipicidade do fato, como por exemplo no crime de abandono de função (art. 323 do CP),
caso não seja um ocupante de cargo público a abandonar sua função não há crime.
Por sua vez, nos crimes impuros, a ausência dessa condição especial acarreta a desclassificação para outro
delito, como exemplo temos o crime de peculato quando o agente público é autor e que pode ser
desclassificado para delitos como furto ou estelionato, quando afasta-se o envolvimento de agente público
na autoria.
Obs. 2: Há também os crimes bipróprios, que exigem uma condição peculiar do sujeito passivo e do sujeito
ativo, como no caso do infanticídio, onde o sujeito ativo age sob a influência do estado puerperal (condição
peculiar) e o sujeito passivo é o próprio filho (condição peculiar) da autora.
Pode uma pessoa ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo do crime?
R: Em regra, não. Entretanto, para Rogério Greco, há uma exceção no crime de rixa, nos
termos do artigo 137 do Código Penal.
III- Crimes de mão própria ou de conduta infungível: crimes que somente podem ser praticados por
pessoa expressamente indicada no tipo penal, como no caso de falso testemunho. O agente deve agir
pessoalmente. Segundo a doutrina majoritária, não admitem coautoria, mas somente participação (ex.: se
houve o envolvimento do advogado – tem decisão do STF nesse sentido).
a) Crime complexo em sentido estrito: resulta da união de dois ou mais tipos penais, como o crime
de roubo, que deriva da fusão entre furto + ameaça ou furto + lesão corporal;
Obs.: São crimes famulativos aqueles que compõem a estrutura unitária do crime complexo.
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c) Crime ultracomplexo: resta caracterizado quando crime complexo é acrescido de outro, que serve
como qualificadora ou majorante daquele. Ex.: roubo majorado pelo emprego de arma de fogo = roubo
(crime complexo) + porte ilegal de arma de fogo (que vai servir como causa de aumento).
II – Crimes formais/de consumação antecipada o tipo penal contém uma conduta e um resultado
naturalístico, mas esse resultado é desnecessário para a consumação. A prática da conduta antecipa a
consumação, ou seja, praticou a conduta consumou a infração penal, independente da ocorrência ou não
do resultado naturalístico descrito no tipo penal, caso esse resultado ocorra será mero exaurimento do
crime.
Exemplo: Art. 159 do CP (extorsão mediante sequestro), o crime se consuma quando o agente
sequestra a vítima (conduta), mesmo que não obtenha a vantagem ilícita almejada com o resgate
(resultado).
III – Crimes de mera conduta/de simples atividade: o tipo penal se limita a descrever uma conduta,
sem que haja um resultado naturalístico, como no caso de ato obsceno (art. 233 do CP). O que os diferencia
essencialmente dos crimes formais é a inexistência de descrição de resultado naturalístico no tipo penal.
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CLASSIFICAÇÕES PERTINENTES:
- Delitos de tendência interna transcendente ou de intenção: requerem um agir com ânimo, finalidade ou
intenção adicional de obter um resultado ulterior, distinto da realização do tipo penal.
Habib: “Transcendente, além do dolo, transcende o dolo”. Ex: 288, o dolo é associar-se. O que vai além do
dolo? cometer crimes – o que é indiferente para a consumação ou não do delito”.
São crimes formais! Se consumam com a prática da conduta, independentemente da realização do resultado
naturalístico
Ex.: No furto há a intenção de ter a coisa para si ou para outrem (essa intenção transcende o dolo)
Ex.: No crime de extorsão mediante sequestro temos a expressão “com o fim de”.
Ex.: No crime de receptação temos “em proveito próprio ou alheio”.
Diferenciam-se de:
- Delitos de tendência intensificada ou de atitude pessoal: que são diferentes dos explicados acima, pois não
transcendem a vontade do agente. Temos um “algo a mais” além do dolo de praticar a conduta, ou seja, além
da vontade e da consciência, mas que não transcende. É uma tendência interna que intensifica, REFORÇA o
dolo (Welzel).
Habib: o fato só será criminoso se o dolo for intensificado com essa tendência interna. Ex: injúria: o dolo é
“xingar”, mas se a tendência interna for brincar, não vai ser crime e se for ofender sim.
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Welzel já dizia: “Elementos especiais, pessoais, subjetivos que colorem o conteúdo ético-social da conduta”.
Essa tendência intensificada colore, dá novas cores ao enfoque subjetivo, ao conteúdo ético-social.
b) eventualmente permanentes: são crimes instantâneos, mas nos quais, no caso concreto, a
situação de ilicitude pode ser prolongada, como no caso de furto de energia elétrica;
IV – Crimes Instantâneos de Continuidade Habitual - Se consumam por meio de uma única conduta
que causa um resultado instantâneo, mas que exigem, em seguida, para a configuração do tipo, a reiteração
da conduta de forma habitual. - Ex: Art. 228 do CP: Favorecimento à Prostituição. Deve haver a constatação
da prostituição com habitualidade, que é elemento intrínseco da atividade. Exige prova concreta da reiterada
conduta da vítima, uma vez que prostituição implica em habitualidade.
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Obs.: Crimes PLURISSUBJETIVOS não se confundem com crimes de PARTICIPAÇÃO NECESSÁRIA. Estes podem
ser praticados por uma única pessoa, nada obstante o tipo penal reclame a participação necessária de outra
pessoa, que atua como sujeito passivo e, por esse motivo, não é punido (ex: rufianismo – CP, art. 230).
I – Crimes de dano/de lesão: a consumação somente ocorre com a efetiva lesão do bem jurídico;
II – Crimes de perigo: a consumação ocorre com a mera exposição do bem jurídico a uma situação
de perigo, podendo ser subdivididos em:
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Quanto ao crime de rixa previsto no artigo 137 do Código Penal (participar de rixa, salvo para
separar os contendores), é correto afirmar que:
A) é crime comum, de dano, comissivo por omissão, coletivo, não transeunte como regra,
unissubsistente, instantâneo.
B) é crime comum, de perigo, comissivo, coletivo, não transeunte como regra, plurissubsistente,
instantâneo.
C) é crime próprio, de dano, comissivo, plurissubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, permanente.
D) é crime próprio, de perigo, comissivo por omissão, monossubjetivo, não transeunte como
regra, unissubsistente, permanente.
E) é crime comum, de perigo, comissivo, monossubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, instantâneo.
Resposta: A rixa é um crime comum, previsto no CP, não se exigindo qualidade especial do
agente, ou seja, qualquer pessoa pode cometer tal crime. Tratando-se de crime de perigo, pois
a só exposição do bem jurídico tutelado (incolumidade física e mental dos envolvidos) a perigo
já consuma o delito. Comissivo, pois praticado por ação e não transeunte, pois deixam vestígios
materiais, via de regra. Plurissubsistente, contendo condutas que admitem fracionamento e
instantâneo, ocorrendo a consumação instantaneamente em determinado momento. Alguns
conceitos ainda não estudados serão expostos logo a frente, não se preocupem. Resposta
correta letra B.
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∘ STF : O crime de perigo abstrato revela maior zelo do Estado em proteger adequadamente
certos interesses.
Crime de perigo abstrato de perigosidade real, exige-se a prova de condução anormal (rebaixando
o nível de segurança viário), mas dispensa a demonstração de perigo para vítima certa e determinada. Sem
essa perigosidade real para a coletividade, que é concreta, caracteriza mera infração administrativa.
No mesmo sentido é o crime de entregar a direção de veículo automotor à pessoa não habilitada:
De acordo com o STJ (6ª Turma. HC 473.334/RJ – 2019), os delitos de posse e de porte de arma de
fogo são crimes de perigo abstrato, de forma que, em regra, é irrelevante a quantidade de munição
apreendida.
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De acordo com o STJ (Info. 613/2017), o crime previsto no art. 56, caput, da Lei nº 9.605/98 é de
perigo abstrato, sendo dispensável a produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade
dos produtos transportados, bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT.
Portanto para o STJ, apesar do crime ser concreto, ele tem aptidão abstrata (ou Abstrato-Concreto), ou seja,
não precisa de perícia ou prova para comprovar a situação de perigo, a conduta per si teria aptidão para
gerar um perigo concreto.
I – Crimes unissubsistentes: o crime depende de apenas um ato de execução, capaz, por si só, de
produzir a consumação. Não admitem tentativa;
II – Crimes plurissubsistentes: a conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, que devem
ser somados para produzir a consumação. Admitem tentativa.
II – Crimes omissivos: são praticados por meio de uma conduta negativa, uma inação, podendo ser:
a) Omissivos próprios/puros: a omissão está contida no tipo penal, de modo que a descrição da
conduta já prevê a realização do crime por meio de uma conduta negativa;
III – Crimes de conduta mista: o tipo penal é composto de duas fases distintas: uma inicial e positiva;
outra final e omissiva. Exemplo: crime de apropriação de coisa achada, no qual o agente encontra uma coisa
perdida e dela se apropria, deixando de restituí-la ou entregá-la à autoridade competente no prazo de 15
dias.
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II – Crimes de forma vinculada: somente podem ser executados pelos meios indicados no tipo penal.
II – Crimes não transeuntes: deixam vestígios materiais. Nesses crimes, a ausência do exame de
corpo de delito leva à nulidade da ação penal, salvo quando impossível a sua realização.
III- Crimes em trânsito: somente parte da conduta ocorre em um país, sem causar lesão ou expor a
situação de perigo bens jurídicos de pessoas que nele vivem, tendo país diverso como foco de produção do
resultado.
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II – Crimes conexos: são crimes que estão interligados. Essa ligação pode ser penal ou processual
penal. A conexão penal pode ser:
II – Crimes plásticos: não ofendem valores universais, apesar de previstos em leis penais;
III – Crimes vazios: são delitos plásticos que não protegem qualquer bem jurídico. Nem toda a
doutrina concorda com a existência dessa espécie.
II – Crimes de menor potencial ofensivo: a pena privativa de liberdade em abstrato não ultrapassa
dois anos, cumulada ou não com multa – segue o rito do Jecrim (Lei 9.099/95)
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III – Crimes de médio potencial ofensivo: a pena mínima não ultrapassa um ano,
independentemente do máximo da pena privativa de liberdade cominada. São os que cabem a suspensão
condicional do processo;
IV – Crimes de elevado potencial ofensivo: apresentam pena mínima superior a um ano, não sendo
cabível a suspensão condicional do processo. Aplica-se na totalidade os institutos do Código Penal .
Crime falho: é sinônimo de tentativa perfeita, tentativa acabada. O sujeito praticou todos os atos
da execução, mas não conseguiu consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
Quase-crime: não há crime, o que há é um crime impossível, por impropriedade absoluta do objeto
ou impropriedade absoluta do meio.
São aqueles que provocam determinado estado de ânimo, de impressão na vítima. Subdividem-se
em:
I – Crimes de colarinho branco: são os crimes cometidos na órbita econômica, como a lavagem de dinheiro,
praticado por quem, normalmente, teria condições de viver adequadamente sem o cometimento de crimes,
que gozam da elevada condição financeira e do poder dela decorrente. Geram as chamadas “cifras douradas”
da criminalidade, vez que raramente são apurados e punidos.
II – Crime de rua ou crime de colarinho azul: de modo oposto aos crimes de colarinho branco, são aqueles
praticados por pessoas economicamente menos favorecidas, em situações de vulnerabilidade. O nome se dá
pelo fato de que essa é uma alusão aos operários norte-americanos no final do século XX, denominado e
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“blue collars”. Quando não integram o conhecimento do Poder Público, constituem as “cifras negras” da
criminalidade – ponto a ser melhor estudado em criminologia.
● Crime gratuito: é o crime praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com motivo
fútil, pois neste há motivação, porém, desproporcional ao crime praticado.
● Crime de ímpeto: é o cometido sem premeditação, decorrente de reação emocional
repentina.
● Crime de circulação: é o praticado em veículo automotor, a título de dolo ou culpa
● Crime de atentado ou empreendimento: É aquele em que a lei pune de forma idêntica o
crime consumado e a forma tentada. Ou seja: não há diminuição da pena em face da tentativa. Ex:
crime de Evasão mediante violência contra a pessoa
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Crime progressivo - o agente para cometer tal crime, obrigatoriamente, infringe outra lei penal, a
qual tipifica crime menos grave (conhecido como crime de passagem). O crime mais grave absorve o crime
menos grave, aplicando-se o princípio da consunção.
● Progressão criminosa - o agente muda seu dolo. inicialmente realiza um crime menos grave e
quando alcança a consumação deste, decide praticar outro crime mais grave. Ex. o dolo inicial era de causar
lesão corporal, mas o sujeito decide matar a vítima. Neste caso, irá responder por homicídio (princípio da
consunção).
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É realizado mediante um único ato ou atos que É aquela realizada mediante dois atos, ou seja,
compõem único contexto. Há um tipo penal, quando o agente inicia um comportamento que
abstratamente considerado, que contém configura um crime menos grave, porém, ainda
implicitamente outro, o qual deve necessariamente dentro do mesmo iter criminis, resolve praticar uma
ser realizado para se alcançar o resultado. Ex.: no infração mais grave, que pressupõe a primeira. O
homicídio o agente necessariamente comete lesão DOLO DO AGENTE MUDA (ele queria o resultado
corporal. menos grave, mas, no meio do caminho, muda de
O DOLO DO AGENTE NÃO MUDA (desde o início ideia e passa a querer o resultado mais grave). O dolo
da execução ele quer o resultado mais grave) é chamado de DOLO CUMULATIVO.
Tabela retirada de Foca no resumo – Martina Correia.
2. SUJEITOS DO CRIME
a) Sujeito ativo: é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física e capaz e com 18
anos completos pode ser sujeito ativo de crime.
Conclusão: Tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica praticam crimes ambientais, podendo ser
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente.
A jurisprudência (STF e STJ) não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação. Esta teoria,
resumidamente, traz a obrigatoriedade de responsabilizar-se penalmente a pessoa física (a qual age
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através da pessoa jurídica) e a pessoa jurídica em conjunto, não podendo esta ser responsabilizada de
forma exclusiva.
b) Sujeito passivo: É pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Pode figurar no
sujeito passivo qualquer pessoa física ou jurídica, ou mesmo ente indeterminado, a exemplo da coletividade
e da família.
3. OBJETO DO CRIME
b) objeto material: é a pessoa ou a coisa que foi atingida pela conduta criminosa. Exemplos:
homicídio – a pessoa; furto – coisa subtraída. É possível que haja crime sem objeto material (ex: falso
testemunho).
Vimos o conceito analítico de crime, que pode variar de acordo com o sistema adotado. Aqui, no
entanto, vamos destrinchar esse conceito, abordando cada um dos elementos que podem compor o delito.
E lembre-se: atenção máxima, sem deixar dúvidas para trás, pois é o tema mais cobrado em provas!
Conceito: “o fato humano (ou também o fato praticado por pessoa jurídica, em relação aos crimes
ambientais) que se enquadra com perfeição aos elementos descritos no tipo penal” (Masson, 2017, p. 243).
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• a conduta de ser vacinado com imunizante diverso daquele que estava reservado (ex: tomou Janssen e era para
ter sido a AstraZeneca); e
• a conduta de submeter-se à vacinação contra Covid-19 sem a realização de agendamento.
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 160947-CE, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 27/09/2022
Elementos (via de regra, são 4): Conduta, Resultado, Nexo causal e Tipicidade.
Resultado (naturalístico* - veremos melhor à frente) e nexo causal estão presentes apenas nos
crimes materiais.
4.1.1. Conduta
Como tudo no direito, há aqui uma diversificação de sistemas/teorias, sendo que, para cada um
deles, há um conceito diferente de conduta, bem como há diversificações acerca da localização de
determinados elementos na composição da estrutura do crime.
A culpabilidade, terceiro elemento do crime, também varia bastante de acordo com as teorias a
seguir, de modo intimamente ligado à definição de conduta, razão pela qual optamos por explicá-las
integralmente aqui. Perfilharemos os ensinamentos de Rogério Greco, Rogério Sanches, Cléber Masson e
André Estefam.
A) PRINCIPAIS TEORIAS
SEMANA 03/20
a óbito. Constata-se pelo exposto que Sérgio não agiu com dolo ou culpa, mas com sua ação humana
voluntária (dirigir sua motocicleta) produziu modificação no mundo exterior (morte da criança) numa relação
de causa e efeito (teoria mecanicista).
A doutrina indica que tal teoria só se preocupa com a “fotografia do resultado” (criança morta sob a
motocicleta), não analisa o conteúdo da vontade do agente no momento da ação , remetendo a análise do
dolo e culpa para a culpabilidade. A teoria causalista, clássica, causal-naturalistíca, está em desuso, por não
analisar o conteúdo da vontade do agente no momento da conduta. Tal teoria resume a conduta a um
processo físico, sem qualquer finalidade por parte do agente.
CAUSALISMO
CRIME É ato voluntário contrário ao direito, culpável e sancionado com uma pena.
Fato típico A ação integra o fato típico e é definida como movimento corporal voluntário que
causa modificação no mundo exterior. É elemento objetivo, não admitindo qualquer
valoração
Antijuridicidade Elemento objetivo. É a conduta típica sobre a qual não incide nenhuma causa de
justificação (valoração objetiva de um fato natural).
Culpabilidade Elemento subjetivo. Constituída por e culpa (suas espécies), além da dolo
imputabilidade (culpabilidade psicológica —valoração psicológica do autor do fato).
críticas Desconsidera que toda ação humana é dirigida a uma finalidade; não explica de
maneira adequada os crimes omissivos, formais e de mera conduta; desconsidera os
elementos normativos e os elementos subjetivos do tipo)
Tabela retirada do livo Manual de Direito Penal, Parte Geral, Rogério Sanches, Pág. 200, 5ª edição – 2017.
TEORIA FINALISTA
A teoria finalista foi idealizada por Hans Welzel (amplamente majoritária no Brasil), definindo como
conduta a ação ou omissão voluntária e consciente dirigida a uma finalidade.
Na ótica finalista toda pessoa age com uma finalidade, sendo assim, Welzel retirou o dolo e a culpa
do elemento culpabilidade e os alocou no fato típico, onde poderiam ser verificados quando da prática da
conduta. Assim, quando alguém age já se analisa se há a presença de dolo ou culpa, caso não haja o fato é
atípico penalmente.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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FINALISMO
Fato típico A ação deixa de ser concebida com mero processo causal (mero movimento corporal,
cego) para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente).
0 dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico.
críticas A finalidade não explica os crimes culposos (sendo frágil também nos crimes
omissivos); a teoria se centralizou no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do
resultado
Tabela retirada do livro Manual de Direito Penal, Parte Geral, Rogério Sanches, Pág. 205, 5ª edição – 2017.
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO: A conduta seria comportamento humano voluntário dirigido a um fim
socialmente relevante.
Essa teoria explicava a ação, não com base na finalidade e nem em relações de causa e efeito
(explicações física-naturalística), mas com base na RELEVÂNCIA SOCIAL DA CONDUTA.
Crítica: não há definição clara do que seria “socialmente relevante”.
Fato típico Adota-se a estrutura do finalismo, mas acrescenta-se a noção da relevância social da
ação
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Culpabilidade Se identifica com a estrutura do finalismo, mas inclui nova análise do dolo e culpa
Tabela retirada do livro Manual de Direito Penal, Parte Geral, Rogério Sanches, Pág. 206, 5ª edição – 2017.
B) CARACTERÍSTICAS DA CONDUTA
Não há crime sem conduta (o ordenamento jurídico brasileiro não admite os crimes de mera
suspeita);
Consequência prática: Foi decidido pelo Plenário do STF (RE 583.523), que o art. 25 da Lei de
Contravenção Penal não foi recepcionado pela Constituição.
Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou
roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio
ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados
usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima
Apenas o ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes (salvo pessoas jurídicas em
crimes ambientais);
Apenas a conduta voluntária interessa ao Direito Penal (vontade é elemento do dolo, que é elemento
da conduta no finalismo);
Apenas os atos exteriorizados no mundo ingressam no conceito de conduta (a mera cogitação não é
punível). Segundo Nelson Hungria, o direito penal só pode agir quando a intenção criminosa sai do claustro
psíquico do agente e se projetaa no mundo.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
I. Crime comissivo (ação): É movimento corporal exterior, postura positiva. O agente infringe um tipo
proibitivo, realizando a conduta vedada.
II. Crime omissivo: Conduta de não fazer o que poderia ser feito, postura negativa. O agente deixa
de agir de acordo com o determinado por lei.
Obs.: temos ainda os Crimes de conduta mista, que vimos nas classificações, que é aquele que possui uma
parte inicial praticada por ação e uma parte final praticada por omissão (ex: apropriação de coisa achada, art.
169, § único, II, CP).
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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● Caso fortuito (ação humana) e força maior (natureza) são acontecimentos imprevisíveis e
inevitáveis, que escapam ao controle da vontade. Sem vontade não há conduta. (A depender da
corrente adotada, esses conceitos podem ser encontrados invertidos – caso fortuito como ação da
natureza etc.)
SEMANA 03/20
subitamente, ferindo Paulo no pescoço, provocando uma lesão que o levou a óbito. Logo,
Manoel:
A) não praticou crime, pois agiu por ato reflexo.
B) praticou o crime de homicídio culposo.
C) praticou o crime de homicídio doloso por dolo direto.
D) praticou crime de homicídio doloso por dolo eventual.
E) praticou crime de lesão corporal seguida de morte.
Resposta: Letra A. Trata-se de uma reação corporal automática, excluindo a conduta, tornando
o fato atípico penalmente. As demais respostas fazem referência à ocorrência de fato típico.
● Coação física irresistível (vis absoluta) – O agente é fisicamente controlado pelo coator, de
modo que não há vontade. Exclui o dolo e, por conseguinte, a tipicidade. Ex. Thiago aperta o dedo
do de Ana contra o gatilho para matar alguém. Mas atenção: aqui a coação deve ser física. Se for
moral irresistível (vis compulsiva) a situação é de inexigibilidade de conduta diversa. Há vontade,
vez que o agente decide se obedece ou não, mas é uma vontade viciada. Exclui a culpabilidade.
Referências Bibliográficas:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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– Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo;
– Manual de Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Rogério Sanches Cunha.
– Foca no Resumo – Martina Correia – www.focanoresumo.com
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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QUESTÕES PROPOSTAS
A.J. e B.J são irmãos gêmeos com 17 anos de idade. Em certa ocasião, após uma discussão, B.J. atacou A.J.
com uma faca, com o nítido propósito de matar. Porém, antes de ser atingido pelo golpe de B.J., A.J.
conseguiu se desviar e empurrou B.J., que foi ao chão. Na queda, B.J. caiu com o abdômen sobre a faca,
sofrendo uma grave perfuração. Depois disso, A.J. ainda prestou socorro a B.J., o que acabou salvando a vida
de B.J.
A partir das noções sobre a teoria do delito aplicadas a esse caso, assinale a alternativa correta.
2 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe
Nos termos do Código Penal considera-se causa do crime
A-Quando um caso não previsto em lei é regulado por um preceito legal, que rege um semelhante.
B-Ofensa real ou potencial a um bem jurídico, levando-se em consideração os elementos subjetivos do tipo,
a ilicitude e a culpabilidade.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
C-Todos os valores ético-sociais que estejam a exigir uma proteção especial, no âmbito do direito penal, por
se revelarem insuficientes à proteção dos outros ramos do direito.
D-Quando o princípio para o caso omitido se deduz do espírito e do sistema do ordenamento jurídico,
considerado em seu conjunto.
E-Que o delito é sinônimo de contravenção penal no Brasil.
A-nos denominados crimes vagos, não se faz possível determinar o sujeito passivo.
B-a pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo nos crimes contra o sistema financeiro, tendo em vista a
regulamentação legal.
C-os crimes de concurso necessário são aqueles que necessitam da participação de mais de um autor, todos
imputáveis.
D-sujeito passivo do crime e prejudicado pelo crime sempre se reúnem na mesma pessoa.
A-é considerada como causa do crime a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, sendo
que a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação do crime quando, por si só,
produziu o resultado.
B-ao agente que tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, não será imputado o crime se
apenas omitiu-se, ainda que pudesse agir para evitar o resultado.
C-se considera o crime tentado quando iniciada a preparação; este não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do agente.
D-para a caracterização da omissão penalmente relevante é suficiente que o agente tivesse o poder de agir
para evitar o resultado do crime.
E-se pune a tentativa se, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime.
Certo
Errado
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
7 - 2010 - COPS-UEL - PC-PR Provas: COPS-UEL - 2010 - PC-PR - Escrivão de Polícia - Tarde
No que respeita às infrações penais, assinale a alternativa correta.
A-A doutrina brasileira majoritária adota o conceito analítico de crime, definindo-o como toda conduta típica,
antijurídica, culpável e punível.
B-O Direito Penal brasileiro agasalha a visão bipartida das infrações penais, dividindo-as em crime (ou delito)
e contravenção penal.
C-As condutas definidas como crime serão processadas por ação penal pública ou privada, enquanto que as
contravenções penais admitem apenas a ação penal privada.
D-Será admissível a tentativa, tanto nas condutas definidas como contravenções penais quanto naquelas
definidas como crime.
E-A doutrina brasileira majoritária adota o conceito formal de crime, definindo-o como toda conduta que
ofenda bens jurídico-penais.
A-Adotou-se no direito penal brasileiro o critério bipartido, segundo o qual as condutas puníveis dividem-se
em crimes ou contravenções, como sinônimos, e delitos.
B-O critério adotado para a distinção entre crime e contravenção é dado pela natureza da pena privativa de
liberdade cominada.
C-O Código Penal brasileiro adotou o critério tripartite, existindo diferença entre crime, delito e
contravenção.
D-No âmbito do direito penal, crimes, delitos e contravenções são expressões equivalentes ou sinônimas.
10 - 2009 - CESPE / CEBRASPE - PC-RN Provas: CESPE - 2009 - PC-RN - Escrivão de Polícia Civil
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão, de detenção ou prisão simples,
quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.
B-Considera-se contravenção penal a infração penal a que a lei comina pena máxima não superior a dois anos
de reclusão.
C-No ordenamento jurídico brasileiro, a diferença entre crime e delito está na gravidade do fato e na pena
cominada à infração penal.
D-A infração penal é gênero que abrange como espécies as contravenções penais e os crimes, sendo estes
últimos também identificados como delitos.
E-Os crimes apenados com reclusão se submetem aos regimes fechado e semi-aberto, enquanto os apenados
com detenção se submetem aos regimes aberto e prisão simples.
11 - 2009 - CESPE / CEBRASPE - PC-PB Provas: CESPE / CEBRASPE - 2009 - PC-PB - Agente de Investigação
e Escrivão de Polícia
A respeito da infração penal no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
12 - 2009 - CESPE / CEBRASPE - DPF Provas: CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia
Federal
Quanto a tipicidade, ilicitude, culpabilidade e punibilidade, julgue os itens a seguir.
Os crimes comissivos por omissão - também chamados de crimes omissivos impróprios - são aqueles para os
quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por inação.
Certo
Errado
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um elemento da antijuridicidade.
B-Em virtude da teoria da presunção do dolo, adotada pelo ordenamento penal, o erro sobre elemento
constitutivo do tipo somente excluirá a culpa.
C-Considere a seguinte situação hipotética: João foi contratado para tirar a vida de Fernando. Quando vai
executar o homicídio, não encontra Fernando e, como o irmão deste estava no local e era seu desafeto, tira-
lhe a vida. Nessa situação, João praticou um homicídio com erro sobre a pessoa, não se devendo considerar
as condições ou qualidades da vítima, mas as de Fernando.
D-Tratando-se de crime complexo, a ausência de objetos de valores com a vítima de roubo descaracteriza a
figura típica do crime de roubo, face o erro sobre o elemento constitutivo do tipo.
E-É isento de pena quem imagina verdadeiramente estar agindo em legítima defesa, já que toda situação
fática assim indica, apesar de tal não ocorrer, estar-se-á diante de uma discriminante putativa.
Certo
Errado
15 - 2003 - CESPE / CEBRASPE - PC-RR - CESPE / CEBRASPE - 2003 - PC-RR - Agente de Polícia Civil
Considerando as disposições legais pertinentes à ilicitude, à culpabilidade e à punibilidade, julgue o seguinte
item.
Entende-se por punibilidade a possibilidade jurídica de o Estado impor sanção penal a autor, co-autor ou
partícipe de infração penal.
Certo
Errado
Respostas1
1
1: D 2: A 3: B 4: A 5: A 6: E 7: B 8: A 9: B 10: D 11: D 12: C 13: E 14: C 15: C
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
META 2
⦁ Art. 13, caput e §1º, CP (muito, muito, muito importante! Não vá para a prova sem ter este artigo
decorado na ponta da língua!)
⦁ Art. 15 a 17, CP
Vimos anteriormente que o fato típico é composto por 4 elementos: conduta, resultado, nexo causal
e tipicidade, sendo que “conduta” já estudamos. Vamos ao restante:
Obs: amigo concurseiro fique atento, algumas bancas adoram tratar o fato típico como sinônimo
de crime ou delito, mas em relação ao crime o fato típico é o primeiro elemento (crime = fato típico +
antijuridicidade ou ilicitude+culpabilidade) e não sinônimo dele.
I – CONDUTA
Visto na parte anterior.
II – RESULTADO:
É consequência da conduta do agente.
“Resultado” é a terminologia mais utilizada no Brasil, mas alguns doutrinadores usam o termo
“evento”.
● Naturalístico/Material: Alteração física no mundo exterior. Se o delito é de homicídio, a
morte da vítima é o resultado material.
o Presente apenas nos crimes materiais consumados.
o Nos crimes formais, a ocorrência do resultado naturalístico é possível, mas é
dispensável para a sua consumação.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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o Já os de mera conduta, jamais terão resultado naturalístico.
- Crime Material: O tipo penal descreve conduta e resultado naturalístico. E esse resultado naturalístico
é indispensável para a consumação. Ex. Homicídio;
- Crime de mera conduta: O tipo penal descreve uma mera conduta, sem resultado naturalístico descrito no
tipo e a realização da conduta vai gerar a consumação.. Ex. violação de domicílio.
Crime Formal O tipo penal também descreve O resultado naturalístico é Extorsão mediante
ou de conduta mais resultado dispensável, pois a sequestro (o crime se
consumação naturalístico. consumação ocorre com a consuma com a privação
antecipada conduta. Obs: se, apesar de da liberdade, não com a
dispensável, ocorrer o obtenção da vantagem
resultado naturalístico, há indevida)
exaurimento do crime (que é
considerado na fixação da
pena).
Crime de O tipo penal descreve apenas a Não há resultado naturalístico. Omissão de socorro
mera conduta conduta.
ou atividade
Tabela retirada do livro Manual de Direito Penal - Parte Geral - 2017 - Rogério Sanches
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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“Mas calma aí, então há crime sem resultado?” Sem resultado naturalístico sim. Mas todo e qualquer
crime terá resultado jurídico.
Vamos relembrar a classificação doutrinária do Crime quanto ao resultado Normativo ou Jurídico:
o Crime de Dano (ou lesão): A consumação exige efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: Homicídio.
Nexo de causalidade é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado material do delito.
Em outras palavras: É o vínculo entre conduta e resultado.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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O estudo da causalidade busca concluir se o resultado naturalístico, como um fato, decorreu da ação
e se pode ser atribuído objetivamente ao sujeito passivo, motivo pelo qual só tem relevância nos crimes
materiais.
O CP utilizou a expressão “relação de causalidade” (art. 13).
Ex: João, intencionalmente, ateia fogo na casa de Maria com ela dentro, de modo que esta vem a
óbito. Se eliminarmos a conduta de João a morte de Maria teria ocorrido? Então a conduta dele foi causa.
Ex.: A tem ideia para cometer um crime. Fala com B e B o instiga. C empresta a arma sabendo que
era para matar B (auxílio material). A acaba matando B com as próprias mãos (sem o uso da arma de fogo
emprestada).
⦁ A → quer matar
⦁ B → instiga para ele matar mesmo
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
⦁ C → empresta a arma de fogo
Na investigação da relação de causalidade, temos que eliminar hipoteticamente cada uma das
condutas para saber qual delas deu causa ao resultado.
Crítica: A teoria dos antecedentes causais gera um grande inconveniente apontado pela Doutrina:
Permite o regresso “ad infinitum”.
Se formos regressando cada vez mais no tempo e eliminando condutas que geraram outras, por
exemplo, chegaríamos ao ponto de que se a mãe de João não tivesse dado à luz a ele, ele não teria existido
e nem causado a morte de Maria. Assim, essa conduta teria sido causa, o que é bizarro. Então esse regresso
deve ser feito somente até onde há relevância, analisando não só a causalidade física, como a causalidade
psíquica/subjetiva, verificando dolo/culpa.
; A Teoria da causalidade Adequada veio para limitar o nexo causal nos desdobramentos causais
extraordinários produzidos pelas concausas relativamente independentes. Ou seja: veio limitar esse
regresso ao infinito promovido pela Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais.
* Adotada como exceção, no §1º do art. 13 do CP, para concausa relativamente independente que por si
só produziu o resultado.
Por essa teoria, são consideradas apenas as circunstâncias indispensáveis/idôneas/eficazes à
produção do resultado, capazes de causá-lo quando e como ele ocorreu;
Aqui, utiliza-se para a análise um juízo de probabilidade/estatístico, avaliando aquilo que
normalmente acontece como desdobramento natural de uma conduta, e excluindo os fatos inidôneos e
improváveis.
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o resultado. Quem atira em alguém, acaba produzindo estatisticamente uma morte por
infecção hospitalar no ferimento.
⦁ Entretanto, se ele morre porque está em uma ambulância que bate em um carro, o
disparo de arma de fogo não causa o risco estatístico de morte por acidente de ambulância.
Por isso, a causa disparo de arma de fogo não é adequada ao resultado morte por acidente
de trânsito.
Ao contrário do que o nome sugere, esta teoria não defende a aplicação de responsabilidade
objetiva. Trata, na verdade, de delimitar, objetivamente, como será feita a imputação (atribuição) do
resultado ao agente. Aplicando-se apenas aos crimes materiais, pois depende da existência do resultado.
A Teoria da Imputação Objetiva, também, busca impedir o regresso ao infinito decorrente da teoria
da equivalência dos antecedentes causais, aprimorando a teoria da causalidade adequada.
A sua proposta é a de criação de um limite objetivo a imputação do resultado, já que a culpabilidade,
indicada pela teoria da dos antecedentes causais tem característica subjetiva. Em última análise, esta teoria
seria, em verdade, um “desimputação objetiva.
Baseada na noção de risco, a teoria da imputação objetiva ensina que:
● Não é causa do resultado a conduta que diminui o risco proibido pela norma;
Exemplo: Paulo percebe que Bruno seria atingido por um automóvel desgovernado, ocasião em que empurra
Bruno para que ele não seja atropelado. Com o empurrão, Bruno sofre lesões corporais. Aplicando-se a teoria
da equivalência dos antecedentes causais, Paulo deu causa à lesão corporal de Bruno; pela teoria da
imputação objetiva, o resultado não será imputado porque Paulo pretendia diminuir o risco de morte de
Bruno.
Exemplo: "X" é o único herdeiro de seu tio, motivo pelo qual passa a desejar sua morte para ganhar toda a
fortuna. Movido por esta intenção, compra para o tio passagem para que ele passe férias na China e reza
para que o avião caia durante o trajeto. Pela teoria da conditio sine qua non, "X" deu causa ao resultado
(aplique-se o critério da eliminação hipotética); pela teoria da imputação objetiva, "X" apenas incrementou
um risco permitido (viajar de avião), não lhe sendo imputado o resultado morte do seu tio.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Exemplo: “A” produz casacos de pele confeccionados com couro de jacaré e é o responsável pela desinfecção
destes produtos, a fim de evitar a transmissão de doenças ao consumidor final. Ocorre que "A”, para acelerar
a produção, deixou de proceder à desinfecção de dez casacos, que, utilizados por diferentes pessoas,
causaram a morte de todas elas. Periciados os casacos, ficou comprovado que ainda que ''A” tivesse tomado
todos os cuidados de praxe, a infecção ocorreria, advindo o mesmo resultado. Para a teoria da imputação
objetiva, o resultado não pode ser imputado a ''A” porque não representou um incremento de risco já
existente.
Entendimento do STJ
De acordo com a Teoria Geral da Imputação Objetiva, o resultado não pode ser
imputado ao agente quando decorrer da prática de um risco permitido ou de uma
ação que vise diminuir um risco não permitido; o risco permitido não realize o
resultado concreto; e o resultado se encontre fora da esfera de proteção da
norma. O risco permitido deve ser verificado dentro das regras do ordenamento
social, para o qual existe uma carga de tolerância genérica. É o risco inerente ao
convívio social e, portanto, tolerável (STJ, REsp. 822517/DF, Rel. Min. Gilson Dipp,
5ª T., DJ 29/6/2007, p. 697).
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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2. CONCAUSAS
O resultado, não raras vezes, é feito de pluralidade de comportamentos, associação de fatores, entre
os quais a conduta do agente aparece como seu principal (mas não único) elemento desencadeante.
A palavra concausa diz respeito à concorrência de causas, ou seja, há mais de uma causa
contribuindo para o resultado final.
As concausas podem ser:
o Dependentes: não são capazes de produzir, por si só, o resultado. Precisam da conduta do
agente e, por isso, não excluem a relação de causalidade;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Ocorre quando há uma concausa capaz de produzir por si só o resultado e que NÃO se origina
da conduta do agente. É totalmente desvinculada, motivo pelo qual ocorre a EXCLUSÃO DA
IMPUTAÇÃO DAQUELE RESULTADO (deixa de ser causa).
Pode ser:
Obs:amigo concurseiro, o ponto chave para evitar confundir-se entre as causas absolutamente
independentes (preexistente, concomitante e superveniente) é localizar o momento da realização
da concausa independente que é capaz de produzir por si só o resultado, se antes, depois ou ao
mesmo tempo (simultaneamente) das demais concausas, observe:
A alveja B com disparo de arma de fogo, mas B morre em razão do veneno ministrado a ele
anteriormente por C e não em razão do tiro. Sabendo-se que B ainda estava vivo quando o disparo o
atingiu.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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⦁ Que exclui a imputação do resultado morte – Pois não foi o disparo de arma de fogo
que causou a morte. Retirando o disparo de arma de fogo do processo causal, a morte
ocorreria como ela ocorreu? SIM! A vítima morreria do mesmo jeito: envenenada.
(b) Absolutamente independente concomitante: é aquela que ocorre ao mesmo tempo que a
conduta do agente – Seguindo o exemplo anterior, A alveja B com disparo de arma de fogo, mas B
morre em razão de traumatismo craniano por um tijolo de um prédio que ao mesmo tempo da
conduta de A caiu e atingiu a sua cabeça
⦁ Causas absolutamente independentes → pois um disparo não tem nada a ver com
o traumatismo craniano.
⦁ Como o resultado foi causado pelo traumatismo, exclui-se o resultado morte de A,
que responde por homicídio tentado.
A concausa absolutamente independente, por produzir por si só o resultado, rompe o nexo causal
entre o resultado e a conduta do agente, fazendo com que este responda apenas pelo crime na modalidade
TENTADA. Adotou-se aqui a regra geral do artigo 13 do CP, teoria da conditio sine qua non.
SEMANA 03/20
uma facada na perna que, sozinha, não causaria a sua morte, mas que por esta condição, a morte
ocorreu. A doença era anterior à facada, agindo as duas em conjunto, de modo que o agente
responde pelo crime consumado.
⦁ O fato de ele ser hemofílico, por si só, não levaria ele a morte.
⦁ A facada, por si só, também não o levaria a morte (por ter sido deferida em lugar não
letal)
⦁ A hemofilia e a facada são dependentes uma da outra para ocorrer o resultado. Ou
seja: é a soma das causas que leva ao resultado morte.
Causas relativamente independentes não excluem a imputação. Logo, o indivíduo que desferiu as facadas
deve responder pelo resultado morte.
Se uma causa depende da outra, não haverá a exclusão do resultado morte, e A deve responder pelo
homicídio.
i. Que por si só produz o resultado: A atira em B e este é socorrido. Estando no hospital, com
vida, o teto desaba e ele vem a falecer em decorrência do desabamento. Qual seria a responsabilidade de A?
Sabemos que se não fosse o tiro, ele não estaria no hospital, é verdade. Mas aqui, é a EXCEÇÃO em que o CP
adotou a teoria da causalidade adequada (§1º do art. 13), mais restrita, em que há um juízo de probabilidade
do que normalmente acontece (todas as demais hipóteses de concausas são analisadas com base na conditio
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
sine qua non). Tendo em vista que o desabamento de um teto não está dentro do resultado esperado
advindo de um tiro, houve o rompimento do nexo causal, de modo que o agente responde apenas por
tentativa.
ii. Por si só não produz o resultado: Aqui, com base no mesmo exemplo anterior, suponhamos
que B morre em razão de infecção nos ferimentos decorrentes do tiro. Tendo em vista que não fosse o tiro
não haveria a infecção e que esta infecção é uma possibilidade normal, que se encontra dentro das
consequências esperadas de um tiro, o agente responde pelo delito consumado.
ENTENDA: o incêndio no hospital é um desdobramento causal anormal que gera um rompimento com a
conduta inicial (disparo por arma de fogo).
O indivíduo que é atingido por um tiro pode morrer em decorrência do tiro, por uma infecção hospitalar
ou de um erro médico, que são desdobramentos naturais do tiro. No entanto, quem é atingido por um
tiro, não morre envenenado, não morre asfixiado, não morre queimado, não morre soterrado, não morre pelo
incêndio do hospital. Essas são mortes anormais, são causas que, por si só, produzem o resultado, pois há um
rompimento na linha de desdobramento físico causal natural. Em suma:
⦁ A concausa, relativamente independente superveniente, por si só produz o resultado → contexto que
não corresponde a um desdobramento físico ou natural da conduta do agente→ impede a imputação do
resultado → só responde pelos atos anteriores (tentativa)
⦁ A concausa, relativamente independente superveniente, não produz por si só o resultado → o contexto
corresponde a um desdobramento físico ou natural da conduta → cabe a imputação do resultado ao agente →
responde pelo resultado produzido de acordo com seu dolo.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
IV – TIPICIDADE
É o elemento do fato típico presente em todo e qualquer crime. Conforme a doutrina moderna, a
tipicidade penal é formada por:
●
Tipicidade Formal: Juízo de subsunção do fato à norma;
●
Tipicidade Material: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
V. ADEQUAÇÃO TÍPICA
(2) Subsunção indireta ou adequação típica mediata: há uma conjugação do tipo penal com a
NORMA DE EXTENSÃO, também denominada de norma de adequação típica mediata. No nosso Código
Penal temos 3 hipóteses:
A. Norma de extensão temporal: Tentativa (art. 14, II do CP). Os tipos penais não possuem
definição direta de tentativa em cada um deles. Há essa norma geral que será combinada com o tipo
penal não consumado. Ex.: A tenta matar B. Este fato não há subsunção direta ao art. 121. Neste
caso, devemos utilizar do art. 121 do CP, cumulado com o art. 14, II, do CP.
B. Norma de extensão pessoal e espacial: Participação, artigo 29 do CP (esse artigo trata de todo
o concurso de pessoas, mas o que tem relevância aqui é a figura do partícipe). Quem espera do lado
de fora da casa enquanto o comparsa subtrai a televisão da vítima, embora não tenha subtraído coisa
alheia móvel, como manda o tipo, responderá pelo furto qualificado pelo concurso de pessoas em
razão da norma de extensão prevista no art. 29 do CP.
C. Norma de extensão da conduta: Crimes comissivos por omissão (em que há um garantidor):
a conduta que só podia ser praticada por ação passa a ser praticada por omissão, quando o garante
devia e podia agir para evitar o resultado. Art. 13, §2º, CP.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Obs: amigo concurseiro policial, fique atento aos conceitos, pois as bancas adoram explorá-los de
forma maliciosa, em busca de confundir os candidatos. Prestemos atenção na diferença entre tipo penal e
tipicidade:
3. TEORIA DO TIPO
O tipo penal é aquele que descreve as condutas proibidas ou permitidas pelo direito penal de modo
genérico e abstrato, ou seja, condutas criminosas ou as hipóteses em que a prática destas é tolerada (já vimos
sobre isso nas classificações da lei penal).
Atenção: não confundir TIPO X TIPICIDADE. Enquanto o tipo é a figura penal (a descrição genérica da
conduta considerada infração penal. Ex: art. 121. CP, Matar alguém ) que resulta da imaginação do
legislador, a tipicidade consiste na averiguação se determinada conduta se amolda ou não nesse modelo
imaginário pensado pelo legislador.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Todos possuem núcleo e elementos, que formam o tipo fundamental. Quando há privilégios ou
qualificadoras, acrescentam-se circunstâncias, formando os tipos derivados.
A Elementar é um dado fundamental da figura típica, cuja ausência pode produzir uma
atipicidade absoluta (a conduta não é crime) ou uma atipicidade relativa (desclassificação para outro
crime). Exemplo: no crime de prevaricação (art. 319, do CP), se for retirada a elementar "funcionário público"
a conduta deixará de ser crime (atipicidade absoluta); no crime de peculato (art. 312, do CP), se for retirada
a elementar "funcionário público", a conduta será desclassificada para crime de furto (art. 155, do CP).
A Circunstância é um fator que interfere na pena do crime, sem alterar a figura típica. São as
qualificadoras, agravantes e atenuantes, causas de aumento e de diminuição. Exemplo: se for retirada a
circunstância "mediante concurso de 2 ou mais pessoas" do crime de furto (art. 155, § 4, IV, do CP), a pena
será diminuída, amoldando-se ao tipo simples (art. 155, caput, do CP). De qualquer forma, o crime de furto
continuará existindo.
O núcleo é o verbo do tipo – ex: “subtrair”, “matar”. É o ponto de partida.
Os elementos/elementares se dividem em:
B. Normativos: Demandam um juízo de valor por parte do aplicador do direito. Ex: “obsceno”,
“indevidamente”, “cruel”, “honesto”, “pudor”, “decoro” etc. Termos não definidos, que demandam
uma interpretação caso a caso. Parte da doutrina os incluem dentre os objetivos.
C. Subjetivos: Se relacionam com o animus do agente, sua especial finalidade de agir, suas
intenções. Ex: “para si ou para outrem” no furto. Não basta a subtração de coisa alheia móvel, faz-se
necessário o animus rem sibi habendi, dolo de assenhoramento definitivo.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Tabela retirada do livro Direito Penal em Tabelas – Parte Geral – Martina Correia – 2017, grifo nosso.
▪ Tipo normal / neutro / acromático / avalorado – é o que, além do núcleo, contém somente
elementos objetivos/descritivos (Ex: matar alguém).
▪ Tipo anormal é aquele que, além de núcleo e elementos objetivos, contém também
elementos subjetivos e/ou normativos.
Só contém elementos objetivo-descritivos. É o tipo Além dos elementos objetivos, contém elementos
ideal para os adeptos da teoria causalista, para os objetivo normativos e subjetivos. Também chamado
quais os elementos subjetivos (dolo e culpa) estão de tipo complexo. É o tipo ideal para os adeptos da
alocados na culpabilidade. teoria finalista (majoritária), para os quais os
elementos subjetivos (dolo e culpa) estão alocados no
tipo penal. Para os causalistas, contudo, o tipo que
contém elementos subjetivos e normativos é um tipo
anormal.
Tabela retirada do livro Direito Penal em Tabelas – Parte Geral – Martina Correia – 2017, grifo nosso.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
(1) Tipo misto alternativo: mesmo com a prática de mais de um núcleo do tipo haverá crime único,
desde que no mesmo contexto fático. (Ex: prática de conjunção carnal e de outros atos libidinosos diversos,
sob violência ou grave ameaça, no mesmo contexto fático – caracteriza crime único – STJ)
(2) Tipo misto cumulativo: a lei estabelece diversas condutas nucleares que, se praticadas
seguidamente, ainda que em contexto único, ensejam o concurso material. É o caso do art. 198 do CP, que
pune as condutas de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar de trabalho, ou a
não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola.
TIPO MISTO
CUMULATIVO ALTERNATIVO
O art. 242 prevê como crime "dar parto alheio como Se o agente praticar mais de um núcleo do mesmo
próprio; registrar como seu filho de outrem; ocultar recém- tipo penal no mesmo contexto, responderá por
nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito crime único (“crimes de ação múltipla ou de
inerente ao estado civil". Se o agente praticar mais de um conteúdo variado"). Exemplo: quem pratica
núcleo do tipo, responderá pelo concurso de crimes estupro e outro ato libidinoso contra a mesma
porque atingiu bens jurídicos distintos vítima no mesmo contexto fático pratica crime
único de estupro (art. 213).
Tabela retirada do livro Direito Penal em Tabelas – Parte Geral – Martina Correia – 2017, grifo nosso
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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* Diferença entre tipo aberto e norma penal em branco: esta última é complementada por lei ou ato
administrativo, enquanto o primeiro é complementado por um juízo de valor.
A) DOLO
Vontade livre e consciente, dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal
incriminador.
ELEMENTOS DO DOLO:
1) Intelectivo/Cognitivo: Consciência (ocorre primeiro);
2) Volitivo: Vontade.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
2) Capaz de influenciar o mundo exterior: Esse querer, para ser caracterizado como elemento
volitivo, tem que ter a capacidade de influenciar no mundo real. Se esse querer não tem a capacidade
de influenciar no mundo real, não temos um querer no sentido jurídico, temos uma mera
esperança.
●
PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE O DOLO (se dividem em cognitivas/intelectivas ou
volitivas):
1. Teoria da vontade: Teoria volitiva.
∘ O fundamento central dessa teoria é a VONTADE. Ou seja: há dolo quando
há vontade consciente de produzir o resultado. Logo, pela Teoria da Vontade, dolo é a vontade
consciente de querer praticar a infração penal, não basta só prever.
∘ Adotada pelo CP no que se refere ao dolo direto de 1º grau
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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o Dolo natural X dolo normativo: Estudado no material anterior. Vamos fazer uma rápida
retomada?
⮚ Dolo natural ou acromático - o elemento cognitivo do dolo não abrange o
conhecimento da ilicitude. Não possui a consciência da ilicitude (adotado no modelo Finalista).
⮚ Dolo normativo - além dos elementos objetivos ou descritivos, exige o conhecimento
da ilicitude do fato (adotado no modelo clássico). O dolo ainda abrigava em seu bojo a consciência
da ilicitude do fato.
a) DOLO DIRETO – O agente, com sua conduta, prevendo determinado resultado, sai
em busca de realizá-lo. Pode ser:
⮚ De primeiro grau: resultado certo e determinado buscado
pelo agente
⮚ De segundo grau: também conhecido por “dolo de
consequências necessárias”. O agente danifica os freios do carro de A durante a noite para
causar um acidente e matá-lo, sabendo que todo dia pela manhã ele sai de carro. Porém,
os filhos sempre vão junto e o agente sabe que a morte deles será inevitável e pratica a
conduta mesmo assim, para alcançar seu objetivo principal.
⮚ De terceiro grau: Consequência da consequência. O agente,
objetivando matar seu inimigo político, coloca uma bomba no jatinho dele, sabendo que
sua próxima viagem será com sua esposa, que está grávida. A morte do inimigo político
seria o dolo de primeiro grau. A da esposa, de segundo. O aborto, de terceiro. É criticada e
tida como desnecessária por parte da doutrina, vez que qualquer consequência estaria
abarcada no dolo de segundo grau.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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É o dolo por excelência; o agente tem a O agente quer um resultado, mas sabe que a sua
intenção (vontade consciente) de produzir o produção necessariamente dará causa a outros
resultado e dirige sua conduta para este fim. O dolo resultados. Também chamado de dolo de
abrange o fim e os meios escolhidos. Exemplo: o consequências necessárias". Exemplo: o agente, no
agente deseja matar um desafeto. Para tanto, dirige intuito de matar seu inimigo que acaba de embarcar,
sua conduta ao resultado e efetua vários disparos, posiciona explosivos no avião. Quanto à morte do
matando-o. desafeto, há dolo de 1º grau. A morte dos outros
passageiros é certa em virtude da escolha dos
explosivos como meio de execução. Quanto a eles há
dolo de 2º grau
Tabela(adaptada) retirada do livro Direito Penal em Tabelas – Parte Geral – Martina Correia – 2017, grifo
nosso
b) DOLO INDIRETO: O agente, com sua conduta, não busca realizar um determinado
resultado:
⮚ Dolo alternativo: O agente prevê pluralidade de resultados,
dirigindo sua conduta na realização de qualquer dele.
⮚ Dolo eventual: Embora o agente não deseje o resultado,
assume o risco de produzi-lo. Age com indiferença.
A diferença primordial entre o dolo eventual e o dolo de segundo grau é que naquele é possível
que o resultado indiferente sequer ocorra e neste o resultado certamente ocorrerá, tendo em vista os
meios de execução escolhidos pelo agente.
TEORIA POSITIVA DO CONHECIMENTO: Reinhard Frank. “Seja como for, dê no que dê, eu não deixarei de
agir”.
o Dolo cumulativo: O agente pretende alcançar dois ou mais resultados típicos em sequência
(progressão criminosa);
o Dolo geral (erro sucessivo): Ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado
por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. É espécie de erro de tipo acidental, não
isentando o agente de pena.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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o Dolo de ímpeto (repentino): resulta de uma explosão emocional. Ocorre nos crimes
passionais.
B) CULPA
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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* ATENÇÃO: as hipóteses de crimes culposos devem vir expressamente previstas em lei, desse modo, a regra
é o dolo, enquanto a culpa é exceção.
ELEMENTOS DA CULPA:
2) Violação de um dever objetivo de cuidado: O agente atua de forma diversa do esperado pela
lei e sociedade:
▪ Imprudência: Culpa positiva ou “in agendo”. Ação intempestiva e irrefletida. Faz algo que a
cautela não recomenda. Ex: excesso de velocidade na direção de veículo automotor;
▪ Negligência: Culpa negativa ou “in omitendo”. Falta de precaução. Deixa de fazer o que a
cautela recomenda. (Ex: médico que não esterilizou seus utensílios antes de uma cirurgia);
▪ Imperícia: Culpa profissional. Falta de aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou
profissão. O agente está autorizado a exercer determinada atividade, mas não tem as habilidades
necessárias. Ex: Engenheiro civil, com CREA, que não tem conhecimento necessário para a
construção de um prédio, mas o faz e o mesmo desaba.
Já caiu em prova!
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Resposta: Letra D. A violação do dever objetivo de cuidado pode ocorrer por imperícia,
imprudência e negligência (Art. 18, II, do CP).
OBS.1: É tendência achar que sempre que tivermos um profissional envolvido, o caso será de imperícia, mas
não é verdade. Depende da conduta. Como vimos no exemplo dado em negligência, também foi algo no
exercício da profissão. Olho vivo nisso!
OBS.2: Nos crimes culposos no CTB, a Jurisprudência vem no sentido de que é IMPRESCINDÍVEL apontar,
precisamente, qual foi a conduta culposa. Vejamos:
Denúncia no caso de homicídio culposo deve apontar qual foi a conduta culposa -
É inepta a denúncia que imputa a prática de homicídio culposo na direção de
veículo automotor (art. 302 da Lei 9.503/1997) sem descrever, de forma clara e
precisa, a conduta negligente, imperita ou imprudente que teria gerado o resultado
morte, sendo insuficiente a simples menção de que o suposto autor estava na
direção do veículo no momento do acidente. STJ. 6ª Turma. HC 305194-PB, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/11/2014 (Info 553).
3) Resultado naturalístico: Alteração física no mundo exterior. São crimes materiais, via de
regra.
Há exceções. Ex: art. 38 da Lei de Drogas. Prescrever drogas culposamente sem que delas necessite
o paciente. Se consuma com a mera prescrição feita por médico ou dentista, ou seja, é um crime de mera
conduta. Se o indivíduo usar a droga será mero exaurimento.
5) Previsibilidade objetiva:
SEMANA 03/20
será analisado se aquele agente específico previu o resultado, mas se, naquelas circunstâncias, era possível
que um homem médio as tenha previsto.
Art. 18, §único, CP: Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente.
ESPÉCIES DE CULPA:
1) Culpa consciente: O agente prevê o resultado, decidindo prosseguir com sua conduta,
acreditando que ele não ocorrerá ou que conseguirá evitá-lo;
Diferente do dolo eventual, em que o agente, embora também preveja, NÃO SE IMPORTA que o
resultado ocorra.
Professor Cézar Roberto Bitencourt: Há culpa consciente, também chamada culpa com previsão, quando
o agente, deixando de observar a diligência a que estava obrigado, prevê um resultado, previsível, mas
confia convictamente em que ele não ocorra. Quando o agente, embora prevendo o resultado, espera
sinceramente que este não se verifique, estar-se-á diante de culpa consciente e não de dolo eventual.
2) Culpa inconsciente: O agente NÃO prevê o resultado que, entretanto, lhe era previsível
naquelas circunstâncias;
3) Culpa própria: o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo;
4) Culpa imprópria (culpa equiparada ou por assimilação): O agente, por erro evitável, fantasia
certa situação de fato que não existe, supondo estar acobertado por excludente de ilicitude
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Olha o bizu: Via de regra, crime culposo não admite tentativa. Porém, no caso de culpa imprópria,
admite-se, justamente por ser um dolo tratado como culpa.
Olha o bizu: Há autores que defendem a possibilidade de se reconhecer a tentativa em crimes
preterdolosos (dolo no antecedente e culpa no consequente), quando a parte frustrada da conduta
é a dolosa. Nesse sentido: Grecco e Sanches.
6) Culpa presumida (“in re ipsa”): não é admita no Brasil, pois a culpa precisa ser provada.
EXCLUSÃO DA CULPA:
1) Caso fortuito e força maior;
2) Princípio da confiança
3) Erro profissional;
4) Risco tolerado;
5) Risco praticado por outrem.
SEMANA 03/20
Complementando com Cézar Roberto Bitencourt, “O erro profissional é um acidente escusável, justificável
e, de regra, imprevisível, que não depende do uso correto e oportuno dos conhecimentos e regras da ciência.
Esse tipo de acidente não decorre da má aplicação de regras e princípios recomendados pela ciência. Deve-
se à imperfeição e precariedade dos conhecimentos humanos, operando, portanto, no campo do imprevisto
e transpondo os limites da prudência e da atenção humanas. No entanto, embora o médico não tenha carta
branca, não pode, ao mesmo tempo, ficar limitado por dogmas inalteráveis. Tendo agido racionalmente,
segundo os preceitos fundamentais da lexis artis, ou, quando deles se afastar, o fizer por motivos justificáveis,
não terá de prestar contas à justiça penal, por eventual resultado fatídico.”
o 3ª Corrente (Fernando Capez): Ambos são possíveis, sendo autor aquele que realiza o núcleo
do tipo e partícipe o que concorre para o crime, sem, no entanto, cometer o núcleo verbal da ação.
Já caiu em prova!
FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil
Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:
A) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado.
B) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado.
C) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal.
D) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora saiba
que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas culposas.
E) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado,
provocando resultado criminoso por ele não desejado.
Resposta: letra E. No resumo anterior, acerca da Teoria do Crime, tratou-se dos crimes omissivos
impróprios culposos, os quais também tem a nomenclatura de crimes de olvido ou
esquecimento. Lembram do exemplo do salva-vidas que não impediu a morte de uma pessoa
por estar beijando a namorada? Pois é, o garantidor (pessoa que possui um dever de cuidado)
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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comete crime quando o resultado ocorre pelo descumprimento de seu dever de agir, mesmo
que ele não o deseje.
Vimos que a previsibilidade objetiva (“homem médio”) e o nexo de causalidade entre a conduta
e o resultado são necessários (letras B e C). Conforme visto trata-se de dolo de 2º grau, pois o
autor do crime assumiu o risco e não se importou com as mortes dos tripulantes(D).
A. CRIME PRETERDOLOSO
É uma espécie de crime agravado pelo resultado, constituindo de dolo no antecedente e culpa no
consequente (art. 19, CP).
Cleber Masson: A conduta dolosa acarreta a produção de um resultado mais grave do que o desejado pelo
agente à título de culpa.
Elementos:
✔ Conduta dolosa visando a determinado resultado;
✔ Provocação culposa de resultado mais grave do que o desejado;
✔ Nexo causal entre conduta e resultado;
✔ Tipicidade.
● O resultado deve ser culposo – Se o resultado mais grave advém de caso fortuito ou
força maior, não pode ser imputado ao agente (sob pena de responsabilidade objetiva).
CRIME PRETERDOLOSO
CONDUTA DOLOSA VISANDO NEXO CAUSAL Resultado CULPOSO mais grave do
DETERMINADO RESULTADO que o esperado.
O crime preterdoloso ou preterintencional é uma espécie de crime qualificado pelo resultado (todo crime
preterdoloso é qualificado pelo resultado, mas nem todo crime qualificado pelo resultado é um crime
preterdoloso).
Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado
ao menos culposamente.
O dispositivo afasta a responsabilidade penal objetiva, pois o agente só pode responder pelo resultado
mais grave culposo se ele era previsível (os crimes culposos são sempre previsíveis, utilizando-se como
parâmetro o "homem médio").
Exemplo clássico: lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º).
Não admite tentativa (contém uma parte culposa e os crimes culposos não admitem tentativa), conforme
doutrina majoritária.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Tabela(adaptada) retirada do livro Direito Penal em Tabelas – Parte Geral – Martina Correia – 2017, grifo
nosso
4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
4.1 Consumação
Conjuntos de fases que se sucedem cronologicamente no delito. Composto por fase interna e
externa.
*Só haverá iter criminis nos crimes dolosos! Já que, nos crimes culposos, o resultado ilícito não é querido,
ele provém da violação de um dever objetivo de cuidado.
I. FASE INTERNA:
1) COGITAÇÃO:
Abarca:
⦁ Idealização – quando surge a ideia da prática do delito;
⦁ Deliberação – o agente faz a análise de prós e contras da empreitada criminosa;
⦁ Resolução – o agente decide praticar o crime.
* ATENÇÃO: A simples ideia de crime NÃO pode ser punida, em razão do princípio da materialização do fato.
“Direito à perversão”. “Claustro psíquico”.
1) PREPARAÇÃO:
Os atos preparatórios representam o início da fase externa da ação. Isso porque o indivíduo
exterioriza o projeto criminoso que ele havia elaborado mentalmente.
Ou seja: A preparação corresponde aos atos indispensáveis à prática da infração penal.
o Regra: Impunível, vez que o CP busca punir o crime a partir dos atos executórios;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
ENTENDA: Trata-se do fenômeno chamado antecipação da tutela penal. É o fenômeno pelo qual
o legislador criminaliza condutas que seriam atos preparatórios de outros crimes, mas que
constituem crimes autônomos. Essa ampliação está atrelada ao próprio papel do Estado, como
provedor de determinados direitos.
2) EXECUÇÃO:
Inicia a agressão ao bem jurídico. Deve ser:
● Ato idôneo: Com capacidade suficiente para lesar o bem jurídico penalmente
tutelado;
● Ato inequívoco: Direcionado ao ataque do bem jurídico.
● Teorias objetivas
a) Teoria da hostilidade ao bem jurídico: o ato de execução é aquele em que o agente ataca o
bem jurídico, enquanto que o ato preparatório não altera o seu “estado de paz”. (Nelson Hungria,
Max Ernst Mayer)
b) Teoria objetivo-formal ou lógico-formal: é a teoria majoritária no Brasil. Caracteriza ato de
execução como aquele em que o agente começa a praticar o verbo (o núcleo do tipo) da conduta
criminosa, enquanto que os atos anteriores são preparatórios. (Franz Von Liszt)
c) Teoria objetivo-individual ou objetivo-subjetiva: Adotada excepcionalmente. Atos
preparatórios são aqueles em que o agente inicia a realização do núcleo do tipo e também os atos
que lhe são imediatamente anteriores, de acordo com o plano concreto do agente. (Welzel).
Ex: “A”, segurando uma faca, aguarda atrás de uma parede a passagem de “B”, seu inimigo, para
matá-lo na volta de seu trabalho, caminho fixo pelo qual a vítima passa, já tendo feito por diversas vezes esta
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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ameaça. Quando este se encontra a 100m de distância, “A” fica de pé e segura firme a faca, aguardando em
posição de ataque. Surge um policial e o aborda. Para esta teoria, poderia haver a prisão em flagrante, em
face da caracterização da tentativa de homicídio, o que não se daria na teoria objetivo-formal.
f) Teoria negativa: entende não ser possível limitar, em uma regra geral, o que seriam atos
preparatórios ou executórios, devendo tal definição ficar a cargo do julgador no momento da análise
de cada caso.
3) CONSUMAÇÃO:
Surge quando no crime se reúnem todos os elementos de sua definição legal (crime completo ou
perfeito):
⦁ Crime material = conduta + resultado naturalístico (indispensável);
⦁ Crime formal = concretização da conduta. Resultado naturalístico dispensável;
⦁ Crime de mera conduta = tipo descreve mera conduta, SEM resultado naturalístico;
⦁ Crime habitual = A consumação ocorre com a reiteração de atos que revelam o estilo
de vida do agente;
⦁ Crime permanente = A consumação se arrasta no tempo.
⦁ Crimes de perigo concreto = a consumação se dá com a efetiva exposição do bem
jurídico a uma probabilidade de dano
⦁ Crimes de perigo abstrato = a consumação se dá com a mera prática da conduta
definida pela lei como perigosa (porte de arma e dirigir sem habilitação).
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Porém, para a doutrina majoritária, ele NÃO integra o iter criminis. No entanto, não é irrelevante. Interfere na
dosimetria da pena (aplicação da pena no caso concreto), seja como circunstância judicial desfavorável, ou então
como qualificadora ou causa de aumento de pena.
ITER CRIMINIS:
b) Conceito:
É o início da execução de um crime que somente não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
Também é chamada de “crime manco”, vez que o tipo subjetivo está perfeito
(vontade/voluntariedade), mas o tipo objetivo, a figura criminosa, não se realiza integralmente.
JÁ CAIU EM PROVA:
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Classifica-se como crime tentado quando, iniciada a execução, não se consuma:
SEMANA 03/20
A) diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem a maioria dos elementos de sua definição
legal.
B) diz-se o crime tentado quando não se exaure por circunstâncias alheias à vontade do agente.
C) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogitação, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente
Resposta: letra D (art. 14, II, CP). Amigos concurseiros policiais, trouxemos um exemplo de
questão que cobra a atenção do candidato nos conceitos e no estudo da lei “seca”.
Conforme art. 14, I e II, do CP. Letra A, o erro está em reúnem a maioria (todos). Letra B, trata-
se de consumação e não de exaurimento (não se consuma). Letra C, o crime é tentado a partir
do início da execução e não da cogitação. Letra E, nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal.
c) Natureza Jurídica:
● Trata-se de norma de extensão temporal
● Sob o enfoque da PENA - trata-se de causa geral obrigatória de diminuição de pena
d) Elementos:
● Início da execução (questão de lógica: se tentativa é justamente a execução interrompida
por circunstâncias alheias à vontade do agente, é imprescindível o seu início)
● Ausência de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente
● Dolo de consumação (o dolo é o mesmo do delito consumado)
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
● Resultado possível (se o resultado não ocorreu por ser impossível, será crime impossível, ora
bolas).
- REGRA: a Teoria Objetiva é teoria adotada pelo nosso CP! (Art. 14, §único, 2ª parte).
- EXCEÇÃO: Essa teoria foi adotada com ressalvas, em razão da primeira parte do
§único do art. 14, que é considerada pela doutrina como um resquício da Teoria Subjetiva.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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CONCLUSÃO: Em regra, a teoria adotada pelo Código Penal é a Teoria Objetiva. No entanto,
excepcionalmente, adotou a Teoria Subjetiva nas hipóteses de crimes de atentado ou de mero
arrependimento, hipóteses em que a tentativa é punida com a mesma pena da consumação.
SEMANA 03/20
f) Espécies:
● Tentativa branca ou incruenta: O objeto material NÃO é atingido pela conduta criminosa;
● Tentativa vermelha ou cruenta: O objeto é atingido;
● Tentativa perfeita ou crime falho: O agente esgota todos os meios executórios que estavam
à disposição, e mesmo assim não sobrevém a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade.
☞ Apenas é compatível com os crimes materiais, tendo em vista que nos formais e de
mera conduta, esgotando-se os atos executórios, teremos crime consumado, não tentado;
☞ Atenção à nomenclatura! Não confunda crime falho com crime impossível (quase-
crime, crime oco, tentativa inidônea e tentativa impossível).
● Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: O agente inicia a execução
sem utilizar todos os meios que tinha ao seu alcance, e o crime não se consuma por circunstâncias
alheias a sua vontade.
● Tentativa simples: É a tentativa propriamente dita. O resultado não ocorre por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
● Tentativa qualificada/abandonada: Embora carregue o termo “tentativa”, de tentativa só
tem o nome, pois, na verdade, não é. É o termo utilizado como gênero, do qual são espécies a
desistência voluntária e o arrependimento eficaz (que veremos mais à frente).
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a) Conceito:
Os dois institutos constituem aquilo que a doutrina chamou de "tentativa abandonada" ou
"tentativa qualificada", em que o crime não se consuma pela própria vontade do agente. – NÃO
CONFUNDIR com a "tentativa", propriamente dita (em que o crime não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente).
São chamados também de "ponte de ouro" - pela oportunidade que o agente tem de "corrigir o seu
percurso", voltando à esfera da licitude.
▪ Desistência voluntária: O agente inicia os atos executórios, mas por vontade própria,
interrompe este processo, abandonando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua
disposição para a consumação. Em regra, conduta negativa.
☞ Um terceiro pode influenciar, pedir, mas não pode ter havido coação. Exige-
se, portanto, a vontade livre do agente, mas não precisa ser espontânea (surgir da cabeça dele).
☞ É incabível nos crimes unissubsistentes, que são realizados por apenas 1 (um)
ato.
c) Requisitos:
o Voluntariedade – vontade livre (é diferente de espontaneidade, que não é
requisito);
o Eficácia - Para que se apliquem esses institutos, a conduta do agente deve
ter sido eficaz para impedir a consumação. Se ele apenas tentou, mas não conseguiu evitar, será
cabível somente uma atenuante genérica (Art. 65, III, b, primeira parte, do Código Penal).
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte alternativa: O agente que tenha desistido
voluntariamente de prosseguir na execução ou, mesmo depois de tê-la esgotado, atue no
sentido de evitar a produção do resultado, não poderá ser beneficiado com os institutos da
desistência voluntária e do arrependimento eficaz caso o resultado venha a ocorrer.
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A) Apenas a I.
B) Apenas a III.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a II e a III.
E) A I, a II e a III.
Resposta: letra C.
Art. 15, CP, conforme exposto acima como consequências da desistência voluntária e do
arrependimento eficaz (I - correto). A desistência voluntária pode acontecer quando não
praticado todos os atos executórios(tentativa imperfeita), assim, ainda há do que desistir, já no
arrependimento eficaz o agente pratica todos os atos executórios(tentativa perfeita) e depois
se arrepende, evitando o resultado(II – certo). O tipo de flagrante que é considerado como
sinônimo de crime impossível é o flagrante preparado ou crime de ensaio e não flagrante
esperado (tais conceitos serão abordados em processo penal), III – Errado.
6. ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Ocorre quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça,
voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado
por sua conduta.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
b) Fundamentos:
● Proteção à vítima;
● Fomento ao arrependimento do agente.
c) Requisitos (cumulativos):
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(1) Natureza do crime: crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa (a violência à
coisa não obsta o reconhecimento do instituto).
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Nas exatas palavras do STF: “É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez
reparada parte principal do dano, até o recebimento da inicial acusatória, sendo
inviável potencializar a amplitude da restituição.” STF. 1ª Turma. HC 165312/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020 (Info 973).
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado
o dano;
d) Algumas características:
● A reparação do dano ou restituição da coisa tem natureza objetiva, razão pela qual
comunica-se aos demais coautores e partícipes do crime (majoritário).
● A recusa do ofendido NÃO impede a redução da pena.
● Em algumas situações, não se aplicará pelo fato de existir norma específica mais favorável
para o caso de haver reparação do dano, como por exemplo, extinção da punibilidade, ex:
apropriação indébita, crimes de menor potencial ofensivo, peculato culposo etc.
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1. PECULATO CULPOSO
● Reparação do dano até a sentença irrecorrível — extinção da punibilidade
● Reparação do dano após a sentença irrecorrível — redução de ½ da pena
A Súmula 554 do STF não incide para qualquer estelionato, mas apenas quando há emissão de
cheque sem fundo.
Assim, se o pagamento for antes do recebimento da denúncia, objetaria /impediria o prosseguimento
da ação penal.
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Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
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a) Conceito: Verifica-se quando jamais ocorrerá a consumação, seja pela ineficácia absoluta do
meio, ou por absoluta impropriedade do objeto. Também conhecido por “tentativa inidônea, tentativa
inadequada, tentativa impossível ou quase crime”.
Súmula 145, STF: “não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação”. Segundo Greco, “por intermédio da Súmula
n° 145 do STF foi pacificado o entendimento daquela Corte no sentido de que, em
determinadas situações, se a polícia preparar o flagrante de modo a tornar
impossível a consumação do delito, tal situação importará em crime impossível,
não havendo, por conseguinte, qualquer conduta que esteja a merecer a
reprimenda do Estado”.
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Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: Crime impossível e delito
putativo são considerados pela doutrina como expressões sinônimas.
A) da tentativa.
B) do arrependimento eficaz.
C) da desistência voluntária.
D) do arrependimento posterior.
E) do crime impossível.
Referências Bibliográficas:
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QUESTÕES PROPOSTAS
A-é atípica;
B-constitui ato obsceno;
C-constitui importunação sexual;
D-constitui objeto obsceno;
E-constitui assédio sexual.
A-Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como autor e o segundo como partícipe;
B-Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como partícipe e o segundo como autor;
C-Ares e Hades responderão por homicídio doloso, como coautores;
D-Ares responderá por homicídio culposo e Hades por homicídio doloso;
E-Ares não responderá por crime e Hades responderá por homicídio doloso.
3- 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada
Acerca de crimes contra a pessoa, julgue o item a seguir.
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Para fins de tipificação penal, admite-se a possibilidade de incidência da qualificadora do motivo torpe em
caso de crime de feminicídio, visto que este possui natureza objetiva na qualificadora do crime de homicídio,
não havendo, com as incidências, bis in idem.
Certo
Errado
1. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
2. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço.
3. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
4. Enquanto o erro de tipo é uma falsa representação da realidade que recai sobre elemento do tipo penal,
o erro de proibição é um erro de valoração que recai sobre o que é lícito ou ilícito.
A.J. e B.J são irmãos gêmeos com 17 anos de idade. Em certa ocasião, após uma discussão, B.J. atacou A.J.
com uma faca, com o nítido propósito de matar. Porém, antes de ser atingido pelo golpe de B.J., A.J.
conseguiu se desviar e empurrou B.J., que foi ao chão. Na queda, B.J. caiu com o abdômen sobre a faca,
sofrendo uma grave perfuração. Depois disso, A.J. ainda prestou socorro a B.J., o que acabou salvando a vida
de B.J.
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A partir das noções sobre a teoria do delito aplicadas a esse caso, assinale a alternativa correta.
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João e José desejam a morte de Joaquim e ambos, em ocasiões distintas, mas próximas no tempo, sem
qualquer conhecimento da intenção do outro, ajuste ou mesmo combinação prévia, atiram contra a vítima.
Joaquim morre em decorrência de um dos tiros; o outro, conforme exame pericial feito, atingiu a vítima
somente de raspão. Todavia, mesmo com a perícia, não restou verificada a autoria do tiro que atingiu
mortalmente Joaquim.
Nessa hipótese, é correto afirmar que João e José respondem por delito de
A-Rafael e Sandra devem responder por tentativa de homicídio praticado em concurso de pessoas.
B-Nem Rafael nem Sandra poderão ser responsabilizados penalmente.
C-Apenas Rafael deve responder por tentativa de homicídio.
D-Caso Rafael viesse, efetivamente, a matar Raimundo, Sandra poderia ser considerada coautora do delito.
E-Apenas Sandra deve responder pelo delito de tentativa de homicídio, a título de participação, pois Rafael
beneficia-se da desistência voluntária.
A-não pratica crime, pois, embora o fato seja típico, não há ilicitude na conduta.
B-não pratica crime, pois ausente a culpabilidade em decorrência da inexigibilidade de conduta diversa.
C-pratica fato típico, ilícito, culpável, mas não punível por questões de política criminal.
D-fica isento de pena por questões de política criminal.
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E-não pratica crime, pois o fato sequer seria típico, tendo em vista que o agente não atuou
antinormativamente.
11- 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil
Jane e Breno objetivam matar Marly por envenenamento. Dessa forma, Jane adiciona uma dose do veneno
X na sopa de Marly e, posteriormente, Breno adiciona uma dose do veneno Y no suco da vítima. Toda a ação
foi combinada entre ambos. Tanto a sopa quanto o suco são ingeridos pela vítima em uma mesma refeição
e, cerca de três horas após, Marly vem a falecer. A perícia constata, no respectivo exame, que a morte da
vítima se deu pela ação conjunta dos venenos X e Y, deixando claro que, isoladamente, nenhum dos venenos
seria capaz de matar a vítima, apenas a ação conjunta deles o faria, o que efetivamente ocorreu.
A-Jane e Breno responderão a título de tentativa pelo delito de homicídio doloso qualificado praticado em
concurso de agentes.
B-Jane e Breno responderão por homicídio culposo consumado praticado em concurso de agentes.
C-Jane e Breno responderão por homicídio doloso qualificado consumado, mas sem a incidência do concurso
de agentes.
D-Jane e Breno responderão pelo homicídio doloso qualificado consumado praticado em concurso de
agentes.
E-Jane e Breno responderão a título de tentativa pelo delito de homicídio doloso qualificado, mas sem a
incidência do concurso de agentes.
12- 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador
Assinale a alternativa correta.
A-O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
B-Se o fato é cometido sob coação resistível, só é punível o autor da coação.
C-Se o fato é cometido em estrita obediência à ordem, ainda que manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da ordem.
D-O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena.
E-O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e não permite a punição por crime
culposo, ainda que previsto em lei.
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14 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Classifica-se como crime tentado quando, iniciada a execução, não se consuma
15 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Quando um sujeito dispara um projétil de arma de fogo contra um indivíduo, mas acaba ferindo mortalmente
apenas o sujeito que se encontrava ao lado, ele responderá por
16 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Considera-se crime culposo quando
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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18 - 2018 - FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal
- Inspetor de Polícia Legislativa
Considerando o que estabelece o Código Penal, associe as duas colunas relacionando os conceitos com a sua
definição.
( ) Pela adequação típica mediata ou indireta, haverá subsunção da conduta ao tipo penal por meio de uma
outra norma, de caráter extensivo.
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( ) A tipicidade, como elemento integrador do conceito de delito, expressa a contrariedade do fato com todo
o ordenamento jurídico.
( ) De acordo com a teoria indiciária da tipicidade, também chamada de ratio cognoscendi, a tipicidade
possui uma finalidade unicamente descritiva, nada indicando a respeito da ilicitude.
( ) Pelo caráter excepcional do delito culposo, salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
( ) No chamado dolo eventual, o agente prevê o resultado danoso como possível, mas não o deseja
diretamente e ainda tem a convicção de que não ocorrerá.
A-V, V, F, F, F.
B-V, F, V, V, F.
C-V, F, F, V, F.
D-F, V, F, F, V.
E-F, F, V, V, V.
20 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial
Federal
Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante
disparou um tiro contra agente policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de
tiros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e
levaram o colega ferido ao hospital da região.
se o policial ferido não falecer em decorrência do tiro disparado pelo traficante, estar-se-á diante de
homicídio tentado, que, no caso, terá como elementos caracterizadores: a conduta dolosa do traficante; o
ingresso do traficante nos atos preparatórios; e a impossibilidade de se chegar à consumação do crime por
circunstâncias alheias à vontade do traficante.
Certo
Errado
Respostas2
2
1: A 2: E 3: C 4: E 5: D 6: E 7: C 8: C 9: B 10: E 11: D 12: A 13: D 14: A 15: E 16: D 17: E 18: E 19: C 20: E
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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META 3
TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
⦁ Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁ Art. 108, inc. VII e VIII
⦁ Art. 121, §3º e §4º, inc. V
⦁ Art. 142, §2º
CPP
⦁ Art. 3-B, inc. XII
⦁ Art. 574, I
⦁ Art. 581, X
⦁ Art. 612
⦁ Arts. 647 a 667
CPP
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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1.REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
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2. HABEAS CORPUS
A) Histórico:
O habeas corpus originou-se do mecanismo romano de proteção da liberdade denominado
“interditum de homine liberum exhibendo”. Por meio desse interdito, ordenava-se a exibição in iure de um
homem livre para permitir-lhe a vindicatio em libertatem.
O habeas corpus foi o primeiro remédio constitucional do mundo moderno, previsto pela primeira
vez em 1215 na Magna Carta Libertatum, quando o rei João Sem-terra, em troca de sua permanência no
poder, aceitou reconhecer o direito da burguesia, concedendo-lhe alguns direitos, dentre os quais à
locomoção e, como garantia a este direito, previu o habeas corpus.
Naquela época, era comum no Brasil, por inexistência de outro remédio constitucional, a utilização
do habeas corpus para todo tipo de liberdade, tais como locomoção, cátedra, convicção política, filosófica,
dentre outras.
A prática de utilização desse remédio para as diversas espécies de liberdade foi denominada teoria
brasileira do habeas corpus. Somente após emenda constitucional, em 1926, houve a divisão de objeto,
sendo o habeas corpus somente para locomoção.
No Brasil, esse remédio foi positivado pela primeira vez no art. 340 do Código de Processo Penal
do Império em 1832 e, posteriormente, no art. 72, § 22, na primeira Constituição republicana, em 1891.
B) Conceito e significado:
O habeas Corpus é um recurso?
Embora previsto no Código de Processo Penal no Título II (Dos Recursos em Geral),
prevalece o entendimento de que o habeas corpus não é recurso, mas sim uma ação constitucional. Isso
porque nem sempre será cabível contra uma decisão judicial, podendo ser impetrado contra atos de
autoridades administrativas e até de particulares.
Habeas corpus significa “dá-me o corpo”, sendo que tal expressão latina notabilizou-se por todo o
mundo como sendo a conhecida ação constitucional para tutela da liberdade de locomoção. Trata-se do
remédio constitucional que busca evitar lesão ou restituir a liberdade de locomoção de qualquer pessoa.
C) Fundamento:
Estabelece a Constituição, no art. 5°, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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E) Espécies:
O habeas corpus pode ser:
a) repressivo (líberatório), quando o indivíduo já teve desrespeitado o seu direito de locomoção
(já foi ilegalmente preso, por exemplo);
b) preventivo (salvo-conduto), quando há apenas uma ameaça de que o seu direito de locomoção
venha a ser desrespeitado (o indivíduo está na iminência de ser preso, por exemplo).
f.3) Paciente:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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O paciente é a pessoa física que está sofrendo a violência ou coação a sua liberdade de locomoção.
O paciente no habeas corpus necessariamente é pessoa humana, não sendo cabível em favor de pessoa
jurídica ou de animais.
STF: “A pessoa jurídica não pode figurar como paciente de habeas corpus, pois jamais estará em
jogo a sua liberdade de ir e vir, objeto que essa medida visa proteger.
O STJ já negou pedido de habeas corpus impetrado em favor de dois bois (Spas e Lhuba) que seriam
utilizados numa manifestação cultural denominada “Farra do Boi”. Segundo o STJ, “o legislador
constitucional não incluiu a hipótese de cabimento do writ em favor de animais.
NA JURISPRUDÊNCIA DO STF:
Uma vez conhecido o habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de
réu preso ou na iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições:
(1) violação à jurisprudência consolidada do STF;
(2) violação clara à Constituição; ou
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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● Impugnar a determinação de quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal, se desta medida não
puder resultar condenação à pena privativa de liberdade;
● Discutir o mérito das punições disciplinares militares => STF: NÃO cabe a discussão do mérito, mas
cabe HC para se analisar os pressupostos de legalidade da medida.
Reza o texto constitucional que não caberá habeas corpus contra punições disciplinares militares
(CF, art. 142, § 2º), é que, o meio militar segue regras próprias de conduta, de hierarquia e disciplina, bem
mais rígidas do que as que imperam no âmbito civil, e, portanto, não faria sentido o magistrado, estranho
às peculiaridades das corporações militares, substituir o juízo de conveniência da autoridade militar na
imposição de uma punição disciplinar.
Entretanto, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, essa vedação há que ser
interpretada com certo abrandamento, no sentido de que não caberá habeas corpus em relação ao mérito
das punições disciplinares militares. Significa dizer que a Constituição não impede a impetração de habeas
corpus para que o Poder Judiciário examine os pressupostos de legalidade da medida adotada pela
autoridade militar, tais como a competência da autoridade militar, o cumprimento dos procedimentos
estabelecidos no regulamento militar, a pena suscetível de ser aplicada ao caso concreto - dentre outros.
● Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 (posse de drogas para consumo pessoal) da Lei
de Drogas;
● Questionar afastamento ou perda de cargos públicos;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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OBS: A temática acerca dos recursos é afeta ao direito processual. Neste momento, priorizemos
a memorização dos pontos abaixo, tendo em vista as questões objetivas:
NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ:
Não é cabível habeas corpus para impugnar ato normativo que fixa medidas
restritivas para prevenir a disseminação da covid-19, por não constituir via própria
para o controle abstrato da validade de leis e atos normativos em geral.
STJ. 5ª Turma. PET no HC 655.460, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021.
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h) Competência
A competência para o processamento e julgamento do habeas corpus diz respeito à
qualidade da pessoa que sofre o ato coator (lesão ou ameaça de lesão à liberdade de
locomoção) ou à qualidade da pessoa que é responsável pelo ato coator.
Os critérios fundamentais se relacionam com a prerrogativa de foro e a
hierarquia. O critério da prerrogativa de foro envolve a competência originária para o julgamento do habeas
corpus quando o coator ou o paciente tiver foro privativo por prerrogativa de função. Já a competência pela
hierarquia está definida no art. 650, § 1º, do CPP, no qual fica assegurado que, quando o ato coator (lesão
ou a ameaça) se originar de autoridade judiciária, a competência será do órgão do Poder Judiciário
imediatamente superior.
Porém, é mister deixar consignado que pode ter vez ainda o critério territorial ou da territorialidade,
na medida em que, não existindo prerrogativa de foro nem hierarquia, a competência será estabelecida à
luz do art. 649 do CPP, que preleciona: o juiz ou o tribunal, dentro dos limites de sua jurisdição, fará passar
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.
O habeas corpus impetrado contra ato de particulares e outras autoridades não dotadas de
prerrogativa de função será proposto na primeira instância estadual ou federal, a depender da natureza do
posto ocupado pelo responsável pelo cerceamento (efetivado ou iminente) à locomoção.
Contra atos dos juízes, a competência será da segunda instância da Justiça à qual o magistrado esteja
vinculado; v.g., contra ato de juiz federal, a competência será do TRF (art. 108, I, d).
No concernente aos atos das turmas recursais dos Juizados Especiais Estaduais e Federais, a
competência será dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, respectivamente, estando
superada a Súmula 690 do STF.
Caso o paciente seja o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, membros do
Congresso Nacional, Ministros do STF, membros dos Tribunais Superiores, Tribunal de Contas da União,
Procurador-Geral da República, Ministro de Estado, Comandante da Marinha, Exército ou Aeronáutica,
chefes de missão diplomática de caráter permanente, o habeas corpus será proposto diretamente no
Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, d).
O Supremo Tribunal Federal será ainda competente quando o paciente for autoridade ou
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em única instância (art. 102, I, i).
Por último, é competência do STF julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus decidido em única
instância, pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (art. 102, II, a).
Impende observar que, por vezes, o Supremo Tribunal Federal relativiza a Súmula 691 do próprio
Tribunal e, em situações excepcionais, analisa habeas corpus de decisão que indefere liminar em tribunal
superior.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Ao Superior Tribunal de Justiça cabe julgar o habeas corpus quando o coator ou paciente forem os
Governadores dos Estados, Governador do Distrito Federal, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais, ou
ainda quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (art. 105, I, c).
Ao STJ cabe ainda julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus decidido em única ou última
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória (art. 105, II, a).
i) HC coletivo
O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se presta a salvaguardar
a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo
determinado de pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo.
A ideia de admitir a existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de
conferir a maior amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de
não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que,
indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580,
ambos do CPP.
3. MANDADO DE SEGURANÇA
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Lei 12.016/09
Art. 1º. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
106
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
b) Natureza Jurídica: Ação judicial de natureza civil, residual e subsidiária, cabível quando o direito líquido
e certo protegido não for amparado por outros remédios constitucionais: habeas corpus e habeas data.
c) Cabimento: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, sempre que, ilegalmente ou
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
▪ Proteção de direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder por parte de
autoridade.
▪ Esse direito líquido e certo não é amparado por HC ou HD
Já caiu em prova:
FUNCAB - 2016 - PC-PA – Investigador) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. [certo]
CESPE - 2016 - PC-PE – Escrivão) Uma autoridade pública de determinado estado da Federação
negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de determinado
cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins
e as razões de seu pedido. Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para
impugnar a negativa estatal é o mandado de segurança [certa]
SEMANA 03/20
CESPE/2019 - É cabível mandado de segurança para proteger direito líquido e certo contra
ilegalidade praticada por diretor de sociedade de economia mista em decisão que homologa o
resultado de licitação ou em atos de gestão comercial. Item incorreto.
● O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo
disciplinar (Info 933)
● Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).
Já caiu em prova:
CESPE - 2009 - PC-RN – Escrivão) É cabível mandado de segurança contra lei em tese, ainda que
produtora de efeitos concretos. [errado]
CESPE - 2009 - PC-RN – Escrivão) Praticado o ato por autoridade no exercício de competência
delegada, contra essa autoridade não cabe mandado de segurança. [errado]
Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.
108
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
e) Legitimidade Ativa
● Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil;
● Universalidades reconhecidas por lei;
● Órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições;
● Agentes políticos na defesa de suas atribuições e prerrogativas;
● MP, quando o ato emanar de juiz de primeiro grau de jurisdição.
f) Legitimação Passiva
É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
● Autoridades públicas de quaisquer poderes da União, Estados, DF e Municípios;
● Representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas;
● Dirigentes de pessoas jurídicas de direito privado, desde que no exercício de atribuições do Poder
Público.
Lei 12.016/09
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Antigamente, entendia-se que não era possível conceder liminar em mandado de segurança para a
compensação de créditos tributários, entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior.
No entanto, em 2021, o STF considerou inconstitucional impedir ou condicionar a concessão de
medida liminar, o que caracteriza verdadeiro obstáculo à efetiva prestação jurisdicional e à defesa do direito
líquido e certo do impetrante. A Corte concluiu que:
Em virtude dessa decisão do STF, fica SUPERADA a Súmula 212 do STJ: Súmula 212-STJ: A
compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar
ou antecipatória. (entendimento superado)
Obs.: nos casos em que se veda a concessão da liminar, eventual sentença que conceda o MS não
poderá ser executada provisoriamente (art. 14, §3º):
SEMANA 03/20
Art. 6º, §6º, da Lei n. 12.016/09: O pedido de mandado de segurança poderá ser
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver
apreciado o mérito.
Mandado de segurança preventivo: NÃO se pode falar em prazo decadencial para a sua
impetração, pois NÃO há ato coator a marcar a contagem.
i) Competência
A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional.
Ensina Leonardo Carneiro da Cunha: “Se a autoridade coatora desempenha função estadual ou
municipal, e a matéria envolvida não for trabalhista, nem eleitoral, a competência será da Justiça Estadual.
Caso a autoridade exerça função federal, e, de igual modo, não haja matéria trabalhista ou eleitoral
envolvida, a competência será da Justiça Federal.” (CUNHA, 2016, p. 552)
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, se a competência para o julgamento do MS for do juízo
de primeiro grau, tanto na Justiça Estadual como na Federal, a competência territorial será determinada
pelo local em que a autoridade exerce suas funções.
Caso haja vara privativa da Fazenda Pública, a competência será absoluta dentro
da comarca.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
#DPEXPLICA
O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado
contra ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao
próprio STJ julgar os mandados de segurança impetrados contra seus atos ou
omissões.
Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar
e julgar, originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou
dos respectivos órgãos.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Ademais, não há duplo grau de jurisdição obrigatório se a decisão foi proferida por tribunal do Poder
Judiciário, no uso de competência originária.
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
1) Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.
Obs.1: Basta 1 único representante na CD ou SF, filiado ao partido.
Obs.2: STJ vem entendendo que PP somente poderá impetrar MS coletivo para a defesa de seus
filiados e em questões políticas, ou seja, criou uma pertinência temática.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A legitimidade é extraordinária, sendo o caso de substituição processual, razão pela qual NÃO se
exige autorização expressa dos titulares do direito.
Já caiu em prova:
FUNCAB - 2016 - PC-PA – Investigador) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser os mesmos direitos para todos os
seus membros, podendo ser um direito de apenas parte dos membros da entidade.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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4. MANDADO DE INJUNÇÃO
a) Introdução
Trata-se de remédio constitucional previsto no art. 5º, LXXI da CF/88
A Lei nº 13.300/16 disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e
coletivo.
Art. 5º, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Art. 2º, Lei 13.300/2016 - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
(1) Trata-se de instrumento para combater a Síndrome de Inefetividade das Normas Constitucionais. Ao
lado da ADO, atacam a inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada, ante a ausência de
lei infraconstitucional integrativa para propiciar à norma constitucional a produção de todos os seus
efeitos.
(2) Trata-se de instrumento de controle concreto/incidental das inconstitucionalidades por omissão, sendo
voltado, portanto, para a tutela dos direitos subjetivos, garantia individual.
(3) Pressuposto: inviabilização dos exercícios de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, pela ausência da norma regulamentadora.
Vamos esquematizar?
Mandado de Injunção ADO
Intentado por qualquer Legitimação restrita aos
pessoa física ou entes do art. 103 CF.
119
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
b) Cabimento
Partindo do texto constitucional, o art. 2.º da Lei n. 13.300/2016 estabelece que será concedido
mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
▪ Omissão total → caracterizada quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional de
eficácia limitada não foi disciplinado.
▪ Omissão parcial → caracterizada quando a regulamentação quando forem insuficientes as normas
editadas pelo órgão legislador competente.
Em outras palavras: haverá MI quando a existência de direito ou liberdade constitucional, ou de
prerrogativa inerente à nacionalidade, soberania, cidadania, cujo exercício seja inviabilizado pela ausência
de norma infraconstitucional regulamentadora.
Note que NÃO é qualquer omissão do Poder Público que enseja o ajuizamento do MI, mas apenas
as omissões relacionadas às normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, ou seja,
normas constitucionais que devem ter a sua plena aplicabilidade assegurada.
Portanto, normas constitucionais definidoras de princípios institutivos ou organizativos de
natureza facultativa, por outorgarem mera faculdade ao legislador, NÃO autorizam o ajuizamento do MI.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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benefício cujo valor deve ser fixado pelo Poder Executivo. O pagamento do
benefício deverá ser de igual valor para todos, e suficiente para atender às despesas
mínimas de cada pessoa com alimentação, educação e saúde. Como esse programa
ainda não havia sido implementado, em 2020 o Defensor Público-Geral Federal
ajuizou mandado de injunção contra o Presidente da República. O STF decidiu que,
como está presente estado de mora inconstitucional, deve ser fixado o valor da
renda básica de cidadania para o estrato da população brasileira em condição de
vulnerabilidade socioeconômica — pobreza e extrema pobreza — a ser efetivado,
pelo Presidente da República, no exercício fiscal seguinte ao da conclusão do
julgamento de mérito (2022). STF. Plenário. MI 7300/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).
O STF afirmou que esse mandado de injunção ajuizado pelo Defensor Público-Geral
deveria ser parcialmente conhecido. Para o STF, o mandado de injunção somente
deveria ser conhecido no que tange à implementação do benefício para pessoas
em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Em outras palavras, o STF afirmou
que só iria analisar e determinar providências para garantir o benefício em favor
das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. Qual foi o argumento jurídico do
STF para isso?
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A assistência aos desamparados é direito social básico (art. 6º). Assim, existem
direitos constitucionais das pessoas em situação de vulnerabilidade que não estão
sendo desempenhados pela falta da norma regulamentadora. Esse direito,
contudo, não existe para as pessoas com boa situação econômica. Não se pode
extrair, da Constituição Federal, o dever do Estado de pagar um benefício social
para as pessoas com boa situação econômica. O Estado não pode ser segurador
universal e distribuir renda a todos os brasileiros, independentemente de critério
socioeconômico. Na CF/88, não há qualquer determinação de atuação estatal nesse
sentido.
Já caiu em prova:
ACAFE - 2010 - PC-SC – Escrivão) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos (correta).
FUNCAB - 2009 - PC-RO – Escrivão) O remédio constitucional adequado para postular
judicialmente a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania é o mandado de injunção (correta).
c) Descabimento
● Diante de falta de norma regulamentadora de direito previsto em normas infraconstitucionais →
o MI se destina a falta de normas regulamentadoras de direito previsto na CF.
● Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
● Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
dispositivos.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Obs.1: Para o conhecimento do MI, o impetrante deve comprovar a titularidade direta do direito
constitucional em questão.
Obs.2: Em caso de normas de iniciativa reservada, o MI deverá ser impetrado também em face do
titular da referida iniciativa reservada (ex. iniciativa reservada do Presidente da República), pois é ele quem
deverá deflagrar o processo legislativo, não podendo o CN atuar sem a sua provocação.
Obs3: Para o STF, os particulares – ainda que estejam se beneficiando pela falta da norma
regulamentadora, NÃO se revestem de legitimidade passiva ad causam para o processo em MI, pois somente
ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa para dar efetividade aos direitos,
liberdades e prerrogativas constitucionais.
e) Competência:
As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na própria
Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição da norma
regulamentadora. Confira:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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1. Corrente não concretista – a decisão em MI apenas podia declarar em mora o legislador, não
podendo concretizar o direito cujo gozo encontrava-se impedido em apreço a separação de poderes.
(STF já adotou essa posição há muitos anos, até 2007).
2. Corrente concretista – a decisão em MI deve ir além da declaração em mora do legislador, sob pena
de tornar o remédio constitucional inócuo. A decisão em MI deve concretizar o direito discutido na
ação, através da edição de norma aplicável ao caso. (posição da doutrina majoritária e o STF desde
2007 até os dias atuais).
Além disso, havia discussão sobre o alcance dos efeitos da decisão: seria limitado aso partes do
processo – inter partes - ou alcançaria todos com eficácia erga omnes?
A lei 13.300/16 disciplinou o tema, estabelecendo que:
1. o órgão julgador determina prazo razoável para que o ente em mora supra a falta normativa.
2. Se ultrapassado prazo estabelecido sem a edição da norma regulamentadora, o órgão julgador irá
suprir a falta normativa estabelecendo “as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los.”
A doutrina diz que a Lei 13.300/2016 optou por adotar uma posição concretista intermediária, isto
é: ao julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão
judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso
esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar o direito,
liberdade ou prerrogativa.
Mas não pode esquecer o § único do art. 8º! A lei dispensa a exigência de prévia fixação de prazo
razoável para a edição da norma regulamentadora nos casos em que ficar comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. Essa
exceção se filia à tese concretista direta:
* Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para viabilizar o direito do
autor e isso deverá ocorrer imediatamente (diretamente), não sendo necessária nenhuma outra
providência, a não ser a publicação do dispositivo da decisão.
Por fim, o art. 9º da Lei disciplina os efeitos subjetivos da decisão que concede o mandado de
injunção.
▪ Efeitos subjetivos = quem deve ser atingido pelos efeitos dessa decisão?
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando
isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação
da impetração fundada em outros elementos probatórios.
Com regra geral, a eficácia subjetiva da decisão está limitada as partes (inter partes) e somente
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. É o que a doutrina denomina de eficácia
individual.
Excepcionalmente, a eficácia subjetiva da decisão poderá ser ultra partes ou erga omnes, quando
for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
A doutrina chama de eficácia geral.
Vamos esquematizar?
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
g) MI coletivo
Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes.
No MI coletivo, os direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou
categoria.
Dessa forma, deve ser proposto por legitimados previstos na Lei, em nome próprio, mas defendendo
interesses alheios. São legitimados para impetrar MI coletivo:
SEMANA 03/20
ORGANIZAÇÃO SINDICAL,
ENTIDADE DE CLASSE ou para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
ASSOCIAÇÃO legalmente prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus
constituída e em membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde
funcionamento há pelo que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto,
menos 1 (um) ano autorização especial;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
Obs.1: O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
5. HABEAS DATA
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Obs.1: Cuidado para não confundir o habeas data com o direito geral de informação, protegido por
mandado de segurança e previsto no inc. XXXIII da CF/88. Veja:
c) Legitimidade ativa:
Pode ser ajuizado por:
▪ qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira,
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
▪ pessoa jurídica e
▪ órgãos despersonalizados.
Trata-se de uma ação personalíssima, que só pode ser ajuizada pelo titular do direito, salvo se houver
a morte do agente, hipótese em que poderá ser impetrado, excepcionalmente, pelo cônjuge e herdeiros.
e) Jurisdição condicionada
O HD é um processo de jurisdição condicionada. Isso porque, para impetrá-lo, deve ter ocorrido o
prévio requerimento administrativo e a negativa ou omissão pela autoridade administrativa. (Trata-se de
uma “exceção” ao princípio da inafastabilidade da jurisdição).
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
Lei 9507/97. Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts.
282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os
documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
f) Características gerais do HD
▪ Procedimento gratuito e não há ônus de sucumbência, mas se exige advogado para impetrar HD.
▪ Tem prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS
▪ NÃO se sujeita a prazo prescricional ou decadencial.
▪ O pedido do HD pode ser renovado caso a decisão denegatória não tenha apreciado o mérito
▪ A lei não fala em medida liminar, mas a doutrina vem entendendo pela admissibilidade
▪ Não cabe reexame necessário
▪ Não admite atividade probatória
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
g) Prazos na lei:
∘ Requerimento: art. 2º
· 48 h para decidir o requerimento;
· 24h para comunicar a decisão ao requerente;
h) Competência:
COMPETÊNCIA DO HABEAS DATA
Competência originária do STF contra atos
Art. 102, I, “d” da CF a) do Presidente da República,
b) das Mesas da CD e do SF,
c) do TCU,
d) do PGR e
e) do próprio STF.
Competência recursal do STF o HD decidido em única instância pelos Tribunais
Recurso ordinário – art. 102, II, Superiores, se denegatória a decisão.
“a” da CF
Competência originária do STJ contra ato
Art. 105, I, b da CF a) do Ministro de Estado.
b) dos Comandantes das Forças Armadas ou
c) do próprio tribunal
Competência originária dos contra ato
TRF´s a) do próprio tribunal ou
Art. 108, I, c da CF b) dos juízes federais.
Competência originária dos contra ato
juízes federais a) de autoridade federal.
Art. 109, VIII da CF
Já caiu em prova:
FEPESE - 2017 - PC-SC – Escrivão) De acordo com a Constituição Federal, conceder-se-á habeas
data para:
A) garantir o relaxamento de prisão.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
(CESPE - 2016 - PC-PE – Escrivão) Uma autoridade pública de determinado estado da Federação
negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de determinado
cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins
e as razões de seu pedido. Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para
impugnar a negativa estatal é o habeas data. [errado]
FUNCAB - 2014 - PC-RO – Escrivão) São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data.
(certo)
NUCEPE - 2012 - PC-PI – Agente) O habeas-data significa a ação por meio da qual o cidadão,
privado de sua liberdade por ato administrativo, busca ordem judicial que lhe restaure a
liberdade. [errado]
CESPE / CEBRASPE - 2003 - PC-RR – Escrivão) O habeas data é meio adequado para o cidadão
conhecer informações suas constantes de banco de dados de caráter público. (certo)
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência
Lei 4717/65
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A ação popular foi incluída expressamente na Constituição de 1934 e foi suprimida na Constituição
de 1937, tendo sido restabelecido na de 1946 e mantida nas seguintes.
As normas sobre a ação popular limitavam sua utilização para a tutela do patrimônio público
material. Com a lei 6.513/77 e a CF/88, o objeto da ação foi ampliado para incluir os bens imateriais que
fazem parte do patrimônio público (meio ambiente, moralidade administrativa e patrimônio
histórico/cultural).
NÃO é destinada à defesa de interesse subjetivo individual, mas interesses de natureza coletiva,
para anular ato lesivo ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio
histórico e cultural.
Assim, podemos extrair os seguintes requisitos: Deve haver lesividade aos direitos difusos específicos
elencados:
1. Ato lesivo ao patrimônio público;
2. Ato lesivo ao patrimônio de entidade de que o Estado participe;
3. Ato lesivo à moralidade administrativa;
4. Ato lesivo ao meio ambiente;
5. Ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
SEMANA 03/20
JÁ CAIU EM PROVA:
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES – Investigador) Qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
[CERTO]
a) Legitimidade ativa:
Somente o cidadão pode propor ação popular.
A doutrina majoritária entende que a legitimidade ativa do cidadão para propor ação popular é
extraordinária, uma vez que defende direito difuso, cujo titular é a coletividade. (NEVES, 2017, p. 307)
Art. 1º, §3º, da Lei n. 4.717/65: A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.
Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
A CF/88 isenta o autor da ação popular de custas e ônus de sucumbência, SALVO comprovada má-
fé.
A gratuidade beneficia o autor da ação, mas os réus, se condenados, deverão ressarcir as despesas
havidas pelo autor da ação.
Art. 6º, §5º, da Lei n. 4.717/65: É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como
litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
b) Legitimidade passiva:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A Lei da Ação Popular prevê que "qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final
de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para
contestação e produção de provas" (inciso III do art. 7º da Lei 4.717/65).
STJ (AgRg no Resp 1.333.168): O Ministério Público como fiscal da ordem jurídica
detém legitimidade para a juntada de documentos e para formular pedidos de
produção de provas que entender necessárias.
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d) Objeto
A sentença possui natureza cível, e se julgada improcedente, se sujeita ao duplo grau de jurisdição.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com
efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
Destaque:
(1) O cabimento da ação popular NÃO exige a comprovação de efetivo dano material,
pecuniário. Entende o STF que a lesividade decorre da ilegalidade, e a ilegalidade do
comportamento, por si só, causa dano.
e) Competência
Definida pela origem do ato a ser anulado. Dependerá da origem do ato ou omissão a serem
impugnados.
Ex.: patrimônio lesado da União – competência da Justiça Federal.
▪ Regra
A competência do juízo de 1º grau para processar e julgar ação popular contra ato de qualquer
autoridade, inclusive presidente da república.
▪ Exceção
Competência originária do STF disposta no art. 102, I, “f” e “n” da CF
O juízo da Ação Popular é universal, impondo-se a reunião de todas as ações conexas, com
fundamentos jurídicos iguais ou assemelhados.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Atenção:
(1) O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas contra
autoridades detentoras dessa prerrogativa (posição do STF).
Referências Bibliográficas
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
QUESTÕES PROPOSTAS
1 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada
Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.
Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).
Agiu corretamente o policial ao informar ao preso que ele teria o direito fundamental expresso na CF de
permanecer calado.
Certo
Errado
2 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada
Determinado delegado de polícia que está investigando um crime cometido no interior de uma empresa
estatal estadual com personalidade jurídica de direito privado e capital integralmente público, determinou a
um agente de polícia a realização de uma diligência, a qual não foi cumprida porque o agente alegou que a
ordem não tinha respaldo legal. Ao tomar ciência do descumprimento da ordem, o chefe aplicou a penalidade
de suspensão de trinta dias. Irresignado, o agente ajuizou mandado de segurança contra o ato sancionador.
O ajuizamento do mandado de segurança para anular o ato administrativo sancionador configura exercício
do controle legislativo.
Certo
Errado
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-Habeas-Data.
B-Habeas Corpus.
C-Mandado de Segurança.
D-Mandado de Injunção.
E-Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
I. partido político;
II. associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos direitos de
seus associados;
III. entidade de classe em favor dos associados independentemente da autorização destes;
IV. empresa de capital misto;
V. entidade de classe ainda que a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da categoria.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao fugir da cena
de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após o crime, ele fugiu para o
hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco minutos após ter adentrado em seu
quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo.
Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética precedente.
Caso o referido cidadão norte-americano considere ilegal a sua prisão, ele próprio, mesmo sendo estrangeiro,
poderá impetrar habeas corpus em face da autoridade coatora, sendo prescindível o patrocínio judicial por
advogado nesse caso.
Certo
Errado
Assinale a alternativa correta de acordo com o que disciplina a Constituição Federal acerca dos direitos e
garantias fundamentais.
8 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde
141
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO
representa um remédio constitucional.
A-Direito de petição.
B-Mandado de injunção.
C-Ação popular.
D-Princípio da dignidade da pessoa humana.
E-Direito à certidão.
João e Maria são integrantes de uma quadrilha que, mediante o recebimento de propina e com a participação
de agentes penitenciários, confeccionava falsos alvarás judiciais de soltura. Após a instauração de inquérito
policial, foi determinada a prisão temporária de ambos. Na ocasião, apesar da proibição de uso arbitrário de
algemas, editada por súmula vinculante do STF, a autoridade policial, ao cumprir os mandados de prisão
temporária, fez uso de algemas, sem qualquer justificativa, portanto de maneira abusiva e arbitrária.
Nessa situação hipotética, de acordo com as disposições constitucionais acerca das súmulas vinculantes, o
ato da autoridade policial poderá ser questionado junto ao Supremo Tribunal Federal mediante a proposição
de
A-reclamação.
B-recurso extraordinário.
C-ação direta de inconstitucionalidade.
D-habeas corpus.
E-mandado de segurança.
10 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia Civil
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Com base na Constituição Federal de 1998, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:
A-habeas data.
B-habeas corpus.
C-mandado de segurança.
D-ação popular.
E-reclamação.
Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:
A-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
B-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
C-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
D-Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.
Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:
A-Conceder-se-á mandado, de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
B-Nenhum brasileiro sera extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
C-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
D-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.
Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:
A-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
B-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
C-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
D-Nenhum brasileiro sera extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.
16 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil
Uma autoridade pública de determinado estado da Federação negou-se a emitir certidão com informações
necessárias à defesa de direito de determinado cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido
cidadão havia demonstrado os fins e as razões de seu pedido.
Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para impugnar a negativa estatal é o(a)
A-ação popular.
B-mandado de segurança.
C-habeas data.
D-habeas corpus.
E-mandado de injunção.
Segundo a lei do mandado de segurança (Lei Federal nº 12.016/09) e de acordo com o entendimento
sumulado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, é cabível mandado de
segurança contra:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-Conceder-se-á mandado de injunção sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
B-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, ainda que amparado por
“habeas-corpus" ou “habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou pelo abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
C-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação na
Assembleia Legislativa do Estado.
D-Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
A-O Habeas Corpus é remédio utilizado contra ameaça ou privação ilegal do direito de locomoção.
B-O Habeas Corpus só pode ser impetrado contra ato de Autoridade Pública, denominada de Coatora.
C-Só o próprio lesado ou ameaçado no seu direito de ir e vir pode impetrar Habeas Corpus em seu favor.
D-Tanto o Habeas Corpus liberatório quanto o preventivo são aplicáveis nas mesmas circunstâncias.
Respostas3
3
1: C 2: E 3: A 4: D 5: B 6: C 7: B 8: D 9: A 10: D 11: D 12: B 13: B 14: A 15: A 16: B 17: E 18: D 19: D 20: A
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
META 4
SUGESTÃO DE LEITURA
A LEITURA DOS ARTIGOS PROPORCIONA UMA MELHOR COMPREENSÃO GERAL DO ASSUNTO ESTUDADO,
VISANDO A COMPLEMENTAÇÃO DE SUA BASE DE ESTUDOS PARA TODAS AS FASES DO CONCURSO,
MESMO QUE NÃO DISPOSTOS EXPLICITAMENTE EM SEU EDITAL.
a) Fato - é todo e qualquer acontecimento, seja decorrente de condutas humanas ou simples sucessão de
eventos alheios à atuação das pessoas;
b) Fato Jurídico – Quando os fatos interferem nas relações travadas entre pessoas e, por isso, precisam de
regulamentação por meio de normas jurídicas. Podem se subdividir em:
b.1. Fatos da Natureza (fatos jurídicos strictu sensu) – ex: Nascimento e morte
b.2. Fatos de Pessoas (atos jurídicos) – Ato humano que manifesta vontade de forma a interferir no
direito.
FATO – Acontecimento
ATO – Manifestação de Vontade
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Corrente Dinamicista (José dos Santos Carvalho Filho – Teoria Majoritária): fato administrativo é
toda atividade material da administração, no exercício de função administrativa, que visa a efeitos de
ordem prática para a Administração (alteração dinâmica). O fato pode ser um evento da natureza (fato
administrativo natural) ou comportamento voluntário (fato administrativo voluntário). O fato
administrativo voluntário deriva de ato administrativo ou de conduta administrativa. Exemplos: apreensão
de mercadorias, raio que destrói bem público, desapropriação e requisição.
Em regra, os fatos administrativos representam uma consequência do ato administrativo. No
entanto, em determinados casos, o fato administrativo não guardará relação com os atos administrativo. Em
outras palavras: Nem sempre tem como fundamento atos administrativos.
Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo, sendo o ato da
administração mais amplo do que a noção de ato administrativo, uma vez que este é espécie daquele,
podendo ser divididos em:
a) Atos Políticos ou de governo – Quando há exercício da função política e podem exercê-la os membros do
Legislativo, Judiciário e do Executivo. Na prática, não são sequer considerados atos da Administração, pois
são exercidos pelo Estado no exercício de função política. O controle jurisdicional será admitido somente
quando houver prejuízo específico à esfera individual de particulares.
b) Atos Privados – São os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado, em que a Administração
atua sem prerrogativas, como se particular também fosse, sendo chamados de atos de gestão. Obs.: não
cabe mandado de segurança contra atos de gestão em razão da ausência de supremacia.
c) Atos Materiais – Também chamados de FATOS ADMINISTRATIVOS, já que não manifestam a vontade do
Estado, sendo atos de mera execução de atividade. Ex: ato de determina a demolição de um prédio => a
demolição em si é mero ato material.
Parte da doutrina (DI PIETRO) entende que os atos materiais da Administração NÃO contêm
manifestação de vontade, mas envolvem apenas a execução.
d) Atos Administrativos – Atos por meio dos quais a Administração atua por meio da função administrativa,
sob o regime de direito público e ensejando a manifestação do Estado ou de quem lhe faça as vezes. Podem
ser praticados ou não pela Administração Pública, haja vista que podem ser delegados.
• Manifestação unilateral de vontade do Estado ou de quem o represente. Ex.:
concessionária.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
• Vai criar, modificar ou extinguir direitos, tendo por objetivo satisfazer o interesse público.
• Se submete a regime jurídico público.
• É complementar e inferior à lei (tem como fundamento a legislação infra)
• Sujeito ao controle de legalidade pelo Judiciário.
3. ATOS ADMINISTRATIVOS
Hely Lopes Meirelles define ato administrativo como sendo "toda manifestação unilateral da
Administração que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar, extinguir
e declarar direitos, ou impor obrigação aos administrados ou a si própria"
São atos jurídicos decorrentes da manifestação de vontade humana que repercute na esfera dos
cidadãos, devendo ser emanado por agente público.
Inexistem, na esfera do Direito Administrativo, atuações totalmente discricionárias, haja vista a
definição legal com critérios objetivos de determinados elementos dos atos administrativos, mesmo nos
discricionários. Até mesmo os elementos do ato administrativo que podem ter feição discricionária (como
o motivo e objeto), quando devidamente regulamentados ou discriminados pela Lei, passam a ser
vinculados, perdendo o caráter discricionário.
MEMORIZANDO
Ato discricionário X Ato vinculado
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
-Licença
-Homologação
4.1 Competência
SEMANA 03/20
MEMORIZANDO
Atos administrativos que não podem ser delegados : CENORA
Competência Exclusiva
Atos Normativos
Decisão de Recursos
Administrativos
Aprofundando:
a) Por incompetência: ocorre por excesso de poder, usurpação de função ou função de fato.
Ocorre excesso de poder quando o agente atua fora ou além de sua esfera de competências,
estabelecida em lei. Trata-se de espécie do gênero abuso de poder. Assim, abuso de poder é o gênero, do
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
qual são espécies o excesso de poder (vício de competência) e o desvio de poder (vício no elemento
finalidade dos atos administrativos).
Tanto o excesso como o desvio de poder podem configurar crime de abuso de autoridade, hipótese
em que ficará sujeito à responsabilidade administrativa e à penal, podendo ainda responder civilmente,
se de seu ato resultarem danos patrimoniais e morais.
O vício de competência (excesso de poder) admite convalidação, salvo se se tratar de competência
em razão da matéria ou de competência exclusiva. Nestes dois últimos casos, o excesso de poder gera um
ato nulo.
A usurpação da função é crime (art. 328 do CP) cometido por alguém que não foi por nenhuma
forma investido no cargo, emprego ou função pública. O agente não tem nenhuma espécie de vinculo
funcional com a administração (DI PIETRO). Neste caso, a maioria da doutrina considera o ato inexistente.
Ocorre a função de fato quando a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função pública, mas
há alguma ilegalidade em sua investidura ou impedimento para a prática do ato. Em função da teoria da
aparência (para os administrados, a situação tem total aparência de legalidade, de regularidade), o ato é
considerado válido, ou pelo menos o são os efeitos dele decorrentes.
b) Por incapacidade: A Lei 9.784/99 prevê, em seu art. 18, os casos de impedimento, e no art. 20, os casos
de suspeição de autoridade ou servidor público, praticamente nos mesmos moldes do CPC. Cumpre
salientar, porém que, no Direito Administrativo, ambas as hipóteses se enquadram como atos anuláveis,
passíveis de convalidação por autoridade que não esteja na mesma situação de impedimento ou
suspeição.
4.2 Finalidade
É escopo do ato, sendo tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato.
Para a doutrina, todo ato administrativo possui DUAS FINALIDADES:
• I – Finalidade Genérica: Presente em todos os atos, é o atendimento ao interesse público;
• II –Finalidade Específica: É definida em lei e estabelece qual a finalidade de cada ato
especificamente.
OBS: Em determinadas situações, o ato é praticado no interesse público, mas com desvio da
finalidade específica, a exemplo de quando se exonera um servidor público com a intenção de puni-
lo. Assim, sendo violada a finalidade específica, mesmo que o agente esteja buscando o interesse
público, há o desvio de finalidade.
Ainda que o Administrador Público NÃO atue com a intenção de satisfazer interesses pessoais, a
prática do ato com a intenção de alcançar finalidade diversa da expressamente imposta na regra que a definiu
configura vício, por desvio de poder, SALVO nos casos de tredestinação lícita, na desapropriação.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A finalidade é SEMPRE elemento vinculado do ato quanto à finalidade específica, podendo ser
discricionário se analisada a finalidade genérica que é o interesse público (conceito jurídico indeterminado).
ABUSO DE PODER
Excesso de poder O agente público extrapola a competência que lhe foi conferida pela
lei
Desvio de poder O agente público apesar de competente, não pratica o ato de acordo
com o interesse público ou o pratica fugindo dos fins específicos
fixados pelo legislador
Tabela retirada do livro Direito Administrativo - Vol. 9 • Fernando F. Baltar Neto e Ronny C. Lopes de Torres
- Juspodivm 2020.
4.3 Forma
SEMANA 03/20
Caso a omissão da Administração Pública venha a resultar em um dano jurídico, tal omissão poderá
ensejar responsabilização patrimonial do Estado, bem como a do próprio servidor, nos casos de dolo ou culpa
(art. 37, §6° da CF/88).
As hipóteses de responsabilização não se restringem à ausência de resposta pelo exercente da função
administrativa, devendo ser também aplicáveis às situações em que a resposta surja quando já superado o
tempo razoável para aquela manifestação (direito à razoável duração do processo - inciso LXXVIII, do artigo
5º da Carta Magna).
Nas hipóteses de não haver previsão legal específica de prazo para a oferta de resposta pela
Administração, deve-se aplicar, subsidiariamente, o lapso de 30 dias previsto na Lei 9.784/99 (arts. 49 e 59,
§ 1º), responsável pela regulação do processo administrativo no âmbito federal.
Diante de provocação feita pelo particular, a inércia administrativa é ilicitude sanável por meio de
provocação do Poder Judiciário, o qual pode determinar que o agente público pratique o ato, cessando a
ilegalidade que decorria da omissão estatal, não configurando invasão no mérito administrativo, desde que
o Judiciário NÃO interfira no conteúdo da conduta a ser praticada.
De modo geral, a forma é elemento vinculado, mesmo nos atos administrativos discricionários,
SALVO se a lei estabelecer mais de uma forma possível para o ato ou for silente quanto à forma a ser
obedecida para a prática de determinado ato, quando então será discricionária.
Diferença entre FORMA e FORMALIZAÇÃO, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello:
I) FORMA é o modo pelo qual o ato administrativo revela sua existência.
II) FORMALIZAÇÃO é a aparência externa pelo qual o ato deve ser revestido.
4.4 Motivo
SEMANA 03/20
que o primeiro seria a circunstância de fato que impele a vontade do administrador, enquanto a segunda
seria a explicitação dessa circunstância fática, ou seja, a motivação exprime de modo expresso e textual
todas as circunstâncias de fato que levaram o agente à manifestação da vontade.
A nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) prestigiou a motivação dos atos
administrativos ao estabelecer que, nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com
base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Dispõe ainda que a motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis
alternativas. A adequação é a aptidão ou pertinência da ação administrativa, enquanto a necessidade está
relacionada à escolha da administração que causa a menor restrição ao direito do administrado, também
chamada de "escolha mais suave".
Maria Sylvia Di Pietro e Hely Lopes Meirelles entendem pela necessidade de motivação tanto dos
atos vinculados quanto dos discricionários. Seguindo este último entendimento, a motivação, via de regra,
é obrigatória, salvo nos casos em que basta a evidenciação pelo agente público da sua competência para que
o ato esteja completo. Ex.: exoneração ad nutum. Entretanto, caso o ato seja fundamentado, o administrador
estará vinculado a esta fundamentação.
Cumpre destacar, neste momento, a chamada "teoria dos motivos determinantes", segundo a qual
a validade do ato está vinculada à veracidade dos fatos descritos como motivadores de sua prática. Dessa
forma, o ato discricionário, uma vez motivado (tendo seus motivos explicitados), passa a se vincular aos
motivos indicados pela Administração Pública como justificadores de sua prática. Tal vinculação abrange
as circunstâncias de fato e de direito, de tal forma que se tais circunstâncias se mostrem inexistentes ou
inválidas, acarretarão a invalidade do ato administrativo.
Motivo X Motivação: Motivo NÃO é sinônimo de motivação. Motivação é a exposição dos motivos
do ato, ou seja, a fundamentação do ato administrativo. Dessa forma, enquanto o motivo é um elemento do
ato administrativo, a motivação integra a formalização do ato.
Assim, o ato sem motivação possui um vício no elemento forma. Segundo Matheus Carvalho, deve
ser feita a diferenciação entre duas hipóteses:
I- O ato administrativo foi praticado com a devida motivação, mas os motivos apresentados são falsos
ou não encontram correspondência com a justificativa legal para a prática da conduta. Nesses casos, pode-
se dizer que o ato é viciado, por ilegalidade no elemento motivo.
II- O ato é praticado em decorrência de situação fática verdadeira e prevista em lei, contudo, o
administrador público não apresentou a motivação do ato. Trata-se de ato com vício no elemento forma.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
administrativo
MÓVEL – É a real intenção do agente público quando pratica a conduta estatal.
4.5 Objeto
É aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico, em virtude
156
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
de sua prática.
Para a doutrina majoritária, objeto e conteúdo são expressões sinônimas, representando a
disposição do ato administrativo. Todavia, há quem defenda que o conteúdo seria a disposição do ato,
enquanto o objeto seria o bem ou a relação jurídica sobre a qual o ato administrativo incide.
Para que o ato administrativo seja válido, o objeto deve ser lícito, possível e determinável ou
determinado.
Segundo o entendimento doutrinário tradicional - e ainda hoje amplamente majoritário - a
finalidade é um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a finalidade a ser
perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
Vale pontuar, todavia, que parcela minoritária da doutrina sustenta que, na apreciação da finalidade
geral do ato, pode surgir, em um caso concreto, alguma possibilidade de decisão discricionária, exatamente
porque interesse público é um conceito jurídico indeterminado. Podendo possuir feição discricionária nos
atos administrativos discricionários.
Forma Vinculado
Motivo Discricionário
Objeto Discricionário
Para MOTIVO E OBJETO, por serem discricionários, não pode haver controle pelo Judiciário,
conforme maioria da doutrina, já que se refere à conveniência e oportunidade do administrador público.
Logo, o Poder Judiciário pode controlar a legalidade, mas não o mérito dos atos administrativos
discricionários.
O mérito administrativo está relacionado com a possibilidade de a Administração Pública valorar os
critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo do ato administrativo. Por essa razão, só há que se
falar em mérito administrativo diante do ato discricionário, vez que, no ato vinculado, o mérito do ato (a
valoração dos critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo) é do legislador, que determina à
Administração o que fazer e quando fazer.
Amigo concurseiro policial, a doutrina minoritária, capitaneada por Celso Antônio Bandeira de Melo,
é adotada por algumas bancas nesta temática, então, pensando em sua discursiva, veremos tal posição. Não
olvidando que o foco principal é o exposto acima (doutrina majoritária).
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Celso Antônio Bandeira de Melo, discorda da classificação adotada pela doutrina majoritária,
dispondo:
OS ELEMENTOS do ato administrativo, seriam intrínsecos ao próprio ato e cuja ausência de algum
deles implicaria a ausência do próprio ato:
a) Sujeito Competente – o ato administrativo deve ser praticado por alguém com legitimação;
b) Motivo
c) Causa – Correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do ato administrativo no exercício da finalidade
pública.
d) Finalidade ou pressuposto teleológico do ato administrativo
e) Formalização ou pressuposto formalístico – É o meio pelo qual o agente deve exteriorizar a sua vontade,
NÃO se confundindo com a forma, pressuposto de validade definida como condição formal para a expedição
do ato.
f) Requisitos procedimentais – presente em alguns atos que, para serem regularmente expedidos, devem
respeitar a existência de procedimentos anteriores.
MEMORIZANDO
Elementos do Ato Administrativo
158
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
• Motivo
• Objeto
a) Presunção de Veracidade – Prerrogativa que prevê que, até prova em contrário, o ato administrativo goza
de fé pública e os atos presumem-se verdadeiros (presunção juris tantum). Diz respeito a fatos e causa a
inversão do ônus da prova dos fatos alegados pelo particular.
b) Presunção de Legitimidade – Trata-se de presunção jurídica, de modo que, até prova em contrário,
presume-se que o ato foi editado em conformidade com a lei e o ordenamento jurídico (presunção juris
tantum). Esse atributo NÃO diz respeito a fatos, mas à adequação da conduta com a norma jurídica posta.
c) Imperatividade – Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular encerra um poder dados à
Administração de, unilateralmente, estabelecer obrigação aos particulares, desde que dentro dos limites da
Lei. Trata-se de característica presente apenas nos atos que dispõem acerca de obrigações e deveres aos
particulares, ao passo em que os atos que definem direitos e vantagens NÃO são imperativos.
A imperatividade está presente mesmo diante de atos administrativos reputados como inválidos pelo
particular, em decorrência da presunção de legitimidade da qual essa atuação se reveste.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Poder Extroverso – seria o atributo a imperatividade nos atos administrativos restritivos, em que as
determinações impostas pelo poder público devem ser cumpridas.
– NÃO incide para atos negociáveis e enunciativos.
A imperatividade é atributo presente apenas nos atos administrativos que imponham restrições de
direitos, NÃO se aplicando aos atos ampliativos de direito.
d) Exigibilidade – Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o poder público terá que
executar o ato desrespeitado, valendo-se de meios indiretos de coação. O exercício desse atributo não
dispensa o respeito ao devido processo legal, com contraditório e ampla defesa.
f) Tipicidade (Di Pietro) – Seria a exigência de que todo ato administrativo esteja previsto em lei. Em
verdade, não é prerrogativa concedida ao ente estatal, mas limitação para a prática de atos não previamente
estipulados por lei. Aqui o conceito diferencia-se do adotado em direito penal.
MEMORIZANDO
160
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Decorre do cumprimento das etapas previstas em lei, necessárias à formação do ato. Ou seja: é
aquele que completou o processo de formação. Isso ocorre, pois, todo ato administrativo é formalizado por
procedimento administrativo prévio.
O ato perfeito NÃO é retratável, mas pode ser revisado ou anulado (princípio da autotutela).
Ato imperfeito – é aquele que ainda está em formação.
Aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a Lei. A validade é a
compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na normal legal.
É segundo plano de análise dos atos administrativos, só podendo ser analisado se o ato for, ao menos,
existente (perfeito).
7.3 Eficácia
Aptidão para a produção de efeitos concedida ao ato administrativo. O ato administrativo ganha
eficácia com a publicação.
Alguns têm eficácia imediata, logo após a publicação, mas outros podem ter sido editados com
previsão de termos iniciais ou condições suspensivas, sendo atos ineficazes enquanto a situação de
pendência não for resolvida. São chamados de atos pendentes.
Atos Administrativos Pendentes: São os atos perfeitos e válidos que ainda não estão aptos a
produzir efeitos em decorrência da pendência de alguma condição ou termo.
JÁ CAIU EM PROVA:
SEMANA 03/20
II – Efeito Prodrômico (efeito preliminar): Efeito por meio do qual se impõe uma nova atuação
administrativa diante do início do ato praticado.
Alguns atos administrativos somente estarão perfeitos após a manifestação de vontade de mais
de uma autoridade pública, como os atos administrativos compostos e complexos. Logo, quando o
primeiro órgão manifesta a sua vontade, dando início à formação do ato administrativo, esta conduta tem
como efeito impróprio obrigar a manifestação de vontade do segundo órgão. O efeito prodrômico
determina a quebra da inércia administrativa quando, estando o ato em formação, a vontade que dá início
à sua perfeição é manifestada.
a) Ato perfeito, válido e eficaz – Quando o ato cumpre todas as etapas de sua formação e a conduta é
praticada dentro dos limites definidos pela lei;
b) Perfeito, válido e ineficaz – O ato cumpriu todas as etapas de formação e foi expedido em conformidade
com a Lei, mas não está apto a produzir efeitos por depender de termo ou condição, ou ainda de publicidade
= >ATOS ADMINISTRATIVOS PENDENTES
c) Perfeito, inválido e eficaz – Não corresponde às normas legais definidas para a sua prática, no entanto
produzirá efeitos até que seja declarada a irregularidade.
d) Perfeito, inválido e ineficaz – Sempre que a ilegalidade do ato for demonstrada, NÃO poderá produzir
efeitos contrários àqueles definidos na legislação que trata da sua edição.
162
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Atos Vinculados: Definidos em lei que não confere ao agente público qualquer margem de escolha.
Atos Discricionários: Não obstante regulamentados por lei, admitem uma análise de pressupostos
subjetivos pelo ente estatal. A lei confere ao Administrador uma margem de atuação, dentro dos limites
estipulados pela Legislação.
JÁ CAIU EM PROVA:
Ato Simples: Para a sua formação depende de uma única manifestação de vontade;
Ato Composto: Para a sua perfeição depende de mais de uma manifestação de vontade, sendo
compostos por uma vontade principal (ato principal) + vontade que ratifica esta (ato acessório). Composto
de dois atos, geralmente do mesmo órgão público, em mesmo patamar de igualdade. – Ato composto é
formado pela manifestação de vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade.
Ex: Atos administrativos que dependem de visto/ homologação da autoridade revisora.
Ato Complexo: Formado pela soma de vontades de órgãos públicos independentes, em mesmo
nível hierárquico, de forma que tenham a mesma força, não se podendo imaginar a dependência de uma em
relação à outra.
163
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Ato Gerais – Se referem a quantidade indeterminada de pessoas, com caráter abstrato e impessoal.
Atos Individuais - Se referem a determinados indivíduos, especificados no próprio ato. Se subdividem
em:
* Atos Múltiplos – Se referem a mais de um destinatário;
* Atos Singulares – Se destinam a um único sujeito descrito na conduta.
Atos de império – Aqueles nos quais a Administração atua com prerrogativa de Poder Público,
valendo-se da supremacia do interesse público sobre o privado;
Atos de Gestão – Executados pelo Poder Público sem as prerrogativas de Estado, atuando a
Administração em situação de igualdade com o particular;
Atos de Expediente – Praticados como forma de dar andamento à atividade administrativa, sem
164
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
configurar uma manifestação de vontade do Estado, mas a execução de condutas previamente definidas.
Atos Concretos – Praticados com a finalidade de resolver uma situação específica, exaurindo os seus
efeitos em uma única aplicação, não perdurando após a prática e a execução. Ex: Multa de trânsito, aplicação
de penalidade de demissão a servidor faltoso.
Atos abstratos – Definem regra genérica que deverá ser aplicada sempre que a situação descrita no
ato ocorrer de fato.
Atos constitutivos – Criam uma situação jurídica nova, previamente inexistente, mediante a criação
de novos direitos ou a extinção de prerrogativas anteriormente estabelecidas.
Atos declaratórios – afirmam um direito preexistente, mediante o reconhecimento de situação
jurídica previamente constituída. Ex: Certidão e atestado.
Ato modificativo – Altera situação já existente, sem que seja extinta, NÃO retirando direitos e
obrigações. Ex: alterar horário de atendimento.
Atos ampliativos – Atribuem direitos e vantagens aos seus destinatários, normalmente, concedendo
vantagens previamente requeridas pelo interessado.
Atos Restritivos – Atos que impõem obrigações ou aplica penalidades aos destinatários, sempre
dentro dos limites da lei, como uma multa de trânsito.
Obs.: Atos Ablativos/Ablatórios: são todos os atos que restringem direitos dos administrados.
Atos Internos – Produzem efeito dentro da estrutura da administração pública responsável por sua
edição, não atingindo pessoas estranhas à organização administrativa interna;
Atos Externos – Produzem efeito em relação aos administrados, estranhos à estrutura da
administração pública, dependendo de publicação em órgão oficial, podendo ser divididos em bilaterais e
unilaterais.
165
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Ato administrativo em sentido formal são aqueles que possuem a forma de ato administrativo, mas
são dotados dos atributos de abstração e generalidade, tais como as instruções normativas e regulamentos.
Ato administrativo em sentido material são aqueles voltados para uma situação determinada,
individualizada, ainda que inclua mais de uma pessoa.
São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade indeterminada de
pessoas.
Enseja a produção de normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, NÃO
podendo inovar no ordenamento jurídico.
I – Regulamento – Ato Normativo privativo do chefe do poder executivo, apresentado por um DECRETO.
Podem ser:
• Regulamentos executivos – Editados para a fiel execução da lei. Caso inove, viola o princípio da
legalidade;
• Regulamentos Autônomos – atuam substituindo a lei e inovam o OJ, determinando normas sobre
matérias não disciplinadas mediante previsão legislativa. São admissíveis apenas para as situações
previstas no art. 84, VI da CF.
II – Instruções Normativas – Atos expedidos por quaisquer autoridades públicas ou órgãos públicos com
atribuição legal para a execução de decretos e regulamentos.
III – Regimento – Ato normativo para definição de normas internas, estabelecendo as regras para o regular
funcionamento de órgãos colegiados.
IV – Deliberações – Ato normativo expedido pelos órgãos colegiados como representação de vontade da
maioria dos agentes que o representam.
V – Resolução – atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes legislativo e Judiciário, e
Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua competência específica.
As agências reguladoras possuem poder normativo que se restringe ao âmbito técnico da prestação do
serviço e expedem os atos por meio de manifestação de seu conselho diretivo.
166
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
MEMORIZANDO
Atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder hierárquico, destinados a produzir
efeitos apenas no âmbito da Administração Pública (não atingem particulares).
ATOS INTERNOS NÃO GERAM DIREITOS ADQUIRIDOS AOS SEUS DESTINATÁRIOS, PODENDO SER
REVOGADOS A QUALQUER TEMPO POR QUEM OS EXPEDIU.
I – Portaria – Ato administrativo individual que estipula ordens e determinações internas e estabelece
normas que geram direitos ou obrigações internas a indivíduos específicos.
III – Ordem de Serviço – Conduta estatal com a finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno do órgão,
escalonando entre os setores e servidores vinculados àquela entidade.
IV – Despacho – Ato administrativo por meio do qual as autoridades públicas proferem decisões acerca de
determinadas situações específicas, de sua responsabilidade funcional.
VI – Ofícios – Ato emanado para garantir a comunicação entre autoridades públicas ou entre estas e
particulares, destinadas a comunicações externas.
VII –Aviso – Ato normativo expedido pelos órgãos auxiliares diretos do Poder Executivo (Ministérios ou
Secretarias), a fim de dar conhecimento à sociedade de determinado assunto ligado à atividade fim daquele
Órgão.
167
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
MEMORIZANDO
Atos administrativos ordinatórios: PAO DOCI
Portarias
Avisos
Ordens
Despachos
Ofícios
Circulares
Instruções
I – Autorização – Ato discricionário e precário por meio do qual a Administração autoriza o uso de bem
público por um particular de forma anormal ou privativa, no interesse eminentemente do beneficiário.
Podem ser:
• Autorização de uso de bem público – Para uso anormal e privativo de determinado bem
público por um particular, quando não viola o interesse coletivo de utilização normal deste
bem. Para uso normal, não precisa de autorização.
• Autorização de Polícia – Necessário para que o particular exerça atividades fiscalizadas pelo
Estado.
Em ambas as situações, a autorização é ato discricionário e precário, podendo ser desfeito a
qualquer momento SEM direito à indenização, não gerando direito adquirido aos beneficiários.
II – Permissão – Ato unilateral, discricionário e precário e é veiculada para conceder ao particular o uso de
determinado bem público de forma anormal ou privativa. – É ato que faculta a utilização privativa de bem
168
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
público, no qual a administração autolimita o seu poder de revogar unilateralmente o ato. Há, também, a
presença de interesse da coletividade.
Complementando:
AUTORIZAÇÃO X PERMISSÃO
III – Licença – Ato de polícia através do qual o Poder Público permite a realização de determinada atividade
sujeita à fiscalização do Estado.
É ato vinculado, e caso o particular preencha os requisitos legais, adquire o direito subjetivo à concessão da
licença para o exercício de atividade profissional.
A licença é ato vinculado e NÃO pode ser revogada nem pela administração, nem pelo judiciário.
Se for licença para construção e reforma, a jurisprudência entende ser possível a sua revogação,
desde que justificada por razões de interesse público superveniente, caso em que o ente estatal deverá
indenizar o particular pelos prejuízos comprovados.
IV – Admissão – Ato unilateral e vinculado pelo qual o poder público permite que o particular usufrua de
determinado serviço público, mediante a inclusão em um estabelecimento público. Ex: admissão em
169
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
hospitais públicos.
V – Aprovação – Ato administrativo discricionário para o controle da atividade administrativa, com base na
legalidade de ato anterior, além dos critérios de oportunidade e conveniência do agente que executou a
conduta.
VI – Homologação – Ato vinculado de controle de legalidade de ato anteriormente expedido pela própria
Administração Pública, sendo possível haver o controle de mérito na atuação estatal. – É ato vinculado e
unilateral pelo qual a administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Se realiza a posteriori e
examina apenas a legalidade.
NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados. Certificam ou atestam uma
situação existente, NÃO contendo manifestação de vontade da Administração. Por isso, NÃO
produzem efeitos e NÃO podem ser revogados.
I – Atestado: Quando o Poder Público tem de comprovar, mediante verificação de determinada situação de
fato, para então proferir ato que ateste aquela ocorrência fática.
II – Certidão – É ato por meio do qual a Administração Pública certifica um determinado fato que já se
encontra previamente registrado no Órgão.
III – Apostila ou Averbação – Ato administrativo pelo qual o ente estatal acrescenta informações constantes
em registro público.
IV – Parecer – ato administrativo por meio do qual se emite opinião de órgão consultivo do Poder Público
sobre assunto de sua competência, assuntos técnicos ou de natureza jurídica.
O parecer pode ser facultativo, nas situações em que não é obrigatória a sua emissão para a prática
regular do ato administrativo, ou obrigatório, nas hipóteses em que a apresentação do ato opinativo é
indispensável à regularidade do ato, casos em que a ausência do parecer enseja a nulidade do ato por vício
de forma.
Para a doutrina majoritária, só haverá responsabilidade do emissor do parecer se ele tiver atuado
de forma dolosa ou com erro grosseiro ao emanar ato de opinião.
MEMORIZANDO
Atos administrativos enunciativos: CAPA
170
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Certidão
Apostila
Parecer
Atestado
Vejamos: Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
O Decreto nº 9.830/2019 foi mais enfático que o art. 28 da LINDB e afirmou que o agente
público somente responderá em caso de dolo ou erro grosseiro:
Art. 12. O agente público somente poderá ser responsabilizado por suas decisões
ou opiniões técnicas se agir ou se omitir com dolo, direto ou eventual, ou cometer
erro grosseiro, no desempenho de suas funções.
171
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Art. 12 (...)
§ 6º A responsabilização pela opinião técnica não se estende de forma automática
ao decisor que a adotou como fundamento de decidir e somente se configurará se
estiverem presentes elementos suficientes para o decisor aferir o dolo ou o erro
grosseiro da opinião técnica ou se houver conluio entre os agentes.
Segundo a doutrina e o voto do Min. Joaquim Barbosa no MS 24.631/DF (DJ 01/02/2008), existem
três espécies de parecer:
172
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções em face do cometimento
de infrações administrativas pelos servidores públicos ou particulares.
MEMORIZANDO
Ocorre quando o ato já cumpriu todos os efeitos nele dispostos ou pelo advento do termo final ou
prazo ou ainda mediante o esgotamento do conteúdo jurídico desta conduta.
O cumprimento dos efeitos decorre da execução material da situação apresentada no ato
administrativo, ex: término do prazo da construção, a licença para construir se extingue.
Advento do termo final ou da condição resolutiva extingue os atos sujeitos a prazo determinado ou
que dependam da ocorrência de evento futuro e incerto para que deixe de produzir efeitos, Ex: autorização
por porte de armas concedida por 01 ano que se extingue após expirado esse prazo.
Esgotamento do conteúdo jurídico é a extinção natural.
173
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
10.2 Renúncia
10.4 Retirada
Extinção de uma determinada conduta estatal, mediante a edição de ato concreto que a desfaça. É
forma de extinção precoce do ato administrativo.
Para alguns doutrinadores, é chamada de TEORIA DAS NULIDADES.
10.5 Anulação
• Direito Administrativo
• Teoria Monista: NÃO é possível reconhecer atos anuláveis. Qualquer ilegalidade é causa
de nulidade (Hely Lopes Meireles);
• Teoria Dualista: Há atos anuláveis e nulos (Oswaldo Aranha Bandeira de Melo)
• Teoria Ternária: Há atos nulos, anuláveis e irregulares (Miguel Seabra Fagundes);
• Teoria Quaternária (majoritária): Os atos podem ser inexistentes, nulos, anuláveis e
irregulares (Celso Antônio Bandeira de Melo)
174
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
- Atos sanáveis:
• Forma – salvo se exigida como condição do ato;
• Competência – salvo se competência exclusiva e em razão da matéria.
É a retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade, operando efeitos ex-tunc, ressalvados
os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.
O ato anulatório é secundário, constitutivo e vinculado (é um dever e não mera faculdade).
Em regra, a anulação produz efeitos ex tunc, exceto a anulação de atos unilaterais ampliativos e de
atos praticados por funcionário de fato, havendo, nos dois casos, boa-fé.
NÃO existe direito adquirido à manutenção de ato nulo no ordenamento jurídico, mas tão somente
a manutenção de determinados efeitos deste ato.
Os atos expedidos em desconformidade à lei podem ser divididos em 04 espécies:
• Atos inexistentes – estão fora do ordenamento jurídico em virtude da violação a princípios
básicos que norteiam a atuação das pessoas dentro de determinada sociedade.
• Atos Nulos – Decorre do desrespeito à lei em alguns de seus requisitos, ensejando a
impossibilidade de convalidação por não admitir conserto.
• Atos Anuláveis – Possuem vícios que admitem consertos, não obstante editados em
desacordo com a legislação aplicável.
• Atos Irregulares – Sofrem vício material relevante, não ensejando a nulidade, mas
responsabilizando o agente público que o praticou. Esse vício NÃO atinge a esfera jurídica
dos destinatários do ato.
STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando ilegais (autotutela). Porém, se a
invalidação desses atos repercute em interesses individuais, será necessária a instauração de procedimento
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
TEORIA DA APARÊNCIA – A nomeação de servidor sem concurso público é nula, mas os atos
praticados são válidos, em atenção ao princípio da segurança jurídica. Ademais, não há devolução dos
salários, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração Pública. Embora o ato administrativo não
produza efeitos, os direitos adquiridos por terceiros de boa-fé são resguardados, não podendo ser atingidos
pela anulação de ato que ensejava benefícios aos seus destinatários. A anulação poderá ser feita pela própria
Administração pública ou pelo Poder Judiciário.
O Poder Judiciário, além da própria Administração, também pode anular os atos administrativos
com vícios de ilegalidade, desde que o faça mediante provocação, possuindo a administração o prazo
decadencial de 05 (cinco) anos para anular atos administrativos ampliativos, salvo no caso de má-fé do
beneficiário.
Na anulação, NÃO há o efeito repristinatório.
175
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Vícios de forma e competência devem ser corrigidos, se for mais interessante ao interesse
público e causar menos prejuízo do que a sua anulação. Nesses casos, a convalidação opera efeitos ex-
tunc, retroagindo à data de edição do ato para que sejam resguardados os efeitos pretéritos desta
conduta.
Obs.: Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a convalidação pode ser realizada pelo administrado quando a
edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada. Nesse caso, o
particular pode emiti-la posteriormente, convalidando o ato.
CONFIRMAÇÃO – Se a convalidação for feita pela mesma autoridade que havia praticado o ato
originariamente.
176
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
ATENÇÃO:
Vício de competência quanto à matéria: NÃO se convalida;
Vício de competência em relação à pessoa: Se convalida, desde que não se trate de competência
exclusiva.
São convalidáveis tanto os atos administrativos vinculados quanto os discricionários.
MEMORIZANDO
FOrma
COmpetência
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Motivo
JÁ CAIU EM PROVA:
Resposta: letra D.
Súmula 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial (letras A e B).
O ato com desvio de finalidade não admite convalidação (letra C). A revogação dos atos
administrativos referem-se aos elementos motivo e objeto, não se admitindo no que tange à
finalidade, conforme a doutrina majoritária (letra E).
178
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Lei 9.784/99 Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão
ser convalidados pela própria Administração. A doutrina considera que havendo a possibilidade
de convalidação o ato não deve ser anulado nem invalidado(letra A e B). A questão não trata de
desvio de finalidade ou abuso de poder, sendo cabível a convalidação (letra E).
10.6 Revogação
Impende salientar que quando o Próprio Poder Judiciário age como Administração Pública, gerindo
seus servidores, administrando seu patrimônio, haverá o exame do mérito administrativo normalmente. Aqui
o Poder Judiciário não está analisando o mérito administrativo de atos praticados por outros órgãos e
poderes, mas sim dos seus próprios atos como Administração Pública.
O ato revocatório é secundário, constitutivo e discricionário (revogação é poder e não dever).
NÃO há previsão de limite temporal para a revogação dos atos administrativos.
Tanto na anulação quanto na revogação NÃO há o efeito repristinatório.
Dever de indenizar: a doutrina admite a possibilidade de indenização aos particulares prejudicados
pela revogação, desde que tenha ocorrido a extinção antes do prazo fixado para permanência da vantagem.
NÃO SE ADMITE REVOGAÇÃO:
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
10.7 Cassação
Ocorre quando o beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos de quando teve o ato deferido.
É hipótese de ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário.
10.8 Caducidade
Trata-se da extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a manutenção do ato
inicialmente válido. Trata-se de ilegalidade superveniente decorrente de alteração legislativa.
Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são
contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. É espécie de revogação praticada por autoridade
distinta da que expediu o ato inicial. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário extinto com a exoneração.
SEMANA 03/20
veniência e oportunidade).
A licença é um ato vinculado que não pode ser revogado nem pela Administração Pública e nem
pelo Poder
Judiciário (letra A).
Conforme visto, os atos enunciativos não produzem efeitos e não podem ser revogados(B).
Deliberação é o ato normativo expedido pelos órgãos colegiados como representação de
vontade da
maioria dos agentes que o representam, não correspondendo ao enunciado(letra C). Fato
administrativos
são atos materiais, relacionados a mera execução, não tratando sobre manifestação de vontade.
A estabilização é instituto criado para garantir a preservação da boa-fé e segurança jurídica. Nesse
sentido, nenhum princípio poderá ser considerado de forma absoluta, inclusive a legalidade, que deve
admitir ponderação para a garantia dos demais princípios.
Em determinadas situações, a retirada do ato com efeito retroativos, ante a uma ilegalidade, enseja
prejuízos aos cidadãos de boa-fé, razão pela qual em algumas situações devem ser mantidos os efeitos
produzidos pelo ato ou, ainda, o próprio ato deve ser mantido no ordenamento jurídico em que pese a sua
ilegalidade.
No instituto da estabilização dos efeitos, não há convalidação do ato administrativo, não havendo
conserto dos seus vícios. O ato continua com os vícios que levariam à sua invalidação, mas por questão de
segurança jurídica e boa-fé, ele permanece aplicável no ordenamento jurídico e seus efeitos se estabilizam.
O que ocorre com a estabilização é que tais efeitos passam a ser vistos como se decorrentes de ato
legal fossem. Ex: TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO (São válidos os efeitos dos atos praticados por agentes
públicos regularmente investidos, por se revestirem de aparência de legalidade) e a MODULAÇÃO DOS
EFEITOS EM ADI.
181
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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- Na estabilização é preciso que a retirada do ato comprometa outros princípios de ordem jurídica,
causando prejuízos sérios que justifiquem a manutenção da situação.
No que concerne à teoria do "fato consumado", esta seria a convalidação de uma ilegalidade pela
consolidação da situação de fato. O STJ e O STF (em regra) rejeitam sua aplicação, quando decorrente de
provimentos judiciais provisórios (Agr. RMS 23.544). Todavia, essa teoria vem sendo acolhida em situações
excepcionais, como, por exemplo, no caso de uma liminar que autoriza a transferência de estudante de uma
universidade privada para uma pública, cujo julgamento do mérito, pela ilegalidade de tal transferência, só
venha a ocorrer após a conclusão do curso. (Ag-RE 429.906-SC).
Com base na teria do fato consumado, a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça deu provimento
ao recurso de um policial rodoviário federal que tomou posse em 1999, amparado em decisão liminar, e
reconheceu que ele tem direito a permanecer no cargo, em decorrência do excessivo decurso temporal entre
a concessão da liminar e os dias atuais, tendo em vista que a reversão desse quadro traria danos irreparáveis
ao servidor.
SÚMULAS DO STF RELACIONADAS AO TEMA:
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios
atos.
Súmula 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Súmula 683. "0 limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
em face do art. 7°, XXX, da constituição, quando possa ser justificado pela natureza
das atribuições do cargo a ser preenchido".
Súmula 684. É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a
concurso público.
Referências Bibliográficas
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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QUESTÕES PROPOSTAS
A-não merece prosperar, porque ação civil pública não é a medida judicial adequada para o caso, sob pena
de violação ao princípio da separação dos poderes;
B-não merece prosperar, porque o Ministério Público não ostenta legitimidade para ajuizar ação civil pública
em favor de adolescentes infratores, e sim apresentar representação em face deles;
C-não merece prosperar, porque o delegado agiu nos limites de sua discricionariedade administrativa,
observados seus critérios de conveniência e oportunidade, e o Poder Judiciário não pode se imiscuir no
mérito administrativo;
D-merece prosperar, pois, via de regra, o Poder Judiciário, quando provocado em tema de políticas públicas,
deve analisar a legalidade e o mérito administrativo de atos administrativos;
E-merece prosperar, pois o ato do delegado praticado com suporte no poder discricionário é contrário ao
ordenamento jurídico, razão pela qual é legítima a intervenção do Poder Judiciário.
184
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade excesso de
poder, pois agiu com o intuito de perseguir seu subordinado;
B-deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade desvio de poder,
por vício no elemento finalidade do ato administrativo;
C-deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade excesso de
poder, por vício no elemento motivo do ato administrativo;
D-não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, que agiu nos limites de seu poder discricionário,
na qualidade de chefe imediato de João;
E-não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, pois os elementos do ato administrativo não
estão viciados, de maneira que, apesar de imoral, a conduta não é ilegal.
A-imperatividade, que é um meio de execução direta do ato administrativo, mediante imprescindível e prévio
controle jurisdicional, admitido o contraditório diferido pelo particular interessado;
B-exigibilidade, que é um meio legítimo de coerção direta do ato administrativo, assegurado o posterior
controle jurisdicional e admitido o contraditório imediato pelo particular interessado;
C-tipicidade, que é um meio de coerção indireta do ato administrativo que prescinde de prévio controle
jurisdicional, admitido o contraditório imediato pelo particular interessado;
D-autoexecutoriedade, que é um meio de execução direta do ato administrativo que prescinde de prévio
controle jurisdicional, admitido o contraditório diferido pelo particular interessado;
E-presunção de legitimidade, que é um meio legítimo de execução direta do ato administrativo, desde que
assegurado o contraditório imediato pelo particular interessado.
4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada
Acerca dos atos administrativos, julgue o item seguinte.
185
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A presunção de que os atos administrativos são editados em conformidade com o ordenamento jurídico é
relativa, pois admite prova em contrário por parte do interessado.
Certo
Errado
5 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada
Acerca dos atos administrativos, julgue o item seguinte.
São classificados simples os atos administrativos editados a partir da vontade de um único órgão público,
seja ele singular, seja colegiado.
Certo
Errado
A-licenças e homologações.
B-atos enunciativos.
C-deliberações e provimentos.
D-atos revogáveis.
E-fatos administrativos.
A-A Administração deve anular seus próprios atos, quando presente vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
B-O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários prescreve em cinco anos, contados da data em que foram praticados, independentemente de
boa-fé.
C-Sempre que o servidor público já houver preenchido todos os requisitos legais para o gozo do direito
adquirido, não poderá mais a Administração Pública revogar o respectivo ato de concessão.
186
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
D-Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.
E-Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
A-como a nomeação estava pendente há mais de trinta dias, o delegado Madeira deve assinar o ato de
nomeação e submetê-lo ao Diretor de Gestão Interna da Polícia Civil.
B-considerando que a assinatura estava pendente há mais de trinta dias, o delegado Madeira deve solicitar
a revogação do ato de nomeação para, ato contínuo, assiná-la.
C-o delegado Madeira deve assinar o ato de nomeação, já que se trata de ato ainda vinculado à sua
competência legal.
D-além de ser competente para assinar o ato de nomeação, o delegado Madeira pode realocar o cargo
comissionado na DPM.
E-o delegado Madeira está proibido de assinar o ato de nomeação, sob pena de viciar tal ato administrativo.
10 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA Provas: INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil
Considerando a temática Direito Administrativo, assinale a alternativa INCORRETA.
A-O desvio de poder ocorre quando o agente atua nos limites da competência legalmente definida, mas
visando alcançar outra finalidade que não aquela prevista em lei.
187
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-Objetividade.
B-Tipicidade.
C-Motivação.
D-Validade.
E-Eficácia.
A-Competência.
B-Finalidade.
C-Objeto.
D-Forma.
E-Motivo.
14 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
188
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Os atos administrativos, quanto ao grau de liberdade da Administração Pública para decidir, podem ser
A-internos ou externos.
B-individuais ou gerais.
C-vinculados ou discricionários.
D-concretos ou abstratos.
E-simples ou complexos.
A-deverá ser anulado pela própria Administração Pública, no prazo de até 5 (cinco) anos contados da data da
publicação do ato.
B-deverá ser invalidado pelo Poder Judiciário, mediante processo em que se assegure ampla defesa e
contraditório, observado o prazo prescricional de 5 (cinco) anos.
C-poderá ser convalidado pela Administração Pública.
D-poderá ser impugnado pelo Ministério Público por meio de Ação Civil Pública por desvio de finalidade.
E-poderá ser objeto de Ação Popular, ajuizada por qualquer cidadão, por abuso de poder e usurpação de
competência.
A-no exercício de sua função, poderá, motivadamente, renunciar ao uso de poderes outorgados por lei.
B-é imune a controle externo porque sua intensidade decorre de competência discricionária.
C-ato praticado com excesso de poder não pode ser convalidado porque o vício é, no caso, insanável.
D-o desvio de finalidade constitui uma forma de abuso de poder.
E-a prática de ato por autoridade incompetente caracteriza abuso de poder e desvio de finalidade,
acarretando nulidade absoluta do ato administrativo.
A-anular, de ofício, atos administrativos por ela praticados, segundo critérios de conveniência e
oportunidade.
189
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
B-revogar, de ofício ou mediante provocação, atos administrativos por ela praticados, segundo critérios de
legalidade e constitucionalidade.
C-anular, de ofício, apenas os atos vinculados.
D-revogar, de ofício ou mediante provocação, apenas os atos vinculados.
E-rever, de ofício ou mediante provocação, os atos administrativos por ela praticados.
19 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial
Federal
Pedro, após ter sido investido em cargo público de determinado órgão sem a necessária aprovação em
concurso público, praticou inúmeros atos administrativos internos e externos.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que segue.
Atos administrativos externos praticados por Pedro em atendimento a terceiros de boa-fé têm validade,
devendo ser convalidados para evitar prejuízos.
Certo
Errado
20 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal
Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança no
órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu
parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Sob o fundamento da ilegalidade, a administração pública deverá revogar o ato de nomeação, com a garantia
de que sejam observados os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.
190
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Certo
Errado
Respostas4
4
1: E 2: B 3: D 4: C 5: C 6: D 7: B 8: E 9: E 10: D 11: D 12: E 13: E 14: C 15: C 16: D 17: E 18: C 19: C 20: E
191
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
META 5
PORTUGUÊS: TEMA 03
TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição,
conjunção e interjeição, emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.
1. CLASSES DE PALAVRAS
A classificação (ou classe) das palavras é um método de divisão dos vocábulos, trazendo
à tona o papel que assumem em uma frase. São dez as classes de palavras: substantivo, adjetivo,
numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
A principal diferença entre essas classes é a forma como se flexionam (ou seja, mudam)
com o intuito de se adequarem ao contexto pretendido.
1.1 Substantivo
São as palavras com a função de nomear algo (“coisas”). Podem ser precedidas de artigo ou não. É a
palavra variável que nomeia qualidades, sentimentos, sensações, ação, seres, estados, coisas reais e
imaginais. Suas classificações são: primitivo, derivado, concreto, abstrato, simples, composto, comum, próprio
e coletivo.
Definição: substantivo é uma palavra virável que tem a função de nomear uma qualidade, um sentimento,
uma sensação, uma ação, estados, lugares e seres em geral. Nomeia coisas reais e imagináveis.
Aqui, a palavra “ser” precisa ser entendida não só como aquilo que possui uma
existência concreta (pedra, homem, carro, lua), mas também como aquilo que
possui uma existência imaginária (Saci, fada, Minotauro), abstrata (fé, alegria,
tristeza), ou mesmo de comprovação discutível (anjo, alma, inferno).
Ainda segundo o autor, para os substantivos é preciso observar duas características fundamentais.
1. O substantivo é uma classe de palavras que geralmente vem acompanhada de outras palavras, as
quais a determinam. Daí dizemos que um substantivo frequentemente se encontra acompanhado
192
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
2. O substantivo é a classe morfológica que “privativamente” exerce as funções sintáticas de: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, aposto e vocativo. Logo,
palavras que exercem tais funções são substantivos ou substantivadas.
DICA!
Os substantivos sofrem flexão de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
Podem ser classificados nas categorias listadas abaixo, sendo as mais comuns: substantivos
concretos, abstratos, próprios, comuns, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.
a) Substantivo Comum
b) Substantivo Próprio
Ao contrário do substantivo comum, designa um ser específico, determinado. Sempre deve ser
escrito com letra maiúscula. São substantivos próprios os nomes de cidades, países, ruas, pessoas, estados,
enfim.
c) Substantivo Concreto
Designa seres que existem no mundo real ou na imaginação, mas que são de conhecimento coletivo,
já que é palpável, conhecido.
Exemplos: mesa, livro, lápis, anjo, fada, vento, colher, bruxa, noite, alma, espírito, etc.
193
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
d) Substantivo Abstrato
Diferente dos substantivos concretos, o substantivo abstrato designa ações verbais, sensações,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Assim, representa conceitos que não têm a forma
concreta.
e) Substantivo Primitivo
São aquele que dão origem a outras palavras. Seus radicais são provenientes das línguas-mães e não
apresentam afixos. Por isso, podem dar origem a outros termos, chamados de derivados.
Exemplos: pedra, vidro, laranja, café, bom, chave, porta, rosa, flor, dente, gato, fogo, leite, livro, etc.
f) Substantivo Derivado
LIVRO – LIVRARIA
CHAVE – CHAVEIRO
FLOR – FLORICULTURA
ROSA – ROSEIRA
PORTA – PORTEIRO
CAFÉ – CAFEZAL
BOM – BONDADE
LEITE – LEITEIRO
FORMIGA – FORMIGUEIRO
SONHO – SONHADOR
g) Substantivo Simples
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
h) Substantivo Composto
Se caracteriza por ser formado por mais de uma palavra (junção de palavras) ou radical.
e) Substantivo Coletivo
Alguns exemplos:
ALCATEIA – LOBOS
ARQUIPÉLAGO – ILHAS
CÁFILA – CAMELOS
CARDUME – PEIXES
CONSTELAÇÃO – ESTRELAS
CORO – VOZES
DISCOTECA – DISCOS
ELENCO - ARTISTAS
ENXAME – ABELHAS
EXÉRCITO – SOLDADOS
FAUNA – ANIMAIS
FLORA – PLANTAS
JÚRI – JURADOS
PINACOTECA – QUADROS
f) Substantivo Biforme
São aqueles que possuem flexão de gênero, ou seja, possuem duas formas distintas: uma para o
feminino e outra para o masculino. O radical da palavra não é modificado.
195
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
• MENINO – MENINA
• ALUNO – ALUNA
g) Substantivo Heterônimo
Apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino. Os radicais, nesse caso, são
diferentes.
• HOMEM – MULHER
• BOI – VACA
1.2 Adjetivo
a) ADJETIVOS PRIMITIVOS: constituídos por um radical que não possui acréscimo de afixos (sufixo e/ou
prefixo) derivacionais. Exemplos: belo, feio, bonito, etc.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
c) ADJETIVOS PÁTRIOS: se referem a continentes, países, regiões, continentes, estados, povos, raças
etc. São também conhecidos como adjetivos gentílicos. Exemplos: Pernambuco – pernambucano;
Congo – congolês.
d) ADJETIVOS SIMPLES: são aqueles que apresentam um único radical. Exemplos: bonito, baiano,
fluminense.
e) ADJETIVOS COMPOSTOS: são aqueles formados por mais de um radical. Exemplos: castanho-claro;
surdo-mudo; luso-brasileira, etc.
• Adjetivos Uniformes – há uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplos: garota
inteligente; menino feliz.
• Adjetivos Biformes - a forma, nesses casos, varia conforme o gênero (masculino e feminino).
Exemplos: mulher bonita; rainha esperta.
Seguindo o exemplo da formação dos substantivos, os adjetivos podem estar no singular ou no plural,
concordando com o número do substantivo respectivo. Exemplos: professoras nordestinas; estudantes
alegres.
ATENÇÃO!
- Todos os adjetivos são flexionados em número;
- Concordam com o número do substantivo que determinam;
- Seguem os mesmos padrões de formação de número dos substantivos.
a) Grau comparativo
197
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
b) Grau superlativo
• Analítico – O livro é muito interessante. A flor é muito linda. Esta casa é muito barata.
A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. São duas
palavras que se juntam para indicar uma características, mas não são adjetivos. É possível substituir a
locução adjetiva por um adjetivo sinônimo.
Exemplos:
Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os.
198
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
- O pronome adjetivo este está determinando o substantivo comum livro, ao qual se refere.
1.3 Numeral
Numeral é a classe gramatical de palavra variável (flexionadas em número e gênero) que tem a
função de atribuir quantidades aos seres, lugares, objetos, etc. Assim, expressam uma quantidade exata de
serem ou a posição que ocupam em uma sequência ou série.
a) CARDINAIS: os numerais cardinais são a forma básica dos números que indicam uma quantidade.
Ex.: um, dois, três, quatro, cinco, seis...
Assim, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de seres, coisas ou objetos. Alguns
numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Também variam em gênero (masculino-feminino) e número
(singular e plural), como: segundo-segunda.
d) COLETIVOS: são os numerais que fazem referência a um conjunto de termos. Ex.: dezena, dúzia,
centena, semestre...
ATENÇÃO!
Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural).
199
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo. A depender do caso, então, podem ser:
1.4 Artigo
É a classe das palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-
os. O artigo substantiva qualquer classe gramatical e atribui ao substantivo especificação de gênero e/ou
número. Em alguns casos, apenas cumprem expressar se a palavra é feminina ou masculina.
Quanto aos artigos, são classificados em definidos ou indefinidos. Podem ser contraídos com
algumas preposições.
Os artigos devem concordar em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o
substantivo. Como acontece em:
• A dança – As danças;
• O menino – Os meninos.
ao/aos (a + o/os); à/às (a + a/as); do/dos (de + o/os); na/nas (em + a/as); no/nos (em + o/os); num/nuns
(em + um/uns); numa/numas (em + um/uns); dum/duns (de + um/uns); duma/dumas (de + uma/umas)
200
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
• ARTIGOS DEFINIDOS: O, A, OS AS
São variáveis em gênero e número. Possuem a função de acompanhar um ser específico de modo
objetivo. Determinam o substantivo comum ao isolar o mesmo dos demais.
o MASCULINO – O, OS (PLURAL)
o FEMININO – A, AS (PLURAL)
ATENÇÃO!
- O artigo definido não pode ser utilizado em vocativos, exclamações e datas;
- Não é utilizado antes de pronomes de tratamento (Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Excelência, Vossa
Senhora, etc);
- É utilizado antes de nomes próprios de países, rios, oceanos e montanhas. Ex. A Inglaterra; O Tigre (rio); O Everest.
Determinam a palavra que acompanham (pessoa, objeto ou lugar) de maneira vaga, indeterminada.
Sobre o artigo indefinido “UM”, possui o poder de dar sentido de ÊNFASE. Sendo assim, reforça alguma ideia
exposta na frase. Por exemplo:
Já quando aparece antes de numeral, o artigo indefinido pode traz a ideia de aproximação.
201
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
o num/nuns (em + um/uns) Ex.: Semana que vem estarei num evento.
ATENÇÃO!
Os artigos definidos conseguem transformar qualquer tipo de palavra em substantivo e, para isso, não importa
a sua classe gramatical. Os artigos concordam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural)
com o substantivo.
1.5 Pronome
O pronome é a palavra que substitui o nome ou o grupo nominal, evitando sua repetição. Assim, é a
classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo.
a) PESSOAL
1º pessoa: o ser que se manifesta (fala) no processo comunicativo; pode ser o enunciador, o locutor ou
o emissor.
2º pessoa: o ser que recebe a mensagem e decodifica-a; sendo o receptor ou o interlocutor.
3º pessoa: o ser sobre o qual se fala no processo comunicativo.
Os pronome ainda se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e em pronomes oblíquos átonos e
tônicos.
⇒ CASO RETO: pronomes pessoais que sempre exercem função de sujeito da oração (nunca exercem função
de complemento).
1º pessoa do singular: EU
2º pessoa do singular: TU
3º pessoa do singular: ELE/ELA
1º pessoa do plural: NÓS
2º pessoa do plural: VÓS
3º pessoa do plural: ELES/ELAS
202
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
⇒ OBLÍQUOS ÁTONOS: exercem função de complemento. São diferentes dos tônicos. Não se prendem ao
verbo pela colocação pronominal (próclise, mesóclise e ênclise).
1º pessoa do singular: ME
2º pessoa do singular: TE
3º pessoa do singular: SE/O/A/LHE
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SE/OS/AS/LHES
⇒ OBLÍQUOS TÔNICOS: são utilizados como complementos, mas não podem ser confundidos com sujeito.
Singular Plural
203
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
V. Emas., V.
V. Ema., V. Em.a
Vossa(s) Eminência(s) Em.as ou V. Cardeais.
ou V. Em.a
Em.as
Vossa Excelentíssima
V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas Bispos e arcebispos.
Reverendíssima
V. Mag.a. ou V. V. Mag.as ou V.
Vossa(s) Magnificência(s) Reitores de universidades.
Mag.a Mag.as
V. Revma., V. V. Revma., V.
Vossa(s) Sacerdotes e outras autoridades
Rev.ma ou V. Rev.mas ou
Reverendíssima(s) religiosas do mesmo nível.
Rev.ma Rev.mas
Seguem os títulos ou qualidades das pessoas, como idade, cargo ocupado, profissão, gênero, etc.
Podem ser sintetizados em:
b) POSSESSIVO
Indicam posse em relação às pessoas do discurso. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.
204
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
c) DEMONSTRATIVO
Apontam a relação de distância (de lugar ou de tempo) entre o nome ao qual se referem e as pessoas do
discurso. Indicam, assim, a posição daquilo a que se referem.
• ESTE, ESTA
o Tempo: presente;
o Espaço: perto do falante;
o Texto: anuncia o que ainda será mencionado.
Exemplos:
Este livro (aqui);
Esta mesa (aqui);
Estes livros (aqui);
Estas mesas (aqui).
• ESSE, ESSA
Exemplos:
205
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
• AQUELE, AQUELA
Exemplos:
Aquele livro (ali, lá)
Aquela mesa (ali, lá)
Aqueles livros (ali, lá)
Aquelas mesas (ali, lá)
d) INDEFINIDO
PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
tanto, quanto, qualquer. quem, cada, algo.
Exemplos:
- Ninguém apareceu ontem.
- Todos estão aguardando o resultado.
- Algumas alunas passaram no concurso.
e) INTERROGATIVO
206
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Exemplos:
- Quanto custa a entrada?
- Quais livros você irá comprar?
- Quem estava com ela no show?
f) RELATIVO
O pronome relativo substitui um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.
Assim, substitui um nome já mencionado (antecedente) com o qual se relaciona.
Exemplo: Nós conhecemos o professor. O professor foi promovido. Nós conhecemos o professor que foi
promovido.
O que, no exemplo exposto, está substituindo o termo professor (relacionando a segunda oração com a
primeira).
PRONOMES RELATIVOS
Invariáveis Variáveis
como
207
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
onde
4. COMO
5. ONDE
1.6 Verbo
É o nome dado à classe gramatical que designa uma AÇÃO. São categorias de flexão dos verbos:
NÚMERO, PESSOA, MODO E TEMPO.
Os verbos podem indicar ação, estado, fenômeno da natureza, ocorrência e desejo. A estrutura de
composição dos verbos aparece da seguinte forma:
208
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
1. RADICAL: sua base, contendo o sentido que o verbo carrega. Para identificar essa parte, é
necessário retirar as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo. Cantar, escrever, dividir.
2. VOGAL TEMÁTICA: é a vogal que se junta ao radical. Tem como função indicar a qual conjugação
o verbo pertence. Assim, se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos
verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A, E e I. Falar, comer, partir, começa, aprende.
3. DESINÊNCIAS VERBAIS: morfemas que, com os verbos, indicam sua flexão em número (singular
e plural), em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa gramatical), em modo (indicativo, subjuntivo e
imperativo) e tempo (passado, presente e futuro). Podem ser de dois tipos:
O verbo é a classe gramatical com mais flexões, sendo elas: número, pessoa, modo e tempo.
b) Pessoa: o verbo varia em primeira, segunda e terceira pessoa do discurso; assim, indica o emissor, o
receptor e o referente.
SINGULAR
1ª pessoa – Eu como.
209
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
2ª pessoa – Tu comes.
3ª pessoa – Ele(a) come.
PLURAL
1ª pessoa – Nós comemos.
2ª pessoa – Vós comeis.
3ª pessoa – Eles(as) comem.
b) Irregulares: o radical e/ou as desinências se alteram; logo, não seguem o paradigma da conjugação.
c) Anômalos: possuem mais de um radical diferente. É o caso dos verbos ser e ir (somente eles).
1.7 Advérbio
Os advérbios podem expressar ideias tempo, intensidade, lugar, modo, afirmação, negação ou
dúvida. Assim, a função do advérbio é a de modificar o verbo, adjetivo ou até mesmo outro advérbio. Pode,
nessa lógica, modificar o seu sentido. Suas palavras são invariáveis e, sendo assim, não podem ser flexionadas
em gênero (masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau (aumentativo/ diminutivo).
Os advérbios aparecem no início, meio ou no fim das orações como adjunto adverbial.
ATENÇÃO!
Há exceção apenas em relação aos advérbios de intensidade, que são modificados quanto ao grau.
a) ADVÉRBIO DE LUGAR
210
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo;
aonde; longe; debaixo; algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), etc.
b) ADVÉRBIO DE TEMPO
Hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; atualmente;
antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; de tempos em tempos; etc.
c) ADVÉRBIO DE MODO
Bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; sobretudo; quase; assim; ao léu; às claras; às
pressas; à toa; à vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse modo; etc.
d) ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
Muito; pouco; mais; menos; demais; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; tudo; nada; todo; bastante;
quase; etc.
211
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
e) ADVÉRBIO DE DÚVIDA
Acaso; porventura; possivelmente; eventualmente; provavelmente; quiçá; talvez, por certo, quem sabe; etc.
f) ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO
Sim; certo; certamente; realmente; decerto; efetivamente; decididamente; efetivamente; realmente; sem
dúvida; etc.
g) ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO
Não; nem; nunca; jamais; de jeito nenhum; de maneira alguma; de modo algum; tampouco.
CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS
CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS
212
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Advérbios de
Sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.
afirmação
Advérbios de Assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase,
intensidade tanto, tão, etc.
Abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte,
Advérbios de lugar
dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.
Assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior; e quase todos
Advérbios de modo
terminados em -mente: fielmente, levemente, etc.
Advérbios de
Não, tampouco (=também não)
negação
Agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já,
Advérbios de tempo
jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.
Ocorre quando duas ou mais palavras atuam como advérbio, transformando o sentido do verbo,
adjetivo ou advérbio.
Alguns exemplos:
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE TEMPO: em breve, logo mais, à tarde, à noite, pela manhã, por vezes, de
tempos em tempos etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE LUGAR: em cima, por perto, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro,
para fora etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE AFIRMAÇÃO: por certo, sem dúvida, com certeza, na verdade, de fato etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE NEGAÇÃO: de forma alguma, de modo algum, de maneira nenhuma etc.
213
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
ATENÇÃO! As locuções adverbiais são formadas por duas ou mais palavras. Assim, “de novo”, “de repente”
e “com certeza” são escritas separadamente.
1.8 Preposição
São palavras variáveis que conectam dois ou mais termos da oração. Nessa ligação, um termo fica
subordinado ao outro. A palavra que precisa da utilização da preposição é chamada de antecedente ou
regente; a palavra introduzida é consequente ou regida. As preposições são: preposições essenciais,
preposições acidentais e locuções prepositivas.
A, em, de, até, com, após, ante, contra, desde, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre, trás.
b) Preposições acidentais apresentam uma conjunção com função de preposição ou quando duas ou
mais palavras funcionam como preposição.
Mas, afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo,
senão, tirante, visto, etc.
c) Locuções prepositivas: duas duas ou mais palavras sendo a última com o valor de uma preposição.
Abaixo de, acima de, a fim de, acerca de, além de, ao invés de antes de, ao lado de, a par de, apesar de,
atrás de, a respeito de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, dentro de, depois de, diante
de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças a, perto de, por causa de, por entre, etc.
1.9 Conjunção
214
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
É a palavra responsável por ligar dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. As
conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas,
consecutivas, temporais, finais e proporcionais).
ALTERNATIVAS já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não queria ir ou fingia não querer.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Estudo todos os dias, logo sou
CONCLUSIVAS
conseguinte, por isso, portanto... muito regrada.
215
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, Embora ficasse nervosa,
CONCESSIVAS
bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que. sempre parecia serena.
Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, Se tivesse aqui, não a
CONDICIONAIS
dado que, desde que, a menos que, a não ser que. reconheceria.
Conforme o jornal
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo,
CONFORMATIVAS informou, amanhã será
consoante.
um dia chuvoso.
Quando, antes que, depois que, até que, logo que, Terminou o noivado assim
TEMPORAIS sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, que soube do
cada vez que, apenas, mal, que (desde que). acontecimento.
Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De Ela é tão chata que eu não
CONSECUTIVAS
maneira que a tolero.
c) LOCUÇÃO CONJUNTIVA: quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. A maior
parte das locuções conjuntivas terminam em que.
216
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: visto que; dado que; posto que; sem que; até que; antes que; já
que; desde que; ainda que; por mais que; à medida que; à proporção que; logo que; a fim de que; se bem
que; contanto que.
DICA! Da mesma forma que as conjunções, as locuções conjuntivas também são classificadas em
coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) e subordinativas (adverbiais:
causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais,
temporais).
bem como;
como também;
não só... mas também;
Aditivas não só... como também;
(transmitem uma ideia de adição) não só... mas ainda;
não somente… mas também;
não somente… como também;
não somente… mas ainda.
no entanto;
não obstante;
Adversativas
ainda assim;
(transmitem uma ideia de oposição)
apesar disso;
mesmo assim.
ou...ou;
já…já;
Alternativas
ora...ora;
(transmitem uma ideia de alternância)
quer...quer;
seja...seja.
por isso;
Conclusivas
por conseguinte;
(transmitem uma ideia de conclusão)
por consequência;
217
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
de modo que;
desse modo.
já que;
visto que;
dado que;
Explicativas uma vez que;
(transmitem uma ideia de explicação) isto é;
ou seja;
na verdade;
a saber.
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
visto que;
uma vez que
Adverbiais causais
já que;
(apresentam a causa do acontecimento principal)
pois que;
desde que.
assim como;
Adverbiais comparativas
tanto como.
(apresentam uma comparação com o acontecimento principal)
ainda que;
Adverbiais concessivas mesmo que;
(apresentam uma ideia de contraste e contradição do se bem que;
acontecimento principal) posto que;
apesar de que.
218
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
salvo se;
desde que;
Adverbiais condicionais
dado que;
(apresentam uma condição para a realização ou não do
exceto se;
acontecimento principal)
contando que;
uma vez que.
tanto que;
tão que;
tal que;
tamanho que;
Adverbiais consecutivas
de forma que;
(apresentam a consequência do acontecimento principal)
de modo que;
de sorte que;
de tal forma que;
de tal maneira que.
a fim de que;
Adverbiais finais
para que.
(apresentam o fim ou finalidade do acontecimento principal)
à proporção que;
Adverbiais proporcionais
à medida que;
(apresentam uma ideia de proporcionalidade com o
ao passo que.
acontecimento principal)
219
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
assim que;
tanto que;
antes que;
primeiro que;
depois que;
até que.
A diferença entre conjunção e locução conjuntiva aparece na sua formação. Palavra simples: conjunção; o
conjunto de duas ou três palavras: locução.
1.10 Interjeição
Serve para exprimir, de modo enérgico, um sentimento, uma emoção, uma ordem, etc. Demonstra
espanto, dor, animação, alívio, advertência, desejo, alegria, silêncio, impaciência, aplauso, etc.
É uma palavra invariável que possui como função transmitir emoções. O valor de cada interjeição irá
depender conforme o contexto e a atitude do falante.
INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Ah!, Oba!, Viva!, Opa!, Eta!, Eita!, Eh!,…
ALEGRIA
INTERJEIÇÕES DE
Vamos!, Força!, Coragem!, Ânimo!, Adiante!, Avante!, Eia!, Força!,…
ESTÍMULO
INTERJEIÇÕES DE
Apoiado!, Boa!, Bravo!, Parabéns!, Ótimo!, Isso!,…
APROVAÇÃO
INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Tomara!,...
DESEJO
220
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
INTERJEIÇÕES DE
Ai!, Ui!, Ah!, Oh!,…
DOR
INTERJEIÇÕES DE
Nossa!, Cruz!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Oh!, Puxa!, Quê!, Ué!,...
SURPRESA
INTERJEIÇÕES DE
Diabo!, Puxa!, Pô!, Raios!, Ora!,...
IMPACIÊNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Psiu!, Silêncio!, Shh!, Basta!, Chega!,…
SILÊNCIO
INTERJEIÇÕES DE
Uf!, Ufa! Ah!, Puxa!,…
ALÍVIO
INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!, Jesus!, Ai!,…
MEDO
INTERJEIÇÕES DE
Cuidado!, Atenção!, Olha!, Alerta!, Sentido!, Fogo!, Calma!,…
ADVERTÊNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Claro!, Tá!, Hã-hã!, Certo!, Ótimo!, Perfeito!,…
CONCORDÂNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!, Droga!, Porcaria!, Bah!,…
DESAPROVAÇÃO
INTERJEIÇÕES DE
Hum!, Epa!, Ora!, Qual!, Ué!,…
INCREDULIDADE
INTERJEIÇÕES DE
Socorro!, Aqui!, Piedade!, Ajuda!, Acuda!,…
SOCORRO
INTERJEIÇÕES DE
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Adeus!, Até!, Inté!, Salve!, Ave!, Viva!,…
CUMPRIMENTOS
INTERJEIÇÕES DE
Rua!, Xô!, Fora!, Passa!, Sai!, Arreda!,…
AFASTAMENTO
221
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
INTERJEIÇÕES DE
Obrigado!, Grato!, Valeu!,…
AGRADECIMENTO
INTERJEIÇÕES DE
Perdão!, Opa!, Desculpa!,…
DESCULPA
Puxa vida! Quem me dera! Cruz credo! Virgem Maria! Virgem Santa! Valha-me Deus! Muito bem! Minha
nossa!
222
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
QUESTÕES PROPOSTAS
Todas as frases abaixo mostram locuções adverbiais sublinhadas; a frase em que a locução destacada foi
substituída de forma adequada é:
“O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.”
Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos, com algum tipo de pontuação entre eles; a
substituição adequada dessa pontuação por uma conjunção, de modo a preservar o sentido da frase, é:
Um antigo ministro brasileiro declarou certa vez: “O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O
que reduz a criminalidade é a certeza da punição”.
Nessa frase, a locução “sem castigo” pode ser adequadamente substituída por “impune”; a frase abaixo em
que uma substituição de uma locução por um adjetivo foi feita de forma adequada é:
A-O melhor equipamento de segurança já inventado foi um espelho retrovisor com um carro de polícia
refletido nele / seguro;
223
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos. Além disso, rendeu também a desarticulação de uma quadrilha especializada em
abastecer o DF com uma das drogas mais caras, a escama de peixe, variedade mais valiosa e refinada, em
2013. O Correio revelou, com exclusividade, como funcionava o esquema criminoso comandado pelo
traficante, condenado à pena mais alta da história de Brasília e executado enquanto trabalhava, em
Taguatinga. Na reportagem deste domingo (31/10), a atuação de cada um dos envolvidos é detalhada”
(Adaptado. Correio Braziliense, 2/12/2021).
“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos.”
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”; esse segmento do texto 1 traz
dois infinitivos sublinhados.
224
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”.
Nesse segmento do texto 1, há três ocorrências da preposição DE, sem que nenhuma delas seja solicitada
por um termo anterior.
A frase abaixo em que a preposição DE tem valor gramatical, ou seja, é uma exigência de um termo anterior,
é:
A-Não pedi a empresário nenhum que chegasse com malas DE dólares em minha casa;
B-Ninguém quer ser mulher DE malandro. O Brasil não precisa sofrer gol para depois marcar;
C-Tenho certeza DE que, no Brasil, mais jovens fumaram maconha do que gente comeu carne;
D-Os gerentes do banco, como diz o ditado, estão mais perdidos que cachorro em dia DE mudança;
E-Beijar a boca DE uma mulher bonita é fácil.
Todas as frases abaixo se iniciam por um termo preposicionado; a frase modificada, de forma a suprimir esse
termo, que altera o sentido da frase original é:
225
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
D-Numa gruta, achamos abrigo durante a tempestade / A gruta protegeu-nos durante a tempestade;
E-Nesta região, há cinco povoados importantes / Esta região compõe-se de cinco povoados importantes.
Em todas as frases abaixo há uma expressão formada pelo advérbio não + forma verbal; a frase abaixo em
que a expressão destacada foi substituída por um só verbo de significado equivalente e adequado ao
contexto é:
Em todas as opções abaixo há uma sequência de adjetivos que expressam uma mesma ideia; a opção em que
esses adjetivos partem do menos para o mais intenso é:
Violência no Brasil
A violência doméstica é um crime contra a infância. A violência urbana é um crime contra a adolescência,
que atinge principalmente meninos negros”, diferencia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.
“Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los, também, em suas
diferenças para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)
226
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Para a ocorrência de crase no sintagma: “e resposta às violências”?, a justificativa está INCORRETA em:
Na oração “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, [...]”, a conjunção “embora” introduz,
no período, uma articulação
A-causal.
B-concessiva.
C-condicional.
D-proporcional.
12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
227
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.
Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, o trecho “relações das
forças policiais com a comunidade” (terceiro parágrafo) poderia ser substituído por relações entre as forças
policiais e a comunidade.
Certo
Errado
Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham acesso a um módulo de
14 horas de aulas sobre diversidade étnico-racial. (linhas 28 a 30)
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado no período acima esteja corretamente flexionado no plural.
228
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-étnicos-raciais
B-étnico-raciais
C-étnicorraciais
D-etnicorraciais
E-étnicos-racial
229
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo
vida. (linhas 1 a 3)
A-adjetivo.
B-substantivo.
C-partícula expletiva.
D-verbo.
E--palavra denotativa.
A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
230
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)
17 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
No trecho “e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo” (ℓ. 7 a 9), o “a”, em ambas
as ocorrências, classifica-se como preposição e seu emprego deve-se à presença da palavra “combate”.
Certo
Errado
231
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
18 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador
• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo. Em
caso de suspeita, chame a Polícia.
• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso haja suspeita, não
estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa. Dê preferência
a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter informações sobre sua
rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras auxiliares
dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se necessário, seu
vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se forem para a
casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que você não vai
estar em casa.
A-Entregadores.
B-Estranhos.
C-Fechaduras.
D-Inoportuna.
E-Chaveiro.
232
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
O Programa Papo de Responsa foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro. Em 2013, a Polícia Civil
do Espírito Santo, por meio de policiais da Academia de Polícia (Acadepol) capixaba, conheceu o programa e,
em parceria com a polícia carioca, trouxe para o Estado.
O ‘Papo de Responsa’ é um programa de educação não formal que – por meio da palavra e de
atividades lúdicas – discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e a crimes na internet, bullying,
direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e,
principalmente, dos adolescentes.
O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convida o Papo de
Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo,
denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os
alunos. Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias,
vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada. No último
processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam
ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição. Por
fim, acontece um bate-papo com familiares dos alunos, para que os policiais entendam a percepção deles e
também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.
Disponível em . Acesso em: 30/ jan./2019.
19- 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Dentre os processos existentes para formar novas palavras, verifica-se que o substantivo “responsa” é
formado por
A-derivação prefixal.
B-derivação parassintética.
C-redução.
D-hibridismo.
E-composição por aglutinação.
20 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
233
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
A-posse.
B-modo.
C-meio.
D-alvo.
E-tempo.
Respostas5
5
1: A 2: E 3: C 4: A 5: B 6: C 7: E 8: A 9: B 10: A 11: B 12: C 13: B 14: D 15: E 16: E 17: E 18: D 19: C 20: D
234
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
PORTUGUÊS: TEMA 04
TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego de tempos e modos verbais. Frases e tipos de frases. Oração: termos essenciais da oração, termos
integrantes da oração, termos acessórios da oração, coordenação e subordinação.
Uma das funções do verbo é a de indicar um processo localizado no tempo. Esse tempo
é divido em: presente, pretérito e futuro. Os tempos verbais indicam quando ocorre a ação,
estado ou fenômeno expressado pelo verbo.
Assim, os tempos verbais são recursos da gramática que esclarecem o momento da fala
de alguém. Trazem o passado, presente e futuro por meio da flexão de verbo. Desse modo, o interlocutor irá
indicar se algo já ocorreu, acontece no momento em que se fala ou ainda vai ocorrer.
a) TEMPO PRESENTE: fato que ocorre no momento da fala, assim como ações regulares ou situações
permanentes. Assim, o tempo presente aparece para fatos cotidianos.
b) TEMPO PASSADO ou PRETÉRITO: fato que ocorreu antes do momento da fala. Já passou, ou seja,
não faz parte nem do presente nem do futuro.
235
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Fato passado totalmente concluído. É concluso e pontual. Ação completa no passado. Ação não
repetida.
Expressões comuns: ontem, anteontem, semana passada, no mês passado, no ano passado, etc.
Exemplos:
ATENÇÃO!
As conjunções dos verbos SER e IR no pretérito perfeito do indicativo são iguais.
SER IR
eu fui eu fui
tu foste tu foste
ele foi ele foi
nós fomos nós fomos
vós fostes vós fostes
eles foram eles foram
O processo passado não foi totalmente concluído, pois revela o fato em sua duração. É um fato
inconcluso, contínuo, inespecífico.
236
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Exemplos:
Indica um processo passado anterior a outro também passado. Assim, pontua um fato mais remoto no
passado.
Exemplos:
Indica um fato posterior ao momento em que se fala. É aquilo que está por vir e traz uma expectativa,
torcida, desejo.
Exemplos:
Indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. É uma projeção do futuro.
237
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Exemplos:
As flexões de modo dizem respeito às formas assumidas pelo verbo para indicarem
certos estados de espírito em relação ao fato ou estado expressos por ele, ou seja,
mostram a atitude (certeza, dúvida, ordem, etc.) da pessoa que fala em relação ao
fato anunciado. Em português, três são os modos verbais: indicativo, subjuntivo e
imperativo. Esses modos compõem as chamadas “formas finitas do verbo”, em
oposição ao infinitivo, o qual com o gerúndio e o particípio compõem as “formas
infinitas do verbo” ou “formas nominais do verbo”.
Assim, inicialmente estudaremos os modos do verbo, sendo eles Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
238
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Os tempos verbais (presente, pretérito e futuro), em conjunto com os modos verbais (indicativo,
subjuntivo e imperativo), indicam a forma como ocorrem as ações, estados ou fenômenos expressados pelo
verbo. O morfema DESINÊNCIA MODO TEMPORAL é responsável por marcar o tempo e o modo de um
verbo.
INDICATIVO:
- PRESENTE
- PRETÉRITO PERFEITO
- PRETÉRITO IMPERFEITO
- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
1.2.1 Tempos verbais do modo indicativo
- FUTURO DO PRESENTE
- FUTURO DO PRETÉRITO
Os tempos verbais do modo indicativo expressam
acontecimentos certos.
239
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
O modo imperativo se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo. A ação expressa pelo
verbo é uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.
240
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
As formas nominais, mesmo não sendo parte de nenhum tempo ou modo, são consideradas
essenciais para a conjugação verbal. As formas nominais são: infinitivo pessoal, infinitivo impessoal,
particípio e gerúndio. Podem ser simples ou compostas.
As frases são a construção de sentido completo, que faz a comunicação entre duas ou mais pessoas.
Podem se formar por uma ou mais palavras, com ou sem verbo, ou por uma ou mais orações. As frases podem
ser afirmativas, negativas, interrogativas, exclamativas ou imperativas.
2.1 Exclamativas
São utilizadas sempre que o emissor quer manifestar algum tipo de emoção. São acompanhadas do
ponto de exclamação (!).
2.2 Declarativas
Esse tipo de frase representa a constatação de um fato pelo emissor. São finalizadas com ponto final
(.). Se subdividem em afirmativas ou negativas. A intenção dessas frases é a de passar alguma informação.
a) Declarativas afirmativas:
• Ele se formou.
241
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
b) Declarativas negativas:
2.3 Imperativas
Demonstram ordens, conselhos e pedidos. Geralmente levam em sua formação ponto final ou ponto
de exclamação. Também podem ser afirmativas ou negativas.
a) Imperativas afirmativas:
• Vá embora!
• Calem-se!
• Pare de chorar.
b) Imperativas negativas:
• Não me ligue!
• Não pode fumar aqui.
2.4 Interrogativas
Ocorrem quando o emissor faz uma pergunta na mensagem. Se dividem em diretas ou indiretas.
242
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
2.5 Optativas
São frases que expressam um desejo, sendo sinalizadas com ponto de exclamação ou ponto final.
3. ORAÇÃO
Pode ser compreendida como um enunciado que tem o seu sentido completo ou reduzido. As orações
são formadas por SUJEITO e PREDICADO, ou seja, toda oração terá, necessariamente, um verbo.
ATENÇÃO!
NÃO CONFUNDIR ORAÇÃO E FRASE.
A distinção entre as duas é a seguinte: a oração nem sempre apresenta sentido completo, mas
sempre apresenta verbo. Já a frase sempre apresenta sentido completo e nem sempre terá um
verbo.
- Oração: Luana, você está falando sério?
- Frase: Sério?
Alguns exemplos:
• Júlia mora no interior do Nordeste. (Júlia – sujeito; mora no interior do Nordeste – predicado).
• O vereador foi homenageado pela Câmara. (Vereador – sujeito; foi homenageado pela Câmara –
predicado).
• Pedro e João são amigos de infância. (Pedro e João – sujeito; são amigos de infância – predicado).
3.1.1 O sujeito
CLASSIFICAÇÕES DO SUJEITO:
243
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Sujeito determinado simples: quando apresentar apenas um núcleo, ou seja, quando for composto por uma
única palavra.
Ex.: A mãe levantou-se cansada.
Sujeito determinado implícito: é identificado por meio da desinência verbal ou por referência em outra
oração, mesmo não aparecendo na oração de forma explícita.
Ex.: Fiz dieta por vários meses. (sujeito implícito: eu)
OBS.: o sujeito oculto (também conhecido como sujeito elíptico, desinencial ou implícito) ocorre quando o
sujeito não está explícito na oração, mas pode ser identificado por desinência verbal.
Ex.: Fui ao shopping (eu fui - subentendido). Comemos uma torta de maçã (nós).
Já no sujeito inexistente a oração sem sujeito é percebida quando o predicado aparece como um
verbo impessoal. Nesses casos não há relação entre sujeito e verbo.
3.1.2 O Predicado
244
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
É a parte da oração que faz referência ao que acontece com o sujeito. O predicado pode ser verbal,
nominal ou verbo-nominal.
a) PREDICADO VERBAL
Sujeito + Verbo de ação
b) PREDICADO NOMINAL
c) PREDICADO VERBO-NOMINAL
245
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
3.2.1 O objeto
O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos
transitivos.
OBJETO DIRETO: termo da oração que completa a significação do verbo transitivo direto sem
preposição obrigatória.
Os pronomes o, a, os, as, funcionam como objeto direto e os pronomes lhe, lhes, como objeto indireto. Já os
pronomes me, te, se, nos, vos, podem assumir a função de objeto direto ou objeto indireto.
Tem preposição obrigatória; nunca indica posse; possui valor passivo (é sobre ele que recai a ação);
completa o sentido de: adjetivos, advérbios, substantivos abstratos.
É a expressão formada por PREPOSIÇÃO + nome que complementa o sentido.
Esse termo indica quem ou o que executa a ação de um verbo na voz passiva e vem sempre depois
de preposição.
VOZ PASSIVA: SUJEITO PACIENTE + VERBO AUXILIAR + VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO + AGENTE DA
PASSIVA.
246
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
3.3.3 O aposto
Aposto é uma palavra ou expressão que explica, esclarece ou resume outro termo da oração. Assim,
é o substantivo ou locução substantiva que, sem auxílio de preposição, modifica ou explica algo já designado.
ATENÇÃO!
O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere; assim, podendo ser, ou não,
destacado por sinais de pontuação como vírgula, dois-pontos ou travessão.
Ocorre quando há apenas uma oração, ou seja, o período é simples. É o período que apresenta um
verbo em sua estrutura.
247
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Orações coordenadas são orações do período composto que se comportam de forma independente;
sendo assim, não dependem sintaticamente de outras. São divididas em sindéticas ou assindéticas. As
sindéticas são introduzidas por conjunções.
São diferentes das orações subordinadas, já que NÃO dependem de uma oração principal para fazerem
sentido.
Assim, são orações coordenadas entre si, ligadas através de uma conjunção coordenativa. Vai trazer
a esse tipo de oração uma classificação: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
• Não saímos de casa (oração coordenada assindética) porque choveu muito (oração coordenada
sindética explicativa).
• Estamos cansadas (oração coordenada assindética) pois dormimos pouco (oração coordenada
sindética explicativa).
b) ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: não são ligadas por conectivos. Logo, estão apenas
justapostas.
248
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Uma oração é subordinada a outra pois depende da oração principal para ter sentido. Elas podem ser:
substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Como o próprio nome já informa, desempenham o papel de substantivo na frase. Sintaticamente, podem
exercer as funções de sujeito, predicado, complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto.
Assim, as orações subordinadas substantivas são classificadas em 6 tipos: subjetiva, predicativa, completiva
nominal, objetiva direta, objetiva indireta e apositiva.
• Interessa-me (oração principal) que você compareça à reunião (oração subordinada substantiva
subjetiva).
• Nem imagino/se comprou outro carro.
• Não sei/se o garoto é bonito.
• Eu quero/que você me devolva o dinheiro.
• O problema é/que não passei no vestibular.
- A oração subordinada substantiva predicativa se liga ao sujeito da oração principal; através do verbo de
ligação (verbo ser, geralmente).
• O problema é/que o prazo já se esgotou.
• Minha esperança é que/você estude bastante.
• O importante era/que estivesse presente.
249
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
- Sempre se liga a um nome da oração principal; através de preposição (a, de, com, por, para, em, etc.).
DICA!
Importante sempre fazer as perguntas "de que?"; "de quem?"; "a que?"; "a quem?"; "em quem?".
250
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS RESTRITIVAS: não possuem vírgula; têm um caráter semântico
especificador; não podem ser removidas da oração sem causar problemas semânticos. As restritivas limitam
uma parte do conjunto, restringindo o sentido do termo antecedente. Não vêm separadas por pontuação.
Funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Assim, é caracterizada pela circunstância (tempo,
modo, causa, etc.), como se fosse um advérbio. São classificadas em nove tipos: causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.
251
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, etc.
- Refletem comparação.
Como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que
nem, que (combinado com menos ou mais).
Embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que
pese, etc.
- Traz uma condição da qual a oração principal depende para ocorrer ou não.
SEMANA 03/20
Se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
- Estabelece uma relação de adequação ou conformidade com o processo expresso pelo verbo da oração
principal.
- Exprimem consequência.
- Exprimem finalidade. Logo, indica a finalidade para a qual se destina o processo do verbo da oração
principal.
SEMANA 03/20
- Exprimem circunstância de tempo. Demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da
oração principal.
Enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, etc.
À proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.
254
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
QUESTÕES PROPOSTAS
“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense. O trabalho nesse campo requer treinamento em
tecnologia da informação e aplicação da lei, para que as pessoas tenham as ferramentas para localizar
evidências, bem como as habilidades para protegê-las e garantir que sejam utilizáveis em tribunal.
Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador de crimes cibernéticos
participa da investigação. Isso pode incluir qualquer coisa, desde testar a rede de um banco para determinar
como e quando ocorreu um vazamento de dados até avaliar um computador individual que pode ter sido
usado em um crime. Os investigadores de crimes cibernéticos podem recuperar e reconstruir dados se forem
danificados ou destruídos, acidental ou intencionalmente. Eles também podem explorar redes de
computadores, computadores individuais e discos rígidos para identificar evidências de atividade criminosa”
(Netinbag.com).
“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense.”
Nesse segmento do texto 5, o trecho sublinhado não está bem estruturado já que não deveria estar ligado
por E ao trecho anterior, por não tratar de assunto a ele relacionado.
O mesmo acontece em:
A-Quem diz que o futebol não tem lógica não entende de futebol e não sabe o que é lógica;
B-O mundo é um livro e aquele que viaja lê apenas uma página;
C-Camping é o modo que a natureza tem de promover o negócio hoteleiro e o turista é alguém que viaja para
ver coisas diferentes;
D-Você é um ser espiritual imerso em uma experiência humana e não um ser humano em busca de uma
experiência espiritual;
E-A vida espiritual nos remove do mundo cotidiano e nos leva a um aprofundamento nesse mundo.
“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do próprio
vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos ou diligências
255
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o substantivo deriva, pode
ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar; pesquisar’, ou ainda, ‘fazer
indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica; investigar, indagar,
pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e diligências
que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo” (Jusbrasil.com.br).
Observe a seguinte frase do texto 4: “...fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza
filosófica ou científica”.
Nessa frase, o segmento destacado corresponde a uma explicitação de termos anteriores (indagações,
investigações, pesquisas, perquirições).
Partindo da frase “O deputado apresentou um projeto de lei”, as opções abaixo mostram explicitação de
componentes da frase inicial.
A opção em que o processo de explicitação está corretamente identificado é:
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa”.
Para que esse período inicial do texto 1 mostre construção uniforme e adequada, sua estruturação deveria
ser:
256
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária
A palavra stalking, em inglês, significa perseguição, e é o termo utilizado pelo legislador na tipificação de
um crime que engloba condutas que atentem contra a liberdade, a intimidade e a dignidade. Entende-se o
stalking, ou o crime de perseguição, como um delito que exige uma perseguição reiterada pelo autor, não
consentida pela vítima, que lhe cause medo, angústia e sentimentos afins, além de repercutir diretamente
na sua vida de maneiras diversas.
Embora, em tese, qualquer pessoa possa figurar como vítima desse crime, sabe-se que a mulher é o
principal alvo nessa espécie delitiva — não é à toa que a criminalização da referida conduta era, havia tempos,
uma das prioridades da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Tanto é assim que são utilizadas como
exemplo do que seria o stalking as situações em que a mulher é perseguida por um ex-companheiro que não
se conforma com o término da relação ou em que alguém possui um sentimento de posse em relação à
mulher e não desiste de persegui-la.
Tal conduta abrange desde a violência psicológica, que pode causar danos imensuráveis à saúde da vítima,
além de problemas no seu próprio cotidiano, no trabalho, na convivência profissional e familiar, até outras
formas de violência, que podem culminar em resultados nefastos e irreparáveis. A tipificação do stalking,
portanto, é um avanço significativo no combate à violência contra a mulher.
Internet: <diplomatique.org.br> (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
257
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o travessão empregado no segundo parágrafo poderia
ser corretamente substituído por ponto final.
Certo
Errado
7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
Tudo o que vem do povo tem uma lógica, uma razão, uma função. Ele nada faz sem motivo, e o que
produz está geralmente ligado ao comportamento do grupo ou a uma norma social ou de cunho psíquico e
religioso, um traço que vem de tempos longínquos, lá do fundo de nossas raízes, perdidas na noite dos
tempos, quando estávamos em formação. Pastoril, Quilombo, Reisado, Coco-de-Roda, literatura de cordel,
festas, tradições, superstições, contos, mitos, lendas não aparecem por acaso. São elementos da memória
popular, que engloba sentimentos e reações diante da história e das transformações.
Quais as origens do folclore alagoano, quais os componentes culturais que o forjaram? Théo Brandão,
com a autoridade de quem estudou a vida inteira e deixou uma obra irrepreensível sobre o assunto, diz que
são muitas as contribuições na formatação do nosso folclore. E que não é fácil nem simples demarcar a que
grupo pertence uma de suas variantes ou estabelecer com precisão a fronteira de determinada manifestação
folclórica. Afirma que há dúvidas em alguns casos e em outros é inteiramente impossível chegar a uma
conclusão única e definitiva. Cita como exemplo concreto dessas incertezas o caso da dança existente em
várias unidades nordestinas, que aparece ora como Coco, ora como Pagode, ora como Samba.
Instituto Arnon de Mello. Alagoas popular: folguedos e danças de nossa gente. Maceió: IAM, 2013, p. 24
(com adaptações).
Julgue o item seguinte, referentes às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto apresentado.
Em “Ele nada faz sem motivo”, o termo “sem motivo” exerce a função de complemento da forma verbal
“faz”.
Certo
Errado
8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
258
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de segurança
pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência ocidental, a
Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel
preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão, reforçaram a
proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês retirou as polícias
do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança pública e elemento
fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização policial moderna,
estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a Constituição
Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram adotadas
estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque para a
conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão para a
construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.
A substituição da forma verbal “busca” (último período do texto) por busque alteraria o sentido original do
texto, mas não prejudicaria sua correção gramatical.
Certo
Errado
A-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico. O de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
B-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza: buscando um jazigo
específico; o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
C-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
D-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza; buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
E-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os corredores
com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza; buscando um jazigo específico, o
de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
A sociedade de consumo tem por base a premissa de satisfazer os desejos humanos de uma forma
que nenhuma sociedade do passado pôde realizar ou sonhar. A promessa de satisfação, no entanto, só
permanecerá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado; o que é mais importante, enquanto
__________ uma suspeita de que o desejo não foi plena e totalmente satisfeito. Estabelecer alvos fáceis,
garantir a facilidade de acesso a bens adequados aos alvos, assim como a crença na existência de limites
objetivos aos desejos “legítimos” e “realistas” – isso seria como a morte anunciada da sociedade de consumo,
da indústria de consumo e dos mercados de consumo. A não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna
de que cada ato visando a __________ deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado são os volantes da
economia que tem por alvo o consumidor.
A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação. Uma forma de causar esse
efeito é depreciar e desvalorizar os produtos de consumo logo depois de terem sido alçados ao universo dos
desejos do consumidor. Uma outra forma, ainda mais eficaz, no entanto, se esconde da ribalta: o método de
satisfazer toda necessidade/desejo/vontade de uma forma que não pode deixar de provocar novas
necessidades/desejos/vontades. O que começa como necessidade deve terminar como compulsão ou vício.
E é isso que ocorre, já que o impulso de buscar nas lojas, e só nelas, soluções para os problemas e alívio para
as dores e a ansiedade é apenas um aspecto do comportamento que não apenas recebe a permissão de se
condensar num hábito, mas é avidamente estimulado a fazê-lo. [...]
Para que a busca de realização possa continuar e novas promessas possam __________ atraentes e
cativantes, as promessas já feitas precisam ser quebradas, e as esperanças de realizá-las, frustradas. Um mar
de hipocrisia se estendendo das crenças populares às realidades da vida dos consumidores é condição sine
qua non para que uma sociedade de consumidores funcione apropriadamente. Toda promessa deve ser
enganosa, ou pelo menos exagerada, para que a busca continue. Sem a repetida frustração dos desejos, a
demanda pelo consumo se esvaziaria rapidamente, e a economia voltada para o consumidor perderia o gás.
É o excesso da soma total de promessas que neutraliza a frustração provocada pelo excesso de cada uma
delas, impedindo que a acumulação de experiências frustrantes solape a confiança na eficácia final dessa
busca.
260
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Por essa razão, o consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo; logro, excesso e lixo
não sinalizam seu mau funcionamento, mas constituem uma garantia de saúde e o único regime sob o qual
uma sociedade de consumidores pode assegurar sua sobrevivência. A pilha de expectativas malogradas tem
um paralelo nas crescentes montanhas de ofertas descartadas das quais se esperava (pois prometiam) que
__________ os desejos dos consumidores. A taxa de mortalidade das expectativas é elevada, e, numa
sociedade de consumo funcionando adequadamente, espera-se que cresça continuamente. A expectativa
de vida das esperanças é minúscula, e só uma taxa de fecundidade extraordinariamente elevada pode salvá-
Ias da diluição e da extinção. Para que as expectativas se mantenham vivas e novas esperanças preencham
o vazio deixado por aquelas já desacreditadas e descartadas, o caminho da loja à lata de lixo deve ser curto,
e a passagem, rápida.
(BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 106-108. Adaptado.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, conforme a norma padrão escrita da Língua
Portuguesa e na ordem em que aparecem no texto.
261
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe função sintática idêntica à de ilegais (linha 9).
A-policial (linha 4)
B-devido à pandemia (linha 5)
C-dado pela corporação (linha 12)
D-pesquisadora da UFRJ (linha 16)
E-editada em 2014 (linhas 27 e 28)
O segmento Sobre o fato de negros serem as maiores vítimas da violência (linha 14) desempenha o papel
sintático de
A-complemento nominal.
262
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
B-objeto indireto.
C-adjunto adverbial.
D-adjunto adnominal.
E-objeto direto.
O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de
Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. (linhas 4 e 5)
Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo sublinhado no período acima, tenha-se mantido a
correção gramatical. Não leve em conta alterações de sentido.
263
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Na Terra, fumarolas no fundo do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas: elas consomem
hidrogênio e despejam metano. (linhas 11 e 12)
A-explicação.
B-explicitação.
C-exemplificação.
D-enumeração.
E-especificação.
A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)
Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, função sintática igual à de Cassini
(linha 9)
264
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
I. Embora com teor científico, o autor do texto emprega um tom de linguagem mais próximo do coloquial,
certamente para tornar o texto mais acessível a um leitor de jornal, não especialista no assunto.
II. Em função do assunto, foi necessário que o texto tivesse assumido um tom mais didático, com acréscimo
de apostos e elementos explicativos.
III. O texto apresenta tipologia textual predominantemente narrativa.
Assinale
265
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
18 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados se as locuções verbais “tinha levado” (ℓ.27)
e “tinha pensado” (ℓ.28) fossem substituídas pelas formas verbais levara e pensara, respectivamente.
Certo
Errado
266
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
19 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
No trecho “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental” (ℓ. 27 e 28), a partícula “Se”
introduz uma oração interrogativa indireta.
Certo
Errado
20 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Certo
Errado
267
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
Respostas6
6
1: C 2: B 3: A 4: A 5: C 6: C 7: E 8: C 9: C 10: B 11: A 12: C 13: D 14: A 15: E 16: C 17: A 18: C 19: C 20: E
268
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
TODOS OS ARTIGOS
⦁ Art. 1, CP
⦁ Art. 13. §2º, CP
⦁ Art. 14, CP
⦁ Art. 75, CP
⦁ Art. 1º a 10º da Lei de Contravenções Penais (DL 3688/41)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
⦁ Art. 1, CP
⦁ Art. 13. §2º, CP
⦁ Art. 14, CP
⦁ Art. 75, CP
269
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
⦁ Art. 13, caput e §1º, CP (muito, muito, muito importante! Não vá para a prova sem ter este artigo
decorado na ponta da língua!)
⦁ Art. 15 a 17, CP
270
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
⦁ Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁ Art. 108, inc. VII e VIII
⦁ Art. 121, §3º e §4º, inc. V
⦁ Art. 142, §2º
CPP
⦁ Art. 3-B, inc. XII
⦁ Art. 574, I
⦁ Art. 581, X
⦁ Art. 612
⦁ Arts. 647 a 667
CPP
⦁ Art. 3º-B, inc. XXII
⦁ Arts. 647, 648, 651
271
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
272
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 03/20
SUGESTÃO DE LEITURA
A LEITURA DOS ARTIGOS PROPORCIONA UMA MELHOR COMPREENSÃO GERAL DO ASSUNTO ESTUDADO,
VISANDO A COMPLEMENTAÇÃO DE SUA BASE DE ESTUDOS PARA TODAS AS FASES DO CONCURSO,
MESMO QUE NÃO DISPOSTOS EXPLICITAMENTE EM SEU EDITAL.
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