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CADERNO DE TRIBUTÁR-IO I – 2018.1
I. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 7
II. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ............................................................ 8
1. CONCEITO ............................................................................................................ 8
4.3. (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da
lei .................................................................. 55
5. TAXAS ................................................................................................................. 67
5.1. Previsão legal: Art. 145, II da CF; art. 77 e seguintes do CTN. .........................
67
6. IMPOSTOS .......................................................................................................... 75
6.1. Regras gerais ................................................................................................... 76
7.4.1. “...observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III...” ..............................
83
7.4.2.
“...observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III...” ..............................
83
7.4.3. “...e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições
a
que alude o dispositivo...” ...................................................................................................... 84
APRESENTAÇÃO
Na primeira parte, o caderno será composto de sete aulas, tratando do Direito Tributário na
Constituição Federal.
Quatro aulas serão ministradas pelo professor Eduardo Sabbag (imunidades e tributos) e
três aulas pelo professor Renato de Pretto (princípios), far-se-á referência ao professor que estará
abordando cada tema, para melhor didática e organização. Curso carreira jurídica CERS.
Não se esqueça da leitura de lei seca, tanto a CF quanto o CTN, além de súmulas e
informativos do STF e STJ.
1. CONCEITO
Regras – possui uma grande densidade normativa, ou seja, é “mais palpável” do que os
princípios. Não há ponderação, é tudo ou nada.
A CF não criou tributos, tal função é da lei. Ela somente indicou quais os entes federados
que podem criar determinado tributo.
O que a CF traz é uma estrutura sobre o direito tributário. Isto é, hipóteses de autorização
para de criação de tributos pela lei.
Obs. Competência Tributária é diferente de capacidade tributaria ativa. Essa é aptidão para
cobrar tributos.
De acordo com o STF, existem cinco espécies tributárias (Teoria Pentapartida), são elas:
a) Impostos
c) Contribuição de melhoria
Divide-se em:
• Sociais: compreende: gerais (U) e de seguridade social*
• De intervenção no domínio econômico (U) Art. 149, caput
• De interesse de categorias profissionais/econômicas (U)
• CIP/COSIP (contribuição de Iluminação Pública)* – art. 149-A
*A contribuição social de seguridade social para fins de previdência social poderá ser
instituída pela União, Estados, DF e Municípios (Art. 149, caput)
Por exemplo, a regra matriz da taxa é um serviço público ou exercício do poder de polícia;
da contribuição de melhoria é uma obra pública.
Aparece entre os arts. 157 e 162 da CF, ler e reler tais artigos. Abaixo, breves
comentários.
Ressalta-se, quando esta parte aparece em prova, geralmente, é a literalidade dos artigos.
Assim, ler e reler.
O art. 157 da CF trata da repartição direta das receitas pertencentes aos Estados e ao DF,
a primeira hipótese refere-se ao IR sobre os servidores (100% vai para o referido ente, que retém
na fonte) e a segunda hipótese refere-se aos impostos residuais (20% será destinado aos Estados
e ao DF).
O art. 158 da CF trata da repartição de receitas destinadas aos municípios, ficando com
100% do valor de IR retido dos seus servidores e dos servidores de suas autarquias. Destaca-se
a Súmula 447 do STJ, que se aplica aos municípios.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art.
153, § 4º,
III;
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus
territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do
imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação. Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos
Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os
seguintes critérios:
Além disso, receberá, no mínimo, 50% do ITR dos imóveis localizados em seu território,
bem como 50% do valor arrecadado com IPVA licenciados em seu território. E, por fim, 25% do
que for obtido com ICMS.
Além disso, o município ficará com 100% do ITR, desde que se comprometer a fiscaliza-lo
e a cobra-lo.
OBS.: atenção para a alinha “e” do inciso I, do art. 159 da CF, que prevê a destinação de
1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de julho de cada ano.
Obs. O CTN tem natureza jurídica de lei complementar porque recepcionado pela CF/88.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União,
por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
Portanto, percebe-se que lei complementar, no Direito Tributário, irá dispor sobre conflito
de competência em matéria tributária, entre os entes federados; regular as limitações ao poder de
tributar; traçar as normas gerais de legislação tributária e, por fim, para prevenir desequilíbrios da
concorrência.
Toda e qualquer lei ordinária que tratar dos assuntos acima, será inconstitucional.
3.2. Conceito
A limitação constitucional ao poder de tributar é gênero, formado por duas espécies, quais
sejam: princípios constitucionais tributários e imunidades tributárias. Em regra, estão concentrados
no art. 150 da CF (rol exemplificativo). Mas, ao longo da CF, encontram-se outras limitações.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público; VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
3.3. Divisão
O STF entende que algumas limitações constitucionais são cláusulas pétreas, pois
relacionadas ao direito fundamental dos contribuintes.
3.5. Objetivos
São eles:
1.1. Conceito
Segundo o STF, este princípio geral do Direito Tributário é um sobre princípio em matéria
tributária, ou seja, servirá de alicerce para todo o DT.
1.2. Conteúdo
a) Certeza do direito – busca evitar excessos, abusos. Assim, matéria que não é
tributada, por exemplo, não pode passar a ser do dia para noite. Tem-se os seguintes
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.
e) Devido processo legal – a tributação deve respeitar o devido processo legal, tanto em
seu enfoque formal quanto substantivo.
2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
2.1. Conceito
O mesmo ocorre com a propriedade, quando não se dá a função social, será possível a
cobrança de IPTU progressivo, com a finalidade de desestimular o comportamento do proprietário
(fim extrafiscal).
No mesmo sentido, a Súmula 677 do STF, que prevê um limite para o pagamento da taxa
judiciária. Vejamos:
3.3. Conteúdo
3.4. Aspectos
3.5. Concretização
3.5.2. Isenção
Por exemplo, lei que isenta a taxa de inscrição em concurso público para desempregados.
3.5.3. Seletividade
Quanto mais essencial for o produto ou o serviço menor deverá ser a tributação.
Por isso, os produtos da cesta básica possuem tributação menor e o cigarro possui uma
tributação maior.
Art. 155, § 6º, II, CF. O imposto previsto no inciso III (IPVA): (...) II - poderá
ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização
Art. 156, § 1º, II, CF. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que
se refere o artigo 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I (IPTU)
poderá: (...)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
3.5.4. Progressividade
Quanto maior for a base de cálculo maior será a alíquota aplicada. É o que ocorre, por
exemplo, com o IR.
O STF, em sua posição tradicional, entendia que a progressividade era aplicada apenas
para impostos pessoais, não se aplicando aos impostos reais. Para que fosse possível sua
aplicação aos impostos reais, deveria haver a edição de lei. Nesse sentido, a Súmula 668 e 656
do STF:
A partir de 2013, informativo 694, em uma posição mais moderna, o STF passou a
entender que, como progressividade é uma forma de concretização do princípio da capacidade
contributiva, poderá incidir tanto sobre impostos reais quanto pessoais.
Em relação ao IR, entende o STF que não cabe ao Poder Judiciário impor correção
monetária da tabela progressiva, quando ausente previsão legal nesse sentido.
Por fim, concretiza-se por presunções, ficções, padronizações, do ponto de vista prático, na
tributação. Por exemplo, substitutos tributários, pautas fiscais, substituição tributária para frente.
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
1.1. Nomenclatura
Do ponto de vista histórico, possui sua origem na Magna Carta de João sem Terra, de
1215, em que era vedada a tributação sem representação. 1.3. Previsão
1.4. Conteúdo
De acordo com o texto constitucional, há apenas dois verbos “exigir” e “aumentar”, mas o
conteúdo do princípio da legalidade não se restringe a estes, deve-se observar o disposto no art.
97 do CTN.
*Para a instituição de obrigação tributária acessória (fazer, não fazer, suportar) não há
necessidade de lei.
**Indicam o quantum debeatum, ou seja, a quantia devida a título de tributo.
Por fim, não há necessidade de lei para a fixação do prazo de recolhimento de tributos.
Legislação tributária é um termo genérico, dentro do qual está a lei, tratados e convenções
internacionais, decretos e normas complementares, nos termos do art. 96 do CTN.
São hipóteses em que a alíquota do tributo não é fixada por lei (sempre dentro dos limites
máximos e mínimos, vejamos:
a) Art. 153, § 1º, CF: II, IE, IPI e IOF – impostos extrafiscais;
Por exemplo, a alíquota mínima e máxima do II é fixada por lei, mas dentro dos limites
mínimos e máximos, é possível que um ato do Poder Executivo altere a alíquota.
De acordo com o STF, é possível que o Chefe do Poder Executivo delegue a um órgão do
executivo federal a incumbência de alterar a alíquota dos quatro impostos vistos acima. A
partir da edição do Decreto n. 3.756/01 (art. 2º, XII), foi atribuída à CAMEX, criada pelo
Decreto n. 1.386/95, a fixação, dentro dos parâmetros legais, das alíquotas dos impostos
de importação e exportação, como um dos instrumentos de política de comércio exterior,
atribuição reafirmada pelos Decretos n. 3.981/01 (art. 2º, XIII e XIV) e 4.732/03 (art. 2º, XIII
e IV), não havendo que se falar em ofensa ao disposto nos arts. 153, § 1º; e 84, parágrafo
único, da Constituição da República, uma vez que a CAMEX integra o Poder Executivo e a
alteração de alíquota do imposto de importação não se encontra entre as competências
indelegáveis do Presidente da República
Igualmente, a lei fixa as alíquotas mínimas e máximas, sendo possível ao Poder Executivo
reduzir ou restabelecer alíquotas, dentro da margem legal.
Possibilidade de a norma tributária ser complementada por ato infralegal. STF entendeu ser
cabível.
Não é possível.
Possibilidade, salvo se matéria tributária reservada à lei complementar (art. 62, §1º, III, CF)
Art. 62, § 2º, CF. Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada
*A MP nasce para virar lei ordinária, por isso não pode tratar de matéria reserva à LC.
1.7.5. Competência
Obs.: A competência privativa refere-se, unicamente, aos casos de territórios (art. 61, §1º,
II, b, da CF).
Art. 150, § 5º, CF. A lei determinará medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços.
Atenção! Esta matéria foi regulamentada por lei ordinária, não violando o art. 146, II da CF.
Os benefícios fiscais, de maneira geral, devem ser concedidos por intermédio de lei
específica. Ou seja, lei que trata, justamente, do tributo que está sendo utilizada/dada determinada
benesse.
Uma lei que trata de IR irá conceder os seus benefícios. Não pode, de outra banda, uma lei
que discipline a matéria de licitação trazer benefícios relativos, por exemplo, ao imposto de
importação, conforme dispõe o art. 150, §6º da CF.
Art. 97, § 2º, CTN. Não constitui majoração de tributo, para os fins do
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da
respectiva base de cálculo
Os tributos, em regra, podem ser criados por lei ordinária. Contudo, tem-se quatro
exceções, as quais pressupõe lei complementar para a criação dos tributos, todos de competência
da União.
Vejamos:
O questionamento surgiu da análise do art. 6º, II da LC 70/91 que travava de isenção. Em 1996,
aprovou-se a Lei 9.430/56, a qual, em seu art. 56, revogou a isenção constante na LC 70/91.
Poderia uma lei ordinária ter revogado dispositivo de lei complementar? A LC 70/91 concretizou o
disposto no art. 195, I da CF, que prevê lei ordinária. Assim, embora a LC 70/91 tenha forma de lei
complementar, materialmente é uma lei ordinária. Por isso, a Lei 9.430/96 podia ter revogado o
referido artigo. Vejamos a decisão do STF.
(...) o Tribunal assentou não haver hierarquia entre lei complementar e lei
ordinária. Afirmou que, por subsumir ao texto constitucional, certas matérias
requereriam lei complementar, enquanto outras, lei ordinária. Assim, seria
possível que uma lei formalmente complementar, mas materialmente
ordinária, fosse revogada por lei ordinária. Ressaltou que isso teria ocorrido
no caso concreto. Dessa forma, reputou legítima a revogação da isenção
veiculada na LC 70/1991 pela Medida Provisória 1.859/1999, que
validamente operara derrogação da norma concessiva de isenção em
matéria da COFINS. RE 598085/RJ, rel. Min. Luiz Fux, 5 e 6.11.2014.
Diante disso, o STJ cancelou a Súmula 276 e, posteriormente, editou a Súmula 508:
Súmula 508 STJ: a isenção da Cofins concedida pelo art. 6º, II, da LC
70/1991 às sociedades civis de prestação de serviços profissionais foi
revogada pelo art. 56 da Lei 9.430/1996.
Atenção! O princípio aplica-se a partir da vigência da lei tributária, não de sua publicação.
2.2. Retroatividade tributária
a) A lei que for meramente interpretativa, desde que não aplique penalidade;
b) Atos que não foram definitivamente julgados
Aqui, entende-se que se aplica aos processos administrativos tributário, bem como ao
processo judicial tributário.
Destaca-se que não é aplicação imediata como no direito penal. É necessário litígio,
processo administrativo ou judicial.
Por exemplo, “A” pagou uma multa que era 30%. Uma semana após, lei tributária nova
baixa para 10%, não poderá requerer a devolução dos 20%.
No âmbito judicial, imagine que o “B” deixou de pagar determinado tributo, o fisco, em
razão disso, ajuíza execução fiscal cobrando o tributo e a multa no valor de 30%.
Citado, “B” não efetua o pagamento, não nomeia bens à penhora. Diante disso, a
Fazenda penhora um bem do devedor, que apresenta embargos à execução fiscal, o
qual foi rejeitado pelo juiz. “B” interpõe apelação, que é negada pelo TJ, ocorrendo, por
fim, o transito em julgado.
Neste caso, “B” até a arrematação, remição ou adjudicação poderá pleitear a aplicação
da lei mais benéfica, no caso a que reduziu a multa para 10%.
Tributário. Redução de Multa. Lei Estadual 9.399/96. Art. 106, II, "c", do
CTN. Retroatividade. 1.O artigo 106, II, "c", do CTN, admite que lei posterior
por ser mais benéfica se aplique a fatos pretéritos, desde que o ato não
esteja definitivamente julgado. 2. Tem-se entendido, para fins de
Como exemplo, cita-se o imposto de renda, o qual leva em conta para a sua tributação o
ano base (período de 01/01 até 31/12).
Imagine a seguinte situação hipotética, alíquota de 10% foi ampliada para 15%, no último
dia ano. Note que o aumento ocorreu apenas no último dia do ano, indaga-se abrangerá todo o
ano ou apenas o dia 31/12? R: todo o período, pois se trata de fato gerador pendente. Nesse
sentindo, a súmula 584 do STF. A doutrina chama de irretroatividade imprópria ou retrospectiva.
Por fim, ressalta-se que a referida súmula não foi aplicada a determinado caso em que a
União estimulou o comportamento dos contribuintes (função extrafiscal do tributo), mas, ao final do
ano, mudou o entendimento, ferindo o princípio da confiança. Não houve o cancelamento da
súmula.
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Obs.: importante diferenciar: o princípio da irretroatividade que se pauta pela vigência da lei. Ou
seja, só após a efetiva entrada em vigor da lei pensa-se no referido princípio. Do princípio da
anterioridade que se pauta na publicação da lei.
A regra é que uma lei tributária, ao criar ou aumentar um tributo, só passará a exercer seus
efeitos no ano seguinte. Contudo, a própria CF traz algumas exceções, vejamos:
Art. 150, §1º, A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V, e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não
se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II,
nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e
156, I.
Trata-se da CIDE-combustíveis.
Art. 195, § 6º, CF. As contribuições sociais de que trata este artigo só
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação
da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art.
150, III, b.
RECAPITULANDO
* Impostos
* Empréstimos compulsórios
- CIP/COSIP
Art. 62, § 2º, CF: Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Para uma MP que trata de imposto produzir efeitos no exercício financeiro seguinte, deverá
ser convertida em lei até o último dia do ano.
Imagine que uma MP tenha sido editada em novembro de 2016, se tratar de taxa, de
contribuição de melhoria ou de contribuição especial, satisfará a anterioridade anual em 1º de
janeiro de 2017, mas terá que esperar até fevereiro de 2017 (anterioridade mínima) para ser
exigida.
Por outro lado, tratando-se uma MP de impostos, de novembro de 2016, conta-se 90 dias
de sua publicação para a anterioridade mínima. Em relação à anterioridade anual, deve-se
observar a data da conversão da MP em lei. Por exemplo, se for convertida em lei em janeiro de
2017 só produzirá efeitos no ano de 2018 (exercício seguinte).
Exceção
legalidad SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
e
Exceção
anteriorid SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM NÃO
ade anual
Exceção
ant. 90 SIM SIM NÃO SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO
quando? JÁ! JÁ APÓS JÁ! JÁ! Depend JÁ APÓS APÓS 1º/01 1º/01 1º/01 APÓS Depen
90d e, 1ºjan 90d 90d do do do 90d de,
+90d ano ano ano 1ºjan
+90d
Como?
LO, LO, LO, LO, Lei, LC LC LO, LO, Lei, Lei, Lei, Lei, Lei,
MP, MP, MP, MP, MP. MP, MP, MP. MP. MP. MP. MP.
Decreto Decreto Decreto Decreto Decre Convê
(alíquot (AL). (AL). (AL). to nio.
a). (AL). (AL).
4.2. Incidência
4.3. Aferição
Por meio deste princípio, veda-se, igualmente, a aplicação de sanções políticas ao devedor
tributário.
Neste tópico, pertinente a análise das súmulas 70, 323 e 547 todas do STF.
Art. 1º, Lei nº 9.492/97: Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e
outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões
de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
das respectivas autarquias e fundações públicas. (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 12.767, de 27.12.2012, DOU de 28.12.2012).
Há uma ADI (ainda pendente de julgamento), proposta pelo Conselho Federal da OAB,
alegando que tal dispositivo consiste em uma sanção política.
ATENÇÃO! Como a questão ainda não foi decidida, ficar, em provas objetivas, com a
literalidade do dispositivo legal.
Possui como fundamento o direito de locomoção, direito de ir e vir, previsto no art. 5º, XV,
da CF.
O STF, inicialmente, ao analisar o caso do selo pedágio determinou que possuía natureza
de taxa de serviço. Portanto, seriam aplicáveis os princípios tributários.
Em 2014, o STF declarou que pedágio não possui natureza jurídica de tributo, não é taxa.
Logo, ao pedágio não são aplicados os princípios constitucionais tributários, como da legalidade,
da anterioridade. Entendeu que possui natureza de preço público ou de tarifa, seria uma forma de
concessão ou permissão de serviço público, nos termos do art. 175, parágrafo único da CF
(dispõe sobre o sistema tarifário).
Outro argumento, é o art. 26, §2º da Lei 10.233/01 que trata do transporte terrestre, já
determinava que se tratava de tarifa.
A ideia é que o tributo deve ser o mesmo, uniforme, em todo o território brasileiro. Contudo,
poderá haver distinções justificadas para promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diversas regiões do Brasil, como exemplo a Zona Franca de Manaus.
Ressalta-se que o referido princípio encontra fundamento no princípio da isonomia (já
estudo).
Ideia de igualdade na tributação dos títulos da dívida pública federal, estadual e municipal,
bem como na tributação dos servidores públicos dos entes federados.
Em relação ao IR, incide para evitar uma concorrência desleal entre os entes federados.
Significa que a toda e qualquer isenção deve ser autonômica, ou seja, quem cria o tributo é
o único que pode isentá-lo, visa consagrar o princípio federativo.
Assim, somente o município poderá conceder isenção de IPTU; somente o estado poderá
conceder isenção de IPVA.
Nos termos da Súmula 178 do STJ, o INSS (autarquia federal) não poderá gozar de
isenção do pagamento de custas e emolumentos da Justiça Estadual, tendo em vista que estas
taxas são instituídas pelos Estados, assim não poderia a União conceder isenção de um tributo
que não é de sua competência.
Evidentemente, que lei estadual poderá isentar o INSS do pagamento da taxa judiciária,
como ocorre no Estado de SP.
Os entes afirmavam que não, pois a concessão era relativa a um tributo que não lhe
pertencia. Quando a questão chegou ao STF, foi decidido que poderia haver a concessão das
isenções, pois seria uma relação externa, não interna. Vejamos a decisão:
Por fim, destaca-se o art. 98 do CTN, que prevê a revogação da legislação interna por tratado
internacional.
Assim, a expressão ‘revogam’ não cuida, a rigor, de uma revogação, mas de uma
suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a sua aptidão para produzir
efeitos se e quando o tratado internacional for denunciado - ESAF.
Nota-se que está relaciona apenas aos Estados, DF e Municípios, não se aplica à União.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
1. CONCEITO
A imunidade tributária é um instituto que precisa ser definido (prova objetiva, discursiva e
oral), cada autor conceitua de uma forma, por isso o que importa é perceber a abrangência do
conceito e não se apegar ao conceito do autor “A”, “B” ou “C”.
Significa que possui sede na própria constituição, diferente do que ocorre com as
normas de isenção (possui o mesmo efeito prático: não pagamento).
Por isso, pode-se dizer que a CF contém normas imunizantes, imunizadoras ou imunitórias,
espalhadas ao longo de seu texto. Por exemplo, quando afirma que não incide tributo em uma
situação determinada.
Significa que não haverá incidência do tributo ou que determinada pessoa não pagará o
tributo. Em palavras simples, significa que alguém não vai pagar tributos ou não vai haver
incidência a de tributos sobre algo.
Significa que a não incidência será alicerçada em valores como: liberdade religiosa,
liberdade política, liberdade sindical, liberdade de expressão, etc.
Percebe-se que estudar imunidade não é estudar Direito Tributário, mas sim estudar a CF,
eis que estamos diante uma matéria eminentemente constitucional.
Por exemplo, quando se vê a não incidência de IPTU sobre determinada Igreja, tem-se, na
realidade, a proteção à liberdade de culto, de crença. Da mesma forma, a não incidência de
imposto sobre sindicatos de empregados, haverá a proteção de direitos sindicais e, até mesmo,
dos direitos sociais.
É importante compreender o conceito, pois irá ajudá-lo em eventual prova discursiva e prova
oral.
Significa que nada e ninguém poderão contrariar os limites impostos pela norma de
imunidade tributária.
Assim, o Poder Executivo, por meio dos auditores-fiscais, nas autuações “não poderá”
cobrar tributos de pessoas imunes. Caso cobre, por entender não ser caso de imunidade, caberá
ao advogado tributarista promover a anulação. Da mesma forma, o Poder Legislativo,
representante do povo, não poderá editar leis ordinárias que desafiem a norma constitucional de
imunidades, eis que a norma de imunidade está prevista na CF. Por fim, não poderá o Poder
Judiciário, através das sentenças, deverá zelar pela norma constitucional.
Isto ocorre tendo em vista que o beneficiário dispõe de um direito subjetivo de não
incomodação perante os entes tributantes (União, Estados, Municípios e DF).
Há normas na CF que se referem a isenções, art. 195, §7º da CF e art. 184, §5º da CF,
mas, na realidade, tratam de imunidades, conforme STF, STJ e doutrina.
3. NORMAS IMUNIZANTES
A previsão da imunidade tributária não está restrita a um único artigo. Pelo contrário, as
normas que consagram imunidades encontram-se “espalhadas” ao longo do texto
constitucional, não se restringem a expressão “são/estão imunes”.
R: NÃO! Tendo em vista que a referida empresa é imune, não podendo ser “incomodada”
pela Receita Federal, nos termos do inciso I do art. 149, §2º da CF.
Havendo transferência de bens imóveis, no caso de fusão de duas empresas, não haverá
incidência de ITBI, tendo em vista a norma imunizante. Contudo, não haverá imunidade quando a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, a locação
de bens imóveis ou o arrendamento mercantil.
R: SIM! Tendo em vista que se trata da ressalva prevista no art. 156, §2º, I da CF, com o
intuito de evitar fraudes.
Portanto, os outros tributos incidem normalmente, assim a igreja paga taxas, paga
contribuição de melhorias.
4. ESPÉCIES DE IMUNIDADES
A União, os Estados, o DF e os Municípios não poderão cobrar impostos uns dos outros.
Esta alinha veda, por exemplo, que os Estados cobrem IPVA de veículos pertencentes a
Municípios; que estes cobrem IPTU relativo à propriedade de prédio pertencente à União.
Não poderá haver a cobrança de impostos que incidem sobre patrimônio (IPTU, IPVA),
sobre renda (IR) e serviços (ISS) .
Segundo o STF, ainda que não consta no rol, não pode incidir cobrança sobre o (II) e
(IOF). O que o STF acha dessa limitação; a proteção deve ser ampla quanto aos tipos de
impostos ( Exemplo: II e IOF também podem ser afastados, ainda que não se enquadrem no rol
classificatório)
R: NÃO! A proteção deve ser ampla quanto aos demais tipos de impostos. Assim, por
exemplo, o imposto de importação (II) e o imposto sobre operação financeira (IOF)
também podem ser afastados, ainda que não se enquadrem no rol classificatório.
art. 150, VI, “a” e “c”, CF; art. 150, §§ 2º, 3º e 4º, CF.
R: (Dizer o Direito) O art. 150, VI, “a”, da CF/88 prevê que a União, os Estados/DF e os
Municípios não poderão cobrar impostos uns dos outros. Essa imunidade também vale
para as autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes (art. 150, § 2º da CF/88). Existe uma presunção de que os
bens das autarquias e fundações são utilizados em suas finalidades essenciais. Assim,
o ônus de provar que determinado imóvel não está afetado à destinação compatível
com os objetivos e finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente
tributante que pretenda, mediante afastamento da imunidade tributária prevista no § 2º
do art. 150 da CF, cobrar o imposto sobre o referido imóvel. (AgRg no AResp.
304.126/RJ - informativo 527). Para o STJ, o ônus é da entidade
impositora/tributante
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio
útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de
arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Importante
destacar:
R: (Dizer o Direito) O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não afasta a
responsabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito passivo era
contribuinte regular do tributo devido. A imunidade tributária prejudica, em certa medida,
a expectativa de arrecadação dos entes federados. Essa perda somente é tolerada pelos
entes para satisfazer a outros valores, tão ou mais relevantes, previstos na Constituição
(como o pacto federativo). O instituto da responsabilidade tributária dos sucessores (art.
130 do CTN) protege justamente o Fisco da inadimplência que poderia ocorrer em
decorrência do desaparecimento jurídico do contribuinte. Na sucessão, o sucessor fica
Imunidade superveniente: para não afastar do ônus imposto pela responsabilidade tributária.
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não estão, como regras, imunes
a incidência de impostos. Essa é a regra.
b) Imagine que a Igreja contrate uma pessoa jurídica com o intuito de confeccionar jornal
por encomenda (serviço de composição gráfica). Haverá a incidência de ISS?
Sim, pois o serviço de composição gráfica não é realizado pela Igreja, mas sim por
terceiro, conforme entendimento do STF (AgR-RE 434.826/MG)
4.3. (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei
4.3.1. Conceito
Lembrando que o STF decidiu que ainda que não consta no rol, não poderá incidir
cobrança sobre o imposto de importação (II) e imposto de operações financeiras (IOF).
Ressalta-se que IOF não é imposto sobre patrimônio, renda ou serviço.
A imunidade está na CF por um vetor axiológico! A norma imunizante é uma norma de não
incidência como se fosse um exceção, há um elemento que justifica.
A LC, em questão, trata-se do CTN. Ressalta-se que o CTN é lei ordinária, com status
de lei complementar.
a) Havendo lucro, não poderá ser distribuído para os mantenedores, mas sim totalmente
revertido para o propósito institucional. Destaca-se que não se proíbe o lucro, proíbe-se
a distribuição do lucro;
Sem fins lucrativos= porque havendo lucro, ele não poderá ser distribuído para os
sócios e sim revertido p/ o proposito institucional.
b) A receita obtida deve ser aplicada integralmente no país, não podem enviar para o
exterior;
c) Manter a contabilidade em dia.
Em prova oral responder que para entidade educacional(exemplo) ser imune depende: “a
norma imunizante está atrelada ao incremento normativo que por sua vez é uma lei
complementar; quem faz a vez de lei complementar é o CTN em seu art. 14, incisos I, II, III.
Ler alínea C do inciso VI do art. 150 em sintonia com §4º do art. 150. Vejamos:
Para que ocorra a não incidência de impostos (lembrar a interpretação ampliativa do STF),
o patrimônio, a renda e os serviços devem estar relacionados com as finalidades institucionais das
quatro pessoas jurídicas (partidos políticos, incluindo suas fundações; entidades sindicais de
empregados; instituições de educação; instituições de assistência social).
Portanto, desde que haja a correspondência fática, pode ser alcançados pela imunidade
tributária, o prédio, o carro, o patrimônio relacionado, a renda relacionada, o serviço
relacionado.
Fundos de pensão são entidades fechadas de previdência social privada, alguns destas
entidades podem equivaler a uma entidade de assistência social. De modo que, em tese,
gozariam de imunidade tributária, desde que financiem integralmente as contribuições dos
empregados.
Não se confundo com as hipóteses vistas acima, eis que afastam impostos de “pessoas”.
Aqui, ocorre a não incidência de imposto (ICMS, IPI e II) sobre coisas/bens (livros, jornais e
periódicos), bem como sobre insumo (papel).
Obs.: não se protege a editora, mas sim o livro produzido por ela. Por isso a editora deverá
arcar com o pgto normal do IPTU,IPVA, IR, ITBI, etc . Objeto de Prova PGE/SP
Parte da doutrina entende que deve haver incidência de imposto, pois o constituinte
não quis que alcance o conteúdo eletrônico, embora já existente à época da CF/88.
Outros, afirmam que deve incidir, buscando a efetividade da norma constitucional,
acompanhando a evolução da sociedade – Entendimento do Sabbag.
Foi inserida pela EC 75/2013, a qual foi resultado de uma movimentação popular e de
cunho profissional, com o intuito de baratear os produtos, evitando, assim, a pirataria.
Garante:
Etapas abrangidas:
O conceito de tributo está previsto no art. 3º do CTN, sendo uma prestação pecuniária,
compulsória, diversa de multa, a qual é instituída mediante lei e cobrada por meio de lançamento.
A pecúnia é o modo pelo qual o tributo deve ser carreado ao Fisco. Portanto, paga-se o
tributo em dinheiro (Real). Além disso, o tributo poderá ser pago em CHEQUE (ler o art. 162, I,
CTN).
Quanto aos bens imóveis, a LC n. 104/2001 trouxe para o CTN o inciso XI do art. 156,
prevendo a DAÇÃO EM PAGAMENTO, exclusivamente para tais bens. Isso significa que o
expediente não era legítimo antes de 2001 e, após essa data, passou a ter a chancela do CTN
(Condições: só para bem imóvel e necessidade de lei autorizativa).
Não se admite o tributo “in natura”, ou seja, não se pode pagar o tributo com produtos
agrícolas, por exemplo, café, laranja etc.
Além disso, o comando quer significar outra coisa (em uma constatação mais sofisticada=
o que a banca examinadora irá cobrar): a compulsoriedade decorre do fenômeno da incidência
tributária, ou seja, da subsunção tributária (a hipótese de incidência encontrando o fato gerador, e
vice-versa).
Exemplo:
A doutrina costuma ofertar duas modalidades de multa: a multa de mora (moratória), com
viés indenizatório, ressarcitório; e a multa punitiva, com viés sancionatório.
“MULTA É (...) prestação pecuniária, compulsória, diversa de tributo, instituída por lei (art.
97, V, CTN) e cobrada por lançamento (art. 142, caput, CTN).
Isso resgata o princípio da legalidade tributária (art. 150, I, CF c/c art. 97, CTN) em sua
inteireza. Todos os tributos estarão submetidos a essa exigência, ressalvadas as hipóteses de
mitigação da legalidade: II, IE, IPI, IOF, CIDE-COMBUSTÍVEL e ICMS-COMBUSTÍVEL.
Por fim, se o lançamento tem feição documental, não se admite a exigibilidade do tributo
oralmente. Exemplo: um fiscal “diz” que fulano deve e exige o pagamento, sem o documento de
cobrança pertinente.
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
O art. 146, III, “a”, CF indica que FGs, bases de cálculo, entre outros elementos, devem
estar em uma lei complementar, conforme visto acima, o CTN “faz as vezes de”.
Não é um tributo comum. Existiu no Brasil na década de 80. Entretanto, o tema despenca
em provas de concurso. Caiu em prova
3.2. Características
a) Restituibilidade: significa que o valor pago será restituído ao contribuinte pela União,
corrigido monetariamente. O tributo já nasce com a clausula de restituição, porque a
União deverá devolver o valor corrigido e em dinheiro.
STF: a restituição deve ser feita em dinheiro, não por meio de títulos.
Obs.: TODOS os tributos são restituíveis, havendo pagamento indevido ou a maior.
Mas o empréstimo compulsório já nasce com a cláusula de restituibilidade.
d) Reservada. Portanto, MP não poderá tratar sobre o tema (art. 62, §1º, III, da CF).
Os dois incisos do art. 148 não são fatos geradores. Eles são pressuposto fáticos ou
situações deflagrantes.
Conforme a doutrina o fato gerador será o mesmo de um imposto federal. É possível essa
conclusão olhando a história passado dos empréstimos compulsórios já instituídos. Ou seja,
teremos aqui a ocorrência de bis in idem (cobrança pela União de dois tributos diferentes sobre o
mesmo fato gerador).
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender
com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto
nesta Lei.
Como o inciso III é uma hipótese não prevista na CF, tem-se entendido que o referido
dispositivo não foi recepcionado pela Carta Magna. Hipóteses de derrogação parcialmente do
artigo.
3.4. Pressupostos
Não é fa
No tocante a guerra, essa pode ser iminente (prestes a acontecer) ou eclodida (já tenha
sido iniciada) e o completo esgotamento das forças orçamentárias do Estado.
Despesa Extraordinária – é aquela que passa pelo completo esgotamento das forças
orçamentárias do Estado (inanição estatal).
Dica 01: Disposto no art. 148, II “ que deve ser observado o disposto no art.150, III,B da
CF/88, trata-se de anterioridade anual, pq em 88 quando se escreveu a CF só havia a
anterioridade anual. A anterioridade nonagesimal incluído em 2003 pela Emenda Constitucional Nª
42.
Regra: o inciso II, do art. 148, respeita as duas anteriodade (anual e nonagesimal).
Exceção: o inciso I, do art. 148, é exceção as duas anterioridades porque possue exigência
imediata, nos termo do art.150, §1º,da CF.
Dica 02: Parágrafo único do art. 148 da CF: ali se mencionou que a receita do ECOM deve
estar vinculada à sua despesa. Não pode haver tredestinação ou desvio de finalidade! O comando
entrou no texto constitucional em 1988!
Tal como as taxas, é uma espécie de tributo vinculado a uma atuação estatal (tributo
retributivo). Essa atuação corresponde à valorização de imóvel decorrente de obras públicas. Não
é qualquer benefício ao dono do imóvel que autoriza a cobrança: a valorização do imóvel é
imprescindível.
Muito cobrado pelas bancas como um imposto municipal. Mas esse tributo pode ser tanto
federal quanta estadual e municipal também.
O Nexo de causalidade é fundamental, pois pode haver obra pública que desvalorize o
imóvel .
O decreto-lei 195/1967, no art. 2º, traz o rol de obras públicas que podem ensejar a
cobrança de contribuição de melhorias.
Ou seja, a contribuição de melhoria sofre duas limitações: não pode ser superior ao valor
da valorização do imóvel (limite individual) e nem superior ao valor da obra (limite global). Porque
no Brasil, prevalece o Sistema Misto ou de Duplo Limite. Caiu em prova
Esses limites são previstos no art. 81 do CTN e art. 4º do Dec. Lei 195/67.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como LIMITE TOTAL a despesa
realizada e como LIMITE INDIVIDUAL o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
Limite Global: respeita-se o teto de valor gasto com a obra, sob pena de haver um
enriquecimento sem causa por parte do Estado.
Além disso, a cobrança da contribuição é limitada ao local onde ocorreu a valorização dos
imóveis.
A contribuição de melhoria só pode ser exigida ao fim da obra, que é o momento hábil
para verificar o montante de valorização imobiliária = com a obra concluída. Esse é o aspecto
temporal do fato gerador. A obrigação tributária nasce com o fato gerador.
STF: Não se pode instituir taxa quando cabível a criação de contribuição de melhoria.
Nunca será, por força de lei, o inquilino (apenas for força de contrato, ocasião em que será
válido tão somente para o Direito Civil, nos termos previsto no art. 123 do CTN).
Art. 130, caput, CTN: indica que o adquirente do bem imóvel, nos casos de
responsabilidade por sucessão imobiliária, será o responsável tributário pela contribuição de
melhoria devida pelo alienante. Transfere: Contribuição de Melhoria, o IPTU, a taxa pela
prestação de serviços. Trata-se de Responsabilidade por Sucessão Imobiliária.
Art. 130, caput, CTN. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e
bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais
bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua
quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a
sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Detalhe quanto à chamada zona de influência (ou área de benefício): obra feita na zona
norte do Rio de Janeiro não pode gerar o tributo para o proprietário de bem imóvel da Zona Sul.
Isso geraria vício quanto à sujeição passiva, o que, decorrencialmente, indica mácula à legalidade
(art. 97, III, parte final, CTN).
O tributo será adequadamente cobrado, respeitando-se uma fase inicial muito importante:
publicação prévia de um Edital, revelando a todos os interessados características da obra
(orçamento descritivo, zona de influência). Após o procedimento, qualquer interessado poderá
ofertar impugnação à obra desejada (art. 82, I, CTN). Caso essa fase for pulada pela ADM, poderá
ser impugnada pelo adv (ñ entendi se fase adm ou fase jud)
1. CONTR. MELHORIA x IPTU: será possível o pagamento dos dois tributos, com a
seguinte ressalva – o IPTU será pago todo ano (FG continuado), enquanto a Cont. Melhoria
deverá ser paga apenas uma vez (FG instantâneo). Por fim, frise-se que os fatos geradores dos
dois tributos são inconfundíveis (art. 4º, caput, CTN). Assim, é possível a incidência de ambos os
tributos, os quais terão fatos geradores diferentes e forma de pagamento também.
1º Contribuição de melhoria;
2º Taxa;
3º Imposto.
5. TAXAS
5.2. Características
A taxa será instituída de acordo com a competência de cada ente. Ex.: Município não pode
instituir uma taxa pela emissão de passaporte, uma vez que essa atividade é de competência
federal.
Logo, a competência para a instituição das taxas está diretamente relacionada com as
competências constitucionais de cada ente.
Serviço público DIVISÍVEL: Deve ser possível mensurar o grau de utilização do serviço
por cada usuário.
Serviço público UTILIZADO pelo cidadão: Somente diante da utilização se torna possível
a cobrança de taxa. Essa utilização pode ser efetiva (de fato) ou potencial (serviço à disposição).
Quanto ao serviço potencial, a taxa só poderá ser cobrada se tratar de serviço de utilização
compulsória (obrigatória).
5.4.1. Exemplos
Taxa de coleta de lixo. É serviço específico e divisível. Pode ser cobrado tanto no uso
efetivo como no uso potencial, pois se trata de serviço de utilização obrigatória. Mesmo que o
sujeito fique seis meses sem aparecer na casa, deverá pagar o tributo, pois a rede de coleta de
lixo está à disposição do contribuinte. É um serviço de utilização obrigatória, por isso a cobrança é
lícita.
Foi declarada INCONSTITUCIONAL pelo STF (Súmula 670 do STF), porquanto se trata de
serviço geral e indivisível, tal como o serviço de segurança pública. É um serviço geral, que
alcança toda a comunidade, sem ter como mensurar quem e quanto cada indivíduo usufrui dele.
Em 2015, o STF converteu a Súmula 670 em súmula vinculante, editou, assim, a SV 51.
O serviço público de iluminação pública não é específico e divisível. Isso porque não é
possível mensurar (medir, quantificar) o quanto cada pessoa se beneficiou pelo fato de haver
aquela iluminação no poste.
Uma pessoa que anda muito à pé, à noite, se beneficia, em tese, muito mais do que o
indivíduo que quase não sai de casa, salvo durante o dia. Apesar de ser possível presumir que
tais pessoas se beneficiam de forma diferente, não há como se ter certeza e não existe um meio
de se controlar isso. Todo mundo (ou quase todo mundo) acaba pagando igual,
independentemente do quanto cada um usufruiu.
Perceba, assim, que o serviço de iluminação pública, em vez de ser específico e divisível,
é, na verdade, geral (beneficia todos) e indivisível (não é possível mensurar cada um dos seus
usuários).
“Nos serviços públicos gerais, também chamados universais (prestados uti universi), o
benefício abrange indistintamente toda a população, sem destinatários identificáveis. Tome-se, a
título de exemplo, o serviço de iluminação pública. Não há como identificar seus beneficiários (a
não ser na genérica expressão ‘coletividade’). Qualquer eleição de sujeito passivo pareceria
arbitrária. Todos os que viajam para Recife, sejam oriundos de São Paulo, do Paquistão ou de
qualquer outro lugar, utilizam-se do serviço de iluminação pública recifense, sendo impossível a
adoção de qualquer critério razoável de mensuração do grau de utilização individual do serviço.”
(Direito Tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2013, p. 29).
COSIP
O modo escolhido foi criar uma contribuição tributária destinada ao custeio do serviço de
iluminação pública. Sendo uma contribuição, não havia mais a exigência de que o serviço público
a ser remunerado fosse específico e divisível. Logo, o problema anterior foi contornado.
Essa contribuição, chamada pela doutrina de COSIP, foi introduzida no art. 149-A da CF/88:
Dessa forma, o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (SV
41). No entanto, os Municípios poderão instituir contribuição para custeio desse serviço (art. 149-A
da CF/88).
2) Taxa do lixo
Logo quando foi criada, houve discussão sobre a natureza específica e divisível do serviço.
O STF declarou a cobrança do tributo CONSTITUCIONAL, por entender que reúne os requisitos
da especificidade e divisibilidade (STF AgRg AI 636.528). Vide SV n. 19.
3) TARIFA de água ou esgoto ou TAXA de água e esgoto? Súmula STJ 412 e 407.
Qual é a BC de uma taxa? Como todo tributo vinculado (retributivo), a BC deve estar ligada
ao valor da contraprestação estatal.
No estudo do art. 4º do CTN vimos que a definição da espécie tributária não depende
apenas do FG, mas também da BC (dispositivo parcialmente superado). A BC tem a função de
confirmar o fato gerador, de forma a dizer quanto vale o fato gerador (caso contrário há
incongruência)
BC: Quantia capaz de medir o fato gerador, ou seja, o valor da renda. Se essa base de
cálculo fosse “valor de bem imóvel” algo estaria errado. Haveria incongruência entre a BC e o FG.
Como visto, nesse conflito prevalece a BC, ou seja, não estaríamos diante de IR, mas de IPTU.
Se a BC for o valor venal do bem imóvel, não estaremos diante da taxa, mas sim do IPTU.
Essa BC não mede o FG da coleta do lixo, mas sim o fato gerador do IPTU, qual seja, possuir
bem imóvel.
Assim dispõe o art. 145, §2º da CF e o art. 77, parágrafo único do CTN:
Ou seja, só não pode haver identidade total entre os elementos utilizados na definição da
BC com os elementos de definição da BC do imposto. O que temos são elementos
compartilhados. Esse entendimento se consolidou de tal forma que gerou a Súmula Vinculante nº
29.
É uma taxa cobrada por conta de fiscalização realizada pela Administração. O poder de
polícia é definido no art. 78 do CTN.
Trata-se uma limitação dos direitos dos particulares em benefício do interesse público. A
taxa só pode ser cobrada pelo exercício efetivo do poder de polícia, vale dizer, somente se houve,
efetivamente, a fiscalização.
STF: A fiscalização efetiva é presumida em favor da Administração, independentemente da
existência de órgão de controle (STF AI 699.068 e RE 588322).
Relação de subordinação Estado x Indivíduo (vertical). Relação de coordenação Indivíduo X Indivíduo (horizontal).
Prestação compulsória, ou seja, a taxa não é paga em Prestação “voluntária”, ou seja, decorre do exercício da
função de exercício de vontade, mas sim porque a lei autonomia do indivíduo.
assim determina.
Receita Derivada (ato de império – imposição Receita originária (atividades do estado como particular).
estadoparticular)
Sujeito ativo: Sempre PJ de DIREITO PÚBLICO. Sujeito ativo: Pode também ser PJ de DIREITO PRIVADO.
Exemplo: Taxa de lixo. Exemplo: Tarifa de telefonia (onde cabe à parte requerer o
serviço).
2) Pedágios
O STF, inicialmente, ao analisar o caso do selo pedágio determinou que possuía natureza
de taxa de serviço. Portanto, seriam aplicáveis os princípios tributários.
Em 2014, o STF declarou que pedágio não possui natureza jurídica de tributo, não é taxa.
Logo, ao pedágio não são aplicados os princípios constitucionais tributários, como da legalidade,
da anterioridade. Entendeu que possui natureza de preço público ou de tarifa, seria uma forma de
concessão ou permissão de serviço público, nos termos do art. 175, parágrafo único da CF
(dispõe sobre o sistema tarifário).
STF (ADI 1145) entendeu que as custas, taxas judiciárias e emolumentos têm natureza
jurídica de taxa. Isto porque é serviço público específico e divisível exigido quando da sua efetiva
utilização, com o escopo de ressarcir o custo estatal no cumprimento de sua função judiciária,
típica função estatal.
Tratam-se das únicas taxas cuja arrecadação é vinculada (não confundir com “tributos
vinculados” – toda taxa é um tributo vinculado”), nos termos do art. 98, §2º da CF.
Arrecadação não vinculada: Quando o Estado tem liberdade para aplicar as receitas
tributárias em qualquer despesa prevista no orçamento. Ex.: Impostos, contribuições de melhoria e
taxas (salvo as judiciárias).
Quanto às custas, o STF entende que podem utilizar como base de cálculo o valor da
causa ou condenação. Entretanto, se excessivamente altos esses valores, fica desfigurada a
vinculação da taxa com o serviço efetivamente prestado. Nesse particular, se não existir um teto
máximo do valor da taxa, a cobrança se torna ilegítima, sendo uma barreira ao livre acesso ao
poder judiciário. Nesse sentido, a Súmula 667 do STF:
4) Serventias e o ISS
A LC 116/03 estabelece uma lista de serviços que podem ser tributados por ISS. Os
municípios, com base nesta lista, criam a Lei Ordinária para cobrança do tributo.
O serviço prestado pelas serventias é um serviço público sem fins lucrativos. Isso porque o
valor cobrado pelo serviço se classifica como taxa e sendo assim, a base de cálculo da taxa será
o custo. O objetivo é custear o serviço público que é prestado. Não haveria o cômputo de lucro.
Remunera o custo (não há intuito de lucro) Remuneração reflete não só o custo, mas
também o lucro do prestador.
Conclusão: taxa, não devendo ser tributada Conclusão: temos uma prestação no âmbito do
pelo ISS direito privado e, portanto, tributável pelo ISS.
Já vimos acima que, de acordo com o STF, os emolumentos têm natureza de taxa. Os
cartórios passaram a defender a impossibilidade da incidência do ISS no seu serviço, isso pelo
fato de ser um serviço público, devendo ter natureza de taxa, assim como a inconstitucionalidade
por ofensa a imunidade recíproca, pois a tributação resulta na imposição de ônus sobre um
serviço público.
STF na ADI 3089 diz que a cobrança é CONSTITUCIONAL. O fundamento está no art.
150, §3º da CRFB.
Paradoxo: STF diz que tem natureza de taxa, e, ainda assim, deve ser tributado por ISS.
É um tributo não vinculado, ou seja, o fato gerador dos impostos não está vinculado a
nenhuma atuação estatal.
Art. 16. Imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Não há no pagamento de impostos uma contraprestação específica estatal, vale dizer, não
se sabe, ao certo, qual a DESTINAÇÃO do dinheiro. Em virtude disso, as receitas dos impostos
também não serão vinculadas, ou seja, o dinheiro não custeará nenhuma despesa específica, mas
sim despesas gerais.
Exemplo: João se torna proprietário de um veículo automotor, ele paga o IPVA; Maria
presta determinado serviço – ela paga ISS; Nós nos tornamos proprietários de uma fazenda; nós
pagamos o ITR.
STF declarou uma lei paulista inconstitucional, pois previa destinação específica para a
receita advinda de imposto.
Art. 167, IV CF: princípio da não afetação dos impostos. Todavia, há exceções, no mesmo
art. 167 – Direito Financeiro. Uma afirmação “os impostos NUNCA são vinculados”, estaria errada.
Por que, então, somos obrigados a pagar impostos? Porque realizamos condutas que
manifestam riqueza. O fato gerador do imposto é sempre uma manifestação de riqueza pelo
sujeito passivo (art. 145, §1º), sendo essa manifestação desvinculada de uma atuação do Estado.
Os impostos são criados, em regra, por lei ordinária (competência tributária), mas apesar
disso, a CF, em seu art. 146, III, ‘a’ diz que os elementos gerais dos impostos devem ser definidos
em lei complementar (competência para legislar sobre direito tributário).
Exige-se lei complementar, pois essas leis têm a finalidade de regular diretamente os
dispositivos constitucionais.
OBS: ao ente encarregado de instituir o imposto, cabe apenas a criação da lei instituidora e a
definição da alíquota, porquanto os demais elementos já foram definidos em lei geral.
Que lei complementar é essa? Em regra, é o CTN (diz-se em regra, pois há impostos cuja
definição das normas gerais encontram-se em outra LC, como no caso do ISS e ITR), que terá a
função de uniformizar em todo o território nacional as regras de tributação dos impostos. O CTN
não cria o imposto, mas apenas regulamenta-o.
E o que acontece quando o imposto é criado sem que o CTN tenha regulamentado?
É o caso do IPVA. O STF (AI 167.777) decidiu que a situação de resolve pelo art. 24, §3º. Onde a
União é omissa nas normas gerais, o Estado pode suplementá-la (competência complementar
supletiva), exercendo a competência legislativa plena. Sobrevindo a norma federal, a norma
estadual deve ter sua eficácia suspensa, naquilo que for contrária à norma geral.
II ICMS ISS
IE ITCDM ITBI
IOF
IR
ITR
IGF (LC)
IEG - -
Também é possível notar que quase todos os impostos acima (federais, estaduais e
municipais) já foram instituídos pela entidade estatal competente, excetuados os casos de Imposto
Extraordinário, Imposto sobre grandes fortunas e Imposto residual.
UNIÃO
ESTADOS/DF
MUNICÍPIOS
* Esse percentual pode chegar a 100% para os municípios, desde que eles façam a
arrecadação e a fiscalização do imposto federal (art. 153, §4°, III, CF c/c art. 158, II, parte final,
CF) EC 42/2003
Estão genericamente previstas no art. 149 da CF. A competência para a criação dessas
contribuições é exclusiva da União, ressalvado o §1º do art. 149.
As três espécies de contribuição devem ser criadas como forma de a União atuar nas
respectivas áreas sobre as quais a contribuição incide.
• Contribuição previdenciária dos servidores públicos não federais: art. 149, §1º, CF
(competência dos Estados, Municípios e DF).
7.2. Características
As contribuições são tributos de arrecadação vinculada, o que significa dizer que o dinheiro
proveniente delas é destinado a uma finalidade específica definida na lei que cria a contribuição. É
essa característica da vinculação que permite diferenciar contribuições dos impostos. O FG dos
impostos e das contribuições é uma manifestação de riqueza, a diferença entre os dois está no
fato de que, nas contribuições se sabe para onde vai o dinheiro enquanto os impostos servem
7.3. Modalidades
Visam custear áreas bem relevantes de nossa sociedade, como a Seguridade Social, o
ensino público fundamental, entre outras. Daí serem subdivididas em Contribuições Sociais da
Seguridade Social e Contribuições Sociais Gerais.
Assim, tais fontes nominadas de custeio da Seguridade Social indicam quem são os
colaboradores do Estado na gestão da Seguridade Social do Brasil. Você notará que há origens
diversas para o custeio dessa área:
IV. Importador: desde 2003, os importadores vêm contribuindo com duas contribuições
para o custeio da Seguridade Social no Brasil (PIS – Importação e COFINS – Importação).
Não esqueça que os importadores já são sacrificados com vários outros tributos para
manterem suas atividades aduaneiras: II, ICMS, IPI, AFRMM, etc.
Art. 195
...
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área social (Sistema “S”,
“salário-educação”).
De fato, esse tributo é um excelente mecanismo de intervenção, uma vez que pode
fomentar atividades por meio de sua fisionomia extrafiscal. A sigla recorrente para esse tributo é
CIDE.
Por exemplo, temos a CIDE no caso de fomento da Marinha Mercante (AFRMM – Adicional
de Frete e Renovação da Marinha Mercante), do desenvolvimento tecnológico brasileiro
(CIDERoyalties) e das atividades com Combustíveis (CIDE-Combustíveis).
b) Contribuição Sindical (art. 578 e seguintes CLT c/c art. 8º, IV, CF). Corresponde
monetariamente a um dia de trabalho no ano.
Art. 146, III: O regramento geral dos tributos deve ser feito por lei complementar (normas
gerais). É o dispositivo que visa à uniformização de elementos gerais de direito tributário.
Entretanto, não há previsão no CTN das contribuições especiais.
De acordo com o STF: Prevalece que criação das contribuições especiais não depende
de lei complementar (pode ser lei ordinária). Instituição do tributo (competência tributária) não se
confunde com regulamentação geral do tributo (competência para legislar sobre direito tributário),
que se refere à obrigação tributária, crédito tributário, prescrição etc., esta sim conferida
exclusivamente à União, por lei complementar. Assim como o fato gerador, sujeitos e base de
cálculo dos impostos (art. 146, III, ‘a’).
OBS: algumas contribuições podem vir a ser criadas por LC, e o legislador fez isso no caso
da COFINS (LC 70/91), para ter certeza da constitucionalidade da lei que criou. Em 1998, veio a
lei ordinária 9.718/98, que alterou a LC 70/91, majorando sua alíquota. Os contribuintes disseram
que isso feria a hierarquia das leis, porém o STF assentou que não é necessária LC para alterar a
LC 70/91, isso porque esta era formalmente LC, mas materialmente LO.
Então:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
...
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
7.4.3. “...e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a
que alude o dispositivo...”
Art. 195, §6º: A CF destaca uma área específica dentro das contribuições sociais, que é a
área da seguridade social (contribuições de seguridade social). Em relação a essa área, a CF (art.
195, §6º) já define um prazo de anterioridade específico (anterioridade nonagesimal).
Art. 195
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo (leia-se: para a
seguridade social) só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se