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Resumos de História – 12ºAno – 2ªParte

Tensões internacionais que antecederam a 2ª Guerra Mundial


- Japão invade a Manchúria (China) em 1931;
- Itália ocupa a Etiópia em 1935;
- Alemanha anexa a Áustria e ocupa a Checoslováquia em 1938.
Fatores que contribuíram para a 2ª Guerra Mundial
- Regimes autoritários;
- Expansionismo;
- Imperialismo;
- Militarização da Alemanha.
Conferência de Ialta
- Roosevelt, Estaline e Churchill;
- Definição da fronteira entre a Polónia e a União Soviética;
- Divisão provisória da Alemanha em 4 áreas;
- Preparação da ONU;
- Estipulação da supervisão da futura constituição dos governos dos países de leste.
Conferência de Potsdam
- Perda provisória da soberania da Alemanha e divisão em 4 áreas de ocupação;
- Administração conjunta da cidade de Berlim;
- Montante e tipo de indemnizações a pagar pela Alemanha;
- Julgamento dos criminosos de guerra (Nuremberga);
- Divisão, ocupação e desnazificação da Áustria.
Um novo quadro geopolítico
- A URSS ganhou consideráveis ganhos territoriais;
- A libertação da Europa Oriental coube ao Exército Vermelho, os soldados russos
substituíram os nazis;
- Todos os países libertados pelo Exército Vermelho resvalaram para o socialismo.
Organização das Nações Unidas
- Nasce na Conferência de São Francisco, em abril de 1945;
- Objetivos: manter a paz e reprimir os atos de agressão, da forma mais pacífica
possível; desenvolver relações de amizade entre os países do mundo; desenvolver a
cooperação internacional no âmbito económico, social e cultural; promover a defesa
dos direitos humanos.
- Órgãos de funcionamento: assembleia-geral; conselho de segurança; secretariado-
geral; conselho económico e social; Tribunal de Haia; conselho de tutela.
O ideal de cooperação económica
- O nacionalismo económico dos anos 30 tinha prejudicado o crescimento económico e
a paz;
- Aposta-se agora na cooperação económica;
- Medidas: criação de um novo sistema monetário internacional para garantir a
estabilidade da moeda, assentando no dólar como moeda-chave; criação do FMI e do
BIRD; assinatura do GATT em 1947.
Conjuntura favorável à descolonização
- Os países europeus foram deixados de ver como invencíveis pelas colónias;
- Apoio dos EUA e da URSS à libertação das colónias;
- ONU torna-se no baluarte internacional da descolonização.
Doutrina Truman
- Mundo dividido em dois modelos políticos e económicos opostos;
- EUA como modelo representativo da democracia e da liberdade;
- URSS como modelo da opressão e a vontade de uma minoria dirigente;
- EUA como líder da contestação ao expansionismo soviético;
- Apoio e ajuda à reconstrução europeia;
- EUA como garante da paz e da segurança mundial.
Doutrina Jdanov
- Mundo dividido em campos políticos opostos;
- EUA como um campo imperialista, apoiado por Inglaterra e França;
- Defesa de um campo anti-imperialista pela URSS;
- Os partidos comunistas devem oferecer resistência ao domínio americano.
Plano Marshall
- Resposta à situação de carência europeia;
- Programa que incluí a URSS e os países de Leste;
- Resposta às necessidades económicas;
- Superar problemas sociais e evitar movimentos sociais extremistas;
- Recuperação de uma visão positiva do futuro e manutenção da paz.
Plano Molotov
- Política de cooperação aos mais diversos níveis e de acordo com os ideais socialistas;
- Vantagens múltiplas e mútuas para os membros da ideologia socialista;
- Fortalecimento da economia socialista e desenvolvimento da cooperação;
- Aproximação económica dos Estados Membros.
A questão alemã
- Clima de confronto na gestão do território alemão;
- Os americanos passam a ver a Alemanha como um aliado na contenção do
expansionismo soviético, assim é criada a R.F.A. nos territórios ocupados pelas
potências ocidentais;
- Em troca, a URSS vai atuar de forma semelhante e vai criar a R.D.A;
- Bloqueio de Berlim, primeiro conflito entre as superpotências.
A Guerra Fria
- Clima de tensão e antagonismo entre os EUA e a URSS, entre 1947 e 1985, gerando
um clima de terror em todo o mundo;
- Cada bloco procurou superiorizar-se em relação ao outro;
- A propaganda tem um papel fundamental ao persuadir as populações;
- Antagonismo: EUA – democracia; pluripartidarismo; plano Marshall; privatização;
URSS – centralismo democrático; partido único; plano Molotov; nacionalização.
A democracia cristã
- Origem na doutrina social da Igreja;
- Condena os excessos do liberalismo capitalista;
- Orientação humanista;
- De índole conservadora.
Social-democracia
- Socialismo reformista;
- Valoriza a democracia;
- Controlo da economia pelo Estado;
- Reforço da proteção social.
Medidas comuns em ambas as democracias
- Promoção de reformas económicas e sociais profundas;
- Nacionalização dos diversos setores de atividade;
- Revisão dos impostos;
- Nascimento do Estado-Providência.
Afirmação do Estado-Providência
- Destaque para o Reino Unido;
- Estabelecimento de um sistema nacional de saúde assente na gratuitidade total;
- Generalização do sistema de proteção social;
- Prestações de ajuda familiar e outros subsídios;
- Redução da miséria e uma melhor distribuição da riqueza.
A prosperidade económica dos “Trinta Gloriosos”
- Aceleração do progresso tecnológico;
- Recurso ao petróleo como matéria energética por excelência;
- Aumento da concentração industrial e do número de multinacionais;
- Aumento da população ativa e baby-boom;
- Modernização da agricultura;
- Crescimento do setor terciário para responder às necessidades administrativas.
A sociedade de consumo
- Condições: oferta de emprego, salários altos e produção maciça de bens a preços
acessíveis;
- Transformação dos lares e do estilo de vida dos países capitalistas;
- Uso da publicidade e das vendas a crédito para convencer os consumidores.
Expansionismo soviético na Europa
- A primeira vaga de expansão atinge a Europa Oriental sob a pressão direta da URSS;
- Os novos países socialistas recebem a designação de democracias populares, que
defendem que a gestão do Estado pertence às classes trabalhadoras;
- Reforço dos laços entre as democracias populares com o Pacto de Varsóvia em 1955,
uma organização oposta à ONU.
Expansionismo soviético na Ásia
- Libertação da Coreia por uma ação conjunta de soviéticos e americanos, contudo
estes nunca se entenderam;
- Divisão da Coreia em dois Estados: República Popular da Coreia (Norte-URSS) e
República Democrática da Coreia (Sul-EUA);
- A Guerra da Coreia deveu-se à invasão da Coreia do Sul pela República Popular da
Coreia.
Expansionismo soviético na América Latina e África
- Cuba como ponto fulcral da expansão comunista, pela mão de Fidel Castro e Che
Guevara;
- Confirmação da influência soviética em Cuba, quando são descobertos na ilha,
mísseis russos de médio alcance, capazes de atingir os EUA. Kennedy exige a retirada
dos mesmos e o mundo espera o pior: a URSS aceita retirar os mísseis e os EUA
comprometem-se a não tentar derrubar o regime cubano.
- Em África, é dado um impulso à instauração de regimes comunistas em Angola e
Moçambique.
Economia soviética após a 2ª Guerra Mundial
- Balanço da 2ª Guerrra Mundial: milhares de hectares de cultivo destruídos, cidades
arrasadas e equipamento industrial perdido.
- Retoma da planificação da economia: a indústria pesada e as infraestruturas recebem
prioridade absoluta.
- O nível de vida da população não acompanha a evolução económica.
Bloqueios económicos
- As economias planificadas voltam a mostrar-se insuficientes: os empresários não
tinham autonomia, a gestão não tinha entusiasmo e a agricultura estava mal
organizada.
- Medidas de reforma: investimento nas indústrias de consumo, na habitação e na
agricultura; redução do horário de trabalho e da idade de reforma; incentivos à
produtividade.
A escalada armentista
- Realização de alianças internacionais e forte investimento no fabrico de armamento;
- Produção maciça de armamento nuclear;
- Introdução da “dissuasão” na política mundial.
A era espacial
- Em outubro de 1957, a URSS colocou em órbita o primeiro satélite artificial da
História, o Sputnik 1. No mês seguinte, lançou o Sputnik 2, com a cadela Laura;
- Só no início de 1958, os EUA entram na corrida ao espaço, lançando o Explorer 1;
- Em 1961, os soviéticos lideravam e, em 1961, fizeram de Yuri Gargarin o primeiro ser
humano a viajar na órbita terrestre;
- Só no fim da década de 60, é que os americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin são os
primeiros a pisar a lua.
“Milagre Japonês”
- Aumento do investimento na atividade produtiva;
- Apoio estatal ao investimento;
- Medidas protecionistas à economia;
- Diminuição dos gastos militares;
- Ajuda americana;
- A mentalidade japonesa.
Maoísmo:
- Base de pensamento Marxismo-Leninismo;
- Revolução comunista liderada pelos camponeses;
- As massas como protagonista da revolução.
Afastamento da China do Bloco Soviético
- Aliança entre a China e a URSS durante os tempos de Estaline: tratado de cooperação
e amizade e a China tinha uma economia planificada;
- Após a morte de Estaline, a relação entre os dois países foi-se deteriorando: a
condenação dos crimes de Estaline por Kruchtchev e a sua política de diálogo com o
ocidente recebem o repúdio chinês.
“Grande Salto em Frente”
- Coletivização da agricultura e da indústria;
- Fim da prioridade à grande indústria;
- Mobilização de toda a mão de obra de forma voluntária;
- Acabaria num tremendo fracasso.
Ascensão da Europa
- Churchill lança o apelo ao renascimento da Europa;
- Objetivos do apelo: unir os países europeus, reencontrar a prosperidade económica e
ter uma unidade política.
Da CECA à CEE
- Declaração Schuman (1950): cooperação entre a França e a Alemanha;
- CECA (1951): Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda e Luxemburgo;
- Tratado de Roma (1957): CEE, EURATOM e União Aduaneira.
Descolonização africana
- Início no Norte de África;
- Os movimentos nacionalistas encabeçam a luta contra o Estado colonizador;
- Apelo ao passado e à cultura comum;
- Apoio da ONU, com a Resolução 1514, que dá o direito à autodeterminação dos
territórios sob domínio estrangeiro.
O Terceiro Mundo
- Países excluídos do desenvolvimento económico e incluí as regiões mais pobres e
populosas do Mundo;
- Nasce da descolonização e está sob a dependência dos países mais ricos;
- Neocolonialismo: forma de dominação indireta através da supremacia técnica,
económica e financeira das nações mais desenvolvidas.
A política de não alinhamento
- Esforço em fortalecer os laços que unem os países saídos da descolonização;
- Conferência de Bandung (1955) definiu as posições políticas do Terceiro Mundo:
condenação do colonialismo; rejeição de blocos; apelo à resolução pacífica;
-Conferência de Belgrado (1961) criou o Movimento dos Não Alinhados.
Fim dos “Trinta Gloriosos”
- Setores afetados: siderúrgico; construção naval e automóvel; têxtil;
- Encerramento de empresas e aumento do desemprego;
- Fatores que contribuíram: a crise energética – os choques petrolíferos provocaram
um aumento dos custos de produção industrial e o encarecimento dos artigos; a
instabilidade monetária – excessiva quantidade de moeda posta em circulação, pelo
que Nixon teve que suspender a convertibilidade do dólar em ouro, em 1971.
Crise relativa dos anos 70
- Ciclo económico marcado pela alternância de períodos de crescimento e estagnação;
- Desemprego elevado;
- Crescimento económico a um ritmo lento;
- O Estado-Providência mantém o seu papel.
Coordenadas económicas e demográficas portuguesas do pós-guerra a 1974
- Estagnação do mundo rural: produtividade muito inferior à média europeia;
assimetria Norte-Sul na dimensão da propriedade; situação dos rendeiros – cultivo em
regime de arrendamento precário; elaboração de planos de reforma consistentes e
ousados, que nunca vão adiante pois chocam com os interesses dos latifundiários do
Sul;
- Emigração: rumou em direção à Europa (destaque para a França) e às Américas do
Norte e do Sul; eram motivados pelos altos salários, pelo clima de repressão e a
rejeição de ir para a Guerra Colonial; grande parte da emigração era feita
clandestinamente; o Estado procurou salvaguardar os interesses dos seus emigrantes,
celebrando acordos com principais países de acolhimento;
- O surto industrial: falha da política de autarcia, continuavam a importar todo o tipo
de bens; Lei do Fomento e Reorganização Industrial (1945) estabelece uma política
industrializadora com o objetivo de colocar um fim às importações; Elaboração dos
Planos de Fomento a partir de 1953; I Plano de Fomento (1953-1958) – importância da
industrialização para o progresso do país e dá prioridade à criação de infraestruturas; II
Plano de Fomento (1959-1964) – maior investimento; privilégio à indústria
transformadora de base; subordinação da agricultura; III Plano de Fomento (1968-
1973) – normal funcionamento da concorrência e do mercado; aposta nas
exportações; captação de investimento estrangeiro; dinamismo empresarial.
- A urbanização: absorção do êxodo rural; crescimento das cidades onde se
concentram a indústria e os serviços; falta de construção das infraestruturas
necessárias à população; expansão do setor dos serviços
- Fomento económico das colónias: reforço da colonização branca; mais investimento
púbico e abertura ao capital estrangeiro; atenção privilegiada para Angola e
Moçambique; criação de infraestruturas; desenvolvimento dos setores agrícola e
extrativo, virados para o mercado externo.
Radicalização das oposições e a instabilidade política
- Democratização do regime: antecipa-se a revisão constitucional, dissolve a
Assembleia Nacional e convoca eleições antecipadas;
- Instalação de um clima de otimismo entre os opositores do Estado Novo e forma-se o
MUD, que junta as forças clandestinas da oposição.
- O MUD exige o adiamento das eleições por seis meses e a reformulação dos cadernos
eleitorais. Contudo, nenhuma das exigências foi satisfeita e o MUD desiste.
- Candidatura de Norton de Matos a Presidente da República, mas face a uma severa
repressão, este desiste pouco antes das eleições;
- Em 1958, Humberto Delgado apresenta a sua candidatura, o seu carisma e
determinação conquistaram o país. Não desistia das eleições e anunciou a intenção de
demitir Salazar se fosse eleito. Américo Tomás sairia vitorioso dessas eleições e
Humberto Delgado era mandado para o exílio;
- D. António Ferreira Gomes (Bispo do Porto) escreve uma carta a Salazar a denunciar a
miséria do povo e falta de liberdade, o que lhe valeu 10 anos no exílio;
- Apresamento do “Santa Maria” (22 de Janeiro de 1961) por um comando
revolucionário liderado por Henrique Galvão e é reconhecido como ato de protesto
político.
A questão colonial
- Os portugueses tinham-se adaptado às regiões tropicais e tinham-se entregue à
miscigenação, individualizando a colonização portuguesa e retirando-lhe o caráter
opressivo;
- Papel histórico de Portugal como nação evangelizadora;
- Revogação do Ato Colonial (1951) e inserção do estatuto dos territórios na
Constituição, que passavam a chamar-se Províncias Ultramarinas;
- Tese integracionista e o federalista: a primeira, integra plenamente o Ultramar no
Estado Português; a segunda, atribuía progressivamente autonomia às colónias e as
constituição de uma federação de estados.
A luta armada nas colónias
- Angola: UPA (1955) que mais tarde passava a FNLA; MPLA (1956) liderado por
Agostinho Neto; UNITA (1966) fundado por Jonas Savimbi;
- Moçambique: FRELIMO (1962) criada por Eduardo Mondlane;
- Guiné: PAIGC (1956) fundado por Amilcar Cabral;
- O confronto inicia-se no Norte de Angola, em março de 1961, mas rapidamente se vai
estender a todo o território. Em 1963, passa à Guiné e em 1964 a Moçambique.
O isolamento internacional
- A questão das colónias ganha dimensão com a entrada de Portugal na ONU, em 1955;
- A Assembleia-Geral da ONU concluiu que os territórios sob administração portuguesa
era colónias e não se podiam fazer extensões do país;
- Intensificam do movimento contra Portugal com a Resolução 1514 e o início da
guerra colonial;
- Hostilidade da administração americana para com Portugal e consequentemente, dos
seus aliados da NATO.
Entrada de Marcello Caetano para o lugar de Salazar
- Devido à doença grave de Salazar, é escolhido Marcello Caetano para o cargo,
apresentava-se como um político mais liberal;
- Nos primeiros meses, o novo Governo dá sinais de abertura: regresso de algumas
personalidades do exílio, modera a atuação da polícia política (DGS) e ordena o
abrandamento da censura. Este clima de mudança ficou conhecido como “Primavera
Marcelista”;
- O ato eleitoral de 1969 foi muito liberal, contudo não deixou de ser manipulado.
- Marcello Cetano fica sem o apoio dos liberais quando estes veem que nunca vai
acontecer uma real democratização do regime;
- Tendo que enfrentar a agitação estudantil, greves operárias e atentados bombistas,
Marcello Caetano liga-se cada vez mais à direita.
O impacto da Guerra Colonial no mandato Marcello Caetano
- Marcello Cetano reitera a vontade continuar a guerra em África em nome dos
interesses portugueses, com influências das altas patentes das forças armadas;
- Caetano pretendia conduzir as colónias à “autonomia progressiva” e encontrou uma
grande oposição da maioria conservadora;
- A luta armada foi endurecendo e cresceu o isolamento português: o Papa Paulo VI
recebe no Vaticano os líderes do MPLA, FRELIMO E PAIGC; na ONU, volta a crescer a
luta diplomática; a pressão interna não para de aumentar.
Movimento das forças armadas e eclosão da revolução
- Os militares sentiam que lutavam por uma causa perdida e que já nada havia a fazer;
- Dentro do MFA, acredita-se na urgência de um golpe militar, restaurando as
liberdades e colocasse um fim ao problema colonial;
- Preparação da operação militar de 25 de Abril de 1974.
“Operação Fim-Regime”
- Coordenação do Major Otelo Saraiva de Carvalho, de acordo com o planeado: depois
da transmissão, via rádio, das canções-senha, as unidades militares deviam sair dos
quartéis para cumprirem as missões destinadas: ocupação das estações de rádio e da
RTP, controlo do aeroporto e dos quartéis-generais das regiões militares do Norte e
Lisboa, bem como o cerco dos ministérios militares no Terreiro do Paço.
- A única falha no plano foi o controlo do Regimento de Cavalaria 7 de Lisboa;
- Salgueiro Maia foi quem falou com o inimigo e dirigiu o cerco ao Quartel do Carmo
onde se tinha refugiado Marcello Caetano e outros membros do Governo. O cerco
acabou quando Caetano se rendeu a Spínola.
- A polícia política ainda resistiu, mas acabou por se render na manhã seguinte.
Desmantelamento das estruturas do Estado Novo
- Marcello Caetano e Américo Tomás foram destituídos, bem como todos os outros
membros do Governo;
- A polícia política, a Legião Portuguesas e as Organizações de Juventude foram
extintas, assim como a censura;
- Regresso dos exilados e conceção de amnistia aos presos políticos;
- Formação de partidos políticos e de sindicatos livres.
- Estipulação do prazo de um ano para realização de eleições constituintes pela mão do
MFA;
- Formação da Junta de Salvação Nacional: António de Spínola – Presidente da
República e Adelino da Palma Carlos – chefe do I Governo provisório.
O “período Spínola”
- Revolta social marcada por uma onda de reivindicações, greves e manifestações;
- Sem capacidade para liderar o país, o I Governo Provisório demite-se passado dois
meses de ter tomado posse;
- Spínola era mais moderado e sonha com projeto federalista para as colónias
portuguesas;
- É nomeado Vasco Gonçalves para chefiar o II Governo Provisório e o elenco
governativo é reforçado pela presença de militares, tirando influência a Spínola;
- Com desgosto, Spínola reconhece a independência dos povos africanos e acaba por
se demitir.
- Costa Gomes ocupa o lugar de Presidente da República.
Radicalização do processo revolucionário
- Otelo está cada vez mais ligado à extrema-esquerda e lidera o COPCON, que prende
uma série de elementos moderados;
- Vasco Gonçalves vai chefiar 4 governos provisórios (II a V) e mostra uma forte ligação
ao Partido Comunista;
- Numa tentativa de recuperar o poder, Spínola vai encabeçar, a 11 de Março de 1975,
um golpe militar que falha desastrosamente, tendo de fugir para Espanha;
- Os acontecimentos de 11 de Março acentuam o radicalismo, pelo que é formado o
Conselho da Revolução, órgão executivo do MFA.
- Conselho da Revolução: concentra os poderes da Junta de Salvação Nacional e do
Conselho de Estado; propõe-se orientar o Processo Revolucionário em Curso (PREC)
que iria conduzir o país ao socialismo;
- Cresce a agitação social: comissões de trabalhadores assumem o comando das
empresas; formação de “comissões de moradores” e “comités de ocupantes” que
ocupam casas vagas para fins habitacionais ou para instalar equipamentos sociais;
ocupação de grandes herdades pelos trabalhadores rurais.
- Gera-se um ambiente anárquico que amedronta as classes média e alta portuguesas;
As eleições de 1975 e inversão do processo revolucionário
- Forte impulso do Partido Socialista na realização das eleições constituintes no prazo
marcado pelo MFA;
- As eleições tiveram um sufrágio verdadeiramente universal e teve o maior universo
eleitoral de sempre do país;
- O PS saiu vencedor e as forças de esquerda radical receberam uma votação modesta.
Os socialistas vão liderar a luta das forças moderadas contra o radicalismo
revolucionário.
Verão Quente de 1975
- A oposição entre as forças políticas atinge o rubro: manifestações de rua, assaltos a
sedes partidárias e aumento de organizações armadas;
- Um grupo de nove oficiais do Conselho de Revolução critica os setores radicais do
MFA e a sua atuação, leva à destituição de Vasco Gonçalves (substituído por Pinheiro
de Azevedo) e a nomeação de Vasco Lourenço para o lugar de Otelo;
- Em defesa de Otelo e do processo revolucionário, dá-se um último golpe militar, a 25
de Novembro, encabeçado pelos paraquedistas de Tancos.
Política económica antimonopolista e intervencionismo do Estado
- Objetivos: destruição dos grandes grupos económicos (monopolistas); apropriação
dos setores-chave da economia pelo Estado e reforço dos direitos dos trabalhadores;
- Nacionalização de todas as instituições financeiras;
- Nacionalização das grandes empresas ligadas aos setores económicos de base e
intervenção do Estado nas empresas cujo funcionamento não contribuísse para o
desenvolvimento económico do país”.
- Processo de reforma agrária: expropriação das grandes herdades para formar
Unidades Coletivas de Produção;
- Legislação que protegesse os trabalhadores e os grupos mais desfavorecidos.
Constituição de 1976
- Reitera a via de transição para o socialismo e considera irreversíveis as
nacionalizações e as expropriações de terras;
- O Conselho de Revolução continua como órgão de soberania e é visto como o garante
do processo revolucionário;
- Reconhece o pluralismo partidário e confere aos cidadãos igualdade social;
- Adoção do sufrágio universal e da independência dos tribunais;
- Concessão de autonomia política às regiões insulares
O processo descolonizador
- A ONU e a OUA apelam à Junta de Salvação Nacional que consagre o princípio de
independência das colónias;
- A maioria dos partidos apoiava a independência pura e simples das colónias, e neste
contexto, o Conselho da Revolução aprova a lei nº7/74 que reconhece o direito à
independência das colónias;
- Intensificam-se as negociações com os movimentos nacionalistas que Portugal
reconhece como legítimos representantes;
- Os acordos tinham um período de transição em que se efetuaria a transferência dos
poderes;
- Não foi possível assegurar os interesses dos portugueses residentes no Ultramar
devido à frágil posição portuguesa. Conhecidos por “retornados”, regressam a Portugal
das colónias sem nada.
Revisão constitucional de 1982
- Críticas à Constituição de 1976: excessivo compromisso com o socialismo e
acentuado défice democrático;
- Manteve os artigos que consideravam irreversíveis as nacionalizações e a reforma
agrária, e suavizou os princípios socialistas;
- Abolição do Conselho da Revolução e subordinação das forças armadas ao poder
político;
- Limitação dos poderes do presidente e aumento dos poderes do parlamento;
- Órgãos de soberania: Presidente da República, Assembleia da República, Governo e
Tribunais.

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