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RESUMOS MÓDULO 7

Parte 1
1.1 Um Novo Equilíbrio Global
As Grandes Potências Europeias: Inglaterra; França; Império Alemão; Itália; Império Russo; Império Austro-Húngaro; Império Otomano.

Causas do Conflito:
- Supremacia Industrial: Rivalidade no acesso a matérias-primas na Europa e nos domínios coloniais;
- Choque de interesses económicos entre as grandes potências pelo domínio do comércio mundial;
- Rivalidades entre os Franceses e os Alemães: em Marrocos (1905, 1911), instabilidade nos Balcãs (Guerra de 1911-1912), cobiça pelos
territórios Africanos…
- Conflitos Regionais evidenciam as rivalidades e preparam o clima de guerra generalizada com a corrida aos armamentos/ clima de paz armada;
- Luta pela supremacia política na Europa e no Mundo através da formação de alianças militares: A Tripla Aliança (1882) em que faziam parte o
Império Austro- Húngaro + o Império Alemão + o Império Otomano + a Itália (até 1915) [Regime Absolutistas ou Autoritários] e a Tríplice
Entente em que fazia parte a França + a Inglaterra + a Itália (a partir de 1915) + o Império Russo (até 1917) + EUA (1917) + Portugal
[Regimes Demo-Liberais];
- Atentado de Saravejo a 28 de Junho de 1914- Devido às tenções dos regimes nacionalistas há o assassinato do herdeiro do trono Austro-
Húngaro que leva à intensificação das rivalidades das alianças e consequentemente à I Guerra Mundial (1914-1918).

Consequências do conflito:
- Destruição material, territorial e humana;
- Derrota dos Impérios Centrais e reordenação do mapa político europeu;
- Formação de novos países com base nas nacionalidades, fundados em constituições democráticas liberais e em sistemas parlamentares;
- Redefinição de fronteiras;
- Organização política dos Estados assente em princípios democráticos;
- Revoluções de 1917 na Rússia que instauraram o comunismo;
- Europa perde a sua importância económica e produtiva;
- Os EUA surgem como nova potência hegemónica e passam a ser os credores da Europa.

A Conferência da Paz de 1919 teve como objectivos regulamentar a paz e reorganizar a geopolítica.

As condições prévias das negociações foram preparadas por Wilson nos “Catorze Pontos”. O documento defendia:
- A diplomacia justa e transparente;
- A liberdade de navegação e a igualdade no acesso ao comércio internacional;
- A promoção do desarmamento;
- A regulação das reivindicações coloniais;
- A constituição de uma liga das Nações: a SDN (Sociedade das Nações).

O Tratado de Versalhes foi penalizador para a Alemanha:


- Pelas perdas territoriais;
- Por responsabilizar a Alemanha pela guerra;
- Por obrigar ao pagamento de reparações;
- Por impor a perda de parte da marinha mercante;
- Por reduzir a sua força militar.

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Estas imposições infligiram um rude golpe no orgulho alemão e o Tratado de Versalhes foi encarado como um Diktat, uma imposição. A eficácia
do Tratado ficou comprometida, devido à recusa dos EUA em ratificá-lo. Este não integrou a SDN visto que queria manter a “paz” com todos os
países e manter a venda de produtos à Europa.

A Sociedade Das Nações teve diversos objectivos:


- Assegurar a paz no mundo e garantir a propriedade;
- Manter as relações internacionais abertas e francas;
- Promover a redução dos armamentos;
- Fazer respeitar o direito internacional e os tratados estabelecidos;
- Garantir o respeito pelas minorias nacionais;
- Arbitrar os conflitos entre os Estados;
- Promover a entreajuda internacional;
- Impor sanções aos países.

A SDN revelou diversas fragilidades, entre elas a exclusão dos países vencidos da organização e o constante desentendimento por parte dos países
vencedores. A constante instabilidade política e a incapacidade de dar resolução aos problemas sociais, leva à fragilidade dos regimes demo-liberais,
que acabam por instaurar regimes fascistas para controlar a agitação social.

A 1º Guerra Mundial deixou a Europa fragilizada quer a nível social, quer a nível político e económico. A reconversão da economia de guerra
suscitou diversos desafios:
- A necessidade de reconstrução de infra-estruturas;
- A adaptação e modernização das indústrias à economia de paz e ao aumento de consumo;
- A urgência do relançamento da actividade agrícola;
- O crescente endividamento dos Estados com empréstimos estrangeiros para relançar a sua economia;
- A inflação;
- O flagelo do desemprego;
- A forte especulação com os capitais emprestados;
- A implantação de medidas proteccionistas e o problema cambial.

A Hegemonia dos EUA deve-se principalmente a:


- Terem fornecido aos países beligerantes material bélico, mantimentos e capitais durante a guerra;
- As exportações americanas aumentaram significativamente;
- Emprestaram capitais à Europa, de devedores, os EUA passaram a credores da Europa;
- A aposta na racionalização do trabalho, a consolidação do Taylorismo e da Estandardização;
- A subida dos salários;
- O crescimento do sector terciário;
- A concentração industrial e financeira;
- A produção em massa.

Assim a sociedade de consumo instalou-se e o acesso ao crédito foi facilitado. Viveu-se o período dos loucos anos 20 e o modelo americano de
consumo e de vida conquistou a Europa.

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1.2 A implantação do Marxismo-Leninismo na Rússia- A Construção do Modelo Soviético
A Rússia nas vésperas da Revolução:
- Regime Imperialista (Czar detinha em si todos os poderes);
- Em crise (frágil industrialização e comércio pouco dinâmico);
- Agricultura precária, tradicional e sem tecnologia modernizada;
- Pobres sustentam os ricos (minoria de privilegiados domina a grande propriedade, camponeses constituem a maior parte da população e o
operariado pouco representativo trabalha precariamente);
- 22 De Janeiro de 1905: Revolução pacifista falhada que resultado num massacre sangrento (Domingo Sangrento);
- Guerra agrava a economia;
- O colima de revolução eclode com as manifestações das mulheres; greve de operários e a formação de conselhos ou sovietes;
- O objectivo era alterar o regime político, melhorar as condições económicas e sociais e retirar a Rússia da Guerra.

Revolução de Fevereiro de 1917:


Motivos:
- Atraso económico;
- Miséria Camponesa;
- Insatisfação da burguesia e da nobreza rural;
- Autocracia czarista;
- Desejo de reformas económicas e políticas;
- Oposição dos partidos constitucional- democrata, socialista- revolucionário e social- democrata;
- Agravamento das condições económicas pela participação na 1º Guerra Mundial;
- Fracasso militar- desmoralização;

Protagonistas:
- Manifestações das mulheres;
- Greves de Operários;
- Sovietes de Petrogrado;

Efeitos Imediatos:
- Queda do Czarismo;
- Entrega do poder a um Governo Provisório, de cariz burguês;

Problemas levantados:
- Dualidade de poderes: Contestação dos Sovietes ao Governo Provisório;
- Reivindicações dos Sovietes: abandono do conflito militar, distribuição das Terras, aumento dos salários.

Revolução de Outubro de 1917:


Motivos:
- As reformas económicas e sociais não foram efetuadas;
- Mantem-se a crise generalizada do povo;
- A Rússia mantem-se na Guerra.

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Protagonistas:
- Sovietes;
- Bolcheviques.

Efeitos Imediatos:
- Queda do Governo Provisório;
- Democracia dos Sovietes: poder político nas mãos do Conselho dos Comissários do Povo (exclusivamente bolchevique); entrega de Terras a
sovietes camponeses; controlo operário.
- Abandono do conflito mundial- paz separada com a Alemanha em Março de 1918.

Problemas levantados:
- Resistência de proprietários e empresários às expropriações;
- Desorganização da economia;
- Oposição do Ocidente- boicote externo;
- Guerra Civil (1918-1920) - “Brancos” (Os que se opunham à revolução) contras os “Vermelhos” (Os que apoiava a revolução).

Fases da Revolução:
- Comunismo de Guerra (1918-1920); - Lenine
- NEP (Nova Política Económica- 1921-1927); - Lenine
- Socialismo num só país (1928-1953) - Estaline

Características do Comunismo de Guerra:


- Nacionalização de toda a economia (terras, fábricas, comércio interno e externo, transportes e bancos);
- Trabalho obrigatório;
- Dissolução da Assembleia Constituinte;
- Proibição dos partidos políticos, à excepção do comunista (Bolchevique);
- Terror (polícia política- Tcheka criada em Dezembro de 1917, censura, campos de concentração);
- Centralismo democrático (estrutura do Estado assente nos Sovietes, mas controlada pelo partido Comunista);
- Criação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Características da Nova Política Económica (NEP- 1921-1927):


Motivos:
- Ruína da economia (reduzidas produções agrícolas e industriais);
- Resistência às nacionalizações e à ditadura do proletariado;
- Revoltas.

Medidas:
- Interrupção da colectivização agrária;
- Liberdade do comércio interno;
- Desnacionalização das empresas;
- Investimento estrangeiro.

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Consequências:
- Recuperação económica;
- Criação de Classes Sociais (Koulaks: Pequenos proprietários rurais; Nepmen: Pequenos industriais e comerciantes);

Para Lenine esta etapa constituiu “um passo atrás e dois à frente” pois recuou na revolução mas recuperou a produção e economia e estabeleceu
condições para mais tarde implementar o socialismo.

Ditadura Estalinista- Socialismo num só país (1928-1953):


Linhas de Força:
- Colectivização agrária (Kolkhozes: terras exploradas colectivamente pelos camponeses; Sovkhozes: terras exploradas por camponeses mas de
propriedade do Estado)
- Planificação Industrial (Planos quinquenais);
- Totalitarismo repressivo do Estado (hegemonia do Partido Comunista; enquadramento da população em organizações afectivas ao regime; culto
da personalidade de Estaline; repressão brutal).

Em 1918, com o final da guerra, a democracia liberal dominou na Europa central e ocidental: os novos países eram constitucionais, adoptando a
divisão de poderes e o sufrágio universal. O Demoliberalismo revelou-se frágil e foi posto em causa.

A revolução bolchevique de 1917 teve repercussões na Europa: o marxismo-leninismo procurou estender a acção revolucionária a todos os
países, através da acção do Komintern ou III Internacional (1919), com vista a acabar com os regimes burgueses e capitalistas. A onda
revolucionária era encarada, pelos governos demoliberais, como uma ameaça à ordem estabelecida.

1.3 A Regressão do Demoliberalismo


A Europa vivia uma conjectura económica e social problemática, à qual se juntou uma crise política. Na República alemã de Weimar, a agitação
revolucionária traduziu-se na proclamação de uma república socialista, pelos líderes espartaquistas. Na Hungria, proclamou-se uma república, do
tipo comunista. Na França, Inglaterra, Itália, Espanha a agitação social, apoiada nos sectores sindicais, foi contrariada por forças conservadoras e
nacionalistas. No caso da Itália, o ambiente era de contestação e de agitação- greves, manifestações, ocupação de terras e de fábricas. Grupos
políticos e milícias armadas de direita procuram assumir o controlo da situação. Benito Mussolini formou o Grupo Italiano do Combate. Em
França, assistiu-se a uma radicalização do movimento operário, que culminou na tentativa de realização de uma greve geral. Os tempos difíceis
traduziram-se, nos EUA, em atitudes conservadoras e xenófobas.

Os receios provocados pelas vagas revolucionárias favoreceram a ascensão de movimentos autoritários de direita, na década de 20. Estes
movimentos eram defensores do nacionalismo e da ordem, contra o marxismo. Em Itália, formou-se o Partido Nacional Fascista. Benito Mussolini
organizou a “Marcha sobre Roma” e tomou o poder. Os movimentos autoritários de direita alastraram por toda a Europa, desde a Hungria a
Portugal. Na Alemanha, Adolf Hitler empreendeu um golpe em Munique, que tinha como objectivo iniciar uma revolução.

1.4 Mutações nos Comportamentos e na Cultura/ Mudanças no quotidiano e mentalidade da mulher no século XX:
- Emancipação na sociedade devido à nova vida urbana e industrialização (papel mais activo na sociedade, trabalha fora de casa, não obedece
aos papéis tradicionais como procriar);
- Separação da religião do Estado (valorização da vida terrena, perda da importância do casamento, diferenças na família que passa a ser um
núcleo familiar ou seja, os pais e o(s) filho(s) em vez da extensa família; a igreja separa-se da educação);
- Apôs- Guerra muda a mentalidade de como as pessoas vêem a vida; a proximidade da morte faz com que a população procure desfrutar de todas
as regalias que têm direito;
- Sociedade de consumo e consequente surgimento de novos equipamentos e tecnologia que aumenta o reforço da vida urbana;

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A mulher dos anos 20 assume novas funções e um novo papel social. A flapper tornou-se o símbolo da mulher urbana, dos anos 20. Conquistou
independência económica e usufruiu de maior liberdade na vida doméstica. O feminismo ganhava grande impacto.

As transformações que decorreram da Primeira Guerra Mundial originaram:


- Uma nova vivência social; mudança nos comportamentos e valores, sobretudo no mundo urbano ocidental;
- Viveram-se os “loucos anos 20” em que era imperativo chocar a sociedade e romper com o passado;
- Surgiram novos hábitos sociais, novos espaços de lazer e de evasão;
- Os valores da burguesia da segunda metade do século XIX entraram definitivamente em crise;
- Surgiu uma nova vivência e atitude individual;
- Acentuou-se o conflito de gerações e de culturas.

A ausência de regras; o relativismo dos valores e o abandono da moral tradicional conduziram à anomia social.
Anomia Social: Designa o sentimento de vazio, de perda de raízes, em virtude das mudanças sociais, provocadas pelo fim das normas dos valores
tradicionais de regulação da vida e da sociedade.

Os novos meios de comunicação generalizaram o consumo, o ócio e as distracções:


Até ao Século XX Século XX
- Valoriza a produção; - Valoriza a abundância;
- Valoriza o carácter; - Privilegia a imagem;
- Valoriza a poupança; - Valoriza o consumo;
- Privilegia o trabalho; - Valoriza o ócio;
- Defende o papel tradicional da mulher; - Defende a emancipação da mulher;
- Privilegia a tradição; - Olha para o futuro;
- Valoriza os laços familiares; - Valoriza a individualidade;
- Privilegia a cultura de elite. - Valoriza a cultura de massas.

No início do século XX, a concepção do Homem e do universo mudou radicalmente.

Freud enunciou novas ideias acerca da natureza e da essência humana:


- Deu ao Homem uma nova dimensão- o inconsciente, a repressão, a noção de sexualidade infantil, a líbido e a divisão repartida da mente (id, ego
e superego);
- Criou a psicanálise: os factos “esquecidos” condicionavam a vida das pessoas.

Albert Einstein mudou a concepção do espaço e do tempo:


- Enunciou a Teoria da Relatividade e defendeu que o espaço e o tempo não eram absolutos;
- Deixava de ser possível conhecer o universo através do senso comum. Os modelos clássicos e positivistas baseados em princípios e
certezas absolutas foram postos de lado.

O positivismo deu lugar ao relativismo.


Relativismo: Designa a concepção de que o conhecimento é relativo, pois o tempo, o espaço, o indivíduo e a cultura condicionam o conhecimento
e a apreensão da realidade. As várias correntes de pensamento, ligadas ao relativismo, têm como ponto comum a contestação da existência de uma
verdade absoluta, na ciência, nos valores, ou na cultura.

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 Apesar da diversidade das manifestações e perspectivas, as correntes modernistas apresentam características comuns:
- Rompem com o passado e com as tradições académicas;
- Contestam a sociedade burguesa;
- Valorizam a subjectividade e a emotividade (assente nos instintos);
- Recusam o realismo e buscam o que está para além da realidade aparente;
- Recebem contributos das novas conceções científicas do início do século;
- Revelam inovação e experimentação a nível da estrutura formal e da desconstrução do objecto artístico;
- Valorizam a espontaneidade e a liberdade de criação;
- Enaltecem a interioridade do artista;
- Contrapõem o sentido mais primitivo do indivíduo à sofisticação e ao progresso tecnológico;
- Revelam a influência da arte não ocidental (oriental e africana).
 As obras de vanguarda foram produzidas por uma elite cultural e apreendidas por uma minoria, pois exigiam um maior entendimento e uma nova
atitude estética.

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