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Logo, os Balcãs eram dinamite pronto a explodir, o que aconteceu de facto, com o assassinato
de Serajevo, em 28 de Junho de 1914, que vitimou, pela mão de um nacionalista sérvio da
Bósnia-Herzegovina, anexada em 1908, Francisco Fernando e sua esposa, herdeiros do trono
da Áustria-Hungria. E, assim, começa a I Guerra Mundial: de um lado a Tríplice Aliança
(Alemanha e Áustria-Hungria) e de outro a Tríplice Entente (França, Rússia e Grã-Bretanha).
Deste modo, uma nova ordem internacional nascia, assente no direito dos povos a disporem de
si próprios e no respeito pelos seus Estados soberanos, nas autonomias, e na democracia que
progressivamente evoluía.
A Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações, foi uma organização
internacional, a princípio idealizada em Janeiro de 1919, em Versalhes. Inicialmente, as
potências vencedoras do conflito da Primeira Guerra Mundial reuniram-se nesta data, para
negociar um acordo de paz.
Um dos pontos do amplo tratado referiu-se à criação de uma Assembleia Internacional, cujo
papel seria o de assegurar a paz. A 28 de Julho de 1919 foi assinado o tratado de Versalhes,
cuja sede passou a ser na cidade de Genebra, na Suíça. No entanto, passou a existir oficialmente
no dia 10 de Janeiro de 1920, quando a Alemanha, um dos países vencidos da Primeira Guerra,
passou a constar na sede.
Porém, a paz seria temporária e instável, pois em Setembro de 1939, Adolf Hitler desencadeou
a Segunda Guerra Mundial. A Liga das Nações, tendo fracassado em manter a paz no mundo,
foi dissolvida. Estava extinta por volta de 1942. No entanto, a 18 de Abril de 1946, o organismo
passou as responsabilidades à recém-criada Organização das Nações Unidas, a ONU.
A sua criação foi baseada na proposta de paz conhecida como Catorze Pontos, já publicada no
Diário Universal, feita pelo Presidente norte-americano Woodrow Wilson, numa mensagem
enviada ao Congresso dos Estados Unidos a 8 de Janeiro de 1918. Os Catorze Pontos
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propunham as bases para a paz e a reorganização das relações internacionais no fim da Primeira
Guerra Mundial, e o pacto para a criação da Sociedade das Nações constituíram os 30 primeiros
artigos do Tratado de Versalhes.
Um dos problemas que levou ao fracasso da Sociedade foi o facto de o Congresso dos EUA não
ter ratificado o Tratado de Versalhes, logo, por conseguinte, não terem entrado na Liga das
Nações.
Durante as negociações na Conferência de Paz de Paris, foi incluída na primeira parte do Tratado
de Versalhes a criação da Liga. Os países integrantes originais eram 32 membros do anexo ao
Pacto e 113 dos estados convidados para participar, ficando aberto o futuro ingresso aos outros
países do mundo. As exceções foram Alemanha, Turquia e a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas.
As crises do pós-guerra
A democracia triunfara na I Guerra Mundial, mas, em 1920, a situação económica da Europa era
muito má: arruinada e endividada, viu a Áustria a declarar a falência, ficando sob o controlo
financeiro da SDN, devido à inflação monetária, e viu o dinheiro transformar-se em brinquedo na
Alemanha, com a forte desvalorização da moeda.
• Crise de 1920-21: na sequência da diminuição da procura interna (devido à alta dos preços)
e europeia (em consequência das restrições do crédito à Europa), os stocks acumularam-se,
os preços baixaram, fazendo-se sentir uma enorme inflação.
• Crise de 1929: o crash de Wall Street, a grande crise do capitalismo, acionada pela
especulação bolsista e pela superprodução, que levou à acumulação de enormes stocks, o
que trouxe o desemprego, crescendo vertiginosamente a deflação, prosseguindo-se então, à
destruição de stocks, diminuindo assim, a procura, levando à falência de bancos e empresas.
Tendo sido os EUA fortemente atingidos por ambas as crises, a Europa não pôde resistir, dado
estar a receber todos os investimentos dos EUA. Logo, ambas as crises tiveram um cariz mundial
e também global, pois não só atingiram a nível financeiro e económico, como também a nível
político e social: com o desemprego a subir em flecha, instalou-se o descrédito no modelo político
e económico capitalista, sucedendo-se as convulsões económicas e políticas; e do Leste
europeu, surgem o comunismo e o fascismo como aparente soluções para o momento de crise
vivido na Europa capitalista devastada pela guerra, baseando-se no corporativismo, no
intervencionismo do Estado e no conservadorismo e com promessas de uma estabilização. Daí
a adesão em massa a estas novas ideologias.
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guerra. Era necessário reorientar a atividade económica para a produção de alimentos, a
reinstalação das indústrias ou a aquisição de maquinaria. De momento, estas necessidades
foram satisfeitas com recurso a importações maciças dos EUA, tendo a reconversão económica
sido suportada também com base em empréstimos americanos.
Estes fatores contribuíram para desequilibrar as balanças de pagamento dos países europeus.
A solução encontrada para este desequilíbrio consistiu na desvinculação das moedas europeias
em relação ao padrão-ouro de modo a possibilitar a emissão do papel-moeda necessário ao
pagamento das importações ou das indemnizações de guerra.
Em consequência, a inflação disparou para valores nunca antes verificados, facto que teve
profundas repercussões políticas e sociais. Só em 1925, com base em investimentos
americanos, a economia europeia começou a apresentar sinais de recuperação, auxiliada pela
contenção na emissão de papel-moeda, depois de, novamente, se ter acordado o regresso ao
padrão-ouro, permitindo então reequilibrar as balanças de pagamentos.
A difícil recuperação económica da Europa estimulou a ascensão dos EUA. Afastados do teatro
de operações no decurso da guerra, os americanos continuaram a exportar bens, serviços e
capitais para a Europa, o que contribuiu para a forte entrada de moeda e para uma balança
comercial largamente positiva.
A saúde da economia americana, além do crescimento das exportações, residiu ainda no forte
incremento da procura interna propiciada, em simultâneo, pela elevação dos salários e pela
descida dos preços. Esta última resultou do desenvolvimento dos princípios tayloristas da
racionalização do trabalho, efetuado por Henry Ford. Ford introduziu a linha de montagem na
fábrica de acordo com os princípios tayloristas: o trabalho dividido em operações simples, a
progressão do produto era contínua e sequencial, o ritmo fixado pela velocidade do tapete rolante
que levava o trabalho ao operário, em vez de ser este a procurá-lo. Estas inovações traduziram-
se no abaixamento do tempo de produção do carro e na redução do seu preço, tornando-o um
produto de consumo cada vez mais acessível.
O imenso Império Russo, com 22 milhões de km2 e 174 milhões de habitantes, governado
autocraticamente pelo czar Nicolau II, estava à beira do abismo.
As tensões sociais aumentavam de intensidade de dia para dia com os camponeses, que
constituíam 85% da população, clamando por terras, concentradas nas mãos dos grandes
senhores e latifundiários, seus antigos patrões, no sistema de servidão; com o operariado, que
embora escasso era extremamente reivindicativo, exigindo maiores salários e melhores
condições de vida e trabalho; e com a nobreza liberal e a burguesia, desejando a abertura
política, assim como a modernização do país.
Por outro lado, a contestação política era muita e gerava um estado de confusão, pois era
protagonizada pelos socialistas-revolucionários, que reclamavam a partilha de terras; pelos
socialistas-democratas, divididos em bolcheviques e mencheviques*; e pelos constitucionais-
democratas.
A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, desde o seu início, como parte da Entente,
contribuiu para que se gerasse um sentimento anti czarista, já que as derrotas na frente – onde
os soldados desertavam ou se auto-mutilavam para não combaterem – eram constantes,
agravando as fraquezas do regime de Nicolau II, que ainda teve que contar com a
desorganização económica, com a falta de géneros, que levava a grandes manifestações
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populares devido à fome, e com as denúncias da sua incompetência e a dos seus ministros, por
parte dos liberais e dos socialistas.
O mal-estar político e social na Rússia era muito grave e em breve a situação estaria para
rebentar. As revoluções (de Fevereiro e de Outubro) suceder-se-iam no ano de 1917.
A Rússia tornou-se numa República através do fim do czarismo, mas os problemas da nação
não se resolveram: criou-se um Governo Provisório, que, escolhido pela Duma, apoiado pelo
Partido Constitucional-Democrata e empenhado na instauração de uma democracia parlamentar,
tinha prometido ao povo a retirada da Rússia da guerra com a Alemanha. No entanto, isto não
foi cumprido, o que foi causa direta da forte oposição dos Sovietes de todo país.
Como os Sovietes tinham a massa popular do seu lado (opondo-se à guerra, reivindicando a
distribuição das terras pelos camponeses, exigindo aumentos nos salários e o dia de trabalho de
8 horas), mas também havia um governo no poder, diz-se que a Rússia viveu num período de
dualidade de poderes.
No entanto, o Governo Provisório foi desacreditado progressivamente e abalado por três fatores-
chave: o regresso do bolchevique Lenine, cujas Teses de Abril apelavam à retirada da guerra,
ao derrube do Governo, à confiscação da grande propriedade e à entrega do poder aos Sovietes,
dando aos bolcheviques maior protagonismo, que se foram impondo nos Sovietes; a inflação
galopante; e as continuadas derrotas sofridas nas frentes de guerra. Tudo isto tornou o Governo
fraco, incapaz de impor alguma ordem, pois os Sovietes apoderavam-se quase livremente de
fábricas nas cidades e terras nas províncias.
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* Sovietes – concelhos de camponeses, operários, soldados e marinheiros da Rússia que,
teoricamente, exprimem coletivamente a vontade do povo. Os primeiros, constituídos
exclusivamente por operários, remontam à Revolução de 1905, e foram instalados nas fábricas
como focos de ligação e dinamização dos grevistas. Contidos pelo fracasso do movimento,
reapareceram em Fevereiro de 1917. A Revolução bolchevista de Outubro buscou nos Sovietes
a legitimação popular e deles fez a base da futura organização do Estado da URSS.
No entanto, a sua implementação na Rússia não foi só um produto da ideologia marxista; foi
também um produto das circunstâncias em que se vivia, desde que os bolcheviques tomaram
posse da chefia da nação russa:
• Fortes oposições às negociações em Brest-Litovsk, quando a Rússia assinou a paz separada
com a Alemanha, abdicando das suas províncias, que eram boas fontes de riqueza;
• Fortes resistências por parte de proprietários (Kulaks) e empresários (Nepmen) à aplicação
dos decretos relativos à terra e ao controlo operário (inicia-se a conspiração das antigas
classes possidentes);
• Desorganização da economia provocada pelo estado de guerra vivido e agravado pela
privação de matérias-primas, pela persistência da carestia e da inflação, pelo regresso de
sete milhões de soldados sem hipótese imediata de reintegração na vida civil, pelos atos de
pilhagem e de banditismo que se seguiram;
• Guerra civil, iniciada em Março de 1918, arrastando-se até 1920, que vitimou mais de 10
milhões de pessoas, entre brancos (todos os que se opunham aos bolcheviques, apoiados
pela Inglaterra, França, EUA e Japão, não interessados na expansão do bolchevismo) e
vermelhos (os bolcheviques), que acabaram por vencer, através do seu coeso e
disciplinado Exército Vermelho, organizado por Trotsky, desde 1918.
Tendo em conta a situação, Lenine implantou medidas enérgicas, conhecidas pelo nome de
comunismo de guerra.
O conjunto de medidas económicas e sociais de emergência, que ficaram conhecidas pelo nome
“comunismo de guerra”, foram as seguintes:
• Destruição do sistema capitalista e coletivização de toda a economia;
• Abolição da grande propriedade;
• Apropriação da produção agrícola dos camponeses (entrega dos campos aos sovietes
para que estes depois os redistribuíssem), para posterior distribuição pelo Estado, que a
faria de forma mais igualitária, abolindo-se assim, o comércio livre;
• Nacionalização das empresas, da banca e do comércio;
• Proibição dos partidos políticos, à exceção do Partido Comunista, criando-se um sistema
de partido único;
• Criação da polícia política;
• Incentivo à reunião da III Internacional, a Internacional Comunista;
• Formação da URSS.
A guerra civil termina com a vitória dos bolcheviques, mas a economia russa, no entanto,
estava arruinada, sendo que Lenine reconhece o carácter excessivo destas medidas, que,
apesar de terem em conta o programa socialista, vai, igualmente, contra o mesmo, dado o
contexto de guerra civil.
Lenine temeu que o caos levasse à revolta do povo, e toma medidas para relançar a economia
– a Nova Política Económica: o Estado mantém o controlo da banca, do comércio externo e
dos principais sectores da indústria, mas volta a ser possível:
• a exploração privada da terra e a venda de excedentes nos mercados, pelos camponeses;
• liberdade de produção industrial e venda dos seus produtos;
• abertura ao investimento estrangeiro.
O desenvolvimento urbano foi um dos fenómenos mais importantes dos finais do século XX e
inícios do séc. XX, que vai romper o equilíbrio milenar entre a cidade e o campo (campos
esvaziam-se e enchem-se as cidades).
- Na cidade surgem novas atividades (indústria, serviços que atraem a população rural). O êxodo
rural faz engrossar as cidades.
O número de cidades aumenta e o número de habitantes também.
As cidades são o centro de atividades poderosas e fundamentais relacionadas com a política,
administração, indústria, comércio, banca e serviços públicos ligados às novas necessidades
das cidades: redes de transportes (autocarros, elétricos, comboios), abastecimento (alimentos,
água, energia), escolas, hospitais, saneamento básico e, entre outros, recolha de lixo.
Surgiram as “Metrópoles” (gigantescas áreas urbanizadas) como Nova Iorque, Chicago, Paris e
Londres.
Surgem as “Megalópoles” (áreas urbanizadas de kms, ligando cidades nos E.U.A., Japão,
Alemanha, Holanda).
Mudança na estrutura urbana:
• Novos centros urbanos (já não é a Catedral ou a Praça), mas locais onde estão grandes
edifícios públicos, bancos, centros comerciais, grandes empresas. O poder económico).
• Bairros elegantes do centro onde se instala a Burguesia.
• Bairros operários
• Bairros do submundo de pobreza humana
• Subúrbios (bairros da periferia)
Novas sociabilidades
Surge uma nova sociabilidade e sente-se a desagregação das tradicionais solidariedades dos
meios rurais. Assiste-se, efetivamente, a uma massificação da vida urbana, alienação do trabalho
e verdadeiras formas de anomia social
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- Surgem situações de “Anomia Social” que se evidenciam por comportamentos urbanos
marcados por uma ausência de regras ou de leis, de princípios e de valores. São
comportamentos marginais de indivíduos desenraizados que não se integrando na sociedade,
assumem comportamentos agressivos que conduzem à criminalidade (gangsters como Al
Capone, Bonnie e Clyde, vivendo à margem da lei, sem quaisquer princípios morais).
Os movimentos feministas
Surgem revistas femininas que exaltam a mulher e que a orientam no sentido de cuidarem da
sua imagem, exaltando a sua emancipação.