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O MUNDO EM CONFLITO:

1º GUERRA MUNDIAL
E REVOLUÇÃO RUSSA

COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ


ALUNO: Renan Eduardo Ferreira
SÉRIE/TURMA: 2º C
Nº: 34

CURITIBA 2023
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado que ocorreu entre 1914 e 1918,
envolvendo várias nações ao redor do mundo. Foi um dos conflitos mais devastadores
da história, com um grande número de mortes e um impacto profundo na política,
sociedade e economia global.
A guerra teve início quando o arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono do
Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, em 28 de junho de 1914. Esse
evento desencadeou uma série de alianças e tensões exacerbadas entre as potências
europeias, levando ao conflito generalizado.
As forças dos Aliados, lideradas pelo Reino Unido, França e Rússia, enfrentaram as
Potências Centrais, formadas pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e o
Império Otomano. O conflito foi caracterizado por trincheiras, batalhas de desgaste e
o uso de novas tecnologias, como tanques, aviões e armas químicas.
A guerra teve consequências devastadoras, resultando em milhões de mortes, lesões e
deslocamentos em massa de pessoas. Além disso, teve um impacto duradouro na
geopolítica mundial, levando a transformações políticas, incluindo o colapso de
impérios e a criação de novos países.
A Primeira Guerra Mundial foi um divisor de águas na história, marcando o fim de uma
era e o início de uma nova ordem mundial. Suas consequências reverberam até hoje,
influenciando os eventos e as relações internacionais.

Antecedentes históricos da Primeira Guerra Mundial


A Primeira Guerra Mundial ocorreu entre 1914 e 1918 e recebe esse nome por ter
entre os países em conflito representantes de todos os continentes. Os antecedentes
que levaram à sua eclosão se encontram na história europeia imediatamente anterior,
ou seja, o século XIX. Durante o período de desenvolvimento da 2ª Revolução
Industrial, as nações europeias desenvolveram indústrias armamentistas em um
processo conhecido como corrida armamentista. Isso levou a uma situação de paz
aparente no continente europeu, conhecida como “paz armada”, que significa que os
países estavam em paz por temer um conflito, não pela ausência de tensões.
Nessa época, o neocolonialismo avançava a passos largos na África e Ásia, gerando
diversos conflitos entre as nações europeias e as colônias, o que intensificava as
rivalidades europeias. Como destaque, pode-se citar o nacionalismo, sentimento
cultural de pertencimento nacional, aflorado em diversas nações graças aos processos
de unificação nacional do século XIX.
O nacionalismo levou diferentes países a se aliarem na chamada política de alianças,
que os congregou em blocos políticos e militares: a Tríplice Aliança, formada pelo
Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Itália, e a Tríplice Entente, formada
inicialmente por Inglaterra, França e Rússia."

Causas da Primeira Guerra Mundial


As causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas e envolvem uma
série de acontecimentos não resolvidos que se arrastavam desde o século XIX:
rivalidades econômicas, tensões nacionalistas, alianças militares etc. De maneira geral,
os principais fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial foram:
Disputas imperialistas;
Nacionalismos;
Alianças militares;
Corrida armamentista.
Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a ascensão da
Alemanha gerou em nações como Rússia, França e Grã-Bretanha. Os alemães haviam
passado pelo processo de unificação na segunda metade do século XIX e, após isso,
lançaram-se à busca de colônias para seu país. Isso prontamente chamou a atenção da
França, por exemplo, que via seus interesses serem prejudicados com o
fortalecimento alemão.
A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha encabeçava um
movimento conhecido como pangermanismo. Esse movimento nacionalista servia
como suporte ideológico para o Império Alemão defender os seus interesses de
expansão territorial no começo do século XX. O pangermanismo ainda se expressava
nas questões econômicas, pois os alemães pretendiam colocar-se como a força
econômica e militar hegemônica da Europa.
Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa questão envolvia
os ressentimentos que existiam na França a respeito do desfecho da Guerra Franco-
Prussiana, conflito travado entre Prússia e França em 1870 e 1871. A derrota francesa
foi considerada humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido
assinada na Galeria dos Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda da Alsácia-
Lorena. Após o fim desse conflito, a Prússia autoproclamou-se como Império Alemão.
A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do
continente europeu. No começo do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente
dominados pelo Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por causa da
multiplicidade de nacionalidades e movimentos separatistas que existiam em seu
território.
A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente
ao controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso,
desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria
desde 1908 oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela
Rússia por meio do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em
uma nação liderada pelo czar russo.
Tendo em vista todo esse quadro de tensão e rivalidades, as nações europeias
meteram-se em um labirinto de alianças militares, que acabou sendo definido da
seguinte maneira:
Tríplice Entente: formada por Rússia, Grã-Bretanha e França.
Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.
Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação militar caso uma
nação fosse atacada por outra nação adversária. Por fim, toda essa hostilidade deu a
garantia para todas as potências e chefes de Estado na Europa de que a guerra era
apenas questão de tempo. Por essa razão, as nações europeias iniciaram uma corrida
armamentista com o objetivo de se fortalecer para o conflito que ocorreria.
O que faltava para que a guerra tivesse início era um estopim, que aconteceu em 28
de junho de 1914, durante a visita do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do
trono austríaco, a Sarajevo, capital da Bósnia. A visita do arquiduque foi entendida
como uma provocação e colocou em movimento os grupos nacionalistas que existiam
na Sérvia e Bósnia"
O resultado da visita do arquiduque foi que Gavrilo Princip, membro de um
movimento nacionalista bósnio, armado de um revólver, meteu-se à frente do carro
que levava Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia. Ele abriu fogo, assassinando
ambos. A consequência direta do ato foi uma crise política gravíssima que ficou
conhecida como Crise de Julho.
Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a consequência final foram
declarações de guerra acontecendo em cadeia. Em 29 de julho, a Áustria declarou
guerra à Sérvia; no dia 30, russos (em defesa da Sérvia), alemães e austríacos
mobilizaram seus exércitos. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e,
no dia 3, à França. No dia 4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha. Era o começo
da Primeira Guerra Mundial."

• Analisar as principais consequências geopolíticas, sociais e


econômicas da Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial teve importantes consequências geopolíticas, sociais e
econômicas que moldaram o mundo pós-guerra.
Em termos geopolíticos, a guerra resultou no colapso de impérios antigos, como o
Império Austro-Húngaro, o Império Russo e o Império Otomano. Essas quedas levaram
ao surgimento de novos países e à redefinição das fronteiras, como a criação da
Polônia, da Tchecoslováquia e da Iugoslávia. Além disso, o Tratado de Versalhes,
assinado ao final da guerra, impôs pesadas punições à Alemanha, levando ao
ressentimento e à instabilidade na Europa.
Do ponto de vista social, a Primeira Guerra Mundial causou um enorme impacto nas
pessoas. Milhões de soldados e civis perderam a vida, deixando famílias destroçadas e
comunidades desoladas. Além disso, a guerra também trouxe mudanças significativas
nos papéis de gênero, com as mulheres assumindo novas responsabilidades enquanto
os homens estavam no front.
Em termos econômicos, a guerra resultou em enormes custos financeiros para todos
os países envolvidos. Os países tiveram que mobilizar seus recursos para financiar o
esforço de guerra, levando a um aumento da dívida e da inflação. Além disso, a guerra
também interrompeu o comércio internacional e destruiu a infraestrutura, deixando
muitos países em depressão econômica ao seu término.

• A situação e a vida dos soldados na Primeira Guerra Mundial


A situação e a vida dos soldados na Primeira Guerra Mundial foram extremamente
difíceis e desafiadoras. Os soldados enfrentaram condições adversas, tanto na frente
de batalha quanto nos campos de treinamento e nas trincheiras. Aqui estão alguns
aspectos importantes sobre a situação e a vida dos soldados durante esse conflito
1. Trincheiras: As trincheiras eram uma característica central da guerra na Frente
Ocidental. Os soldados passavam a maior parte do tempo vivendo e lutando nelas. As
trincheiras eram valas cavadas no solo para proteger os soldados dos ataques
inimigos, mas também eram úmidas, sujas e insalubres. As condições dentro das
trincheiras eram precárias, com falta de higiene, infestações de ratos, piolhos e outros
insetos, e mau cheiro devido à decomposição dos corpos e aos detritos acumulados.
2. Condições climáticas: Os soldados enfrentaram uma variedade de condições
climáticas extremas durante a guerra. No inverno, as trincheiras ficavam cobertas de
neve e gelo, causando frio intenso e desconforto. No verão, as trincheiras se
transformavam em terras lamacentas e insalubres, devido às chuvas constantes. Essas
condições climáticas adversas afetavam a saúde e o bem-estar dos soldados.
3. Doenças e infecções: As condições insalubres nas trincheiras contribuíram para a
propagação de doenças e infecções entre os soldados. Ocorriam surtos de doenças
como a gripe espanhola, disenteria, tifo, sarna e infecções fúngicas. A falta de higiene
adequada e a exposição constante a ambientes sujos e úmidos aumentavam
significativamente o risco de doenças.
4. Combates e mortes: Os soldados enfrentavam combates brutais nas trincheiras e
nas terras de ninguém (a área entre as trincheiras inimigas). Eles eram alvos de
artilharia pesada, metralhadoras e ataques com gás tóxico. As batalhas eram
frequentemente violentas e resultavam em um grande número de mortes e
ferimentos. As baixas eram frequentes e os soldados viviam constantemente sob a
ameaça da morte.
5. Condições psicológicas: O estresse e o trauma da guerra afetaram profundamente
os soldados. Eles viviam em um ambiente de constante medo, com a tensão dos
combates, a perda de camaradas e a incerteza do futuro. Muitos soldados sofreram de
transtornos de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade e depressão.
É importante ressaltar que a experiência dos soldados variava dependendo do país, da
posição militar e da frente de batalha.

Referências da Primeira Guerra Mundial


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-
guerra.htm#Causas+da+Primeira+Guerra+Mundial
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/primeira-guerra-mundial.htm
https://brasilescola.uol.com.br/guerras/antecedentes-primeira-guerra-mundial.htm
REVOLUÇÃO RUSSA
Revolução Russa de 1917 consistiu em dois levantes populares: o primeiro ocorrido
em fevereiro, contra o governo do czar Nicolau II, e o segundo, em outubro.
Na Revolução de Fevereiro, os revolucionários aboliram a monarquia e, na Revolução
de Outubro, começaram a implantar um regime de governo baseado em ideias
socialistas.

Com a entrada da Rússia na Primeira Guerra (1914-1917), a situação só piorou. Vários soldados
desertaram, oficiais passaram a conspirar contra o czar e este foi deposto através da Revolução de
Fevereiro de 1917.

Embora tenham abolido a monarquia, muitos revolucionários achavam que não era suficiente.
Assim, um novo golpe é dado, desta vez pelos bolcheviques e camponeses, que instituem um
regime mais próximo ao socialismo através da Revolução de Outubro.

Antecedentes
A Rússia vivia sob o modelo Czarista, uma monarquia absolutista associada
à autocracia. Este modelo era sustentado pela nobreza rural (aristocracia) e tinha
apoio do clero ortodoxo. O “Czar” era o rei e este título veio de uma adaptação da
palavra “César”, usada no Antigo Império Romano.
O sistema russo era baseado na produção agrícola feudal e estava iniciando
a primeira fase de industrialização. Além disso, abrigava a maior população da Europa,
que vivia em pobreza porque os senhores das terras cobravam altos impostos em
troca de proteção militar.

Vamos entender a trajetória do Governo Russo antes da Revolução:

1858 – 1881: Alexandre II


O Czar tinha consciência da necessidade das reformas modernizadoras. Por isso,
realizou a abolição da servidão agrária, distribuição de terras inutilizadas para
camponeses, incentivou o ensino básico, deu autonomia às universidades e às
províncias. Sofreu forte oposição da nobreza.
A tensão social permaneceu porque faltavam recursos técnicos para os agricultores e
a fome continuava. Com a autonomia das universidades, as ideias liberais e socialistas
entraram no país. Um grupo que era contrário à monarquia assassinou o Czar.
1881 – 1894: Alexandre III
Após o assassinato, a aristocracia uniu-se ao novo czar, Alexandre III. Ele retomou o
absolutismo com todas as forças, investiu no poder da polícia do governo (Okhrana)
e controlou todos os setores educacionais e midiáticos.
A recém industrialização era desfrutada somente pelos nobres, surgindo uma classe
trabalhadora miserável. Com a chegada das ideias revolucionárias, surge o Partido
Operário Social-Democrata Russo (POSDR) que foi posto na ilegalidade.
Alexandre III sofreu um atentado de morte em 1887 sem sucesso, realizado por
Alexandre Ulyanov, o irmão mais velho de Lênin, que anos depois seria o líder da
Revolução Russa.

1894 – 1918: Nicolau II, o último Czar

O sucessor de Alexandre III, Nicolau II, facilitou a entrada de capitais estrangeiros para
promover a industrialização e mudanças na infra-estrutura, mas somente nos centros
urbanos populosos. Com as más condições de trabalho, o socialismo ganhou
força e surgiram os Sovietes, uma organização trabalhista marxista.
Haviam inúmeras revoltas violentas nas ruas e o Czar mandou reprimi-las também
com violência. O estopim foi quando uma marcha coletiva e pacífica se dirigiu ao
palácio e foi baleada pela guarda imperial. Este episódio ficou conhecido
como Domingo Sangrento.
Nicolau já estava muito impopular pois a Rússia estava perdendo a Primeira Guerra
Mundial. As medidas repressivas de movimentos sociais só o tornaram ainda mais
rejeitado pelo povo.

Causas da Revolução Russa: contexto histórico


Na Rússia, durante o século XIX, a falta de liberdade era quase absoluta.

No campo, reinava uma forte tensão social devido à grande concentração de terras na
mão da nobreza. A Rússia foi o último país a abolir a servidão, em 1861, e em muitos
lugares continuava-se com o sistema de produção feudal.

A reforma agrária promovida pelo czar Alexandre II (1855-1881) pouco adiantou para
aliviar as tensões no campo. O regime czarista reprimia a oposição e a Ochrana, polícia
política, controlava o ensino, a imprensa e os tribunais.

Milhares de pessoas eram enviadas ao exílio na Sibéria, condenadas por crimes


políticos. Capitalistas e latifundiários mantinham o domínio sobre os trabalhadores
urbanos e rurais.
No governo do czar Nicolau II (1894-1917), a Rússia acelerou seu processo de
industrialização aliada ao capital estrangeiro. Os operários concentraram-se em
grandes centros como Moscou e São Petersburgo.

Apesar disso, as condições de vida pioraram, com a fome, o desemprego e a


diminuição dos salários. A burguesia também não era beneficiada, pois o capital estava
concentrado nas mãos dos banqueiros e dos grandes empresários.

A oposição ao governo crescia. Um dos maiores partidos de oposição era o Partido


Social Democrata, mas seus líderes, Plekhanov e Lenin, tinham que viver fora da Rússia
para fugir das perseguições políticas.

O Partido Operário Social-Democrata Russo era crítico com a política do país. Porém,
havia divergências em como solucionar os problemas da Rússia. Isto acabou por dividi-
lo em duas correntes:

 Bolcheviques (maioria, em russo), liderados por Lenin, defendiam a ideia


revolucionária da luta armada para chegar ao poder.
 Mencheviques (minoria, em russo), liderados por Plekhanov, defendiam a ideia
evolucionista de se conquistar o poder através de vias normais e pacíficas como, por
exemplo, as eleições.

Atuação da Rússia na Primeira Guerra Mundial


Durante a Primeira Guerra Mundial, como membro da Tríplice Entente, a Rússia lutou
ao lado da Inglaterra e da França, contra a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.

No entanto, o exército russo encontrava-se despreparado para o confronto. As


consequências foram derrotas em várias batalhas que deixaram a Rússia enfraquecida
e economicamente desorganizada.

Em março, o movimento revolucionário foi deflagrado, com greves se iniciando em


São Petersburgo e que se espalharam por vários centros industriais. Os camponeses
também se rebelaram.

A maior parte dos militares aderiu aos revolucionários e força a abdicação do czar
Nicolau II, em fevereiro de 1917.
Revolução de Fevereiro (Revolução Branca)
Em fevereiro de 1917, o czar abdicou de todo o seu poder, após tantos problemas,
como crise econômica, derrotas em batalhas importantes e reiteradas manifestações
da população durante anos. Assumiu, então, o Governo Provisório, que funcionou
como um Parlamento liberal europeu.

À frente desse governo estava Alexander Kerenski, que era socialista, porém,
reformista (menchevique, como vimos). Esse período é chamado de República da
Duma, Revolução de Fevereiro, Revolução Branca ou ainda Revolução Menchevique.

Entretanto, a Rússia não tinha saído da guerra, e as pessoas ainda passavam fome,
logo, seriam necessárias outras mudanças. Com isso, a oposição bolchevique se
fortaleceu nos sovietes. Liderada por Lenin e Trotsky, sob o lema “pão, paz e terra”,
indicava, além da saída da guerra, a redistribuição (expropriação e divisão) das
grandes propriedades de terra, a fim de ajustar o fornecimento interno de comida
para a população.

Paralelamente, a Guarda Vermelha ia sendo formada por Trotsky. Posteriormente,


essa guarda passou a se chamar Exército Vermelho, pós-revolução. Até então, ela era
um grupo revolucionário e armado dos bolcheviques, que visava à tomada do poder.

Revolução de Outubro (Revolução Vermelha)


"Em 7 de novembro de 1917 ou 25 de outubro no calendário juliano (que a Rússia
ainda usava), os Bolcheviques tomaram o Palácio de Inverno, bombardeando-o, e
depois todos os outros prédios públicos russos, que passaram a ser chamados de
Conselhos de Comissários do Povo.
Kerensky, menchevique que estava à frente do Governo Provisório, fugiu, e assim teve
início o governo bolchevique, cuja primeira publicação oficial foi o “Apelo aos
trabalhadores e camponeses”, de Lenin, primeiro governante revolucionário. Por meio
dela, foi dado “todo o poder aos sovietes”. Uma das primeiras medidas foi também
retirar o país da I Guerra Mundial."

Consequências da Revolução Russa


A Rússia se retira da Primeira Guerra

O primeiro ato importante do novo governo foi retirar a Rússia da guerra. Para isso,
em fevereiro de 1918, foi assinado o Tratado de Brest-Litovsk com as Potências
Centrais.
Este determinava a entrega da Finlândia, Países Bálticos, Polônia, Ucrânia e
Bielorrússia, além de distritos no Império Otomano e na região da Geórgia.

Guerra civil na Rússia

Os quatro primeiros anos de governo bolchevique foram marcados por uma guerra
civil que abalou profundamente o país.

Igualmente, para evitar qualquer tentativa de restauração monárquica, o czar Nicolau


II e sua família foram assassinados sem qualquer tipo de julgamento, em julho de
1918.

O Exército Vermelho, criado por Leon Trotsky, derrotou o Exército Branco, formado
por nobres e burgueses, garantindo a permanência dos bolcheviques no poder. A
revolução estava salva, mas a paralisação econômica era quase total.

Para restaurar a confiança no governo, foi criada a NEP (Nova Política Econômica), que
permitia a entrada de capital estrangeiro e o funcionamento de empresas particulares.
A aplicação da NEP resultou no crescimento industrial e agrícola da Rússia.

Conclusão da Revolução Russa


Em 1922 foi estabelecida a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sob
liderança de Lenin. Após sua morte, em 1924, iniciou-se uma luta pelo poder entre
Trotsky e Stalin.

Derrotado, Trotsky foi expulso do país e, em 1940, foi morto na cidade do México, por
um assassino a serviço de Stalin. Sob seu governo, a URSS conheceu uma das mais
violentas ditaduras da história, ao mesmo tempo que passava por um crescimento
econômico vertiginoso.

Durante a II Guerra Mundial, o país seria um dos principais inimigos do nazismo, aliado
dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Após o conflito, seria alçada à condição de segunda potência mundial.


Relação a queda do czarismo e a eclosão da Revolução
Socialista na Rússia ao contexto de profunda crise social,
política e econômica resultante do envolvimento desse país
na Primeira Guerra Mundial.
A queda do czarismo e a eclosão da Revolução Socialista na Rússia ao contexto de
profunda crise social, política e econômica resultante do envolvimento desse país na
Primeira Guerra Mundial.

A Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial em 1914, com o objetivo de proteger seus
interesses na Europa Oriental e ganhar prestígio internacional. No entanto, a
participação russa na guerra exacerbou os problemas já existentes no país.

Em primeiro lugar, a Rússia enfrentava uma grave crise econômica antes mesmo do
conflito. O país era predominantemente agrário, com uma economia atrasada em
relação às potências industriais ocidentais. A guerra agravou essa situação, pois houve
uma demanda crescente por alimentos e recursos, levando à escassez e ao aumento
dos preços. Além disso, muitos trabalhadores e camponeses foram convocados para o
serviço militar, o que levou à escassez de mão de obra e à queda na produção.

Em segundo lugar, a guerra expôs a fraqueza do governo czarista, liderado pelo czar
Nicolau II. A administração czarista era autoritária, ineficiente e corrupta, com
instituições políticas e sociais antiquadas. A participação na guerra exacerbou a
insatisfação popular com o governo, uma vez que os russos enfrentaram grandes
perdas humanas e econômicas no conflito.

Além disso, a guerra levou a um aumento do descontentamento social. As condições


de vida para a população civil pioraram drasticamente, com escassez de alimentos,
inflação galopante e falta de moradia adequada. Os trabalhadores enfrentaram
condições de trabalho precárias e longas horas de trabalho nas fábricas que
produziam suprimentos para a guerra.

Essa combinação de fatores - a crise econômica, a fraqueza do governo e o


descontentamento social - criou um ambiente propício para o surgimento de
movimentos de oposição e levantes populares. Os socialistas e outros grupos políticos
começaram a ganhar força, promovendo ideias de igualdade social, justiça e mudança
política.

A Revolução de Fevereiro de 1917 foi um marco importante nesse processo. Ela


resultou na abdicação do czar Nicolau II e na formação de um governo provisório. No
entanto, o novo governo não conseguiu resolver os problemas fundamentais
enfrentados pelo país, como a guerra, a crise econômica e as demandas por reformas
sociais.

A Revolução de Outubro de 1917, liderada pelos bolcheviques, sob a liderança de


Vladimir Lênin, trouxe a tomada do poder pelos socialistas e a criação da União
Soviética. Os bolcheviques prometeram paz, pão e terra, atraindo o apoio das massas
populares descontentes.

A queda do czarismo na Rússia e a eclosão da Revolução Russa foram fenômenos


diretamente relacionados à Primeira Guerra Mundial. A participação da Rússia na
guerra trouxe sérios problemas internos, como escassez de alimentos, inflação e altas
taxas de mortalidade entre a população. Isso alimentou o descontentamento popular
e a insatisfação em relação ao regime czarista. A eclosão da Revolução Russa em 1917
levou ao estabelecimento do regime comunista soviético, que teve um impacto
profundo nos próximos eventos e nas relações internacionais.

As dinâmicas do capitalismo e suas crises, os grandes


conflitos mundiais e os conflitos vivenciados na Europa.
As dinâmicas do capitalismo desempenharam um papel significativo tanto nas grandes
crises econômicas quanto nos conflitos mundiais e regionais vivenciados na Europa.
O capitalismo, como sistema econômico predominante, é caracterizado pela busca por
lucro, competição e acumulação de riqueza. Essas dinâmicas podem levar a
desigualdades sociais, instabilidade econômica e crises.
Uma das principais crises capitalistas do século XX foi a Grande Depressão de 1929.
Essa crise se originou nos Estados Unidos, com a quebra da bolsa de valores de Wall
Street, e se espalhou para os demais países, afetando severamente a economia global.
A desigualdade de renda e a especulação excessiva estavam entre as causas dessa
crise.
As dinâmicas capitalistas também estiveram diretamente relacionadas aos grandes
conflitos mundiais. A competição por recursos econômicos, domínio comercial, poder
político e influência geopolítica foram fatores que contribuíram para a eclosão tanto
da Primeira Guerra Mundial quanto da Segunda Guerra Mundial. Esses conflitos
envolveram grandes potências econômicas, como Alemanha, Reino Unido, Estados
Unidos, Japão e União Soviética, que disputavam o controle de territórios e mercados.
Além dos conflitos mundiais, a Europa também vivenciou uma série de conflitos
regionais e étnicos ao longo do século XX. Muitos desses conflitos têm origens
socioeconômicas e culturais, como a dissolução do Império Austro-Húngaro após a
Primeira Guerra Mundial, que resultou em conflitos étnicos e territorialidade entre
diferentes grupos na Europa Central e Oriental.
Em resumo, as dinâmicas do capitalismo, com suas crises, competição e busca por
poder econômico, contribuíram tanto para a ocorrência de grandes conflitos mundiais,
como as duas Guerras Mundiais, quanto para os conflitos regionais vivenciados na
Europa, com base em fatores socioeconômicos e culturais.

REFERÊNCIAS REVOLUÇÃO RUSSA


https://www.todamateria.com.br/revolucao-russa/
https://beduka.com/blog/materias/historia/revolucao-russa/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-
russa.htm#:~:text=Em%20fevereiro%20de%201917%2C%20ap%C3%B3s,tendo%20Len
in%20como%20primeiro%20governante.

GLOSSÁRIO
Pangermanismo: Movimento que defendia a união de povos germânicos da Europa.
Pan-eslavismo: Movimento de defendia a união de povos eslavos da Europa.
Tríplice Aliança: Aliança militar formada entre Alemanha, Itália e Austria-Hungria, com
o objetivo de combater a Tríplice Entente.
Tríplice Entente: Aliança militar formada por Inglaterra, França e Rússia, com o objetivo
de derrotar a Tríplice Aliança.
Duma: Parlamento russo da época.
Soviete: Assembleia de operários, camponeses e soldados.
Domingo Sangrento: Episódio onde operários fizeram uma manifestação em frente ao
Palácio de Inverno e soldados mataram mais de mil pessoas.
Revolução de Fevereiro de 1917: Com a ajuda de militares, conseguiram a abdicação
do czar Nicolau II e formaram o Governo Provisório.
Revolução de Outubro de 1917: Os bolcheviques conseguiram implantar o socialismo
na Rússia.

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