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Primeira Guerra Mundial: os conflitos europeus tomam o globo

Forças italianas ao longo do perímetro defensivo no rio Piave (Foto: Exército Italiano | Wikimedia).

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi um conflito iniciado por países europeus que
atingiu uma proporção até então inédita: uma guerra global. Além de países de vários
continentes – incluindo o Brasil – terem se envolvido na disputa, as batalhas também se
espalharam para além do continente europeu. É sobre a Grande Guerra, suas causas e
consequências que estudaremos em nossa aula.

Antecedentes da Primeira Guerra Mundial


A Primeira Guerra Mundial foi fruto de numerosas tensões europeias herdadas do século
XIX. Para compreender o conflito, algumas dessas disputas devem ser destacadas:

Revolução Industrial e Imperialismo


A Segunda Revolução industrial, iniciada em 1870, elevou a competição entre empresas
– e também entre os Estados – a um novo nível. Pequenas indústrias faliram ou foram
compradas por empresas muito maiores do mesmo ramo, formando os trustes. Os trustes
buscavam monopolizar a produção, o preço e o mercado de determinado produto. Contudo,
para uma indústria crescer tanto, algumas coisas eram necessárias: mercado
consumidor, mão de obra e matéria-prima.
Eventualmente, esgotaram-se esses fatores na Europa, o que levou os países do Velho
Mundo a ter que buscar por novas colônias a fim de ter mercado consumidor, mão-de-obra e
matéria-prima, gerando uma corrida imperialista. Além disso, essa corrida conferiu uma
nova importância aos antigos territórios europeus na África e na Ásia, já ocupados séculos
antes. A partir de então, ter colônias era essencial para alimentar a Segunda Revolução
Industrial.
Com as colônias se tornando mais essenciais aos europeus no fim século XIX, alguns
países passaram a questionar a forma que esses territórios foram divididos entre as
potências. Aqui destaca-se a Alemanha, que havia se unificado tardiamente (1871) e ficado
de fora da partilha das colônias. Como forma de “acalmar os ânimos”, os países europeus
reuniram-se no encontro conhecido como Conferência de Berlim (1884-85). Assim,
estabeleceram-se as regras para a colonização do continente africano e foram distribuídas
as terras entre os participantes da conferência.

Corrida armamentista e paz armada


A disputa entre os países não ficou apenas no setor econômico. Como o crescimento de um
Estado gerava desconfiança em seus vizinhos, que temiam perder seus territórios para a
expansão imperialista do outro, os países passaram a fortalecer seu estoque de armas.
Foi a Segunda Revolução Industrial, com suas máquinas elétricas e motores a combustão,
que permitiu o crescimento da produção bélica em uma escala inédita.
Isso culminou em um fenômeno conhecido como “paz armada”, que durou de 1871 até o
início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Ou seja, conforme a Alemanha crescia, por
exemplo, a desconfiança por parte da Inglaterra aumentava. Buscando garantir sua
segurança, os ingleses fortaleceram suas Forças Armadas para estarem preparados caso os
alemães agissem de forma prejudicial a seus interesses. Consequentemente, a Alemanha
também se sentia ameaçada e acabava fortalecendo seu arsenal bélico. A lógica da paz
armada é bem representada pela frase “se queres a paz, prepare-se para a guerra”.
Assim, com os Estados cada vez mais armados, as relações internacionais na Europa
mantiveram-se consideravelmente estáveis. Contudo, mesmo sem esses países entrarem
em guerra, diversos ressentimentos foram acumulados e, eventualmente, culminaram na
Primeira Guerra Mundial.

Alemanha colecionava inimigos


O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial também foi marcado por
um antigermanismo generalizado. Em outras palavras, muita gente não estava gostando
da ascensão política e econômica que a Alemanha vinha conquistando desde sua
unificação.

A França, que perdeu a Guerra Franco-Prussiana (1870-71) e teve que entregar a região da
Alsácia-Lorena – rica em minério de ferro – aos alemães, cultivava um sentimento de
revanche.
Por sua vez, os russos não reagiram bem à tentativa alemã de construir uma estrada de
ferro ligando Berlim a Bagdá, capital do Iraque. A insatisfação era justificada pelo fato de a
estrada cortar regiões ricas em petróleo, sobre as quais a Rússia pretendia estender sua
influência.
Já os ingleses não estavam contentes com a concorrência industrial alemã, que ameaçava o
monopólio da Inglaterra em diversos mercados. Os Estados Unidos também compartilhavam
dessa visão, pois viam a influência política e econômica da Alemanha se espalhar por
importantes países da América, como o Brasil.

Tensões no Império Austro-Húngaro


A Áustria-Hungria, fundada em 1867, era um império multinacional que sofria para manter-
se unificado. Por ser composto por muitas nações, o Império Austro-Húngaro lidava
constantemente com movimentos separatistas. Mesmo já passando sufoco
com nacionalismos exaltados, os austro-húngaros não deixavam de anexar novos territórios.
Foi o caso da Bósnia, ocupada desde 1878 e definitivamente anexada ao Império em 1908.
Essa anexação, no entanto, desagradou aos sérvios e russos, que também tinham
interesses na região. Assim, a inimizade entre a Áustria-Hungria e a Sérvia aprofundou-se
significativamente. A partir daí, diversas guerras internas esquentaram os ânimos na região.
Será que já dava para sentir o cheiro de Primeira Guerra Mundial no ar?
Alianças militares
Em meio a tantas tensões, as potências europeias firmaram alianças políticas e
militares para buscar garantir sua segurança mútua. Em 1882, Itália, Império Austro-
Húngaro e Alemanha formaram a Tríplice Aliança. Posteriormente, em 1907, foi a vez de
França, Rússia e Reino Unido juntarem-se na Tríplice Entente. Ambas as coalizões
comprometiam-se a apoiar seus aliados em caso de ataque, tendo assim caráter de tratados
de defesa.

Soldados otomanos durante a Primeira Guerra Mundial (Foto: O programa de educação da


Biblioteca Nacional de Israel | Wikimedia).

Estoura a Primeira Guerra Mundial


Lembra da Bósnia? Então, os bósnios não gostaram muito de serem anexados ao Império
Austro-Húngaro e, buscando apaziguar a situação, o herdeiro do trono austríaco – Francisco
Ferdinando – e sua esposa fizeram uma visita à região. Nessa visita, em 28 de junho de
1914, houve um passeio em carro aberto que não acabou bem: Ferdinando e sua esposa,
Sofia, foram assassinados.
O culpado? Um estudante bósnio conectado com a Mão Negra – uma
organização nacionalista sérvia adepta ao terrorismo. Aí as coisas pioraram de vez. Após o
atentado, a Áustria-Hungria enviou uma carta à Sérvia demandando que representantes do
Império participassem do tribunal que julgaria Gavrilo Princip, autor do ataque. Outra
exigência feita era de que os ministros suspeitos de participarem no crime fossem demitidos.
Como a Sérvia não atendeu às exigências, os austro-húngaros declaram guerra ao país.

O que poderia ter sido apenas mais uma das muitas guerras europeias toma proporções
gigantescas. A Rússia, que tinha tratados de amizade e defesa com a Sérvia e cultivava
inimizades com o Império Austro-Húngaro, partiu em socorro de seu aliado. Assim, iniciou-se
um efeito dominó que acionou as principais alianças militares do continente: Tríplice
Entente e Tríplice Aliança.
Portanto, o assassinato de Francisco Ferdinando é considerado a “gota d’água” que fez as
inúmeras tensões acumuladas entre as potências europeias transbordarem na Primeira
Guerra Mundial.

O decorrer da Primeira Guerra Mundial


Pouco mais de um mês depois do assassinato de Ferdinando, no dia 3 de agosto de 1914,
França, Rússia, Áustria-Hungria e Alemanha já estavam em guerra. Depois que a Alemanha
marchou sobre a Bélgica – desrespeitando a neutralidade do país – o Reino Unido, que
também estava neutro até então, entrou no conflito. A Turquia aliou-se à Tríplice Aliança e o
Japão, interessado em domínios germânicos no Extremo Oriente, juntou-se à Entente.
O Japão não foi o único país a reforçar o bloco inimigo da Alemanha. Outras 24 nações
juntaram-se à Tríplice Entente, formando uma grande coalizão que recebeu o nome
de Aliados. Lista com o posicionamento dos países na Primeira Guerra Mundial:

A Primeira Guerra Mundial, então, desenrolou-se por meio da guerra de trincheiras.

Guerra de Trincheiras
Como havia um equilíbrio de força entre as Tríplices Entente e Aliança no início da Primeira
Guerra Mundial, os exércitos cavaram trincheiras de forma a manter terreno e aguardar a
chance de atacar para conseguir avançar. O espaço entre as duas trincheiras inimigas era
conhecido como “terra de ninguém” e qualquer um que pisasse ali tornava-se alvo de
disparos de todos os lados.
Essas valas tinham cerca de dois metros de profundidade e tornaram-se complexos onde
soldados podiam descansar e feridos podiam receber atendimento médico. Em locais
chuvosos, como nos terrenos da França e da Bélgica, a água acumulada nas trincheiras
facilitava a transmissão de doenças.
Além de ter que lidar com as más condições físicas dessas valas, os soldados também se
viam em meio a uma guerra psicológica. Isso porque o combate não era constante. Na
verdade, a maior parte da ação consistia em vigiar os movimentos inimigos.
Antes de os soldados efetivamente avançarem sobre a “terra de ninguém”, aviões e canhões
entravam em ação, atacando a fronteira inimiga. Armas químicas, apesar de proibidas,
também eram amplamente usadas, como o gás de cloro e o gás mostarda. Só depois de
todo esse ataque é que os exércitos procuravam avançar.
Esse estágio da Primeira Guerra Mundial durou até 1918. Estima-se que 400 km de
trincheiras tenham sido cavados na frente de batalha ocidental. Esse front, que se estendia
desde o Canal da Mancha (Bélgica) até a fronteira da Suíça tinha, ao todo, cerca de 645 km
de extensão.

Você sabia? O uso de armas químicas na Primeira Guerra Mundial caracterizou um crime
de guerra.

Os Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial


Como a Primeira Guerra Mundial durou muito mais tempo do que o esperado pelos países
envolvidos, diversos Estados abandonaram o conflito. Alguns não tinham mais condições
sociais e econômicas de permanecerem na guerra devido aos altos custos e inúmeras
perdas.
Outra alteração nas alianças deveu-se ao fato de a Itália mudar de lado em 1915 e passar a
combater a Alemanha. A Rússia, importante membro da Tríplice Entente, após ser derrotada
pelos alemães no front oriental, assinou um tratado de paz com a Alemanha em março de
1918 e se retirou do conflito, devido às pressões da Revolução Russa.
Com os russos fora da Primeira Guerra Mundial e o risco de a Alemanha conseguir avançar
para o Ocidente, já que não precisava mais dividir seu exército para travar batalhas no
Oriente, os Estados Unidos ficaram preocupados. Não era do interesse dos norte-
americanos que a Alemanha saísse vitoriosa do conflito, já que os países eram ferrenhos
concorrentes comerciais. Além disso, os Estados Unidos forneciam armas aos países da
Entente em um sistema de crédito, que permitia aos países compradores pagar suas dívidas
após a guerra. Caso esses Estados fossem derrotados, os norte-americanos teriam prejuízo.
Em 1917, sete navios estadunidenses foram atacados pelos alemães e descobriu-se que o
governo da Alemanha tentava convencer o México a atacar os Estados Unidos. Assim, os
norte-americanos finalmente entraram na Primeira Guerra Mundial, ficando conhecidos
como a “Potência Associada” à Tríplice Entente.

O Brasil na Primeira Guerra Mundial


Entretanto, os Estados Unidos não foram o único país da América a entrar na guerra.
Neutros desde 1914 por conta de parcerias com a Alemanha e da significativa parcela de
imigrantes alemães no sul do país, o Brasil mudou de posição em 1917. Relações
diplomáticas foram cortadas quando navios brasileiros foram atacados por alemães no litoral
da Europa. O ataque não agradou a opinião pública brasileira e, como resposta, o governo
confiscou mais de 40 navios alemães ancorados no Brasil.
Posteriormente, a Alemanha atacou outro navio brasileiro, o Macau. Assim, em outubro de
1917 o país declarou guerra aos alemães, sendo o único país da América do Sul a
efetivamente envolver-se no conflito. A contribuição do Brasil foi modesta e consistiu no
envio de enfermeiros e medicamentos à Tríplice Entente. Pequenas tropas do Exército
Brasileiro e da Marinha também foram adicionadas às forças britânicas.
Contudo, o episódio mais significativo da participação brasileira na Primeira Guerra Mundial
foi protagonizado pela esquadra naval enviada para patrulhar a costa noroeste da África e o
Mediterrâneo. Em novembro de 1918, em Gibraltar, a tropa brasileira pensou ter avistado um
submarino alemão. Com a possibilidade de serem atacados, os marinheiros abriram fogo
contra os supostos submarinos, descobrindo que na verdade tratava-se de um cardume de
toninhas (animais semelhantes aos golfinhos).
Apesar de não ser um erro tão incomum durante batalhas navais, o episódio repercutiu e
ficou conhecido como a Batalha das Toninhas.

Fim da Primeira Guerra Mundial


Em julho de 1918, tropas britânicas, francesas e norte-americanas mobilizaram-se para o
que seria o ataque definitivo, conhecido como Ofensiva dos Cem Dias. Com uma série de
ataques rápidos e eficientes, os Aliados levaram Bulgária, Turquia e Áustria-Hungria à
rendição. Mesmo assim, os alemães não se rendiam.
A fome e as condições sociais precárias na Alemanha levaram o país à beira de uma
revolução. Os soldados alemães também ameaçavam realizar motins contra a recusa dos
seus líderes de assinar a rendição, mesmo após as seguidas derrotas e inúmeras mortes. O
kaiser (imperador) alemão se viu forçado a renunciar e um governo provisório foi
responsável por se render. No dia 11 de novembro de 1918 acabava a Primeira Guerra
Mundial.

As principais consequências da Primeira Guerra Mundial e das negociações de paz


foram:

Tratado de Versalhes
O Tratado de Versalhes responsabilizou a Alemanha pela Primeira Guerra Mundial e
estabeleceu uma série de punições ao Estado. Além de ter que pagar indenizações aos
vencedores, os países da Tríplice Entente – que foram quitadas apenas em 2010 –, a
Alemanha foi proibida de ter um exército grande e ainda perdeu colônias e territórios – como
a Alsácia-Lorena, cedida à França.
Todas essas condições instalaram um sentimento de revanchismo que viria a colaborar para
a ascensão do nazismo e culminaria na Segunda Guerra Mundial.

Ascensão dos Estados Unidos


Além de não terem sofrido muitas perdas por terem entrado na Primeira Guerra Mundial
apenas no fim do conflito, os Estados Unidos se beneficiaram de três anos iniciais da
guerra, onde estabeleceram comércio com os Aliados. Como não tiveram seu território
invadido, os norte-americanos não precisaram arcar com despesas de reconstrução e
puderam se tornar credores da Europa. Isto é, os Estados Unidos emprestavam dinheiro
para a reconstrução do Velho Mundo, que fora devastado pela guerra.
Com a economia a todo o vapor e sem os países europeus para fazer concorrência,
outra consequência da Primeira Guerra Mundial foi a ascensão dos Estados Unidos como
uma potência econômica e política global. Em outras palavras, os estadunidenses foram
os grandes vencedores do conflito.

Surgimento de novos países


Após a Grande Guerra, quatro impérios desmoronaram: Alemão, Austro Húngaro, Russo e
Otomano. Deles surgiram uma série de novos países, como Polônia, Tchecoslováquia,
Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia.
Assim, uma das consequências da Primeira Guerra Mundial foi a nova divisão política
europeia, que redesenhou o mapa do continente. A figura abaixo demonstra a mudança nos
território após o conflito.

Mapa da Europa em 1923 (Foto: Wikimedia).

Prejuízos socioeconômicos
Uma das principais consequências da Primeira Guerra Mundial foi o número de mortes. Ao
todo, cerca de 13 milhões de soldados e civis morreram no conflito e outros 20 milhões
foram feridos ou mutilados. Esses números absurdos – que são justificados pelos novos
armamentos construídos com avanço tecnológico da Revolução Industrial – levam o conflito
a ser chamado de a “Grande Guerra”.
Tantas mortes e ferimentos não impactaram apenas a moral dos países, mas também
geraram consequências econômicas, pois os Estados perderam significativas parcelas
da população masculina ativa. A Áustria-Hungria perdeu 17,1% dos homens
economicamente ativos, enquanto a Alemanha e a França tiveram baixas de 15,1% e
10,5%, respectivamente. Também na Alemanha, a sociedade civil sofreu imensamente com
a guerra. Milhares de mortes foram causadas pela fome. A escassez de alimento não era
justificada apenas pelas sanções internacionais impostas ao país, que prejudicavam a
importação, mas também pelo fato de a indústria voltar-se completamente à guerra durante
o conflito.
Além das perdas humanas, os prejuízos materiais foram imensos. A infraestrutura dos
países europeus foi profundamente afetada e a crise econômica causada pelos altos custos
da guerra geraram desemprego e fome. Tanta instabilidade política e social possibilitou a
ascensão de regimes totalitários que consistiram em outro ingrediente fundamental para
a Segunda Guerra Mundial.

As consequências da Primeira Guerra Mundial para as mulheres


Dentre as consequências da Primeira Guerra Mundial também está o aumento de número
de mulheres trabalhando, principalmente nas indústrias. Como os homens eram enviados
à guerra, cabia à parcela feminina da população assumir os postos de trabalho
desocupados. Deve-se ressaltar que as mulheres – principalmente de camadas mais pobres
da sociedade – já trabalhavam antes. A guerra levou ao aumento desse número, passando
a abranger mulheres da classe média também.
A elevação do número de mulheres nas indústrias ainda é explicado pelo fato de guerras
alterarem o eixo da economia – que passa a produzir produtos necessários ao conflito –
e não levam à suspensão dessas atividades.
Contudo, não foi só na indústria que o número de mulheres ativas cresceu. Outras tarefas
tipicamente “masculinas” passaram a ser exercidas pela população feminina, como o papel
de agentes de trânsito e policiais. Deve-se observar que o número de voluntárias para atuar
como enfermeiras na guerra também foi expressivo. Além disso, as mulheres ainda tomaram
as rédeas da produção camponesa em muitos países.
Segundo o historiador Benjamin Ziemann, 44% das granjas bávaras (um povo que habitava
a atual República Tcheca) eram administradas por mulheres. A França também viu cerca de
800 mil mulheres coordenarem as propriedades agrícolas e outras 400 mil atuarem na
indústria armamentista. O Ministério de Trabalho francês estima que, em 1917, o número de
mulheres atuando no comércio e na indústria era 20% maior do que antes da Primeira
Guerra Mundial. Já no Reino Unido, essa estimativa atinge os 50%.
Mesmo as mulheres tornando-se essenciais à economia, elas não recebiam o mesmo que
seus colegas homens. A desigualdade salarial entre homens e mulheres, que persiste até
hoje, tornou-se mais gritante depois do fim da guerra, quando houve um retorno da
população masculina aos países. Além de ganharem menos, muitas mulheres ainda foram
demitidas e proibidas de trabalhar. Assim, mais uma das consequências da Primeira Guerra
Mundial foi os protestos pela emancipação feminina e o crescimento do movimento
feminista.
Entender as causas e consequências da Primeira Guerra Mundial é essencial para
compreender o longo século XX. A forma como os países se relacionaram após o conflito –
com as punições à Alemanha– contribuiu para estourar a Segunda Guerra Mundial. Mas
não foram apenas as Grandes Guerras que marcaram o século XX. Foi também nesses 100
anos que o mundo viveu a Crise de 1929 – que revelou uma faceta obscura do capitalismo
–, a Revolução de Russa e a formação da União Soviética, que viria a protagonizar a Guerra
Fria junto aos Estados Unidos.

1- Leia o texto com atenção.


2- Países de que continente iniciaram a Primeira Guerra Mundial?
3- Cite quantos anos durou a Grande Guerra, ou seja, a Primeira Guerra Mundial?
4- O que Segunda Revolução Industrial (1860), tem a ver com a Primeira Grande Guerra
iniciada em 1914 entre países europeus?
5- Por que se fala que a corrida imperialista sustentava a Segunda Revolução Industrial
na Europa, levando estes a explorar economicamente a África e Asia?
6- O que levou várias nações europeias a fortalecer seu estoque de armas a partir de
1871?
7- O que levou a Alemanha a obter tantos inimigos após 1870 como franceses, russos e
ingleses?
8- Em meio a tantas tensões, as potências europeias firmaram alianças políticas e
militares entre si, escreva qual foram estas alianças seus objetivos?
9- Fala-se que o assassinato do príncipe do trono austríaco Francisco Ferdinando em
uma visita na Bósnia foi assassinado, sendo este o estopim, ou seja, o fato que
desencadeou o início da Primeira Guerra Mundial levou os austro-húngaros declarar
guerra a Sérvia levando a Rússia em defesa da Sérvia por quê?
10-Observe a tabela Aliança Militar e o mapa que consta no texto e indique as nações da
Tríplice Aliança que desintegraram no final da guerra, dando origem a outros países
após Primeira Guerra Mundial?
11- Observe a Tabela Aliança Militar e escreva em qual Aliança o Brasil e os Estados
Unidos apoiaram?
12- Por que a Primeira Guerra Mundial também foi uma guerra psicológica?
13- Como foi a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial?
14- O que levou a Alemanha assinar a rendição terminando assim, a Primeira Guerra
Mundial?
15- O que foi o Tratado de Versalhes assinado na cidade de Versalhes na França em
1919?
16- Por que se fala que o Tratado de Versalhes levaria a decorrência da Segunda Guerra
Mundial em 1939?
17- Quais foram os motivos que levaram os Estados Unidos a tornarem-se a maior
potência econômica do planeta após a Primeira Guerra Mundial?
18-Após ler o subtítulo “Prejuízos Socioeconômicos”. Cite o número de morte e feridos
após a Primeira Guerra Mundial?
19- Como encontrava-se os países estruturalmente após a Primeira Guerra?
20- Qual a relação entre os movimentos feministas e a Primeira Guerra Mundial?
21-Por que as mulheres durante a Primeira Guerra ganharam espaços no mundo do
trabalho, principalmente nas fábricas?

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