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História

A Grande Guerra: antecedentes

Objetivo
Nesta aula vamos relacionar o avanço imperialista, os choques internacionais e a eclosão da Primeira Guerra
Mundial, um conflito sem precedentes.

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é essencial ter visto a aula sobre a Segunda Revolução Industrial e
Unificações Tardias. Além disso, é megaimportante estar por dentro do conteúdo sobre Imperialismo e
Neocolonialismo.

Curiosidade
O momento de prosperidade econômica e social em que se encontrava a Europa no período pré-Primeira
Guerra Mundial influenciou na construção de vários monumentos ao redor do mundo como símbolo desse
suposto progresso, a exemplo da Torre Eiffel, na França.

Teoria

No período de 1914 a 1918, o mundo viveu os impactos da Primeira Guerra Mundial, também conhecida como
a Grande Guerra. Esse conflito trouxe importantes consequências e alterou a ordem geopolítica mundial, a
partir da fragmentação dos grandes impérios e do surgimento de novos países. Apesar de ter eclodido no
início do século XX, suas raízes residem no século XIX, nas disputas entre as potências europeias em torno
dos diferentes interesses políticos e expansionistas, na Europa e fora dela. Assim, quando retomamos o
século anterior, é uma forma de pontuar que as tensões e os atritos que levaram à eclosão da Primeira Guerra
Mundial foi um processo construído lentamente.

A segunda metade do século XIX foi marcada por um processo de largo desenvolvimento tecnológico,
industrial, científico e cultural. A palavra de ordem do período, sem sombra de dúvidas, era otimismo. Com
um intenso crescimento econômico e o domínio cada vez maior de novos territórios, a crença de que a
sociedade estava seguindo para um caminho inevitável de progresso, guiado por uma suposta raça superior,
levou o continente europeu a um período de entusiasmo, especialmente a partir de 1871.

Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de que ele exista. Se ele realmente existir, deve
estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor
possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus
escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o
restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês.
(Cecil Rhodes, https://www.wikiwand.com/pt/Cecil_Rhodes)
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A eclosão da Segunda Fase da Revolução Industrial foi marcada pela participação de novos atores, como
Estados Unidos, Alemanha e Japão. Entretanto esses novos países encontraram nas outras potências
pioneiras um obstáculo para as suas pretensões expansionistas. Com a crise do Antigo Regime e do velho
modelo de colonialismo, os países industrializados precisaram encontrar uma nova forma de conquistar
novos mercados consumidores e fontes de matéria-prima; partindo, assim, para disputas por novos territórios.
Vale ressaltar que existiam regiões estratégicas dentro da própria Europa que também eram disputadas por
essas potências, especialmente a região dos Balcãs. Portanto, por trás de todo o período de otimismo e
crença em um processo evolutivo de progresso, ocorria uma série de tensões, que foram essenciais para a
eclosão da Grande Guerra.

A Belle Époque
O período de desenvolvimento e otimismo
mencionado acima ficou conhecido como Belle
Époque (Bela Época para os brasileiros, né?) e se
iniciou por volta do fim do Conflito Franco-Prussiano
(1871), tendo durado até o início da I Guerra Mundial.
Foi nesse momento, de forma acentuada, que todo o
desenvolvimento industrial e científico se estendeu
para outros campos, como a arquitetura, a cultura, a
moda e a medicina, levando a uma crença quase que
certa no progresso da humanidade.

O centro desse desenvolvimento foi a França, especialmente Paris, que passou a ser exemplo do estilo de
vida cosmopolita, ligado ao meio urbano e às grandes cidades. Assim, as mudanças também passaram por
um novo modo de conceber e vivenciar o cotidiano, com várias inovações que alteraram drasticamente a vida
das pessoas na cidade.

O surgimento de meios de comunicação e de transporte mais eficientes modificavam a relação espaço-tempo


entre empresas e locais de produção industrial, expandindo o processo de globalização, com a
“financeirização” da economia mundial. Ao mesmo tempo, essas descobertas também modificavam o dia a
dia dessas sociedades, ao permitir um deslocamento bem mais rápido e mais fácil.

Logo, a indústria do entretenimento também ganhou uma nova fase, com a expansão das casas de
espetáculos e com o desenvolvimento do cinema. Boa parte dessa euforia foi alimentada pelo surgimento de
grandes invenções no período, como o telégrafo, o telefone, a lâmpada elétrica, o avião e o automóvel
moderno, por exemplo.

No campo das artes, também podemos falar da influência deste ideal de otimismo e progresso que rondava
a Europa, com a produção de obras literárias e artísticas que conversava diretamente com o período em que
esses homens estavam inseridos: o Impressionismo.

Pega a visão: o desenvolvimento econômico não havia atingido a todos de forma igualitária. Então, se liga,
porque, enquanto os donos das indústrias e alguns grupos ligados a eles enriqueciam, muita gente continuava
pauperizada, sem direitos e sendo explorada.
História

As tretas expansionistas e a Política de Alianças


A Unificação Alemã colocou em xeque o equilíbrio dentro do continente europeu, firmado no Congresso de
Viena, e a antiga hegemonia industrial inglesa, uma vez que conseguiram em um curto espaço de tempo
consolidar um grande desenvolvimento industrial. Ao mesmo tempo, sua unificação tardia fez com que o país
fosse “prejudicado” na divisão dos novos territórios dominados, uma vez que a Inglaterra e os outros países
já dominavam boa parte deles; restando, assim, partes menores.

Apesar de ser comum falar sobre o conceito de “espaço vital”, ou “lebensraum”, apenas durante a Alemanha
nazista, é importante pontuar que tal ideia foi formulada em meados do século XIX e influenciou nas disputas
territoriais e políticas da Alemanha durante o período. A ideia de ocupar espaços considerados essenciais
para a sobrevivência do Estado alemão foi uma das causas do expansionismo do país dentro e fora da Europa.

Movimentos caracterizados pelo nacionalismo exacerbado, como o pan-eslavismo – união dos povos eslavos
sob um único Estado – e o pangermanismo – união dos povos germânicos sob um único governo –,
cresceram exponencialmente e foram utilizados para justificar a necessidade de um exército regular e do
fortalecimento de suas fronteiras.

Só os curiosos on-line: Esses ideais nacionalistas se fortaleceram no final do século XIX e foram um dos
responsáveis pelo surgimento de movimentos como o Sionismo, que defendia a formação de um Estado
Judeu.

Sentindo-se ameaçados com toda movimentação política e econômica, os britânicos saíram de seu
isolamento político para firmarem acordos com a França. Os franceses, por sua vez, haviam sido obrigados
a ceder as importantes regiões da Alsácia-Lorena à Alemanha após a derrota na guerra franco-prussiana,
ocorrida no processo de unificação alemã. Tal episódio gerou o que chamamos de revanchismo francês.

Outro campo de disputas se concentrava na região dos Bálcãs. O local era um ponto estratégico de passagem
entre o sudeste europeu e o Oriente, e atualmente é formado por países como Eslovênia, Croácia, Bósnia e
Herzegovina, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Romênia, Bulgária e Grécia. Em fins do século XIX, o Império Turco-
Otomano perdia o controle sobre a região e dava espaço para que várias nações se declarassem
independentes, fruto do crescente nacionalismo verificado na Europa.

Observando o desmembramento dos territórios, algumas potências vizinhas prontamente manifestaram


interesse em impor suas pretensões expansionistas naquele lugar. De um lado, a Rússia apoiou os
movimentos pan-eslavistas que defendiam a formação de uma única nação entre os povos eslavos. Havia,
por parte dos russos, o desejo de consolidar influência política e econômica na região. Por outro lado, o
Império Austro-Húngaro, com o apoio alemão, desejava construir uma estrada de ferro, ligando as cidades de
Berlim e Bagdá por meio do território balcânico.

A Paz Armada e a Política de Alianças


Assim, gradualmente, foram se formando alianças, normalmente secretas, entre as nações europeias, entre
1871 e 1914, de acordo com interesses comerciais e militares de cada nação. Um ponto importante é que
essas alianças não foram formadas de forma definitiva desde o início; ao longo do tempo, alguns acordos
foram modificados ou substituídos, de forma a contemplar os interesses dos seus integrantes.
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A França, embalada pelo revanchismo francês e temerosa com


a rápida ascensão alemã, uniu-se à Rússia, para barrar o
expansionismo alemão. A Inglaterra também se uniu à aliança,
devido à preocupação com o poderio industrial alemão;
formando, assim, a Tríplice Entente. Já a Tríplice Aliança foi o
resultado da união entre Alemanha, Itália e Império Austro-
Húngaro, que tinha pretensões de expandir seu território para
a região dos Balcãs.

Pega a visão: Lembre-se de que os Estados Unidos mantinham uma posição de neutralidade e não
interferência nos conflitos do continente europeu, contudo entraram no conflito em 1917. Não esquenta a
cabeça ainda, essas são cenas dos próximos capítulos... Segura aí!

Diante desse quadro de tensão e construção de alianças para um possível conflito, iniciou-se um período
conhecido como Paz Armada. Durante 1871 e 1914, as potências europeias investiram em recursos bélicos,
na formação de exército regular e no recrudescimento de suas fronteiras. Essas alianças políticas, militares
e econômicas foram um ensaio para as coalizões que foram formadas durante a Primeira Guerra Mundial e,
em grande medida, durante a Segunda Guerra Mundial.

Assim, todo o desenvolvimento industrial e científico da Belle Époque também serviu para fomentar a
produção de novas tecnologias bélicas, promovendo uma corrida armamentista entre os países europeus. A
Segunda Revolução Industrial e o advento de novas áreas – como a Química, na produção industrial –,
permitiram a aparição de armamentos nunca vistos até esse momento e em larga escala.

O estopim para o início de uma guerra com proporções inimagináveis até aquele momento e o fim da “Bela
Época” foi:

E aí, é como diz o ditado: deu ruim demais! Aguardem as cenas da próxima treta histórica...
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Exercícios de fixação

1. Entre os antecedentes da Primeira Guerra Mundial, podemos citar o(a):


a) Primavera dos Povos.
b) independência da América Latina.
c) revanchismo francês.
d) unificação grega.

2. O final do século XIX foi marcada por uma certa contradição, que pode ser identificada pela existência
da(o):
a) Paz Armada e corrida armamentista.
b) Belle Époque e da Paz Armada.
c) Política de Alianças e a unificação tardia.
d) Paz Armada e do nacionalismo exacerbado.

3. Explique como o desenvolvimento de novas tecnologias e o advento de novas áreas, como a indústria
química, na Segunda Revolução Industrial, foi importante para o período pré-Primeira Guerra Mundial e
para a corrida armamentista.

4. Durante a Belle Époque (1871–1914), o país que se destacou como o grande símbolo de modernidade
e progresso foi a(o):
a) Estados Unidos.
b) França.
c) Inglaterra.
d) Alemanha.

5. Uma das consequências do aumento da tensão entre as potências europeias no final do século XIX foi
o(a):
a) Belle Époque.
b) terceira revolução industrial.
c) darwinismo social.
d) política de alianças.
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Exercícios de vestibulares

1. (Cesmac, 2017) A euforia da chamada Belle Époque, ou Bela Época, antecedeu um dos momentos mais
cruciais da história da humanidade no século XX, a Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, cuja
motivação mais imediata é atribuída
a) ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em Saravejo.
b) à quebra do Tratado de Versalhes pela Alemanha.
c) à invasão pelos soldados alemães do território da Polônia, limítrofe à Alemanha.
d) ao ataque japonês à base aérea norte-americana de Pearl Harbor.
e) à perda do território da Alsácia-Lorena, de população germânica, para a França.

2. (Unioeste, 2013) “[...] Entre 1880 e 1914, a maior parte do mundo, à exceção da Europa e das Américas,
foi formalmente dividida em territórios sob governo direto ou sob dominação política indireta de um ou
outro Estado de um pequeno grupo: principalmente Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda,
Bélgica, EUA e Japão. [...]”
Texto adaptado de HOBSBAWM, Eric. J. A Era dos Impérios. 1875-1914. 10ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2006. p.88.
Considerando o fragmento acima, com relação ao imperialismo, fenômeno que ocorreu entre a segunda
metade do século XIX e a primeira metade do XX, é correto afirmar que
a) a expansão imperialista empreendida por países como a Grã-Bretanha, França e Alemanha está
relacionada à busca por novos mercados e à crença na superioridade cultural e racial dos europeus.
b) a expansão imperialista da segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, não está
relacionada à rivalidade entre várias economias industriais concorrentes.
c) a expansão imperialista empreendida por alguns países europeus, os EUA e o Japão resultaram no
estabelecimento de relações igualitárias entre metrópoles e povos dependentes.
d) a expansão imperialista empreendida por países como a Grã-Bretanha, França e Alemanha está
relacionada unicamente à busca de novos mercados, pois as teorias raciais somente foram
elaboradas e colocadas em prática na África do Sul, durante o regime do Apartheid.
e) embora historiadores como Eric Hobsbawm usem o termo “imperialismo” para se referirem à
divisão da África por países europeus como Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e França, nenhum dos
governantes destes países se autodenominavam “imperadores”.

3. (Unesp, 2021) Entre as tensões anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que contribuíram
para o desgaste das relações diplomáticas e para o início do conflito armado, é possível citar
a) o acirramento das disputas geoestratégicas entre Estados Unidos e União Soviética.
b) o expansionismo territorial e político japonês no continente asiático e nas ilhas do Oceano Pacífico.
c) os esforços dos países capitalistas para conter o avanço do socialismo no Leste europeu.
d) as disputas, entre as potências europeias, por áreas coloniais no continente africano.
e) a incapacidade da Sociedade das Nações de coordenar as negociações entre os países membros.
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4. (IFBA, 2012) “A França receia a Alemanha; a Turquia teme a Rússia; a Áustria está contida por ambas;
a Itália necessita da benevolência de todas; e cada uma por sua vez treme do senhor Bismarck”.
QUEIRÓS, Eça de. Cartas da Inglaterra, 1880-1885. In: RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento: imagem e texto. São
Paulo: FTD, 2001, p. 35.
O trecho da carta de Eça de Queirós aponta uma situação vivida pela Europa no final do século XIX,
indicando que as
a) expansões imperialistas dos países citados chocavam-se entre si, mas não contaminaram outros
países da Europa, que se mantiveram neutros e incapazes de impor seus interesses.
b) unificações da Itália e da Alemanha tornaram os dois países incapazes de fazer frente às investidas
militares da Áustria, no sentido de unir os três países, formando um grande império.
c) ações imperialistas, ao longo do século, fizeram da Alemanha a maior potência econômica do
mundo, subjugando os demais países, que não tiveram como impor limites ao seu expansionismo.
d) sucessivas vitórias francesas sobre a Alemanha em guerras anteriores deram à França o controle
sobre o rico território da Alsácia-Lorena, fazendo surgir entre os alemães um sentimento
revanchista.
e) disputas econômicas entre os países europeus, acrescido de um nacionalismo cada vez mais
agressivo, colocaram a Europa em constante situação de guerra, que se concretizará com a Primeira
Guerra Mundial.

5. (Faetec, 2014) Há cem anos, em 1914, teve início a Primeira Guerra Mundial.
Nessa guerra, foram utilizadas como recursos de combate, pela primeira vez em larga escala,
tecnologias como metralhadoras, submarinos, rádios, tanques e até aviões. O uso dessas tecnologias
contribuiu para que esse fosse um dos conflitos com maiores índices de mortalidade da História.
A utilização de recursos tecnológicos avançados como esses foi possível, porque a Primeira Guerra
Mundial
a) foi financiada pelos países produtores de petróleo da região do Oriente Médio.
b) foi provocada pela Alemanha nazista, que dominava as pesquisas tecnológicas.
c) teve como protagonistas os países europeus com alto nível de industrialização.
d) teve início no Japão que dominava, na época, as principais tecnologias de guerra.
e) contou com o apoio financeiro e tecnológico das multinacionais da União Soviética.

6. (Unesp, 2015) Entre os fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
podemos citar
a) a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética.
b) o conflito étnico entre sérvios e croatas na região da antiga Iugoslávia.
c) o confronto entre Áustria e Hungria pelo controle dos Bálcãs.
d) a disputa comercial e industrial entre Inglaterra e Alemanha.
e) a invasão da Polônia pelas tropas da Alemanha.
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7. (PUC, 2014) O período que se estende do final da guerra franco-prussiana (1871) até a eclosão da
Primeira Guerra Mundial (1914) é marcado pela paz armada e pela política das alianças e da diplomacia
secreta entre as potências do sistema internacional. Nesse contexto, a chamada entente cordiale, de
1904, pode ser vista como parcialmente resultante
a) de uma iniciativa unilateral da diplomacia estadunidense, que buscou acercar-se da França e da
Inglaterra para contrabalançar o avanço japonês na Ásia.
b) de uma mudança na política externa britânica, que passara a identificar na Alemanha o maior
competidor do país.
c) da continuidade da orientação isolacionista da política internacional francesa, que buscava
aproximar-se da Inglaterra em questões estritamente comerciais.
d) do relativo enfraquecimento da presença militar do Império Alemão na África, na Ásia e na região
balcânica, o que promovia a aproximação anglo-francesa.
e) do abandono da política pan-eslavista da Rússia nos Balcãs, que levou os Estados Unidos a
incentivarem a ação conjunta da Inglaterra e da França na região.

8. (FGV, 2013) Observe o infográfico abaixo.

Fonte: TEIXEIRA, F. C. da S. e outros (coord.), Impérios na História. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2009, p. 207.
Com base no infográfico, é correto afirmar:
a) A principal característica do Império Austro-Húngaro, no início do século XX, era a articulação entre
diversas nacionalidades através de um democrático regime parlamentarista inspirado na
experiência inglesa.
b) O Império Austro-Húngaro constituiu-se como reação nacionalista à ofensiva do Império
napoleônico, que procurou incorporar antigos domínios dos Habsburgos e do Sacro Império
Romano-Germânico.
c) A inabilidade política em lidar com as minorias foram fatores importantes no agravamento das
tensões que desembocaram na fragmentação e colapso do Império Austro-Húngaro em 1918.
d) A indiscutível maioria eslava levou o Império Austro-Húngaro a articular-se com Rússia e Inglaterra
na formação da Tríplice Entente, que combateria alemães, italianos e franceses durante a Primeira
Guerra Mundial.
e) Apesar da heterogeneidade da constituição do Império Austro-Húngaro, a questão das
nacionalidades não se revelou relevante no contexto da Primeira Guerra Mundial.
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9. (UEL, 2009) A Grande Guerra de 1914 foi uma consequência da remobilização contemporânea dos
anciens regimes da Europa. Embora perdendo terreno para as forças do capitalismo industrial, as
forças da antiga ordem ainda estavam suficientemente dispostas e poderosas para resistir e retardar
o curso da história, se necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra foi antes a expressão da
decadência e queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua vida, que do explosivo crescimento
do capitalismo industrial, resolvido a impor a sua primazia. Por toda a Europa, a partir de 1917, as
pressões de uma guerra prolongada afinal abalaram e romperam os alicerces da velha ordem
entricheirada, que havia sido sua incubadora. Mesmo assim, à exceção da Rússia, onde se desmoronou
o antigo regime mais obstinado e tradicional, após 1918 - 1919 as forças da permanência se
recobraram o suficiente para agravar a crise geral da Europa, promover o fascismo e contribuir para
retomada da guerra total em 1939.
(MAYER, A."A força da tradição: a persistência do Antigo Regime". São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 13 - 14.)
De acordo com o texto, é possível inferir que a Primeira Guerra Mundial
a) engendrou o nazi-fascismo, pois a burguesia europeia, tendo apoiado os comunistas russos, criou
o terreno propício ao surgimento e à expansão dos regimes totalitários do final do século.
b) era consequência do triunfo da indústria sobre a manufatura, o que provocou uma concorrência em
nível mundial, levando ao choque das potências capitalistas imperialistas.
c) foi produto de um momento histórico específico em que as mudanças se processavam mais
lentamente do que fazem crer os historiadores que tratam a guerra como resultado do imperialismo.
d) resultou do confronto entre as forças da permanência e as forças de mudança, isto é, do escravismo
decadente e do capitalismo em ascensão.
e) teria sido resultado dos conflitos entre as forças da antiga ordem feudal e as da nova ordem
socialista, especialmente depois do triunfo da Revolução Russa.

10. (FAMECA, 2014) Em 1848, a onda revolucionária ganhou força, e por todo o continente europeu
ergueram-se barricadas e proclamaram-se repúblicas. Os povos fizeram valer o direito de
autodeterminação e de se tornarem Estados-nações.
Apesar do fracasso dos movimentos revolucionários de 1848, os processos de unificação política da
Península Itálica e dos Estados alemães estavam lançados.
(Armelle Enders, Marieta de M. Ferreira e Renato Franco. História em curso, 2008. Adaptado.)
Esses processos de unificação estiveram ligados, respectivamente,
a) ao crescimento industrial a partir da união aduaneira e à expansão da ética protestante que orientou
o imperialismo.
b) ao poderio político do Império Austríaco e ao expansionismo do Império Russo, formado por
inúmeras nacionalidades.
c) ao desencadeamento dos movimentos de independência na América Hispânica e à extinção da
Santa Aliança.
d) ao movimento migratório para a América e ao surgimento de uma nova potência que rompeu o
equilíbrio europeu.
e) ao avanço dos ideais anarquistas no movimento operário e à afirmação da República Francesa na
Europa.
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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
O revanchismo francês era um dos principais pontos para a hostilidade aberta entre Alemanha e França.
Na Guerra Franco-Prussiana, os franceses perderam para os alemães e tiveram que entregar a região de
Alsácia-Lorena, que era uma fonte de matéria-prima para a indústria francesa.

2. B
Ao mesmo tempo que a Europa passava por um período de grande otimismo e entusiasmo, com o
progresso tecnológico, científico e cultural, e se vendia como um espaço de superioridade racial, de
forma velada os seus países estavam se armando e investindo em tecnologias bélicas para um conflito
que era cada vez mais inevitável.

3. O advento da indústria química e de outras áreas que passaram a integrar o circuito industrial foi
essencial para a produção de armamentos bélicos com tecnologias inovadoras durante a Paz Armada;
promovendo, assim, uma corrida armamentista entre os países europeus.

4. B
No final do século XIX, a França foi considerada o grande símbolo cosmopolita de um novo estilo de vida,
ligado às grandes cidades e à expansão do ideal industrial. Durante a Belle Époque, o país se sobressaiu
como um dos principais centros de transformações culturais, sociais, educacionais etc.

5. D
Como resultado do aumento das tensões entre as potências europeias, entre 1871 e 1914, foram se
formando uma série de alianças políticas, econômicas e militares, com a intenção de preparo para um
conflito que estava cada vez mais iminente.

Exercícios de vestibulares

1. A
O estopim para a Primeira Guerra Mundial foi o assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro
Francisco Ferdinando, em Sarajevo, em 1914, por um nacionalista sérvio.

2. A
O imperialismo foi a forma que os países europeus se organizaram para explorar o continente africano,
o asiático e a região da Oceania durante o século XIX e XX, imbuídos por um ideal de superioridade racial
e de uma missão civilizatória de levar o “progresso” para esses locais “inferiores”.

3. D
As disputas imperialistas foram uma das causas para a eclosão da Primeira Guerra e estavam ligadas
às unificações tardias da Alemanha e da Itália, que acabaram saindo “prejudicadas” na repartição dos
territórios coloniais e queriam expandir os seus domínios.

4. E
O trecho destacado aponta as tensões existentes na Europa após a unificação da Alemanha e da Itália.
Com um nacionalismo cada vez mais exacerbado e um poderio militar e industrial bem consolidado, os
alemães foram em busca dos territórios que consideravam essenciais para sua existência, o que levou
à Grande Guerra.

5. C
A produção de armamentos com tecnologias nunca vistas até então foi uma consequência da expansão
da Segunda Revolução Industrial e da corrida armamentista entre as potências europeias, entre os anos
de 1871 e 1914, uma vez que os países passaram a investir pesado na indústria bélica, para se preparar
para um conflito iminente.
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6. D
Antes da unificação alemã, a Inglaterra mantinha a hegemonia na produção industrial, entretanto a
formação da Alemanha e o forte investimento do país na industrialização passaram a ameaçar o
predomínio inglês no ramo.

7. B
Preocupada com o expansionismo alemão e seu poderio industrial e bélico, a Inglaterra acabou firmando
acordos militares com a França, a fim de formar uma aliança de assistência militar, para o caso de um
possível conflito com a nova potência, a Alemanha.

8. C
No final do século XIX, o Império Turco-Otomano perdia o controle sobre a Península Balcânica e dava
espaço para que várias nações se declarassem independentes, contudo o interesse de outras potências
na região não levava em consideração as diversas minorias que existiam no local.

9. C
Segundo o trecho aponta, para a autora, a Primeira Guerra Mundial foi um processo construído
lentamente e que ocorreu devido aos embates entre antigo regime e forças liberais, e não apenas como
uma consequência das disputas imperialistas.

10. D
Devido às guerras de unificação, na segunda metade do século XIX, ocorreu uma grande migração de
europeus para o continente americano, fugindo dos conflitos e da pauperização em decorrência deles.
Além disso, essas unificações, especialmente da Alemanha, que já nasceu promovendo uma forte
industrialização, rompeu com o equilíbrio que existia no continente europeu até aquele momento.

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