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Qual a posição das democracias ocidentais perante a difusão do fascismo nazismo?

As democracias ocidentais adotaram uma política de apaziguamento perante a escala de tensão e


o expansionismo dos regimes fascistas, bem como perante as sucessivas exigências de Hitler.
Porém o pacifismo das democracias revelou-se infrutífero, pois não evitou a Segunda Guerra
Mundial.

Quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial? Que forças se confrontaram?


A Segunda Guerra Mundial deflagrou em 1939 com a invasão Alemã da Polónia. Alinharam-se
no palco de conflitos dois blocos: de um lado, as potências dos eixos onde se agrupavam a
Alemanha, o Japão e a Itália, do outro os Aliados, dos quais faziam parte a França, o Reino
Unido e a China. A URSS que tinha assinado um pacto de não agressão com a Alemanha esteve
afastada do conflito até 1941, quando foi invadida pela Alemanha. Os EUA entraram no conflito
depois do ataque japonês à sua base militar no Havaí. Durante o conflito, a ocupação da França,
pelas forças alemãs levou a que o regime colaboracionista deixasse de estar vinculado aos
Aliados que passaram a ser compostas a partir de 1941, pelo Reino Unido, pela China, pelos
EUA e pela URSS.

Qual a importância do ano de 1941 no desenrolar da Segunda Guerra Mundial?


1941, foi o ano de viragem para as forças aliadas marcado pela entrada da URSS e dos EUA na
guerra. A partir de então, o avanço e as sucessivas vitórias dos Aliados foram favoráveis à sua
vitória.

Como foi desenhado o mundo no segundo pós-guerra?


Os EUA, a URSS e o Reino Unido definiram as grandes linhas que marcaram o mundo no
segundo pós-guerra em 1945, durante as conferências de Teerão, de Ialta e de Potsdam que se
realizaram ainda durante o conflito. No final da guerra, estabeleceram-se as novas fronteiras,
desnazificou-se a Alemanha e os territórios ocupados. A Alemanha que perdeu temporariamente
a soberania viu o seu território dividido em quatro zonas de ocupação, administradas pelos
EUA, pela URSS, pelo Reino Unido e pela França, entretanto convidada. Afirmou-se um novo
quadro geopolítico, marcado pelo bipolarismo, isto é, pela divisão do mundo entre as duas
potências vencedoras: a URSS e os EUA.

Qual a relação entre as duas superpotências: (EUA e a URSS) após a Segunda Guerra
Mundial?
Apesar de vencedoras do conflito, estas duas potências evidenciaram grandes divergências e
representavam caminhos políticos-ideológicos, antagónicos, nesse sentido, o mundo dividiu-se
entre a influência comunista da URSS e a influência capitalista dos EUA, na nova ordem
internacional bipolar, os EUA e a URSS procuraram expandir a sua influência, começando pela
Europa.

Como se manifestou o alargamento das influências das duas superpotências na Europa?


A URSS exerceu um domínio de influência ideológica, política e militar nos países de Leste,
libertados pelo nazismo pelo Exército Vermelho. Esta situação ergueu uma cortina de ferro entre
a Europa ocidental e a Europa de Leste, assistiu-se assim à sovietização do Leste, onde os
partidos comunistas se tornaram dominantes e sob influência de Moscovo, por sua vez, a
Europa ocidental tornou-se aliada dos EUA, no entanto, a influência americana e a influência
soviética expandir-se-ão por todo o mundo e o clima de tensão entre os EUA e a URSS,
enquanto superpotências militares marcou as décadas seguintes.

As condições impostas aos vencidos e as principais alterações no mapa político mundial


A conferência de Potsdam decorreu nos arredores de Berlim, entre 17 de julho e 2 de agosto de
1945, após a rendição da Alemanha. Nesta conferência, foi deliberado que a Alemanha perdia
todas as anexões feitas após 1937 e que a Áustria voltava a ser um país independente. Foram
ainda estabelecidas zonas de ocupação dos Aliados quer na Alemanha, quer na Áustria, de modo
a garantir o processo de desnazificação, desmilitarização e de democratização dos países de
modo a evitar futuros conflitos. Com a conferência de Potsdam, a Alemanha e a sua capital
Berlim, foram dividias em quatro zonas de ocupação. A tensão vivida nos pós-guerra levou
mesmo à construção de um muro em Berlim que separou a zona ocidental da zona soviética.
Outra das deliberações de Potsdam foi o estabelecimento de um tribunal em Nurembergue para
julgar os líderes nazis por crimes de guerra. As três principais figuras do regime Hitler,
Goebbles e Goring suicidaram-se antes do tribunal estar sequer estabelecido e os julgados
foram, de certa forma, figuras menores.
A 10 de fevereiro de 1947 em Paris, a Itália assinou o tratado de paz, onde renuncia às
possessões coloniais e entrega os territórios anexados durante a guerra. Internamente, vê a sua
monarquia ser abolida em detrimento de uma nova república.
No novo mapa político mundial, nascido do pós-guerra, destaca-se o nascimento do estado de
Israel em 1948. Perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, os judeus conseguiram dos
britânicos a promessa da constituição de um estado numa zona maioritariamente muçulmana. A
partir de 1948, inicia-se um conflito entre os palestinianos e os israelitas, que dura até aos dias
de hoje.
Após a rendição japonesa a 15 de agosto de 1945, este país sofreu as mesmas consequências que
a Alemanha, teve de devolver todas as anexações feitas antes e durante a segunda guerra
mundial. O país foi alvo de uma ocupação americana com o estabelecimento de bases militares
e que durou até 1972.

A hegemonia económica, financeira e militar dos EUA no bloco ocidental


No fim da Segunda Guerra Mundial, os danos materiais e as perdas humanas deixaram a Europa
numa situação económica precária, Já os Estados Unidos da América, viram o seu poder
económico reforçado, tendo sido os grandes fornecedores de alimento e de armamento da
Europa durante o conflito. Fim da Guerra, destacaram-se duas novas superpotências, os EUA e a
URSS, muito graças ao desenvolvimento industrial e em particular das indústrias relacionadas
com material de guerra. No entanto, estas duas potências, anteriormente aliadas tornaram-se
inimigas devido às suas divergências políticas ideológicas e económicas. O mundo ficou
dividido em dois blocos: o lado ocidental – o bloco capitalista, liderado pelos EUA e a Leste – o
bloco comunista, liderado pela URSS.
À medida que a influência soviética ganhava terreno a Leste, os EUA receavam que a Europa,
face às dificuldades que atravessava, aderisse também ao comunismo. Com o objetivo de
reforçar o seu poder económico e para conter o avanço comunista, os EUA propuseram-se a
ajudar a Europa na reconstrução e na recuperação económica do pós-guerra. A esse programa de
recuperação da Europa ocidental idealizado por Marshall, deu-se o nome de Plano Marshall.
Para gerir os fundos enviados pelos EUA, foi criada em 1948, a Organização Europeia da
Cooperação Económica (OECE a atual OCDE). Graças a este apoio, as economias europeias
recuperaram ao mesmo tempo que aumentou a dependência da Europa, face aos EUA, ficando
assim na esfera capitalista. No entanto, com o aumento da tensão entre os dois blocos e com o
avanço do período da Guerra Fria, tornou-se urgente uma união ao nível militar, neste sentido,
foi criada em 1949, a NATO ou OTAN.
A NATO constituía para além de uma aliança militar, um elo político entre os países do mundo
liberal capitalista e assumiram o compromisso de uma cooperação estratégica em tempo de paz
e de auxílio em caso de ataque a qualquer um dos países membros.
Em resposta ao plano americano, a URSS criou em 1949, o COMECON (Conselho de Ajuda e
Segurança Económica Mútua) para apoiar os países da Europa de Leste e em 1955, criou uma
aliança militar entre países comunistas: O Pacto de Varsóvia. Com estes organismos, a divisão
do mundo em blocos ficou consumada e a hegemonia americana passou a ser total no bloco
ocidental aos níveis económico, financeiro e militar.

As conferências de Bretton Woods e de São Francisco


Ainda decorria a Segunda Guerra Mundial, já se preparavam a manutenção da paz e a
estabilidade económica e financeira do pós-conflito. Representantes de vários países reuniram-
se para debater o futuro mundial. Um desses encontros aconteceu em Bretton Woods em julho
de 1944. Nesta conferência foram abordadas questões monetárias e financeiras. Na conferência
de Bretton Woods foi criado o Banco Internacional para a reconstrução e o desenvolvimento
para financiar grandes projetos económicos e o fundo monetário internacional (FMI) para apoiar
os países em dificuldades financeiras.
Em junho de 1945, os representantes de várias nações reuniram-se em São Francisco para
discutir questões políticas e culturais. Nesta conferência foi aprovada por cinquenta países a
carta das Nações Unidas, dando a origem da mesma, ou seja, da ONU. A ONU tem como
principais objetivos: manter a paz no mundo, garantir a defesa dos direitos humanos e promover
a cooperação económica, social e cultural entre os povos.

A Consolidação de um mundo bipolar. A Guerra Fria: a questão alemã


O clima de desentendimento e de hostilidade entre os antigos aliados refletiu-se de imediato na
gestão conjunta do território alemão que, na sequência da Conferência de Potsdam, se
encontrava dividido e ocupado pelas quatro potências vencedoras. A expansão do comunismo
no primeiro ano da paz fez com que Ingleses e Americanos vissem a Alemanha como um aliado
imprescindível à contenção do avanço soviético. O renascimento alemão tornou-se uma
prioridade para os Americanos, que intensificaram os esforços para a criação de uma república
federal, constituída pelos territórios sob ocupação das três potências ocidentais, a República
Federal Alemã (RFA). A União Soviética acabou por desenvolver uma ação semelhante na sua
própria zona, que conduziu à criação de um Estado paralelo, sob a alçada soviética, a República
Democrática Alemã (RDA).
Este processo de divisão trouxe a discórdia sobre a situação de Berlim, já que na capital,
continuavam estacionadas as forças militares das três potências ocidentais. Numa tentativa de
retirada dessas forças, Estaline bloqueia aos três aliados todos os acessos terrestres à cidade. O
Bloqueio de Berlim, que durou entre junho de 1948 e maio de 1949, foi o primeiro medir de
forças entre as duas superpotências. Esta rivalidade punha em risco os esforços de paz. Em
1949, com o fim do bloqueio, o mundo via nascer dois Estados alemães separados e rivais: a
República Federal Alemã, afeta aos ocidentais, e a República Democrática Alemã, que integrou
o mundo comunista. Em 1961, uma nova crise conduziu à construção do Muro de Berlim, que
se tornou o símbolo da divisão do mundo em dois blocos antagónicos.

Os principais conflitos da Guerra Fria


Na Cuba: Entre 14 e 28 de outubro de 1962, o mundo tremeu na expectativa de uma nova
grande guerra. Os EUA impuseram um embargo comercial a Cuba, que vivia num regime
comunista. Fidel Castro, líder de Cuba, pede ajuda à União Soviética que instala rampas de
lançamento de mísseis nucleares na ilha. A crise foi evitada quando os soviéticos retiraram os
misseis e os americanos se comprometeram a não atacar a Rússia.
Em Berlim: No dia 1 de abril de 1948, Estaline cria um bloqueio que isola Berlim ocidental, na
altura controlado pelos americanos, franceses e ingleses. A resposta destes foi criar uma ponte
aérea para manter o fornecimento de mantimentos à cidade. O bloqueio durou até 12 de maio do
ano seguinte.
Em Angola: A UNITA e o MPLA depois de conseguirem a independência de Angola,
voltaram-se um contra o outro numa luta pelo poder. A UNITA teve o apoio do Ocidente com o
envio de armamento pelos EUA e de tropas da África do Sul. Já o MPLA foi apoiado pelo bloco
de Leste através do envio de tropas por parte de Cuba e a URSS. O MPLA conseguiu a vitória e
está no poder desde então.
No Afeganistão: Em 1975, o novo governo de Afeganistão adota uma série de medidas para
modernizar um país profundamente religioso. A oposição por parte da fação mais religiosa,
lança o país numa guerra civil. Em 1979, a pedido do governo afegão entram tropas soviéticas
no país para combater os rebeldes que, por sua vez, tinham apoio financeiro e treino por parte
dos EUA. Em 1989, a União Soviética retira-se do conflito, mas a guerra civil ainda perdura.
No Vietname: Desde 1955, o Vietname estava em guerra, as forças do Norte apoiados pelo
bloco comunista, China e a União Soviética combatiam a força militar do Sul, apoiada pelos
EUA. A partir de 1961, os americanos entram ativamente em ação com o envio de tropas para a
região. A guerra persiste até 1975, altura em que os EUA são derrotados.
Na Coreia do Norte: A 25 de junho de 1950, as forças da Coreia do Norte e da China,
apoiados pela União Soviética, invadiram o Sul da Coreia dando origem a um conflito que
durou três anos. O conflito terminou com a constituição oficial de dois países: a Coreia do Norte
e a Coreia do Sul.

A Guerra Fria: a “iminente destruição mundial”


No decurso da Guerra Fria, o mundo preparou-se para o pior. Durante décadas assistiu-se à
corrida do armamento entre o bloco ocidental e o bloco soviético.
Desde 1949, os EUA e a URSS sabem construir bombas atómicas e a partir de 1959, com o
lançamento dos primeiros satélites artificiais passam a ter capacidade de as enviar para o campo
inimigo. Reina no mundo, um equilíbrio instável de terror, onde cada momento de maior
crispação pode provocar uma guerra nuclear da qual nenhum lado sairá vencedor.
As populações são ensinadas a reagirem a um ataque nuclear, como se proteger, como lidar com
a radiação, como sobreviver... Vivem sob alerta permanente perante a possibilidade de um
ataque. Este clima de terror e tensão acaba por passar para a cultura popular.
Com a crise dos mísseis em Cuba em 1962 e a iminência de um afrontamento direto, torna-se
evidente a necessidade de acordar a limitação do armamento, e apesar do progressivo
desanuviamento as décadas seguintes foram pontuadas por momentos de tensão. O mundo só
respirava de alívio com as reforços do novo líder soviético, Mikhail Gorbachev que conduziram,
em 1989, ao derrube do Mundo de Berlim e ao Fim da Guerra Fria.

A crise dos mísseis em Cuba


Durante 13 dias, o bloco ocidental e o bloco soviético estiveram próximos de iniciar um
confronto que poderia levar à destruição do mundo. Foi o auge da Guerra Fria.
Os EUA vêm surgira poucos km do seu território um regime comunista liderado por Fidel
Castro. Os norte-americanos tentam derrubar o regime de Fidel, mas falham na tentativa de
evasão de Cuba. No mesmo ano, instalam mísseis nucleares na Turquia e em Itália, apontados
para a União Soviética. Perante a ameaça americana, Cuba aceita o apoio militar da URSS e são
instalados na ilha mísseis nucleares, que segundo Kruchtchev são meramente defensivos.
A 14 de outubro de 1962, a presença de mísseis soviéticos em Cuba é comprovada por aviões
espiões norte americanos. A 22 de outubro, o Presidente Kennedy reage à descoberta dos
mísseis em Cuba ordenando um bloqueio naval à ilha, de modo a impedir a chegada de novos
navios russos.
De 23 a 28 de outubro, Kruchtchev e Kennedy trocam correspondência entre si, ameaçando-se
mutuamente. Por fim, a 26 de outubro, a URSS propõe retirar os mísseis de Cuba, caso os EUA
garantam não derrubar o regime de Fidel Castro. Kennedy aceita a proposta soviética.
Os ânimos finalmente serenam quando a URSS confirma a retirada dos mísseis de Cuba e os
EUA retiram os mísseis da Turquia e da Itália.
Terminada a crise, os EUA consentem o regime de Cuba apesar da proximidade do seu
território. Como forma de evitar uma futura guerra nuclear, os EUA e a URSS, estabelecem uma
linha de comunicação direta apelidada de telefone vermelho e procuram acordar para o
desarmamento mútuo.

O Mundo Capitalista
Nos anos da Guerra Fria confortaram-se duas conceções opostas de organização política, vida
económica e estruturação social: de um lado, o modelo capitalista e liberal, do outro, o modelo
comunista.
O conceito de democracia adquiriu uma maior abrangência, o regime democrático, para além de
garantir as liberdades individuais deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça social.
Sobressaem no panorama político europeu a Social Democracia e a Democracia Cristã.
Social Democracia
• Defende a construção da sociedade socialista por processos reformistas e democráticos;
• Constituiu-se como uma via alternativa ao socialismo e ao capitalismo;
• Rejeitou a herança marxista e procurou reformar o capitalismo, mediante a negociação de
reformas que assegurassem um compromisso entre os assalariados, os sindicatos e o patronato;
• Propõe conciliar a livre concorrência com a intervenção do Estado na regulamentação da
economia e promoção do bem-estar dos cidadãos;
• Defende que o governo deve controlar os setores-chave da economia e adotar políticas fiscais
que permitam uma melhor distribuição da riqueza;
• Os governos promoveram uma política intervencionista que atribuiu ao Estado um papel
fundamental no desenvolvimento económico, com a promoção dos investimentos públicos e de
nacionalizações de empresas-chave da economia.

Democracia Cristã
• Corrente política inspirada pela doutrina social da Igreja;
• Defende políticas regidas pelos princípios humanistas;
• Pretende aplicar à vida política os princípios da justiça, entreajuda e valorização da dignidade
do Homem;
• Defende a promoção do bem-estar social, num quadro mais liberal da economia de mercado;
• Aceita a promoção da justiça social e da solidariedade como funções do Estado, de forma
menos interventiva;
• Assumiu-se como mais conservadora e defensora de uma menor intervenção do Estado na
economia e na sociedade.

A afirmação do Estado Providência


A crise económica e financeira que se prolongou até à década de 1940 e que seria agravada pela
segunda guerra mundial, lançou no desemprego e na miséria largas camadas da população
revelando as fragilidades do estado liberal. Progressivamente, afirmou-se a convicção de que o
estado deveria assumir um papel mais interventivo de forma a garantir a estabilidade económica
do país e o bem-estar dos seus cidadãos.
A maioria dos países ocidentais mais ricos adotaram políticas de proteção social em caso de
desemprego, acidente, velhice e doença através de subsídios e prestações de ajuda familiar – a
segurança social.
O estado passou também a assumir responsabilidades em relação ao ensino, à habitação e à
assistência médica. Na Europa, o Reino Unido foi o primeiro a implementar um serviço
nacional de saúde gratuito e acessível a todos que serviria de inspiração para os outros países
europeus.
Este modelo económico e social designado «Estado Providência» surgiu nos Estados Unidos
com o objetivo de reduzir a miséria e as injustiças sociais e de promover uma divisão da riqueza
mais justa e equitativa. Foi em grande parte graças às medidas do Estado Providência que se
viveu um longo período de prosperidade económica no ocidente.

Estado Providência- Equilibrador da economia


• Assume o papel de grande empresa empregadora;
• Concorre com os privados na criação de postos de trabalho;
• Promove e financia grandes obras públicas;
• Aumenta a administração pública, as forças militares e paramilitares;
• Assume a participação no setor privado, aplicando aí parte dos seus recursos orçamentais;
• Intervém na orientação da política económica e financeira criando legislação que submete as
diferentes atividades aos seus objetivos: nacionaliza os setores-chave, controla a produção
industrial privada, estabelece horários de trabalho, fixa níveis salariais, supervisiona o mercado
financeiro e define políticas fiscais.

A prosperidade económica
Entre 1945 e 1973, a produção mundial mais do que triplicou. Estes cerca de trinta anos de uma
prosperidade material sem precedentes ficaram na História como os “Trinta Gloriosos”.
Houveram vários fatores que desencadearam esta época, entre eles:
• As decisões de Bretton Woods, com vista a manter a ordem económica e a estabilização
financeira;
• A criação do FMI e do Banco Mundial para a cooperação entre os diferentes países europeus;
• A ajuda económica e financeira dos EUA, sobretudo através do Plano Marshall;
• A redução das tarifas alfandegárias e a cooperação comercial internacional, implementada pelo
GATT;
• O aumento demográfico conhecido como baby-boom contribuiu para o rejuvenescimento da
população e possibilitou o crescimento do mercado interno, devido ao aumento de
consumidores;
• A disponibilidade de mão de obra beneficiou não só do crescimento populacional e da
emigração, mas também do facto de a mão de obra feminina se ter afirmado no mercado de
trabalho;
• O aumento do consumo, devido à subida dos salários, constituiu um estímulo à produção;
• O aumento da escolaridade contribuiu para a existência de uma mão de obra mais qualificada e
produtiva.

A sociedade de consumo
Caracteriza-se por elevados níveis de consumo quer de bens e serviços estritamente necessários
a uma sobrevivência de boa qualidade, mas também de bens e serviços supérfluos.
É característica dos períodos de prosperidade em que o aumento do consumo estimula o
aumento da produção, que por sua vez fomenta o pleno emprego com salários elevados.
As famílias veem aumentando o seu poder de compra provocando um aumento efetivo da
procura, proporcionando um forte estímulo à produção.
O consumo é fomentado por sofisticadas técnicas de publicidade e marketing e pelas vendas a
crédito.

As democracias populares europeias


Os novos países socialistas receberam a designação das democracias populares. Por oposição às
democracias liberais, julgadas incapazes de garantir a verdadeira igualdade devido à
persistência dos privilégios de classe, as democracias populares defendem que a gestão do
Estado pertence, em exclusivo, às classes trabalhadoras.
Democracia Popular: Designação atribuída aos regimes em que o Partido Comunista, afirmando
representar os interesses dos trabalhadores, se impõe como partido único, controlando as
instituições do Estado, a economia, a sociedade e a cultura.
A coesão e entre a URSS e os países da Europa do Leste foi ainda reforçada pela criação de
estruturas várias, como o Kominform (1947), Secretariado de informação comunista destinado a
coordenar a atuação dos diversos partidos comunistas, o COMECON (1949), vocacionado para
a cooperação económica, e do Pacto de Varsóvia associação (1955), militar de defesa mútua.
A morte de Estaline, em 1953, faz nascer a esperança de mudanças no rígido modelo soviético,
que se reforçam em 1956, quando o novo líder da URSS, Nikita Kruschev, denuncia
publicamente a ditadura e os crimes do seu antecessor, admitindo a possibilidade de vários
caminhos para atingir o socialismo.

Os bloqueios económicos
Implementou-se, nos anos 60, um vasto conjunto de reformas, praticamente em todos os países
da Europa socialista. O impulso veio, mais uma vez, da URSS, pela mão de Nikita Kruschev:
investe-se na produção agrícola, reduzem-se os horários de trabalho (de 48 para 42 horas),
aumenta-se a autonomia dos gestores face aos funcionários do Estado (a chamada
Nomenklatura), premeiam-se os operários mais produtivos.

Os movimentos de descolonização e o apoio dos EUA e da URSS e a descolonização


asiática
Quando a segunda guerra mundial terminou, grande parte dos continentes Africano e Asiático
continuava sob domínio colonial europeu. Começaram a surgir movimentos de descolonização
que duraram cerca de 30 anos.
Os protagonistas destes movimentos foram essencialmente as colónias em África e na Ásia
motivados por um conjunto de fatores e que há séculos se encontravam sob domínio de países
europeus.
As colónias pretendiam fazer cumprir as promessas de independência feitas pelos países
colonialistas quando, durante a guerra, tiveram o apoio militar dos territórios ultramarinos.
Para o processo de descolonização contribuiu o enfraquecimento das potências europeias devido
à guerra e que não tinham capacidade militar para dominar estes territórios.
A Carta das Nações Unidas, na qual assentou a fundação da ONU, influenciou também a
descolonização. Nos seus propósitos e princípios, era consagrada a autodeterminação, ou seja, a
independência como um direito de todos os povos, despertando assim, o sentimento de
independência das colónias.
Muitos dos movimentos de descolonização tiveram o apoio dos Estados Unidos da América e da
URSS que eram contra a colonização. Apesar de ambos querem alargar as suas áreas de
influência, cada um tinha as suas razões. Para os EUA, o colonialismo era um obstáculo ao
capitalismo, pois não permitia a liberdade económica. Por outro lado, na União Soviética, a
ideologia comunista condenava a exploração capitalista das colónias.
As vagas de descolonização, adotaram, por vezes, uma via pacífica como foi o caso da
independência da Índia, graças à ação de Gandhi dos seus seguidores. Na maioria das vezes,
assumiu contornos de violência que envolvem anos de guerra e sofrimento para as populações
envolvidas.

1947 – Britânicos reconhecem a independência do território que se divide em 2 estados: a União


Indiana (maioritariamente hindu) e o Paquistão (maioritariamente muçulmana).
Holandeses e Franceses são forçados a conceder a descolonização
1945 – Dirigente nacionalista Sukarno proclama a independência da Indonésia.
Holandeses recorrem à força, mas em 1949, por pressão da ONU, são obrigados a reconhecer a
República da Indonésia.
1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial e fim da ocupação japonesa na Indochina. - A França
retoma a soberania sobre o território.
Forte oposição encabeçada pelo líder comunista HO Chi Minh.
Após 9 anos de combates sangrentos.
A França reconhece a independência de três novos países: Vietname, Camboja e Laos.

A difícil questão da Palestina


Na Segunda Guerra Mundial, os Judeus foram vítimas de perseguição pelos nazis.
Divisão da terra da Palestina em dois estados: a Palestina (árabe) e Israel (judeu).
- Decisão tomada pela ONU não foi aceite pelos palestinianos.
- 1948 – criação do Estado de Israel.
- Primeira Guerra Israelo –Árabe (1948-1949).
Vitória de Israel – ocupação de boa parte dos territórios destinados pela ONU à Palestina.
Conflito perdura nos nossos dias.

A emergência do Terceiro Mundo e a denúncia do neocolonialismo


Desmoronamento dos impérios.
Alterações profundas no mapa das nações
1945 – 1975 -70 novos países em África e na Ásia.
Reconhecimento do atraso económico fruto do colonialismo
Existência de interesses comuns
TERCEIRO MUNDO
Apresentam-se como terceira força, independente do bloco capitalista e do bloco comunista.

Conferência de Bandung, 1955


• Reunião de 29 países asiáticos e africanos recém- libertados do domínio colonial que
ganharam consciência do seu peso internacional;

• Denunciam o colonialismo;

• Reconhecem o direito dos povos à autodeterminação;


• Apresentam-se como uma terceira força, independente do bloco americano e do bloco
soviético.

Conferência de Belgrado, 1961


Movimento dos Países Não Alinhados
A nível político - A pressão das grandes potências geraram desentendimentos, enfraquecendo o
movimento

A nível económico - Fornecedores de recursos primários e Dependência económica dos países


mais ricos → NEOCOLONIALISMO

Problemas do “Terceiro Mundo”


• Falta de unidade com divisões étnicas-tribais e religiosas;

• Ausência de infraestruturas sociais (saúde, educação) e de trabalhadores qualificados;

• Falta de tradição de cultura democrática;

• Dificuldades promoveram um novo tipo de dependência: o neocolonialismo;

• Alta taxa de analfabetismo assim como de natalidade e de mortalidade;

•Dependência económica face aos países mais desenvolvidos.

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