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R ESUM OS

1.1 A R ECONSTR UÇÃO DO PÓS-GUER RA


1.1.1 A definição de áreas de influência – Pág. 12
No quadro de ruína e desolação do pós-guerra, só duas potências de agigantavam: a
URSS, e os EUA, indiscutivelmente a primeira potência mundial.

A construção de uma nova ordem internacional: as conferências de paz


Entre 4 e 11 de Fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill reúnem-se nas
termas de lalta, nas margens do Mar Negro, com o objetivo de estabelecerem as
regras que devem sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra:

• Definiu-se a fronteira entre a Polónia e a União Soviética, ponto de discórdia


entre os ocidentais – que não esqueciam ter sido a violação das fronteiras
polacas a causa imediata de guerra – e os soviéticos – que não desistiam de
ocupar a parte oriental do país.
• Estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em quatro áreas de
ocupação, geridas pelas três potências e pela França.
• Estabeleceu-se a quantia de 20 bilhões de dólares, proposta por Estaline, em
base das reparações da guerra a pagar pela Alemanha.
Alguns meses mais tarde, em finais de Julho, reuniu-se em Potsdam, uma nova
conferência com o fim de consolidar os alicerces da paz.
A Conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso que a de lalta.
Assim, esta encerrou sem alcançar uma solução definitiva para os países vencidos,
limitando-se a ratificar e a pormenorizar os aspetos já acordados em lalta:

• A perda provisória de soberania da Alemanha e a sua divisão em quatro áreas


de ocupação;
• A administração conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em quatro
setores de ocupação;
• O montante e o tipo de indemnizações a pagar pela Alemanha;
• O julgamento de criminosos de guerra nazis por um tribunal internacional;
• A divisão, ocupação e desnazificação da Áustria.

Esboça-se um novo quadro geopolítico – Pág. 15


Para além de consideráveis ganhos territórios, a guerra dera à União Soviética um
enorme protagonismo internacional.
Dentro da Europa, o papel da União Soviética era grande. No último ano do conflito,
na sua marcha vitoriosa até Berlim, coubera ao Exército Vermelho a libertação dos
países na Europa Oriental. Assim, entre 1946 e 1948, todos os países libertados pelo
Exército Vermelho resvalaram para o socialismo.

1.1.2 A Organização das Nações Unidas – Pág. 16


A ideia de uma organização internacional que velasse pela paz e pela segurança
resistiu ao fracasso da Sociedade das Nações.
A nova Organização nasceu oficialmente na Conferência de São Francisco, em Abril
de 1945. Segundo a Carta Fundadora, as nações Unidas têm como propósitos
principais:

• Manter a paz e reprimir os atos de agressão, utilizando, tanto quanto possível,


meios pacíficos.
• Desenvolver relações de amizade entre os países do Mundo, baseadas na
igualdade entre os povos e no seu direito à autodeterminação.
• Desenvolver a cooperação internacional no âmbito económico, social e
cultural e promover a defesa dos Direitos Humanos.
• Funcionar como centro harmonizador das ações tomadas para alcançar
estes propósitos.
1.1.3 As novas regras da economia internacional
O ideal de cooperação económica – Pág. 20
O planeamento do pós-guerra não se processou apenas a nível político. Em Julho de
1944, um grupo de conceituados economistas reuniu-se em Bretton Woods com o fim
de prever e estruturar a situação económica do período de paz. Convictos de que o
nacionalismo económico dos anos 30, em que cada país procurava sozinho a
resolução dos seus próprios problemas, prejudicara seriamente o crescimento
económico e a paz, os Estados Unidos preparavam-se para liderar uma nova ordem
económica, baseada na cooperação internacional.
Assim, e como estrutura de fundo, procedeu-se à criação de um novo sistema
monetário internacional que garantisse a estabilidade das moedas. O sistema
assentou no dólar como moeda-chave.
Na mesma conferência, criaram-se dois importantes organismos:

• O Fundo Monetário Internacional (FMI), ao qual recorreriam os bancos


centrais dos países com dificuldades em manter a paridade fixa da moeda ou
equilibrar a sua balança de pagamentos.
• O Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD),
também conhecido como Banco Mundial, destinado a financiar projetos de
fomento económico a longo prazo.
Outra proposta americana, teve mais dificuldade em obter consensos. Só em 1947, na
Conferência Internacional de Genebra, se assinou um Acordo Geral de Tarifas e
Comércio (GATT), em que 23 países signatários se comprometeram a negociar a
redução dos direitos alfandegários e outras restrições comerciais.

1.1.4 A primeira vaga de descolonizações


Uma conjuntura favorável à descolonização - Pág. 22
A descolonização asiática
O processo de descolonização pós-guerra inicia-se no continente asiático. No Médio
Oriente, concluindo um processo já em curso, tornam-se independentes a Síria, o
Líbano, a Jordânia e a Palestina, onde em 1948, nasce, num clima de guerra, o
Estado de Israel.
Na Índia, na “joia da coroa” britânica, a Índia inglesa fica dividida em dois Estados: a
União Indiana e o Paquistão.

1.2 O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar


1.2.1 Um mundo dividido – Pág. 28
A rutura
Quando, em 1946, Churchill afirmou, em Fulton, que uma “cortina de ferro” dividia a
Europa, o processo de sovietização dos países de Leste era já irreversível. Para
coordenar a sua atuação, tornando-a mais eficiente, criou-se, em 1947, o
Koominform (Secretariado de Informação Comunista), que se tornou um importante
organismo de controlo por parte da URSS.
Um ano após o alerta de Churchill, os Estados Unidos assumem, frontalmente, a
liderança da oposição aos avanços do socialismo. Aos Americanos competiria, perante
o enfraquecimento da Europa, liderar o mundo livre e auxiliá-lo na contenção do
comunismo – é a célebre doutrina Truman.
Para além de formalizar a divisão do mundo em duas forças opostas, a doutrina
Truman deixava também clara a necessidade de ajudar a Europa a reerguer-se
economicamente. É neste contexto que o secretário de estado americano George
Marshall anuncia, em Junho de 1947, um gigantesco plano de ajuda económica à
Europa, o European Recovery Plan (ERP), também conhecido como Plano Marshall.
Em Janeiro de 1949, Moscovo “responde” também ao Plano Marshall, lançando o
Plano Molotov, que estabelece as estruturas de cooperação económica da Europa
Oriental. Foi no âmbito deste plano que se criou o COMECON (Conselho de
Assistência Económica Mútua), instituição destinada a promover o desenvolvimento
dos países comunistas sob a égide da União Soviética.

O primeiro conflito: A questão alemã – Pág. 32


A expansão do comunismo no primeiro ano da paz fez com que ingleses e americanos
olhassem a Alemanha como um aliado imprescindível à contenção do avanço
soviético. O renascimento alemão tornou-se uma prioridade para os americanos, que
intensificaram os esforços para a criação de uma república federal constituída pelos
territórios sob ocupação das três potências ocidentais, a República Federal Alemã
(RFA).
A União Soviética protestou vivamente contra aquilo que considerava uma clara
violação dos acordos estabelecidos mas, perante a marcha dos acontecimentos,
acabou por desenvolver uma atuação semelhante na sua própria zona, que conduziu à
criação de um Estado paralelo, sob a alçada soviética, a República Democrática
Alemã (RDA). Este processo de divisão trouxe para o centro da discórdia a situação
de Berlim, já que, na capital, situada no coração da área soviética, continuavam
estacionadas as forças militares das três potências ocidentais. Numa tentativa de
forçar a retirada dessas forças, Estaline bloqueia aos três aliados todos os acessos
terrestres à cidade.
O Bloqueio de Berlim, que se prolongou de Junho de 1948 a Maio de 1949, foi o
primeiro medir forças entre as duas superpotências. Nas décadas que se
seguiram à WW2, as relações internacionais refletiram esta instabilidade e
impregnaram-se de um clima de forte tensão e desconfiança: foi o tempo da Guerra
Fria.

A Guerra Fria – Pág. 35


O afrontamento entre as duas superpotências e os seus aliados prolongou-se até
meados dos anos 80, altura em que o bloco soviético mostrou os primeiros sinais de
fraqueza. A Guerra Fria foi uma autêntica “guerra de nervos” em que cada bloco se
procurou superiorizar ao outro, quer em armamento quer na ampliação das suas áreas
de influência. Na realidade, mais do que as ambições hegemónicas das duas
superpotências, eram as duas conceções opostas que se confrontavam: de um
lado o liberalismo do outro o marxismo.

1.2.2 O M undo capitalista


A política de alianças dos Estados Unidos – Pág. 38
Uma vez enunciada a doutrina Turman, os EUA empenharam-se por todos os meios
na contenção do comunismo. O Plano Marshall foi o primeiro passo nesse sentido,
uma vez que não só permitiu a reconstrução da economia europeia em moldes
capitalistas, como estreitou os laços entre a Europa Ocidental e os seus “benfeitores”
americanos.
A tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim acelerou as negociações que
conduziram, em 1949, ao Tratado do Atlântico Norte, formado entre os EUA, o Canadá
e dez países europeus. Este tratado deu origem à Organização do Tratado do
Atlântico Norte – OTAN (NATO).
Esta sensação de ameaça e a vontade de consolidar a sua área de influência
lançaram os EUA numa autêntica “pactomania” que os levou a constituir um vasto
leque de alianças, por todo o mundo. Estas alianças foram complementadas com
diversos acordos de caráter político e económico, de tal forma que, em 1959, cerca de
três quartas partes do Mundo alinham de uma forma ou de outra, pelo bloco
americano.

A política económica e social das democracias ocidentais – Pág. 40


No fim da WW2, o conceito de democracia adquiriu, no Ocidente, um novo significado.
Nesta altura, sobressaíam no panorama político europeu as forças do socialismo
reformista e da democracia cristã.
Em países como a Itália e a RFA, o receio das ideologias aparentadas com o
socialismo deu a vitória eleitoral aos democrata-cristãos. A democracia cristã tem a
sua origem na doutrina social da Igreja, que condena os excessos do liberalismo
capitalista, atribuindo ao poder político a missão de zelar pelo bem comum. Noutros
países, como a Inglaterra, a Holanda ou a Dinamarca, são os partidos sociais-
democratas que ascendem ao poder.
Deste modo, partindo de ideologias diferentes, sociais-democratas e democratas-
cristãos convergem no mesmo propósito de promover reformas económicas e
sociais.
Na Europa do pós-guerra, os governos lançam-se num vasto programa de
nacionalizações, que atinge vários setores. O Estado torna-se, por esta via, o principal
agente económico do país, o que lhe permite exercer a sua função reguladora da
economia.
Um tal conjunto de medidas modificou, de forma profunda, a conceção liberal de
Estado dando origem ao Estado-Providência que, desde então, até aos nossos dias,
marcou fortemente a vida das democracias ocidentais.

A afirmação do Estado-Providência – Pág. 42


A estruturação do Estado-Providência na Europa do pós-guerra faz-se rapidamente. O
sistema de proteção social generaliza-se a toda a população, passando a acautelar as
situações de desemprego, acidente, velhice e doença; estabelecem-se prestações de
ajuda familiar e outros subsídios aos mais pobres. Complementariamente, amplia-se
as responsabilidades do Estado no que concerne à habitação, ao ensino e à
assistência médica.

A prosperidade económica – Pág. 43


O crescimento económico do pós-guerra estruturou-se em bases sólidas: Os governos
não só assumiram grandes responsabilidades económicas como delinearam planos de
desenvolvimento coerentes, que permitiram estabelecer prioridades e definir diretrizes
futuras.
Escudado por esta nova filosofia de ação, o capitalismo, que na década de 30
parecera condenado pela Grande Depressão, emergiu dos escombros da guerra e
atingiu o seu auge. As economias cresceram de forma contínua, sem períodos de
crise, registando apenas, de tempos a tempos, pequenos abrandamentos de ritmo.
Estes cerca de trinta anos de uma prosperidade material sem precedentes ficaram na
História como os “Trinta Gloriosos”.
Entre as suas características, podemos destacar:

• A aceleração do progresso tecnológico, que atingiu todos os setores.


• O recurso ao petróleo como matéria energética por excelência, em
detrimento do carvão. A abundância e o baixo preço do petróleo alimentaram a
prosperidade económica, permitindo uma autêntica revolução nos transportes.
• O aumento da concentração industrial e do número de multinacionais,
verdadeiros gigantes económicos que fabricam e comercializam os seus
produtos nos quatros cantos do Mundo.
• O aumento significativo da população ativa proporcionado pelo reforço da
mão de obra feminina no mercado de trabalho, e a imigração de trabalhadores
oriundos dos países menos desenvolvidos. Para além de mais numerosa, a
mão de obra tornou-se também mais qualificada, em virtude do prolongamento
da escolaridade.
• A modernização da agricultura, setor onde a produtividade aumenta de tal
modo que permite aos países desenvolvidos passarem de importadores a
exportadores de produtos alimentares.
• O crescimento do setor terciário, que tende a aboserver a maior
percentagem de trabalhadores. O surto das trocas comerciais, a aposta no
ensino e os serviços sociais prestados pelo Estado multiplicaram o número
de postos de trabalho neste setor.
A sociedade de consumo – Pág. 47
O efeito mais evidente dos “Trinta Gloriosos” foi a generalização do conforto material.
Os salários mais altos e a produção maciça de bens a preços acessíveis conduziram à
sociedade de consumo. Nesta sociedade de consumo, o cidadão comum é
permanentemente estimulado a despender mais do que o necessário. Multiplicam-
se os grandes espaços comerciais, onde os objetos, estrategicamente dispostos, se
encontram ao alcance da mão do potencial comprador.

O mundo comunista
O expansionismo soviético – Pág. 48
Após a WW2, o reforço da posição militar soviética e o desencadear do processo de
descolonização criaram condições favoráveis à extensão do comunismo. A URSS
saiu, assim, do isolamento a que estivera votada desde a Revolução de Outubro,
alargando a sua influência nos quatros continentes.

Europa
A primeira vaga da extensão do comunismo atingiu a Europa Ocidental e, em meados
de 1948, os partidos comunistas dos países de Leste tinham-se já assumido como
partidos únicos e, em pouco tempo, a vida política, social e económica destas regiões
foi reorganizada em moldes semelhantes aos da União Soviética.
Os novos países socialistas receberam a designação de democracias populares.
Estas, que constituem a esmagadora maioria da população, “exercem o poder” através
do Partido Comunista, que, supostamente, representa os seus interesses. Em suma, a
Europa de Leste reconstrói-se de acordo com a ideologia marxista. Em 1955, os laços
entre as democracias populares foram reforçados com a constituição do Pacto de
Varsóvia, aliança militar que constituiu uma organização diretamente oposta à
OTAN, simbolizando as duas coligações e o antagonismo militar que marcou a Guerra
Fria.
Considerando-se a “pátria do socialismo”, a União Soviética impôs um modelo único e
rígido, do qual não admitiu desvios. É assim que, quando estalaram protestos e
rebeliões contra o seu excessivo domínio, Moscovo não hesitou em utilizar a força
para manter a coesão do bloco. O esmagamento militar da “Primavera da Praga” levou
o líder soviético Brejnev a assumir, perante o mundo, que a soberania dos países do
Pacto de Varsóvia se encontrava limitada pelos superiores interesses do socialismo.
Outra preocupação para os dirigentes comunistas da Europa de Leste era a situação
de Berlim. Milhares de cidadãos da Alemanha comunista utilizavam Berlim Oriental
como forma de alcançar a República Federal Alemã. Eram, sobretudo, jovens
disciplinados que se sentiam atraídos pelos salários altos e pelo consumismo da
sociedade capitalista. Estas “deserções” afetavam gravemente a economia da RDA e,
mais do que isso, afetavam o prestígio do mundo socialista. O problema acabaria por
ser solucionado em 1961, com a construção, pela RDA, do célebre Muro de Berlim.

Ásia
Fora da Europa, o único país em que a implantação do regime comunista se ficou a
dever à intervenção direta da URSS foi a Coreia.
Ocupada pelos japoneses, a Coreia foi, no fim da Segunda Guerra Mundial, libertada
pela ação conjunta dos exércitos soviético e americano, que, naturalmente, não se
entenderam quanto ao futuro regime político do país. A Coreia foi, por isso, dividia em
dois Estados: a norte, a Coreia comunista, apoiada pela URSS e a sul, a Coreia
conservadora, sustentada pelos EUA.
A posterior invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte, com vista à reunificação do
território sob a égide do socialismo, desencadeou uma violenta guerra (1950-1953),
em que se viveram momentos de grande tensão e afrontamento entre os dois blocos.
Por fim, repôs-se a separação entre as duas Coreias, que se mantêm rivais até hoje.
Nos restantes casos, o triunfo do regime comunista ficou a dever-se a movimentos
revolucionários nacionais que contaram com o incentivo ou o apoio da URSS.
Tal é o caso da China, onde, em Outubro de 1949, Mao Tsé-Tung proclamou a
instauração de uma República Popular. Apesar de, posteriormente, se ter afastado da
URSS, a China seguiu, nos primeiros anos do regime comunista, o modelo político e
económico do socialismo russo.

América Latina e África


A influência soviética em Cuba confirma-se quando, em 1962, aviões americanos
obtêm provas fotográficas da instalação, na ilha, de mísseis russos de médio alcance,
capazes de atingir o território americano.
A exigência firme da retirada dos mísseis, feita pelo presidente Kennedy, coloca o
Mundo perante a iminência de uma guerra nuclear entre as duas superpotências.
Felizmente, a crise acaba por se resolver com cedências mútuas: Kruchtchev aceita
retirar os mísseis, enquanto os Estados Unidos se comprometem a não tentar
derrubar, novamente, o regime cubano.
Tal como o continente asiático, a África, recém-descolonizada, mostrou-se bastante
permeável à influência soviética, que, no início da década de 80, possuía bases e
conselheiros militares em 17 países do continente negro.

Opções e realizações da economia na direção central – Pág. 54


O balanço económico da Segunda Guerra Mundial foi especialmente pesado para a
União Soviética e para alguns países da Europa Central, como a Polónia e a RDA:
milhões de hectares de cultivo foram destruídos, centenas de cidades arrasadas e
equipamento industrial perdido.
Apesar disto, a reconstrução dos países socialistas efetuou-se rapidamente. Logo que
a guerra terminou, a URSS retomou o modelo de planificação económica que tinha
implementado nos anos 20. Tal como já acontecera, a indústria pesada e as
infraestruturas recebem prioridade absoluta. Imensos complexos siderúrgicos e
centrais hidroeléctricas fazem da União Soviética a segunda potência industrial do
Mundo e garantem-lhe o poderio militar necessário ao afrontamento dos tempos da
Guerra Fria.
No entanto, o nível de vida das populações não acompanha esta evolução económica.
As jornadas de trabalho mantêm-se excessivas, os salários sobem a um ritmo muito
lento e as carências de bens de toda a espécie mantêm-se.
Os bloqueios económicos
Passado o primeiro impulso industrializador, as economias planificadas começam a
mostrar, de forma mais evidente, as suas debilidades.
A planificação excessiva entorpece as empresas, que não gozam de autonomia na
seleção das produções, na fixação dos preços e de salários, acompanhada de uma
gestão burocrática, sem iniciativa, limitando-se a cumprir as quantidades previstas,
sem atender à qualidade dos produtos.
Face a estes sintomas de estagnação económica, implementou-se nos anos 60, um
vasto conjunto de reformas em praticamente todos os países da Europa socialista.
Um novo plano, iniciado em 1959, reforça o investimento nas indústrias de consumo,
na habitação e na agricultura. Paralelamente, a duração do trabalho semanal reduz-
se, bem como a idade de reforma, que se estende, pela primeira vez, aos
trabalhadores agrícolas. Nas empresas, aumenta-se a autonomia dos gestores face
aos altos funcionários do Estado (a Nomenklatura) e iniciando um sistema de prémios
aos trabalhadores mais ativos. No entanto, os efeitos destas medidas ficaram muito
aquém das expectativas e não foram capazes de relançar, as economias do bloco
socialista.

1.2.3 A escalada armamentista e o início da era espacial


A escalada armamentista – Pág. 58
Nos primeiros anos do pós-guerra, os Estados Unidos sentiam-se protegidos por uma
evidente superioridade técnica. Só eles tinham o segredo da bomba atómica, que
consideravam a sua melhor defesa.
Quando, em Setembro de 1949, os Russos fizeram explodir a sua primeira bomba
atómica, a confiança do Ocidente desmonorou-se. De imediato, os cientistas
americanos incrementaram as pesquisas de uma arma ainda mais destrutiva: em 1952
testava-se, no Pacífico, a primeira bomba de hidrogénio – a bomba H, com uma
potência mil vezes superior à bomba de Hiroshima. A corrida ao armamento tinha
começado. No ano seguinte, os Russos possuíam também a bomba de hidrogénio e o
ciclo reiniciou-se, levando as duas superpotências à produção maciça de
armamento nuclear.
O poder de destruição das novas armas introduziu na política mundial uma
caraterística nova: a dissuasão. Cada um dos blocos procurava persuadir o outro de
que usaria, sem hesitar, o seu potencial atómico em caso de violação das respetivas
áreas de influência.

O início da era espacial – Pág. 62


Durante a WW2, na esperança de encontrar uma arma que lhe garantisse a vitória, a
Alemanha tinha secretamente desenvolvido a tecnologia dos foguetes e criado os
primeiros mísseis. Em 1945, os cientistas envolvidos neste projeto emigraram para a
URSS e para os EUA, onde desempenharam um papel relevante nos respetivos
programas espaciais.
Supreendendo o mundo, a URSS colocou-se à cabeça da conquista do Espaço
quando, em Outubro de 1957, conseguiu colocar em órbita o primeiro satélite artificial
da História, o Sputnik 1. No mês seguinte, lançou o Sputnik 2, de maiores dimensões,
levando a bordo a cadela Laika, que se tornou o primeiro viajante espacial.
Na ânsia de igualarem, no mesmo ano, a proeza russa, os americanos anteciparam o
lançamento do seu próprio satélite, mas a experiência acabou por ser um fiasco. Só no
início de 1958, com o lançamento do Explorer 1, a América efetivaria a sua entrada na
corrida ao Espaço.
Nos anos que se seguiram, a aventura espacial alimentou o orgulho nacional das duas
nações. Nos primeiros tempos, os Soviéticos mantiveram a liderança e, em 1961,
fizeram de Yuri Gangarin o primeiro ser humano a viajar na órbita terrestre. No
entanto, no fim da década de 60, coube aos americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin
o feito de serem os primeiros homens a pisarem a Lua.

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