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Pergunta de Desenvolvimento História

O Mundo Dividido
•Em 1946, Churchill afirmou que o processo de sovietização dos países de Leste era
irreversível e tinha dividido a Europa. Sob o apoio diplomático e militar da URSS, os partidos
comunistas ganharam forças e tomaram o poder, criando, em 1947, o Kominform
(Secretariado de informação Comunista) que se tornou um importante organismo de
controlo por parte da URSS.
•Passado um ano, os Estados Unidos assumem uma liderança da oposição aos
avanços do socialismo, na qual o presidente Truman, num discurso, expos a sua visão de um
mundo dividido em dois sistemas antagónicos, um que se baseava na liberdade e outro na
opressão. Aos Americanos competia liderar um mundo livre e auxiliá-lo na contenção do
comunismo- Doutrina de Truman. Para além de formalizar a divisão do mundo em duas
forças opostas, também deixava claro a necessidade de ajudar a Europa a reerguer-se
economicamente, pois sentiram perdas humanas e materiais devido à guerra, e também
devido ao inverno de 1946-47 que agravou a situação da miséria do velho continente,
criando um significante clima político instável.
•O secretário de Estado americano George Marshall anuncia então, em julho de
1947, um plano de ajuda económica à Europa, European Recovery Plan (ERP), que foi um
acolhido com entusiasmo e veio a reforçar os laços com os EUA. O Plano Marshall foi
oferecido para toda a Europa, até países sob influência soviética, mas Moscovo recusou a
ajuda. Andrei Jdanov, formalizou por sua vez, a rutura entre as duas potências, dividindo o
mundo em dois sistemas contrários, um imperialista e antidemocrático liderado pelos
Estados Unidos e o outro que reina a democracia e a fraternidade entre os povos que
corresponde ao mundo socialista.
Moscovo, em janeiro de 1949, também lançou uma resposta ao Plano Marshall, com o
Plano Molotov que estabelecia as estruturas de cooperação económica da Europa Oriental,
criando seguidamente o COMECON (Conselho de Assistência Económica Mútua), instituição
destinada a promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas. Os países
abrangidos pelo Plano Marshall e os países COMECON funcionaram como áreas
transnacionais, coesas e distintas uma da outra.

O primeiro conflito: a questão alemã


•A expansão do comunismo no primeiro ano da paz fez com que os ingleses e
americanos olhassem para a Alemanha como um aliado imprescindível à contenção do
avanço soviético. O renascimento alemão tornou-se uma prioridade dos americanos, que
intensificaram os esforços para a criação de uma república federal constituição pelos
territórios sob ocupação das três potências ocidentais, a República Federal Alemã (RFA). A
União Soviética perante a marcha dos acontecimentos, acabou por desenvolver uma
atuação semelhante na sua própria zona, que conduziu à criação de um Estado paralelo, sob
a alçada soviética, a República Democrática Alemã (RDA).
•Este processo de divisão trouxe para o centro da discórdia a situação de Berlim, já
que na capital continuavam estacionadas as forças militares das três potências ocidentais. O
Bloqueio de Berlim foi o primeiro medir de forças entre as duas superpotências. Assim,
apenas três anos passados sobre o fim da Segunda Guerra Mundial, os antigos aliados
tinham-se tornado rivais e a sua rivalidade dividia o mundo, pondo em risco os esforços de
paz.

A Guerra Fria:
Durante este longo período, os EUA e a URSS intimidaram-se mutuamente, gerando um
clima de hospitalidade e insegurança que deixou o Mundo num permanente sobressalto.
Esse clima de tensão internacional foi a Guerra Fria que a primeira fase desse afrontamento
(1947-1955). A Guerra Fria foi uma autêntica “guerra de nervos” em que cada bloco se
preocupou superiorizar ao outro, quer armamento em particular relevância o nuclear, quer
em na ampliação das suas áreas de influência. Uma gigantesca máquina de propaganda
inculcava nas populações a ideia de superioridade e a rejeição do temor do lado contrário.
Na realidade, mais do que as ambições hegemónicas das duas superpotências, eram duas
conceções opostas de organizações políticas, vida económica e a estruturação social que se
confrontavam de um lado o liberalismo assente no princípio da liberdade individual, e o
outro o marxismo que subordina o indivíduo ao interesse da coletividade.

O Mundo Capitalista
•Os Estados Unidos empenharam-se por todos os melos na contenção do
comunismo. Em termos político-militares, a aliança entre os ocidentais não tardou também
a oficializar-se. A tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim acelerou as negociações que
conduziram, em 1949, o Tratado do Atlântico Norte. A operacionalização deste trabalho deu
origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte- OTAN que ficou a ser considerada a
mais importante organização militar do pós-guerra. A Aliança apresenta-se como uma
organização puramente defensiva, empenhada em resistir a um inimigo que está
omnipresente que é a União Soviética e tudo o que para o mundo ocidental, ela representa.
•Esta sensação de ameaça e o afã em consolidar a sua área de influência levou a
constituir um vasto leque de alianças, para além da OTAN, firmam-se alianças multilaterais
na América (OEA- Organização dos Estados Americanos), Oceania (ANZUS- Austrália, Nova
Zelândia, Estados Unidos), Sudeste Asiático (OTASE- Organização do Tratado da Ásia do
Sudeste) e no Médio Oriente (CENTO- Organização do Tratado Central). Três quartas partes
do Mundo alinhavam de uma forma ou de outra, pelo bloco americano.

Política económica e social das democracias ocidentais:


•Considerou-se que o regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a
justiça social. Nesta altura, sobressaíam no panorama político europeu as forças do
socialismo reformista e da democracia cristã. Ambas tinham lutado contra o nazismo e se
apresentavam como uma alternativa credível aos velhos partidos liberais. Embora de
quadrantes muito diferentes, partilhavam as mesmas preocupações sociais e advogavam
um Estado interventivo.
•A Democracia Cristã, uma corrente política inspirada pela doutrina social da igreja,
condena os excessos do liberalismo capitalista, atribuindo ao poder político a missão de
zelar pelo bem comum. Os princípios do cristianismo devem enformar todas as ações dos
cristãos, incluindo a sua vivência política. Propõem uma orientação profundamente
humanista, alicerçada na liberdade, na justiça e na solidariedade.
•A Social-Democracia, uma corrente do socialismo que teve origem nas conceções e
rejeita a vida revolucionária proposta opondo-lhe a participação no jogo democrático,
tinham como objetivo regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos. Deste
modo, partindo de ideologias diferentes, sociais- democratas e democratas- cristãos
convergem no mesmo propósito de promover reformas económicas e sociais profundas.
Desta forma, o governo lançou um vasto programa de nacionalizações, que atingiam
companhias de seguros, produção de energia, os transportes, a mineração e outros.
•Reviu-se também o sistema de impostos, reforçando os caracteres progressivos das
taxas, fazendo com que os rendimentos dos mais ricos gera-se grandes receitas, permitindo
assegurar uma redistribuição mais equitativa da riqueza nacional. Um tal conjunto de
medidas modificou a conceção liberal de Estado dando origem ao Estado Providência que
marcou fortemente a vida das democracias ocidentais.

A afirmação do Estado- Providência:


•O Estado do bem-estar onde cada cidadão tem asseguradas as suas necessidades básicas.
A abrangência das medidas adotadas em Inglaterra a ousadia do estabelecimento de um
sistema nacional de saúde (National Health Service) assente na gratuitude total dos serviços
médicos e extensivo a todos os cidadãos, serviram de modelo à maioria dos países
europeus. O sistema de proteção social generaliza-se a toda a população, passando a
acautelar as situações de desempregado, acidente, velhice e doença, estabelecendo
prestações de ajuda familiar (abono familiar). Ampliam-se as responsabilidades do Estado
no que concerne à habitação, ao ensino e à assistência médica.

Prosperidade económica:
•O crescimento económico do pós-guerra estruturou-se em bases sólidas quanto aos
governos não só assumiram grandes responsabilidades económicos como delinearam
planos de desenvolvimento coerentes, que permitiram estabelecer prioridades, rentabilizar
a ajuda Marshall e definir futuras. O capitalismo, que na década de 30 parecera condenado
pela Grande Depressão, emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge. A produção
mundial triplicou como a produção energética do automóvel multiplicou-se cerca de dez
vezes mais.
Cerca de trinta anos de uma prosperidade material sem precedentes ficaram na História
como os “Trinta Gloriosos” e apresenta várias características como a Aceleração do
progresso tecnológico, que atingiu setores como a medicina, fibras sintéticas, plásticos, ou
seja, as inovações tecnológicas revolucionaram a vida quotidiana e os processos de
produção; o recurso ao petróleo como matéria energética por excelência, em detrimento do
carvão, que desde a Revolução Industrial, se mantinha num destacado primeiro lugar; o
aumento da concentração industrial e do número de multinacionais, que eram verdadeiros
gigantescos económicos que fabricam e comercializam os seus produtos nos quatro cantos
do mundo; o aumento significado da população ativa proporcionando pelo reforço da mão
de obra feminina no mercado de trabalho, o baby-boom das décadas 40-60; a modernização
da agricultura, setor onde a produtividade aumento de tal modo que permite aos países
desenvolvidos passarem de importadores e exportadores de produtos alimentares; e o
crescimento do setor terciário que tende a absorver a maior percentagem de trabalhadores,
apostam nos ensino, os serviços sociais prestados pelo Estado e a complexidade crescente
das empresas que multiplicaram o número de postos de trabalho neste setor.

A sociedade de consumo:
•O efeito evidente dos “Trinta Glorioso” foi a generalização do conforto. O pleno emprego,
salários altos e a produção maciça de bens e preços acessíveis conduziram à sociedade de
consumo, uma sociedade de abundância que se identifica pelo consumo de massa de bens
supérfluos, que passam a ser encarados como essenciais à qualidade de vida. Na sociedade
de abundância, o cidadão comum é permanentemente estimulado a depender mais do que
o necessário. Uma publicidade bem orquestrada lembra as pequenas e grandes maravilhas e
que as vendas de crédito permitem adquirir. A oferta e a pressão publicitária são de tal
ordem que os bens rapidamente perder valor e substituem os mais atualizados. O
consumismo entre as duas guerras fora um fenómeno unicamente americano e
emblemaram as economias capitalistas da segunda metade do século XX.

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