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Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico

A reconstrução do pós-guerra
2ª Guerra mundial (1939-1945)
 1ª fase – Guerra Relâmpago 1939 – 1941
Rápido avanço dos alemães
 2ª fase – 1942 – 1943
1ªas vitórias dos Aliados: Norte de África e início da libertação da Itália
 3ª fase – vitória dos aliados – 1944 -1945
Libertação da Itália
Dia D – 5 de junho de 1944 – desembarque da Normandia – libertação da
França

Avanço das tropas soviéticas a leste, cercando os alemães


08/09 de maio de 1945 – rendição da Alemanha

Lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki


6 e 9 de agosto de 1945 – rendição do japão

O mundo nascido do pós-guerra apresentou contornos políticos e


económicos muito diferentes daqueles que existiam em 1939. Foram vários
os problemas e desafios que se colocaram às potências vencedoras, na
reconstrução do pós-guerra.

A Europa estava em ruínas e o seu prestígio abalado: era necessário


reconstruí-la e relançar a economia internacional. O nazismo e o fascismo
foram derrotados; era necessário julgar e punir as atrocidades da guerra e
acertar a questão das indemnizações.
Forças de eixo: fascistas na europa
O mundo confrontou-se com a emergência de várias reivindicações de
emancipação colonial. Mas, acima de tudo, foi a clivagem ideológica entre
os EUA e a URSS que marcou, profundamente, o novo mundo do pós-
guerra.

A preparação da paz
Para evitarem os erros cometidos no final da 1ª Guerra Mundial, os aliados
promoveram ainda durante a guerra uma serie de conferências com vista à
recuperação política e económica da Europa, médio e extremo oriente,
profundamente devastados pela guerra.

Conferência do Atlântico agosto de 1941 «Carta do Atlântico»


(EUA e GB)
 Direito à autodeterminação
 Defesa da liberdade de comércio, navegação e abolição das barreiras
alfandegárias que travaram o comércio mundial
 Desarmamento das nações agressoras

Conferência de Teerão 1943


 Planos do dia D
 Desmembramento da Alemanha
 Questão da Polónia
 Libertação de territórios (segundo a carta do Atlântico)

Conferência de Ialta 4 e 11 de fevereiro de 1945


(Roosevelt – EUA, Churchill – GB, Estaline - URSS)
 A decisão da realização da conferência para a criação da Organização
das Nações Unidas
 O acordo quanto ao desmembramento da Alemanha, com a sua divisão
em quatro zonas de ocupação
 O estabelecimento do montante das reparações de guerra a pagar pela
Alemanha
 A definição das fronteiras da Polónia e a reorganização de um governo
provisório com uma base política alargada e democrática
 O acordo para que os povos da Europa libertada pudessem escolher,
em eleições livres e pluralistas, os seus governantes
 A realização do julgamento dos crimes de guerra

Conferência de Potsdam 17 de julho e 2 de agosto de 1945


(Harry Truman, Attlee, Estaline)
 Separação da Alemanha e da Áustria
 Criação de um tribunal, em Nuremberga, para julgamento dos crimes de
guerra cometidos pelos nazis
 Divisão Alemanha em quatro zonas de ocupação (americana, inglesa,
soviética e francesa) e também da capital, Berlim
 Definição do montante das indemnizações de guerra
 Elaboração da declaração de Potsdam, que definiu os termos de
rendição do Japão

As conferências de Ialta e de Potsdam revelaram alguma tensão, sobretudo


entre a URSS e a GB, devido à clara intenção de Estaline em estender a sua
influência sobre o leste europeu, com base na legitimidade de ter libertado
esses países do domínio nazi.
Países «satélites» da URSS: Alemanha, Polónia, Checoslováquia, Hungria,
Roménia, Bulgária.
Nestes países, os partidos comunistas ganharam ascendente e formaram
governos, quer devido ao apoio e pressão da URSS, quer devido ao facto dos
comunistas terem liderado a resistência às forças nazis, na clandestinidade ou
durante a libertação, integrados no exército vermelho.

Iniciava-se a divisão ideológica na europa da qual dava conta Churchill,


quando afirmou «de Stettin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, desceu sobre o
continente uma cortina de ferro» - 1946

Organização das Nações Unidas


Em abril de 1945, na conferência de são Francisco, nos EUA, foi fundada a
ONU, sucessora da Liga das Nações.
Objetivos:
 Manter a paz e a segurança
 Defender os direitos fundamentais do homem e a igualdade entre
mulheres
 Promover a cooperação económica, social, cultural ou humanitária
 Garantir a segurança através da resolução diplomática dos problemas
internacionais

O documento que instituiu a ONU «carta das Nações Unidas» resultou na


conferência de S. Francisco que decorreu entre abril e julho de 1945.

Atuação da ONU:
 Foi fundamental na luta pela independência das colónias
 A defesa dos direitos humanos, reveste-se de grande importância, mas
nos países do 3º mundo ficou muito a quem do desejado
 A criação do estado de Israel foi uma decisão controversa cujas
consequências se arrastam até aos dias de hoje
 Não conseguiu evitar os conflitos localizados no âmbito da guerra fria
 O direito de veto dos 5 países permanentes (EUA, GB, URSS, França e
China – parte capitalista representada por Taiwan) bloqueou muitas
decisões importantes e trouxe à tona rivalidades das duas
superpotências (EUA e URSS)

As novas regras da economia internacional


No sentido de evitar erros do passado, a exemplo a crise económica e
financeira que ocorrera no primeiro pós-guerra por falta de uma intervenção
eficaz na recuperação económica, um conjunto de economistas reuniu-se,
em julho de 1944, em Breton Woods.
Objetivos:
 Preparar a recuperação económica nos países africanos afetados pela
guerra
 Estabilizar as moedas
Na conferência, os estados participantes adotaram medidas para uma nova
ordem económica, baseada na cooperação mundial: criação de um novo
sistema monetário internacional (SMI); foi constituído um sistema de taxas de
câmbio relativamente fixas, tendo como base o dólar (padrão-ouro) - «as good
as gold»

Para operacionalizar este novo sistema monetário, foram criadas duas


instituições fundamentais:
 FMI (Fundo monetário internacional) para auxiliar os países com
dificuldades no equilíbrio da balança de pagamentos
 BIRD (banco mundial) para financiar a reconstrução do pós-guerra

Na conferência surgiu também, a proposta de criação de uma organização de


comércio internacional. Contudo só foi formalizada em 1947, em Genebra,
numa conferência que reuniu 23 estados, e que criou o Acordo Geral de
Tarifas e Comércio – GATT
 Inspira-se na carta do Atlântico
 Promove a liberalização do comércio mundial abolindo ou reduzindo as
taxas e barreiras alfandegárias entre os estados-membros
 Incentiva a cooperação económica entre países (em vez do
nacionalismo económico)

A primeira vaga de descolonizações


O final da segunda guerra mundial criou um contexto favorável que fez
despertar um novo olhar sobre as colonias. A luta pela liberdade, face à
opressão e à tirania, reafirmou a possibilidade de os povos disporem de si
próprios, libertando-se dos colonizadores
Durante a guerra, para além das colonias lutarem ao lado das potências
europeias contra as forças do Eixo (fascistas), muitos dos países colonizadores
viram o seu prestígio diminuir, pelo facto de terem sido ocupados pelas forças
do Eixo (caso da Holanda, França, Bélgica). A ocupação de muitos dos
territórios por parte dos alemães e dos japoneses contribuiu também para a
difusão de uma propaganda anticolonialista.

Já em 1941, com a assinatura da Carta do Atlântico, afirmara-se o direito à


autodeterminação dos povos e à liberdade de escolha, o que contribuiu um
fator de esperança para os povos colonizados. Por tudo isto, no final da
segunda guerra mundial, o movimento de descolonização tornou-se inevitável.

Descolonização
Designa o processo que põe fim ao sistema colonial, mediante a independência
das colonias, e implica o reconhecimento da sua emancipação política face ao
Estado colonizador.
A descolonização recebeu o apoio, por um lado da, URSS, que via na luta pela
emancipação a libertação do capitalismo e, por outro, dos EUA que, assumindo
o seu passado histórico como ex-colónia, apoiavam a descolonização como um
direito dos povos colonizados. A ONU, por seu turno, fez da emancipação
colonial uma prioridade, consagrada quer na Carta das Nações Unidas, quer
na Declaração Universal dos Direitos Humanos, nas quais proclamava o direito
dos povos à autodeterminação.

Causas:
 URSS: crise capitalista acentuada pela 2ª Guerra Mundial, que
enfraqueceu as potências coloniais capitalistas.
 EUA: é o resultado da evolução dos valores humanistas da civilização
ocidental, ou a aplicação dos princípios da Carta das Nações Unidas
Apoio:
 URSS: Numa perspetiva marxista, os soviéticos apoiam a
descolonização, para libertar os povos colonizados da exploração
capitalista.
 EUA: tendo sido «…a primeira colónia a conquistar a independência…»
sentem-se no dever de apoiar os outros povos a fazerem o mesmo.
Forma de libertação:
 URSS: seguindo a ideologia marxista, defende a luta armada como
forma de libertação.
 EUA: defendem uma transição pacífica, negociada sob a égide da Carta
das Nações Unidas.
Posição face às potências colonizadoras:
 URSS: Os soviéticos criticam as tentativas de esmagamento dos
movimentos de libertação por parte das potências colonizadoras que se
opõem à descolonização.
 EUA: embora apoiem os seus aliados, afirmam que não dão «…um
cheque em branco a nenhuma potência colonial…» ou seja não vão
permitir que o processo de descolonização seja travado.

A descolonização iniciou-se no médio oriente e na ásia, onde os sentimentos


nacionalistas se manifestavam desde os anos 30.
Este modelo de descolonização não foi seguido nem pelos Países Baixos nem
pela França, que queriam manter a sua autoridade sobre os povos colonizados.

1ª vaga de descolonização – motivos


 Apoio da ONU ao processo de descolonização, negociando
pacificamente e protegendo os direitos dos povos colonizados
 Enfraquecimento das potências coloniais devido à participação na 2ª
guerra mundial
 Apoio dos EUA e da URSS aos movimentos de libertação, para
alargarem as suas áreas de influência e por rivalidades ideológicas
 Participação de muitas colonias na 2ª guerra mundial, graças a
promessas de libertação ou de maior autonomia
 Criação de uma elite entre os nativos formados nas universidades
europeias, capazes de liderar a luta pela independência e governar o
seu próprio povo
 Opinião pública favorável à descolonização

O tempo da Guerra Fria


A consolidação de um mundo bipolar
A geopolítica do pós-guerra ficou marcada pelo antagonismo entre os dois
grandes vencedores da 2ª GM – os EUA e a URSS

Harry Truman (presidente dos EUA) num discurso pronunciado a 12 de março


de 1947, perante o congresso, apresentou a visão política americana de um
mundo dividido em «dois campos opostos» com base na ideia de que «quase
todas as nações têm de escolher entre dois modos de vida alternativos» - um
assente «na vontade da maioria» (bloco ocidental, modelo capitalista); o outro
«baseado na vontade de uma minoria imposta à força sobre a maioria» (bloco
de leste, modelo soviético).
A Doutrina de Truman confirmava a fratura ideológica entre os EUA e a
URSS, e conferia aos americanos o papel de liderança na política de
contenção do expansionismo soviético.
 Apoiar todos os povos livres
 Divide o mundo em dois blocos; livres e democráticos (EUA) –
totalitários e opressivos (URSS)
 Objetivo da política externa americana, defesa do mundo livre
 Defesa dos valores da democracia e da Carta das Nações Unidas
 Conter a expansão do comunismo

Truman defendia também que o apoio aos «povos livres» devia ser feito
mediante a ajuda económica e financeira, para garantir a liberdade, uma vez
que «as sementes do totalitarismo são alimentadas pela miséria e pela
necessidade». O auxílio económico à Europa era visto como um meio de
contenção do avanço do comunismo. Nesse sentido, a 5 de junho de 1947,
George Marshall, apresentou uma estratégia de apoio à Europa, o chamado
Plano de Recuperação Europeia, conhecido como Plano Marshall
 Recuperação da indústria europeia, recuperação de mercados para
produção americana
 Reforçar o prestígio político e económico dos Estados Unidos na europa
ocidental
 Travar a expansão do comunismo numa europa enfraquecida
 Restaurar a confiança no capitalismo

OECE (organização europeia de cooperação económica) – organização para a


ajuda económica e financeira do Plano Marshall

Em setembro de 1947, Andrei Jdanov (político soviético, colaborador de


Estaline), promoveu a criação do Kominform. Este órgão revelou-se
determinante no controlo da URSS dos países e partidos comunistas. Foi
nesse contexto que Jdanov, numa reação clara à Doutrina Truman, apresentou
os princípios da política oficial da URSS face ao bloco ocidental.
A Doutrina Jdanov acusava os EUA de pretenderem exercer o
imperialismo no mundo, e defendia que era à URSS e aos países seus
aliados, «as novas democracias de leste», que competia resistir ao
expansionismo dos americanos e dos «seus aliados capitalistas».
 Acusa os EUA de quererem dominar o mundo – imperialismo
 Divide o mundo em: imperialistas e antidemocráticos (EUA) e anti-
imperialistas e democráticos (URSS)
 Assumem a liderança na luta contra o imperialismo e em defesa das
liberdades
 Todos os partidos comunistas participam na expansão do comunismo
(Kominform)

A URSS recusou a ajuda económica americana e pressionou os países da


Europa de leste a seguirem a sua política. A URSS respondeu com o plano
Molotov, destinado a planear o auxílio económico à reconstrução dos países
da europa oriental, politicamente alinhados com a União Soviética. O
COMECON (conselho de assistência económica mútua), criado em 1949, pôs
em prática esse plano, com o objetivo de fortalecer a cooperação e as relações
económicas entre a URSS e os países da Europa de leste, segundo o modelo
económico soviético.

O clima de tensão e de afrontamento entre o Bloco Ocidental e o Bloco de


Leste ficou conhecido como Guerra Fria (1947 – 1991)

Durante a Guerra Fria, cada bloco levou a cabo campanhas ideológicas de


propaganda, com vista a exaltar a sua superioridade e a apresentar uma visão
extremada do adversário, para instigar o ódio e o medo do opositor.

Clima de desconfiança:
 Levantou suspeitas e desconfianças em relação aos próprios familiares
e amigos, levando a uma verdadeira paranoia
 Incentivos à denuncia
 O receio de agentes infiltrados levou à perseguição e prisão de milhares
de cidadãos
 Controlo apertado dos intelectuais e artistas
 Limitou a liberdade criativa e afetou sobretudo professores, escritores e
cineastas
 Total desrespeito pelas liberdades civis, de pensamento e expressão
 As polícias secretas acusavam continuamente novos suspeitos levando
à acusação de inocentes
Este clima de desconfiança e o receio de ameaças mútuas fizeram com que os
serviços secretos de espionagem se mostrassem particularmente ativos, com a
criação da CIA e da KGB.

Macartismo e Kominform – campanhas difamatórias (demonização do outro) –


clima de medo generalizado – paranoia

O antagonismo entre os dois blocos abrangia também o campo militar,


concretizado frequente exibição e desfile das forças militares, e na formação de
alianças militares defensivas: a NATO ou OTAN, sob liderança dos EUA e o
Pacto de Varsóvia, sob a liderança da URSS.

Estava assim consolidado o mundo bipolar. Em termos ideológicos, opunha-se


a democracia liberal ao comunismo; em termos económicos, o capitalismo à
economia planificada; em termos sociais, a sociedade de classes opunha-se à
sociedade sem classes.

A Guerra Fria desenvolveu-se ao longo de várias fases:


1ª fase: (1947-1953)
Com a oposição ideológica e política entre as doutrinas de Truman e Jdanov,
acentuada entre os anos 1948 e 1953, numa europa marcada pelo
expansionismo e pela chamada «questão alemã». Na Ásia eclodiram guerras
regionais (Indochina e Coreia), que tiveram o envolvimento da URSS e dos
EUA, no apoio a cada um dos lados em confronto.

2ª fase: (1953-1962)
Marcada por uma certa acalmia, foi designada de «coexistência pacífica»,
imposta pela necessidade de controlar o perigo de uma guerra nuclear. Este
período foi atravessado por várias crises militares e políticas, em diversas
áreas geográficas, que provocaram um ambiente de grave tensão (Crise de
Cuba, 2ª crise de Berlim), obrigando a cedências mútuas.

3ª fase: (1963-1975)
Designada por Détente, consistiu no apaziguamento ou desanuviamento das
relações entre Washington e Moscovo, durante as lideranças de Brejnev, na
URSS, de Kennedy, de Johnson e de Nixon, nos EUA. A aproximação das
duas superpotências tinha em vista o controlo do armamento e culminou, no
início dos anos 70, com acordos de desarmamento.
4ª fase
A partir de 1975, a URSS aproveitou os fracassos dos EUA, sobretudo na
guerra do Vietname, para reforçar posições em África e na Ásia. Relançou-se a
corrida aos armamentos, à qual o presidente Reagan reagiu, a partir de 1981,
com o programa de defesa estratégica conhecido como «Guerra das Estrelas».

A questão de Berlim ocupou um lugar central ao longo da Guerra Fria. Tornou-


se um dos seus símbolos, devido ao clima de tensão e de confronto ideológico
entre os dois blocos, que ali se gerou.
O Bloqueio de Berlim pelos soviéticos, em 1948, é considerado o primeiro
episódio da Guerra Fria. Na origem deste episódio, estava a questão da divisão
da Alemanha e da cidade de Berlim em quatro setores de ocupação, na
sequência das decisões de Ialta e de Potsdam.

Questão alemã Confronto em Berlim


1 – Bloqueio de Berlim – junho de 1948 a maio de 1949 (Estaline)
2 – 2ª Crise de Berlim – 1958-1961 – construção do muro de Berlim (Kruschev)

Bloqueio de Berlim
Causas:
 Em 1947, americanos e ingleses anunciam a criação de uma bizona
económica, unindo as suas respetivas zonas de ocupação.
 Na conferência de Londres, a França adere a este projeto, sendo
anunciado a realização de eleições para a criação de um governo
alemão
Reações:
 Estaline recusa-se a participar na conferência, pois contrariava as
decisões de Ialta e Potsdam.
 Como retaliação impede os aliados de acederem por terra as suas
respetivas zonas da cidade de Berlim
 Americanos e ingleses criam uma ponte aérea que abastece a cidade,
diariamente, provocando um novo momento de tensão
Resultados:
 O bloqueio não tem sucesso e Estaline suspende-o
 Em maio de 1949, é anunciada a criação da RFA (república federal
alemã – capitalista) ao que Estaline responde, anunciando em outubro, a
criação da RDA (república democrática alemã – comunista)

2ª Crise de Berlim 1958-1961


Causas:
 A cidade de Berlim era usada por muitos cidadãos do bloco de leste
para fugirem para o ocidente
 A perda de intelectuais e de quadros técnicos era uma humilhação para
os soviéticos e Kruschev decide expulsar os aliados da cidade de Berlim
 Depois de sucessivos adiamentos, para evitar o confronto direto,
Kruschev retira o ultimato e visita os EUA (1959). Uma vez que a via
negocial fracassa a 13 de agosto de 1961, é iniciada a construção do
muro de Berlim que isola completamente a parte ocidental da cidade.
Resultados:
 Esta separação tornou-se símbolo da Guerra Fria e de toda a tensão
Leste Oeste que a marcou. A Alemanha esteve sempre no centro do
confronto bipolar e da necessidade do ocidente conter o comunismo.

Formação de alianças
O Bloco ocidental, liderado pelos EUA, implementou um conjunto de alianças
para manter a paz, a segurança e promover a cooperação entre os países de
democracia liberal e capitalistas.
Surge no contexto da Doutrina de Truman – objetivos fundamentais:
 Contenção do comunismo, criando uma barreira de nações amigas dos
EUA que isolasse a URSS
 Consolidação da área de influência dos EUA
 Dissuasão quanto a possíveis ataques

Entre esses pactos e tratados destacaram-se:


 Pacto do Rio (1947) – EUA e 21 países da América latina
 Pacto de Bruxelas 81948) – vários países do ocidente europeu
 Organização dos Estados Americanos (1948) – 21 estados da América
 Tratado do atlântico Norte (1949) – que dá origem à NATO (OTAN),
assinado entre EUA, Canadá e dez estados da Europa – defesa da
democracia e auxílio mútuo em caso de ataque armado a qualquer um
dos seus membros.
 …
Estas alianças permitiram aos EUA, direta ou indiretamente, alargar a sua
esfera de influência e estabelecer bases militares estratégicas em diferentes
partes do globo, constituindo uma barreira que isolava e continha o
expansionismo da URSS.

Europa ocidental / EUA


 Democracias presidencialistas ou parlamentares
 Economia de mercado / capitalismo
 Sociedade de classes
 Doutrina Truman (contenção do comunismo) – 13/03/1947
 Plano Marshall junho de 1947
 Criação da OECE abril de 1948
 NATO 1949
Europa de leste / URSS
 Regime totalitário de esquerda; centralismo democrático / partido único
 Economia planificada e coletivizada / comunismo
 Sociedade sem classes
 Doutrina Jdanov (expansão do comunismo) – set 1947 – criação do
Kominfom set 1947
 Plano Molotov 1947
 Criação da COMECON 1949
 Pacto de Varsóvia 1955

A «Pactomania»
A URSS responde com a criação do Pacto de Varsóvia
Causa direta – A RFA tinha sido admitida como membro da NATO, o que
implicava o rearmamento da parte ocidental da Alemanha.

Pacto de Varsóvia
 Resposta de Kruschev à entrada da RFA na NATO
 A causa direta foi a remilitarização da Alemanha Ocidental
 A URSS vai utilizar o Pacto de Varsóvia como instrumento de controlo
sobre os países do bloco de leste e a sua adesão era quase obrigatória,
não podendo abandonar a organização sobre qualquer pretexto –
quando dois países tentaram sair e fazer reformas políticas, foram
reprimidos violentamente (Hungria e Polónia)

O mundo capitalista: a afirmação do Estado-providência


Geopolítica pós-2ª GM
 Descrédito nos partidos conservadores vistos como apoiantes dos
regimes que provocaram a 2ªGM
 Desconfiança em relação à esquerda radical
Por isso:
Valorização de partidos moderados, que apresentam programas de reformas
sociais e de melhorias das condições de vida das populações:
 Seguem a via reformista de Bernstein
 Inspiram-se nas doutrinas Keynesianas que defendem a intervenção do
Estado para garantir o bem-estar social.

O período de prosperidade, vivido no mundo capitalista, depois da 2ª GM, foi


indissociável da ascensão ao poder de governos cujas políticas visaram o bem-
estar e a qualidade de vida dos cidadãos. A reestruturação política era crucial
numa Europa marcada e destruída pela guerra e pela memória dos regimes
totalitários.
Aos governos cabia não só a manutenção das liberdades e garantias
individuais dos cidadãos, asseguradas pelas democracias, mas também
providenciar melhores condições de vida, combater injustiças, as
desigualdades sociais e solucionar os problemas do capitalismo.

Estado-Providência (Welfare State) – implementado na europa a partir de


1942
O Estado assume-se como uma força reguladora da economia, promotora do
emprego e do crescimento económico.

Do ponto de vista ideológico, os vários governos ocidentais tinham em comum


o objetivo de afastar, definitivamente, o ressurgimento dos fascismos, e travar,
o avanço do comunismo. Foi neste contexto que se afirmaram na Europa,
como principais ideologias, ligadas ao exercício do poder, a social-
democracia e a democracia cristã.

Social-democracia:
 Socialismo reformismo
 Maior intervenção do estado

Democracia-cristã:
 Inspira-se na doutrina social da igreja
 Mais conservador, mas defende igualmente a justiça social, os direitos e
o respeito pela dignidade dos trabalhadores

Aspetos comuns:
 Intervenção do Estado (maior ou menor) na economia para corrigir
desvios; criar emprego e promover condições de vida
 Controlo dos setores chave da economia. Bancos seguros, setor
energético, transportes e mineração (garantir os fundos para as
reformas sociais) total ou parcialmente nacionalizados.
 Taxação progressiva dos rendimentos (impostos mais altos para quem
ganha mais)
 Atribuição de apoios sociais (subsídios, serviço nacional de saúde e
educação gratuitas, programas de habitação social, pensões…)
 Combate ao desemprego – aumento dos postos de trabalho, serviços
públicos, obras públicas, incentivos à contratação

A implementação do Estado-providência reduziu substancialmente a miséria e


a agitação social tendo contribuído decisivamente para o crescimento
económico das décadas seguintes «30 gloriosos».
O mundo capitalista: a prosperidade económica e a sociedade de
consumo
O mundo capitalista conheceu um período de prosperidade a partir de 1947
até ao início dos anos 70. Os quase 30 anos de crescimento económico
ficaram conhecidos como «Os trinta gloriosos». Durante este período, os
EUA reforçaram o seu poder económico e contribuíram para a recuperação e
prosperidade dos países da europa ocidental.

Fatores que contribuíram para a prosperidade económica


 Instituição do Estado-providência: os apoios sociais permitiram
assegurar o consumo e nível de vida, mesmo nos escalões mais baixos
da sociedade. O investimento na saúde, educação e outras
infraestruturas, criou empregos.
 O baby-boom além de aumentar a mão de obra e estimular o consumo e
a produção, também estimulou a criação de equipamentos socias,
criando postos de trabalho (escolas, creches, hospitais…)
 Ajuda económica do plano Marshall
 A abertura do espaço económico e internacionalização – Mercado
Mundial alargado – acordos de cooperação internacional, liberdade de
comércio e estabilidade financeira – Bretton Woods e GATT
 Instituições de apoio ao desenvolvimento económico – FMI, BIRD,
OECE / OCDE
 Criação de espaços de cooperação económica – BENELUX e CEE
 Asseguram uma base monetária estável; criação de instituições
internacionais que regulavam o sistema monetário e de pagamentos
internacional (FMI e BIRD ou Banco Mundial) e desenvolveram a
cooperação comercial e monetária entre as nações; criação de acordos
que suprimem as barreiras alfandegárias e fornecem o comércio livre
(GATT)
 Aceleração do progresso tecnológico e recurso a novas fontes de
energia – fibras sintéticas, plásticas, medicina aeronáutica; inovações
rapidamente introduzidas nos processos de fabrico e na vida quotidiana.
O petróleo substituiu o carvão em larga escala e o seu baixo preço
permite o crescimento económico
 A transformação das empresas – novas formas de gestão;
modernização de equipamentos; maior investimento na pesquisa, novas
formas de concentração: os aglomerados e as multinacionais
 Aumento significativo da população ativa – o baby-boom. Aumento
acelerado da natalidade, imigração e maior utilização da mão de obra
feminina. Mão de obra mais qualificada devido ao aumento da
escolaridade
 Modernização da agricultura – investimento tecnológico e gestão de tipo
empresarial, reduzem a mão de obra e aumentam os lucros. Grandes
complexos agro-industriais
 Crescimento do setor terciário – alteração da estrutura da população
ativa por setores: a mão de obra é canalizada para o setor terciário. O
aumento do comércio e dos serviços sociais; complexificação da
administração das empresas, absorvem o excedente de mão de obra
pela criação de postos de trabalho. Aumentam as classes médias a par
do nível de vida
 Intervencionismo estatal na economia nas sociais democracias e
democracias-cristãs – teve como objetivo prioritário o crescimento
económico, assumindo o controlo dos preços, a promoção do emprego e
o equilíbrio da balança de pagamentos. O grau de intervencionismo
variou conforme a orientação política de cada Estado. Estas políticas
vieram aperfeiçoar a contabilidade e as estatísticas nacionais e
aumentaram as despesas públicas, uma vez que assume o papel de
empregador.

Sociedade de consumo
Durante o período de prosperidade, o aumento da população, o
desenvolvimento tecnológico e o aumento dos salários reais possibilitaram a
criação de novos hábitos de consumo.
Até cerca de 1950, a maior parte do orçamento de uma família média era
destinado à habitação, ao vestuário e à alimentação. A partir desta década, o
rendimento disponível das famílias aumentou, o que permitiu canalizar os
rendimentos para produtos cada vez mais diversificados e não essenciais.
Instaurou-se na Europa a sociedade de consumo que, já desde os anos 20,
caracterizava o modo de vida americano.

 Prosperidade económica = aumento do poder de compra


 Alargamento do mercado a novos potenciais consumidores: donas de
casa (eletrodomésticos) e jovens (com poder económico para adquirirem
bens e opiniões)
 Publicidade/ marketing - «criam» a necessidade de adquirir bens –
mensagens apelativas
 Fácil acesso ao crédito

O Estado tornou-se o garante do bem-estar social, o dinamizador e o regulador


da atividade económica. Neste sentido, o modelo do Estado-providência
afirmou-se como um importante fator de crescimento económico durante «Os
trinta gloriosos».

O mundo comunista: o expansionismo soviético


Meios de expansão
 Prestígio do exército vermelho nos países libertados do leste e da ásia
que tinham estado submetidos ao domínio nazi ou japonês
 Criação de governos de coligação, onde o partido comunista assumia
postos chave
 Eliminação de outros partidos e possíveis opositores, acusando-os de
traição e colaboracionismo com os nazis. Os outros partidos de
esquerda acabam por se fundir com o partido comunista
 Constituição de democracias populares que seguem o modelo político e
económico soviético
 Adesão obrigatória ao Pacto de Varsóvia, como meio de domínio militar
e político sobre esses países
 Repressão violenta de qualquer tentativa de abandono ao Pacto d
Varsóvia ou do modelo soviético; caso da repressão da Hungria e na
Checoslováquia

Na Europa
A sovietização do leste da Europa consolidou-se a partir de 1948 com a
transformação de oito Estados em democracias populares. Na Polónia, na
Roménia, na Bulgária, na Hungria, na Checoslováquia, na Jugoslávia, na
Albânia e na RDA, os partidos comunistas instalaram-se no poder.

Democracia popular
Designa os regimes políticos que surgiram depois da 2ª GM, na Europa central
e oriental e, posteriormente, na Ásia (Coreia do Norte, Vietname do Norte e
China). O partido comunista, representante do proletariado, enquanto partido
único, determina a política do governo e dirige a sociedade.
 Politicamente: sistema de partido único, centralismo democrático
 Economicamente: economias coletivizadas e planificadas

Nestes países de democracia popular, imperou a ideologia e o modelo


soviético, ao qual estes países se subordinaram, constituindo-se como
satélites da URSS. A aliança das democracias populares com a URSS foi
reforçada em termos militares, pela formação do Pacto de Varsóvia.

A URSS garantia, nos países satélite, a manutenção do seu poder. No entanto,


o domínio da URSS nesses países conheceu algumas cisões, como no caso
da Jugoslávia de Josef Tito e da Albânia de Hoxha. A Jugoslávia tentou
afastar-se do domínio absoluto de Estaline e implementou uma via própria de
socialismo. A Albânia, nos anos 60, não aceitou a condenação da política de
Estaline, feita depois da sua morte (desestalinização), por Kruschev, o novo
líder soviético, e rompeu com a URSS.

A hegemonia soviética na Europa de leste fez-se também pela força das


armas, pondo fim a qualquer tentativa de dissidência. Os movimentos de
contestação ao domínio soviético foram fortemente reprimidos na
Hungria, em 1956, e na Checoslováquia, em 1968.
Na RDA a fuga continua de alemães para a RFA abalou o apaziguamento
da Guerra Fria. De 12 para 13 de agosto de 1961, o governo da RDA iniciou a
construção do Muro de Berlim.

Na Ásia
A guerra da Coreia 1950-1953
A Coreia foi libertada pelo exército americano a sul, e soviético a norte. Apesar
dos tratados de paz, preverem a realização de eleições livres, elas nunca se
vão realizar, pois americanos e soviéticos não se entendem quanto ao futuro
político da Coreia.
Assim a Coreia fica dividida em dois estados: um comunista, a norte, apoiado
pela URSS; outro capitalista, a sul, apoiado pelos EUA – Paralelo 38
A 1950, as forças comunistas tentam ocupar a Coreia do Sul, para reunificar o
território e impor o governo comunista. A reação americana acabou por fazer
recuar as forças comunistas e repor a linha divisória ao longo do paralelo 38.
1º conflito armado da Guerra Fria (Estaline e Truman)
A China tornou-se o maior Estado comunista na Ásia após o fim da 2ª GM. Mao
Tsé-Tsung fundou a República popular da China em 1949. Reconhecido pela
URSS, o novo estado comunista contribuiu para alargar, de forma decisiva, a
influência soviética na Ásia. Em fevereiro de 1950, a China assinou o tratado
de Amizade, aliança e assistência mútua com a URSS, confirmando o
alinhamento da nova república popular com o modelo soviético. Entre 1949 e
1956, a China de Mao seguiu o modelo soviético.

A Guerra do Vietname, um dos conflitos mais longos da Guerra Fria, terminou


com a derrota do sul e dos americanos, com a reunificação do país e com a
instauração, em 1975, da República socialista do Vietname.

Na América e na África
A Guerra Fria deslocou-se também para o continente americano, onde EUA e
URSS, disputaram zonas de influência. Cuba, nos anos 60, foi um dos cenários
de maior tensão entre as duas superpotências.

A Crise dos Mísseis de Cuba


Fidel Castro, em 1953, liderou um golpe de estado falhado, contra o governo
ditatorial de Fulgêncio Batista, presidente cubano, apoiados pelos EUA. Mais
tarde, Fidel liderou a Revolução Cubana, que destituiu, em 1959, o governo de
Fulgêncio. Foi instaurado um Estado socialista Revolucionário que
implementou uma série de reformas no sentido de abolir a propriedade privada
e nacionalizar a economia.
Os EUA receosos com a propagação do comunismo no continente americano,
iniciaram um embargo a Cuba. Fidel Castro aproximou-se progressivamente,
da URSS. Em 1962, a URSS respondeu à invasão da Baía dos Porcos e à
colocação de mísseis americanos, voltados à União Soviética. Kruschev
ordenou a instalação de misseis em Cuba, capazes de alcançar os EUA. em
Cuba, capazes de alcançar os EUA. Desencadeou-se assim a Crise dos
Mísseis de Cuba. O mundo ficou suspenso pelo terror, pois o risco de eclosão
de uma guerra nuclear era eminente.

O impacto da crise
Dada a gravidade dos acontecimentos os líderes mundiais aperceberam-se
que a coexistência pacífica entre os dois blocos, estava gravemente
ameaçada. Os líderes das duas superpotências, iniciaram conversações para a
limitação dos arsenais nucleares e instalaram uma linha telefónica direta entre
Washington e o Kremelin para ser usado em períodos de maior tensão. Esta
fase designa-se Desanuviamento detente de gelo ou apaziguamento. Os
esforços vão conduzir à assinatura em 1972 ao 1º acordo do desarmamento, o
SALT I
Apesar do desanuviamento nas relações entre os dois blocos que se seguiu à
crise, Cuba tornou-se um ponto de difusão do comunismo na América latina,
apoiando as guerrilhas revolucionárias dos países vizinhos. Também em África,
cubanos e soviéticos, vão participar diretamente nas guerras coloniais em
Angola e Moçambique, que se seguiam à independência. Estava em causa
assegurar a sua influência no continente africano.
(Kruschev e Kennedy)

Opções e realizações da economia de direção central


Estaline após a 2ªGM
 Retoma o modelo de economia planificada e coletivizada, utilizado antes
da guerra
 Este modelo é imposto aos países do bloco de leste, que passam por
um processo de coletivização e planificação económica, industrializando
rapidamente
 Reconstrução e reconversão da economia visando reforçar o poder
económico e militar da URSS na procura da superioridade no contexto
da Guerra Fria. Assim as prioridades estabelecidas no 4º e no 5º plano
quinquenal são:
1. Prioridade do relançamento do setor hidroelétrico e siderúrgico e
da indústria pesada em geral, para que a URSS pudesse retomar
o seu lugar como potência industrial
2. Investigação científica na área da produção de armamento e
conquista do espaço
3. Desenvolvem-se os meios de comunicação
4. Esquecem as carências da população soviética em termos de
bens de consumo e sacrificam a produção agrícola

A era Kruschev
Herda as assimetrias económicas do período anterior: (estagnação da
agricultura; falta de bens de consumo, devido à falta de investimento; má
gestão e desinteresse dos trabalhadores) o excesso de dirigismo impedia a
criatividade, a inovação e a gestão burocrática das empresas e explorações
agrícolas (privilegiava a qualidade e não a quantidade). Inicia um processo de
desestalinização:
 Critica o exagero do culto do chefe/ personalidade de que Estaline foi
alvo
 Critica os abusos de poder e o uso da tortura e da repressão em
relação aos opositores, pois isso punha em causa os princípios do
próprio partido
 Iniciou uma liberalização em termos políticos e económicos, mas sem
abandonar os princípios do marxismo-leninismo.

Ao nível da economia Kruschev, assume como prioridade ultrapassar a


produção de bens dos países capitalistas no espaço de 10 anos:
 O aumento da produção de bens de consumo, construção de
habitações, reformas agrícolas, em detrimento da indústria pesada (o 6º
plano -1956 a 1960 – foi substituído pelo plano septenal de 1959-1965)
 Mantêm o dirigismo económico, mas com maior flexibilidade, planos de
7 anos, ajustável anualmente para que a economia soviética pudesse
responder à concorrência dos países capitalistas
 Concessão de regalias aos trabalhadores: diminuição do horário
semanal de trabalho e da idade da reforma, atribuição de prémios de
produtividade.

Resultados:
 A produção total de bens e serviços continuou muito abaixo dos EUA
 O programa de arroteamento de terras para agricultura (sibéria ocidental
e Cazaquistão) foi um fracasso
 Houve alguma melhoria na qualidade de vida das populações

A era Brejnev (1964-1982)


O regresso a um comunismo de linha dura e a um intenso culto da
personalidade tiveram os seus efeitos na orientação económica:
 Aumentou a burocracia e a corrupção
 Privilegiou-se novamente a produção industrial militar
 Exploração de recursos naturais na Sibéria (ouro, petróleo e gás natural)
mas a custos elevados
 Produção agrícola insuficiente para abastecer a população
 A estabilidade dos preços dos bens essenciais mantinha-se á custa dos
subsídios estatais
 Estagnação económica e agravamento da qualidade de vida da
população
 Os custos sociais dessa orientação económica foram pesados: entre
1970 e 1980, a esperança média de vida desceu de 69,3 para 67,7 anos
e a mortalidade infantil elevou-se de 24,7 para 27,3 por mil
 Grandes despesas com o apoio dos estados satélite
 Disparidade entre o estatuto de superpotência militar e a sua
estagnação económica

A conquista do espaço
Estava em causa a hegemonia das duas superpotências, pois era uma forma
de afirmar a superioridade.
Também significava uma vantagem estratégica que podia marcar a diferença
em caso de conflito entre os EUA e a URSS. A competição nesta área, tal
como na do armamento foi feroz e motivo de muitas ações de sabotagem e
espionagem das duas partes.
A liderança da URSS assustou os americanos que na administração Kennedy,
vão concentrar todos os seus esforços na chega à lua.
1969 – Neil Armstrong – primeiro homem na lua (americano)

A ascensão da Europa
Antecedentes da criação da CEE
1946 – Churchill lança a ideia de uma «europa unida»
 Recuperação económica
 Solidariedade entre os povos da Europa e a noção de uma cidadania
comum
 «Estados unidos da europa» - resistirem aos interesses das novas
potências

1948 – Criação do BENELUX – Bélgica, Holanda, Luxemburgo


A ideia da cooperação económica entre estados (Bretton Wood, GATT) é
posta em prática com resultados muito positivos.

1946-1960 – Criação de várias organizações europeístas (defendem a união da


europa)
Encontros, debates e conferências

1949 – Conselho da europa


Organização intergovernamental para promover os interesses comuns dos
europeus

Motivos de reforço da unidade europeia


 Defender os interesses da Europa, face a rivalidades das duas
superpotências
 Evitar que os países europeus fossem um «joguete» no contexto da
Guerra Fria
 Afastar a ameaça soviética e defenderem os interesses económicos dos
europeus, face à concorrência dos EUA

Europeístas
 Federalistas: alargada e profunda intervenção, chegando ao nível
económico
 Unionistas: apenas a nível económico
Declaração Shuman – 1950
Anuncia a cooperação entre a França e a Alemanha (capitalista) na produção
de carvão e do aço
 Dá o exemplo para outros países ultrapassarem as suas rivalidades
 Esta aberta à integração de outros países
 Visa promover a paz e o equilíbrio mundial

Criação da CECA – 1951


(comunidade europeia do carvão e do aço) – França, Itália, RFA, BENELUX

Sucesso da CECA (presidida por Jean Monet)


1957 – Assinatura do Tratado de Roma – Cria oficialmente a CEE
Previa a livre circulação de pessoas e mercadorias no espaço comunitário;
prestação de serviços; uma pauta alfandegária comum e a PAC (política
agrícola comum)

EUROATOM – 1958
Tinha como objetivo regular a produção de energia atómica para fins cívicos

Inicialmente – oposição da Inglaterra


A Inglaterra reagiu fortemente à criação da CEE, criando uma organização
rival, a EFTA, em 1960, para salvaguardarem os seus interesses e criarem
uma zona de comércio livre. Aderiram outros países como Portugal,
Dinamarca, Suécia…

1970 – Primeiro alargamento da CEE


Inglaterra, Irlanda e Dinamarca – europa dos 9

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