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NASCIMENTO E

AFIRMAÇÃO DE UM NOVO
QUADRO GEOPOLÍTICO
A reconstrução do pós-guerra
A definição de áreas de influência
◦ Quando o mundo emergiu da Segunda Guerra Mundial, era já clara a alteração de forças nas relações
internacionais.
◦ Antigas potências como a Alemanha e o Japão, que tinham sonhado com grandes domínios territoriais,
saíam da guerra vencidas e humilhadas.
◦ Outras, como o Reino Unido e a França, embora vitoriosas, viam-se empobrecidas e dependentes da
ajuda externa.
◦ No quadro da ruína e desolação do pós-guerra, só duas potências se agitavam: a URSS e os E.U.A.
A construção de uma nova ordem
internacional: as conferências de paz

◦ Entre 4 e 11 de Fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill


reúnem-se em Ialta, com o objetivo de estabelecer as regras que devem
sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra.
 definiram-se as fronteiras da Polónia;
 estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em 4 áreas de
ocupação dirigidas pelo Reino Unido, pelos EUA, pela URSS e pela
França;
 decidiu-se a reunião da conferência preparatória da Organização das
Nações Unidas;
 estipulou-se o supervisionamento dos "três grandes" na futura
constituição dos governos dos países de leste com base no respeito pela
vontade política das populações;
 estabeleceu-se a quantia de 20 000 milhões de dólares pelas reparações
de guerra a pagar pela Alemanha.
Estabeleceu-se um acordo quanto às zonas de influência dos regimes
comunista e capitalista e, embora sem qualquer documento formal, o certo
é que esta hipotética partilha da Europa foi sempre respeitada.
A conferência de
Potsdam
◦ Alguns meses mais tarde, em finais de Julho, reuniu-se em Potsdam uma
nova conferência com o fim de consolidar os alicerces da paz. A
conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso do que a de
Ialta.
◦ A conferência encerrou sem alcançar uma solução definitiva para os países
vencidos, limitando-se a ratificar e pormenorizar os aspetos já concordados
em Ialta:
 a perda provisória da soberania da Alemanha e a sua divisão em 4 áreas de
ocupação;
 a administração conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em 4
sectores de ocupação;
 o montante e o tipo de indemnizações a pagar pela Alemanha;
 o julgamento dos criminosos de guerra nazis por um tribunal internacional;
 a divisão, ocupação e desnazificação da Áustria, em moldes semelhantes
aos estabelecidos para a Alemanha.
O novo quadro
geopolítico
◦ Para além de consideráveis ganhos territoriais, a guerra deu à União
Soviética um enorme protagonismo internacional. Estaline
participava agora, como parceiro de primeira grandeza, na definição
das novas coordenadas geopolíticas.
◦ A URSS detinha, assim, vantagem estratégica no Leste Europeu.
Embora os acordos de Ialta previssem o respeito pela vontade dos
povos, na prática tornava-se impossível contrariar a hegemonia
soviética, que não tardou a impor-se: Entre 1946 e 1948, todos os
países libertados pelo exército vermelho resvalaram para o
socialismo. Em pouco tempo, a vida social, política e económica
dos países de Leste foi reorganizada em moldes semelhantes aos da
União Soviética.
◦ Em 1946, Churchill pronunciou um discurso onde utilizou a célebre expressão:
"cortina de ferro" para qualificar o isolamento a que estavam votados os países da
Europa de Leste colocados "sob a esfera soviética" e, por isso, fechados ao diálogo
com as democracias ocidentais.
◦ Em 1947, o presidente Truman (E.U.A) descreveu-se a divisão política do mundo em
dois "modos de vida":
 o modo de vida do bloco ocidental, caracterizado "pelas instituições livres“.
 o modo de vida do bloco de leste, que "assenta no terror e na opressão“.
◦ Declarou a sua intenção de auxiliar económica e financeiramente os países da
Europa de maneira a conter a expansão do comunismo (política de contenção).
◦ No mesmo ano, Andrej Jdanov retorquiu designando:
 os E.U.A, a Inglaterra e a França como "campo imperialista e
antidemocrático";
 a URSS e as "novas democracias" "forças anti-imperialistas e democráticas".
A questão Alemã
◦ A expansão do comunismo no 1.º ano de paz fez com que ingleses e americanos olhassem a Alemanha,
não já como o inimigo vencido, mas como um aliado imprescindível à contenção do avanço soviético. O
renascimento alemão tornou-se uma prioridade para os Americanos, que intensificaram os esforços para
a criação de uma república federal constituída pelos territórios sob ocupação das três potências
ocidentais, a República Federal Alemã (RFA)
◦ A União Soviética protestou vivamente contra aquilo que considerava uma clara violação dos acordos
estabelecidos mas acabou por desenvolver uma atuação semelhante na sua própria zona, que conduziu à
criação de um Estado paralelo, sob a alçada soviética, a República Democrática Alemã (RDA).
◦ Este processo de divisão trouxe para o centro da discórdia a situação de Berlim, já que na capital, situada
no coração da área soviética, continuavam estacionadas as forças militares das três potências ocidentais.
O Bloqueio de Berlim, que se prolongou de Julho de 1948 a Maio de 1949, foi o 1ºa medir forças entre
as duas superpotências.
A organização das Nações Unidas
◦ O projeto ficou acordado na Conferência de Teerão e foi depois ratificado em Ialta, onde se decidiu a convocação de uma
conferência com o fim de redigir e aprovar a Carta fundadora das Nações Unidas.
◦ Iniciada no dia 25 de Abril de 1945, a Conferência contou com os delegados de 51 nações que afirmara, na Carta das Nações
Unidas, a sua vontade conjunta de promover a paz e a cooperação internacionais. Segundo a Carta, a Organização foi criada com os
propósitos fundamentais de:
 manter a paz e reprimir os atos de agressão;
 desenvolver relações de amizade entre os países do mundo, baseados na igualdade e no seu direito à autodeterminação;
 desenvolver a cooperação internacional no âmbito económico, social e cultural e promover a defesa dos direitos humanos;
 funcionar como centro harmonizador.
◦ A defesa dos Direitos do Homem Sob o impacto do holocausto e disposta a impedir as atrocidades cometidas durante a 2ª guerra
mundial, a ONU tomou uma feição profundamente humanista que foi reforçada pela aprovação da Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Esta Declaração não se limita a definir os direitos e liberdades fundamentais(direito à vida, liberdade de
reunião, associação, expressão, etc.). Os seus redatores atribuíram um importante espaço às questões económico-sociais (direito
ao trabalho, ao descanso, ao ensino...), por as considerarem imprescindíveis a uma vida digna e verdadeiramente livre.
Órgãos de Funcionamento
◦ Assembleia Geral: Reúne um representante de cada país do mundo. A Assembleia Geral debate, à semelhança de um
parlamento, os assuntos de interesse da organização.
◦ Conselho de Segurança: é composto por 15 membros, 5 dos quais permanentes(os os EUA, a Rússia, o Reino Unido, a
França e a China)[basta um deles opor- se a uma resolução - exercendo o direito de veto - para que essa decisão seja
bloqueada] e 10 flutuantes, eleitos pela Assembleia geral por 2 anos. É o Conselho de Segurança que tem poderes para agir +
diretamente na preservação da paz, podendo decidir sanções económicas e a intervenção militar da ONU.
◦ Secretariado Geral: O secretariado-geral das Nações Unidas exerce funções diplomáticas cruciais na resolução dos conflitos
do mundo. É eleito pela Assembleia Geral para um mandado de 5 anos (renovável) O secretário-geral toma parte das reuniões
do Conselho de Segurança mas sem direito a voto. - representa praticamente todos os povos do mundo.
◦ Conselho Económico e Social: destina-se a cumprir o objetivo da cooperação económica, social e cultural previsto na Carta
das Nações Unidas. Atua por meio de agências especializadas e outros órgãos específicos q se encontram sobre a sua tutela.
◦ Tribunal Internacional de Justiça: destina-se a resolver, por via pacífica, as quezílias entre os povos, fazendo com que estes
respeitem as leis do direito internacional. - órgão máximo da justiça internacional.
◦ Conselho de Tutela: este organismo administrava os territórios entregues à ONU, porém, desde 1994 reúne, apenas,
ocasionalmente, pois já não tem territórios à sua guarda.
A ONU, que desde 1952 tem sede permanente em Nova Iorque, agrega hoje todos os povos do mundo (191 países). Embora
tenha desenvolvido um importante papel no toca à cooperação internacional, a sua atuação ficou aquém das expectativas no que
As novas regras da economia
internacional
◦ O ideal de cooperação económica
◦ O planeamento do pós-guerra não se processou apenas a nível político. Em julho de 1944, um grupo de conceituados
economistas de 44 países reuniu-se em Bretton Woods (EUA) com o fim de prever e estruturar a situação monetária e
financeira do período de paz. Convictos de que o nacionalismo económico dos anos 30 prejudicara seriamente o
crescimento económico, os Estados Unidos preparam-se para liderar uma nova ordem económica baseada na cooperação
internacional.
◦ Como estrutura de fundo, procedeu-se à criação de um novo sistema monetário internacional que garantisse a
estabilidade das moedas indispensável ao incremento das trocas. O sistema assentou no dólar como moeda-chave. Na
mesma conferência, e com o objetivo de operacionalizar o sistema, criaram-se 2 importantes organismos:
 o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao qual recorreriam os bancos centrais dos países com dificuldades em
manter a paridade fixa da moeda ou equilibrar a sua balança de pagamentos;
 o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), também conhecido como Banco
Mundial, destinado a financiar projetos de fomento económico a longo prazo.
◦ Só em 1947, na Conferência Internacional de Genebra, se assinou um Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT),
em que 23 países signatários se comprometeram a negociar a redução dos direitos alfandegários e outras restrições
comerciais.
A ajuda americana e a contraposição
soviética
◦ Apesar das medidas tomadas para a reorganização do pós-guerra a Europa viu-se incapaz de reerguer, sozinha, a
sua economia. É neste contexto que o secretário de Estado americano George Marshall anuncia, em Junho de
1947, um gigantesco plano de ajuda económica à Europa, convidando-a a resolver em comum os seus problemas.
◦ Este programa de auxílio, conhecido como Plano Marshall, foi acolhido com entusiasmo pela generalidade dos
países ocidentais. Para uma eficiente distribuição dos fundos do plano criou-se, em Paris, a OECE (Organização
Europeia de Cooperação Económica), que integrou os EUA e os 16 países que aceitaram a ajuda americana. Em
Janeiro de 1949. Moscovo “responde” ao Plano Marshall com o Plano Molotov, que estabelece as estruturas de
cooperação económica da Europa Oriental. Foi no âmbito deste plano que se criou o COMECON (Conselho de
Ajuda Económica Mútua), instituição destinada a promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas,
sob a égide da União Soviética. A OCDE e a COMECON funcionaram como áreas económicas transnacionais,
coesas e distintas uma da outra. No final, a OCDE e a COMECON contribuíram para reforçar, pela via
económica, a “cortina de ferro” entre o Ocidente e a URSS.
A primeira vaga de descolonizações
Uma conjuntura favorável à descolonização
◦ As 2 décadas que se seguiram à 2ª Guerra Mundial viram desaparecer extensos impérios coloniais, com séculos de
existência.
◦ A guerra abalou o prestígio dos europeus. Na Ásia, deixa bem patente a sua superioridade do Japão, potência local. Nem
mesmo a sua posterior derrota frente ao poderio americano foi capaz de restabelecer o prestígio da Europa na região.
◦ A guerra “acordou” os dominados. A incorporação de contingentes das colónias nos exércitos aliados contribuiu para a
tomada de consciência da injustiça colonial. A guerra exigiu dos territórios coloniais pesados sacrifícios, contribuindo
para aumentar o descontentamento contra o dominador estrangeiro. Finalmente, a guerra fragilizou, em termos
económicos e políticos, os Estados Europeus que se veem a braços com uma onde de contestação anticolonialista que não
conseguem contrariar.
◦ Aos efeitos demolidores da guerra juntaram-se as pressões exercidas pelas duas superpotências, que apoiam os esforços
de libertação dos povos colonizados.
◦ Os Estados Unidos sempre se mostraram adversos à manutenção do sistema colonial. A URSS atua em nome da ideologia
marxista e não desperdiça a possibilidade de entender, nos países recém-formados, o modelo soviético. Também a ONU,
fundada sob o signo da igualdade entre todos os povos do mundo, se constituirá como um baluarte internacional da
descolonização.
O tempo da Guerra Fria – A
consolidação de um mundo bipolar
◦ O afrontamento entre as duas superpotências e os seus aliados prolongou-se até meados dos anos 80, altura em
que o bloco soviético mostrou os primeiros sinais de fraqueza. Durante este longo período, os EUA e a URSS
intimidaram-se mutuamente, gerando um clima de hostilidade e insegurança que deixou o mundo num
permanente sobressalto. Éeste clima de tensão internacional que designamos por Guerra Fria.
◦ Guerra Fria: Expressão criada para designar o estado de tensão entre os EUA e a URSS a seguir à 2ª guerra
mundial, que se caracterizou pelo facto de as duas potências não registarem qualquer confronto directo, mas
interferirem em conflitos à escala regional em campos opostos. A guerra fria foi uma autêntica “guerra de
nervos” em que cada bloco se procurou superiorizar ao outro. Uma gigantesca máquina de propaganda
inculcava nas populações a ideia da superioridade do seu sistema e a rejeição e o temor do lado contrário, ao
qual se atribuíam as intenções mais sinistras e os planos mais diabólicos. Mais do que ambições hegemónicas
das duas superpotências, eram duas concepções opostas de organização política, via económica e estruturação
social que se confrontavam: de um lado, o liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual; do
outro, o marxismo, que subordina o indivíduo ao interesse da coletividade.
O Mundo Capitalista
◦ A política de alianças dos Estados Unidos
◦ Em termos político-militares, a aliança entre os ocidentais não tardou também a oficializar-se. A tensão provocada pelo
bloqueio de Berlim acelerou as negociações que conduziram, em 1949, ao Tratado do Atlântico Norte, firmado entre
os Estados Unidos, o Canadá e 10 nações europeias. A operacionalização deste tratado deu origem à Organização do
Tratado do Atlântico Norte – OTAN (ou NATO, em inglês). O pacto da OTAN é bem demonstrativo da desconfiança
que então impregnava as relações internacionais. A aliança apresenta-se, assim, como uma organização puramente
defensiva, empenhada em resistir a um inimigo que está omnipresente: a União Soviética. Esta sensação de ameaça e a
vontade de consolidar a sua área de influência lançaram os EUA numa autêntica “pactomania” que os levou a
constituir um vasto leque de alianças, um pouco por todo o mundo. Para além da OTAN, firmaram-se alianças
multilaterais na América. Estas alianças foram complementadas com diversos acordos de carácter político e
económico, de tal forma que, cerca de 1959, 3 quartas partes do mundo alinhavam, de uma forma ou de outra, pelo
bloco americano.
A política económica e social das
democracias ocidentais
◦ No fim da 2ª guerra mundial, o conceito de democracia adquiriu, no ocidente, um novo significado. Para além
do respeito pelas liberdades individuais, do sufrágio universal e do multipartidarismo, considerou-se que o
regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos.
◦ As duas forças políticas que, nesta época, sobressaíram na Europa – o socialismo reformista e a democracia
cristã – encontravam-se fortemente imbuídas de preocupações sociais. Embora de quadrantes muito diferentes,
socialistas e democratas-cristãos saíram da guerra prestigiados. É assim que, logo em 1945, as eleições inglesas
dão a vitória ao Partido Trabalhista, liderado por Clement Atlee, que substitui Winston Churchill (Partido
Conservador) à frente do governo britânico.
◦ Um pouco por todo o lado, partidos de orientação idêntica viram elevar-se os seus resultados eleitorais tendo,
em alguns casos, tomando também as rédeas do poder, como aconteceu na Holanda, nos países Escandinavos
(Dinamarca, Noruega, Suécia) e na República Federal Alemã.
◦ Os adeptos da social-democracia conjugam a defesa do pluralismo democrático e dos princípios da livre concorrência económica
com o intervencionismo do Estado, cujo objetivo é o de regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos.
◦ Social-Democracia: Corrente ideológica cujas origens remontam ao pensamento de Eduard Bernstein, nos finais do séc. XIX,
que, partindo da crítica ao sistema capitalista e à necessidade de revisão do marxismo, ao negar nomeadamente a luta de classes,
defendeu a construção do socialismo através de reformas graduais levadas a cabo por governos resultantes de processos eleitorais
democráticos. A democracia-cristã tem a sua origem na doutrina social da igreja que condena os excessos do liberalismo
capitalista, atribuindo igualmente aos estados a missão de zelar pelo bem-comum.
◦ Os democratas-cristãos consideram que o plano temporal e espiritual embora distintos, não se podem separar. Os princípios do
cristianismo devem enformar todas as ações dos cristãos. Propõem uma orientação profundamente humanista, alicerçada na
liberdade, na justiça e na solidariedade. Procura-se subverter o espírito essencialmente laico da democracia transformando-o num
campo de aplicação de valores intrinsecamente cristãos. Sociais-Democratas e Democratas-cristãos convergem no mesmo
propósito de promover reformas económicas e sociais profundas. Na Europa do pós-guerra, os governos lançam-se num vasto
programa de nacionalizações. O Estado torna-se o principal agente económico do país, o que lhe permite exercer a sua função
reguladora da economia.
◦ Paralelamente, revê-se o sistema de impostos, reforçando-se o carácter progressivo das taxas. Um tal conjunto de medidas
modificou, de forma profunda, a conceção liberal de Estado dando origem ao Estado Providência
◦ A superação das dificuldades associadas à crise de 1929
implicou o aumento da intervenção do Estado nos planos
económico e social e o nascimento do Estado-
Providência ou do bem-estar social [onde cada cidadão
tem asseguradas as suas necessidades básicas “do berço

A afirmação do
ao túmulo”].
◦ Ainda durante a guerra, o empenhamento do Estado nas

Estado-
questões sociais foi ativamente defendido por Beveridge.
Este confiava que um sistema social alargado teria como
efeito a eliminação dos “cinco grandes males sociais”:
Providência carência, doença, miséria, ignorância e ociosidade. A
abrangência das medidas adotadas em Inglaterra e a
ousadia do estabelecimento de um sistema de saúde
assente na gratuidade total dos serviços médicos e
extensivo a todos os cidadãos, serviram de modelo à
maioria dos países europeus.
Características principais:

◦ O sistema de proteção social generaliza-se a toda a população: passando a acautelar as situações de


desemprego, acidente, velhice e doença; estabelecem-se prestações de ajuda familiar. Ampliam-se
as responsabilidades do Estado no que respeita à habitação, ao ensino e à assistência médica. Este
conjunto de medidas visa um duplo objetivo:
Reduz a miséria e o mal-estar social contribuindo para uma repartição mais equitativa da
riqueza;
Assegura uma certa estabilidade à economia, já que evita descidas drásticas da procura como
a que ocorreu durante a crise dos anos 30.
◦ O crescimento económico do pós-guerra estruturou-se em bases sólidas.
◦ Os governos não só assumiram grandes responsabilidades económicas,
como delinearam planos de desenvolvimento coerentes, que permitiram
estabelecer prioridades, rentabilizar a ajuda Marshall e definir diretrizes
futuras.
◦ Externamente, os acordos de Bretton Woods e a criação de espaços

A prosperidade
económicos alargados (como a CEE) tiveram um papel semelhante,
harmonizando e fomentando as relações económicas internacionais.

Económica ◦ O capitalismo emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge.


Entre 1945 e 1973,a produção mundial mais do que triplicou.
◦ As economias cresceram de forma contínua, sem períodos de crise.
◦ As taxas de crescimento especialmente altas de certos países, como a
RFA, a França, o Japão, surpreenderam os analistas, que começaram a
referir-se-lhes como “milagre económico”.
◦ Estes cerca de 30 anos de uma prosperidade material sem precedentes
ficaram na História como os “Trinta Gloriosos”.
Os “Trinta Gloriosos”
◦ Nesse período deu-se um forte crescimento da produção
de energia, decuplicou (10 vezes mais);
◦ Desenvolvimentos dos transportes aéreos, marítimos e
terrestres;
◦ A produção agrícola quadruplicou;
◦ Aumento da produção de bens e serviços;
◦ Em média o Produto Interno Bruto (PIB) mundial
triplicou;
As causas do crescimento:
◦ O Baby Boom. O fim da guerra favoreceu um forte
crescimento demográfico que originou um aumento do
mercado consumidor;
◦ Subida generalizada dos salários promove o consumo;
◦ Liberalização das trocas comerciais internacionais
favoreceu a circulação de mercadorias;
◦ A intervenção do Estado na promoção da qualidade de
vida dos cidadãos contribuiu para aumentar o seu
poder de compra.
As causas do crescimento:
◦ Aceleração do progresso científico e tecnológico. Alguns falam da “Terceira Revolução Industrial”;
◦ Mais e mais bem preparada mão de obra;
◦ Disponibilidade de capitais investidos na produção;
◦ Aumento da concentração empresarial e do número de multinacionais disponibilizam novos produtos
para consumo;
◦ Modernização da agricultura leva a um grande aumento da produtividade;
◦ Crescimento do setor terciários (serviços) que tende a concentrar um maior número de pessoas. A classe
média é cada vez mais numerosa;
Sociedade de
consumo
◦ Nesta época desenvolveu-se a sociedade de
consumo. Sociedade de abundância. O
consumo abrange os bens supérfluos, muitas
vezes confundidos como essenciais à vida. É
também uma sociedade de desperdício;
◦ Na sociedade de consumo as pessoas são
levada a consumir mais do que o necessário;
◦ A publicidade e as vendas a crédito
desempenham um papel fundamental nesta
sociedade;
◦ A sociedade de consumo tinha existido no
período entre as duas guerras nos EUA
estende-se agora ao mundo ocidental;
◦ Torna-se um objetivo essencial das economias
capitalistas na segunda metade do século XX
O Mundo Comunista
◦ Em 1945 existiam dois países comunistas: URSS e Mongólia;
◦ Nos finais dos anos 40 e até aos anos 60, o comunismo é implantado na Europa de Leste, China, Coreia do Norte,
Camboja, Vietname do Norte, Cuba e alguns países da África Negra;
◦ O final da Segunda Guerra Mundial, a ascensão da União Soviética e o desencadear das revoltas nacionalistas e do
processo de descolonização criou as condições favoráveis à expansão do comunismo e ao estreitar de relações entre a
URSS e o novos países saídos da descolonização;
Influência
Soviética
◦ A influência soviética manifestava-se através
de alguns organismos:
COMINFORM – organização internacional
de partidos comunistas da Europa de Leste;
COMECON – Conselho de Assistência Mútua
Económica;
Pacto de Varsóvia – Organização militar
oposta à NATO que agrupava as democracias
populares;
◦ A URSS tutelava todos estes
organismos e os próprios países não
admitindo alterações ao modelos
marxista, ou pelo menos, á
interpretação que a “nomenklatura”
soviética fazia do marxismo;
◦ Quando surgiram rebeliões na
Hungria (1956) e Checoslováquia
(1968) o Exército Vermelho impôs a
ordem;
◦ Brejnev, o líder soviético em 1968,
perante a revolta chamada
“Primavera de Praga”, declarou que
a soberania dos países do Pacto de
Varsóvia estava limitada pelos
superiores interesses do socialismo;
◦ Em 1961, a construção do “Muro de
Berlim”, criou um dos símbolos da
guerra fria;
◦ Entre 1950 e 1953 dá-se a guerra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul;
◦ Em 1949 é proclamada a República Popular da China e é instaurado um regime liderado por Mao Tsé-
Tung, que primeiro é apoiado pelo regime soviético mas que a partir dos anos 60 se afasta da influência
da URSS;
◦ Na Indochina desencadeia-se o processo de libertação do Vietname, primeiro contra a potência colonial,
a França, que levou à formação do Vietname do Norte (comunista) e Vietname do Sul (capitalista) e mais
tarde uma guerra entre os dois Vietname, o do Sul apoiado diretamente pelos Estados Unidos;
◦ Na América Latina, em Cuba, um grupo de guerrilheiros chefiados por Che Guevara e Fidel Castro
derruba o governo do ditador Fulgêncio Baptista que era apoiado pelos EUA;
◦ As ideias socializantes deste grupo leva a uma hostilização do novo regime por parte do EUA, que
organizam uma tentativa para derrubar Fidel, isso vai levá-los a procurar a ajuda soviética;
◦ Em 1962 são instalados mísseis soviéticos na ilha o que lhes
permitia alcançar facilmente território americano;
◦ Os EUA exigem a retirada dos mísseis, e desencadeou-se a
“crise dos mísseis de Cuba” e o mundo esteve à beira de uma
guerra nuclear;
◦ Os soviéticos acabam por aceitar a retirada dos mísseis de
território cubano;
◦ Cuba desempenhou um papel ativo na disseminação do
comunismo, apoiando guerrilhas marxistas em vários países da
América Latina (El Salvador, Nicarágua, Colômbia, Bolívia,
Guatemala) e apoiando alguns regimes africanos, sobretudo em
Angola;
◦ No início da década de 80, a URSS possuía bases e conselheiros
militares em 17 países;
Opções e realizações da economia de
direção central
◦ A Segunda Guerra Mundial veio interromper os Planos Quinquenais e reduziu a produção soviética;
◦ O balanço da guerra foi bastante pesado para a URSS, 20 milhões de mortos, milhares de cidades destruídas, fábricas,
indústrias, vias de comunicação, etc.;
◦ A reconstrução da URSS e dos restantes países comunistas foi realizada rapidamente, e nos anos que se seguiram à
guerra o crescimento económico dos países comunista ultrapassou o dos países capitalistas;
◦ Em 1949 a URSS construía a bomba atómica e em 1957 lançava o primeiro satélite artificial;
◦ Em 1945, na URSS, é lançado o IV Plano Quinquenal, centrado nos setores hidroelétrico, siderúrgico e da investigação
científica;
◦ Nas democracias populares são implantados modelos económicos inspirados no modelo soviético;
◦ Os novos países industrializaram-se rapidamente;
Opções e realizações da economia de
direção central
◦ No entanto o nível de vida das populações não acompanhou esse desenvolvimento económico;
◦ Os horários de trabalho são muito extensos, os salários baixos e existe uma carência de bens de consumo essenciais
porque a agricultura, a construção de habitação, a indústria de produção de bens de consumo e o setor terciário foram
negligenciados;
◦ A falta de habitação condigna e as longas filas para conseguir comprar bens de consumo faziam parte do quotidiano
dessas sociedades;
◦ A partir dos anos 60, a economia planificada começa a demonstrar grandes debilidades e começa a estagnar:
Planificação centralizada;
Direção burocratizada e ineficiente;
Perante esta situação é lançado um vasto programa de reformas económicas nos países de leste;
◦ Nikita Kruchtchev (líder da URSS entre 1953-1964, após a morte de Estaline) procura combater o excesso de
centralismo e burocracia;
◦ Deu prioridade à produção de bens de consumo, na construção de habitação e na produção agrícola;
◦ Propôs ao Ocidente a política de “coexistência pacífica entre os dois blocos”;
◦ Aos planos quinquenais rigorosos opôs planos anualmente ajustáveis, prolongados por 7 anos;
◦ Descentralizou a fomentou a autonomia dos gestores nas fábricas;
◦ Iniciou um sistema de prémios para os trabalhadores mais produtivos;
◦ Os efeitos destas medidas ficaram aquém das expetativas e as economias do bloco socialista continuaram a estagnar;
◦ Leonidas Brejnev (líder da URSS entre 1964-1982) regressou aos processos de centralismo burocrático;
◦ Os planos quinquenais vão dar prioridade à industria militar envolvida na corrida armamentistas com o Ocidente;
◦ As dificuldades económicas continuam a alastrar;
◦ A burocracia e a corrupção sofrem um aumento descontrolado; Era o início do fim do regime soviético;
A Escalada Armamentista
e o Início da Era Espacial

◦ O ambiente de guerra fria que se seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial desenvolve-se numa época da grande
desenvolvimento tecnológico que é colocado ao serviço do aparelho militar;
◦ Em 1949 os soviéticos faziam explodir experimentalmente uma bomba atómica; Perdendo a sua superioridade, os
americanos investem na pesquisa militar e em 1952 testam a primeira bomba de hidrogénio, mil vezes mais potente que a
bomba de Hiroxima;
◦ Estava lançada a “corrida aos armamentos”;
◦ Em 1953 a URSS também testa a sua bomba de hidrogénio;
◦ Inicia-se a produção maciça de armamento nuclear e de misseis de longo alcance pata lançar as bombas;
◦ A corrida ao armamento estendeu-se a todo o tipo de armas;
◦ Os dois rivais faziam crescer as suas forças navais, aéreas e terrestres;
◦ Os EUA triplicaram o seu orçamento para o
exército, em 1952, 80% da orçamento da
URSS estava destinado a despesas
militares;
◦ Estava em andamento a política de
dissuasão. Cada um dos blocos fazia crer
que retaliaria contra qualquer violação por
parte do adversário;
◦ Churchill afirmou que “o mundo vivia no
equilíbrio instável do terror”;
◦ As relações internacional passam a ser
determinadas pelo equilíbrio do terror
nuclear;
◦ Às bombas nucleares seguem-se as bombas
de neutrões, os submarinos nucleares, os
mísseis intercontinentais;
◦ O mundo vive sobre o equilíbrio do terror
nuclear;
◦ O equilíbrio entre a capacidade destrutiva
das duas superpotências era o garante da
paz;
◦ No entanto, o mundo esteve várias vezes,
como no caso dos mísseis de Cuba, à beira
de uma guerra nuclear;
A Era Espacial
◦ Durante a Segunda Guerra Mundial os cientistas
alemães desenvolveram a tecnologia de foguetes.
◦ Em Peenamunde tinham desenvolvido os primeiros
mísseis da história no final da guerra, os V1 e V2;
◦ maior parte destes cientistas foram para os EUA e
URSS onde vão liderar os projetos espaciais;
A Era Espacial (URSS)

◦ Em outubro de 1957, a URSS, colocou em órbita


o primeiro satélite artificial da História da
Humanidade, o Sputnik 1;
◦ Em novembro de 1957, lançou o Sputnik 2, a
bordo ia uma cadela (Laika), o primeiro ser a
viajar no espaço;
◦ A proeza soviética levou os EUA a
intensificarem os seu programa espacial e no
início de 1958, lançavam o seu primeiro satélite,
o Explorer 1;
◦ No entanto nos primeiros anos os soviéticos
mantêm a liderança, e em 1961 (12 de abril),
Yuri Gagarin é o primeiro ser humano a viajar
no espaço, a bordo do Vostok 1;
◦ Em 16 de junho de 1963, Valentina Tereshkova
é a primeira mulher a viajar no espaço, a bordo
do Vostok VI.
A Era Espacial
(EUA)
◦ No entanto no final da década de
60, os americanos conseguem
recuperar o atraso e Neil
Armstrong é o primeiro humano
a pisar a Lua;
◦ A corrida ao espaço era uma
forma de cada uma das
superpotências demonstrar a sua
superioridade tecnológica sobre
o adversário;
◦ A luta verificava-se também ao
nível da espionagem;
◦ Primeira alunagem (Neil
Armstrong é o primeiro Homem
a pisar a Lua e profere a célebre
frase, “Um pequeno passo para o
homem um passo gigante para a
humanidade.”
A Afirmação de Novas Potências
(não é conteúdo de aprofundamento)
O Rápido Crescimento do Japão
◦ No final da Segunda Guerra Mundial, o Japão:
 era um país militarmente derrotado;
 estava ocupado pelos EUA;
 tinha perdido o seu império colonial;
e a sua economia estava completamente arrasada.
O Milagre Japonês
◦ A ocupação americana levou à modernização das estruturas políticas e
sociais;
◦ Os EUA criaram um espécie de “Plano Marshall”, o “Plano Dodge”, para
o Japão que continuou mesmo depois de 1952, quando a ocupação
americana terminou;
◦ A vitória dos comunistas na China em 1949 transformou o Japão num
precioso aliado para os EUA;
◦ Os japoneses souberam aproveitar as condições e no inicio dos anos 70 o
Japão já era a terceira potência económica mundial;
Ocupação
americana
O General Douglas McArthur estava incumbido
de:
◦ dirigir a reconstrução e reorganizar o país;
◦ pôr fim ao militarismo e imperialismo japonês;
◦ criar condições para a implantação de um regime
democrático e de uma economia capitalista;
◦ Implementar o Plano Dodge, Dodge
Line, (equivalente ao Plano Marshall).
Medidas Adoptadas pelo Japão
◦ Elaboraram uma Constituição que garantisse a liberdade e os direitos dos cidadãos.
◦ Fizeram uma reforma agrária, alargando o direito de posse de propriedade a outros grupos sociais, que
não só os dos grandes proprietários.
◦ Aboliram os privilégios das grandes famílias aristocratas
◦ Implementaram um sistema de ensino próximo do modelo americano.
◦ Impuseram um regime democrático liberal
Consequências das Medidas
◦ A produção industrial triplica.
◦ Os investimentos do sector privado aumentaram
◦ Expansão do comércio externo.
◦ Aumento das exportações e importações de matérias-primas
Factores de Desenvolvimento
◦ Mão-de-obra abundante fruto do sistema de ensino imposto pelos Americano, e muito obediente e
disciplinada.
◦ Introdução de politicas protecionistas contra a concorrência estrangeira
◦ Avanços tecnológicos:
 Robótica

 Eletrónica

 Indústria automóvel
 Têxteis

 Construção naval
◦ Responsabilidade e a obediência em interesses particulares
Surtos de
desenvolvimento
◦ Primeiro Surto - ocorreu entre 1955 e 1961.
 A produção industrial triplicou,
 os setores que mais se desenvolveram foram:
 a indústria pesada (construção naval, química)
 e de bens de consumo duradouros (televisores, frigoríficos, rádios, etc.);
◦ Segundo surto – ocorre após abrandamento no início dos anos 60, decorre entre
1966 e 1971.
 A produção industrial duplica;
 Para além dos setores tradicionais surgem novos como a indústria automóvel;
 No início dos anos 70, o Japão é a terceira potência económica, apenas atrás
dos EUA e da URSS;
O Afastamento da
China do Bloco
Soviético
◦ A revolução comunista chinesa foi liderada por
Mao Tsé-Tung (1893- 1976);
◦ Mao elevou-se ao nível de teórico marxista e
postulou que, ao contrário do marxismo
tradicional, não era o operariado que
representava o papel revolucionário mas o
campesinato (a China era um país atrasado,
agrícola);
◦ Essa nova interpretação do marxismo foi
designada de maoísmo;
◦ A revolução chinesa foi desencadeada pela
classe camponesa maioritária na China;
◦ Ao contrário da Rússia, onde a
revolução tinha sido desencadeada
pelo Partido Bolchevique, na
China, a revolução foi liderada
pelas massas (camponesas) e não
por um partido;
◦ Isso levou ao nascimento de um
modelo diferente do soviético para
alcançar o comunismo;
◦ Após a morte de Estaline, em
1953, a divergência entre o Partido
Comunista Chinês e o soviético
acelerou;
◦ Mao lançou uma campanha de retificação dos erros, a crítica foi estimulada, mas perante a magnitude
dessas criticas, a campanha foi suspensa, e os críticos enviados para campos de reeducação (eufemismo
para campos de concentração);
◦ No fim dos anos 50, o Partido Comunista Chinês lança uma nova política económica que ficou conhecida
por o “Grande Salto em Frente”;
◦ O objetivo central era que a China alcançasse os níveis de produtividade ocidentais; A meta era alcançar,
em 15 anos, a Inglaterra;
◦ Foi abandonada a prioridade dada à indústria pesada e privilegiaram a produção agrícola e a criação de
pequenas indústrias locais, baseadas na tecnologia tradicional;
◦ Foram criadas comunas populares (agrupavam cerca de 5 mil famílias), estabeleceu-se um modo de vida
comunitário dirigido pelos funcionários do Partido Comunista Chinês;
◦ Foi desenvolvida uma massiva campanha publicitária e ideológica para mobilizar a população;
◦ Mao crítica a política de coexistência pacífica de Kruchtchev, apoia a política de Estaline e acusa os
soviéticos de se afastarem dos ideais do marxismo;
◦ A União Soviética acusa a China de aventureirismo;
◦ Estava consumada a rutura com a URSS, a China considerava-se o “único país verdadeiramente
socialista”;
“Grande Salto em Frente”
◦ A política do “Grande Salto em Frente” era absolutamente contrária à política que Estaline tinha levado a
cabo na URSS;
◦ Esta política económica saldou-se por um enorme desastre, a diminuição da produção de cereais causou a
morte a cerca de 30 milhões de chineses;
◦ Foi abandonada em 1960, e levou ao afastamento temporário do poder de Mao;
“Revolução Cultural”
◦ Para recuperar o poder, Mao Tsé-Tung lançou uma
nova grande campanha de massas, a “Revolução
Cultural”;
◦ O objetivo era criar um “novo homem” através da
transformação das mentalidades;
◦ Os apoiantes de Mao, sobretudo jovens estudantes, são
organizados em unidades de “Guardas Vermelhos” que
são enviados para toda a China para levarem a cabo
uma campanha de politização da população;
◦ Em 1964, Mao publica o “Livro Vermelho” que
organiza as suas ideias e se torna a “bíblia” da
Revolução Cultural;
◦ Todos os suspeitos de serem opositores ao maoísmo são violentamente perseguidos;
◦ Este movimento levou a uma onda de excessos e de violência que causou 2 milhões de mortos, 100
milhões de pessoas perseguidas e 20 milhões enviados para “campos de reeducação”;
◦ Mao é transformado no “Grande Timoneiro” e recupera o poder;
◦ Nos anos 70, a China iniciou um processo de aproximação com o Ocidente e os EUA;
◦ Em 1971, o presidente americano, Richard Nixon, visitou a China;
◦ A República Popular da China foi admitida na ONU e substituiu a China Nacionalista (Formosa) no
Conselho de Segurança da ONU;
◦ Os dirigentes chineses acusam a URSS de “social-imperialismo” e consideram-na o principal inimigo da
paz;
◦ Com a morte, em 1976, de Mao, os dirigentes chineses abrem a economia à iniciativa privada e ao
investimento estrangeiro, embora o PCC mantenha a liderança política;
◦ Os territórios de Hong Kong e Macau são integrados na China, mas mantêm a sua economia capitalista,
surge o lema, “Um país, dois sistemas”;
A Ascensão da Europa
• Na primeira metade do século XX a Europa quase se autodestruiu com
duas guerras devastadoras;
• Depois da Segunda Guerra Mundial desenvolve-se a ideia que era
necessário construir uma Europa unida e com identidade e dinâmica
própria;
• Já em 1946, Churchill apelou “ao renascimento da Europa” e a
constituição dos Estados Unidos da Europa;
• Mas é sobretudo o francês Jean Monnet (1888-1979), por muitos
considerado o “pai da Europa”, que advogou a união dos países do
continente europeu;
Os principais objetivos da união de
países europeus
◦ Ajudar à reconstrução europeia do pós-guerra, e a sua integração no
bloco das potências ocidentais;
◦ Criar uma entidade económica capaz de competir com os EUA e a
URSS;
◦ Em 1947 surge o Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) uma
união aduaneira.
A Declaração Schuman e
a CECA
◦ Logo após o fim da guerra surgiram várias organizações com o
objetivo de implementar a união mas que fracassaram;
◦ Monnet propõe a união europeia e foi um dos arquitetos da
Declaração Schuman (1950), o primeiro passo consistente
para o desenvolvimento da cooperação entre países europeus.
◦ Este documento previa a cooperação entre a França e a
Alemanha nos domínios da produção do aço e do carvão;
◦ Em 1951 aderem a esta declaração a Itália, Bélgica, Holanda e
Luxemburgo, é criada a Comunidade Europeia do Carvão e
do Aço (CECA);
A Comunidade Económica Europeia
◦ Em 1957, é criada pelo Tratado de Roma,
a Comunidade Económica Europeia
(CEE), integrada pelos mesmos 6 países
que integravam a CECA;
◦ A CEE foi o ponto de partida da atual
União Europeia;
◦ Pelo Tratado de Roma, os países
signatários, comprometiam-se a
implementar progressivamente a livre
circulação de mercadorias, capitais e
pessoas.
◦ Também previa uma política comum na
área da agricultura, dos transportes e da
produção energética;
◦ Foi criada a Comunidade da
Energia Atómica Europeia
(Euratom);
◦ A livre circulação de mercadorias
(união aduaneira) foi concretizada em
1968;
◦ Em 25 de março de 1957, França,
Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e
Luxemburgo assinam o Tratado de
Roma que criou a Comunidade
Económica Europeia.
◦ Em 1970, a CEE era a primeira
potência comercial do Mundo e
crescia a uma taxa média de 5%;
◦ Em 1973 aderem à CEE, a Grã-
Bretanha, a Irlanda e a Dinamarca;
◦ A Europa dos Seis passava a ser
denominada Europa dos Nove;
A Segunda Vaga de Descolonizações.

◦ A descolonização africana iniciou-se no


Norte do continente, na África arabizada;
◦ A Líbia depois de ter estado sobre a tutela
da ONU acedeu à independência em 1951;
◦ Em 1956 seguem-se Marrocos e a Tunísia;
◦ A Argélia só conseguiu a independência
em 1962 depois de uma guerra com a
potência colonizadora, a França;
Segunda Vaga de Descolonizações
◦ As ideias de autodeterminação e independência propaga-se à África subsariana;
◦ Surgem movimentos nacionalistas que lutam pela independência dos seus países contra as potências
colonizadoras;
◦ Muitas vezes é difícil criar a união destes povos pois o colonialismo juntou e dividiu etnias de acordo
com os seus interesses económicos;
◦ Muitos dos líderes independentistas estudaram nas metrópoles e aí contactaram com as ideias de
liberdade e justiça social;
◦ Os movimentos de libertação muitas vezes são conotadas com as ideias de socialismo;
Segunda Vaga de Descolonizações
◦ Em 1960, a Assembleia-Geral da ONU aprovou a Resolução 1514 que consagra o direito à
autodeterminação dos territórios sob administração estrangeira e condena as tentativas bélicas das
metrópoles para manterem as suas colónias;
◦ Em 1960, 17 países africanos acedem à independência;
◦ Surgem vários líderes carismáticos que impulsionam a descolonização;
◦ Em 1970 em África só existiam as colónias portuguesas e a Namíbia como territórios não independentes
e a Rodésia do Sul (atual Zimbabué) e a África do Sul, países onde as minorias brancas detinham o
poder;
◦ Terceiro Mundo – É uma
O Terceiro Mundo expressão criada em 1952,
por A Sauvy e G. Balandier
para designar os países
excluídos do
desenvolvimento económico;

 Na década de 70 cerca de 70
países da África e a Ásia
compartilhavam o atraso
económico, constituem o
Terceiro Mundo;
 São países recentemente
descolonizados, alcançaram a
independência política mas
continuaram dependentes
economicamente;
Neocolonialismo
 Na maior parte desses países as
grandes companhias
internacionais continuavam a
explorar as matérias-primas e a
fornecer os produtos
manufaturados aos novos países;
 Criou-se uma situação de
neocolonialismo;
 Neocolonialismo – Forma de
colonialismo que se exerce pelo
domínio económico;
A Política de Não Alinhamento
◦ Perante um Mundo divido entre a luta das
superpotência e dos seus aliados, um grupo de
países propõe uma alternativa à luta entre os
blocos comunista e capitalista, a terceira via;
◦ Em 1955, um grupo de países asiáticos (Índia,
Indonésia, Birmânia (Myanmar), Ceilão (Sri
Lanka), e o Paquistão) convocam uma
conferência para discutir estes assuntos;

◦ A Conferência de Bandung (Indonésia) reuniu 29 países da África e da Ásia que no seu comunicado Final
aprovaram a condenação do colonialismo, a rejeição da política de blocos e apelavam à resolução pacífica dos
conflitos;
Movimento dos Não Alinhados
◦ A ideia nascida em Bandung foi-se desenvolvendo em diversos encontros internacionais e vieram a dar corpo ao
Movimento dos Não Alinhados, criado oficialmente na Conferência de Belgrado (Jugoslávia, em 1961;
◦ Os grandes promotores foram os chefes de Estado da Índia, Nehru, do Egito, Nasser e da Jugoslávia, Tito;
◦ Procuram desenvolver uma alternativa à bipolarização do Mundo;
◦ O movimento começou a atrair um número cada vez maior de países (25 em 1961 e 113 em 1995);
Movimento dos Não Alinhados
◦ Este movimento denunciava a injustiça da ordem económica internacional que favorecia os países ricos
em detrimento dos mais pobres;
◦ Denunciou as atuações da França na Argélia, dos EUA no Vietname e de Portugal em Angola,
Moçambique e Guiné;
◦ Reivindicam a criação de uma nova ordem económica internacional
◦ No entanto o facto de existirem situações muito diferentes entre estes países (económica, social,
religiosa, cultural) fragilizou o Movimento que hoje se encontra muito dividido;
O Termo da prosperidade económica:
origens e efeitos
◦ O crescimento económico iniciado após a Segunda Guerra Mundial começa a revelar
dificuldades que se tornam visíveis em 1973:
 quebra na produção industrial, falências de empresas e aumento do desemprego;
 As crises do capitalismo eram previsíveis e cíclicas;
◦ Mas a crise de 1973 apresentava uma novidade, ao contrário do que aconteceu anteriormente,
os preços continuaram a subir e a inflação tornou-se incontrolável;
◦ Este fenómeno recebeu o nome de estagflação (estagnação (da produção) + inflação);
◦ A crise dos Anos 70 deveu-se à conjugação de dois fatores: a crise energética e a instabilidade monetária;
◦ O mundo industrializado dependia do petróleo;
◦ Até 1973 o preço do crude manteve-se baixo, mas nesse ano os países produtores de petróleo, em grande
parte localizados no Médio Oriente, utilizam o preço como arma política, como retaliação pelo apoio dos
países ocidentais a Israel;
◦ O preço quadruplicou e a produção petrolífera foi reduzida em 25%;
◦ Foi agendada um calendário de reduções mensais de 5% da
produção até que o apoio a Israel terminasse;
◦ Os EUA, a Holanda e a Dinamarca foram considerados
inimigos da causa árabe e foi imposto um boicote total ao
fornecimento de petróleo;
◦ Em 1979 surgem novos aumentos do preço do petróleo fruto da
crise política no Irão e à guerra Irão-Iraque;
◦ O choque petrolífero levou a que o preço do petróleo, em
menos de 10 anos, foi multiplicado por 12;
◦ O aumento do preço do petróleo vai provocar o aumento do
preço de todos os produtos criando uma aumento da inflação;
◦ A instabilidade económica, conjuntamente com o choque petrolífero, foram os responsáveis pela crise
económica dos Anos 70;
◦ Outras causas que contribuíram para a crise foram a falência do sistema de trabalho conhecido por
fordismo e a saturação dos mercados;
◦ A crise dos Anos 70 provocou o aumento da taxa de desemprego, ainda não foi resolvida, pelo contrário,
foi agravada nos últimos anos;
 A crise não atingiu a proporções da dos Anos 30 foi caracterizada por uma baixa do crescimento
económico
 As despesas dos Estados aumentaram com o as prestações sociais a subirem;
 A existência do Estado-Providência permitiu que no aspeto social a crise não tivesse consequências mais
graves;
 No entanto a diminuição das receitas e o aumento das despesas do Estado levaram a que surgissem as
primeiras críticas às políticas keynesianas (fundadoras do Estado-Providência) e a defesa de políticas
neoliberais;

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