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Anotação 8 – Trabalho de História

AS CONSEQUÊNCIAS DA 2.a GUERRA MUNDIAL

A 2.a Guerra Mundial provocou perdas humanas e materiais


avassaladoras. De facto, a guerra provocou 70 milhões de mortos e um
elevado número de deficientes físicos e psicológicos. Casas, fábricas, pontes,
estradas e caminhos de ferro foram destruídos, deixando irreconhecíveis
cidades inteiras.
As atrocidades cometidas pelos blocos em confronto deixaram marcas
permanentes. Os nazis instalaram mais de seis dezenas de campos de
concentração para onde enviaram todos os que consideravam uma ameaça à
pureza da raça germânica. O racismo nazi foi responsável pela tentativa de
genocódio do povo judaico e de outras etnias, ou seja, o extermínio sistemático
de um grupo de pessoas com uma mesma origem étnica ou religião. Durante o
holocausto morreram seis milhões de judeus, dos quais um milhão eram
crianças, nas câmaras de gás, de fome e de doença.
As tropas imperiais japonesas também foram responsáveis pela morte
de milhões de filipinos, malaios, indonésios, cambojanos e chineses e pelo
saque, exploração e violação dos direitos das populações civis.
Os EUA destruíram totalmente as cidades japonesas de Hiroxima e
Nagasáqui, onde foram lançadas as bombas atómicas, provocando a morte de
cerca de 500 mil pessoas e tiveram graves efeitos de radiação na saúde das
populações das zonas atingidas, facto que se manteve durante décadas.
O novo mapa político

Resultado das conferências de Ialta (Ucrânia, fevereiro de 1945) e de Potsdam


(Aleamnha, agosto de 1945), surgiu um novo mapa político mundial: a perda provisória de
soberania da Alemanha e a sua divisão em quatro áreas de ocupação administradas pelos EUA,
Grã-Bretanha, França (parte ocidental) e URSS (parte oriental); a administração conjunta da
cidade de Berlim, igualmente dividida em quatro setores de ocupação. No Médio Oriente foi
criado o Estado Judiaco de Israel, em 1948, na Palestina, que se encontrava debaixo de
administração britânica. Contudo, Israel nasceu contra a vontade dos árabes dessa região, os
Palestinianos, e de outras regiões do Médio Oriente, dando início a um conflito que ainda hoje
permanece.
As condições impostas pelos países vencedores procuravam impor uma “nova ordem”
mundial. Assim, a Alemanha foi demilitarizada, “desnazificada”, democratizada, desapossada
dos territórios ocupados e foram definidas o montante e o tipo de indeminizações a pagar pela
Alemanha. Em Nuremberga, organizou-se um tribunal que julgou e condenou os dirigentes nzis
acusados de crimes de guerra, nos Julgamentos de Nuremberga, em 1946. A Áustria voltou a
tornar-se um Estado independente e foi também desnazificada; a sua divisão e ocupação e, a
da sua capital Viena, foi feita em moldes semelhantes aos estabelecidos na Alemanha (foi
dividida em quatro zonas de ocupação). O Japão perdeu os territórios ocupados e ficou sob
tutela dos EUA que estabeleceram um regime democrático parlementar, chefiado pelo general
MacArthur.
Definiu-se a fronteira entre a Polónia e a União Soviética, ponto de discórdia entre os
ocidentais – que não esqueciam ter sido a violação das fonteiras polacas a causa imediata da
guerra – e os soviéticos – que não desistiam de ocupar a parte oriental do país. Estipulou-se o
supervisionamento pelos Aliados na futura constituição dos governos dos países de Leste
(ocupados pelo Eixo), com base no respeito pela vontade política das população.
Para além dos consideráveis ganhos territoriais, a guerra dera um enorme
protagonismo internacional à União Soviética. Dentro da Europa, o papel da União Soviétiva
adivinhava-se determinante. No último ano do conflito, na sua marcha vitoriosa até Berlim,
coubera ao Exército Vermelho a libertação dos países da Europa Oriental. Na Polónia, na
Checoslováquia, na Hungria, na Roménia, na Roménia e na Bulgária, os soldados russos tinham
substituído os ocupantes nazis. Este rápido processo de sovietização foi, de imediato,
contestado pelos ocidentais. Pronunciava-se, assim, a formação de dois blocos opostos.

As conferências de Bretton Woods e São Francisco

O planeamento do pós-2.a Guerra Mundial fez-se a nível económico,


político e cultural:
 económico – em julho de 1944, em Bretton Woods, economistas de
diversos países reuniram-se com o intuito de estabelecerem uma ordem
económica que garantisse e cooperação económica e estabilidade
monetária internacional. Assim, nesta conferência foram criados dois
importantes organismos: o Fundo Monetário Internacional (FMI),
disponível para ajudar os apíses em dificuldades financeiras e
económicas; o Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (BIRD) também conhecido como Banco Mundial,
capaz de financiar grandes projetos de fomento económico;
 político e cultural – a vontade de criar um organismo internacional que
promovesse a colaboração entre os povos foi expressa por Roosevelt e
Churchill, na “Carta do Atlântico”, em 1941. Em 26 de junho de 1945, na
Conferência Internacional de São Francisco, foi aprovada a Carta das
Nações Unidas, assinada por 50 países, que criava a Organização das
Nações Unidas (ONU).
A procura de uma paz duradoura: ONU

Os objetivos da ONU são: manter a paz no Mundo e reprimir os atos de


agressão, tentando evitar os conflitos; defender o direito à autodeterminação
dos povos; promover a cooperação económica, social e cultural dos povos;
garantir a degfesa das Direitos Humanos e das liberdades fundamentais do
indivíduo, aprovando, em 1948, a Declaração dos Direitos Humanos.
A ONU tem sede em Nova Iorque e atualmente 193 Estados-membros
independentes. Adicionalmente aos Estados-membros existem os Estados
observadores não-membros, que são a Santa Sé (cidade do Vaticano) e a
Autoridade Nacional Palestiniana. O Sara Ocidental não é representado na
ONU por ser um país não autónomo, que não tem autoridade efetiva. Os
órgãos de funcionamento da ONU são:
 A Assembleia-Geral, formada pela generalidade dos Estados-
membros, cada um com direito a um voto, funciona como um parlamento
mundial. Reúne ordinariamente entre setembro e dezembro e pode
colocar na sua agenda todo o tipo de questões abrangidas no âmbito da
Organização.
 O Conselho de Segurança, composto por 15 membros, cinco dos quais
permanentes (EUA, URSS (hoje Federação Russa), Reino Unido,
França e República Popular da China) e 10 flutuantes, eleitos pela
Assembleia-Geral, por dois anos. O Conselho de Segurança é o órgão
diretamente responsável pela manutenção da paz e da segurança. Para
tal, emite “recomendações”, atua como mediador, decreta sanções
económicas ou, em último caso, decide a intervenção das forças
militares da ONU. As decisões obrigam a uma maioria reforçada de nove
votos a favor, entre os quais devem estar os dos cinco membros
permanentes. Basta a oposição de um deles para inviabilizar
qualquertomada de posição (direito de veto). Indiretamente, reconhece-
se às cinco potências o direito de policiar o mundo.
 A Comissão de Estado-Maior é um órgão subsidiário do Conselho de
Segurança, formado por representantes militares dos 5 membros
permanentes do Conselho de Segurança e de outros países-membros,
cuja função é coordenar as missões de Forças Armadas e operações de
manutenção da paz – os “capacetes azuis”.
 A Comissão do Desarmamento é um órgão subsidiário da Assembleia-
-Geral e do Conselho de Segurança, que participa nos os processos de
desarmamento.
 O Secretariado-Geral, à frente do qual se encontra o secretário-geral
eleito pela Assembleia, por proposta do Conselho de Segurança. Cabe
ao secretário geral tomar parte (sem direito a voto) nas reuniões do
Conselho de Segurança, coordenar o funcionamento burocrático da
Organização e, sobretudo, disponibilizar os seus serviços diplomáticos
como mediador nas questões mais delicadas. O secretário-geral
representa a ONU e, com ela, todos os povos do mundo.
 O Conselho Económico e Social, encarregado de promover a
cooperação a nível económico, social e cultural entre as nações. Atua
através de comissões especializadas e outros órgãos especializados
que se encontram sob sua tutela, que desenvolvem o seu trabalho no
âmbito do combate à fome, à pobreza, às doenças, ao analfabetismo e
que lutam pela igualdade de direitos no trabalho, pela proteção das
crianças e do meio ambiente: UNICEF (Fundo das Nações Unidas
para a Infância), OIT (Organização Internacional do Trabalho), FAO
(Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura),
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura), BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e
Desenvolvimento), GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e o
Comércio), FMI (Fundo Monetário Internacional), OMS (Organização
Mundial da Saúde). Pela importância e abrangência destas estruturas, o
Conselho Económico e Social é um dos ógrgãos mais importantes e
ativos da ONU.
 O Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia. Órgão máximo
da justiça internacional, resolve à luz do direito internacional, os lítígios
entre os Estados.
 O Conselho de Tutela (ou Conselho de Administração Fiduidária),
órgão criado com o fim principal de administrar os territórios que outrora
se encontravam sob a alçada da SDN, encaminhando-os
progressivamente para a independência. Em 1994, com a
independência de Palau, o último território à guarda do Conselho de
Tutela, consideraram-se cumpridos os objetivos deste organismo,
pelo que cessou o seu funcionamento permanente.
Ao longo da sua existência têm sido apontadas diversas limitações às
Nações Unidas, no que se refere à sua ineficácia para evitar conflitos e à sua
parcialidade. A guerra nos Balcãs, o genocídio no Ruanda, o caso de Darfur ou
a invasão americana do Afeganistão são exemplos que mostram os limites
deste organismo. Contudo, a ONU contribuiu de forma assinalável para a
autodeterminação dos povos, dando voz a todos os Estados representados, e
não apenas a um “clube restrito” de grandes potências. Além disso, através de
diversos organismos promoveu o desenvolvimento económico e cultural um
pouco por todo o Mundo.

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