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RESUMO DE ESTUDO DE HISTÓRIA — 07/02/2024

— Da II Guerra Mundial à definição de uma nova realidade geopolítica: o mundo comunista e o mundo
capitalista.

O avanço do fascismo-nazismo na Europa e na Ásia resultou da instauração destes regimes em diversos


países, da sua política expansionista e imperialista e ainda da formação de alianças militares, que reforçaram
a cooperação entre estes regimes. Depois das primeiras vitórias do Eixo entre 1939 e 1941, a situação
começou a virar a favor dos Aliados. A entrada dos Estados Unidos e da URSS na guerra, em 1941, provocou
o desequilíbrio das forças em confronto e iniciou a viragem da guerra a favor dos Aliados, que, entre 1942 e
1943, venceram uma série de batalhas, determinantes para a ofensiva contra as potências do Eixo (Itália,
Alemanha e Japão), derrotadas em 1945.

Com o fim da Segunda Guerra, os EUA e a URSS emergiram no palco internacional como duas
superpotências. A aproximação entre elas deixou de ser uma realidade a partir do momento em que a derrota
do Eixo estava iminente e que o inimigo comum seria derrotado. Acentuaram-se as divergências ideológicas e
os EUA e a URSS competiram pela hegemonia do novo quadro geopolítico internacional, que se consolidou
entre 1945 e 1946. As bases da nova ordem internacional foram lançadas ainda antes de a guerra terminar,
por intermédio de diversas conferências, com a presença dos “Três Grandes”: Reino Unido (Winston
Churchill); EUA (Franklin D. Roosevelt) e URSS (Josef Stalin). A França foi tida como traidora pelos Aliados
por ser colaboracionista com os nazis.

Conferências realizadas antes do final da guerra:

● Acordo de Bretton Woods (1944)


● Conferência de Ialta (1945)
● Conferência de Potsdam (1945)

— O acentuar da tensão entre os EUA e a URSS: o mundo comunista e o mundo capitalista.

Apesar dos pontos de convergência entre os EUA e a URSS durante as conferências de paz, com a derrota
do fascismo e a eliminação do inimigo comum, ficou evidente que a aliança entre as duas potências deixou de
fazer sentido. O antagonismo ideológico e as profundas diferenças quanto ao modelo político, económico e
social das duas superpotências estiveram na origem de uma nova ordem mundial, edificada a partir de 1945.

Nova ordem mundial: conceito geopolítico nascido a partir do título de uma obra de George Orwell, publicado
em 1940, na qual aborda o estabelecimento de um governo mundial único e enfatiza a hegemonia americana
no quadro das relações internacionais depois da Segunda Guerra Mundial.

Fatores que contribuiram para uma nova geopolítica marcada pela oposição entre o mundo comunista e o
mundo capitalista.

A desconfiança entre os EUA e a URSS acentuou-se durante as Conferências de lalta e de Potsdam, devido
à manifesta intenção de Estaline em estender a sua influência aos territórios na Europa Central e Oriental
libertados do domínio nazi pelo Exército Vermelho. O alargamento da influência militar, ideológica e política da
URSS ficou evidente no apoio dado aos partidos comunistas nos países libertados, onde ganharam
protagonismo e conquistaram o poder. A esfera de ação estendeu-se pela zona oriental da Alemanha,
Polónia, Checoslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária,que se constituíram como países-satélite da URSS.

Países-satélite: países que, apesar de serem, por direito, independentes, estão, de facto, sob a influência
política, económica e militar de outro país.

O novo panorama político da Europa de Leste levou Winston Churchill a afirmar, num discurso pronunciado
nos EUA, em 1946, que se tinha erguido uma "cortina de ferro" na Europa. Esta expressão traduziu a
constatação de que, ideologicamente, a partir de 1945, a Europa ficou dividida em dois blocos:
O Bloco Ocidental → mundo capitalista, sob influência dos EUA, marcado pelo seu modelo político-económico
e modo de vida.
O Bloco de Leste → mundo comunista, sob domínio político e ideológico da URSS, com a sua organização
política e económica associada ao modo de vida soviético.

— A reconstrução do mundo do pós-guerra em torno de organizações internacionais.

Em abril de 1945, teve lugar a Conferência de S. Francisco (EUA), que fundou a Organização das Nações
Unidas (ONU), sucessora da Sociedade das Nações (SDN). A ONU, com sede em Nova lorque, tinha
diversos objetivos, apresentados abaixo:

● manter a paz e a segurança coletiva;


● promover a cooperação entre as nações;
● prevenir atos de agressão;
● resolver os conflitos pela via do diálogo e da mediação internacional;
● respeitar os princípios da igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos;
● respeitar os direitos do indivíduo e as liberdades fundamentais.

O Conselho de Segurança da ONU constituiu-se por 5 membros permanentes com direito de veto,
nomeadamente a China, a Rússia, a França, os EUA, e o Reino Unido, e mais 10 membros não permanentes
eleitos por 2 anos.

A ONU consagrou o direito dos povos à autodeterminação na Carta das Nações Unidas. Apesar das
hesitações na sua aplicação e abrangência, revelou-se como um importante domínio de intervenção da ONU
tanto na Ásia como no Médio Oriente e em África, regiões em que ocorreu a descolonização, processo de
passagem de um território com estatuto de colónia ao de Estado soberano, mediante a conquista da
independência face ao Estado colonizador.

Bretton Woods: propostas para o regresso à prosperidade económica.

Acordo de Bretton Woods (Washington — Julho 1944): um novo sistema monetário internacional que garantia
a estabilidade das moedas, indispensável ao incremento das trocas. O sistema assentou no dólar como
moeda chave. Com o objetivo de operacionalizar o sistema, criaram-se dois importantes organismos:

- o Fundo Monetário Internacional (FMI, Sede Washington — 22 de Junho 1946) ao qual recorriam os
bancos centrais dos países com dificuldades em manter a paridade fixa da moeda ou equilibrar a sua
balança de pagamentos.
- e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD, Sede Washington — 1944).

Em 1947, na Conferência Internacional de Genebra, foi assinado um Acordo Geral de Tarifas e Comércio
(GATT), onde os 23 países signatários se comprometeram a negociar a redução dos direitos alfandegários e
outras restrições comerciais. Cria-se uma rutura entre os EUA e a URSS.

— A consolidação do mundo bipolar e a Guerra Fria.

Em 1947, fundamentou-se, ideologicamente, o bipolarismo, na sequência do discurso pronunciado, em


março, pelo presidente americano Harry Truman, ao qual sucedeu a resposta soviética, em setembro do
mesmo ano, através do discurso de Andrei Jdanov. Estes discursos deram, respetivamente, origem à
Doutrina Truman e à Doutrina Jdanov.

Doutrina Truman: salientou o modo de vida democrático e livre do Bloco liderado pelos EUA e defendeu a
adoção de uma política de contenção, isto é, o auxílio americano na luta contra a expansão e domínio do
comunismo na Europa e no mundo, considerando que a liberdade e a democracia ocidental estavam
ameaçadas.
Doutrina Jdanov: identificou os EUA e o Bloco Ocidental com o imperialismo capitalista e antidemocrático e
considerou que cabia à URSS liderar uma política contra o imperialismo americano, através do apoio aos
movimentos de libertação dos territórios coloniais e aos partidos comunistas integrados no Bloco de Leste.

A doutrina Truman e a doutrina Jdanov consagraram duas realidades geopolíticas opostas: o Bloco Ocidental,
democrático e capitalista, e o Bloco de Leste, comunista e de democracia popular, designação adotada pelos
países que seguiam o modelo da URSS, em que o partido comunista era o partido único, submetido ao
controlo de Moscovo.

O EUA e o Bloco Ocidental tinham como modelo político a democracia liberal, com eleições livres e pluralismo
político; respeito pelos direitos e liberdades individuais e liberdade de imprensa, e seguiam como modelo
económico a economia liberal de mercado — capitalismo, com liberdade económica e livre de concorrência;
propriedade privada dos meios de produção e intervenção mínima do Estado na economia, assente na
iniciativa privada.

A URSS e o Bloco de Leste tinham como modelo político o comunismo (URSS) e as democracias populares,
com um partido único; controlo das liberdades individuais com recurso à repressão e à polícia política e
censura aos meios de comunicação, e seguiam como modelo económico a economia dirigida centralmente
pelo Estado, com a coletivização e/ou nacionalização dos meios de produção e a planificação económica
dirigida pelo Estado.

A democracia popular vigorou, entre 1945 e 1991, nos países sob influência ideológica e política da URSS. A
expressão "democracia popular" surgiu por oposição aos regimes democráticos ocidentais que, segundo o
Bloco de Leste, eram "democracias burguesas ". Para o Bloco Ocidental, as democracias populares
correspondiam aos regimes dos países-satélite da URSS.

O confronto ideológico entre as duas superpotências, que se diabolizaram mutuamente através de


campanhas de propaganda, marcou o período entre 1947 e 1991. Esta hostilidade mútua foi acompanhada
pela tentativa de alargar a respetiva esfera de influência e demonstrar a sua superioridade. Foi o tempo da
Guerra Fria, período de tensão e afrontamento entre os EUA e a URSS, em que as relações internacionais
foram dominadas por essa rivalidade, manifestada em termos ideológicos, políticos, económicos e militares,
em ações de propaganda e na intervenção em conflitos regionais ou localizados, mas sem confronto direto
entre as duas superpotências.

O antagonismo económico no mundo bipolar.

O auxílio económico à Europa para a sua reconstrução foi uma estratégia adotada pelos Estados Unidos
(enunciada na doutrina Truman) a fim de alcançar a estabilidade política e evitar que os países entrassem na
esfera de influência da URSS. Foi neste contexto que, em junho de 1947, o secretário de Estado americano,
George Marshall, apresentou o Plano de Recuperação Europeia, conhecido como Plano Marshall, um
complemento económico da Doutrina Truman.

Objetivos do Plano Marshall:

- Reconstruir, em moldes capitalistas, as economias europeias devastadas pela guerra.


- Conceder ajuda material e financeira aos países devastados.
- Evitar a adesão ao comunismo.

A URSS recusou a ajuda económica americana e pressionou os países da Europa de Leste (Checoslováquia,
Polónia, Hungria, Bulgária, Albânia, Jugoslávia e Roménia) para não aceitarem a ajuda do Plano Marshall. Na
perspetiva da URSS, aderir ao Plano Marshall era sujeitar-se ao "imperialismo" e à "escravidão económica"
capitalista, segundo a Doutrina Jadnov.
Em 1949, a URSS respondeu com o Plano Molotov, apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros,
Vyacheslav Molotov.

Objetivos do Plano Molotov:

- Reconstruir, em moldes comunistas, as economias dos países-satélite devastadas pela guerra.


- Conceder auxílio económico aos países da Europa de Leste.
- Evitar a difusão do capitalismo.

A ajuda soviética foi empreendida através do COMECON (Conselho de Assistência Económica


Mútua), criado em 1949, destinado a fortalecer a cooperação e as relações económicas entre a URSS e os
países da Europa de Leste.

A Guerra Fria e o antagonismo militar: a política de alianças.

O antagonismo ideológico entre o Bloco Ocidental e o Bloco de Leste abrangeu também o campo militar e
evidenciou-se nas seguintes manifestações:

Criação de alianças militares — eram bilaterais e multilaterais e abrangeram vastas áreas geográficas.
Escalada armamentista — desenvolvimento de novas armas e exibição da força militar.
Corrida ao espaço — afirmação da superioridade tecnológica e meio de propaganda.

O Bloco Ocidental, liderado pelos EUA, implementou um conjunto de alianças, bilaterais e multilaterais, com
diversos países, alargando a sua influência em vastas áreas do mundo, em manifesta rivalidade com o Bloco
de Leste.

Na Europa o sistema de alianças do Bloco Ocidental concretizou-se em 1948, com o Pacto de Bruxelas, entre
os vários países da Europa Ocidental, que promoveu a cooperação económica e conteve o expansionismo
soviético; e o Tratado do Atlântico Norte, em 1949, assinado entre os EUA, o Canadá e 10 Estados da Europa
Ocidental (deu origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN ou NATO). Como resultados
gerais, consagrou, militarmente, a divisão ideológica do mundo bipolar; foi uma resposta à influência da URSS
na Europa e garantiu a defesa e a segurança da Europa Ocidental.

Este sistema de alianças permitiu aos EUA, direta ou indiretamente, alargar a sua esfera de influência e
constituir uma barreira defensiva que isolou e conteve o expansionismo da URSS e do comunismo.

Quanto à estratégia militar do Bloco de Leste, a aliança militar - o Pacto de Varsóvia, assim designado pelo
facto de ter sido assinado na capital polaca - entre os Estados comunistas foi fundado em 1955. Associou a
URSS e os países da Europa de Leste numa organização militar, em reação à decisão da Alemanha
Ocidental de aderir, em 1955, à NATO.

Da descolonização à emergência de novos atores no quadro do bipolarismo.

A descolonização, que decorreu desde o final da Segunda Guerra e se acentuou nos anos 60, transformou a
ordem internacional, já que permitiu a integração de novos atores nacionais no palco do mundo bipolar. A
concretização da independência de muitas das ex-colónias passou por processos muitas vezes conturbados,
em que se manifestavam quer os interesses da URSS e dos EUA quer a ingerência e recusa das antigas
potências colonizadoras em criar condições para uma soberania plena nos novos países independentes. A
maioria dos Estados que viram reconhecida a sua independência constituíram os países do Terceiro Mundo,
que, pela situação económica e social de subdesenvolvimento a que estavam votados, tiveram dificuldade em
manter a neutralidade na cena internacional.

A ajuda económica americana, soviética ou das antigas potências colonizadoras foi determinante para os
países descolonizados, mas colocou-os sob uma nova forma de dependência, associada ao neocolonialismo,
termo utilizado a partir dos anos 60 para designar as tentativas e práticas das antigas potências coloniais no
sentido de manter indiretamente o domínio sobre as ex-colónias, através da sujeição económica e financeira.

— Os conflitos localizados no quadro da Guerra Fria: a expansão de áreas de influência.

A Guerra Fria desenvolveu-se em diversas fases, que se alternaram entre períodos de tensão e
apaziguamento.

Conflitos da Guerra Fria: focos de tensão

● Alemanha

1.ª Crise de Berlim — 1948 até 1949

Foi originada pela dificuldade em administra a Alemanha, dividida em 4 setores de ocupação (EUA; Reino
Unido; França e URSS) e a dificuldade em conciliar as opções entre os dois blocos quanto ao destino da
Alemanha e de Berlim. Este impasse manteve-se até 1947. As decisões tomadas pelos Aliados ocidentais em
1948, como a criação de um Estado alemão na zona ocidental; a convocação das eleições para a Assembleia
Constituinte e a criação de uma nova moeda nacional trouxeram reações imediatas por parte de Estaline e
desencadeou assim a primeira grande crise da Guerra Fria. A divisão da Alemanha em dois estados foi
inevitável e, em maio de 1949 surgiu a República Federal da Alemanha (RFA), com a capital em Bona,
integrada pelo EUA. Por oposição, em Outubro nasceu a República Democrática da Alemanha (RDA), com a
capital em Berlim, que se constituiu como um dos países-satélites da URSS.

2.ª Crise de Berlim — 1961

A tensão na Alemanha não ficou encerrada em 1949. Berlim, em 1961, voltou a ser um cenário de tensão.
Neste ano, na Alemanha Oriental deu-se uma revolta operária contra a centralização burocrática e política de
Moscovo, numa época em que a economia da RDA era afetada pela fuga continuada de alemães para a RFA.
Para tentar travar a fuga de cidadãos do Leste para Ocidente, na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, o
Governo da RDA iniciou a construção do muro de Berlim.

● Guerra da Coréia — 1950 até 1953

Os soviéticos ocuparam a Coréia no final da Segunda Guerra Mundial para expulsar os japoneses e pelos
acordos entre as grandes potências, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul ficaram divididas pelo paralelo 38 (é
uma linha imaginária que está a 38 graus ao norte da Linha do Equador). No Norte, formou-se um Estado
comunista integrado na área de influência da URSS. No Sul, a República da Coreia seguiu o modelo
económico capitalista e, apoiado pelos EUA, manteve-se na área de influência do Bloco Ocidental. Em 1950,
a Coréia do Norte invadiu a Coreia do Sul e assim iniciou-se a Guerra da Coreia que opôs o Norte, apoiado
pela URSS e pela China, à Coréia do Sul, apoiado pelos EUA. A guerra terminou em 1953 e nenhum dos
blocos saiu vencedor devido à posse de armas nucleares por parte das duas superpotências.

● Guerra da Indochina (1946 até 1954) — Guerra do Vietname (1965 até 1975)

Na Guerra da Indochina, ocorrida de 1946 a 1954, vietnamitas (em geral, comunistas) lutaram contra tropas
francesas pela independência do Vietname e pelo fim do domínio francês na região chamada Indochina
Francesa. Esse conflito resultou na independência de Vietname, Laos e Camboja e pode ter causado até 400
mil mortes. A independência do Vietname foi proclamada em 1945 e originou uma guerra com a França,
derrotada em 1954. O Vietname foi dividido em dois: a Norte, o regime comunista de Ho Chi Minh, com capital
em Hanói, foi apoiado pela URSS; a sul, o governo, com sede em Saigão, foi apoiado pelos EUA. A partir de
1965, os americanos iniciaram a ofensiva contra o Vietname do Norte (Vietcongue), para conter a iniciativa de
reunificação do território sob bandeira comunista.
A guerra terminou em 1975, com a derrota do Sul e dos EUA. O país reunificou-se e instaurou-se a República
Socialista do Vietname, em 1976, alinhada com a URSS.

● Invasão do Afeganistão — 1979

A URSS invadiu o Afeganistão em 1979, em apoio ao Partido Democrático Popular do Afeganistão e do


Estado comunista de Kabul, contra os mujahedin (guerreiros santos), apoiados pelos EUA. A retirada dos
soviéticos foi concluída em fevereiro de 1989 e o país entrou em guerra civil.

● Crise dos mísseis de Cuba — 1962

Cuba, nos anos 60, foi um dos cenários de maior tensão entre as duas superpotências. Em 1959, Fidel
Castro, juntamente com o seu irmão Raúl Castro e Che Guevara, liderou a revolução cubana que depôs
Fulgêncio Batista, ditador pró-americano. Na sequência desta revolução, instaurou-se um Estado Socialista
Revolucionário e implementaram-se reformas para abolir a propriedade privada e nacionalizar a economia.
Fidel Castro aproximou-se progressivamente da URSS. Os EUA, receosos perante a expansão do
comunismo na sua zona de influência, procuraram reverter a situação.

Em resposta à Invasão da Baía dos Porcos e à colocação de mísseis americanos na Turquia (voltados para a
União Soviética), ainda em 1962, a URSS procedeu à instalação de rampas de lançamento de mísseis em
Cuba, com capacidade para alcançar os EUA. Esta iniciativa colocou o sul do território americano sob
ameaça. Estava em marcha a Crise dos Mísseis de Cuba, um dos episódios de maior tensão da Guerra Fria.
O mundo ficou suspenso pelo terror, pois o risco de eclosão de uma guerra nuclear era iminente.

A "guerra de nervos" entre as duas superpotências foi resolvida mediante iniciativas diplomáticas entre John
F. Kennedy, presidente americano, e o líder sovietico, Nikita Khrushchev. Os EUA comprometeram-se a não
invadir Cuba e a desinstalar os mísseis americanos na Turquia, em troca da retirada dos mísseis soviéticos
em Cuba. Noutro gesto de apaziguamento, em junho de 1963, foi instalado o "telefone vermelho" que ligou o
Kremlin à Casa Branca, no sentido de ambas as potências recorrerem ao diálogo, em caso de eclosão de
uma nova crise. O compromisso que resolveu a Crise de Cuba evidenciou os riscos da situação internacional
e abriu caminho à fase da Guerra Fria denominada Détente.

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