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Revolução Soviética

Antecedentes da Revolução Soviética


A Rússia na viagem do século:
Demoliberalismo (europa Ocidental) dif. Regimes autoritários (europa central e de leste)

Rússia
Política- Regime autocrático de Czar;
Governa concentrando em si todos os poderes, apoiado no exército e na igreja.
Sociedade- Nobreza poderosa, detentora de maior parte das terras;
- Igreja ortodoxa tem um enorme poder (riqueza), sobre a população e até sobre
o sistema político;
Burguesia- Rica e culta;
- Não era muito numerosa;
- Desejava uma liberalização do regime que lhe desse acesso ao poder político;
Povo- camponeses (cerca de 80% da população) vive numa situação de semi-servidão
completamente explorados pelos senhores das terras; submissos e influenciados pela
igreja;
- operariado - em reduzido número, devido à fraca industrialização, mas bastante
politizado; vivia miseravelmente.

Revolução de (2 de janeiro) 1905 «Domingo Sangrento»


Causas:
 Dificuldades económicas causadas pela derrota na guerra com o Japão
 Desejo de reformas que melhorassem as condições do operariado

A revolta alastra assim às principais cidades.


O povo sai pacificamente à rua. Desesperados, pretendem entregar uma petição, onde
imploram pelos seus direitos como pessoas e como trabalhadores. Pedem justiça e
proteção contra os abusos dos patrões capitalistas e contra a opressão dos burocratas da
administração russa, que os mantêm na miséria.
Quando a multidão chega ao Palácio de Inverno, as tropas de Czar abrem fogo. O
massacre quebra a confiança que o povo tinha no Czar, e abre caminho a uma sucessão
de greves e manifestações.
Czar é obrigado a fazer cedências:
 Criação da Duma (parlamento) mas com poderes muito reduzidos
 Autorização para a criação de partidos políticos
Contudo, a situação agrava-se quando a Rússia entra, em 1914, na 1ª guerra mundial
Partido socialista revolucionário
Liderado por Kerensky, defensor da reforma agrária, «Terra e liberdade»

Partido constitucional democrata (Kadetes – KD)


Monarquia parlamentar de tipo inglês

Partido operário social-democrata russo


Democrata- Mencheviques (liderado por Lvov) + moderados (socialismo moderado)
Operário- bolcheviques (liderado por Lenine) + radicais (socialismo marxista) » 1917
Partido Bolchevique / 1918 Partido comunista de toda a Rússia

Assembleia Constituinte
Faz uma constituição » uma lei fundamental de um estado, sobre a qual assentam todas
as outras leis.

Marxismo-leninismo
Designa a teoria política e económica, assente na doutrina marxista, que Lenine
desenvolveu e adaptou à realidade da Rússia. Tornou-se na ideologia do regime da Rússia
soviética (depois URSS), entre 1917 e 1991. Foi também uma ideologia e prática política
adotada noutros países, a partir da segunda guerra mundial.

Revolução de Fevereiro de 1917 – Revolução Burguesa


Causas:
 Agravamento da situação económica devido à participação da Rússia na 1ª Guerra
Mundial (fome, inflação…)
 Elevadíssimo número de mortos e feridos
 A má chefia dos exércitos provoca revoltas e deserções
 Grandiosas manifestações contra o governo de Czar

Consequências:
 Abdicação de Czar
 Formação de um governo provisório
Lvov (Menchevique)
Kerensky (socialista-democrata)
O programa
 Amnistia os presos políticos
 Garante as liberdades dos cidadãos
 Marca eleições para uma assembleia constituinte
Mas
 Mantém a participação da Rússia na guerra
 Adia a reforma agrária até à eleição da Assembleia Constituinte

Descontentamento popular para preparar uma revolução (as teses de abril) » oposição dos
sovietes (poder dual) é aproveitado por Lenine Bolchevique.
Guardas vermelhas (comunistas) – milícias armadas

As Teses de Abril preparam a Revolução de Outubro (Revolução Bolchevique)


Linhas orientadoras:
 Saída da guerra
 Ditadura do proletariado
 Abolição da propriedade privada
 Convocar uma Internacional (III)

Revolução Bolchevique – 24/25 de outubro de 1917


Instala-se uma democracia dos sovietes (República dos Sovietes)
 O Congresso dos Sovietes entrega o poder ao conselho dos comissários do povo:
· Lenine – presidente
· Trotsky – negócios estrangeiros
· Estaline – nacionalidades
 Lenine governa para decretos procurando pôr em prática as Teses de Abril e
agradar aos sovietes.

Decreto sobre a paz


«justa e democrática»; «sem anexações e indeminizações» Março 19/18

Paz de Brest-Litovsk
 «uma paz vergonhosa mas necessária»
 Perdeu 1/3 da sua população (perda de território) – Letónia, Estónia, Lituânia,
Finlândia, Polónia, etc
50% da sua indústria
90% das suas minas

Decreto sobre a terra


Nacionalização das terras, sem indeminização Abolição da proprie-
dade privada
Decreto do controlo operário
As fábricas passam a estar sob o controlo (gestão) dos operários

Decreto das Nacionalidades


Reconhecia a igualdade de todos os povos que compunham o «antigo» império russo e o
seu direito à autodeterminação (é o princípio que garante a todo povo de
um país o direito de se autogovernar)

Eleições novembro de 1917


Os decretos sobre a abolição da propriedade privada fazem crescer a oposição ao partido
Bolchevique = Partido Comunista que é derrotado nas eleições

Teses sobre a Assembleia Constituinte


 Considera que só os sovietes exprimem a vontade do povo, sendo uma forma de
poder superior ao poder da Assembleia
 Os Bolcheviques são os legítimos representantes dos sovietes
 A assembleia não representa o povo mas os interesses da burguesia (dissolve a
assembleia)

Oposição ao Bolchevismo
Descontentamento:
 Os proprietários que ficaram privados dos seus bens
 Indignação devido à dissolução da assembleia
 Paz de Brest-Litovsky – perda de recursos económicos
Início da Guerra Civil, março 1918

Exército vermelho – comunista


Exército branco – apositores ao comunismo

Modelo político soviético


Centralismo democrático (criado por Lenine e vai durar até ao fim da URSS)
Centralismo democrático
 Sistema de partido único  Os sovietes locais e regionais são
 O poder está concentrado nos eleitos por sufrágio universal direto
órgãos de topo do partido  As bases do partido podem discutir
 As decisões são de cumprimento e apresentar propostas
obrigatório pelas bases  O partido comunista
 Os cargos do estado são ocupados «verdadeiramente» representava os
pelos elementos do partido interesses do povo
(estado=partido) 
 (elite poderosa e com muitos
privilégios que ocupa os altos
cargos do partido)

1922 Constituição da URSS


União das repúblicas socialistas soviéticas
Teoricamente iguais, em soberania e em direitos, mas submetidos ao «governo central»

Komintern – entre 1919 a 1924


Propagar a revolução Proletária nos países capitalistas do ocidente
 Impôs a «ordem económica socialista»

Regressão do demoliberalismo
 Descontentamento com os tratados de paz; Alemanha; Itália; Aústria
 Miséria / crise económica do pôs-guerra
Grande agitação social provocada pelos sindicatos e partidos de esquerda.
 guerras, manifestações, atentados (medo do Bolchevismo)

 As classes médias e a burguesia, assustadas, apoiam partidos de conservadores e


de direita que lhes garantem segurança
 Fraca tradição democrática nos estados recém-formados
Recuo das democracias
Formação de regimes autoritários e de direita na maioria dos países da europa

Em 1918, com o final da guerra, a democracia liberal tornou-se dominante na Europa


central e ocidental.

A Revolução Bolchevique de 1917, teve repercussões na Europa. O marxismo-leninismo


procurou estender a ação revolucionária a todos os países, com vista a acabar com os
regimes burgueses e capitalistas. A difusão da revolução proletária a outros países era
fundamental para a sobrevivência do Estado socialista russo. Era uma forma de quebrar o
isolamento da Rússia.
Foi nesse sentido que Lenine, em março de 1919, na III Internacional (O Komintern),
reafirmou a via revolucionária que devia ser conduzida pelos partidos comunistas dos
vários países, com a obrigação de seguir o modelo soviético e os princípios da III
Internacional. Esta orientação dividiu definitivamente os socialistas: os que aceitaram a via
revolucionária passaram a denominar-se comunistas; os que apoiaram a via reformista
ficaram conhecidos como comunistas.

A europa do pôs-guerra, evidenciava uma conjuntura económica e social problemática,


caracterizada por diversos sinais preocupantes que punham em causa a reconversão
económica, que diminuíam o poder de compra das classes médias, devido à inflação
galopante e à desvalorização de rendimentos. À crise económica e financeira, juntou-se
uma crise político-social.
Itália no final da 1ª guerra
Crise económica
 Desemprego (ex-militares)
 Quebra de produção
 Inflação
 Miséria
 Não recebe as indeminizações a que tinha direito
Crise política
 A população sente-se traída pelos aliados que não cumpriram as suas promessas
 Acusam os governos democráticos de fraqueza perante os aliados
 Os governos não conseguem manter a ordem no país
 Descrédito na democracia
Agitação social
 Os partidos de esquerda e sindicatos incentivam os operários e os trabalhadores
rurais a ocuparem as fábricas e as terras (reforma agrária)
 Os proprietários rurais, industriais e a classe média, sentem-se ameaçados pelos
abusos da esquerda e apoiam o partido fascista (criado por Mussolini)
 As milícias fascistas «os camisas negras» protegem os membros do partido

Emergência de autoritarismos
Os receios provocados pelas vagas revolucionárias, que colocavam em perigo a
propriedade privada e ameaçavam os valores da alta burguesia e das classes médias,
favorecem a ascensão de movimentos autoritários de direita na década de 20.

O interesse pela realidade social na literatura e nas artes


Realismo
Designa o movimento literário e artístico do século XIX que captava de modo objetivo e
rigoroso a realidade. Opôs-se à emoção e à subjetividade do romantismo, rejeitando
qualquer forma de artificialidade.
Temas:
 O quotidiano, sobretudo a vida simples das gentes do povo
 Crítica social (contrastes e contradições da sociedade burguesa)
 Naturalismo (vertente do realismo inspirada pela Natureza e pelo gosto pela pintura
ao «ar livre»

Para os escritores, o texto literário tornou-se um instrumento de análise e de crítica social.


A visão subjetiva e parcial da realidade foi substituída por uma visão que procurava ser
objetiva, fiel, sem distorções.
No final do século XIX, afirmaram-se novas correntes artísticas como o impressionismo, o
simbolismo e a arte nova.
Impressionismo
Designa o movimento na arte do século XIX, que se opõe ao realismo. Na pintura baseia-
se na preocupação em captar os efeitos da atmosfera e da luz na tela e caracteriza-se pela
utilização de cores que se misturam no olhar.
 Valorização da luz e da cor em detrimento dos detalhes
 Pinceladas rápidas, traços e contornos pouco definidos
 Pintura ao ar livre (plein air)
 Capta a impressão do momento

Simbolismo
Designa o movimento literário e artístico do final do século XIX, que centra a sua atenção
na interioridade da obra, nos seus signos e na subjetividade. Contrastou com a
exterioridade impressionista e a descrição

A arte nova
Designa a forma de expressão artística que assume particular destaque na arquitetura, na
decoração e nas artes plásticas, no final do século XIX. Caracteriza-se pela sinuosidade
das formas, pelas temáticas naturalistas e pela influência de culturas não-europeias.
 Liberdade criativa do arquiteto
 Interpretação orgânica dos espaços
 Decoração naturalista exuberante
 A volumetria e o dinamismo das fachadas e o recurso a grandes cúpulas
envidraçadas a rematar a estrutura dos edifícios e que enchem o espaço interior de
luz e de cor, onde pendem complexos e deslumbrantes candeeiros.

A sociedade nos anos 20


A nova sociabilidade é marcada pela massificação
 Novas relações marcadas pelo anonimato e pelo individualismo (despersonalização
das relações sociais) – nas cidades as pessoas não se conhecem
 Estandardização dos comportamentos pautados pela rotina profissional e pelos
mesmos espaços de lazer
 Desenraizamento dos núcleos familiares – família nuclear
 Desumanização do trabalho devido ao incremento dos novos métodos de produção
(máquinas)
 Novo conceito de família
 Diminuição da religiosidade e dos valores «moralistas»

Crise de valores tradicionais


 Desespero provocado pelas guerras
· Perdas humanas
· Crise económica
 Contestação social de esquerda
 Crescem os apoios de direita
 Crise das democracias

Nas grandes cidades, apinhadas de gente, num clima de paz e de recuperação económica,
viveram-se «os loucos anos 20». Na verdade, o impacto da destruição causada despertou
a consciência de que era necessário viver a vida e aproveitá-la ao máximo, adotando-se
um ritmo de vida frenético.
Cidades anos 20
 Serviços públicos diversificados; transportes, equipamentos desportivos, etc
 Agitação intensa – massificação
 Crescimento em extensão e altura
 Proliferação dos espaços de lazer; cinemas*; bares/ cabarets; espetáculos
desportivos
*cinemas – tem um impacto direto nos hábitos e comportamentos
 Acessível a todos
 Espaço de evasão à rotina do quotidiano
 Promove a padronização de comportamentos e modas (imitar as estrelas)
 A publicidade usa a imagem das «estrelas» para promover os seus produtos

Anomia social
Designa o sentimento de vazio, de perda de raízes, em virtude das mudanças sociais,
provocadas pelo fim das normas e dos valores tradicionais de regulação da vida e da
sociedade.

 Os jovens consideram a geração «mais velha» culpada pela guerra e contestam os


seus valores
 A moral religiosa e burguesa cede lugar ao prazer, liberdade de comportamento e a
libertinagem
 A respeito das leis e instituições dão lugar ao caos, à marginalidade e violência
 Os valores humanistas e democráticos são postos em causa pelo crescimento do
radicalismo de esquerda e de direita

Os movimentos feministas
O papel da mulher alterou-se durante a década de 20 pois, durante a guerra, a mulher
tinha assumido um papel ativo, quer social, quer económico.

Feminismo
designa o movimento que defende o estado de igualdade de direitos políticos,
económicos, culturais e sociais para as mulheres.

A descrença no cientismo e no positivismo


A ciência foi usada para aumentar o poder de destruição, por parte das nações em
guerra. A crise de consciência que afetou a sociedade, também se verificou no campo das
ciências e pôs em causa o pensamento positivista.
No entanto, este sentimento de descrença na ciência e na sua capacidade de trazer a
felicidade, vai abrir as portas a novas correntes de pensamento e de expressão artística.

A descrença no positivismo desenvolve o estudo do lado «irracional» da mente humana –


psicanálise e análise de Freud – vai influenciar o surrealismo.

Henri Bergson – intuicionismo


Há realidades que não podem ser apreendidas a partir das leis da física ou de qualquer
outra ciência exata, como os sentimentos e emoções. Valorizou o pensamento filosófico e
o transcendente divino.

A descrença no cientismo virá das próprias ciências exatas.


Einstein
 Teoria da Relatividade
Espaço, velocidade e tempo – rompe com a ideia de que são grandezas absolutas
 Espaço e tempo são relativos, variam em função da distância da velocidade e da
massa

Relativismo – opõe-se ao positivismo


Designa a conceção de que o conhecimento é relativo, pois o tempo, o espaço, o indivíduo
e a cultura condicionam o conhecimento e a preensão da realidade. As várias correntes de
pensamento, ligadas ao relativismo, têm como ponto comum a contestação da existência
de uma verdade absoluta, na ciência, nos valores ou na cultura.

Heisenber – princípio da incerteza


Ou se conhece a velocidade, ou a posição de uma partícula em movimento.

As vanguardas e a rutura com os cânones da literatura e das artes


Primeiras décadas do século XX
Novas conceções científicas – impacto da guerra, levam à rutura com as conceções
artísticas até aí vigentes
O modernismo é a expressão cultural e artística das sociedades modernas ocidentais,
que atingiu o seu apogeu nas primeiras décadas do século XX. O modernismo rompeu
com a tradição académica que vigorou até ao século XIX.
O modernismo marcado pela liberdade criadora, engloba várias correntes artísticas de
vanguarda que se desenvolveram nas primeiras décadas do século XX, por vezes em
simultâneo.
Vanguardas
Designa a rutura com a tradição artística e assenta na quebra de regras e de convenções
artísticas, levando até aos limites a liberdade e a capacidade criadora.

Fauvismo – Paris 1905-1908



Maior valorização da cor do que da forma

Uso de cores vibrantes, puras e contrastantes, por vezes distintas da realidade
observada
 Contornos com traços escuros e sem sombreados
Henri Matisse/ André Derain/ Maurice de Viaminck

Expressionismo – Alemanha, por volta de 1912


 A ponte (Die Breicke) - Temas emocionalmente pesados e normalmente escondidos
 Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter) - Fase mais intelectual e menos dramática

 Utilização de cores intensas e contrastantes


 Representação de figuras como formas simples e muitas vezes distorcidas
 Expressão de temas como a angústia, o desespero e a solidão humana,
especialmente no meio urbano
Ernst Ludwig Kirchner/ Otto Mueller/ Vassily Kandinsky

Cubismo – por volta de 1907


 Fase Cezariana – Pré-cubismo ou cezarismo
 Cubismo analítico (fragmenta a imagem)
 Cubismo sintético (imagem menos fragmentada e utilização de outros materiais)

 Redução dos objetos a formas geométricas básicas


 Destruição das leis convencionais da perspetiva, com a representação simultânea
dos vários planos dos objetos
 Fragmentação das imagens
 No cubismo analítico, predomínio das cores: azul, cinzento e castanho
 Representação de instrumentos de cordas ou partes de instrumentos
 No cubismo sintético, composições mais simples e percetíveis, utilização de cores
mais variadas; colagem de papeis e outros materiais na própria pintura
Pablo Picasso/ Georges Braque/ Fernand Léger

Futurismo – 1909-1914
 Expressão do dinamismo através da fragmentação e repetição da imagem
 Transmissão da ideia de movimento e velocidade
 Utilização de cores vivas e por vezes de raios luminosos que se intersetam
Giacomo Balla/ Marcel Duchamp/ Umberto Boccioni

Abstracionismo
 Fuga à representação da realidade (não figurativo)
 Utilização de linhas, formas e cores num arranjo que traduz sentimentos e
criatividade
Lírico
 Cor, linhas
 Inspira-se em composições musicais
Geométrico
 Formas geométricas básicas (retângulos ´, quadrados e círculos)
 Cores primárias – azul, vermelho, amarelo + preto e branco
Vassily Kandinsky/ Piet Mondrian

Dadaísmo – durante a primeira guerra mundial


 Obras de caráter espontâneo, anárquico e provocatório
 Elevação de objetos comuns ao estatuto de arte através de intervenções mínimas
Marcel Duchamp/ Max Ernst/ Otto Dix

Surrealismo – 1924
 Representação do inconsciente, de sonhos e de alucinações
 Utilização de elementos figurativos ou simbólicos, em composições de aspeto real
Max Ernst/ Joan Miró

Em Portugal
1º modernismo – marcadas influências futuristas e cubistas (aliados a elementos
abstracionais)
Pintura:
 Geometrização das imagens
 Decomposição da imagem em diferentes planos (cubismo)
 Pontos de luz (futurismo)
 Introdução de elementos da cultura popular (específico do modernismo
português)
 Representação de instrumentos de cordas, letras e números

Da união de escritores e pintores regressados de França, nasceu a primeira corrente


futurista do modernismo português, através da revista Orpheu (1915), que o poema Ode
Triunfal (Álvaro de Campos – Fernando Pessoa), apresentado no seu 1º número, exprime:
 Exaltação da eletricidade e da máquina, do mundo industrial
 Valorização do momento e do ruído- uso de onomatopeias
 Linguagem forte, por vezes chocante
 Corte com o passado
 Orgulho nacional
 Recurso a repetições
A revista Portugal Futurista (1917)

Santa-Rita Pintor cria esta revista, após a espalhafatosa conferência, o Ultimatum


Futurista às Gerações Portuguesas do séc. XX, de Almada Negreiros.

O primeiro número da Revista Portugal Futurista nem chegou a sair, tendo sido apreendido
pela polícia logo na tipografia. Os republicanos temiam a influência dos futuristas, que se
identificavam com os valores da monarquia e do Integralismo Lusitano, condenando a
corrupção e decadência do republicanismo português.

Esta 1ª fase termina com a morte de vários artistas, com a gripe espanhola – 1918

2º modernismo – forte influência do expressionismo alemão: temas de profundo


dramatismo psicológico. (Mario Eloy/ Júlio dos Reis Pereira) - Presencismo
 Czarismo – Abel Manta
 Pintura de influência popular, quase naïve – Sarah Affonso
 Abstracionismo – Maria Helena Vieira da Silva
 Ligação entre poetas e pintores
Revistas de divulgação:
- Seara Nova e Presença – divulgação das novas correntes; oposição ao Estado Novo

Portugal no primeiro pôs-guerra


Tudo isto em 16 anos
 45 governos
 Conspirações permanentes
 Sublevações (revoltas) militares
 Ameaças de restauração monárquica
 Indisciplina partidária
 Obstrução parlamentar
 Participação na 1ª guerra
 Adensamento da crise económica
 Falta de continuidade e coerência
 Defesa de interesses sociais e de grupos de pressão
 Interregnos ditatoriais

Anarcossindicalismo
 Influência do socialismo marxista e depois do Komintern
 Radicalização dos movimentos sindical, onde se destacam os sindicatos
anarquistas
 O grande objetivo da sua luta é derrubar o estado e eliminar o poder da burguesia,
abolindo a propriedade privada
Usam as greves para obter regalias (melhores salários, horários, etc) e para provocar
agitação e enfraquecer o poder do estado (atentados)

A Primeira República Portuguesa (também referida como República Parlamentar*) e cujo


nome oficial era apenas República Portuguesa, foi o sistema político vigente em Portugal
após a queda da Monarquia Portuguesa, entre a revolução republicana de 5 de outubro de
1910 e o golpe de 28 de maio de 1926

* O Congresso (Parlamento) era o órgão do poder legislativo e controlava a ação do poder


executivo, exercido pelo governo e pelo presidente da República, que possuíam um poder
muito limitado. Daí estarmos perante um regime vincadamente parlamentar. Este sistema
causava bastante instabilidade política, pois os governos só podiam exercer a sua ação se
tivessem maioria parlamentar. Ora, a fragmentação dos partidos e os interesses de grupos
de pressão dificultavam a obtenção de maiorias parlamentares, que criassem governos
estáveis.

À câmara dos deputados competiam os atos de maior relevância política; o Senado, ou


câmara dos senadores, era formado pelos representantes dos distritos administrativos do
país e das províncias ultramarinas. As iniciativas de Lei pertenciam indistintamente aos
Deputados ou aos Senadores, ou ainda ao Governo, exceto no tocante a projetos de Lei
versando determinadas matérias, previstas no texto constitucional, da competência
exclusiva da Câmara dos Deputados.

Foi, também, a primeira constituição portuguesa que estabeleceu a prestação do serviço


militar obrigatório.

Direito de voto: Sufrágio universal masculino com restrições. Estabelecia o direito de


votar para os chefes de família, com mais de 21 anos e que soubessem ler e escrever.

Primeira mulher a votar - Aproveitando-se da omissão legal sobre o sexo do chefe de


família, Carolina Beatriz Ângelo - médica, viúva e mãe de duas crianças- faz prevalecer a
sua condição de chefe de família para depositar o seu voto nas eleições para a Assembleia
Constitucional. Em consequência, a lei foi modificada de forma a estabelecer claramente
que só os homens podem exercer o direito de voto pelo Código eleitoral de 3 de Julho de
1913, que também excluía definitivamente os analfabetos. Os princípios democráticos não
se estendiam às mulheres.

Laicização do estado - A Lei de Separação do Estado e das Igrejas, de 20 de abril de


1911, visava acabar com a influência religiosa no poder político e na vida pública. A
constituição de 1911 (21 de agosto) reiterou o que já estava consignado nesta lei.

O exagero de algumas medidas anticlericais levou a uma forte reação da população,


maioritariamente católica.

Cultura e educação

 O combate ao analfabetismo foi uma das preocupações fundamentais da 1ª Rep.


 Estabeleceram a escolaridade gratuita e obrigatória até aos 10 anos.
 Construíram-se os primeiros Jardins de infância e escolas primárias, escolas
comerciais e industriais.
 Reforma dos Liceus e criação das universidades do Porto e Lisboa.
 Apesar de terem conseguido reduzir o analfabetismo, esta redução foi pouco
significativa no cômputo geral da população.
 As reformas do ensino não tiveram em conta as reais possibilidades materiais e
humanas do país, embora tenham sido feitos alguns melhoramentos.

As preocupações sociais

Em 1913 foi estabelecido o princípio da responsabilidade patronal pelos acidentes de


trabalho, mas apenas em certas indústrias, e podia ser transferido para as seguradoras.

 Foram concedias regalias aos trabalhadores como a redução do horário de trabalho


e o descanso semanal obrigatório ao domingo e o direito à greve
 A criação de habitações sociais foi mal planeada e executada, acabando por ser
abandonada por falta de recursos.
 Em 1916 criou-se o Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

De facto, a 1ª República abriu o direito de voto a camadas mais alargadas da população e


demonstrou preocupações de carácter social, de acordo com os princípios do
demoliberalismo.

Mesmo assim excluía do exercício da soberania as mulheres e os analfabetos, que eram a


maioria da população e as medidas sociais foram de curto alcance, devido à instabilidade
política e à falta de meios.

O fracasso da Primeira República


Dificuldades da 1ª República

Conjuntura interna
Dificuldades económicas: Agitação social: Instabilidade política:
-Atraso agrícola e industrial -O exagero das medidas -divisões entre os
-Aumento dos impostos devido contra a Igreja indignou a republicanos acentuam
às despesas de guerra. população católica, rivalidades políticas
-Escassez de produtos. principalmente rural -oportunismo político e falta de
-Racionamentos. -Descontentamento das verdadeiros lideres 2
-Paralisação da produção classes médias afetadas pelo -parlamentarismo -
devido às greves e agitação. aumento no custo de vida e supremacia do congresso
-Aumento do papel moeda em pela falta de ordem. sobre o poder executivo
circulação e fraudes -Elevado número de mortos e -queda sucessiva dos
monetárias. feridos governos
-Desvalorização da moeda -proprietários e industriais -divergências quanto à
-Inflação galopante. temem o sindicalismo participação de Portugal na
-Défice da balança comercial e revolucionário guerra. Interconvencionistas,
aumento da dívida pública (anarcossindicalismo) neutralistas e germanófilos
-Miséria popular -regressão do movimento -golpes de estado e períodos
grevista de ditadura:
-onda de greves e atentados  De Pimenta Castro
populares motivados pela  República Nova –
miséria e pelos movimentos Sidónio Pais governa
anarcossindicalistas em ditadura com o
-as forças conservadoras apoio das forças
apelam aos militares para conservadoras
reporem a ordem  Monarquia do Norte
 Atentados e
assassinatos (ex. noite
sangrenta)

1 (as perseguições aos sacerdotes e a restrições ao culto indignaram a população nos


meios rurais e até nas cidades. Aparições de Fátima, 1917, reforçaram a posição da igreja
e a religiosidade popular)
2 (desiludidos os antigos políticos da revolução afastam-se da cena política abrindo
caminho aos caciques e a líderes sem carisma e capacidade política)

Conjuntura externa

A regressão do demoliberalismo, como reação ao avanço do bolchevismo criou o ambiente


favorável à implantação da ditadura. Os ideais antidemocráticos e antiparlamentares que
se desenvolviam no resto da Europa surgem como solução para a desordem o caos
económico e a insegurança. O exemplo do fascismo italiano é visto como um exemplo a
seguir, em Portugal.

O Sidonismo foi um regime antiparlamentarista, introduzido por Sidónio Pais em Portugal,


durante a primeira República, em 1917-18. O Parlamento foi subordinado ao Poder
Executivo, numa tentativa de pôr fim à anarquia e instabilidade políticas desta fase e os
poderes do presidente foram reforçados - presidencialismo.

A instabilidade Política

A revolução republicana não trouxe a esperada estabilidade política nem as reformas


empreendidas corresponderam aos anseios das classes que, ardentemente, apoiaram o
movimento revolucionário. A desilusão foi imediata e a crise prolongou-se durante 16 anos
em que ocorreram 8 eleições para a presidência, 9 eleições legislativas e foram nomeados
45 governos.

Logo a seguir ao triunfo da revolução, vieram ao de cima, as divergências no seio do


partido republicano, motivadas em ambições pessoais de poder. A Constituição de
1911, instituía o predomínio do poder legislativo sobre o poder executivo. Por conseguinte,
a constante interferência do Congresso na atividade governativa tornava ineficaz a
ação dos governos.
Os governos republicanos deixavam transparecer uma cada vez maior incompetência na
resolução das dificuldades e começam a ser vistos como a continuação da
administração corrupta, derrubada em 1910.

A instabilidade Social

Conjugando os quadros económicos e financeiro com o quadro político, estavam criadas


as condições para a afirmação de um quadro social explosivo.

Com efeito, as profundas desvalorizações da moeda e a inflação galopante não


acompanhada pela subida dos salários provocam sérias dificuldades nas classes
médias titulares de rendimentos fixos. Por seu lado, os operários, além do custo de vida,
não suportavam as frequentes situações de desemprego a que estavam violentamente
condenados face às dificuldades do setor produtivo.

A agitação social, patente em manifestações e greves, ocorre de forma cada vez mais
violenta. E o poder político, cada vez mais fragilizado, revelava-se impotente face à
generalização da desordem.

A falência da Primeira República

Em 28 de maio de 1926, o país estava cansado de tanta agitação social, de greves e


atentados bombistas. Também não se vislumbrava na democracia parlamentar, qualquer
solução para os problemas económicos e financeiros. Assim, a vontade de um governo
que restaurasse a ordem e a tranquilidade e trouxesse, finalmente, ao país o tão desejado
e prometido desafogo económico quase unânime.

Bem aproveitado foi este sentimento pelas forças antidemocráticas e antiparlamentares


que, praticamente sem oposição, organizaram, a partir de Braga, um movimento militar e
levaram a cabo um Golpe de Estado, em consequência do qual foi instituído um regime de
ditadura militar. (General Gomes da Costa)

O novo governo decreta o fim das liberdades individuais, dissolve o Congresso da


República e extingue todas as instituições de inspiração liberal e democrática.
A Primeira República chega ao fim e, com ela, a democracia parlamentar.

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