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GUIA DE ESTUDOS

ARCHEON MUN

Conselho de segurança das nações unidas

Guerra do Vietnã
Sumário
Sumário................................................................................................................................... 1
1. Sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas......................................................... 2
2. Contexto histórico................................................................................................................ 3
3. A Guerra do Vietnã.............................................................................................................. 9
4. Blocos...................................................................................................................................16
5. Delegações........................................................................................................................... 17
6. Fontes...................................................................................................................................29
1. Sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas
1.1 História da Organização das Nações Unidas e do Conselho de
Segurança:
Criada em 1945, após a Segunda
Guerra Mundial, a Organização das Nações
Unidas (ONU) é uma organização diplomática
e política global que se dedica a manter a paz,
promover a cooperação e a estabilidade
internacional, sendo formada por,
principalmente, seis órgãos: Assembleia Geral,
Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Secretariado, Corte de Justiça
e Conselho de Segurança.
Primordialmente, a ONU era constituída por apenas 51 países-membros e,
atualmente, possui 193 membros. No presente, o órgão é administrado pelo
Secretário-Geral António Guterres, que tem a função de chefiar o secretariado e
participar das reuniões de todos os outros órgãos, sendo o responsável por
convocar o Conselho de Segurança (CSNU) por qualquer situação que julgue
ameaçar a segurança global.
Constituindo o único comitê mandatório da ONU, o CSNU foi criado
junto com a própria ONU, e sua fundação foi feita pelos cinco países vencedores
da guerra: Estados Unidos, China, União Soviética, Reino Unido e França. De
acordo com a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança tem a
responsabilidade na manutenção da paz e da regulamentação dos acordos
internacionais, além de impor sanções mandatórias e embargos econômicos.
As agendas do CSNU são bem diversas, abrangendo boa parte dos
conflitos desde de sua criação até os dias atuais, com exceção dos conflitos da
guerra fria. Durante a guerra fria a ONU fez uma paralisação, evitando tomar uma
posição entre União Soviética e Estados Unidos e não se envolveu muito nos
conflitos dessa época, ou seja, não houve uma reunião e nem resolução no CSNU
sobre a Guerra do Vietnã.
A conferência em questão se passará em 1968, logo após a ofensiva de tet
e toda sessão terá uma data diferente, englobando o espaço de tempo de 1968 à
1973, tendo atualizações constantemente sobre a atual situação da guerra. Cabe
aos delegados mudar a história ou não, vale-se ressaltar que todas as ações
tomadas terão consequências e o objetivo será acabar com a guerra, promovendo
a paz internacional e a reconstrução do Vietnã.

1.2 Funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas


O CSNU é dividido entre países permanentes, países não permanentes..
Os países permanentes são aqueles que ganharam a segunda guerra mundial,
Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, chamados de P5 e
possuem o poder de veto, ou seja, caso algum dos países citados não concorde
com a resolução proposta, pode vetar, independentemente se a maioria dos países
do Conselho votou a favor ou não. Os não permanentes são eleitos pela
Assembleia Geral de dois em dois anos, atualmente, temos Albânia, Brasil,
Emirados Árabes Unidos, Gabão, Gana, Índia, Irlanda, Quênia, México, Quênia,
Noruega e México.
Além disso, a presidência do Conselho é feita mensalmente pelos países
do órgão, permanente ou não, por ordem alfabética dos nomes em inglês. O
presidente do CSNU tem a função de conduzir e, com a autoridade do Conselho,
representar o órgão das Nações Unidas, porém, não perde o seu dever de
representar o seu país e fazer discursos que visem o interesse nacional desde que
deixem claro que estão exercendo seu direito de delegação e não de presidente.

2. Contexto histórico

2.1. Introdução

A Guerra do Vietnã, que se desenrolou entre 1955 e 1975, é um dos conflitos mais
emblemáticos e complexos do século XX, deixando uma marca profunda tanto na história do
Vietnã quanto nas relações internacionais. Este conflito envolveu uma série de atores e
interesses conflitantes que refletiam não apenas as tensões da Guerra Fria, mas também as
aspirações de independência e unificação do povo vietnamita.
O conflito começou como uma guerra de resistência liderada pelo Viet Minh, um
grupo comunista vietnamita, contra o domínio colonial francês na década de 1940. No
entanto, após a derrota francesa na Batalha de Dien Bien Phu em 1954, a Conferência de
Genebra dividiu o Vietnã em dois estados temporários: a República Democrática do Vietnã
(Vietnã do Norte), liderada por Ho Chi Minh e apoiada pela União Soviética e pela China, e a
República do Vietnã (Vietnã do Sul), apoiada pelos Estados Unidos e seus aliados.

A Guerra do Vietnã se intensificou na década de 1960, quando os Estados Unidos,


temendo a expansão do comunismo na Ásia, aumentaram seu envolvimento militar no Vietnã
do Sul. O conflito se transformou em uma guerra brutal, com as tropas americanas lutando
contra guerrilheiros comunistas vietnamitas, conhecidos como Vietcong, no sul, e
enfrentando o exército regular do Vietnã do Norte. A Guerra do Vietnã também se tornou um
campo de batalha indireto entre as superpotências da Guerra Fria, com os Estados Unidos
liderando o esforço anti-comunista e a União Soviética e a China apoiando o Vietnã do Norte.
Isso agravou ainda mais a complexidade do conflito.

Além das implicações geopolíticas, a Guerra do Vietnã também teve um impacto


significativo na opinião pública internacional, provocando protestos em massa e debates
sobre a moralidade e a eficácia da intervenção dos EUA. Finalmente, em 1975, com a retirada
das tropas americanas e a reunificação do Vietnã sob controle comunista, a guerra chegou ao
seu fim, deixando um legado de divisão e cicatrizes profundas na sociedade vietnamita e na
política global. A Guerra do Vietnã, portanto, representa um capítulo crucial na história do
século XX, destacando os desafios complexos enfrentados pelos Estados Unidos e outras
potências mundiais durante a Guerra Fria, bem como as aspirações de autodeterminação de
um povo em meio a uma paisagem global turbulenta.

2.2. Segunda guerra mundial

A Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945, deixou um legado de
devastação e transformações profundas no cenário internacional, influenciando diretamente a
criação do mundo bipolar que caracterizou a Guerra Fria. Este conflito, amplamente
considerado como a guerra mais destrutiva da história, resultou em uma série de desafios
econômicos, políticos e ideológicos que moldaram as décadas subsequentes. No rescaldo da
Segunda Guerra Mundial, vastas áreas da Europa, Ásia e partes da África estavam em estado
de ruína, com cidades e infraestruturas destruídas. A guerra afetou não apenas os militares,
mas também a vida cotidiana dos civis, resultando em escassez de alimentos, combustível e
produtos de consumo. A reconstrução dessas nações arrasadas exigiu um esforço
monumental, mas um dilema crucial surgiu: como trazer essas regiões de volta à economia
internacional?

A resposta para esse dilema residia na necessidade de capital, mas havia dúvidas
sobre a forma desse capital. A moeda dos países arruinados pela guerra? O ouro? Ou os
dólares americanos, que eram considerados tão confiáveis quanto o ouro? No entanto, tanto o
ouro quanto os dólares eram escassos nas nações afetadas pela guerra. Os Estados Unidos
emergiram como a única superpotência com os recursos necessários para ajudar na
reconstrução, mas essa ajuda levantou questões sobre o papel e as intenções dos EUA. A
guerra também se destacou como o conflito mais caro da história, resultando em um custo
econômico e humano sem precedentes. Após 1945, os países envolvidos enfrentaram uma
série de problemas econômicos, incluindo inflação, dívidas significativas (principalmente
com os Estados Unidos), déficits comerciais, déficits na balança de pagamentos e escassez de
ouro e dólares.

A escassez mundial de ouro se tornou uma preocupação importante, com os Estados


Unidos acumulando a maioria das reservas globais de ouro em 1947. O Reino Unido, que
antes da guerra era o maior credor mundial, agora se encontrava endividado. Os países
tiveram que vender grande parte de suas reservas de ouro, dólares e investimentos
estrangeiros para pagar os custos da guerra. Isso resultou em reservas cada vez mais
esgotadas, agravadas pelos déficits comerciais persistentes. A inflação se disseminou nas
economias enfraquecidas, com aumentos dramáticos nos preços em vários países, como
Áustria, França e Japão. O sistema monetário de alguns países, como a Alemanha, entrou em
colapso, levando as pessoas a recorrerem à troca de bens, muitas vezes usando cigarros como
forma de moeda.

O mundo pós-Segunda Guerra Mundial não presenciou uma volta à normalidade, mas
sim o surgimento de um novo conflito ideológico e político: a Guerra Fria. As principais
potências europeias, que estavam no centro dos acontecimentos na década de 1930,
emergiram exaustas e destroçadas, abrindo caminho para o surgimento de duas
superpotências globais: os Estados Unidos e a União Soviética. Estes dois blocos se
formaram em torno dessas nações, com outras nações sendo pressionadas a tomar partido. A
União Soviética emergiu da guerra como uma potência territorialmente expandida e com
grande prestígio por sua resistência contra a Alemanha nazista. Além disso, o Exército
Vermelho não foi desmobilizado, mantendo uma vantagem numérica significativa em termos
de tropas e armamento pesado. Os Estados Unidos, por sua vez, se destacaram como os
grandes vencedores, com perdas humanas e materiais relativamente baixas. Eles mantiveram
sua posição como principal potência econômica, detendo a maioria das reservas mundiais de
ouro e tornando o dólar a principal moeda internacional.

Os interesses conflitantes entre essas duas superpotências se multiplicaram


gradualmente, criando um clima de medo e suspeita mútua. Os Estados Unidos acusaram a
União Soviética de expansão comunista, enquanto os soviéticos se sentiram cercados e
ameaçados pelo Ocidente. Isso levou a um período prolongado de tensão internacional,
intercalado com crises dramáticas, que resultaram em conflitos armados localizados, mas
evitaram uma guerra em grande escala entre os Estados Unidos e a União Soviética. Portanto,
a Segunda Guerra Mundial teve um impacto profundo nas condições pós-guerra, criando um
mundo bipolar caracterizado pelo confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética. As
consequências econômicas, políticas e ideológicas desse conflito moldaram a dinâmica
geopolítica do século XX e influenciaram as relações internacionais por décadas a fio. A
Guerra do Vietnã que se seguiu foi um reflexo direto desse contexto, com o mundo dividido
em dois blocos opostos, que competiram pela influência global.

Com o fim da segunda guerra mundial, o Império Japonês e o III Reich alemão, juntos
a seus aliados, caíram. Nesse contexto, novas potências mundiais surgem, sendo elas os
principais países que ganharam a guerra: EUA e URSS. Ainda que o oeste europeu também
tenha ganhado a guerra, ao lado dos Estados Unidos e da União Soviética, seu território foi
muito danificado durante a guerra, e sua economia e política foram desestabilizadas. É a
partir desse contexto, no ano de 1947, que a guerra fria se iniciou.
2.3. Guerra fria (1947-1991)
As duas superpotências que emergiram após a segunda guerra mundial, os
EUA e a URSS, fizeram do mundo um palco de suas demonstrações políticas,
ideológicas e militares. Nunca houve um conflito direto, mas os desdobramentos
dessas tensões foram sentidos ao redor do mundo, e geraram diversas
consequências, como a Guerra do Vietnã, a Guerra das Coréias, as corridas
armamentistas e espaciais, a Crise dos Mísseis em Cuba, a Revolução Chinesa e a
partilha da Alemanha.

2.3.1. Guerra da Coreia

A Guerra da Coreia, que teve início em 25 de junho de 1950 e encerrou-se em 27 de


julho de 1953, após a assinatura de um armistício que estabeleceu a divisão do país,
representa um capítulo significativo na história do século XX. Este conflito, muitas vezes
referido como a "Guerra Esquecida", emergiu em um contexto de tensões geopolíticas e
rivalidade ideológica da Guerra Fria. Após o término da Segunda Guerra Mundial, a
península coreana, anteriormente ocupada pelo Japão, foi dividida ao longo do paralelo 38º,
uma linha de latitude que delineou as regiões Norte e Sul. O Norte, apoiado pela União
Soviética, e o Sul, respaldado pelos Estados Unidos, estabeleceram regimes separados, cada
um com sua própria visão ideológica e aspirações políticas.

O ponto de ignição da guerra ocorreu quando a Coreia do Norte, em 25 de junho de


1950, invadiu a Coreia do Sul, desencadeando uma rápida escalada do conflito. Os Estados
Unidos e outros membros das Nações Unidas responderam prontamente em apoio à Coreia
do Sul. Essa intervenção internacional trouxe uma ampla coalizão de nações, incluindo Reino
Unido, Austrália, Canadá, Índia, Nova Zelândia e África do Sul, para o conflito. O conflito
coreano foi extremamente violento e resultou na morte de cerca de 3 milhões de pessoas e em
dezenas de milhares de feridos. A guerra se desdobrou em uma série de avanços e recuos,
com ambos os lados buscando vantagens táticas em um território montanhoso e desafiador.

Um momento decisivo na guerra ocorreu quando o General MacArthur, comandante


das forças das Nações Unidas, ordenou um desembarque anfíbio em Inchon, um porto
estratégico localizado no meio da península coreana. Essa operação permitiu que as forças
das Nações Unidas empurrassem as tropas norte-coreanas de volta para o norte,
aproximando-se da fronteira com a China. A entrada da China na guerra mudou novamente o
equilíbrio de poder, forçando as forças das Nações Unidas a retrocederem em direção ao sul.
Durante a primeira metade de 1951, o conflito estagnou, levando ao início das negociações de
armistício em julho. No entanto, as negociações iniciais foram infrutíferas, e as forças opostas
permaneceram frente a frente em trincheiras separadas por pouca distância por mais dois
anos.
Finalmente, em 27 de julho de 1953, um armistício foi assinado, concordando que a
Coreia permaneceria dividida. O acordo de armistício foi firmado por representantes dos
Estados Unidos, da República Popular da China, da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, e pôs
fim às hostilidades da Guerra da Coreia. Este conflito deixou uma península coreana dividida
e tensões contínuas entre o Norte e o Sul, que perduram até os dias de hoje. A Guerra da
Coreia também representou um dos primeiros confrontos diretos da Guerra Fria, com as
superpotências dos Estados Unidos e da União Soviética apoiando lados opostos no conflito,
aumentando ainda mais as rivalidades globais da época.

2.3.2. Ideologias
Ambas as potências buscavam a hegemonia mundial, e basearam tal busca
em seus sistemas socioeconômicos: capitalismo e socialismo. Tais ideologias são
essenciais para entender os desdobramentos da Guerra do Vietnã.
Capitalismo:
Governo do presidente Franklin Roosevelt: Foi adotada uma política que
visava o fim das intervenções militares americanas nos demais países, e buscava
maior aproximação diplomática e política entre os países. Nesse contexto, os
EUA defenderam a independência e o fim da colonização.
Governo do presidente Harry Truman: A política externa americana foi
mudada, e a Doutrina Truman foi implantada. Tal doutrina via o comunismo
como o maior mal enfrentado pelos Estados Unidos e como uma ameaça para
democracias ao redor do mundo. Com isso, a principal prioridade dos EUA
passou a ser combater o comunismo e prevenir que ele se espalhasse para outros
países. Junto a essa doutrina, a Teoria Dominó ganhou força: a ideia de que
quando um país sucumbe ao comunismo, vários outros sucumbem em seguida,
como um dominó. Internamente, os EUA adotou a política do Red Scare,
caracterizada pela perseguição de comunistas dentro de seu território e de seus
aliados. Externamente, os EUA se envolveu fortemente na Guerra das Coreias, no
armamento de grupos anti-comunistas e na imposição de governos de direita nas
Américas, através da Operação Condor.
Dentro da Doutrina Truman também estava o Plano Marshall, um plano
de financiamento dos países europeus que foram destruídos com a segunda guerra
mundial, em troca de alianças para o lado capitalista. O Plano Colombo contava
com a mesma premissa, mas financiava países asiáticos.
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também surgiu,
contando com os EUA, Canadá e países do oeste europeu, constituindo uma
aliança militar para combater o comunismo.
Socialismo:
A URSS, diante da política americana, fez um plano espelhado. O Pacto
de Varsóvia foi criado para contrapor a OTAN, e o COMECON (Conselho para
Assistência Econômica Mútua), também conhecido como Plano Molotov, para
contrapor o Plano Marshall.
Com isso, houve a divisão do espaço territorial entre capitalismo e
socialismo, o que ficou conhecido como Cortina de Ferro.
3. A Guerra do Vietnã
3.1. Antecedentes
Desde 1887, o Vietnã foi uma colônia francesa, conhecida como
Indochina. Durante a segunda guerra mundial, o território foi ocupado pelos
japoneses, incorporando seu império. Os vietnamitas foram muito oprimidos e
explorados durante o domínio francês e japonês. Hô Chí Minh, líder do
movimento de independência vietnamita, criou um grupo guerrilheiro, o Vietminh
para lutar contra o domínio japonês durante a segunda guerra mundial
Com o fim da segunda guerra mundial, as colônias viram na fragilidade
econômica, militar e política de suas metrópoles uma oportunidade de conquistar
sua independência. Na época, os EUA estavam sob a presidência de Roosevelt, e
apoiaram o processo de independência do Vietnã. Com isso, diversos movimentos
pró-independência eclodiram no país, e em outras colônias asiáticas. Entretanto,
com a morte de Roosevelt e a sucessão do poder ao Truman, a independência
vietnamita passou a representar um risco de que o país cederia a influência
soviética e se converteria ao comunismo. Desta forma, milhares de tropas
francesas e americanas foram enviadas ao Vietnã para restaurar sua situação de
colônia e lutar contra o Vietminh.
Ao lutar contra os EUA, e descobrir a natureza anticolonial da ideologia
comunista e a promessa de um estado socialista, o Vietminh se declarou
comunista, e se aliou a URSS e a República Popular da China (RPC), que
passaram a enviar equipamentos militares e a treinar soldados vietnamitas. O que
antes era uma guerrilha pró-independência se tornou um movimento armado para
estabelecer um estado comunista.
O conflito inicial entre os EUA e a França contra o Vietminh, resultou na
vitória do grupo socialista em Dien Bien Phu. Um armistício foi assinado entre os
participantes do conflito, com a França concordando em retirar suas tropas do
território. Além disso, de acordo com os Acordos de Genebra, decididos na
Conferência de Genebra, o Vietnã foi dividido no paralelo 17. O norte seria
governado por Hô Chí Minh, líder do Vietminh, sendo um estado socialista,
enquanto o sul adotaria o modelo capitalista.
Nomes oficiais dos novos países:
República Democrática do Vietnã = Vietnã do Norte
República do Vietnã = Vietnã do Sul

3.2. Estopim
O Vietnã do Norte ficou insatisfeito com a divisão do território no
paralelo 17, decidindo, então, invadir o Vietnã do Sul pelas trilhas Hô Chí Minh
(setas verdes no mapa acima). O objetivo era capturar o exército do Vietnã do Sul
e estabelecer o socialismo no país. Uma organização, o Fronte de Liberação
Nacional (FLN), foi criada para atingir tal objetivo. O exército desta organização,
chamado Forças Armadas da Liberação Popular (FALP), ficou conhecido como
Viet Cong.
Enquanto isso, corrupção política e opressão assolavam o Vietnã do Sul.
O presidente, Ngô Dinh Diêm, declarou a Lei marcial, levando a vários protestos
no país e a formação de uma ditadura. Entretanto, ele foi assassinado numa
cúpula, resultando numa crise de sucessão ao poder até 1965, com 8 governos
diferentes tendo controlado o poder.
Nesse período, ambos os países estavam sendo armados pelos EUA,
URSS e RPC.

3.3. Início da guerra


O Viet Cong viu na instabilidade do Vietnã do Sul uma oportunidade para
atacar. Foram necessários 2 ataques a navios americanos, o chamado Incidente de
Tonquim, para que o presidente americano da época, Johnson, autorizasse uma
retaliação e o envolvimento direto dos Estados Unidos na Guerra. Alguns
acreditam que o incidente de Tonquim foi um pretexto criado pelos EUA para
entrar na guerra, já outros alegam que os americanos de fato sofreram ataques
navais.
Os EUA iniciou seu envolvimento na guerra com a Operação Rolling
Thunder: campanha de bombardeamento napalm em alvos estratégicos do Viet
Cong. (Napalm: conjunto de líquidos inflamáveis usados como bombas
incendiárias).

Os EUA ainda fizeram uso de armas químicas (agente laranja) para


derrubarem as folhas das árvores em que se escondiam os guerrilheiros
comunistas na selva. Existem locais que, até hoje, estão contaminados, e milhares
de soldados norte-americanos e cidadãos vietnamitas sofreram com as
consequências do uso desse agente.
Ao longo do tempo, entretanto, o Viet Cong fez grandes progressos em
relação aos EUA, capturando vastas porções de território no interior, através do
uso das trilhas Hô Chí Minh, chegando cada vez mais perto da capital do Vietnã
do Sul, Saigon. O fato de os combatentes do Viet Cong serem originalmente da
região, lhes proporcionou uma vantagem imensurável no que tange ao
conhecimento do campo de batalha e sua melhor utilização em táticas de guerra.
Ainda que os Estados Unidos tenham bombardeado com napalm as trilhas
Hô Chí Minh, com o objetivo de acabar com as linhas de abastecimento do
inimigo, o país não obteve sucesso, e centenas de milhares de soldados morreram
(muitos tinham dificuldade de se adaptar nas florestas vietnamitas). Isso, junto
com a falta de propósito e transparência por parte dos EUA na guerra, gerou
vários protestos nos Estados Unidos, para sair da guerra.

3.4. A ofensiva Tet


Em 1968, o Viet Cong estava se aproximando da vitória. Caso eles
conquistassem Saigon, os EUA teriam que se retirar do Vietnã. Isso deixaria o
Vietnã do Sul apenas com seu exército nacional, que seria facilmente derrotado e
levaria à unificação dos países sob um regime comunista.
Com isso, o Viet Cong planejou um ataque em 36 das 44 principais
cidades do Vietã do Sul, incluindo Saigon e bases militares americanas e do
exército nacional. Esse ataque foi feito no dia 31 de janeiro de 1968, no primeiro
dia do feriado nacional vietnamita, o Ano Novo Lunar, conhecido como Tet
(originando o nome do ataque). Nosso comitê se iniciará nessa data.

3.5. Resposta Capitalista


Massacre de My Lay: em 16 de março de 1968, os EUA limparam a aldeia My
Lay, onde se encontravam, principalmente, mulheres, crianças e idosos. Centenas
de tiros foram disparados sem alvo certo. As mulheres eram estupradas e mortas.
Os homens, torturados e mutilados antes de serem assassinados a sangue-frio. O
saldo foi de 504 mortes de civis.
Massacre de Ha My: em 25 de fevereiro de 1968, os sul-coreanos executaram
todos os moradores do vilarejo Ha My dentro de suas casas, e depois queimaram
as casas para apagar qualquer resquício. O saldo foi de 135 mortes de civis.

3.6. Fim da guerra


A guerra estava perdida para os EUA. A pressão crescente da opinião
pública, a resistência heroica dos vietcongues e do Vietnã do Norte e também o
crescente enfraquecimento do governo Nixon - cada vez mais minado por
denúncias de corrupção eleitoral - fizeram com que os norte-americanos
iniciassem negociações que levaram à assinatura do Acordo de Paris, em 1973,
prevendo a gradual retirada de suas tropas.
Depois que as tropas norte-americanas saíram do Vietnã, a situação dos
sul-vietnamitas ficou desesperadora, e eles foram derrotados rapidamente. Em
1975, Saigon, capital do Vietnã do Sul, foi conquistada, e a guerra encerra-se com
a unificação do Vietnã sob o comando do governo comunista.
Ao todo, fala-se que essa guerra causou a morte de cerca de quatro
milhões de pessoas, sendo metade dessas mortes de civis. Entre as tropas
norte-americanas, o total de mortos foi de, aproximadamente, 58 mil pessoas.

3.7. Informações relevantes


Nem o Vietnã do Sul, nem o Vietnã do Norte eram reconhecidos pela
ONU como independentes. 8 tentativas de resoluções tentaram abordar esse
tópico, mas elas foram vetadas tanto pela URSS quanto pelos EUA. Somente
duas resoluções, referentes à guerra do Vietnã foram aprovadas pelo Conselho de
Segurança da ONU, sendo elas:
- Resolução 132: Reclamação de Laos sobre violações de fronteiras por
tropas norte vietnamitas
- Resolução 189: Violação do Camboja por tropas sul vietnamitas
3.8. Agente Laranja e seus impactos na Guerra do Vietnã

Os Agentes Laranjas, especificamente o herbicida conhecido como "Agente Laranja,"


desempenharam um papel significativo e controverso na Guerra do Vietnã. Este composto
químico foi uma das ferramentas utilizadas pelas forças americanas no conflito, com o
objetivo de atingir uma série de objetivos estratégicos. No entanto, o legado do Agente
Laranja está profundamente marcado por seus impactos ambientais, de saúde e sociais.

Uso Estratégico: O Agente Laranja, assim chamado devido à faixa laranja pintada nos
tambores de armazenamento, era parte de uma operação de desfolhamento realizada pela
Força Aérea dos Estados Unidos. Essa operação tinha como objetivo principal remover a
cobertura vegetal densa das selvas vietnamitas. A lógica por trás disso era tornar mais fácil
para as tropas americanas detectar e combater as forças inimigas, principalmente o Viet
Cong, que usava o terreno coberto para emboscar as forças americanas e sul-vietnamitas.

Impactos na Saúde: No entanto, o que não se sabia na época era que o Agente Laranja
continha dioxina, uma substância química altamente tóxica. A exposição a essa dioxina teve
efeitos devastadores sobre a saúde de militares envolvidos na operação, bem como sobre a
população civil vietnamita. Os veteranos americanos que estiveram em contato com o Agente
Laranja enfrentaram uma série de problemas de saúde, incluindo cânceres, problemas
neurológicos, doenças de pele e defeitos de nascimento em seus filhos.

Impactos Ambientais: Além disso, o Agente Laranja causou sérios danos ambientais.
As selvas desfolhadas não se recuperaram facilmente, deixando vastas áreas devastadas e
impactando a biodiversidade local. Os rios e cursos d'água também foram contaminados,
afetando a vida aquática e prejudicando ainda mais o meio ambiente.

Repercussões Sociais: Os impactos sociais do Agente Laranja foram igualmente


desastrosos. Muitos vietnamitas, especialmente aqueles que viviam nas áreas pulverizadas,
sofreram com doenças e deficiências relacionadas ao envenenamento por dioxina. Isso
incluiu um número alarmante de crianças nascidas com sérios defeitos congênitos, uma
tragédia que continua a afetar gerações no Vietnã até hoje.

Controvérsias e Repercussões Legais: O uso do Agente Laranja na Guerra do Vietnã


gerou controvérsia tanto nos Estados Unidos quanto internacionalmente. Houve uma série de
ações judiciais e reivindicações de compensação, tanto por veteranos americanos quanto por
vítimas vietnamitas. Eventualmente, um acordo foi alcançado em 1984, onde várias empresas
produtoras de herbicidas concordaram em pagar uma compensação considerável, embora
ainda haja discordâncias sobre a adequação desses acordos e se eles atenderam
adequadamente às necessidades das vítimas.

4. Blocos
4.1. Bloco capitalista
Também conhecidos como países de primeiro mundo, o bloco capitalista
era composto pela República do Vietnã, Estados Unidos da América, República
da China (Taiwan), França, Reino Unido, Filipinas, Coreia do Sul e
Esses países eram liderados pelos EUA, e tinham alianças políticas,
econômicas e militares aliadas com a ideologia capitalista, principalmente
durante a guerra fria.

4.2. Bloco socialista


Também conhecidos como países de segundo mundo, o bloco socialista
era composto pela União Soviética, República Popular da China (China
continental), República Democrática do Vietnã, República democrática da Coreia,
República Democrática da Alemanha,
Esses países eram simpatizantes da ideologia marxista e comunista, e estavam
sob a esfera de influência da União Soviética, a qual conseguiu a maioria de seus
aliados através de guerras.

4.3. Bloco neutro


Também conhecidos como países de terceiro mundo, o bloco neutro era
composto por
Esses países não estavam aliados nem à ideologia socialista nem à
capitalista. A maioria desses países eram recém independentes, e visavam
promover cooperação internacional e multilateralismo. Eles defendem a Carta das
Nações Unidas, e optam por uma abordagem menos agressiva durante a resolução
de conflitos, sempre respeitando a soberania das demais nações.

5. Delegações
5.1 República Democrática do Vietnã
O Vietnã do Norte, ou República Democrática do Vietnã,
“surgiu” oficialmente em 1954, com a divisão dos Vietnãs,
e foi governado por Ho Chi Minh com influência socialista,
tendo Hanói como capital. A população do Vietnã do norte
ficou conhecida como “vietcongs” que queriam a
unificação dos dois Vietnã e por estarem em números menores usaram táticas de
guerrilha para terem sucesso (eles chegaram a receber o apoio bélico da União
Soviética e China, porém, não tanto como o Vietnã do Sul recebeu dos Estados
Unidos). Usando o território e o clima local ao seu favor, eles organizavam
ataques surpresa quando as tropas inimigas estavam de alguma forma distraídas
ou fragilizadas para impedir uma reação. Os vietcongs também criaram uma
espécie de rede de túneis para que os soldados pudessem se locomover sem serem
vistos. Porém, em 1964, com a aprovação da “Resolução do Golfo de Tonkin”
que definia a intervenção direta dos Estados Unidos, sem a necessidade de uma
declaração formal de guerra, com isso, os Estados Unidos começaram a promover
tortura civis do vietnã do norte, a utilizar napalm, com a inteção de incendiar
vilarejos e plantações para matar civis de fomes e também a utilizar vários
herbercidas, sendo mais famoso, o agente laranja, que usavam para contaminar as
selvas e as plantações de arroz que os vietcongs se escondiam e se alimentavam.
A guerra estava tomando um rumo exageradamente violento, principalmente
porque ambas as guerras mundiais eram um passado próximo e os movimentos
antiguerra tomavam força (somente em abril de 1964, foram lançados 3600
mísseis aéreos contra o Vietnã do Norte, uma média de 120 por dia). Em resposta
a toda essa violência, o Vietnã do Norte organizou um ataque à embaixada
estadunidense em Saigon, ao mesmo tempo que lançava ataques simultâneos à
maioria das bases estadunidenses no Vietnã.

5.2 República do Vietnã


República do Vietnã, ou Vietname/Vietnã do sul, surgiu em
1955 com a divisão dos Vietnãs, com a capital Saigon e foi
governado por três chefes de estado: Ngo Dinh Diem
(1955-1963), Duong Van Minh (1963-1964) e Nguyen Van
Thieu (1964-1965).
O Vietnã do Sul conseguiu sua independência em 1955 com Ngo Dinh
Diem que logo se tornou um ditador e que teve seu governo marcado pela
corrupção, porém, sofreu grande pressão e oposição interna da Frente de
Libertação Nacional e posteriormente, de um exército vietcongue, de influência
socialista. Além disso, da população local e dos Estados Unidos, que concedeu
armas e conselheiros militares para treinar o exército vietnamita do sul, que
cobrava-o para tomar uma posição mais violenta em relação aos vietcongs,
ocasionando diversos de como se conduzia a guerra. Assim, em 1963 o palácio
presidencial foi cercado e Diem assassinado, fazendo com que os militares
mudassem o estilo de governo para o parlamentarismo, mas não conseguissem
estabilizar o governo. O assassinato de Diem contribuiu para o aumento de
influência da liga de Independência do Vietnã em alguns setores do Vietnã do sul,
provocando o envolvimento direto dos Estados Unidos na região, com cerca de
2,5 milhões de soldados durante toda guerra, investimento bélico e o início dos
bombardeiros aéreos ao Vietnã do Norte.

5.3. Estados Unidos da América


Os Estados Unidos só começaram a se envolver diretamente
em 1964, porém, os Estados Unidos forneceu armas e
conselheiros militares que treinam o exército do sul, além de
sempre acreditarem que era necessário armar a população do
sul ao máximo e apoiou a decisão dos militares do sul de derrubarem o atual
presidente, Ngo Dinh Diem. Três semanas depois da morte do Diem, John F.
Kennedy, presidente dos Estados Unidos, e Lyndon B. Johnson toma posse tendo
a responsabilidade de lidar com a guerra do Vietnã. Em 1964, um destróier dos
EUA, USS Maddox, torpedeou barcos que estavam se aproximando durante uma
missão no Golfo de Tonkin, esse acontecimento resultou na assinatura por
Johnson e na aprovação pelo congresso americano da resolução de Tonkin, que
define a participação direta dos EUA no conflito, sem a necessidade de uma
declaração formal de guerra.
Durante a participação na guerra, os Estados Unidos foram criticados
nacionalmente e internacionalmente por suas práticas de tortura aos vietnamitas,
uso de armas químicas, destruição de plantações e poluição de terras, rios e etc.

5.4. União das Repúblicas Socialistas Soviéticas


É importante lembrar que a guerra do Vietnã se passa durante
o contexto geopolítico da guerra fria e durante esse período
não houve conflito direto da União Soviética e dos Estados
Unidos, ou seja, quando um estava envolvido diretamente, o
outro não está participando diretamente do conflito para
evitar a tensão de um conflito maior. No caso da guerra do Vietnã, a União
Soviética participa, de início, por através de alimentos, petróleo, veículos de
transporte, ferro, aço, fertilizantes, armas e munições. A URSS forneceu esses
itens com ajuda e não como empréstimos(como fizeram os chineses no início da
guerra) isso fez com que a pressão econômica fosse aliviada e o Vietnã do Norte
avançou mais ainda na guerra.
Porém, não pode-se resumir o apoio Soviético de forma superficial, foram
reconhecidos cerca de 3.000 soldados soviéticos que serviram na guerra do
Vietnã, embora tenham sido designados como “especialistas militares” soviéticos,
permitindo à URSS afirmar que nenhum “soldado” soviético serviu na guerra. Os
arquivos soviéticos abertos após a queda da URSS indicam que estas tripulações
antiaéreas, principalmente ucranianas, serviram durante grande parte da guerra.
Para os norte-vietnamitas, esta foi uma ajuda inestimável e, para os soviéticos,
representou a oportunidade de testar tanto o novo equipamento como os soldados
que o operam em situações do mundo real.

5.5. República Popular da China


Embora tenha sido uma regional, a guerra do Vietnã afetou os
interesses internacionais da China, a qual desempenhou um
papel importante na guerra, apoiando militarmente o Vietnã do
Norte desde das guerras indochina em 1950 com a luta de
independência da França, porém, em formato de empréstimos e não de ajuda. Os
chineses ajudaram os vietnamitas a treinar os seus comandantes militares;
reorganizar os seus sistemas financeiros e de defesa, incluindo a política fiscal e
fiscal; e criar uma base económica sólida. Também ajudaram os vietnamitas a
mobilizar os camponeses para apoiar a guerra através de campanhas de reforma
agrária. No geral, os chineses passaram a experiência chinesa da revolução para
os vietnamitas.

5.5. República Francesa


A França dominou a região da Indochina até a Segunda
Guerra Mundial quando o Japão tomou a região, porém
em agosto de 1945, com a rendição do japão, o território
voltou para o domínio francês, até que Ho Chi Minh
declara a independência da parte norte do território. O sul
da região foi ocupado momentaneamente pela Inglaterra,
mas a França recuperou esse território através de um acordo para entrar para a
OTAN. Foi apenas em 1956 que a França saiu oficialmente do território que é
dividido em três partes: Laos, Camboja e Vietnã (que foi dividido em dois). O
principal envolvimento da França ocorre com esforço persistente de sete anos
para restabelecer o domínio colonial francês. As forças francesas foram
confrontadas com uma revolução liderada pelos comunistas pela independência
nacional; em nenhum momento a França ofereceu ao Vietname a alternativa da
independência não-comunista. A França só veio sair oficialmente com a
Conferência de Genebra e depois de serem derrotados na Guerra Indochina.
5.6. Reino Unido e Irlanda do Norte
A participação do Reino Unido nesse conflito muitas vezes
não é lembrado, porém, o Reino Unido se uniu aos Estados
Unidos por querer fazer uma aliança com os EUA pós
Segunda Guerra e essa foi uma oportunidade de mostrar
que os seus interesses estavam aliados aos interesses
estadunidenses. Além disso, muitos políticos britânicos tinham medo de recusar
aderir aos Estados Unidos e isso ser visto como um sinal de fraqueza e influenciar
negociações futuras.
O envolvimento britânico na Guerra do Vietname começou depois de
enviarem alguns conselheiros militares para ajudar a treinar soldados vietnamitas.
Eles também forneceram aos seus aliados equipamentos como artilharia e
missões de combate realizadas por aeronaves da Força Aérea Real a partir de
bases na Tailândia contra alvos localizados no Laos e no Vietnã do Norte. Porém,
sua maior contribuição foi fornecer dinheiro para os esforços de guerra da
América, estima-se que a Grã-Bretanha doou cerca de cinco milhões de libras por
ano durante este período.

5.7. República Democrática Popular da Coreia


O líder e fundador da Coreia Popular, Kim II Sung, se
compadeceu com a guerra do Vietnã, manifestando
frequentemente o seu apoio aos vietnamitas do norte e
utilizou a guerra do vietnã, como forma de mobilizar
politicamente os cidadãos nacionais e criar certos ambientes internos favoráveis
​para o seu governo.. Ele apresentou a imagem de um Vietname em apuros como
um futuro cada vez mais provável para os cidadãos da Coreia Popular se não se
reunissem em torno da liderança em Pyongyang e enviassem forças militares para
impedir a agressão dos EUA no Sudeste Asiático. A Coreia Popular forneceu,
entre 1966 e 1968, cerca de 44,8 milhões de rublos, enviando também apoio
militar com artilharia antiaérea, esquadrão de caça e munições. Porém, em 1968,
a Coreia Popular discorda da negociação de paz entre os EUA e o Vietnã do
Norte e logo depois, estreitando laços com o Vietnã.

5.8. República da Coreia


A Coreia do Sul participou tão ativamente do conflito
quanto o próprio Estados Unidos, estima-se que cerca de
350 mil soldados sul-coreanos participaram ativamente na
guerra do Vietnã. A Coreia do Sul foi extremamente
violenta em relação aos vietnamitas, sendo responsável por
um dos massacres mais violentos da história do Vietnã O mais violento deles foi
o de Ha My, um pequeno povoado no centro do Vietnã onde, em 25 de fevereiro
de 1968, um grupo de soldados sul-coreanos executou 135 pessoas a sangue frio,
quase todos eles idosos, mulheres e crianças.
Ao longo da guerra as tropas sul-coreanas lutaram ao lado dos
estadunidenses no Vietname do Sul, conduzindo operações de pacificação e
travando inúmeras batalhas campais contra as tropas vietcongues. As unidades
sul-coreanas eram tão treinadas e violentas como as tropas dos Estados Unidos e
passaram a ser justamente temidas pelos vietnamitas do norte.

5.9. Reino de Laos


A guerra do Vietnã não se limitou apenas às fronteiras do
território vietnamita, passando as fronteiras do Laos e do
Camboja, para onde os vietcongs moviam e operavam. Os
impactos para esses dois países foram tão grandes quanto
para o próprio Vietnã. Vale-se ressaltar que durante a guerra do Vietnã o Laos
passava por uma guerra civil, travada pelos comunistas (Pathet Lao) e a
monarquia, o que gerou uma contrainsurgência de uma operação norte-americana.
Os Estados Unidos não só se envolveram na guerra do Vietnã como também na
guerra civil do Laos, que se opunha aos guerrilheiros, estima-se que morreram
cerca de 50 mil lacioanos durante o envolvimento dos Estados Unidos. O Laos
também foi brutalmente bombardeado e como consequência possui inúmeros
projéteis de mísseis prontos para a qualquer momento. Oficialmente, o país era
neutro em relação à guerra, porém, o país estava dividido em dois: A parte da
monarquia que apoiava os Estados Unidos e que recebia apoio militar, ajuda
financeira e suprimentos. Pathet Lao que controlava grande parte do território e
recebia apoio dos vietcongs, que em troca, usavam o território controlado pelo
Pathet Lao para transportar homens e suprimentos para a região do Vietnã do Sul.
5.10. Reino do Camboja
O Camboja se declara neutro em relação à Guerra do
Vietnã, porém, por ser um território fronteiriço ao
Vietnã, a guerra ultrapassou as fronteiras e se
alastrou pelo território do Camboja. Os vietnamitas
do norte começaram a transportar suprimentos e
armas pelo seu território. Com Tanto envolvimento
ao lado Vietnã do Norte, o Camboja começou a ser
bombardeado pelos Estados Unidos, obrigando-o a se unir aos Estados Unidos
para que os bombardeios parassem, mas ainda sim com o seu território em
situação precária devido aos ataques estadunidenses.

5.11. Comunidade da Austrália


A Austrália começou a se envolver na guerra
do Vietnã devido a grande ascensão do
socialismo no sudoeste asiatico e como medo
de que essa ideologia se propagasse ainda mais
na ásia começou a participar ativamente da
guerra. O seu envolvimento começou aos
poucos ao lado dos vietnamitas do sul, com apenas 30 soldados no início, porém,
foi aumentando, estima-se que cerca de 60 mil soldados participaram da guerra
ao todo. Os australiano participaram principalmente combatendo os vietcongs na
floresta, visto que já tinha conhecimento devido a guerra malásia. O governo
australiano introduziu um alistamento militar obrigatório para jovens acima de 20
anos para lutar na guerra do Vietnã. A batalha mais famosa enfrentada pela
Austrália foi a batalha de Long Tan, em 1966, que contou com a vitória
australiana.
5.12. Nova Zelândia
Assim como a Austrália, a Nova Zelândia toma o
lado dos Estados Unidos devido ao medo da
ascensão do comunismo no sudeste asiatico, porém,
resistiu de início a entrada na guerra porque
duvidava da eficácia de envolvimento externo e
temia que pudesse se tornar uma guerra mais ampla
com os países asiáticos que apoiavam o vietnã do
norte, como a China.
Apenas em 1965 a Nova Zelândia entrou na guerra de fato com o exército,
chegando a cerca de 500 combatentes no auge da guerra, antes de 65 a Nova
Zelândia tinha restringido o seu apoio com ajuda humanitária.

5.13. República das Filipinas


A Filipinas, em sua grande maioria, era a favor dos
Estados Unidos e alguns pesquisadores afirmam que se
a não fosse dividida em ilhas, muito provavelmente,
enfrentaria problemas com a ascensão do comunismo e
uma grande polarização política por todo o seu
território, por isso, o governo filipino toma uma posição contra o Vietnã do Norte
para evitar que o comunismo ganhe mais força em seu território. Porém, durante
toda a batalha as Filipinas enviaram apenas ajuda humanitária, com o primeiro
contingente chegando em 1965, mas os médicos já estavam lá desde 1954,
chegando a 2.000 soldados humanitários no auge.

5.14. República da Tchecoslováquia


De início, a cooperação entre o
Vietnã e a Tchecoslováquia começou
através de um projeto a curto prazo,
em 1957,quando 100 crianças
vietnamitas foram enviadas para
estudar em Chrastava. A partir disso, a cooperação aumentou com a cooperação
formal em 1957, que permitia que os cidadãos vietnamitas fossem trabalhar e
estudar na Tchecoslováquia. A Tchecoslováquia desempenhou um papel
importante na guerra apoiando o Vietnã do Norte através do envio de armas
(estima-se que a Tchecoslováquia enviou cerca de 10% de todas as armas do seu
território) para os vietcongs e acolhendo os refugiados vietnamitas. Vale-se
ressaltar que o governo criou comitês que
procuravam estabelecer a paz no território vietnamita
e promover vitórias dos vietcongs contra os Estados
Unidos.

5.15. República Democrática Alemã


Para a Alemanha Oriental, a guerra do Vietnã foi
uma oportunidade para melhorar o seu próprio perfil
de política externa dentro do bloco dominado pelos soviéticos e para propagar a
imagem imperialista dos Estados Unidos.
O envolvimento da Alemanha Oriental foi grande, envolvendo ajuda
financeira, médica, humanitária e acolhendo refugiados os norte vietnamitas.
Além disso, foram feitas inúmeras campanhas com o intuito de conseguir apoio
popular para o Vietnã do Norte, sendo a mais famosa a “Sangue pelo Vietname”,
que conseguiu com que 50.000 pessoas doassem sangue para os vietnamitas que
necessitavam. A Alemanha Oriental também prestou ajuda com a formação da
inteligência norte vietnamita e, em 1967, com o apoio militar.

5.16. República Federal da Alemanha


A Alemanha Ocidental só entrou na guerra de fato quando
o presidente Johnson, dos Estados Unidos, pediu o apoio
militar alemão para o Chanceler Ludwig Erhard, porém,
ele reduziu o apoio militar para apoio humanitário. Nessa
época, foi popularizado o Slogan “Remédios em vez de
munição”, o qual enfureceu a população alemã, visto que
os ataques estadunidenses ao Vietnã eram comparados aos
crimes de guerra da Alemanha Nazista. Tal evento foi um catalisador para o
início das manifestações sociais na Alemanha Ocidental e o confronto do país
com a sua própria história.
Além disso, também houveram ações menos famosas, como a criação de
uma escola de medicina em Hue pela Universidade de Freiburg, hospitais
missionários católicos em Kon Tum e alas médicas em An Hoa, Hoi An e
Danang.
5.17. República da Polônia
A relação do Vietnã e da Polônia começou com um
intercâmbio cultural restrito às crianças do Partido
Comunista do Vietnã, que eram limitadas a interagir
com a população local e não tiveram a possibilidade de
permanecer na Polônia ao fim do programa. Mas foi
apenas na década de 60 que a Polónia se sensibilizou
com a situação do Vietnã e começou a apoiar o Vietname do Norte, mas os
polonês, em geral, também demonstraram a sua solidariedade com a situação do
Vietname, embora não fosse muito coeso em todo o Bloco de Leste. A Polônia
assumiu uma visão nacionalista do Vietnã, devido as semelhaças entre a guerrilha
do Vietnã e e na Revolta de Varsóvia de 1944.

5.18. República Socialista da Romênia


Na Roménia, a Guerra do Vietname foi utilizada para
criticar o imperialismo americano e demonstrar a
solidariedade socialista, com a imprensa retratando
drasticamente os atos terroristas dos Estados Unidos
contra civis vietnamitas e glorificando os vietcongs
como heróicos combatentes pela liberdade. Romenos
de várias idades e origens profissionais escreveram à
liderança do partido para partilhar as suas opiniões sobre a guerra e, em alguns
casos, solicitar permissão para lutar ao lado dos seus “irmãos socialistas”.
5.19. República da Hungria
Durante a Guerra, a Hungria demonstrou apoio ao Vietnã,
devido aos laços passados quando estabeleceram uma
relação oficial na década de 1950, quando os dois países
faziam parte do bloco do leste. Essas relações continuaram
durante a Guerra com o acolhimento dos refugiados pela
Hungria e a partir disso, a Hungria e o Vietname
desenvolveram novas relações, com estudantes e
trabalhadores vietnamitas indo frequentemente para a Hungria para terminarem o
ensino superior.

5.20. República da Bulgária


A Bulgária era um país do bloco do leste, ou seja,
apoiou o Vietnã do Norte através de apoio político e
diplomático, mas diferente das outras nações do bloco
leste, que enviaram tropas e/ou ajuda humanitária , a
Bulgária apenas condenou o imperialismo
estadunidense contra o Vietnã e lamentou as inúmeras
vidas perdidas no conflito.

5.21. Reino da Tailândia


A Tailândia começou a se envolver na guerra devido
ao temor da propagação do comunismo pelo seu
território, assim como a grande parte dos países
asiáticos que lutaram ao lado dos Estados Unidos.
Devido à proximidade territorial, a Tailândia foi um
território fundamental para a guerra do Vietnã. Além
de ter sido um dos principais apoiadores do Vietnã do Sul com a participação de
40 mil soldados ao longo de toda guerra, o território tailandes foi muito usado
pela força aérea e marinha estadunidense com a instalação de bases militares.
5.22. República de Cuba
Cuba foi um dos estados que mais demonstrou apoio
ao Vietnã do norte ao longo da guerra de inúmeras
formas, sendo fundamental durante todo o conflito.
Fidel Castro, líder cubano, sempre demonstrava o
apoio ao Vietnã do Norte em seus discursos,
condenando o imperialismo e as ações brutais dos
Estados Unidos. Além do apoio político, estima-se que
Cuba enviou cerca de 2.000 soldados para o território
vietnamita, os quais estiveram presentes nas instalações carcerárias, e apoio
bélico. Apoio humanitário com a doação de alimentos, medicamentos e envio de
profissionais da saúde.
5.23. Federação da Malásia
A Malásia não participou diretamente da guerra do
Vietnã, porém, sempre deixou bem claro o seu apoio
ao Vietnã do Sul por temer que a propagação do
comunismo tomasse força na região. A participação
da Malásia na guerra se resumiu à organização de centro de treinamentos de
guerra em florestas para os sul vietnamitas e para soldados estrangeiros que não
possuíam treinamento adequado para tais locais. Apesar disso, a Malásia defendia
a resolução pacífica da guerra através da diplomacia e mediação internacional.
5.24. República de Singapura
Singapura foi uma das poucas nações que se
beneficiou com a guerra do Vietnã devido ao
grande salto econômico que o país deu durante
aquela época. Singapura incentivava a
participação americana na guerra porque o país
começou a fornecer bens para os soldados
estadunidenses na guerra, permitiu que os
soldados fora de serviço utilizassem algumas ilhas para passar as férias ou para
descanso e os gastos dos soldados no país fizeram com que singapura investisse
no turismo local e melhorasse a economia local. Além da questão econômica,
Singapura tinha uma política
extremamente anti-comunista e apoiou o Vietnã do Sul durante toda a guerra.

5.25. República da Índia


A Índia permaneceu neutra durante o conflito, porém, foi um
dos poucos países não socialistas que criticou abertamente as
atitudes brutais do presidente Richard Nixon e demonstrou
solidariedade por ambos os Vietnãs, evitando tomar partido
entre as duas.

5.26. República Iugoslava da Macedônia


As relações entre a Iugoslávia e o Vietnã do norte sempre
foram boas, porém, durante a guerra, Josip Tito decidiu
manter a neutralidade devido à sua política de não
alinhamento que buscava não fazer alianças militares com
as potências da Guerra Fria. Tito fez o possível para ser
dissociado da Guerra do Vietnã, até 1967, quando se alinhou com o Papa Paulo
VI , que trabalhavam juntos para alcançar a paz no Vietnã. Na década de 60, a
iugoslávia enfrentou uma onda de violência e agitação urbana devido às inúmeras
manifestações, feitas pela população pedindo paz no sudeste asiático contra a
guerra do Vietnã e o imperialismo dos EUA, algumas dessas manifestações foram
reprimidas violentamente.
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"A ofensiva do TET" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/a-ofensiva-tet.htm

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