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ARCHEON MUN
Guerra do Vietnã
Sumário
Sumário................................................................................................................................... 1
1. Sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas......................................................... 2
2. Contexto histórico................................................................................................................ 3
3. A Guerra do Vietnã.............................................................................................................. 9
4. Blocos...................................................................................................................................16
5. Delegações........................................................................................................................... 17
6. Fontes...................................................................................................................................29
1. Sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas
1.1 História da Organização das Nações Unidas e do Conselho de
Segurança:
Criada em 1945, após a Segunda
Guerra Mundial, a Organização das Nações
Unidas (ONU) é uma organização diplomática
e política global que se dedica a manter a paz,
promover a cooperação e a estabilidade
internacional, sendo formada por,
principalmente, seis órgãos: Assembleia Geral,
Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Secretariado, Corte de Justiça
e Conselho de Segurança.
Primordialmente, a ONU era constituída por apenas 51 países-membros e,
atualmente, possui 193 membros. No presente, o órgão é administrado pelo
Secretário-Geral António Guterres, que tem a função de chefiar o secretariado e
participar das reuniões de todos os outros órgãos, sendo o responsável por
convocar o Conselho de Segurança (CSNU) por qualquer situação que julgue
ameaçar a segurança global.
Constituindo o único comitê mandatório da ONU, o CSNU foi criado
junto com a própria ONU, e sua fundação foi feita pelos cinco países vencedores
da guerra: Estados Unidos, China, União Soviética, Reino Unido e França. De
acordo com a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança tem a
responsabilidade na manutenção da paz e da regulamentação dos acordos
internacionais, além de impor sanções mandatórias e embargos econômicos.
As agendas do CSNU são bem diversas, abrangendo boa parte dos
conflitos desde de sua criação até os dias atuais, com exceção dos conflitos da
guerra fria. Durante a guerra fria a ONU fez uma paralisação, evitando tomar uma
posição entre União Soviética e Estados Unidos e não se envolveu muito nos
conflitos dessa época, ou seja, não houve uma reunião e nem resolução no CSNU
sobre a Guerra do Vietnã.
A conferência em questão se passará em 1968, logo após a ofensiva de tet
e toda sessão terá uma data diferente, englobando o espaço de tempo de 1968 à
1973, tendo atualizações constantemente sobre a atual situação da guerra. Cabe
aos delegados mudar a história ou não, vale-se ressaltar que todas as ações
tomadas terão consequências e o objetivo será acabar com a guerra, promovendo
a paz internacional e a reconstrução do Vietnã.
2. Contexto histórico
2.1. Introdução
A Guerra do Vietnã, que se desenrolou entre 1955 e 1975, é um dos conflitos mais
emblemáticos e complexos do século XX, deixando uma marca profunda tanto na história do
Vietnã quanto nas relações internacionais. Este conflito envolveu uma série de atores e
interesses conflitantes que refletiam não apenas as tensões da Guerra Fria, mas também as
aspirações de independência e unificação do povo vietnamita.
O conflito começou como uma guerra de resistência liderada pelo Viet Minh, um
grupo comunista vietnamita, contra o domínio colonial francês na década de 1940. No
entanto, após a derrota francesa na Batalha de Dien Bien Phu em 1954, a Conferência de
Genebra dividiu o Vietnã em dois estados temporários: a República Democrática do Vietnã
(Vietnã do Norte), liderada por Ho Chi Minh e apoiada pela União Soviética e pela China, e a
República do Vietnã (Vietnã do Sul), apoiada pelos Estados Unidos e seus aliados.
A Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945, deixou um legado de
devastação e transformações profundas no cenário internacional, influenciando diretamente a
criação do mundo bipolar que caracterizou a Guerra Fria. Este conflito, amplamente
considerado como a guerra mais destrutiva da história, resultou em uma série de desafios
econômicos, políticos e ideológicos que moldaram as décadas subsequentes. No rescaldo da
Segunda Guerra Mundial, vastas áreas da Europa, Ásia e partes da África estavam em estado
de ruína, com cidades e infraestruturas destruídas. A guerra afetou não apenas os militares,
mas também a vida cotidiana dos civis, resultando em escassez de alimentos, combustível e
produtos de consumo. A reconstrução dessas nações arrasadas exigiu um esforço
monumental, mas um dilema crucial surgiu: como trazer essas regiões de volta à economia
internacional?
A resposta para esse dilema residia na necessidade de capital, mas havia dúvidas
sobre a forma desse capital. A moeda dos países arruinados pela guerra? O ouro? Ou os
dólares americanos, que eram considerados tão confiáveis quanto o ouro? No entanto, tanto o
ouro quanto os dólares eram escassos nas nações afetadas pela guerra. Os Estados Unidos
emergiram como a única superpotência com os recursos necessários para ajudar na
reconstrução, mas essa ajuda levantou questões sobre o papel e as intenções dos EUA. A
guerra também se destacou como o conflito mais caro da história, resultando em um custo
econômico e humano sem precedentes. Após 1945, os países envolvidos enfrentaram uma
série de problemas econômicos, incluindo inflação, dívidas significativas (principalmente
com os Estados Unidos), déficits comerciais, déficits na balança de pagamentos e escassez de
ouro e dólares.
O mundo pós-Segunda Guerra Mundial não presenciou uma volta à normalidade, mas
sim o surgimento de um novo conflito ideológico e político: a Guerra Fria. As principais
potências europeias, que estavam no centro dos acontecimentos na década de 1930,
emergiram exaustas e destroçadas, abrindo caminho para o surgimento de duas
superpotências globais: os Estados Unidos e a União Soviética. Estes dois blocos se
formaram em torno dessas nações, com outras nações sendo pressionadas a tomar partido. A
União Soviética emergiu da guerra como uma potência territorialmente expandida e com
grande prestígio por sua resistência contra a Alemanha nazista. Além disso, o Exército
Vermelho não foi desmobilizado, mantendo uma vantagem numérica significativa em termos
de tropas e armamento pesado. Os Estados Unidos, por sua vez, se destacaram como os
grandes vencedores, com perdas humanas e materiais relativamente baixas. Eles mantiveram
sua posição como principal potência econômica, detendo a maioria das reservas mundiais de
ouro e tornando o dólar a principal moeda internacional.
Com o fim da segunda guerra mundial, o Império Japonês e o III Reich alemão, juntos
a seus aliados, caíram. Nesse contexto, novas potências mundiais surgem, sendo elas os
principais países que ganharam a guerra: EUA e URSS. Ainda que o oeste europeu também
tenha ganhado a guerra, ao lado dos Estados Unidos e da União Soviética, seu território foi
muito danificado durante a guerra, e sua economia e política foram desestabilizadas. É a
partir desse contexto, no ano de 1947, que a guerra fria se iniciou.
2.3. Guerra fria (1947-1991)
As duas superpotências que emergiram após a segunda guerra mundial, os
EUA e a URSS, fizeram do mundo um palco de suas demonstrações políticas,
ideológicas e militares. Nunca houve um conflito direto, mas os desdobramentos
dessas tensões foram sentidos ao redor do mundo, e geraram diversas
consequências, como a Guerra do Vietnã, a Guerra das Coréias, as corridas
armamentistas e espaciais, a Crise dos Mísseis em Cuba, a Revolução Chinesa e a
partilha da Alemanha.
2.3.2. Ideologias
Ambas as potências buscavam a hegemonia mundial, e basearam tal busca
em seus sistemas socioeconômicos: capitalismo e socialismo. Tais ideologias são
essenciais para entender os desdobramentos da Guerra do Vietnã.
Capitalismo:
Governo do presidente Franklin Roosevelt: Foi adotada uma política que
visava o fim das intervenções militares americanas nos demais países, e buscava
maior aproximação diplomática e política entre os países. Nesse contexto, os
EUA defenderam a independência e o fim da colonização.
Governo do presidente Harry Truman: A política externa americana foi
mudada, e a Doutrina Truman foi implantada. Tal doutrina via o comunismo
como o maior mal enfrentado pelos Estados Unidos e como uma ameaça para
democracias ao redor do mundo. Com isso, a principal prioridade dos EUA
passou a ser combater o comunismo e prevenir que ele se espalhasse para outros
países. Junto a essa doutrina, a Teoria Dominó ganhou força: a ideia de que
quando um país sucumbe ao comunismo, vários outros sucumbem em seguida,
como um dominó. Internamente, os EUA adotou a política do Red Scare,
caracterizada pela perseguição de comunistas dentro de seu território e de seus
aliados. Externamente, os EUA se envolveu fortemente na Guerra das Coreias, no
armamento de grupos anti-comunistas e na imposição de governos de direita nas
Américas, através da Operação Condor.
Dentro da Doutrina Truman também estava o Plano Marshall, um plano
de financiamento dos países europeus que foram destruídos com a segunda guerra
mundial, em troca de alianças para o lado capitalista. O Plano Colombo contava
com a mesma premissa, mas financiava países asiáticos.
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também surgiu,
contando com os EUA, Canadá e países do oeste europeu, constituindo uma
aliança militar para combater o comunismo.
Socialismo:
A URSS, diante da política americana, fez um plano espelhado. O Pacto
de Varsóvia foi criado para contrapor a OTAN, e o COMECON (Conselho para
Assistência Econômica Mútua), também conhecido como Plano Molotov, para
contrapor o Plano Marshall.
Com isso, houve a divisão do espaço territorial entre capitalismo e
socialismo, o que ficou conhecido como Cortina de Ferro.
3. A Guerra do Vietnã
3.1. Antecedentes
Desde 1887, o Vietnã foi uma colônia francesa, conhecida como
Indochina. Durante a segunda guerra mundial, o território foi ocupado pelos
japoneses, incorporando seu império. Os vietnamitas foram muito oprimidos e
explorados durante o domínio francês e japonês. Hô Chí Minh, líder do
movimento de independência vietnamita, criou um grupo guerrilheiro, o Vietminh
para lutar contra o domínio japonês durante a segunda guerra mundial
Com o fim da segunda guerra mundial, as colônias viram na fragilidade
econômica, militar e política de suas metrópoles uma oportunidade de conquistar
sua independência. Na época, os EUA estavam sob a presidência de Roosevelt, e
apoiaram o processo de independência do Vietnã. Com isso, diversos movimentos
pró-independência eclodiram no país, e em outras colônias asiáticas. Entretanto,
com a morte de Roosevelt e a sucessão do poder ao Truman, a independência
vietnamita passou a representar um risco de que o país cederia a influência
soviética e se converteria ao comunismo. Desta forma, milhares de tropas
francesas e americanas foram enviadas ao Vietnã para restaurar sua situação de
colônia e lutar contra o Vietminh.
Ao lutar contra os EUA, e descobrir a natureza anticolonial da ideologia
comunista e a promessa de um estado socialista, o Vietminh se declarou
comunista, e se aliou a URSS e a República Popular da China (RPC), que
passaram a enviar equipamentos militares e a treinar soldados vietnamitas. O que
antes era uma guerrilha pró-independência se tornou um movimento armado para
estabelecer um estado comunista.
O conflito inicial entre os EUA e a França contra o Vietminh, resultou na
vitória do grupo socialista em Dien Bien Phu. Um armistício foi assinado entre os
participantes do conflito, com a França concordando em retirar suas tropas do
território. Além disso, de acordo com os Acordos de Genebra, decididos na
Conferência de Genebra, o Vietnã foi dividido no paralelo 17. O norte seria
governado por Hô Chí Minh, líder do Vietminh, sendo um estado socialista,
enquanto o sul adotaria o modelo capitalista.
Nomes oficiais dos novos países:
República Democrática do Vietnã = Vietnã do Norte
República do Vietnã = Vietnã do Sul
3.2. Estopim
O Vietnã do Norte ficou insatisfeito com a divisão do território no
paralelo 17, decidindo, então, invadir o Vietnã do Sul pelas trilhas Hô Chí Minh
(setas verdes no mapa acima). O objetivo era capturar o exército do Vietnã do Sul
e estabelecer o socialismo no país. Uma organização, o Fronte de Liberação
Nacional (FLN), foi criada para atingir tal objetivo. O exército desta organização,
chamado Forças Armadas da Liberação Popular (FALP), ficou conhecido como
Viet Cong.
Enquanto isso, corrupção política e opressão assolavam o Vietnã do Sul.
O presidente, Ngô Dinh Diêm, declarou a Lei marcial, levando a vários protestos
no país e a formação de uma ditadura. Entretanto, ele foi assassinado numa
cúpula, resultando numa crise de sucessão ao poder até 1965, com 8 governos
diferentes tendo controlado o poder.
Nesse período, ambos os países estavam sendo armados pelos EUA,
URSS e RPC.
Uso Estratégico: O Agente Laranja, assim chamado devido à faixa laranja pintada nos
tambores de armazenamento, era parte de uma operação de desfolhamento realizada pela
Força Aérea dos Estados Unidos. Essa operação tinha como objetivo principal remover a
cobertura vegetal densa das selvas vietnamitas. A lógica por trás disso era tornar mais fácil
para as tropas americanas detectar e combater as forças inimigas, principalmente o Viet
Cong, que usava o terreno coberto para emboscar as forças americanas e sul-vietnamitas.
Impactos na Saúde: No entanto, o que não se sabia na época era que o Agente Laranja
continha dioxina, uma substância química altamente tóxica. A exposição a essa dioxina teve
efeitos devastadores sobre a saúde de militares envolvidos na operação, bem como sobre a
população civil vietnamita. Os veteranos americanos que estiveram em contato com o Agente
Laranja enfrentaram uma série de problemas de saúde, incluindo cânceres, problemas
neurológicos, doenças de pele e defeitos de nascimento em seus filhos.
Impactos Ambientais: Além disso, o Agente Laranja causou sérios danos ambientais.
As selvas desfolhadas não se recuperaram facilmente, deixando vastas áreas devastadas e
impactando a biodiversidade local. Os rios e cursos d'água também foram contaminados,
afetando a vida aquática e prejudicando ainda mais o meio ambiente.
4. Blocos
4.1. Bloco capitalista
Também conhecidos como países de primeiro mundo, o bloco capitalista
era composto pela República do Vietnã, Estados Unidos da América, República
da China (Taiwan), França, Reino Unido, Filipinas, Coreia do Sul e
Esses países eram liderados pelos EUA, e tinham alianças políticas,
econômicas e militares aliadas com a ideologia capitalista, principalmente
durante a guerra fria.
5. Delegações
5.1 República Democrática do Vietnã
O Vietnã do Norte, ou República Democrática do Vietnã,
“surgiu” oficialmente em 1954, com a divisão dos Vietnãs,
e foi governado por Ho Chi Minh com influência socialista,
tendo Hanói como capital. A população do Vietnã do norte
ficou conhecida como “vietcongs” que queriam a
unificação dos dois Vietnã e por estarem em números menores usaram táticas de
guerrilha para terem sucesso (eles chegaram a receber o apoio bélico da União
Soviética e China, porém, não tanto como o Vietnã do Sul recebeu dos Estados
Unidos). Usando o território e o clima local ao seu favor, eles organizavam
ataques surpresa quando as tropas inimigas estavam de alguma forma distraídas
ou fragilizadas para impedir uma reação. Os vietcongs também criaram uma
espécie de rede de túneis para que os soldados pudessem se locomover sem serem
vistos. Porém, em 1964, com a aprovação da “Resolução do Golfo de Tonkin”
que definia a intervenção direta dos Estados Unidos, sem a necessidade de uma
declaração formal de guerra, com isso, os Estados Unidos começaram a promover
tortura civis do vietnã do norte, a utilizar napalm, com a inteção de incendiar
vilarejos e plantações para matar civis de fomes e também a utilizar vários
herbercidas, sendo mais famoso, o agente laranja, que usavam para contaminar as
selvas e as plantações de arroz que os vietcongs se escondiam e se alimentavam.
A guerra estava tomando um rumo exageradamente violento, principalmente
porque ambas as guerras mundiais eram um passado próximo e os movimentos
antiguerra tomavam força (somente em abril de 1964, foram lançados 3600
mísseis aéreos contra o Vietnã do Norte, uma média de 120 por dia). Em resposta
a toda essa violência, o Vietnã do Norte organizou um ataque à embaixada
estadunidense em Saigon, ao mesmo tempo que lançava ataques simultâneos à
maioria das bases estadunidenses no Vietnã.