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No início dos anos 60, as relações EUA-URSS são as piores na história da Guerra Fria. Após a
revolução cubana, as tropas soviéticas ficam a apenas 100km da Flórida. Em outubro de 1962,
o Presidente Kennedy tem conhecimento de silos em cuba e do aumento de atividades
militares soviéticas. Aparentam ser preparativos para a guerra.
A crise dos mísseis de Cuba foi o conflito mais perigoso da Guerra Fria. Entre americanos e
soviéticos. Em 1987, Reagan e Gorbachev assinaram o tratado INF para eliminar armas
nucleares de certo alcance na Europa e acabou a Guerra Fria. Até agora, o mundo tem estado
a salvo de ameaças nucleares entre os EUA e a URSS…
Em fevereiro de 2019, a Casa Branca anunciou a saída do tratado INF devido à violação
unilateral por parte da Rússia. O Presidente russo Vladimir Putin anunciou que o Kremlin sairá
do tratado como resposta à saída americana do tratado.
“A nossa exigência moral é trabalhar para o dia em que as crianças do mundo cresçam livres
do medo da guerra nuclear.”
Ronald Reagan
Características
Revolução Chinesa
Guerra da Coreia
Mísseis soviéticos sendo escoltados por embarcação americana durante a Crise dos Mísseis, em
1962.
A Crise dos Mísseis foi o momento de maior tensão entre as duas
potências da Guerra Fria e se passou em 1962. Naquele ano, o
serviço de inteligência dos EUA descobriu que a URSS estava
instalando uma base de mísseis em Cuba, país que havia passado por
uma revolução nacionalista em 1959. A inteligência americana sabia
que os mísseis soviéticos representavam pouca ameaça para os EUA,
mas o presidente americano sabia que a questão teria repercussão
negativa sob seu governo e decidiu intervir.
Guerra do Vietnã
Os EUA e a URSS tiveram um papel importante na vitória dos Aliados e mantinham, no pós-
guerra, um forte poder militar.
O EUA afirmava-se como a maior potência económica do Mundo. A economia americana
tinha-se desenvolvido durante a guerra, a indústria avançou em tecnologia e capacidade de
produção e a agricultura prosperava, pois os outros países estavam devastados e sem
capacidade de produção.
A URSS, apesar de ter sofrido grandes perdas, saiu da guerra como um dos países que
contribuíram para libertar a Europa do nazismo, o que lhe trouxe prestígio internacional e
contribuiu para aumentar a influencia do socialismo não só na Europa como em outros partes
do Mundo. Ocupava militarmente a Europa oriental e parte da Europa central e a sua
influência estendera-se ao Extremo Oriente — à China.
A nova "ordem mundial" saída da 2º Guerra será marcada pelo acordo feito pelas grandes
potencias para a divisão da Europa em duas Zonas de influência; os países da Europa de Leste,
incluindo parte da Alemanha e os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituánia, que passaram a
ser repúblicas soviéticas), ficaram sob a influencia da URSS, formando o bloco de Leste,
marcado pela comunismo; os restantes países europeus ficaram sob a influência dos EUA,
formando um bloco ocidental, marcada pelo capitalismo.
Apesar das pesadas consequências da 2.a Guerra Mundial, a URSS entrou, rapidamente, num
período de recuperação e desenvolvimento da sua economia, contando para isso com as
matérias-primas e as infraestruturas dos países europeus do Leste.
A URSS e os países da Europa de Leste que ficaram sob a sua influência recusaram a ajuda dos
EUA, constituindo, em 1949, uma organização de cooperação económica, o COMECON —
Conselho de Assistência Económica Mútua.
A expansão do socialismo ultrapassou as fronteiras da Europa chegando à China. Após libertar-
se da ocupação japonesa, em 1945, a China passou por um período de guerra civil que acabou
com a vitória de Mao Tsé-Tung, que implementou uma revolução comunista e proclamou a
República Popular da China em 1949. A URSS passou a contar com mais um poderoso aliado e
a influência do comunismo na Ásia alastrou-se a outras áreas, como a Coreia do Norte e a
Indochina.
O confronto entre os dois blocos não era direto, mas tornava-se visível no apoio que davam
aos seus aliados em conflitos regionais, fornecendo armas, soldados e conselheiros militares.
Durante esta Guerra Fria, a paz esteve ameaçada por diversas vezes.
O primeiro incidente grave deu-se em 1948-49, quando Estaline bloqueou o acesso de ajuda
americana à parte ocidental de Berlim, provocando um conflito que ficou conhecido como
Bloqueio de Berlim. Os Aliados conseguiram ultrapassar este bloqueio, abastecendo a
população por via aérea. Mais tarde, em 1961, foi construído o Muro de Berlim, separando a
cidade em dois setores, o que simbolizava também a divisão da Alemanha e do Mundo em
duas zonas: a ocidental — República Federal Alemã (RFA), influenciada pelos países
capitalistas, liderados pelos EUA e a oriental — República Democrática Alemã (RDA), sob
domínio da URSS.
Entre 1950 e 1953, durante a Guerra da Coreia O, o mundo voltou a temer um conflito nuclear.
Os EUA apoiaram a Coreia, que tinha sido invadida pela China, país comunista que ocupara a
parte norte do país. A URSS não se envolveu diretamente no conflito, mantendo uma política
de contenção devido ao medo das armas nucleares dos EUA.
Após a morte de Estaline, em 1953, registou-se uma melhoria nas relações entre os blocos,
iniciando-se um período marcado pela coexistência pacífica.
Contudo, em 1962 um novo incidente agita a ordem mundial: a crise dos mísseis de Cuba. Fidel
Castro liderou uma revolução comunista em Cuba e, como as suas políticas colidiam com os
interesses americanos, os EUA decretaram um embargo comercial a Cuba. Dada a sua posição
estratégica, próxima dos EUA, Cuba contou com a proteção militar da URSS que instalou
rampas de lançamento de mísseis apontados aos EUA. A guerra parecia inevitável, mas ambos
optaram pela paz: a URSS retirou os mísseis e os EUA comprometeram-se a não atacar Cuba.
Outros conflitos, como a Guerra no Vietname, na qual os EUA se foram envolvendo desde
1965 até serem derrotados, em 1975, as Guerras em Angola e no Afeganistão são também
exemplos de conflitos em que os dois blocos mediram forças, apoiando fações opostas, sem se
confrontarem diretamente.
Os EUA e a URSS, as duas potências que rivalizavam entre si no período do após-guerra, eram
ambas, por diferentes razões, contra o colonialismo:
• os EUA porque tinham nascido num processo de emancipação face à Inglaterra e porque os
mercados coloniais eram um entrave ao liberalismo económico que defendiam;
• a URSS porque considerava o colonialismo uma forma de exploração dos povos por parte das
estruturas capitalistas, contrárias aos princípios do comunismo.
Durante os 30 anos que sucederam à 2a Guerra as duas superpotências apoiaram a
independência de várias colónias, movidas pelas razões acima indicadas, mas também pelo
objetivo de alargarem as suas áreas de influência.
Os movimentos de descolonização foram conduzidos por diferentes motivações: políticas,
culturais, ideológicas ou económicas. Neste contexto, surgiram líderes e formaram-se grupos
que iniciaram processos de luta de libertação nacional. Esta luta teve diferentes caminhos, uns
pacíficos outros violentos.
«Uma sombra desceu sobre o cenário tão recentemente iluminado pela vitória dos aliados.
Ninguém sabe o que a Rússia soviética e a sua organização internacional comunista pretendem
fazer num futuro imediato, nem quais serão os limites, se é que existem, das suas tendências
expansionistas e proselitistas. De Stettin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, desceu sobre o
continente (europeu) uma cortina de ferro. Atrás dessa linha, encontram-se todas as capitais
dos antigos estados da Europa central e oriental...»
Winston Churchill. Discurso no WestminsterCOIIege 'Missouri), 1946
O bloqueio de Berlim representou a tendência da União Soviética de controlar rigorosamente
os territórios da Europa central e oriental que tinha ajudado a libertar do domínio da
Alemanha nazi. Reflete igualmente o início de uma política de oposição e contestação à
influência que os EUA tentavam estabelecer no Continente europeu.
Como veremos, esta rivalidade originará a chamada Guerra Fria. A Soviética tomou a iniciativa
de impedir todos os contactos terrestres entre a parte ocidental de Berlim e o restante
território alemão, tentando levar os seus ex-aliados ocidentais a abandonarem a cidade.
Fortalecidos pelo seu papel na derrota das forças alemãs e suas aliadas, contavam, para além
da sua dimensão, com população, capacidade industrial e recursos naturais abundantes,
refletidos no poder militar que possuíam e que contribuía para o reforço das respetivas
posições.
Olhando-se com crescente desconfiança, norte-americanos e soviéticos passaram rapidamente
de aliados a rivais na luta pelo controlo político e estratégico do continente europeu e mesmo
de outras regiões do mundo.
Por não terem tido o seu território diretamente afetado pela guerra, e devido à elevada
procura dos seus artigos, os EUA desenvolveram a produção de alimentos, matérias-primas e
armamento, fortalecendo a economia do país. Os EUA terminaram, assim, a II Guerra Mundial
numa posição favorável a nível mundial. Durante a mesma concederam empréstimos,
alugaram e venderam material de guerra e outros produtos às potências aliadas.
Concentrando grande parte das reservas de ouro mundiais, os Estados Unidos da América
impuseram a sua moeda, o dólar, como referência e meio de troca no comércio internacional.
Os EUA, liderando o bloco ocidental ou «mundo capitalista», recearam que a crise do após
guerra empurrasse os países europeus para o comunismo. Procuraram, por isso, ganhar
parceiros económicos e travar a expansão do modelo soviético no continente europeu. Com
estes objetivos foi criado um plano de assistência económica, o Plano Marshall. Para
coordenar a distribuição desses fundos e promover a colaboração entre os beneficiários, criou-
se a OECE -Organização Europeia de Cooperação Económica. Estas medidas foram
patrocinadas pelo presidente Truman. Os países aderentes estavam obrigados a respeitar os
princípios da liberdade económica (livre produção e livre circulação de bens), da liberdade de
expressão e da democracia, baseada no multipartidarismo. A URSS, controlando os países do
bloco de Leste através dos partidos comunistas que neles triunfaram, impediu-os de aderir ao
Plano Marshall e à OECE, considerados instrumentos do domínio americano e capitalista. Em
compensação, dirigiu a criação do COMECON abrangendo os países da Europa oriental, os
quais deveriam auxiliar-se mutuamente. A União Soviética assegurava a defesa do seu bloco e
contribuía com a maior parte da produção de combustíveis e matérias-primas.
Ainda no âmbito da «doutrina Truman», o poderio económico e a Influência política dos EUA
serviram para promover uma política de contenção do comunismo na Europa. Em 1949, os
EUA criaram com o Canadá e vários aliados europeus uma aliança militar destinada a defender
os seus interesses mútuos: a Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN, ou NATO.
Por seu turno, e para fazer face à OTAN-NATO, a URSS liderou em 1955 a criação do Pacto de
Varsóvia, englobando os países da Europa oriental e central sob sua influência.
Chama-se Guerra Fria ao período de tensão política e militar que se estabeleceu entre as duas
superpotências, os EUA e a URSS, acompanhadas pelos respetivos aliados. Iniciou-se pouco
depois do termo da II Guerra Mundial e prolongou-se, com períodos de maior ou menor
tensão, até 1991. Os dois blocos adversários competiam na quantidade e qualidade do seu
armamento, incluindo grandes arsenais nucleares que contribuíam para o «equilíbrio do
terror». Essa competição alargava-se à exploração espacial e era apoiada pela disputa
ideológica e por eficientes serviços de espionagem, tais como a CIA e o KGB (Entre passado e
presente).
Apesar dos conflitos indiretos entre os EUA e a URSS durante o período da Guerra Fria, os dois
países souberam sempre evitar a utilização de armas nucleares e a confrontação direta. O líder
soviético Nikita Krustchev, sucessor de Estaline, propôs o princípio da coexistência pacífica e
visitou os EUA, iniciando um período de relações menos tensas. Outra nova fase de
desanuviamento abrangeu boa parte dos anos 70. Contudo, diversos conflitos iam ocorrendo
por todo o mundo, apoiados pelas superpotências e, por isso, a tensão entre eles nunca foi
completamente eliminada.
a crise dos mísseis em Cuba. Nesta ilha triunfou, em 1959, uma revolução inspirada
pelos ideais socialistas que depôs o presidente pró-americano Fulgêncio Batista. A
revolução despertou a oposição dos Estados Unidos da América, que apoiaram uma
revolta, fracassada, contra o novo Governo. Em consequência, Fidel Castro aproximou-
se da União Soviética, procurando um aliado forte face aos norte-americanos. Os
soviéticos instalaram mísseis nucleares em solo cubano. O presidente americano John
F. Kennedy ameaçou Cuba e a URSS com a guerra, conseguindo a retirada dos mísseis,
em 1962;
Em 1943, sentindo a tendência para a vitória dos aliados, e a pedido destes, o Governo
português concedeu o uso da base aeronaval das Lajes, nos Açores, ao Reino Unido e de
seguida aos EUA. Com a Guerra Fria, continuou a aumentar a importância geoestratégica de
Portugal e dos seus territórios. No contexto da tensão entre o bloco ocidental e o bloco
soviético, Portugal foi admitido como um dos fundadores da NATO, em 1949, tendo o
anticomunismo de Salazar jogado a favor dessa admissão. O país também foi admitido na ONU
em 1955, tendo aí de fazer frente a pressões para descolonizar os seus territórios
ultramarinos. Também a ditadura espanhola dirigida por Franco, abertamente anticomunista,
foi tolerada pelos EUA e seus aliados devido ao seu anticomunismo. Contudo, a Espanha só
seria admitida na NATO após restaurar a democracia.
Com o fim da 2.a Guerra Mundial, a Europa perdeu a sua influência, enquanto os EUA e a
URSS, que tinham sido aliados durante o conflito, saíram das Conferências de Yalta e de
Potsdam reforçados, mas com posições diferentes no plano político internacional. Passaram a
funcionar como dois blocos antagónicos: um liberai/capitalista (EUA) e outro comunista
(URSS).
Com ideologias e interesses divergentes, estas duas superpotências procuraram dominar os
países com elas alinhados no pós-guerra, formando entre si uma barreira política que ficou
conhecida por cortina de ferro
O facto de os EUA terem escapado aos efeitos de um conflito que se desenrolou na Europa
possibilitou-lhes a reafirmação do seu potencial industrial e técnico e, por conseguinte, a
obtenção de uma posição económica positiva. Nos anos que se seguiram à guerra, os
americanos asseguravam cerca de 60% da produção mundial (sobretudo a do armamento],
controlavam o comércio internacional e detinham dois terços do stock de ouro mundial,
proveniente do resgate de empréstimos feitos aos seus aliados e dos lucros dos investimentos
no estrangeiro. O dólar tornou-se a moeda padrão internacional. Assim, os EUA emergiam
como a maior potência industrial e comercial do período do pós-guerra, ultrapassando
largamente a URSS.
Em termos militares e estratégicos, a supremacia americana também prevalecia:
desenvolveram a bomba atómica e estabeleceram uma rede estratégica de bases militares que
garantia uma rápida intervenção em caso de conflito.
O pós-guerra confrontou a URSS com duas situações: por um lado, a urgência em restabelecer
a economia, bastante prejudicada pela guerra, e, por outro, a necessidade de afirmação da
doutrina socialista, sobretudo nas zonas que tinham ficado sob a influência política dos
soviéticos e para as quais dirigiram um processo de expansão ideológica:
• na Europa de Leste, entre 1947 e 1952, alguns países, que tinham estabelecido governos de
unidade nacional, foram levados a adotar o modelo político soviético, passando, por isso, a ser
designados democracias populares;
• na Ásia, em 1948, foi proclamada a República Popular da Coreia e, em 1949, na China, Mao
Tsé-Tung proclamou a República Popular da China. Estas duas Repúblicas receberam o apoio
da URSS que reforçava, deste modo, o alargamento do regime comunista no continente
asiático.
O ano de 1947 marcou o início da política de blocos e da cortina de ferro. O incessante avanço
comunista a oriente e a ameaça de expansão dos seus ideais sobre outros países, como a
França e a Itália, despertaram os EUA para a necessidade de travar essa tendência. Para conter
esse avanço, o presidente americano Truman chamou a Europa a participar no Plano Marshall,
que visava a recuperação económica, o auxílio financeiro e a estabilidade política dos países
envolvidos no mesmo. A concretização do Plano Marshall, cujos fundos foram distribuídos com
a criação da Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE), fortaleceu o chamado
Bloco Ocidental e foi essencial para o reerguer de muitos países europeus, reforçando a
influência americana e dando início à política de blocos.
Numa reação à pressão americana, a URSS criou, no mesmo ano, um organismo que
controlava e coordenava a ação dos partidos comunistas, o Kominform. Em 1949, como
resposta ao Plano Marshall, a URSS lançou o Comecon, cujo objetivo era recuperar não só a
economia soviética, mas também a dos países sob sua influência. Estava assim criado o Bloco
de Leste, liderado pela União Soviética. O Mundo passava a estar organizado em dois blocos:
um liderado pelos EUA e o outro pela URSS.
A tensão política e militar entre os dois blocos arrastou-se por mais duas décadas após a
guerra e foi agravada pela construção do Muro de Berlim e pela divisão da Alemanha em
Democrática (ROA) e Federal (RFA). Este período ficou conhecido como Guerra Fria. O
avolumar das tensões originou situações de espionagem e uma desenfreada corrida aos
armamentos. Nesta altura, a URSS já possuía a bomba atómica, mas os americanos também já
haviam desenvolvido a primeira bomba de hidrogénio. Os principais conflitos da Guerra Fria
foram o Bloqueio de Berlim; as guerras da Coreia; a Crise dos Mísseis de Cuba; do Vietname,
de Angola e do Afeganistão. Neste último conflito, os dois blocos, conscientes do armamento
do inimigo e da possibilidade de se desencadear uma guerra nuclear, acabaram por adotar
uma política de coexistência pacifica, tendo os EUA iniciado um bloqueio económico à ilha do
presidente Fidel Castro (Cuba). Esse bloqueio só foi levantado em dezembro de 2014, pelo
presidente americano Barack Obama.