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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

DATA: 13/02/2022
ALUNA: REBECA MARIA AGUIAR SILVA
GEOGRAFIA III

RESUMOS DO CAPITULO 14, 15, 16

❖ CAPITULO 14:
➢ Japão e Alemanha: Países de industrialização clássica tardia.

A Alemanha unificou 39 reinos, ducados e cidades livres alemães no período


posterior e, devido à falta de um estado-nação, a industrialização alemã
progrediu lentamente. Antes da unificação da Prússia, região com a economia
mais forte, o processo de industrialização havia começado, acelerando a partir
de 1870. No século XIX, vários fatores contribuíram para esse acelerado
processo de industrialização.

• A disponibilidade de riquezas minerais, como o ferro e o carvão mineral;


• As transformações ocorridas no setor agrícola e o expressivo êxodo rural
que direcionava esse contingente populacional para a indústria;
• O rápido crescimento da rede ferroviária, que permitiu a circulação de
matérias primas e de produtos industriais;
• A atração de capitais estrangeiros e a importação de tecnologias;
• A união aduaneira entre as antigas divisões administrativas de 1984 e
Zollverein;

• A adoção de moeda única e a formação de um mercado consumidor

Outro fator é que o liberalismo econômico não caracterizou a indústria alemã


como protecionismo nacional, mas sim a caracterizou. A industrialização do
país começou em meados da segunda revolução industrial, e através do
surgimento de novos negócios e monopólios, o país conseguiu competir em pé
de igualdade com seus principais concorrentes, tais como: Konzerns, etc

.➢ Os efeitos de duas guerras mundiais

A Alemanha sempre foi uma potência de guerra, tendendo a expandir seu


território no continente europeu. Além disso, tentou disputar a posse dos
principais impérios coloniais formados pela França e Grã-Bretanha na África.
Esse desejo levou à primeira guerra mundial no país, correspondente ao
período de 1914 a 1918, e a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, viu
dois conflitos fracassados. Devido a esses fatos, o país perdeu alguns
territórios e seus parques industriais foram destruídos. No entanto, suas
maiores perdas ocorreram após a Segunda Guerra Mundial, quando o país se
desintegrou. De 1949 a 1990, a Alemanha foi dividida. Por um lado, a
Alemanha Oriental, um país com sistema socialista e economia planificada; por
outro lado, a Alemanha Ocidental faz parte do mundo capitalista com economia
de mercado. A Alemanha Oriental seguiu o modelo de economia planejada,
enquanto a Alemanha Ocidental reconstruiu sua economia com a ajuda do
Plano Marshall e participou da criação da Comunidade Econômica Europeia
(CEE), o protótipo da futura União Europeia (UE).Com essa divisão, a
Alemanha passou a ter dois Estados e dois sistemas econômicos diferentes:

1. Alemanha Ocidental: República Federal Alemã — RFA, na qual se


estabeleceu a economia de mercado, baseada na livre concorrência,
existia uma democracia com vários partidos, sob a forma republicana de
poder. Em virtude da elevação da produtividade e, consequentemente,
dos salários, a qualidade de vida e a capacidade de consumo da
população melhoraram. Durante esse período, o país apresentou uma
economia dinâmica e competitiva e adotou a política do Bem Estar Social.

2. Alemanha Oriental: República Democrática Alemã — RDA, com a adoção


da economia planificada, os meios de produção eram controlados pelo
Estado, que estabeleceu uma ditadura de partido único sob a influência
soviética. A produtividade se desenvolvia lentamente, o padrão de vida e
de consumo não era o mesmo da Alemanha Ocidental e o regime foi
marcado por censura e repressão.

Em consequência da divisão do país, a República Federal Alemã adotou


a cidade de Bonn, na Renânia, como capital, embora o governo tenha mantido
a posse sobre parte da cidade de Berlim, que tal como o país também foi
dividida. A República Democrática Alemã preservou sua capital, que passou a
ser denominada Berlim Oriental. As duas Alemanhas passaram quarenta anos
em “mundos” diferentes. Reconheceram -se mutuamente na Organização das
Nações Unidas (ONU) na década de 1970, mas competiram em Olimpíadas e
Copas do Mundo com equipes próprias e distintas. Desde 1961, amigos e
parentes viviam separados arbitrariamente pelo Muro de Berlim, que só foi
derrubado em novembro de 1989.

➢ A década de 1990 e a reunificação


A reunificação alemã ocorreu em 3 de outubro de 1990, quase um ano após
a

queda do Muro de Berlim. O então líder da Alemanha Ocidental, Helmut


Kohl, negociou a unificação com Mikhail Gorbachev, líder da União Soviética, e
George Bush, presidente dos Estados Unidos. Mesmo estando entre as
economias mais fortes do mundo, a nova Alemanha enfrentou, e ainda
enfrenta, grandes problemas de ajustamento e adaptação. Principais
problemas ocorridos no processo de reunificação das duas Alemanhas:

● O baixo nível tecnológico das indústrias orientais levou à falência


inúmeras fábricas que não aguentaram a concorrência com as empresas
ocidentais;
● A falência dessas indústrias agravou o problema do desemprego. A
competição no mercado de trabalho acabou por opor alemães ocidentais
e alemães orientais;
● Apesar da alegria do reencontro com amigos e parentes depois de tantos
anos, a convivência entre alemães do Oeste e do Leste não parecia ser
tão simples. Durante muitos anos, os dois países tiveram ideologias muito
diferentes para que houvesse uma imediata identidade de ideias,
costumes e modo de vida entre as populações;
● Mesmo com os maciços investimentos na reunificação, as diferenças
entre o lado oriental e o ocidental ainda são grandes. O índice de
desemprego no
Oriente é quase três vezes maior que na antiga Alemanha Ocidental.

➢ A indústria na Alemanha unificada

O diversificado parque industrial alemão é o principal da


Europa e o terceiro mais importante do mundo (atrás apenas dos
Estados Unidos e do Japão). As empresas desse setor se destacam
pela tecnologia avançada e pelo alto valor agregado dos seus
produtos, que são mundialmente conhecidos e têm lugar de destaque
na pauta de exportações do país. Empresas alemãs estão presentes
em outros países, atuando tanto em unidades de produção como em
atividades de pesquisa e desenvolvimento (P & D). No panorama geral
do setor industrial, verifica-se um discreto encolhimento de setores
tradicionais, como o têxtil e o siderúrgico, e a expansão de setores
mais dinâmicos, como os de biotecnologia, tecnologia da informação,
comunicação, aeronáutica e espacial. O setor industrial tem investido
em estudos e pesquisas de desenvolvimento de novas tecnologias
energéticas, apostando em fontes alternativas, es pecialmente a solar,
como os estudos realizados no Instituto de Sistemas de Energia Solar
de Freiburg.
➢ Localização Industrial

Desde o início do processo de industrialização,formou se, no noroeste


do país, na bacia dos rios Reno e Ruhr, a mais importante região industrial
alemã. O Reno, importante via navegável, tornou-se o principal meio de ligação
com os portos do mar do Norte. Na bacia do Ruhr estavam as grandes mi nas
de ferro e de carvão que favoreceram a formação da primeira região de
concentração industrial. Essa região, que possui cidades importantes como
Colônia, Essen, Dortmund, Düsseldorf, Bonn e Hagen, ainda mantém o título
de maior complexo industrial do país, embora tenha mudado muito.
Atualmente, ainda há o predomínio das indústrias pesadas, como a siderurgia,
o refino de petróleo e a indústria quími ca, mas são encontrados outros ramos
industriais, como o eletroeletrônico, o de cosméticos e o de in dústrias ligadas
ao setor terciário, de prestação de serviços, como as de telefonia móvel, de
apoio à internet, de propaganda e do mercado da moda.
Além da área de indústrias na bacia dos rios Reno e Ruhr, existem
importantes regiões industriais que se concentram em torno de Frankfurt,
Hamburgo, Bremen e, também, Leipzig e Dresden, localizadas em territó rios
da ex-Alemanha Oriental. Alguns centros isolados têm importância por
sediarem fábricas de grandes transnacionais: em Stuttgart está o grupo
Daimler AG; e em Wolfsburg, a Volkswagen. Setores industriais no vos e
dinâmicos estão, geralmente, agrupados em torno de comunidades científicas,
ligadas a importantes universidades do país, formando os tecnopolos. A
Alemanha possui mais de 150 parques tecno lógicos, dos quais dois se
formaram em torno de duas das mais importantes universidades do país. O
Parque Tecnológico Heidelberg está ligado à Universidade Ruprecht Karls, de
Heidelberg, uma das mais antigas universidades do mundo, fundada em 1386.
Criado em 1984, é especializado em bio tecnologia, dedicando-se
principalmente às ciências da vida e aos estudos de tecnologia ambiental.
Possui institutos renomados, como o Laboratório Europeu de Biologia
Molecular, o Centro Alemão de Pesquisa do Câncer, os Centros de Biologia
Molecular e o de Bioquímica da Universidade de Heidelberg e o Instituto Max
Planck de Pesquisa Médica.

➢ A crise na União Europeia

Em 2015, a Alemanha era a quarta economia do mundo, atrás dos


Estados Unidos, China e Japão, e a primeira economia da Europa. Entretanto,
a principal economia da União Europeia sentiu os efeitos da crise mundial de
2008. Embora tenha dado sinais de recuperação em 2010, voltou a se abater
com os problemas do bloco euro peu em 2011 e 2012. O gráfico ao lado
evidencia essa instabilidade.No começo da década de 2010, a economia
Alemã aumentou suas taxas de crescimento, embora ainda modestas.
● Japão
Durante muitos séculos, o Japão, um país agrário, de estrutura feudal e
politicamente isolado, esteve fechado para o Ocidente. Por essa razão, seu
processo de industrialização começou mais tarde, como na Alemanha e na
Itália. Com a Restauração Meiji, o país, finalmente, pôde se inserir na
economia mundial. Esse período, que se estendeu de 1868 a 1912 e foi
marcado por grandes mudanças, ficou conhecido pelo nome da dinastia que o
governava: Era Meiji.Para acompanhar o desenvolvimento do mundo ocidental,
o Estado encarregou-se de adotar algumas medidas, que foram fundamentais
para a industria lização e a modernização do país:

● criação de infraestrutura, como ferrovias e portos;


● instalação de indústrias de bens de pro dução;
● grandes investimentos na educação da população para obter mão de obra
quali ficada para desenvolver a nova atividade;
● investimentos na indústria por grupos familiares, os zaibatsus, que se
tornaram posteriormente grandes conglomerados;
● adoção do xintoísmo, religião que fazia do imperador o chefe sagrado do
Estado,o que ajudou a incentivar os japoneses ao culto à disciplina, uma
das principais ca racterísticas desse povo.
● O imperialismo japonês

O Japão é um arquipélago vulcânico, com mais de 377 mil


quilômetros quadrados, loca lizado no Extremo Oriente. Com um
território pequeno e pouco favorecido do ponto de vista mineral e
energético, o país iniciou sua ex pansão imperialista na Ásia em parte
para suprir essa deficiência. Os sucessivos gover nos procuraram,
então, estender sua influência no Pacífico não só para buscar
alimentos para sua população crescente e matérias-primas para sua
indústria têxtil, mas também para conter o poder da Rússia e da China
na região. As principais áreas ocupadas pelo Japão foram:

● Taiwan (1895); ❖ Coreia (1910);


● Manchúria, no norte da China (1931), e o Nor deste chinês (1938);
● Península da Indochina (1941);
● Ilhas do Pacífico, como Iwo Jima, Marianas,
● Carolinas, Palau (na Segunda Guerra Mundial).
● A derrota e a reconstrução pós-guerra
O Japão foi arrasado pelos bombardeios dos Estados Unidos,
principalmente pelas bombas atômicas lançadas sobre as cidades de
Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, respecti vamente.
Mesmo assim, após o fim do conflito, em 1945, os japoneses
construíram a nação, e o Japão al guns anos depois tornou-se a
segunda potência econômica mundial. Essa recuperação, chamada
“milagre japonês”, pode ser atribuída a uma série de fatores que
permitiu a reestruturação econô mica do país.

● Os Estados Unidos investiram na reconstrução japonesa com medo da


influência da China, que adota o regime socialista em 1949. Essa ajuda
norte-americana recebeu o nome de Plano Colombo e correspondia ao
Plano Marshall.
● O Japão, mais uma vez, investiu maciçamente na educação da
população.
● As indústrias bélicas, proibidas pelos Estados Unidos após a Guerra da
Coreia, transformaram-se em indústrias de alta tecnologia, como a de
instrumentos ópticos e fotográficos. Essa desmilitarização foi benéfica ao
país, porque canalizou capital para outros setores.
● No início dessa retomada, os trabalhadores guardavam seus salários, e
foi essa poupança interna que permitiu novos investimentos sociais e
industriais direcionados pelo Estado.

Toda essa produção industrial tem participação fundamental nas


exportações japonesas. Por outro lado, um dos grandes problemas do território
japonês é a escassez de recursos naturais, o que torna o país um grande
importador de quase todos os minerais utilizados em sua diversificada
indústria, que depois são exportados, já transformados em automóveis,
máquinas, navios, eletroeletrônicos, entre outros produtos. As transnacionais
de origem japonesa, que estão entre as maiores do mundo, evidenciam o
poderio industrial do país. Destacam- se: Mitsui, Mitsubishi, Itochu, Marubeni,
Sumitomo, Toyota, Nissho Iwai, Nippon Telegraph and Telephone, Hitachi,
Honda, Yamaha.

● A localização industrial

O complexo parque industrial do Japão está concentrado na


megalópole de Tokaido, situada na ilha de Honshu, embora existam
no país outros importantes centros espalhados pelas ilhas de
Hokkaido e Kiushu. A avançada tecnologia
desenvolvida no país pro piciou a construção de áreas aterradas sobre os
mares ao redor do arquipélago, onde atualmente existem aeroportos
internacionais, como o de Kyushu, localizado na cidade de Kitakyushu, além de
distritos industriais e até áreas de aproveitamento agrícola. A Cidade da
Ciência de Kansai, cujo empreendi mento foi concebido em 1978, teve sua
primeira fase inaugurada em 1994.
Diferentemente da Cidade da Ciência de Tsukuba, essa obra não foi uma
iniciativa estatal. Localizada nos municípios de Kyoto, Osaka e Nara, segunda
região mais industrializada do país, esse tecnopolo reúne instituições de ensino
e pesqui sa como o Instituto Internacional de Pesquisas Avançadas em
Telecomunicações (Kyoto) e a Universidade de Osaka. Nele predominam
muitas empresas privadas, como a Toyota, a Mitsubishi e a Fujitsu.Além das
duas Cidades da Ciência, no Japão há outros tecnopolos, como Utsunomiya e
Kofu, na área metropolitana de Tóquio, e Asama,
Hamamatsu e Harima Oriental, na região centro oriental do país.
● O Japão na globalização

Em 2014, segundo o FMI, o Japão era a ter ceira economia do mundo.


Alguns fatores contribuíram para que o país alcançasse essa posição: a forte
ética no trabalho, a aplicação do sistema just in time, reforçado pela diminuição
do desperdício e do reaproveitamento de materiais, além dos altos
investimentos em tec nologia. O maior banco do mundo, o Mitsubishi UFJ
Financial Group, também pertence ao Japão. Em Tóquio está localizada a
segunda maior Bolsa de Valores. Veja, na tabela da página a seguir, os
principais indicadores socioeconômicos desse país e sua posição em nível
mundial.
Essa situação, porém, começou a mudar na últi ma década do século
XX, quando o mundo conso lidava a globalização econômica. Sucessivas
valorizações do iene, a moeda japonesa, o surto especula tivo ocorrido na
Bolsa de Tóquio e a concorrência de outros países asiáticos no mercado
externo inter romperam esse crescimento e lançaram o país em uma grande
recessão, entre 1998 e 1999. A produção industrial chegou a encolher 12%
nesse período O aumento do desemprego estrutural causado pelos avanços
tecnológicos, a crise no sistema bancário e a redução do crescimento do PIB
japo nês foram as principais consequências geradas por esses problemas.
Em 2011, a economia e o território do país foram devastados por um
terremoto e um tsunami, que var reram do mapa cidades e instalações
econômicas. Outro fator de impacto negativo no crescimento da economia
foram os cortes de eletricidade provocados direta e indiretamente pelo
derretimento de três rea tores na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, o que
resultou no corte de fornecimento de energia e no vazamento de material
radioativo. Esse baque, aliado às repercussões da crise da Europa, jogaram o
país outra vez na recessão. Veja, no gráfico abaixo, o desempenho da
economia japonesa entre 2008 e 2016.

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